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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS SÃO GABRIEL ENGENHARIA FLORESTAL Acompanhamento das Atividades e Pesquisas realizadas na FEPAGRO – Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR Táscilla Magalhães Loiola

Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPACAMPUS SÃO GABRIEL

ENGENHARIA FLORESTAL

Acompanhamento das Atividades e Pesquisas realizadas na FEPAGRO – Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULARTáscilla Magalhães Loiola

São Gabriel, RS, BrasilOutubro 2013

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TÁSCILLA MAGALHÃES LOIOLA

Acompanhamento das Atividades e Pesquisas realizadas na Fepagro – Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Relatório de estágio curricular apresentado

ao Curso de Graduação em Engenharia

Florestal, da Universidade Federal do

Pampa (UNIPAMPA, SG), como requisito

parcial para obtenção do grau de

Engenheira Florestal.

Orientadora: Prof.ª Dr. Alexandra Augusti Boligon

São Gabriel2013

Page 3: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

TÁSCILLA MAGALÃES LOIOLA

Acompanhamento das Atividades e Pesquisas realizadas na Fepagro – Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Relatório de estágio curricular apresentado

ao Curso de Graduação em Engenharia

Florestal, da Universidade Federal do

Pampa (UNIPAMPA, SG), como requisito

parcial para obtenção do grau de

Engenheira Florestal.

Orientadora: Prof.ª Dr. Alexandra Augusti Boligon

Relatório defendido e aprovado em: 04 de outubro de 2013.

Banca examinadora:

______________________________

Profª. Drª. Alexandra Augusti Boligon

Orientadora

(UNIPAMPA)

______________________________

Prof. Dr. Leandro Homrich Lorentz

(UNIPAMPA)

______________________________Profª. Drª. Silvane Vestena

(UNIPAMPA)

São Gabriel2013

Page 4: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária pela oportunidade de

realizar o estágio curricular em uma de suas unidades.

Aos pesquisadores e funcionários do Centro de Pesquisa em Florestas, pela

receptividade e disponibilidade durante o estágio, e a todos os ensinamentos

repassados.

À minha orientadora Alexandra Augusti Boligon, por sua orientação e dedicação a

mim destinada.

À minha família, pelo apoio incondicional e incentivo em todos os momentos.

Meu muito Obrigada!

Page 5: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Sementes armazenadas em câmara fria.........................................12

Figura 2 – Preparo das sementes para a análise de pureza.............................13

Figura 3 – Amostras para o peso das mil sementes.........................................13

Figura 4 – Práticas realizadas no teste de germinação....................................20

Figura 5 – Indivíduo adulto da Traça da Farinha...............................................20

Figura 6- (a) Larva da Traça da Farinha; (b) Pupa e Larva da Traça da Farinha.21

Figura 7 – Parasitoide (Braconidae) .................................................................21

Figura 8 - Gaiola utilizada para comportar os insetos da criação de Traças da

farinha...............................................................................................................22

Figura 9 – (a) Retirada dos ovos da gaiola e retirada de impurezas; (b) Pesagem dos

ovos...................................................................................................................22

Figura 10 – Caixas de incubação......................................................................23

Figura 11 - (a) Retirada dos insetos das caixas; (b) Insetos sendo colocados na

gaiola.................................................................................................................24

Figura 12 – Isolado de Trichoderma em placa de petri;....................................24

Figura 13 – BOD utilizada para armazenar os isolados de Trichoderma sp....... 6

Figura 14 – Banco de Fungos da FEPAGRO Florestas......................................6

Figura 15 – Mudas das espécies utilizadas.........................................................7

Figura 16 – Desinfestação dos explantes...........................................................7

Figura 17 – Material na Sala de Incubação.........................................................8

Figura 18 – (a) Substâncias utilizadas para a desinfecção das sementes; (b)

Semeadura em meio de cultura........................................................................28

Figura 19 – Material do experimento acondicionado na sala de incubação de culturas

da FEPAGRO....................................................................................................28

Figura 20 – Procedimentos realizados em câmara de fluxo laminar (a) Desinfecção;

(b) Semeadura .................................................................................................29

Figura 21 – Scleroderma citrinum utilizado como inoculante............................30

Page 6: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 22 – Imagem do experimento e seus tratamentos,................................31

Figura 23 – Controle positivo da micorrização..................................................32

Figura 24 – Sacos de tecido contendo os galhos de A. mearnsii......................33

Figura 25 – Insetos emergidos..........................................................................34

Figura 26 – Insetos montados para serem enviados aos especialistas............34

Figura 27 – Fungos micorrízicos coletados em fragmentos florestais: Amanita

muscaria (A), Amanita sp. (B), Suillus sp. (C), Scleroderma citrinum (D), Ramaria

toxica (E), Pisolithus sp. (F), Gymnopilus spectabilis (G), Lactarius deliciosus (H),

Calvatia sp. (I), Rhizopogon sp. (J), Russula sp. (K) e Descomyces sp (L). Fotos:

Gerusa P. K. Steffen......................................................................................... ..6

Figura 28 – Fungos lignocelulíticos encontrados. (a) Ganoderma sessile; (b)

Ganoderma tornatum; (c) Lepista; (d) Stropharia rugosoannulata......................6

Figura 29 – Fungos saprofíticos encontrados, (a) Lepiota sp.; (b) Leucoagaricus sp.;

(c) Macrolepiota sp.; (d) Macrolepiota sp............................................................7

SUMÁRIO

Page 7: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

1 ORGANIZAÇÃO..................................................................................................................8

2 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................9

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.................................................................................10

3.1 Atividades de rotina......................................................................................................10

3.1.1 Laboratório de cultura de tecidos..........................................................................10

3.1.2 Laboratório de sementes.........................................................................................11

3.1.3 Coleta de sementes e produção de mudas........................................................14

3.1.4 Casa de vegetação....................................................................................................18

3.2 Acompanhamento das pesquisas em andamento na FEPAGRO Centro de

Pesquisas em Florestas.....................................................................................................18

3.2.1 Manutenção de hospedeiro alternativo para a criação de parasitoide em

laboratório...............................................................................................................................18

3.2.2 Isolamento e avaliação de isolados de Trichoderma sp. com potencial

antagonista a fungos fitopatogênicos.............................................................................23

3.2.3 Criação de banco de fungos micorrízicos...........................................................24

3.2.4 Estabelecimento de uma coleção, in vitro, de espécies nativas do Bioma

Pampa com potencial forrageiro......................................................................................26

3.2.6 Efeito de Nitrato de Potássio na quebra de dormência de sementes de Schinus

molle.........................................................................................................................................29

3.3 Experimentos e trabalhos desenvolvidos...............................................................30

3.3.1 Micorrização de Anadenanthera macrocarpa com esporos de Scleroderma

citrinum....................................................................................................................................30

3.3.2 Entomofauna associada a galhos de Acacia mearnsii cortados por serradores

...................................................................................................................................................33

3.3.3 Diversidade de fungos em fragmentos florestais..............................................36

4 CONCLUSÕES..................................................................................................................39

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................39

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1 ORGANIZAÇÃO

O estágio curricular relatado neste trabalho foi realizado no período de 26 de

junho de 2013 a 26 de outubro de 2013 na Fundação Estadual de Pesquisa

Agropecuária – Centro de pesquisa em florestas (FEPAGRO Florestas), localizado

no município de Santa Maria, RS.

A FEPAGRO florestas é uma instituição estadual e está atualmente conveniada à

Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) com a finalidade de proporcionar aos

acadêmicos a realização de estágios curriculares, entre outras atividades.

A unidade de Santa Maria atua na silvicultura, através da coleta, beneficiamento,

análise e armazenamento de sementes florestais, para conservação de um banco de

germoplasma ativo de sementes. A produção de mudas é outra atividade importante

da instituição e visa às necessidades da FEPAGRO e a comercialização das mudas.

Além das atividades silviculturais a FEPAGRO florestas contribui com pesquisas nas

áreas de cultura de tecidos, controle biológico de pragas e isolamento de fungos

para micorrização e controle biológico aplicado.

Page 9: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

2 INTRODUÇÃO

As instituições de pesquisa do Brasil desempenham importante papel no

desenvolvimento do país, tanto no sentido econômico quanto no sentido ambiental.

A unidade da FEPAGRO de Santa Maria – RS é o Centro de pesquisa em

Florestas, e atua na silvicultura produzindo mudas e sementes, principalmente de

espécies nativas, para consumo próprio e também para comercialização. A

produção de mudas florestais envolve diversas etapas, iniciando pela escolha de

árvores matrizes para a coleta de sementes, beneficiamento e armazenamento, até

a semeadura em recipiente e substrato adequado para cada situação. Durante o

processo de produção da muda é necessário que a mesma seja acompanhada

regularmente até estar pronta para a comercialização.

A FEPAGRO Florestas conta ainda, com um laboratório de cultura de tecidos,

onde são realizadas pesquisas voltadas ao controle biológico de pragas e doenças,

micropropagação de espécies vegetais, utilização de microorganismos como

promotores de crescimento de plantas e diversidade de fungos.

As práticas de controle biológico adotadas para combater pragas e doenças em

plantas busca diminuir os impactos ambientais causados pela utilização dos

métodos de controle mais tradicionais, que normalmente utilizam substâncias

químicas nocivas ao meio ambiente.

No solo encontra-se uma grande variedade de microorganismos que exercem

funções importantes, como a associação mutualística com plantas e a participação

na ciclagem de nutrientes. Os fungos possuem potencial como promotores de

crescimento de plantas e também no controle de doenças causadas por outros

fungos.

A cultura de tecidos é utilizada para a multiplicação de material vegetal e

possibilita a avaliação de germoplasma, conservação de material genético, aplicação

ao melhoramento genético entre outras práticas.

As pesquisas realizadas na FEPAGRO são multidisciplinar, e têm como objetivos

contribuir para que os produtores rurais e agricultores possam cada vez mais aderir

à metodologias menos nocivas ao meio ambiente, bem como contribuir com novas

informações referentes aos recursos naturais e florestais.

Page 10: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1 Atividades de rotina

No andamento do estágio, algumas atividades foram realizadas diariamente, nos

diferentes setores da FEPAGRO, abrangendo o laboratório de cultura de tecidos, o

laboratório de sementes, a casa de vegetação, como também as saídas de campo

realizadas pelos funcionários.

3.1.1 Laboratório de cultura de tecidos

A cultura de tecidos baseia-se na teoria da totipotência que consiste na

capacidade dos seres vivos de regenerar organismos inteiros, iguais à matriz, a

partir de células únicas. É utilizada para a multiplicação de material vegetal,

avaliação de germoplasma, esta ferramenta possui alto potencial de aplicação ao

melhoramento genético. Para a cultura de tecidos pequenos fragmentos de tecido

vivo, chamados explantes, são isolados de uma estrutura vegetal, devidamente

desinfetados e cultivados assepticamente por períodos indefinidos em um meio de

cultura apropriado (ALVES, et al., 2008).

A micropropagação é o processo de propagação vegetativa na cultura de tecidos

vegetais através de técnicas do cultivo in vitro, tornando-se bastante utilizada no

setor agrícola. O cultivo in vitro de plantas segue geralmente o mesmo processo

composto pela preparação da planta mãe, iniciação asséptica, multiplicação,

alongamento, indução radicular, pré-aclimatação e aclimatação (ZAVATTIERI, 2002;

GUERRA e NODARI, 2006; ULISSES et al., 2010).

Na multiplicação in vitro, de acordo com Alves et al. (2008), diferentes fontes de

explantes podem ser utilizadas, entre as principais estão: meristemas, ápices

caulinares, segmentos nodais e embriões.

Esta técnica de propagação de plantas apresenta como resultado plantas mais

uniformes e com crescimento mais rápido, além disso, atingem a maturidade mais

rápido em comparação a mudas propagadas por sementes. Existe a viabilidade de

se aplicar a micropropagação vegetativa para a propagação de espécies que

apresentam dificuldades de propagação por outras vias, para introdução de novos

Page 11: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

cultivares, propagação de plantas mães ou parentais, eliminação de patogenias

como também na conservação e armazenamento de germoplasma. A

micropropagação é de grande importância e serve como base para o melhoramento

genético vegetal (ZAVATTIERI, 2002).

No laboratório de cultura de tecidos da FEPAGRO foram realizadas atividades

referentes às pesquisas de controle biológico de pragas, cultura de tecidos, entre

outras. As quais fazem uso de equipamentos presentes no laboratório como,

autoclave, câmara de fluxo laminar, balanças, estufas e demais equipamentos do

laboratório. O preparo de material para utilização nas práticas das pesquisas, assim

como a organização do laboratório, também são atividades que fazem parte da

rotina do laboratório e que fizeram parte das atividades de rotina realizadas no

estágio.

3.1.2 Laboratório de sementes

Para determinar a qualidade dos lotes de sementes faz-se uso de metodologias

padronizadas, baseadas nas regras para análise de sementes que estabelecem

especificações padronizadas para os testes de germinação e de vigor a serem

realizados (BRASIL, 2009).

As análises referentes às sementes florestais, como análise de pureza, peso de

mil sementes e teste de germinação, são realizadas no laboratório de sementes da

FEPAGRO. Inicialmente, uma amostra de sementes é retirada do banco de

sementes armazenadas em câmara fria (Figura 1), onde se encontram

armazenadas.

Page 12: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 1 – Sementes armazenadas em câmara fria na FEPAGRO Florestas. Santa

Maria, RS, 2013.

Para a análise de pureza é feita uma primeira pesagem das sementes contidas na

amostra, em seguida separa-se as sementes do material inerte para então realizar a

segunda pesagem. Com a diferença entre as duas pesagens realiza-se a

porcentagem de material inerte existente no lote de sementes observado (Figura 2).

Figura 2 – Preparo das sementes para a análise de pureza de sementes. Santa

Maria, RS, 2013.

O peso de mil sementes é realizado para determinar a densidade de semeadura,

que está relacionado com a maturidade e qualidade das sementes. Para isso,

utilizam-se oito amostras compostas por 100 sementes cada uma, provenientes da

fração de sementes puras (Figura 3). Em seguida as amostras são pesadas e o

peso de mil sementes é dado pela multiplicação da média das amostras pesadas por

10.

Page 13: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 3 – Amostras utilizadas para determinação do peso de mil sementes. Santa

Maria, RS, 2013.

Anteriormente à realização do teste de germinação as sementes são desinfetadas

através da imersão em hipoclorito de sódio por cinco minutos. Para a condução do

teste, as sementes são semeadas em papel germiteste, com quatro repetições

contendo 50 sementes cada uma, variando de acordo com a espécie e dimensão

das sementes, sendo armazenadas em caixa gerbox. As amostras permanecem em

estufa para serem realizadas as análises da germinação a cada sete dias (Figura 4).

Figura 4 – Etapas do teste de germinação conduzido em caixas Gerbox. Santa

Maria, RS, 2013.

As análises das sementes florestais ocorrem com frequência para que tenha

conhecimento e controle da qualidade dos lotes de sementes presentes no banco de

sementes da FEPAGRO. Assim, lotes com qualidade muito baixa podem ser

descartados do armazenamento e lotes de qualidade satisfatória, mantidos.

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3.1.3 Coleta de sementes e produção de mudas

A produção de mudas para plantios comerciais, conservação de recursos

genéticos e restauração de áreas degradadas é dependente da alta qualidade das

sementes utilizadas na produção (NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007).

A produção de mudas florestais é composta por diversas etapas importantes,

começando pela marcação de árvores matrizes, com o objetivo de selecionar

árvores com características superiores aos demais indivíduos pertencentes a

mesma espécie, para que se mantenha a variabilidade genética nas gerações

futuras, isso se torna possível através de um teste de progênies. Os testes de

progênies avaliam alguns parâmetros, principalmente ritmo de crescimento, porte,

forma da copa, forma do fuste, vigor, ramificação, boa condição fitossanitária e

produção de sementes, as características a serem observadas dependem do

objetivo final das mudas que serão produzidas (ARALDI et al., 2009; NOGUEIRA e

MEDEIROS, 2007).

Normalmente realiza-se o georreferenciamento das árvores matrizes para a

confecção de um mapa das áreas de coleta de sementes (ACS), com auxílio de um

equipamento de GPS (Global Position System), permitindo que qualquer pessoa

possa encontrar, conhecer e coletar mais sementes (WETZEL e ANDRIGUETO,

2011). É importante ressaltar que a seleção de árvores matrizes em florestas nativas

ocorre de maneira mais complicada em relação a florestas plantadas (ARALDI et al.,

2009; NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007).

No Brasil o setor de produção de mudas e sementes está regulamentado pelo

Decreto n° 5.153, de 23 de julho de 2004, que aprovou o Regulamento da Lei nº

10.711, este Decreto dispõem sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas –

SNSM, estabelecendo que todas as ações decorrentes das atividades previstas no

Regulamento deverão ser exercidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento – MAPA (DANTAS, 2011).

Normalmente a extração das sementes ocorre através da retirada das mesmas

dos frutos, sendo que o método a ser utilizado depende do tipo de fruto em questão.

Além disso, é necessário ter o cuidado de escolher frutos de boa qualidade para que

Page 15: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

se obtenham sementes de alta qualidade, preservando-se sua integridade física,

fisiológica e sanitária (NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007).

Na extração de sementes dos frutos secos deiscentes os mesmos são

submetidos à secagem, podendo ser à sombra ou ao sol, dependendo da espécie,

preferindo-se a secagem à sombra. Com a secagem ocorre a desidratação do fruto,

ocasionando a sua abertura e liberação das sementes. Quando necessário realiza-

se a agitação para liberação das sementes que ficaram aderidas ao fruto, podendo

ser realizada em tambor rotativo ou manualmente. O período necessário para a

secagem dos frutos depende da espécie, da temperatura, da umidade do ar e da

umidade final desejável (NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007).

De acordo com os mesmos autores citados no parágrafo acima, para extrair as

sementes dos frutos secos indeiscentes faz-se uso de ferramentas, como faca,

tesoura, escarificador, liquidificador, machadinha e martelo, com o devido cuidado

para não danificar fisicamente as sementes. Em certas espécies, as sementes são

de fácil extração, sem a necessidade do uso de ferramentas. Já nos frutos carnosos

a retirada das sementes ocorre por via úmida, através da imersão em água durante

aproximadamente 24 horas, para que ocorra o amolecimento da polpa, o que facilita

a retirada das sementes. Em seguida as sementes são separadas por flutuação em

um tanque preenchido com água.

No beneficiamento das sementes é realizada a retirada de materiais como

sementes vazias, imaturas e quebradas, pedaços de frutos, alas, folhas, entre outros

materiais inertes através de um conjunto de técnicas. O beneficiamento de sementes

florestais é realizado de acordo com as características morfológicas, podendo

ocorrer de forma mecanizada através de equipamentos de beneficiamento que

realizam a separação das sementes e materiais indesejáveis em função de sua

forma, peso, textura de tegumento, condutividade elétrica, entre outras

características. Em espécies nativas o beneficiamento das sementes é normalmente

realizado de maneira manual, com peneiras, sopradores de sementes e mesa de

gravidade (NOGUEIRA E MEDEIROS, 2007).

Para manter a viabilidade das sementes, é necessário realizar um

armazenamento correto após o beneficiamento, sendo que as mesmas são divididas

em dois grupos quanto à capacidade de armazenamento: sementes ortodoxas e

recalcitrantes. As sementes ortodoxas podem ser secas e armazenadas por um

longo período de tempo sob baixas temperaturas e ar seco, mantendo sua

Page 16: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

capacidade de germinação. Já as sementes recalcitrantes perdem rapidamente sua

viabilidade e não suportam secagem e armazenamento, sendo necessária sua

semeadura logo após a coleta (SENA e GARIGLIO, 2008).

Para armazenar sementes florestais, segundo Sena e Gariglio (2008),

normalmente utilizam-se sacos plásticos, de papel, lona, aniagem ou pano, assim

como recipientes de alumínio, plástico e vidro. Estes recipientes são alocados em

câmaras onde é possível controlar a temperatura e a umidade do ar, tornando

possível a conservação das sementes ortodoxas por um longo período.

Sementes de diversas espécies podem apresentar dormência, de acordo com

Scremin-Dias et al. (2006), este termo refere-se a um mecanismo natural que

impede a germinação da semente, mesmo quando esta se encontra em condições

favoráveis a germinação. Algumas sementes dormentes possuem dificuldade na

absorção da umidade necessária para a germinação, devido à impermeabilidade do

tegumento.

Outros fatores como embrião imaturo e presença de inibidores de germinação,

podem ser a causa da semente se encontrar em processo de dormência. Para

superar a dormência das sementes existem alguns métodos que podem ser

adotados, como a escarificação mecânica, o choque térmico, imersão em água,

estratificação, além de métodos químicos (tratamento com ácidos). A escolha do

método a ser utilizado depende do tipo de dormência que a semente apresenta,

podendo ser dormência física, dormência interna ou ainda apresentar o embrião

dormente (SCREMIN-DIAS et al., 2006).

De acordo com Wetzel e Andrigueto (2011), a produção de mudas florestais

abastece os setores de plantio comercial de espécies exóticas, a demanda por

mudas de espécies nativas para plantio em projetos de recuperação de áreas

degradadas, manutenção das áreas de preservação, além do mercado de mudas

para arborização urbana.

As mudas são produzidas, usualmente, em sementeiras e em recipientes como

tubetes e sacos plásticos. A semeadura em sementeiras ocorre nos casos em que a

semente é dormente e não se conhece o método para superar este impedimento da

germinação, sendo as sementes germinadas a lanço em grande quantidade ou em

sulcos. Após a emergência da plântula a mesma deve ser transferida para um

recipiente adequado, processo denominado repicagem (WETZEL e ANDRIGUETO,

2011).

Page 17: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Outro tipo de semeadura é realizada direto no recipiente (tubete, saco plástico).

Neste caso utiliza-se de uma a sete sementes em cada recipiente, dependendo do

tamanho e da qualidade da semente. Normalmente, além do substrato utilizado na

semeadura, uma fina camada de cobertura morta (casca de arroz, capim picado,

etc.) é colocada sobre as sementes (WETZEL e ANDRIGUETO, 2011).

Outro aspecto importante para uma produção de mudas com alta qualidade é a

utilização do substrato ideal, unindo boas condições dos atributos físicos e químicos

que devem estar presentes no substrato. Na escolha do substrato deve ser levado

em conta algumas características como: boa aeração, drenagem e retenção

moderada de água. O substrato deve apresentar um índice de fertilidade entre baixo

e médio com boa retenção de nutrientes, deve ser de fácil manuseio e aquisição, e

isento de patógenos e substâncias que podem ser tóxicas as plantas (SCREMIN-

DIAS et al., 2006). Os autores ressaltam que a combinação destes fatores irá

proporcionar um bom desenvolvimento radicular da plântula, tornando a escolha do

substrato, assim como os recipientes a serem utilizados, umas das decisões mais

importantes na produção de mudas florestais.

Após a semeadura se fazem necessários alguns cuidados, iniciando pela

primeira irrigação que deve ser feita logo após a semeadura, podendo ser através de

sistemas de microaspersão ou com mangueiras e regadores. As irrigações de rotina

devem ser realizadas de acordo com o clima do local, esta atividade acompanha

todo o processo de produção das mudas, sendo muito importante para o

estabelecimento das mesmas (SIQUEIRA, et al., 2009).

Na semeadura utiliza-se mais de uma semente para assegurar o estabelecimento

de pelo menos uma muda, fazendo-se necessário o releio de plântulas após a

emergência, mantendo-se somente a mais vigorosa (SCHORN, 2003).

A ocorrência de doenças em viveiros florestais é uma das principais

preocupações quanto à sanidade das mudas produzidas, recomendando-se o uso

de substrato livre de infestação. O uso de sementes tratadas com fungicidas é uma

alternativa para prevenção de doenças, sendo que os fungicidas também podem ser

pulverizados no inicio da ocorrência da doença. Estes cuidados visam a propagação

principalmente do fungo causador do dumping-off, doença que causa o tombamento

da mudas (MACEDO, 1993).

Para testar a resistência das mudas após o plantio no campo, segundo Schorn

(2003), as mesmas são submetidas à etapa de rustificação, através de métodos

Page 18: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

como a poda da parte aérea, diminuição da irrigação, retirada de algumas folhas,

entre outras práticas.

As atividades referentes à coleta de sementes e produção de mudas ainda não

foram contempladas devido ao curto período de estágio aliado à época do ano, já

que a maioria das coletas ocorre a partir da primavera.

3.1.4 Casa de vegetação

A casa de vegetação da FEPAGRO contém os exemplares das plantas utilizadas

nas pesquisas, diariamente verifica-se a situação da umidade e sanidade das mudas

ali existentes. A instalação de experimentos e plantio de mudas, como também o

acompanhamento das avaliações realizadas em casa de vegetação foram atividades

frequentes no período de estágio.

3.2 Acompanhamento das pesquisas em andamento na FEPAGRO Centro de Pesquisas em Florestas

Durante o período de estágio realizou-se o acompanhamento de diversas

atividades realizadas no Centro de Pesquisas em Florestas da FEPAGRO, entre

elas, práticas rotineiras dos laboratórios e atividades de pesquisa que estão em

andamento na unidade. Algumas das atividades são mantidas diariamente servindo

de base para os trabalhos em andamento.

3.2.1 Manutenção de hospedeiro alternativo para a criação de parasitoide em laboratório

O controle biológico acontece naturalmente, sendo necessário para regular as

populações de animais e plantas, para isso deve ocorrer uma densidade recíproca

entre as populações para que se mantenha um equilíbrio na natureza (BUENO et al.,

2010).

A definição de controle biológico, de acordo com Bueno et al.(2010) apud

DeBach (1968), pode ser entendida como a atividade de parasitoides, predadores e

patógenos no controle da densidade de outro organismo a um menor nível do que

Page 19: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

aquele que ocorreria nas suas ausências. Para Picanço (2010) o controle biológico

consiste no controle de pragas através de seu inimigo natural, sendo estes divididos

nas seguintes classes: predadores, parasitoides, parasitas, entomopatógenos e

competidores.

O controle biológico possui três formas: controle biológico natural, clássico e

artificial. No método natural ocorre a introdução das populações inimigas que já

existem no agroecossistema, já no controle clássico é realizada a introdução de

inimigos naturais provenientes da região nativa da praga visando o controle de

pragas exóticas; o controle biológico artificial consiste na introdução do inimigo

natural, após criação em laboratório, para liberação no campo com o objetivo de

controlar a praga (BUENO et al., 2011).

Com a utilização do controle biológico é possível obter um menor custo da

manutenção das pragas ocorrentes em culturas agrícolas e ao mesmo tempo

diminuir a utilização de inseticidas prejudiciais ao ambiente e aos agricultores que

manuseiam estes produtos. Este método é considerado como uma alternativa

sustentável ao uso de agrotóxicos em lavouras minimizando os danos causados e

mostrando-se eficiente ao controle das pragas (DELAI et al., 2009). Os autores

relatam ainda que no Brasil há um favorecimento ao uso do controle biológico devido

ao clima favorável e pela grande biodiversidade existente o País.

Os pequenos agricultores compõe em maioria a relação dos adeptos ao uso do

controle biológico, notando-se que existe uma carência em relação a divulgação

deste método, assim como há falta de informações e assistência técnica ao

produtor, o que dificulta que o controle biológico ganhe espaço no combate a pragas

(DELAI et al., 2009).

A produção de soja, tomate, cana-de-açúcar e trigo são as principais culturas

agrícolas que possuem alternativas de controle biológico para as pragas ocorrentes,

tanto insetos como doenças, sendo que as espécies frutíferas e florestais também

podem utilizar esse tipo de tratamento (BUENO et al., 2011).

A espécie Anagasta kuehniella, conhecida como traça-das-farinhas, é uma

espécie de inseto pertencete a família dos Lepidópteros (Figura 5), que costuma

atacar plantações de diversas espécies agrícolas, como o milho e tomate, sendo os

danos causados pelas larvas que consomem o produto.

Page 20: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 5 – Indivíduo adulto da traça-das-farinhas.

Fonte: BIOMAX Manejo Ecológico de Pragas, 2012.

As larvas da espécie atingem cerca de 13 mm de comprimento, apresentando

cinco instares, podendo levar de seis a oito semanas para se transformarem em

pupas, (Figura 6). Após sua emergência os adultos levam cerca 24 horas para iniciar

o acasalamento, e possuem longevidade de uma a duas semanas, período em que

a fêmea deposita em torno de 100 a 500 ovos.

Figura 6- Larva da traças-das-farinhas (a); Pupa e larva da traça-das-farinhas (b).

(a) (b)

Fonte: BIOMAX Manejo Ecológico de Pragas, 2012.

Como opção de controle biológico utiliza-se parasitoides e patógenos, porém

ainda existe a necessidade de maiores esclarecimentos e pesquisas, para

proporcionar maior viabilidade a este método.

Os micro-himenópteros da família Braconidae, são insetos parasitoides de grande

potencial para o controle biológico de Lepidópteros (Figura 7).

Page 21: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 7 – Parasitoide (Braconidae).

Fonte: BIOMAX Manejo Ecológico de Pragas, 2012.

Desta forma, a presente pesquisa está sendo realizada com o objetivo de

desenvolver uma criação de parasitoides em laboratório, através da multiplicação

dos hospedeiros (Anagasta kuehniella).

A criação das mariposas iniciou-se com a introdução de insetos provenientes da

Universidade Federal de Pelotas, em uma gaiola confeccionada na FEPAGRO

(Figura 8). Este modelo foi utilizado para a confecção das outras quatro gaiolas

adicionadas posteriormente à criação, as quais são abastecidas regularmente à

medida que os insetos emergem.

Figura 8 - Gaiola utilizada para manter a criação de insetos da traça-das-farinhas.

Santa Maria, RS, 2013.

As fêmeas depositam seus ovos na tela de nylon que cobre a gaiola, sendo os

mesmos retirados diariamente, pesados e registrados em tabela para controle da

produção (Figura 9).

Page 22: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 9 – Detalhe da retirada dos ovos da traça-das-farinhas (a) e impurezas da

gaiola (b); pesagem dos ovos da traça-das-farinhas (c).

(a) (b) (c)

Após a retirada, os ovos são depositados em caixas de madeira cobertas por

saco plástico, contendo uma dieta composta de 1 kg de farinha de trigo e 30g de

levedo de cevada, sendo esta composição utilizada para cada 0,40g de ovos (Figura

10). Em seguida as caixas são alocadas na sala de incubação da FEPAGRO

Florestas, local onde se encontra a criação.

Figura 10 – Caixas de incubação utilizadas na FEPAGRO Florestas para a traça-

das-farinhas. Santa Maria, RS, 2013.

A emergência das mariposas ocorre após cerca de quatro semanas e se estende

por aproximadamente o mesmo período. Diariamente os insetos são retirados dentro

de uma capela de exaustão, através de aspirador e colocados nas gaiolas para dar

continuidade à produção (Figura 11).

Page 23: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 11 – Detalhe da retirada dos insetos da traça-das-farinhas das caixas de

incubação (a); Insetos da traça-das-farinhas sendo colocados na gaiola (b). Santa

Maria, RS, 2013.

(a) (b)

Os indivíduos adultos são mantidos nas gaiolas por sete dias, pois após este

período a produção de ovos é mínima, ao final desta temporada os insetos são

liberados na natureza.

3.2.2 Isolamento e avaliação de isolados de Trichoderma sp. com potencial antagonista a fungos fitopatogênicos.

Esta pesquisa tem como objetivo isolar e selecionar isolados de Trichoderma sp.

com potencial antagônico a fitopatógenos fúngicos que atacam culturas agrícolas,

assim como avaliar o potencial de biocontrole in vitro dos isolados de Trichoderma

spp. sobre fungos fitopatogênicos (Ceratocystis fimbriata, Sclerotinia sclerotiorum e

dois isolados de Fusarium sp.) através do método de confronto direto.

Durante o período de estágio acompanhou-se algumas atividades da pesquisa,

como o estabelecimento de isolados do fungo em placas de Petri, isto foi possível

através da repicagem e multiplicação dos isolados em placas de Petri, conforme o

crescimento micelial (Figura 12).

Page 24: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 12 – Isolado de Trichoderma em placa de petri. Santa Maria, RS, 2013.

Os isolados são rotineiramente cultivados em meio de cultura BDA (batata –

dextrose- ágar) e armazenados em câmara incubadora (BOD) sob luz contínua e

temperatura de 25 C° (Figura 13).

Figura 13 – BOD utilizada para armazenar os isolados de Trichoderma sp. Santa

Maria, RS, 2013.

Diariamente é realizado o acompanhamento das placas contaminadas, sendo

estas submetidas à uma hora em autoclave (120°C e 1,5 atm) em seguida o material

é descartado. A cada 15 dias o crescimento dos isolados em placa é avaliado

através da mensuração do crescimento micelial. Esta metodologia também é

aplicada para os demais isolados que compõe o banco de fungos da FEPAGRO.

3.2.3 Criação de banco de fungos micorrízicos

O solo é um habitat que apresenta um sistema muito dinâmico e organizado,

representando um meio de proliferação para vários organismos macro e

Page 25: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

microscópicos. Os microrganismos presentes nos solos possuem algumas funções,

entre elas está principalmente a decomposição, a ciclagem de nutrientes, o controle

biológico e as interações entre as plantas e os fungos micorrízicos, sobretudo nos

ecossistemas florestais (JÚNIOR e MENDES, 2007).

Os fungos são microorganismos que desempenham a importante função de

associação mutualística com as raízes das plantas, formando as micorrizas. Dentre

a diversidade de fungos existentes, estão os fungos ectomicorrízicos, os quais as

células fúngicas não penetram na parede celular da planta, estes organismos se

distribuem nos espaços intracelulares (SULZBACHER, 2009 apud WANG; QIU,

2006).

Desde muitos anos os fungos vêm sendo utilizados na indústria alimentícia e

farmacêutica. Outra utilização bastante importante destes microorganismos é na

agricultura, no controle biológico de insetos-praga e de doenças causadas por outros

fungos, há também uma grande perspectiva quanto à utilização dos fungos

micorrízicos como promotores de crescimento das plantas (MAIA, et al., 2010).

Os fungos pertencentes ao gênero Trichoderma, possuem grande potencial para

o controle de patógenos, assim como para a promoção do crescimento das plantas.

Existem pesquisas com diferentes culturas que comprovam essa capacidade desses

bioagentes, porém ainda há necessidade de se realizar mais pesquisas nesse

sentido, principalmente sobre a ação na promoção do crescimento em ausência de

patógenos (MACHADO et al., 2012).

No Estado do RS até então existia apenas um banco de fungos deste tipo, que é

o banco de fungos da Universidade Federal de Santa Maria. Hoje, a FEPAGRO

Florestas possui uma coleção de 48 isolados, 17 destes foram doados pelo banco

de fungos micorrízicos da UFSM e os outros 31 foram coletados e isolados pela

pesquisadora Gerusa Stefenn, no período de março a agosto deste ano.

O estabelecimento deste banco de fungos representa a possibilidade de

realização de pesquisas dentro da Fepagro, buscando contribuir para o

conhecimento dos usos e aplicações destes fungos em atividades agroflorestais.

Além disso, amplia o hall de espécies das quais a Fepagro é detentora e

preservadora de germoplasma.

Além dos 48 isolados micorrízicos, estão presentes no banco da Fepagro

Florestas, quatro isolados saprofíticos e dois isolados lignocelulolíticos, os quais

apresentam grande potencial de uso industrial (Figura 14).

Page 26: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 14 – Banco de Fungos armazenados na FEPAGRO Florestas. Santa Maria,

RS, 2013.

3.2.4 Estabelecimento de uma coleção, in vitro, de espécies nativas do Bioma Pampa com potencial forrageiro

Com o objetivo de realizar a conservação in vitro de espécies de forrageiras

nativas do Bioma Pampa, a pesquisa está em fase de testes para o estabelecimento

dos explantes.

Este trabalho abrange as seguintes espécies: Axonopus affinis, Brisa suberistata,

Paspalum notatum, Desmodium incanum, Mnesithea selloana, Stipa setigea.

Os exemplares das espécies foram coletados na região do Pampa Gaúcho e

estão atualmente preservadas na casa de vegetação da FEPAGRO (Figura 15).

Figura 15 – Mudas das espécies nativas do Bioma Pampa utilizadas para o projeto.

Santa Maria, RS, 2013.

Page 27: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Inicialmente os explantes foram extraídos das amostras de plantas, utilizando

partes da planta com crescimento ativo, após serem desinfetados através da

lavagem em água+detergente comercial (2 gotas/100ml) por dois minutos, seguida

da imersão em solução de hipoclorito de sódio a 2,5% por aproximadamente 15

minutos, em seguida realizar cinco lavagens em água destilada (Figura 16).

Figura 16 – Desinfestação dos explantes de espécies forrageiras nativas do Bioma

Pampa. Santa Maria, RS, 2013.

Testes foram realizados para a propagação in vitro através de sementes de

Desmodium incanum, os resultados para o estabelecimento mostrou-se favorável

em comparação à repicagem de explantes.

O material se encontra na Sala de Incubação da FEPAGRO, sob condições de

temperatura e luz controlada (Figura 17).

Figura 17 – Explantes de espécies forrageiras nativas do Bioma Pampa na Sala de

Incubação da FEPAGRO Florestas. Santa Maria, RS, 2013.

Page 28: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

3.2.5 Semeadura in vitro de Bauhinia forficata para uso como fonte de explantes

O experimento possui o objetivo de multiplicar in vitro, exemplares de Bauhinia

forficata para utilização como fonte de explantes.

As sementes utilizadas foram provenientes do banco de sementes da FEPAGRO

Florestas. O primeiro procedimento realizado para a semeadura foi a desinfecção

das sementes através da aplicação de bactericida e três tipos de fungicidas em

combinação com hipoclorito (5%) e alcool 70% (Figura 18).

Figura 18 – Substâncias utilizadas para a desinfecção das sementes de pata-de-

vaca (Bauhinia forficata) (a) e semeadura das sementes em meio de cultura (b).

Santa Maria, RS, 2013.

(a) (b)

O meio de cultura utilizado é composto por água, sacarose (30g/L) e Agar (7g/L).

Todos os procedimentos foram realizados em câmara de fluxo laminar, para controle

da contaminação.

O material se encontra em desenvolvimento na sala de incubação do Centro de

Pesquisas em Florestas da FEPAGRO, sob condições controladas de temperatura e

luminosidade, com 25 C° de temperatura e fotoperíodo de 16 horas (Figura 19).

Page 29: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 19 – Plântulas de pata-de-vaca acondicionadas na sala de incubação de

culturas da FEPAGRO. Santa Maria, RS, 2013.

Futuramente, após o estabelecimento do cultivo in vitro, ocorrerá a transferência

dos explantes para o meio de multiplicação constituído por macro e micronutrientes

como também o regulador de crescimento BAP (6 – benzilaminopurina) para

proporcionar o crescimento de novas gemas, procedimento que será realizado com

o corte do sistema radicular e alguns seguimentos foliares, dando sequência a

primeira fase da clonagem. A próxima fase do cultivo será o enraizamento in vitro,

após o estabelecimento da cultura enraizada os explantes serão transplantados para

substrato específico e passarão para a fase de aclimatação em viveiro.

3.2.6 Efeito de Nitrato de Potássio na quebra de dormência de sementes de Schinus molle.

Esta pesquisa busca verificar o efeito de KNO3 (Nitrato de Potássio) na quebra de

dormência de sementes de Schinus molle.

As sementes utilizadas são provenientes do banco de sementes da FEPAGRO

Florestas, antecedendo o procedimento de semeadura as mesmas tiveram as

cascas dos frutos removidas e foram submetidas à água corrente.

Em câmara de fluxo laminar, as sementes foram desinfetadas com detergente

neutro comercial, água destilada e hipoclorito para evitar a contaminação. Em

seguida deu-se inicio ao processo de semeadura em papel germiteste, onde aplicou-

se cerca de 5ml de KNO3 em cada repetição, que foram armazenados em caixa

gerbox (Figura 20).

Page 30: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 20 – Desinfecção (a) e semeadura (b) de sementes de pata-de-vaca

realizadas em câmara de fluxo laminar na FEPAGRO Florestas. realizados em

câmara de fluxo laminar

(a) (b)

3.3 Experimentos e trabalhos desenvolvidos

3.3.1 Micorrização de Anadenanthera macrocarpa com esporos de Scleroderma citrinum

O experimento teve como objetivo avaliar a capacidade de micorrização do fungo

ectomicorrízico Scleroderma citrinum em plântulas de angico vermelho

(Anadenanthera macrocarpa).

Inicialmente realizou-se a preparação do substrato, o solo utilizado para a

composição do substrato foi coletado em área de campo nativo, para evitar a

presença de esporos ectomicorrízicos. O solo foi seco ao ar e peneirado em malha

de 2 mm. Para proporcionar maior porosidade ao substrato, foi adicionado casca de

arroz carbonizada (25%) ao solo.

As sementes das espécies florestais utilizadas no experimento foram obtidas do

banco de sementes do Centro de Pesquisa em Florestas da Fepagro. Foi realizada a

quebra de dormências das sementes de pinus através da imersão em água a

temperatura ambiente durante 24 horas.

Para o preparo do inoculante de fungo ectomicorrízico utilizou-se esporocarpos

maduros de Scleroderma citrinum coletados em campo natural localizado sob a copa

de um exemplar de Pinus echinata no Centro de Pesquisa em Florestas da Fepagro

Page 31: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

(Figura 21). Os fungos foram levados ao laboratório, para a retirada dos esporos e

posterior pesagem dos mesmos.

Figura 21 – Fungo Scleroderma citrinum utilizado como inoculante em plântulas de

angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa). Santa Maria, RS, 2013.

Foram utilizados sete esporocarpos maduros, totalizando 38 gramas de esporos.

Em seguida ocorreu o preparo do substrato que recebeu a inoculação de esporos

do fungo S. citrinum com auxílio de betoneira. Para isso, 38 gramas de esporos

foram cuidadosamente adicionados a 25 litros de substrato, totalizando 1,5 gramas

de esporos de fungo por litro de substrato. O processo de homogeneização do

material ocorreu durante cinco minutos, aproximadamente, em betoneira fechada

com plástico para evitar a dispersão dos esporos.

A obtenção do óleo essencial de Eucalyptus citriodora e Pinus echinata foi

realizada através da técnica de hidrodestilação das folhas frescas (VITTI e BRITO,

2003). As folhas coletadas foram cortadas em pedaços de 2 cm e colocadas em

balão de fundo redondo no aparelho de Clevenger modificado (SERAFINI e

CASSEL, 2001), mantendo-se água destilada em ebulição dentro do recipiente, por

meio de aquecedor externo. Os componentes vegetais extraídos, após a passagem

do destilado por um condensador, foram coletados e mantidos sob refrigeração a 4o

C, até sua utilização para induzir a micorrização das futuras mudas.

O experimento foi instalado no dia 7 de julho de 2013. Foram utilizados os

seguintes tratamentos: 1) Angico vermelho; 2) Angico vermelho + esporos do fungo;

3) Angico vermelho + esporos do fungo + óleo essencial de pinus; 4) Angico

vermelho + esporos do fungo + óleo essencial de eucalipto; 5) Pinus elliottii e 6) P.

elliottii + esporos do fungo (Figura 22).

Page 32: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 22 – Detalhe dos tratamentos com inoculação de Scleroderma citrinum em

plântulas de angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa) e de P. elliottii. Santa

Maria, RS, 2013.

O tratamento P. elliottii que recebeu esporos de S. citrinum foi utilizado como

controle positivo da micorrização, visto que espécies do gênero Pinus são

hospedeiros desta espécie de ectomicorriza (Figura 23).

Figura 23 – Controle positivo da micorrização com Scleroderma citrinum em P.

elliottii. Santa Maria, RS, 2013.

Foram utilizados tubetes plásticos com capacidade de 100 cm3, os quais foram

preenchidos com o respectivo substrato, de acordo com o tratamento. Em seguida,

ocorreu a semeadura das duas espécies florestais, adicionando-se duas sementes

por tubete. Após esta etapa, os tubetes foram irrigados e dispostos em casa de

vegetação.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com seis

tratamentos e cinco repetições, sendo cada repetição composta por seis plantas.

A reposição da umidade foi realizada diariamente, adicionando-se água destilada.

Em intervalos de 25 dias, foi realizada aplicação de solução nutritiva de Hoagland e

Arnon (1951).

Page 33: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Para aplicação dos óleos essenciais de E. citriodora e P. echinata foram

solubilizados em etanol 96,5% na proporção de 1:1 (v/v), conforme metodologia

proposta por Fabrowski et al. (2003). Sobre o substrato dos tratamentos

correspondentes, foram aplicados 4 mL da solução contendo óleo essencial

solubilizado por tubete, na concentração de 40 µL L -1 para o óleo de eucalipto e 30

µL L-1 para o óleo de pinus. As aplicações ocorrem aos 15 dias após a semeadura.

A primeira avaliação será realizada 90 dias após a instalação do experimento,

tempo necessário para verificar se ocorreu a micorrização das mudas.

3.3.2 Entomofauna associada a galhos de Acacia mearnsii cortados por serradores

O cultivo de Acacia mearnsii (Fabaceae) é vinculado principalmente à geração de

energia, produção de celulose e extração de tanino. Coleópteros de hábito serrador

são os principais insetos depredadores da acácia-negra, em função do corte de

galhos e fustes realizado pelas fêmeas para a oviposição. Apesar da problemática

do serrador, pouco se sabe a respeito do complexo de organismos ligados a este

sistema. A identificação dos insetos associados é indispensável para o manejo

ecológico destas espécies.

Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo registrar os grupos que

compõe a entomofauna associada aos galhos de A. mearnsii afetados pela ação de

insetos serradores.

Foram realizadas coletas sazonais de galhos de acácia-negra cortados por

serradores, em plantio homogêneo no município de Encruzilhada do Sul, RS.

Até o momento, as amostragens foram efetuadas em novembro de 2012,

fevereiro e abril de 2013, perfazendo 216 galhos coletados.

Em laboratório os galhos foram mensurados (diâmetro e comprimento) e isolados

em sacos de tecido voile, que serão mantidos por um ano após a coleta sob

condições controladas (25◦C ± 1; UR. 60% ±10; 16h de fotofase), regularmente os

galhos são umedecidos e observados (Figura 24).

Page 34: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 24 – Sacos de tecido contendo os galhos de A. mearnsii atacados pelo

serrador-da-acácia-negra. Santa Maria, RS, 2013.

Os insetos emergidos foram contabilizados, sacrificados e acondicionados em

microtubo (1,5 ml), contendo álcool 70% (Figura 25).

Figura 25 – Insetos de serrador-de-acácia-negra obtidos dos galhos coletados.

Santa Maria, RS, 2013.

Posteriormente os insetos foram identificados com auxílio de chaves para

famílias, e enviados para especialistas (Figura 26).

Page 35: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 26 – Insetos de serrador-da-acácia-negra montados para serem enviados aos

especialistas. Santa Maria, RS, 2013.

Até o momento foram registrados 75 indivíduos distribuídos em 13

morfoespécies. A maioria deles (50 indivíduos e nove morfoespécies) é pertencente

à ordem Coleoptera e família Cerambycidae. Os cerambicídeos estão representados

pelas subfamílias Cerambycinae e Lamiinae, contendo 25 indivíduos cada, e

respectivamente cinco e quatro morfoespécies.

A espécie de cerambicídeo mais abundante foi Compsocerus violaceus (White,

1853) (n=17), no entanto esta não é considerada uma espécie de serrador e pode

ter ocupado os galhos após a sua queda. Neste estudo, duas morfoespécies

pertencentes à subfamília Lamiinae, possivelmente podem ser consideradas

serradoras, porém é necessária a confirmação com especialista. Hymenoptera foi a

segunda ordem ocorrente, apresentando 25 indivíduos e quatro morfoespécies, e

está representada pelas famílias Braconidae, Eupelmidae e Pteromalidae. Estas

famílias abrigam espécies de parasitoides que atuam como reguladores

populacionais, por causarem a morte de seus hospedeiros.

Tais resultados, apesar de ainda preliminares, demonstram uma diversidade

composta por insetos de hábitos diferenciados, incluindo inimigos naturais que

podem contribuir para o equilíbrio entre as espécies de organismos vinculados ao

cultivo de A. mearnsii, e em especial para a supressão dos serradores.

Os resultados deste trabalho serão apresentados em forma de resumo simples no

2º Salão de Iniciação Científica e Inovação Tecnológica da Fepagro, nos dias 9 e 10

de outubro de 2013, na cidade de Porto Alegre.

No entanto a mesma segue em atividade no Centro de Pesquisas em Florestas

da FEPAGRO, para implementação de técnicas de controle biológico para

supressão de espécies de serradores ocorrentes em plantio de acácia-negra.

Page 36: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

3.3.3 Diversidade de fungos em fragmentos florestais

Estudos de diversidade e ecologia de fungos em povoamentos florestais são

importantes para a compreensão das interações existentes entre estes

microrganismos e as plantas.

O objetivo do trabalho foi coletar, identificar e classificar fungos encontrados em

fragmentos florestais.

Este levantamento ocorreu no período de abril a julho de 2013, no município de

Santa Maria (RS), em fragmentos de pinus, acácia negra, eucalipto, espécies

nativas, bem como em campos naturais próximos a fragmentos florestais.

Foram encontradas 31 espécies de fungos, sendo 22 espécimes considerados

ectomicorrízicos, quatro saprofíticos e cinco lignocelulolíticos. Dentre os fungos

ectomicorrízicos, foram encontradas 22 espécies pertencentes a dez gêneros

distintos: Amanita (3 espécies), Calvatia, Descomyces, Gymnopilus, Lactarius,

Pisolithus, Ramaria, Russula (4 espécies), Scleroderma (5 espécies), Suillus (4

espécies) (Figura 27).

Figura 27 – Fungos micorrízicos coletados em fragmentos florestais: Amanita

muscaria (A), Amanita sp. (B), Suillus sp. (C), Scleroderma citrinum (D), Ramaria

toxica (E), Pisolithus sp. (F), Gymnopilus spectabilis (G), Lactarius deliciosus (H),

Calvatia sp. (I), Rhizopogon sp. (J), Russula sp. (K) e Descomyces sp (L). Fotos:

Gerusa P. K. Steffen. Santa Maria, RS, 2013.

Page 37: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Foram encontrados fungos saprofíticos pertencentes aos gêneros Macrolepiota (2

espécies), Lepiota e Leucoagaricus (Figura 28).

Figura 28 – Fungos saprofíticos encontrados em fragmentos florestais na região

central do estado do RS: Lepiota SP (a); Leucoagaricus sp. (b); Macrolepiota sp. (c);

Macrolepiota sp. (d). Santa Maria, RS, 2013.

(a) (b) (c) (d)

Dentre os lignocelulolíticos, foram encontrados espécimes dos gêneros

Ganoderma (3 espécies), Lepista e Stropharia (Figura 29).

A B C D

E F G H

I J K L

Page 38: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

Figura 29 – Fungos lignocelulíticos encontrados em fragmentos florestais na região

central do estado do RS: Ganoderma sessile (a); Ganoderma tornatum (b); Lepista

sp. (c); Stropharia rugosoannulata(d). Santa Maria, RS, 2013.

(a) (b) (c) (d)

Amostras dos exemplares de fungos coletados neste estudo foram armazenadas

para possibilitar a realização de estudos moleculares. A maioria das espécies foi

isolada e preservada para a criação de banco de fungos e de herbário,

respectivamente, na FEPAGRO.

Este trabalho demonstrou a existência de grande diversidade de fungos em

fragmentos florestais de Santa Maria, demonstrado o potencial destes locais como

fonte de inóculo micorrízico e a importância destes ambientes para a preservação do

patrimônio genético.

O presente estudo foi enviado para apresentação como resumo expandido no

XXVII Congresso Nacional de Estudantes de Engenharia Agrícola e Engenharia

Agrícola e Ambiental (CONEEAGRI 2013), que acontecerá entre os dias 22 e 27 de

setembro de 2013, em Alegrete – RS.

Page 39: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

39

4 CONCLUSÕES

Acompanhar as atividades realizadas no centro de pesquisas em florestas

permitiu conhecer a rotina de uma instituição que dedica-se basicamente a pesquisa

científica, evidenciando a importância deste órgão para o desenvolvimento do setor

florestal e agrícola. O período de estágio na FEPAGRO proporcionou um

aprendizado em metodologias não vivenciadas durante a graduação, assim como foi

de grande valia a convivência e a troca de experiências com os profissionais da

FEPAGRO.

Page 40: Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS

40

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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