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CENTRO DE INVESTIGAÇÃO PROF. DOUTOR …ªs... · Josefina Maria Cristina Torales Pacheco, Juan Carlos Monterde García, Júlia Montenegro, Laurinda Faria dos Santos Abreu, Luís

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CENTRO DE INVESTIGAÇÃO PROF. DOUTOR JOAQUIM VERÍSSIMO SERRÃO

Mátria XXI

- n.º 6 -

Santarém • Maio 2017

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FICHA TÉCNICA

Título Mátria XXI – n.º 6, Revista do Centro de Investigação Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão Edição Centro de Investigação Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão Câmara Municipal de Santarém Director Martinho Vicente Rodrigues Secretária Manuela Bento Fialho Conselho de Redacção: Joaquim Veríssimo Serrão, Adriana Veríssimo Serrão, Vítor Serrão, Maria de Fátima Reis, Agonia Pereira, Jorge Manrique Martínez, Pedro Sequeira, Rui Neto e Matos, Florinda Matos, Ana Cristina Raimundo, Adriano Cordeiro, Artur Rodrigues. Conselho Editorial Agonia Pereira, Adriana Veríssimo Serrão, Aires-Barros, Alberto González Rodríguez, Ana Cristina Raimundo, Ana Leal Faria, Ana Maria Carabias Torres, António José Gonçalves de Freitas, António Pedro Vicente, Aurélio Fernando Rosa Lopes, Avelino de Freitas de Meneses, Bernardo Vasconcelos e Sousa, Carlos Roberto Figueiredo Nogueira, Carlos-Antero Ferreira, Carolyn Elizabeth Leslie, César Augusto Rodrigues Garcia, Elena Perulero Pardo-Balmonte, Maria de Fátima Reis, Florinda Matos, Francisco José Portela Sandoval, Francisco Ribeiro da Silva, Gabriela Ferreira Gândara Terenas, George Félix Cabral de Souza, Gerhard Otto Doderer, Isabel Ferreira da Mota,

João Luís Cardoso, Jorge Silva Lopes, José Manuel Garcia, José Manuel Pérez-Prendes y Muñoz-Arraco, José Miguel Correia Noras, José Sanchez-Arcilla Bernal, Josefina Maria Cristina Torales Pacheco, Juan Carlos Monterde García, Júlia Montenegro, Laurinda Faria dos Santos Abreu, Luís Filipe Monteiro Vieira de Castro, Luísa D´Arienzo, Magdalena Rodríguez Gil, Manuel Lobo Cabrera, Margarida Garcez da Silva Ventura, Maria Alegria Fernandes Marques, Maria da Conceição Vaz Cabrita, Maria Irene Aparício, Maria José Azevedo Santos, Maria Teresa Nobre Veloso, Nicolás Sánchez-Albornoz Aboín, Pedro Jorge Richheimer Sequeira, Remédios Moran Martin, Rui Neto e Matos, Rui Nunes Correia, Vitor Serrão. Secretária Manuela Bento Fialho Coordenadora Editorial e Edição Gráfica: Vanda Marisa Marques Direcção Administrativa e Comercial Mónica Estrela Contactos Centro de Investigação Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão Casa de Portugal e de Camões Rua Capitão Romeu Neves, r/Dtº. 2005 - 157 Santarém - Portugal Telefone: 243 359 160 Fax: 243 359 189 http://cijvs.cm-santarem.pt http://cijvs.blogspot.pt E-mail: [email protected] Direcção: [email protected] Depósito Legal

ISSN 2183-1467

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ÍNDICE

Págs.

Editorial

Prof. Doutor Martinho Vicente Rodrigues ............................................

7

A importância dos Clássicos ...

Prof. Doutor Oliveira Martins ……………………………............................

11

Três Inscrições Romanas De Scallabis

Prof. Doutor José d’Encarnação …………………………………………….

19

Feitoria dos Linhos Cânhamos de Santarém

Prof. Doutor Martinho Vicente Rodrigues ............................................

37

O pioneirismo de Francisco Dias Gomes [1745-1795], o primeiro crítico literário moderno em Portuga

Prof. Doutor Eurico Gomes Dias ……………………………………............

75

1833-1834, o annus horribilis do reinado de D. Miguel: percursos das elites

Prof. Doutor Daniel Estudante Protásio ................................................ 113

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Educação e tecnologia. Algumas das suas características a conhecer

Prof. Doutor Rui Matos Pereira ……………………………………............. 127

Arquitectura, Ruína, Paisagem

Prof. Doutora Maribel Mendes Sobreira…………………………............ 151

Paisagem: da espacialidade do conceito a um novo conceito de espaço

Mestre Valter Boita ……………………………………..................................... 161

Poder e direito em «Il faut défendre la société» de Michel Foucault

Mestre Paulo Frazão Roberto ……………………………………................. 189

O pão que o diabo amassou

Doutorando Tiago Carvalho ………………………………........................... 209

Prémio de Investigação 2016

Os monumentos epígrafos, retratos de vida ...em Scallabis

Prof. Doutor José d’Encarnação ................................................................. 243

Cidade frutífera. A fruta urbana como contributo estético-político no desenho da cidade

Prof. Doutora Moirika Reker ...................................................................... 263

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

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Três Inscrições Romanas De Scallabis Three Roman inscriptions from Scallabis

José d’Encarnação1

Resumo

Estudam-se de novo três inscrições romanas de Scallabis: uma,

funerária, guardada no Museu Nacional de Arqueologia, que tem

passado despercebida; da segunda, votiva, discute-se a sua

autenticidade, dado ser a única dedicatória conhecida no mundo

romano aos «Deuses Sucessos»; quanto à terceira, procura justificar-

se a identificação do teónimo a que foi dedicada.

Palavras-chave: Epigrafia romana; Scallabis; Dii Successus; Louciris.

1 Professor catedrático em História e Arqueologia, pela Universidade de Coimbra, desde 1991. Aposentou-se em Julho de 2007. A sua especialidade é a epigrafia romana, de que foi docente e sobre que publicou um manual, hoje em 5ª edição, tendo sido também esse o tema da sua licenciatura (Divindades Indígenas sob o Domínio Romano em Portugal, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1975) e do doutoramento (Inscrições Romanas do Conventus Pacensis, Coimbra, 1984). Académico de mérito da Academia Portuguesa da História, académico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras), membro do Centro de Investigação Professor Joaquim Veríssimo Serrão. Não reconhece as regras do Acordo Ortográfico vigente. E-mail: [email protected]

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José d’Encarnação

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Abstract

We study once again two roman inscriptions found in the

Scallabis’ territory: one is funerary, but it was almost unknown; about

the second one, it is the single reference to singular divinities, the Dii

Successus, and because that their authenticity isn’t clair; the

identification of the divinity at what the third is dedicated needs some

reflexions.

Key-words: Roman epigraphy; Scallabis; Dii Successus, Louciris.

No âmbito da preparação do volume II do Corpus Inscriptionum

Latinarum (CIL II) referente à Hispânia romana, de que a Academia

das Ciências de Berlim o encarregara, elaborou Emílio Hübner

pormenorizado relatório que, sob o título Noticias Archeologicas de

Portugal, a Academia das Ciências de Lisboa haveria de publicar, em

1871, com tradução de Álvaro Soromenho. Sobre Santarém, escreve

na p. 18 (actualizo a grafia):

«A colónia Scallabis, chamada Praesidium Iulium, cabeça de um

dos três conventus iuridici da Lusitânia, coloca-se em Santarém. Além

de que a distância concorda em geral, também a posição elevada que

ocupa, junto ao rio, defendida pela própria natureza, bem como a

existência de restos numerosos de colunas e outros sinais de povoação

romana, tornam provável que esta localidade corresponda à colónia

que devia dominar todo o Norte da Lusitânia. A pouca valia relativa

dos vestígios que ali se encontram do tempo dos Romanos provém,

decerto, da importância que teve a cidade sob o domínio dos Árabes e

na Idade Média. Não sei que se tenham ali descoberto senão seis

lápides sepulcrais sem importância alguma; nas duas, que ainda

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

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existem, dá-se Olisipo por pátria dos falecidos, que nelas se

comemoram».

Essas seis lápides incluirá na versão final do CIL II, sob os

números 325 a 330.

Em Abril de 2002, inaugurou-se, no Museu Nacional de

Arqueologia, a exposição De Scallabis a Santarém, cujo catálogo

versou, naturalmente, todos os temas da história escalabitana. Aí se

deu conta, por exemplo, dos trabalhos levados a feito na Alcáçova, sob

a responsabilidade de Ana Margarida Arruda e Catarina Viegas, que

puseram a descoberto grandioso templo, que as arqueólogas, dadas as

características arquitectónicas do mesmo, dataram dos primórdios da

colonização romana, aspecto que viria a sugerir-me a relacionação

com uma passagem de escritores antigos, segundo a qual os

escalabitanos se teriam deslocado a Tarragona, aquando da estada

nessa cidade do imperador Augusto e dele houveram autorização para

erguer um templo – que bem poderia ter sido precisamente aquele.

Acrescentam esses autores que a população de Olisipo não teria

querido ficar atrás e for por isso que ergueram o celebrado templo ao

Sol e à Lua (Encarnação, 2015: 317-320).

Voltando ao catálogo da exposição do Museu Nacional de

Arqueologia, cumpre dizer que coube a Amílcar Guerra apresentar

uma síntese do que então se conhecia do corpus epigráfico

escalabitano. Sob o título «A epigrafia de Scallabis, fragmentos de uma

realidade», dividiu o seu testemunho em quatro partes: 1) Cidadãos,

cidadania e mobilidade, em que, a dado passo (p. 180), sublinha, e

bem, ser «[…] mesmo algo surpreendente a ausência de indícios

epigráficos evidentes da componente de escravos e libertos»; 2)

Vivência e participação política, em que releva a importância da

homenagem feita a Cornelius Bocchus pela colonia Scallabitana e o

interesse histórico que também deve ser atribuído à notável inscrição

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José d’Encarnação

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dedicada a um praefectus fabrum e flamen, que tudo leva a crer que

poderá justificar íntima relação, a nível político, com a capital da

província (Encarnação, 2016: 347-350); 3) Deuses e cultos (tema a

que se voltará de seguida); e 4) «Onde os caminhos se cruzam»,

referência à importância capital que Scallabis desempenhou no

quadro da rede viária desta região da Lusitânia, assunto de que Vasco

Mantas nesse catálogo também se ocupará (pp. 107-112).

Na referida comunicação apresentada em Lugo (2016: 347-

350), debrucei-me, de modo particular, sobre as questões de política

interna lusitana que pareciam poder deduzir-se da epigrafia

escalabitana conhecida; na análise atrás citada sobre o

relacionamento entre Scallabis e Olisipo (2015) voltei a interrogar-me

sobre que poder teria, de facto, exercido a cidade nos primeiros

tempos da chamada «romanização»; no texto com que concorri ao

prémio instituído pelo Centro de Investigação Professor Joaquim

Veríssimo Serrão, a que dei o título de «Os monumentos epigráficos,

retratos de vida… em Scallabis», cuja publicação consta do presente

volume de Matria XXI, interessou-me mostrar quanto se conhecia da

população de Scallabis revelado mediante esses escassos testemunhos

epigráficos de que, por enquanto, dispomos. A investigação a que tive

ensejo de me dedicar para a comunicação «De Scallabi», apresentada na

sessão de investigadores do Centro, a 23 de Março último, levou-me a

considerar, porém, que algo ainda poderia acrescentar-se acerca do que

já fora escrito. Esse, o objectivo da presente nota.

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

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1. O epitáfio de Paccia Suavis

Consta na rubrica «Aquisições do Museu Etnológico

Português»2 que «a Ex.ma Sr.a D. Maria das Neves de Figueiredo

ofereceu uma lapide com inscripção inedita, de Santarém».

Sob o Inv. Nº E 6308, consta no ficheiro do Museu Nacional de

Arqueologia uma «Placa moldurada incompleta. De Santarém, mas

sem contexto arqueológico preciso». Vem descrita como «Tabela em

calcário de forma rectangular. A peça foi cortada dos lados mutilando

a inscrição. A inscrição desenvolve-se por duas linhas: [P]ACCI[M?] /

SVAVIS. A leitura sugerida por Leite de Vasconcellos3 é: Paccia [nn...]

Suavis, sendo Pacci o cognome do falecido, em genitivo, e Suavis o do

dedicador, em nominativo».

Medidas apresentadas: altura 50 cm, largura 40 cm, espessura 6 cm.

Acrescenta-se: «Desconhecem-se as circunstâncias da entrada

desta peça no Museu, pois não é referida no Livro de Entradas, onde

ela se encontra descrita com o nº E 6308».

Atendendo a que, no Museu Nacional de Arqueologia, não há

qualquer outra epígrafe de Santarém, não tenho dúvidas em que

estamos perante a oferta atrás referida, que, dado o carácter

fragmentário da peça e sua aparência (Leite de Vasconcelos teve o

cuidado de apresentar um desenho – Fig. 1), não despertou o interesse

dos investigadores e passou, por isso, completamente despercebida.

2 Trata-se de rubrica assinada habitualmente por J. L. de V.; neste caso, em O Archeologo Português, 9, 1904, p. 309.

3 VASCONCELOS, José Leite de, «Epigrafia do Museu Etnológico (Belém), Inscrições Romanas», O Arqueólogo Português, vol. XXVIII, 1927-1929, p. 224, nº 28.

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José d’Encarnação

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Antes, porém, de proceder ao seu estudo, não posso deixar de

transcrever, pelo seu amplo significado, do ponto de vista pessoal e

científico, o que Leite de Vasconcelos escreveu no final desse catálogo

de 35 epígrafes a cujo estudo decidira meter ombros:

«N. B. – Apesar do cuidado que consagrei ao presente catálogo,

é provável que contenha muitos erros, quer devido à dificuldade da

matéria, quer porque, para ler inscrições, necessita-se de boa vista – e

a minha, na idade em que escrevo, se me vai enfraquecendo. Só um

epigrafista consumado, novo, e dotado de qualidades que me faltam,

naturais, e de ciência, poderá fazer obra acabada.

Perdoe o leitor os meus erros, lembrando-se que ficarão acaso

compensados com o trabalho que, ainda assim, me deu a leitura dos

textos, e mais que tudo com a fadiga que durante dezenas de anos

despendi na aquisição de muitas das inscrições, que, se não fosse a minha

diligência, se perderiam; além disso pela mor parte exaradas em lápides

nem sempre fáceis de obter e trazer para o Museu» (p. 227).

Não admira, pois, que tenha proposto como interpretação o

que vem na ficha matriz do Museu; a interpretação correcta é, afinal,

bem diferente, como de seguida se verá.

Figura 1 - Desenho de Leite de Vasconcelos, da placa da Paccia Suavis

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

Mátria XXI • Nº6 • Maio de 2017 | 25

A placa foi cortada lateralmente para se ajustar a um possível

reaproveitamento. O que resta na parte superior sugere que, pelo

menos aí, teria sido singelamente emoldurada. Mormente pelas

dimensões, pela simplicidade do texto e pelo módulo das letras,

apresenta as características de ter sido placa de columbário.

Figura 2 - Placa de Paccia Suavis. Foto de Guilherme Cardoso

Dimensões: 50 x 40 x 6.

[P]ACCIA · [M(arci) · F(ilia)] / SVAVIS

Pácia Suave, filha de Marco.

Altura das letras: l. 1: 7,32; l. 2: 6,37.

Espaços: 1: 13,06; 2: 2,23; 3: 20,38.

Paginação tendencialmente a seguir um eixo de simetria, pelo

que nos é dado intuir, com pontuação triangular.

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José d’Encarnação

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Na l. 1, só resta do P parte da curvatura e, à direita, do M temos

a primeira perna e metade da segunda; cremos ser credível seguir-se-

lhe um ponto e a sigla F.

Os caracteres, bem gravados a badame, com serifas e

cuidadoso recorte nem sempre da mesma largura, para acentuar a

sensação de claro-escuro, atendendo inclusive às suas invulgares

dimensões, denotam a perícia do lapicida. O A tem barra horizontal

muito ténue, colocada um tudo-nada acima do nível médio da letra. A

simetria patente no S, no V e no A e a rigorosa verticalidade do I

apontam para uma grafia muito próxima da capital quadrada. Aliás,

tanto a paleografia como a simplicidade do texto justificam uma

datação de primórdios do século I d. C.

Do nomen Paccius temos, até ao momento, pouco mais de uma

dezena de testemunhos na epigrafia peninsular, sendo de referir, no

âmbito da Lusitânia, três no território do conventus Pacensis (IRCP 62,

de Loulé; IRCP 80, de Tavira; IRCP 219, de Tróia) e outros três na

capital, Mérida (CIL II 5261b e 5272; HEp 1, 1989, 105).

O cognomen Suavis, de clara etimologia latina, é muito

frequente no conjunto da epigrafia romana – quase 300 testemunhos

na sua totalidade – e refere-se predominantemente a mulheres, dado

o seu significado concreto (gentil, amorosa, ternurenta…), sendo

também muito aplicado a escravas ou libertas (Kajanto, 1965: 24 e

73). Curiosamente, na Lusitânia, apenas há duas ocorrências, em

Mérida (Atlas, p. 307).

A existência de um columbário (familiar ou colectivo) em

Scallabis não é de admirar, dado o seu carácter urbano.

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

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2. A dedicatória Dibus Successis

Das epígrafes de Santarém «apenas merece ser citada»,

escreve Hübner no seu relatório (1871: 18-19), «uma pequena

inscrição que Th. C. de Bem recebeu de Santarém (como ele

expressamente declara, B, 32, 4, f. 99) e mandou colocar na parede da

sua casa. Bayer transcreve-a assim:

DIBVS

SVCCESSIS

RVBRIA SABINA»

Quando a passou para o CIL II, sob o nº 325, o conteúdo da ficha

é o seguinte:

Figura 3 - Recorte do CIL II referente à inscrição Dibus Successis

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José d’Encarnação

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Ou seja, todos se baseiam no testemunho de Tomás Caetano de

Bem (1459-1534), que afirma ter sido a epígrafe «achada ao pé de

Santarém» e foi na sua casa que os demais a viram. Hübner não.

Transcreve Vieira da Silva (1944: nº 119, pp. 235-236), todos esses

pormenores da localização; acrescenta que tanto Bem como Frei

Vicente Salgado declaram o monumento «cipo elegantíssimo»;

confirma que a informação inicial está contida numa Miscelânea

existente «na Biblioteca Nacional de Lisboa (…), no Fundo geral de

manuscritos, sob o nº 425, (…] com apontamentos sobre moedas,

inscrições, cartas, etc.» (p. 291); e observa:

«Pode ver-se uma erudita dissertação sobre o nome dos deuses dii Successa, que representam a ideia abstracta de cousas sucedidas, êxitos, sucessos, em Religiões da Lusitania, pelo Dr. J. Leite de Vasconcelos, vol. III, pág. 311» (p. 235).

Preocupa-se Leite de Vasconcelos (pp. 311-312),

fundamentalmente com dois aspectos: o gramatical e o simbólico.

Demonstra que, de facto, «o particípio passado successis (dativo) não

concorda adjectivamente com dibus, mas está substantivado», de

forma que a tradução correcta deverá ser «aos sucessos, que são

deuses», uma vez que o nominativo de dibus Successis é dii Successa,

no plural, como Fata, «os Fados». Do ponto de vista simbólico,

sustenta, pois, Leite de Vasconcelos que houve uma divinização do

substantivo successus, como eventus ou eventum, «o acontecimento»,

nome de divindade abstracta, tal como se regista um deus sanctus

Eventus e, no culto cristão, Nossa Senhora do Bom Sucesso. Tudo, por

conseguinte, muito natural, na opinião deste investigador.

Aliás, a epígrafe não tem levantado nenhuma objecção e foi

transcrita, sem comentários, nos corpora subsequentes: ILER 653,

RAP 433, HEpOL registo n.º 21 378, EDCS 05500335. De resto, as

ideias de Leite de Vasconcelos são amplamente aplaudidas por Ana

María Vázquez Hoys, que eu conheça, a única investigadora que, com

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

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muito entusiasmo, se dedicou mais largamente a esta epígrafe, sem

minimamente pôr em causa a sua autenticidade (1990). Relaciona

também essas divindades com Eventus, Fatum e Fortuna. Sabina

agradeceria, em seu entender, a realização de um desejo, de um

«êxito» pessoal, quiçá «o éxito en su lucha contra la esterilidad, cuya

maldición pesó siempre sobre la mujer desde antiguo y fue, en las

culturas conocidas, el símbolo de la maldición divina sobre la tierra y

sus moradores».

Talvez não seja despropositado, porém, reflectir-se um pouco

mais sobre o tema, uma vez que estamos, na verdade, perante um caso

único na epigrafia romana.4 Terá a inscrição existido? Rapidamente se lhe

perdeu o rasto, ainda que, também neste caso, possamos lançar as culpas

para cima do terramoto de 1755. Vieira da Silva é, todavia, peremptório:

«O seu local é hoje impossível de identificar». Ou, formulando a pergunta

anterior doutra forma: terá sido autenticamente romana a placa que

Caetano de Bem ostensivamente quis embutir numa das paredes da cerca

de sua casa? «Cipo elegantíssimo» lhe chegam a chamar. «Elegantíssimo»,

porquê? Porque muito bem decorado, bonito à vista? E se tinha tamanha

elegância não seria normal que, dos que o dizem ter visto, alguém não

houvesse resistido a desenhá-lo ou, sequer, a descrevê-lo? E porque

haveria de vir de Santarém, quando temos em Olisipo uma outra epígrafe,

que, por sinal, Bem não cita, mas até poderia conhecer, dedicada por Q.

Aemilius Flaccus precisamente a Rubria Q. f. Sabina (CIL II 249)? Não há

notícia de mais nenhuma Rubria Sabina registada na epigrafia do

4 Amílcar Guerra escreve que é «única em âmbito hispânico e muito rara no contexto do mundo romano» (p. 183). Queria, certamente, dizer «inexistente», porque, que eu conheça, não temos mais nenhum exemplo.

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José d’Encarnação

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mundo romano, o que levou os editores do Atlas (p. 282) a

interrogarem-se se estaremos perante duas ou apenas uma Rubria

Sabina. Amílcar Guerra prefere optar por um mero fenómeno de

homonímia, pois que, afirma, «postular uma identidade de ambas é

muito problemático» (2002: 181). De resto, aí apenas se registam,

para além destas, um C. Rubrius Proculus em Mérida (AE 1982 483) e

o L. Rubrius Priscinus, de Alcácer do Sal (IRCP 196).

Nestas circunstâncias, será ousado aventar a hipótese de

Caetano de Bem ter mandado fazer a epígrafe, a fim de funcionar como

talismã para a sua casa, mascarando essa intenção mediante a

aposição de uma dedicante de onomástica romana e fazendo crer que

lha tinham trazido de Santarém – estratagema de que, amiúde, os

romancistas lançam mão, para fazer crer que a história que contam a

hauriram num velhíssimo documento casualmente encontrado no

buraco duma parede?!...

É que, veja-se: em latim, o substantivo é successus, da 4ª

declinação; não há successa e o dativo teria de ser Successibus. Lapsus

linguae seria, mas… Em segundo lugar, são muito raros os casos em

que um ex-voto particular tenha apenas a identificação da divindade e

a do dedicante, sem fórmula votiva.

Por conseguinte, a minha opinião é de que se trata de uma

inscrição forjada pelo clérigo regular teatino, com vista a acarear as

boas graças divinas sobre si e o seu convento, servindo-se, para o

efeito, não de uma fórmula religiosa cristã – que muita haveria já na

sua «casa» – mas de uma outra que, além do mais, poderia demonstrar

a sua cultura clássica (não com a correcção requerida, como se viu…).

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

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3. A dedicatória a Louciris

Na sua qualidade de técnico dos (então) Serviços Geológicos de

Portugal, Fernando Bandeira Ferreira não descurou nunca a sua

propensão arqueológica e, por isso, além das incursões por esse País

fora com vista a gizar a Carta Geológica do País, fugia-lhe amiúde o

olhar para as sempre sugestivas «pedras com letras». Encontrou no

Doutor Justino Mendes de Almeida, latinista, o colaborador eficaz para

ir dando conta do que de novo ia encontrando nas suas andanças.5

Assim, publicaram, em 1966 (pp. 31-33), uma ara romana que

encontraram no Museu de S. João de Alporão, em Santarém, com a

indicação de que poderia ter vindo do demolido convento de S.

Domingos.

Como facilmente se observa, a interpretação que apresentaram

da l. 1 – IOVI C(onservatori) I(unoni) R(eginae) não tem cabimento

epigráfico: primeiro, porque a 1ª letra é, claramente, um L; depois,

porque não há qualquer vestígio de I antes do C; finalmente, para uma

fórmula de tamanha importância religiosa (a dedicatória a dois dos

maiores númenes da mitologia romana), quase poderia considerar-se

sacrilégio grafarem-se as respectivas siglas todas de seguida, sem

qualquer sinal de pontuação.

Andou, pois, bem logo o editor do AE (1966, 176) quando,

embora com alguma hesitação, por se basear apenas na fotografia, ter

proposto que a primeira letra era L (e não I) e que a «última» parecia

mais um A que um R. Daí que houvesse sugerido: LOUCIA (?) ou

LOUCIR (?), «nom d’une divinité, pour nous inconnue, ou peut-être

prénom aberrant de la dédicante».

5 Sobre a actividade epigráfica de Bandeira Ferreira tive ocasião de me debruçar num texto publicado em 2004.

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Figura 4 - Ara dedicada a Louciris. Foto de Guilherme Cardoso.

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

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No seu vasto trabalho de revisão das epígrafes, na sequência

de reimpressão das Religiões da Lusitânia de Leite de Vasconcelos,

volume que geralmente se identifica por RAP, José Manuel Garcia leu,

a meu ver mui correctamente, Louciri, uma vez que a fractura no final

da l. 1 ocorreu precisamente no corte do I e o R era claro, em

comparação com os outros AA da epígrafe, grafados em jeito de

lambda. E o teónimo homenageado por Aemilia Vitalis passou a ser

incluído no rol das divindades indígenas, para que, naturalmente,

seria oportuno encontrar paralelos ou, pelo menos, justificações de

carácter linguístico, susceptíveis de vir a trazer alguma luz sobre as

características deste nume, tendo em conta que se há como seguro que

os nomes, nomeadamente os das divindades, se prendem

etimologicamente com as funções que lhes são atribuídas.

Assim, Blanca Prósper (2002: 223) preferiu a leitura LOVCIAI

«ou, quiçá, LOVCIAE», pois, em sua opinião, LOVCIRI «resulta

incompreensible». Ainda que se trate de leitura que a epígrafe não

comporta, como vimos, não deixará de ser de alguma utilidade dar

conta da opinião da autora. A palavra seria, pois, «el dativo *louk-(i)yai

de una divinidad cuyo nominativo seria *louk-(i)ya «bosque sagrado»

o «divinidad habitante del *loukos, el bosque sagrado». O,

alternativamente, *louk-i-yai, es decir «divinidad del *louk-yos o

bosque sagrado». Pertenece a la raiz *leuk- «brillar, blanco» […]».6 Cita,

de seguida, as correspondências que encontra em antigas línguas de

cariz indo-europeu, onde, por sinal, eu – leigo nessas matérias – me

6 Note-se que, nas citadas palavras em itálico, o a é encimado por uma barra, para lhe dar, certamente, um som mais dilatado; e faço esta observação porque continua a ser para mim – confesso – um mistério o significado e o respectivo som de boa parte dos vocábulos atribuídos a línguas pré-romanas. Neste caso, apenas uma correspondência me é familiar: lucus, bosque em latim.

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atreveria a incluir o adjectivo grego λευκόϛ, «branco», que partilha,

inegavelmente, do mesmo radical…

Membro da equipa que levou a cabo a elaboração do Atlas

referido na bibliografia, José María Vallejo Ruiz entusiasmou-se pela

linguística aplicada à antroponímica indígena (2005). Dedica as

páginas 329-332 do seu livro ao radical leuc- / louc-, relacionáveis com

um radical mais geral, se bem entendi, louk-. E se não se esquece de

fazer o paralelismo com λευκόϛ, a que eu atrás me referi, o certo é que

esta epígrafe lhe terá escapado.

Em conclusão

Ainda que se trate, também aqui, de um caso único, o facto de

o teónimo poder aparentar-se com outros nomes de idêntico radical –

Loucinus, Loucies, Loucia… – e, até, as outras aproximações fonéticas

atrás citadas tornam convincente a hipótese de estarmos perante o

testemunho de um culto específico e único (até ao momento) a uma

divindade cujo nominativo poderá será Louciris (a exemplo do que

propomos para os dativos Luruni – Lurunis, Triborunni – Triborunnis).

Se o significado original do teónimo, relacionável com a função

atribuída pelos crentes à divindade, tem a ver com o bosque ou com a

brancura dos raios solares que, pelas manhãs, acalentavam a lezíria

ou, por entre as franças das árvores, mais pareciam divinais dedos a

indicar direcções… esse continuará a ser, durante não se sabe quanto

tempo, mistério por desvendar. E acaso não é de mistérios que, em

todos os tempos, a religião se deixa nutrir?...

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Três Inscrições Romanas De Scallabis

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Legendas das ilustrações

Fig. 1 – Desenho, de Leite de Vasconcelos, da placa de Paccia Suavis.

Fig. 2 – Placa de Paccia Suavis. Foto de Guilherme Cardoso.

Fig. 3 – Recorte do CIL II referente à inscrição Dibus Successis.

Fig. 4 – Ara dedicada a Louciris. Foto de Guilherme Cardoso.

BIBLIOGRAFIA

AE = L’Année Epigraphique, Paris. [Indica-se o ano e o nº da inscrição].

ALMEIDA, Justino Mendes de, e FERREIRA, Fernando Bandeira, «Varia epigraphica», Revista de Guimarães, 76, 1966, pp. 27-31.

ARRUDA (Ana Margarida) e VIEGAS (Catarina), «O templo romano de Scallabis», in De Scallabis a Santarém, Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa, 2002, pp. 173-178.

Atlas = NAVARRO CABALLERO (Milagros) e RAMÍREZ SÁDABA (José Luís) [coord.], Atlas Antroponímico de la Lusitania Romana, Mérida (Fundación de Estudios Romanos) – Bordéus (Ausonius Éditions), 2003.

CIL II = HÜBNER (Emílio), Corpus Inscriptionum Latinarum, II. Academia das Ciências de Berlim, 1869 e 1892.

EDCS = Epigraphik-Datenbank Clauss / Slaby. Acessível em: http://www.manfredclauss.de/gb/ .

ENCARNAÇÃO (José d’), «Bandeira Ferreira, um labor de epigrafista», Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, série 122ª, nºs 1-12 (Janº/Dez 2004), pp. 111-120. Acessível em: http://hdl.handle.net/10316/15880.

ENCARNAÇÃO (José d’), «Era aqui que Febo adormecia» (This was the place where Phoebus fell asleep), Estudos Arqueológicos de Oeiras, 22, 2015, pp. 315-328. Acessível em: http://hdl.handle.net/10316/32802.

ENCARNAÇÃO (José d’), «As transformações nas cidades do poder à luz da epigrafia na Lusitânia» [The transformations in the power’s cities, in Roman Lusitania, seen by the epigraphic monuments], Revista de Historiografía (RevHisto), nº 25, año XIII, 2/2016, pp. 343-354. Acessível em http://hdl.handle.net/10316/40661

GUERRA (Amílcar), «A epigrafia de Scallabis, fragmentos de uma realidade», in De Scallabis a Santarém, Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa, 2002, pp. 179-184.

HEp = Hispania Epigraphica, Universidade Complutense de Madrid.

HEpOL = Hispania Epigraphica on line. Acessível em: http://eda-bea.es/

HÜBNER (Emílio), Noticias Archeologicas de Portugal, Academia das Ciências de Lisboa, 1871.

ILER = VIVES (José), Inscripciones Latinas de la España Romana, Barcelona, 1971 e 1972.

IRCP = ENCARNAÇÃO (José d’), Inscrições Romanas do Conventus Pacensis. ‒ Subsídios para o Estudo da Romanização. Coimbra, 1984. [O número indica o número

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da inscrição no catálogo].Teve, em Outubro de 2013, uma 2ª edição, em formato digital, acessível em http://hdl.handle.net/10316/578.

KAJANTO, Iiro, The Latin Cognomina, Helsínquia, 1965.

MANTAS (Vasco Gil), «A rede viária de Scallabis», De Scallabis a Santarém, Lisboa, 2002, pp. 107-112.

PRÓSPER (Blanca María), Lenguas y Religiones Prerromanas del Occidente de la Península Ibérica, Ediciones Universidad [Acta Salmanticensia. Estudios Filológicos 295], Salamanca, 2002.

RAP = GARCIA (José Manuel), Religiões Antigas de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1991.

SILVA (Augusto Vieira da), Epigrafia de Olísipo. Subsídios para a História da Lisboa Romana, Lisboa, 1944.

VASCONCELLOS, José Leite de, Religiões da Lusitânia, Lisboa, 2.º vol. (1905), 3º (1913).

VASCONCELOS, José Leite de, «Epigrafia do Museu Etnologico (Belem). Inscrições Romanas», O Arqueólogo Português, XXVIII, 1927-1929, pp. 209-227.

VÁZQUEZ HOYS (Ana María), «‘A los éxitos que son dioses’. Una inscripción portuguesa a unos dioses romanos», Dianium, V, 1990, pp.141-166.