8/7/2019 Centro de So Paulo ganha 63 mil habitantes

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Sbado, 30/04/11

CENTRO DE SP GANHA 63 MIL HABITANTESDez distritos inverteram tendncia de queda registrada desde os anos 1990 e agora populao cresce maisque a mdia de toda a cidade.Daniel Trielli, Rodrigo Brancatelli e William Cardoso - O Estado de S.Paulo

O centro de So Paulo inverteu a tendncia de queda dos anos 1990 e viu o nmero de moradoresaumentar acima da mdia entre 2000 e 2010. Enquanto a populao paulistana cresceu 7,9% na ltima dcada, ado centro aumentou 15,4%, um ganho de 63.774 habitantes. Boa infraestrutura, facilidade nos deslocamentos euma rede de servios foram redescobertos por quem escolheu, na ltima dcada, morar em locais como S,

Repblica, Santa Ceclia ou Bela Vista.Entre os dez distritos centrais da capital paulista, apenas um, a Consolao, teve um aumento de

populao menor que a mdia da cidade. Mesmo assim, cresceu 5,2% - mais que Pinheiros, na zona oeste, porexemplo (3,8%). De 1991 a 2000, a S assistiu fuga de 26% de seus habitantes. Nos ltimos dez anos, reverteu atendncia de queda com um aumento de 17,6% no nmero de moradores. O Bom Retiro teve um crescimentopopulacional de 27,4%, entre 2000 e 2010, depois de ter perdido 26,4% nos anos 1990.

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Embora diferentes, dados da SecretariaMunicipal de Habitao divulgados nesta semana japontavam a volta do crescimento do centropaulistano. Segundo a prefeitura, oito distritos docentro ganharam 12 mil habitantes entre 2000 e 2010,e a populao chegou a 411 mil.

O auxiliar administrativo Osmar Pereira,de 22 anos, chegou Bela Vista h trs anos. Elemorava a cerca de 70 quilmetros dali, em Juquitiba,no sudoeste na Regio Metropolitana, e optou porficar mais prximo dos estudos e do servio, naRepblica. Ele diz que, fora a economia de tempo emrelao aos deslocamentos, ganhou tambm com ainfraestrutura do centro. "Tenho tudo o que precisopor perto: farmcia, shopping, teatro, cinema,mercado. Por isso se tornou uma excelente opo.

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Arrancada. Segundo a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade deSo Paulo Heliana Comin Vargas, a mudana dos prdios da administrao pblica para o centro, no fim dos anos1990, foi o pontap para o redescobrimento da regio. "Deram a grande arrancada, porque trouxeram funcionrioscom renda fixa mais elevada e alguns acabaram optando por ficar mais prximo do trabalho.

Para Heliana, existe uma parcela da populao que se ope ao estilo de vida proposto pelos grandescondomnios de alto padro, semelhantes aos clubes, e que encontra justamente nos imveis da regio central atranquilidade que procura. "Eles preferem apartamentos confortveis, sem muito barulho e outros incmodos.

O urbanista Nabil Bonduki afirma que esse processo poderia ter ocorrido de forma mais intensa nosltimos anos, com mais investimentos e uma poltica de estmulo ocupao por parte do poder pblico. Oespecialista tambm ressalta que o centro deve servir tambm como opo de moradia para a populao de baixa

renda. "No deve se tornar uma rea de excluso social.

O mercado imobilirio, porm, projeta outro destino para o centro de So Paulo. Segundo o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locao e Administrao de Imveis Residenciais eComerciais de So Paulo (Secovi-SP), Claudio Bernardes, a tendncia que os bairros centrais se tornem cada vezmais o destino de famlias com alto poder aquisitivo, que trabalham nas proximidades da regio.

"Hoje, os moradores do centro so os que j trabalham ali, estudantes, ou quem vem de fora de So

Paulo", explica Bernardes. "No futuro, vai voltar a ter o charme das regies centrais de outras cidades, com umaumento no valor dos imveis. um indutor desenvolvimento para o comrcio local tambm.

Segurana. Em vrios aspectos, todos os especialistas concordam: a presena de mais pessoas nocentro deve aumentar a sensao de segurana de quem pretende caminhar pelas ruas. Apesar do crescimentopopulacional da ltima dcada, o centro ainda visto como um local formado principalmente porestabelecimentos comerciais. Por isso, passa 12 horas por dia e dois dias por semana sem fluxo de pessoas. "Ondeno se tem o olhar humano, h abertura para atividades ilcitas", diz a professora da FAU.