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SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PARANAVAÍ CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS, NEWTON GUIMARÃES ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARANAVAÍ - PARANÁ 2010 1

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS … · patronato de escolas nas cidades de Paranavaí, Maringá e Londrina, vindo a falecer em 16/08/64, em Curitiba

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SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PARANAVAÍ

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS,

NEWTON GUIMARÃES ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO

POLÍTICO-PEDAGÓGICO

PARANAVAÍ - PARANÁ

2010

1

Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe.

Somos agricultores, esperando a colheita, porque a queremos

muito,

porque conhecemos as sementes, a terra, os ventos e a chuva,

porque avaliamos as circunstâncias

e porque trabalhamos seriamente.

Danilo Gandin

2

SUMÁRIO

1.0 APRESENTAÇÃO..................................................................... 1

2.0 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLARIZAÇÃO.......................... 3

2.1 Identificação................................................................................ 3

2.2. Histórico da Instituição Escolar................................................... 3

2.3. Cursos Autorizados e Reconhecidos.......................................... 4

2.3.1 Decreto de funcionamento do Estabelecimento de Ensino........ 4

2.3.2 Cursos........................................................................................ 4

2.4. Caracterização dos Cursos Ofertados pelo CEEBJA................ 4

2.5. Exames de Suplência de Educação Geral................................ 6

2.6 Espaço Físico da Escola............................................................ 6

2.7 Quadro Geral de professores e Funcionários............................ 7

2.8. Perfil do Público da EJA............................................................. 7

3.0 OBJETIVOS............................................................................... 10

3.1 Objetivos Gerais......................................................................... 10

3.2 Objetivos Específicos................................................................. 10

4.0 MARCO SITUACIONAL............................................................. 11

4.1 Considerações Iniciais................................................................ 11

4.2 Contexto da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, no

Estado, no Município e na Escola............................................... 11

4.3 Análise Crítica das Contradições e Conflitos Presentes na

Realidade e suas Relações com a Prática Educativa................ 15

4.4 Recursos Materiais, Humanos e Financeiros que a Escola

possui para desenvolver o seu PPP........................................... 17

4.4.1 Biblioteca Escolar....................................................................... 17

4.4.2 O Laboratório e outros materiais de suporte pedagógico........... 17

3

4.4.3 Recursos Audiovisuais e Tecnológicos...................................... 19

4.4.4 Materiais de Apoio Didático........................................................ 20

4.4.5 Outros Recursos Físicos............................................................. 20

4.4.6 Recursos Financeiros................................................................. 21

4.4.7 Aspectos Físicos do Prédio Escolar........................................... 21

4.4.8 Análise do Espaço Compartilhado.............................................. 21

5.0 MARCO CONCEITUAL.............................................................. 23

5.1 Considerações Iniciais................................................................ 23

5.1.1 Concepção de Mundo e Sociedade............................................ 23

5.1.2 Concepção de Homem............................................................... 29

5.1.3 Concepção de Cidadania............................................................ 29

5.1.4 Concepção de Educação............................................................ 30

5.1.5 Concepção de Escola................................................................. 31

5.1.6 Concepção Curricular................................................................. 32

5.1.7 Concepção de Avaliação............................................................ 35

5.1.8 Concepção de Gestão Democrática........................................... 36

5.1.9 Princípios Norteadores da Educação de Jovens e Adultos........ 38

5.1.10 Filosofia e Princípios Didático-Pedagógicos da Educação de

Jovens e Adultos......................................................................... 41

6.0 MARCO OPERACIONAL........................................................... 45

6.1 Considerações Iniciais................................................................ 45

6.2 Critérios de Organização dos Espaços Físicos.......................... 45

6.3 Gestão democrática como operacionalizadora do PPP............. 45

6.3.1 Conselho Escolar........................................................................ 46

6.3.2 APAMF........................................................................................ 47

6.3.3 Grêmio Estudantil....................................................................... 47

4

6.3.4 Conselho de Classe.................................................................... 47

6.3.5 Outros espaços Privilegiados para Discussão e Análise das

Práticas Educativas da Escola.................................................... 48

6.4 Responsabilidades dos Recursos Humanos que prestam

serviço à Unidade Escolar.......................................................... 48

6.4.1 Direção Escolar........................................................................... 48

6.4.2 Professor Pedagogo................................................................... 49

6.4.3. Coordenações ............................................................................ 52

6.4.3.1 Coordenador geral...................................................................... 52

6.4.3.2 Coordenador Itinerante .............................................................. 54

6.4.3.3 Coordenador de Exames Supletivos.......................................... 54

6.4.4 Docentes.................................................................................... 55

6.4.5 Secretaria e Apoio Administrativo............................................... 58

6.5 Qualificação dos Ambientes Pedagógicos................................. 59

6.5.1 Biblioteca Escolar....................................................................... 59

6.5.2 Laboratório.................................................................................. 60

6.5.3 Recursos Tecnológicos............................................................... 60

6.6 Elaboração do Calendário Escolar............................................. 61

6.7 Formação Continuada dos Profissionais da Educação.............. 61

6.8 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas nos Níveis

Fundamental e Médio................................................................ 62

6.8.1 Outros Aspectos que integram a Avaliação Escolar................... 63

6.8.1.1 Recuperação de Estudos............................................................ 63

6.8.1.2 Aproveitamento de Estudos........................................................ 63

6.8.1.3 Classificação e Reclassificação.................................................. 63

6.9 Avaliação Institucional................................................................ 63

5

6.10 Linhas Gerais de Ações a serem efetivadas pela Comunidade

Escolar........................................................................................ 64

6.11 Avaliação do Projeto Político-Pedagógico.................................. 68

7.0 CONCLUSÃO............................................................................. 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 72

ANEXOS..................................................................................... 74

6

1. APRESENTAÇÃO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96, em seu

artigo 12, inciso I, prevê que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas

comuns e as do seu sistema de ensino, tem a incumbência de elaborar e executar

sua proposta pedagógica”, deixando explícita a idéia de que a escola não pode

prescindir da reflexão sobre a intencionalidade educativa.

Diante disso, a escola condiciona-se à construção do seu Projeto Político-

Pedagógico, evidenciando nele a intencionalidade e a clareza dos processos

decorrentes de sua ação educativa.

Portanto, construir o PPP não é tarefa simples, até porque pressupõe o

envolvimento de todos que compõem a comunidade escolar, discutindo, refletindo,

superando contradições e consensuando juntos o melhor caminho a seguir.

A própria palavra projeto deriva do latim projecto, e segundo FERNANDES,

LUFT e GUIMARÃES, 1999, p. 541, significa “plano geral de um trabalho, desígnio,

empreendimento, iniciativa”. Por essa conceituação etimológica, simples e objetiva,

clarifica-se a importância de compreender o Projeto Político - Pedagógico como

documento norteador, que traz em si as aspirações e ações de melhoria que a

escola for capaz de pensar para sua realidade escolar.

ANDRÉ (2011) informa que o PPP é “político” no sentido de compromisso

com a formação do cidadão para um tipo de sociedade; é pedagógico porque

possibilita a efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão

participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo (VEIGA, 2001).

LIBÂNEO (2011) afirma que o projeto pedagógico deve ser compreendido

como instrumento e processo de organização das escolas, tendo em conta as

características do instituído e do instituinte.

VASCONCELHOS (1995) reforça este entendimento, afirmando que o projeto

pedagógico é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os

desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente,

sistematizada, orgânica e participativa, permitindo a resignificação da ação de todos

os agentes da instituição escolar.

7

Neste sentido, ao se elaborar o PPP do CEEBJA Newton Guimarães, Ensino

Fundamental e Médio, se buscou o engajamento coletivo para integrar ações

educacionais, criar sinergias, e, posteriormente, apresentar no documento o

resultado da reflexão da realidade da escola, considerando que a mesma faz parte

de um contexto mais amplo que é influenciada por ele e que também é capaz de

exercer sua influência.

Esta escola também tem a clareza que o PPP não existe para ficar

engavetado, que vai além do agrupamento de planos de ensino e atividades

diversificadas, pois é um instrumento de trabalho que mostra o rumo por onde a

instituição deve seguir e que deve ser realimentado sempre que necessário.

Portanto, o mesmo foi construído a partir do desenvolvimento dos três marcos:

marco situacional, marco conceitual e marco operacional, precedidos pela

caracterização da escola.

No marco situacional se fez uma explicitação da visão geral da realidade da

educação de jovens e adultos, no marco conceitual uma revisão da literatura com

evidências das concepções que a escola defende e no marco operacional estão

relacionadas às atividades a serem desenvolvidas para melhorar a realidade escolar.

Certamente para que as ações traçadas neste PPP apresentem resultados

satisfatórios, exigirá o compromisso político-pedagógico de toda comunidade escolar.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

2.1. Identificação:

• Denominação da instituição: Centro Estadual de Educação Básica para

Jovens e Adultos, Newton Guimarães, Ensino Fundamental e Médio.

• Endereço: Rua Bahia, 151, centro, Paranavaí - Pr

• Tefefone-fax: (44) 34223-5844

• CEP: 87.704.040

• E-mail: [email protected]

• Site: www.pvaceebjanewton.seed.pr.gov.br

• CNPJ/MF: 76.416.965/0001-21

• Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná

2.2. Histórico da Instituição Escolar

A Escola Estadual Newton Guimarães - Ensino Fundamental e Médio é o mais

antigo Estabelecimento de ensino desta cidade, criado pelo decreto 4.123 de

06/09/1948, designado Grupo Escolar de Paranavaí.

Em 03/09/1960, após a inauguração de seu prédio de alvenaria, recebeu o

nome de Grupo Escolar Newton Guimarães, em homenagem ao professor Newton

Guimarães, nascido em Paranaguá em 05/03/1889, e dedicou 50 anos de sua vida

ao ensino do Estado do Paraná, ocupando os mais diversos cargos atinentes à sua

carreira. Foi também o fundador do primeiro grupo de escoteiros do Estado. Além

das diversas homenagens que recebeu durante sua carreira, foi honrado com o

patronato de escolas nas cidades de Paranavaí, Maringá e Londrina, vindo a falecer

em 16/08/64, em Curitiba.

A partir de 04/01/77, através do decreto 2.777, esta escola recebeu a

denominação de Escola Newton Guimarães Ensino Regular e Supletivo de 1º grau,

pertencendo ao Complexo Miljutin Kojeg.

Com a resolução 1645/83, de 19/05/83, recebeu a denominação de Escola

Estadual Newton Guimarães Ensino de 1º grau Regular e Supletivo.

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Atuaram como diretoras desta escola, as professoras: Enira de Morais Ribeiro,

Jeny Miranda Lorenzetti, Flauzina Dias Viegas, Eline de Oliveira Mendes, Cleusa

Fátima Scaliante Wiese, Salete Aparecida Santos e Arlete Zarur Pereira. Atualmente,

é administrada pela diretora Amanda Letícia Pessoto Bana com o apoio dos

professores, da equipe pedagógica e demais funcionários da escola.

Atualmente esta escola oferece à comunidade, no período noturno, Educação

de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental e Médio. Essa modalidade foi

implantada através da resolução nº 031 de 05/01/89. Hoje funciona com o nome de

Centro Estadual de Educação Básica para jovens e adultos, Newton Guimarães,

Ensino Fundamental e Médio, atende na sede da escola, no CENSE (Centro

socioeducativo de Paranavaí), no bairro Santos Dumont, no distrito do Sumaré,

Mandiocaba e Graciosa, nos municípios da região do Núcleo Regional de Educação

de Paranavaí: Mirador, Amaporã (cidade e assentamento) e Nova Aliança do Ivai,

através de Ações Pedagógicas Descentralizadas (APEDs).

2.3. Cursos Autorizados e Reconhecidos

2.3.1. Decreto de Funcionamento do Estabelecimento de Ensino: 2.777/77 DOE de

07/01/77

2.3.2. Cursos

Cursos Autorizados Número das AutorizaçõesEJA - Ensino Fundamental (Presencial) 1789 de 15/08/2001EJA - Ensino Médio (Presencial) 1789 de 15/08/2001

Cursos Reconhecidos Número dos ReconhecimentosEJA - Ensino Fundamental (Presencial) 1789 de 15/08/2001EJA - Ensino Médio (Presencial) 1789 de 15/08/2001

2.4. Caracterização dos Cursos Ofertados pelo CEEBJA

O CEEBJA Newton Guimarães EFM, tem como finalidade, ofertar

escolarização para jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade aos seus

1

estudos tanto no ensino fundamental como no ensino médio, assegurando-lhes

oportunidades apropriadas, considerando suas características, interesses, condições

de vida e de trabalho.

Portanto, esta escola oferta a FASE I, a FASE II e a FASE III, da Educação de

Jovens e adultos, numa organização asseriada, por disciplina, mediante ações

didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais, que contempla o total de carga

horária estabelecida na matriz curricular do Ensino Fundamental e Médio, com

avaliação no processo.

Para que o processo seja executado a contento, são estabelecidos planos de

estudos e atividades tanto no atendimento individual como no coletivo, sendo que os

educandos têm como orientação um guia de estudos.

Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas é organizada através

dos atendimentos coletivos e individuais, ficando a critério do educando escolher a

maneira que melhor se adapte às suas condições e necessidades, ou mesmo

mesclar essas formas de estudos, ou seja, cursar algumas disciplinas organizadas

coletivamente e outras individualmente, de acordo com a disponibilidade de tempo

que o aluno possuir para freqüentar a escola.

A organização coletiva é programada pela escola, através de elaboração de

cronogramas, que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início

e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do

currículo. A mediação pedagógica ocorre priorizando o encaminhamento dos

conteúdos de forma coletiva, considerando os saberes adquiridos na história de vida

dos educandos.

A organização individual é programada pela escola e oferecida aos educandos

por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas,

contemplando mais intensamente a relação pedagógica personalizada e o ritmo

próprio do estudante, às suas condições de vinculação à escolarização.

A freqüência mínima dos cursos é de 75% (setenta e cinco por cento) da

carga horária prevista para cada disciplina, na organização individual ou coletiva, do

Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

1

Os níveis de ensino é o ensino fundamental (Fase I e Fase II) e ensino médio

(Fase III).

As referências de oferta de escolarização do Ensino Fundamental – Fase I e II

e Ensino Médio - Fase III, são as Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA, as

Diretrizes do Estado do Paraná da EJA, e as Diretrizes Curriculares do Paraná das

respectivas disciplinas.

Tanto o Ensino Fundamental como o Ensino Médio são descentralizados na

cidade sede da escola e nos municípios que compõem o Núcleo de Educação de

Paranavaí, através das APEDs - Ações Pedagógicas Descentralizadas, que são

efetivadas em situações em que a escolaridade existente não dá conta de acolher

esse público pelas suas especificidades diferenciadas, tratando-se de grupos sociais

com perfis e necessidades próprias, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo

critérios estabelecidos pela mesma Secretaria Estadual de Educação em instrução

própria.

2.5. Exames de Suplência de Educação Geral

A escola é credenciada junto a Secretaria do Estado da Educação para a

aplicação Exames Supletivos e Exames on-line atendendo ao disposto na Lei n.º

9394/96, organizados pela SEED/Paraná, com aprovação do Conselho Estadual de

Educação, e que possui Edital próprio.

2.6. Espaço Físico da Escola

Ambientes Pedagógicos Ambientes Administrativos e outros10 salas de aulas01 sala de equipe pedagógica01 laboratório de informática01 Biblioteca01 sala de material didático

01 sala de direção01 sala para secretaria01 almoxarifado01 depósito de merenda01 depósito01 banheiro feminino01 banheiro feminino01 banheiro deficiente físico01 banheiro dos professores

1

2.7. Quadro Geral de Professores e Funcionários

Quantidade Função Habilitação

1 Diretora Matemática04 Professor Pedagogo Pedagogia / Magistério e Orientação Educacional1 Professor Pedagogo Pedagogia Orient. Educacional – Letras Port.

Francês1 Coordenadora APED Letras/ Português – Inglês1 Coordenadora Exame

SupletivosLetras / Port. - Inglês

1 Secretária Pedagogia1 Agente Educacional lI Serviço Social1 Agente Educacional II Pedagogia (cursando)1 Agente Educacional II Administração1 Agente Educacional II Pedagogia

04 Agente Educacional I Ensino Médio1 Agente Educacional I Ens. Fundamental Incompleto

12 Professores Letras / Português - Inglês08 Professora Letras / Português - Espanhol01 Professora Matemática01 Professora Química03 Professora Física03 Professora Biologia01 Professora Geografia06 Professora Geografia03 Professora História01 Professora Filosofia01 Professora Sociologia01 Professora Ciências02 Professora Artes03 Professora Educação Física01 Professora EJA – Fase I01 Professora Programa Viva Escola01 Professora Readaptada

2.8. Perfil do Público da EJA

De maneira geral, a Educação de Jovens e adultos contempla um perfil de

alunos com histórias de vida e culturas muito diversificadas, entre eles podendo citar:

a população do campo, a população indígena, as pessoas em privação de liberdade,

muitas com necessidades especiais de educação, as donas de casas, os jovens e

1

adultos que abandonaram a escola uma ou mais vezes, pessoas que iniciam seus

estudos, mais tardiamente, assentados, trabalhadores ou não, entre outros.

Ao traçar o perfil dos educandos da Educação de Jovens e Adultos, portanto,

é necessário conhecer sobre suas histórias de vida, percebendo que quando

procuram essa modalidade de ensino, têm a necessidade da escolarização formal

seja pelas necessidades individuais ou pela exigência do mundo do trabalho.

Dessa maneira, não é muito diferente o perfil dos alunos desta escola. Dentre

eles, percebe-se que muitos já tiveram passagem pela educação formal regular em

nível de ensino fundamental 2º segmento e ensino médio e que não conseguiram

concluir seus estudos, quer por eventualidades na vida, quer pela falta de ânimo, ou

ainda, por não se identificarem com o modelo predominante que é o de uma escola

pouco flexível, com horários muito rígidos, com modelos pedagógicos tradicionais,

que não contribui para que os educandos-trabalhadores se ajustem pela própria

condição de vida “dura” que possuem.

Também compõem o quadro dos alunos desta escola, as pessoas mais

idosas, do sexo masculino e feminino, que sonham em ter uma escolarização mais

apurada, que almejam realizar leituras com melhor entendimento, que desejam

aprender à conversar melhor com os seus filhos e netos, tudo isto como propósito da

realização do sonho de estudar, e que antes não puderam concretizar por questões

ligadas à sobrevivência ou à desigualdade. No caso das alunas mulheres, sobretudo

pela vontade de não se sentirem inferiorizados na família, nos grupos que

freqüentam e de terem condição de exercer melhor o papel de cidadão na sociedade,

na qual estão inseridas.

Alunos jovens que sonham em dar prosseguimentos aos seus estudos,

desejosos de cursarem uma Universidade, ou que apenas desejam “arrumar” um

bom emprego também se fazem presente.

Donas de casa que sempre colocaram a família em primeiro lugar, e que

somente agora, depois dos filhos criados e também cursando a escola resolveram

dedicar-se a si mesmas.

1

Alunos com necessidades especiais, que procuram uma escola mais

amadurecida em termos de idade, por se sentirem pouco à vontade no meio das

crianças, e ainda, educandos vindos da zona rural.

Muitos jovens ainda não empregados, desempregados, empregados em

ocupações precárias, outros que tentam preservar o seu emprego, de idades e

experiências diversificadas, também compõem o número de alunos desta Unidade

Educativa.

Enfim, embora haja uma diversidade no perfil desses alunos, quando

conquistados, percebe-se uma unificação da aspiração: em todas as idades o desejo

de se formar, de se desenvolver e constituir conhecimentos e habilidades, que

transcendam o espaço da escola e conduzam à realização de si mesmos, na busca

da construção da felicidade, tendo a vontade do exercício da cidadania como

condição para a participação na sociedade.

A Resolução CNE/CEB nº 01/00 define que a Educação de Jovens e Adultos

considera os perfis dos estudantes, as faixas etárias e se pauta pelos princípios da

equidade, diferença e proporcionalidade na apropriação e contextualização das

Diretrizes Curriculares Nacionais e na proposição de um modelo pedagógico próprio.

Por tudo isso, o desafio da relação pedagógica deve ser marcado pelo

tratamento diferenciado no trato com os conteúdos, com métodos e tempos

intencionados ao perfil desses educandos, com vistas à permanência e à conclusão

de seus estudos na escola.

Assim, compete a Educação de Jovens e Adultos criar situações de ensino e

aprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos,

realizando suas funções: reparadora, equalizadora e permanente, bem como a

restauração do direito negado, o direito a uma escola de qualidade e o

reconhecimento da igualdade de todo e qualquer cidadão.

1

3. OBJETIVOS

3.1.Objetivos Gerais

• Utilizar os conhecimentos sobre a realidade cultural, política, social,

econômica para compreender o contexto no qual a escola está inserida,

aperfeiçoando a sua prática pedagógica para poder contribuir para a

transformação da sociedade atual.

• Conquistar a união de forças entre a comunidade escolar, visando à prática

pedagógica de maneira organizada e democratizada entre todos que dela

fazem parte.

• Garantir a formação humana com acesso à cultura, de modo que os

educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais,

com comportamento ético e compromisso político, através do

desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

3.2. Objetivos Específicos

• Direcionar linhas de ações para o dia-a-dia escolar consensuadas com as

normas da Secretaria de Estado de Educação.

• Incentivar professores e equipe técnico-administrativa a participarem

efetivamente da formação continuada visando à qualidade do ensino-

aprendizagem

• Proporcionar subsídios reflexivos para a construção de uma escola pautada

na gestão democrática, com vistas a contribuir para a formação da verdadeira

sociedade democrática.

• Favorecer a participação da comunidade na gestão democrática escolar,

integrando APAMF (Associação de Pais Alunos, Mestres e Funcionários do

CEEBJA), Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, buscando caminhos para a

solução dos problemas e iniciativas que a escola tiver que realizar.

• Refletir, discutir e agir contra a evasão escolar.

• Ampliar a oferta educacional da EJA para o período vespertino.

1

4. MARCO SITUACIONAL

4.1. Considerações Iniciais

Ao descrever o Marco Situacional apresenta-se:

• O contexto da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, tanto no estado

como na escola, se fazendo uma análise crítica das contradições e

conflitos presentes na realidade da sociedade brasileira e suas relações

com a prática educativa;

• Comentários sobre os recursos materiais, humanos e financeiros que a

escola possui para desenvolver o seu Projeto Político-Pedagógico;

• Analise das condições atuais do espaço físico que a escola ocupa;

• Organização da oferta educacional da escola a partir de 2006, quando

o CEEBJA assumiu a proposta pedagógica da EJA no modelo de

escola asseriada, organizada por disciplina, que é a proposta vigente.

4.2. Contexto da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, no Estado, no Município e

na Escola.

A partir da colonização portuguesa, em toda história do Brasil, podemos

perceber que a oferta da Educação de Jovens e Adultos se restringia aos processos

de alfabetização, sendo muito recente a conquista, reconhecimento e definição desta

modalidade enquanto política pública de acesso e continuidade da escolarização

básica.

Somente após a Segunda Guerra Mundial, a educação de adultos passa a ser

entendida como uma educação diferente do ensino regular. Esse período é

fortemente marcado por campanhas nacionais de alfabetização em massa,

realizadas pelo governo federal de forma centralizada, assistemática, descontínua e

assistencialista, visando atender prioritariamente a população rural.

No final de 1950 e início da década de 1960, surge a necessidade de novas

perspectivas na educação brasileira, fundamentada nas idéias e experiências

desenvolvidas por Paulo Freire, que idealizou e vivenciou a pedagogia libertadora

1

voltada para as necessidades das camadas populares, pensando a educação de

adultos a partir de princípios e de metodologia emancipatórias.

Este foi um momento brasileiro cercado de muitos movimentos sociais,

políticos e culturais, que questionavam a ordem capitalista, fomentando a articulação

das organizações e movimentos sociais em torno das reformas de base, conduzidas

pelo então governo de João Goulart.

Entretanto, o golpe militar de abril de 1964 suprimiu a realização de muitas

experiências nesta perspectiva, sendo criado, três anos após, pelo próprio governo

militar, o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização, através de uma

perspectiva centralizadora e domesticadora. Dentre os 15 anos de oferta, dos

quarenta milhões de pessoas que freqüentaram esse movimento, somente 10%

foram alfabetizados.

Com a LDB 5692/71 surge o ensino supletivo e o Parecer 699/72 do CNE, a

regulamentação dos cursos supletivos seriados e os exames com certificação.

Com a Nova República, a partir do ano de 1985, o Governo Federal extinguiu

o MOBRAL e criou a Fundação Educar (Fundação Nacional para Educação de

Jovens e Adultos), que foi extinta em 1990.

Com a promulgação da LBB 9394/96, em 1996, deixa de existir o ensino

supletivo e surge a Educação de Jovens e Adultos, agora como modalidade da

Educação Básica, Ensino Fundamental e Médio, com especificidade própria, sendo

ofertada através de cursos e exames.

No Estado do Paraná, além do ensino supletivo oferecido na década de 80,

surge os Centros de Estudos Supletivos (CES), os Núcleos Avançados de Ensino

Supletivo (NAES), sendo que os CES atualmente são denominados de Centros

Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos.

Com o passar dos anos, descentralizações foram criadas para o atendimento

a essa população que não estudou em tempos considerados mais adequados:

descentralizações de 1ª/4ª série do Ensino Fundamental e os PACs – Postos

Avançados dos CEEBJAS, os Termos de Cooperação Técnicas, convênio entre a

SEED e empresas privadas, o atendimento nas Penitenciarias e unidades sociais

oficiais, com oferta de estudos aos educandos com privação de liberdade.

1

Surgem também muitos projetos de escolarização informais como SENAR,

BRIGADAS DE TRABALHO, MST, entre outros.

A partir do ano de 2000 no Paraná, os cursos da EJA foram organizados de

forma presencial e semipresencial, para alunos a partir de 14 anos no ensino

fundamental Fase I e II e 17 anos no ensino médio, se mantendo as

descentralizações.

No ano de 2004 as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos

no Estado do Paraná em sua versão preliminar é concluída, tendo sido publicada em

primeira versão em janeiro de 2005.

Na seqüência acontece à construção de uma nova proposta pedagógica para

ser implantada a partir do ano letivo de 2006, que foi construída visando mudanças e

reorganizações na forma de atendimento da EJA no Estado do Paraná, extinguindo

ambas as formas de atendimento anterior, e unificando a oferta em todo estado do

Paraná através dos cursos presenciais com flexibilidade de programação da oferta

por parte da escola e flexibilidade da organização do horário de estudo por parte do

aluno. As descentralizações passaram então a serem chamadas de APEDS (Ações

Pedagógicas Descentralizadas).

No município de Paranavaí, no Ensino Fundamental Fase I, a Secretaria de

Educação Municipal assume a oferta da educação de jovens e adultos, antiga 1ª/4ª

série, inicialmente na preparação dos alunos para os exames supletivos, e em

seguida, apresentando proposta pedagógica para oferta regular deste segmento de

ensino a partir dos próximos anos.

Paralelo a isso também aconteceu no Paraná, a partir do ano de 2005, a

oferta do Programa Paraná Alfabetizado, alfabetização proposta pelo governo do

estado e que funciona sob a coordenação do Núcleo Regional de Educação de

Paranavaí.

Quanto ao Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos,

Newton Guimarães o mesmo oferecia até então a educação de Jovens e Adultos

presencial/semestral, com organização por etapas e por junções de algumas

disciplinas distribuídas em cada série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio,

sendo que a oferta desse modelo de proposta pedagógica começou a ser cessado a

1

partir do ano de 2006, ao mesmo tempo em que se implantava nesta escola, uma

nova forma de oferta da Educação de Jovens e Adultos, também de forma presencial

(em função da SEED/PR ter unificado em todo estado a forma de oferta de

escolarização formal de EJA), mas com mais flexibilidade de organização dos

horários de estudo dos alunos, sendo por disciplina, com atendimento individual e

coletivo, tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio, funcionando de

maneira asseriada.

Na seqüência essa mesma escola passa a ofertar exames supletivos, bem

como Ações Pedagógicas Descentralizadas (APEDS), em Paranavaí em municípios

vizinhos (ano de 2007).

Percebeu-se que a comunidade ganhou com o aperfeiçoamento da oferta,

pois jovens e adultos precisavam trabalhar para sobreviver e uma Proposta

Pedagógica com mais flexibilidade de organização beneficiou as pessoas que ao

estudar já estavam no seu terceiro turno diário de atividades.

Também é importante se frisar que o Centro Estadual de Educação Básica

para Jovens e Adultos, Newton Guimarães EFM, foi à primeira escola em Paranavaí

a ofertar a Educação de Jovens e Adultos e, portanto, passou por várias propostas

pedagógicas com diferentes formas de organizar essa modalidade. Foram muitas as

mudanças, advindas da Secretaria do Estado da Educação, mais diretamente do

Departamento responsável por essa prática educacional.

O que se pode notar nesta trajetória, e que houve sucessos em muitos

momentos do trabalho pedagógico, como em muitos, os desafios impostos pelas

características destes alunos, não puderam ser vencidos pela escola, que

apresentou e ainda apresenta índices de evasão significativos. O que se pode dizer a

respeito disso é que a escola incansavelmente têm sempre buscado soluções

diversas para atrair e manter os sujeitos na escola.

2

4.3. Análise Crítica das Contradições e Conflitos Presentes na Realidade e suas

Relações com a Prática Educativa

Quando se olha para o contexto histórico se percebe que durante quatro

séculos prevaleceu o domínio da cultura branca, cristã, masculina e alfabetizada

sobre a cultura dos índios, negros, mulheres e analfabetos. Historicamente se

constata o desenrolar de uma educação seletiva, discriminatória e excludente.

Em se falando da Educação de Adultos, isso fica ainda pior, pois a história

demonstra que não houve políticas públicas com ofertas consistentes de

escolaridade para esse público. Entre programas e campanhas a educação de

adultos era sempre de segunda linha, realizada com professores leigos, sem

prosseguimento de estudo, se detendo no aprender a ler e escrever o nome,

objetivando o ato de poder votar. Por muito tempo, cidadão alfabetizado era aquele

que sabia escrever o seu nome.

Muitas contradições permeiam a oferta da EJA, pois a própria LDB 5692/71

não reconheceu a dívida social que o país possui com essa população excluída, na

medida em que o ensino era ofertado em caráter de suplência, escolaridade

temporária, objetivando somente aperfeiçoar a mão de obra e os interesses

capitalistas.

Por outro lado, embora o texto da Constituição Federal de 1988 apresenta a

educação reconhecida como modalidade específica no conjunto das políticas

educacionais brasileiras, se estendendo também para as pessoas que a ela não

tiveram acesso em idade própria, isto, mesmo tendo força de lei, na prática ainda

não se efetivou totalmente.

Outro avanço da EJA se deu com a nova LDB 9394/96, quando afirma ser a

mesma uma modalidade da Educação Básica, reconhecendo que possui

especificidade própria e que é tão “regular” quanto o “ensino regular”.

Novo conflito se estabelece quando a emenda Constitucional nº 14 suprime a

obrigatoriedade do poder público em oferecer o ensino fundamental para aqueles

que a ele não tiveram acesso na idade própria. Quando suprime também, o

compromisso de eliminar o analfabetismo no prazo de dez anos, bem como a

2

vinculação dos percentuais de recursos financeiros estabelecidos em lei para esse

fim.

Além disso, a partir dessa emenda, cria-se o Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF),

regulamentado pela Lei 9424/96, na qual é vetada a contabilização das matrículas do

ensino fundamental nos cursos de EJA, para fins de repasse de recursos.

Outra situação de conflito que se evidenciou foi com relação à idade, que caiu

de 18 e 21 anos, Ensino Fundamental e Médio, respectivamente, para 14 e 17 anos,

e nos exames, 15 e 18 anos, o que possibilitou que “meninos” que possuem um ritmo

e tempo diferenciado aligeirassem seus estudos.

As contradições se fixam pelos índices de analfabetismo mundial, de mais de

960 milhões de adultos analfabetos, dois terços dos quais são mulheres, sendo o

analfabetismo funcional um problema significativo em todos os países em

desenvolvimento.

Segundo Declaração Mundial de Educação para Todos (1991), mais de um

terço dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento, às novas habilidades

tecnológicas que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a perceber as

mudanças sociais e culturais.

O Estado do Paraná criou o Programa Paraná Alfabetizado em 2005, que

passou a ser ofertado em todos os municípios do Paraná, sendo o mesmo

considerado de relevância social por se dedicar à alfabetização de pessoas que não

puderam freqüentar a escola em tempo considerado hábil pela legislação e que tem

contribuído para a redução dos índices de analfabetismo. O desafio que se põe

diante disso, é buscar essa população para que continue avançando em sua

escolarização, passando a partir disso a freqüentarem as instituições escolares,

principalmente as escolas de EJA, para ampliarem as suas respectivas

aprendizagens.

As escolas de Educação de Jovens e Adultos são fundamentais para

oportunizar possibilidades de estudos a essa população que foi ficando ao longo da

história à margem da escolarização formal. As escolas com oferta de EJA favorecem

o acesso, a permanência e a conclusão de tantas pessoas que não tiveram como

2

cursar e concluir seus estudos em tempos “mais hábeis”, bem como tem o grande

dever de trabalhar com metodologias mais adequadas a essa população visando

conduzi-las à conclusão de seus estudos.

4.4. Recursos Materiais, Humanos e Financeiros que a Escola possui para

desenvolver seu Projeto Político Pedagógico.

4.4.1. Biblioteca Escolar

Conta atualmente com um considerável acervo que atende as diversas áreas

do conhecimento, mas que carece constantemente de renovação considerando as

mudanças tecnológicas ocorridas diariamente no mundo.

4.4.2. O laboratório e outros materiais de suporte pedagógico

Planetário 110 v

Torso Bissexual 80 cm 38 partes

Microscópio Monocula 400 X Aum. 110v

Kit Básico para laboratório

Esqueleto Humano Resina 85 cm

As Américas políticas 1: 17856.000 1,20x 0,90

Paraná Político – 1.620.000 1,15 x 0,89

Mapa das Grandes Navegações – Séc. XV, XVI, XVII

Mapa do Brasil Atual e Grupos Indígenas

Mapa Antigas Civilizações do Oriente

Mapa dos Povos Pré-Colombianos

Mapa de História antiga

Mapa de História moderna

Mapa Histórico do Brasil

Mapa do Brasil/físico

Mapa do Brasil/climas

Mapas do Paraná político-rodoviário e escolar

2

Mapa do Paraná político-rodoviário turismo e regionalMapa Mundial

Mapa da República do Brasil

Mapa do Estado do Paraná

Mapa do Brasil/vegetação

Mapa do Brasil população/Estado

0jogo de mapas e maquetes (transparências)

bússola

Agitador Magnético

Balança Digital

Manta Aquecedora Balão 250ml

Medidor de PH Digital

Suporte Universal

Balão fundo chato 250ml

Balão Volumétrico 250ml

Bastão de Vidro 6 x 300mm

Copo Becker Vidro 250ml

Pipeta de Vidro Graduada 10ml

Conjunto de Sólidos Geométricos

Jogos de Xadrez

Acervo Temas Paranaense

Kit Pancake – c/5

TNT Branco com 50m

TNT Preto com 50m

Baqueta Madeira – par 32/39cm

Flauta doce soprano – plástico

Relógio Didático

Tangram em Madeira

Torre Hanoi-1 base c/6 círculo

Jogo Alfabeto Silábico 372 peças

Jogo Dominó Associação de Idéias 28 peças

2

Jogo Sequência Lógica 16 peças

Fantoche Família Branca

Jogo de Memória com Antônimos

Erlenmeyer de Vidro 250ml

Funil de Vidro 150ml

Funil de Separação 250ml

Colchonetes

Conjuntos - Barras de Medidas

Blocos Lógicos c/ 48 madeiras

Conjunto números e sinais 40 peças

Dominó Educativo subtração

Dominó Educativo multiplicação

Escala Cuisinare c/ 294 barras

Conjunto Dourado com 611 peças em madeira

Conjunto de Réguas numéricas – 61 réguas

Jogos - vamos formar palavras – 60 peças

Bolas de Borracha número 10

Bolas de Borracha número 08

Cones

Mesa de “tênis de mesa” com 02 suportes para rede, uma rede, 02

raquetes -

Kit DVD MEC TV Escola – Mídias Volume 3

Kit DVD MEC – Mídias Volume 4

OBS: Todos os objetos relacionados oferecem condições de uso.

4.4.3. Recursos Audiovisuais e Tecnológicos

01 – O Ambiente (27 experiências)

01 – Esqueleto Humano Resina 85 cm

01 – globo Terra Político c/ 30 cm de diâmetro

01 – Kit Microscópio

2

02 - Computadores

02 - Impressoras

02 – Retroprojetores

01 – Projetor de slides

03 – TVs

02 – Videocassetes

02 – Aparelho de som/CD portátil

75 - Fitas de vídeo VHS diversas

22 - CDs rom diversos

43 - Fitas K7 diversas

01 - Conjunto de transparências - Paraná 150 anos (O Sesquicentenário do Paraná

no Contexto Escolar)

OBS: Todos os objetos relacionados oferecem condições de uso.

4.4.4. Materiais de Apoio Didático

A Educação de Jovens e adultos por longo tempo usufruiu de material

pedagógico de apóio (apostilas) elaborada conjuntamente pelos professores com

acessoria de algumas Universidades. Atualmente, com a elaboração das Diretrizes

Curriculares das várias disciplinas, essas apostilas foram se desatualizando e para o

ano de 2011, a escola já fez a escolha de livros didáticos adquiridos pela Secretaria

de Estado da Educação do Paraná, que serão recebidos no ano letivo de 2011.

Estes materiais servirão como apoio pedagógico aos professores, podendo utilizar

também outras fontes e recursos didáticos.

4.4.5. Outros recursos físicos

A escola dispõe de um armário para cada sala de aula onde se pode guardar

os materiais didático-pedagógicos de cada disciplina, dispõe de fotocopiadora para

xérox, TV pendrive em todas as salas de aula e laboratório de informática.

2

4.4.6. Recursos Financeiros

Os Recursos financeiros que a escola dispõe para a realização do seu projeto

Político-Pedagógico são os repassados pela entidade mantenedora que no caso é a

Secretária do Estado do Paraná. A partir de 2009 passa a receber também recursos

PDDE, verba oriunda do governo federal, através do MEC/FNDE.

4.4.7. Aspectos Físicos do Prédio Escolar

A escola passou por reforma no ano de 2009 e o seu aspecto físico é muito

bom. O que precisa no momento é de um espaço maior para o funcionamento do

laboratório de ciências, física e química e de uma sala de professores.

4.4.8. Análise do Espaço Compartilhado

O Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos, Newton

Guimarães EFM, sempre foi uma escola de renome, estadual, com três períodos de

funcionamento: manhã, tarde e noite.

Com a municipalização do ensino de 1ª/4ª série, essa realidade foi modificada,

passando a ser então um espaço compartilhado entre duas escolas: uma estadual

com funcionamento noturno e uma municipal com funcionamento diurno.

Quando isso ocorreu, a direção de ambas as escolas se concentrou em uma

única pessoa, o que de certo modo facilitava o processo educacional.

Com o tempo as direções de cada escola se tornaram distintas, assim como

em todas as escolas municipalizadas de Paranavaí.

Obviamente tratava-se agora “efetivamente” de duas escolas, com

necessidade de mais espaço para as suas próprias organizações, sendo que com o

tempo essa necessidade foi se agravando.

Com a unificação da oferta de escolarização para jovens e adultos no Estado

do Paraná, que desde o ano de 2006 possui somente o ensino presencial da EJA e a

demanda de alunos vem crescendo consideravelmente, principalmente pelas

oportunidades de formas variadas de estudos que a proposta pedagógica atual

proporciona aos estudantes, com procuras de matrícula na EJA no período da tarde,

sendo, portanto, necessário repensar a cessão de uso do prédio ao município a partir

2

do ano de 2011, pelo menos no período da tarde, ampliando neste período a oferta

da Escola Estadual para o Ensino Fundamental e Médio.

Nas atuais circunstâncias já é difícil à convivência de ambas as escolas, pois

o espaço físico, torna-se a cada dia mais insuficiente para acolhimento de todos os

setores que compõem as duas escolas, carecendo de ampliação ou deslocamento

para um outro prédio da Escola Municipal Cecília Meireles, considerando que o este

é do governo do Estado, portanto, o CEEBJA Newton Guimarães tem prioridade de

funcionamento.

2

5. MARCO CONCEITUAL

5.1. Considerações Iniciais

O que queremos enquanto escola? Essa resposta é encontrada nas

concepções de homem, sociedade e mundo, homem, cidadania, cultura, educação,

conhecimento, ensino-aprendizagem, avaliação. Sem dúvida, as visões

apresentadas significam a essência do trabalho político e pedagógico e estão

sustentadas na pedagogia progressista de educação.

5.1.1 Concepção de Mundo e Sociedade

Ao refletir sobre a função social da escola, da natureza dos trabalhos

educativos, precisa-se entender em que mundo e sociedade se está vivendo.

SEVERINO (1998) afirma que a sociedade é um agrupamento tecido por uma

teia de relações diferenciadas e diferenciadoras, configurada pelas experiências

individuais dos homens, havendo uma interdependência entre eles e as atividades

humanas, desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais, instituições

sociais e produzindo bens que garantem a base econômica.

Desta maneira é perceptível que a sociedade é bastante complexa, e que o

seu funcionamento não é algo fácil de ser entendido, uma vez que é permeada de

inúmeros interesses subjacentes. Sobre isso SAVIANE (1992) informa que o

entendimento do modo do funcionamento da sociedade não pode se limitar as

aparências, mas que é necessário compreender as leis que regem o

desenvolvimento da sociedade e que foram construídas historicamente, portanto não

são naturais.

Atualmente o regime que comanda o mundo e a sociedade, na maioria dos

paises é capitalista, ou seja, trata-se do sistema econômico que se caracteriza pela

propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciativa dos

próprios cidadãos. Neste processo, a produção e a distribuição das riquezas são

regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo

da oferta e da procura. O capitalista, proprietário de empresa, compra a força de

trabalho de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permitem

2

recuperar o capital investido e obter um excedente denominado lucro. Portanto, no

capitalismo, as classes não mais se relacionam pelo vínculo da servidão como era no

período feudal da Idade Média, mas pela posse ou carência de meios de produção e

pela livre contratação do trabalho ou dos trabalhadores.

Portanto, são elementos que caracterizam o capitalismo: acumulação de

riqueza permanente de capital, a geração de riquezas, o papel essencial

desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros, a concorrência, a

inovação tecnológica ininterrupta e, nas fases mais avançadas de evolução do

sistema, o surgimento e expansão das grandes empresas multinacionais. A divisão

técnica do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em tarefas, cada vez

mais segmentadas no processo produtivo, também é característica notória no modo

capitalista de produção, uma vez que proporciona aumento de produtividade.

A primeira fase de expansão do capitalismo confunde-se com a revolução

industrial (meados do século XVIII), cujo berço foi a Inglaterra, de onde se estendeu

aos países da Europa Ocidental e depois para os Estados Unidos. A evolução do

capitalismo industrial se deu em virtude do desenvolvimento tecnológico. A indústria

manufatureira evoluiu para a produção mecanizada, possibilitando a constituição das

grandes empresas, nas quais se implantou o processo da divisão técnica do

trabalho e a especialização da mão-de-obra.

Ao mesmo tempo em que se desencadeava o surto industrial, as primeiras

estradas de ferro eram construídas, introduzia-se a navegação a vapor, inventava-se

o telégrafo e se implantava novos processos de agricultura. Inúmeras outras

conquistas ocorreram: o ferro foi substituído pelo aço na fabricação de diversos

produtos e surgiram as ligas metálicas, descobriu-se a eletricidade e o petróleo,

inventaram as máquinas automáticas, melhoraram os sistemas de transportes e

comunicações, surgiram as indústrias químicas, novos métodos de organização do

trabalho e administração de empresas foram implantados, aperfeiçoaram a técnica

contábil, o uso da moeda e do crédito.

Na Inglaterra, Adam Smith (1776) e seus seguidores desenvolveram sua

teoria liberal sobre o capitalismo. Na França, após a revolução de 1789 e as guerras

napoleônicas, o que predominou foi à ideologia laissez-faire, ou o liberalismo

3

econômico, que tinha por fundamentos o livre comércio, a abolição de restrições ao

comércio internacional, o livre câmbio, o padrão ouro e o equilíbrio orçamentário. O

liberalismo se assentava no princípio da livre iniciativa, baseado no pressuposto de

que a não regulamentação das atividades individuais no campo socioeconômico

produziria melhores resultados na busca do progresso.

A partir da primeira guerra mundial (1914/1918) o quadro do capitalismo

mundial sofreu importantes alterações: o mercado internacional restringiu-se; a

concorrência americana derrotou a posição das organizações econômicas européias

e impôs sua hegemonia inclusive no setor bancário; o padrão-ouro foi abandonado

em favor de moedas correntes nacionais.

A partir da segunda guerra mundial (1939/1945) a intervenção do estado

implantada em muitos setores da atividade econômica, muda à cara da economia:

foram criadas empresas estatais, foram implantadas medidas de protecionismo ou

restrições na economia interna e no comércio exterior, aumentando a participação do

setor público no consumo e nos investimentos nacionais.

A implantação do modo socialista de produção, a partir de 1917, em um

conjunto de países que chegou a abrigar um terço da população da Terra,

representou um grande desafio para o sistema de economia de mercado. As

grandes nações capitalistas viam o bloco socialista como inimigo comum ampliado a

partir da segunda guerra mundial com a instauração de regimes comunistas nos

países do leste europeu e com a revolução chinesa. Grande parte dos recursos

produtivos foi investida na indústria bélica e na exploração do espaço com fins

militares. Essa situação perdurou até a desagregação da União Soviética, em 1991,

e o início da marcha em direção à economia de mercado em países como a China.

A mais rigorosa crítica ao sistema capitalista foi feita por Karl Marx, ideólogo

alemão que propôs a alternativa socialista para substituir o capitalismo. Segundo o

marxismo, o capitalismo encerra uma contradição fundamental entre o caráter social

da produção e o caráter privado da apropriação, que conduz a um antagonismo

irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e o

proletariado (o empresariado e os assalariados).

3

O caráter social da produção se expressa pela divisão técnica do trabalho,

organização metódica existente no interior de cada empresa, que impõe aos

trabalhadores uma atuação solidária e coordenada. Apesar dessas características da

produção, os meios de produção constituem propriedade privada do capitalista. O

produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade privada.

Segundo o marxismo, o que cria valor é a parte do capital investida em força de

trabalho, isto é, o capital variável. A diferença entre o capital investido na produção e

o valor de venda dos produtos, a mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é

outra coisa além de valor criado pelo trabalho.

Segundo os Marxistas, o sistema capitalista não garante meios de

subsistência a todos os membros da sociedade. Pelo contrário, é condição do

sistema a existência de uma massa de trabalhadores desempregados, que Marx

chamou de exército industrial de reserva, cuja função é controlar, pela própria

disponibilidade, as reivindicações operárias. O conceito de exército industrial de

reserva derruba, segundo os marxistas, os mitos liberais da liberdade de trabalho e

do ideal do pleno emprego.

Entretanto, depois de setenta anos de vigência, e muitas dificuldades internas

decorrentes, principalmente, da instalação de burocracias autoritárias no poder, os

regimes socialistas não tinham ainda conseguido estabelecer a sociedade justa e de

bem-estar que pretendiam seus primeiros ideólogos. A União Soviética, maior

potência militar do planeta, exauriu seus recursos na corrida armamentista,

mergulhou num irrecuperável atraso tecnológico e finalmente se dissolveu em 1991.

A Iugoslávia socialista se fragmentou em sangrentas lutas étnicas e a China abriu-se,

cautelosa e progressivamente, para a economia de mercado.

O capitalismo, no entanto, apesar de duramente criticado pelos socialistas

(marxistas), mostrou uma notável capacidade de adaptação a novas circunstâncias,

fossem elas decorrentes do progresso tecnológico, da existência de modelos

econômicos alternativos ou da crescente complexidade das relações internacionais

(http://www.renascebrasil.com.br/f_capitalismo2.htm).

Atualmente o mundo e a sociedade são permeados pelo desmembramento do

capitalismo, denominado de neoliberalismo econômico.

3

O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do século XIX, com a

quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque (1929), ganhando força as teorias de

intervenção do estado na econômica, sustentadas principalmente nas idéias do plano

New Deal do presidente norte-americano Franklin Roosevelt e pelo governo Nacional

Socialista da Alemanha de Hitler, como citado anteriormente neste texto.

Em 1944 os países ricos criaram os acordos de Bretton Woods e

estabeleceram regras intervencionistas para a economia mundial. Entre outras

medidas surgiu o FMI (Fundo Monetário Internacional/1944) para trazer mais

estabilidade ao câmbio dos países capitalistas e para levantar fundos que

auxiliassem as nações com dificuldades financeiras. Com a adoção das metas dos

acordos de Bretton Woods e a adoção de políticas Keynesianas, os trinta anos

seguintes foram de rápido crescimento nos países europeus e no Japão, que

viveram sua era de ouro. A Europa renascia, devido ao financiamento conseguido

por meio do Plano Marshall, e o Japão teve o período de maior progresso da história.

Isso começou a atrair a atenção do mundo. O primeiro governo democrático a se

inspirar em tais princípios foi o de Margaret Thatcher, Inglaterra, em 1980.

Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ideais neoliberais, fez aprovar

leis que revogavam muitos privilégios até então concedidos aos sindicatos e

privatizou empresas além de estabilizar a moeda. Da-se inicio a redução gradativa

do poder do estado e a privatização das empresas estatais, reduzindo o poder do

estado de fixar ou autorizar preços. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoliberalismo).

Por volta de 1980, com o desmoronamento do bloco socialista, o

neoliberalismo adquiriu um caráter de pensamento único, de verdade universal. Em

1990 espalhou-se mais fortemente pelo mundo, e foi nesse espaço, que o Brasil,

então governado pelo presidente Collor de Mello, aderiu a essas idéias, seguido mais

tarde pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.

Apresenta-se a seguir as características do sistema neoliberal

(http://www.suapesquisa.com/geografia/neoliberalismo.htm):

• Mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;

• Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;

• Política de privatização de empresas estatais;

3

• Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;

• Abertura da economia para a entrada de multinacionais;

• Adoção de medidas contra o protecionismo econômico;

• Desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas

para facilitar o funcionamento das atividades econômicas;

• Diminuição das atividades econômicas;

• Diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;

• Posição contrária aos impostos e tributos excessivos;

• Aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento

econômico;

• Contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou

seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços;

• A base da economia deve ser formada por empresas privadas;

• Defesa dos princípios do capitalismo.

Diante desta exposição se clarifica o que permeia o mundo e as sociedades

atuais, e se comunga com os críticos do sistema neoliberal de que se este sistema

oferece vantagens, isso só ocorre nas grandes potências mundiais. Os países mais

pobres ou em processo de desenvolvimento sofrem com a existência desse modelo

econômico.

Portanto, o CEEBJA Newton Guimarães, defende uma concepção de

sociedade democrática, igualitária, justa, fraterna, na qual há espaço para todos sem

exclusão social, diferentemente dessa sociedade dividida em classes sociais com

pessoas cada vez mais pobres, excluídas do mercado de trabalho, com ausência de

amparo público, saneamento, educação, saúde, alimentação, lazer, entre outras

coisas, impossibilitadas de exercer o seu direito sagrado de cidadania. O que se

busca é uma globalização dos direitos humanos, da justiça social e que de fato

contemple a todos e não somente uma parcela da população humana.

3

5.1.2. Concepção de Homem

A idéia de transformação da sociedade advém das pedagogias progressistas,

nas quais o homem é visto como um sujeito histórico e realizador das construções do

seu tempo, podendo intervir no seio da sociedade na medida em que excerce as

contradições diárias e que consegue estabelecer embates que provoquem

significativas alterações na vida cotidiana.

Desta forma se concebe o homem como um indivíduo concreto, histórico,

inserido no contexto de relações sociais, mas para que esse sujeito participe de

maneira consciente e ativa na sociedade é necessário que a atividade educativa se

baseie na dialética entre o ato educativo e o ato político.

Portanto, o homem como sujeito social é aquele que na sua convivência

coletiva compreende suas condições existenciais e, portanto, é capaz de transcendê-

la organizá-la, superando a condição de objeto, caminhando na direção de sua

emancipação sempre como participante da história coletiva.

Sobre isso SAVIANE (1992) se manifesta dizendo que o homem necessita

continuamente produzir a sua própria existência e que ele faz isso, quando ao invés

de adaptar-se à natureza, ele a transforma, modificando o que precisa ser

modificado pelo seu trabalho aqui compreendido enquanto produção da realidade

humana.

5.1.3. Concepção de Cidadania

A idéia de cidadania nasce da transformação do súdito em cidadão, em

resposta aos desafios do contexto histórico e social. Essa transformação constitui um

patrimônio de valor inquestionável para as sociedades democráticas do nosso

tempo. A cidadania é, portanto, uma qualidade de todos os membros de uma

sociedade, conferindo-lhes direitos e deveres de participação na vida pública. È isto

que gera nas pessoas o sentimento de pertencer a uma comunidade de cidadãos,

que age e transforma o mundo no qual vive.

3

5.1.4. Concepção de Educação

Segundo PINTO (1994), do sentido amplo de educação que diz respeito à

existência humana em toda a sua duração e em todos os seus aspectos, deriva a

verdadeira definição de educação: “A educação é um processo pelo qual a

sociedade forma seus membros à sua imagem e em função de seus interesses”

(PINTO, 1994, p.29).

Em decorrência disto é possível, conforme afirma o autor referido, explicitar os

caracteres da educação como processo histórico porque deriva da história individual

e coletiva dos homens; como um fato existencial no qual o homem se faz homem; é

um fator social porque se refere à sociedade como um todo, explicitando seus

interesses diversos, dialetos porque rompe o presente para criação do novo; como

fenômeno cultural, ou seja, a educação é a transmissão integrada da cultura em

todos os seus aspectos; a educação se desenvolve sobre os fundamentos do

processo econômico da sociedade, porque é ele que determina os fins gerais da

educação; é uma atividade teleológica, porque a formação do indivíduo sempre visa

a um fim; é uma modalidade de trabalho social; é um fator de ordem consciente

porque objetiva suscitar no educando a consciência de si mesmo e do mundo; é um

processo exponencial, ou seja, quanto mais educado mais necessita o homem de se

educar, é inacabada; é por essência concreta, pois o abstrato que não se torna

concreto só ajuda a reforçar a consciência dominante; e, finalmente, é contraditória

porque não deve ser constituída através do saber repetitivo, mas crítico, que as

vezes nega para substituir o saber existente.

Falando mais especificadamente da Educação de Adultos, segundo SANTOS

(2004), ela exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do adulto como

sujeito. Portanto, nos coloca o desafio de pautar o processo educativo pela

compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: “ter o direito de ser igual

quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos

descaracteriza”. Isso exige dos promotores dessa educação um olhar diferenciado

aos seus educandos, sem perder a qualidade do processo educacional, que

reconhece a cidadania como direito inalienável de todos.

3

5.1.5. Concepção de Escola

A concepção de escola é encontrada nos pelos ideais progressistas que

estabelecem como papel central dessa instituição o trabalho sistematizado com os

conteúdos. “A valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o

melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola pode

contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática. Se a escola é

parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da

transformação da sociedade” (LUCKESI, 1994, p. 69).

E continua:

Se o que define uma pedagogia crítica é a consciência de seus condicionantes histórico-sociais, a função da pedagogia “dos conteúdos” é dar um passo à frente no papel transformador da escola, mas a partir das condições existentes. Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos escolares básicos que tenham ressonância na vida dos alunos. Entendida nesse sentido, a educação é “uma atividade mediadora no seio da prática social global”, ou seja, uma das mediações pela qual o aluno, pela intervenção do professor e por sua própria participação ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada (sincrética) a uma visão sintética, mais organizada e unificada (LUCKESI, 1994, p. 69).

Neste sentido, a problematização da realidade permitirá aos alunos a

compreensão do vivido, avançando para um nível mais crítico do conhecimento.

O relacionamento professor aluno deve se dar na horizontabilidade, na

qual educador e educandos são considerados sujeitos do processo ensino-

aprendizagem. Os conteúdos são culturais universais, construídos historicamente

pela humanidade e devem ser trabalhados na interação conteúdos - realidade social

para transformar essa realidade, sendo o professor considerado como o

mediadordos conteúdos trabalhados.

A aprendizagem ocorre da prontidão do aluno em aprender e da

disposição do professor em “ensinar”, sendo que a intervenção do professor precisa

potencializar no aluno a crença em suas possibilidades em aprender. A

aprendizagem se consuma quando o aluno supera sua visão parcial e confusa do

mundo e adquire uma visão mais clara e unificadora.

3

Enfim, a atuação da escola, consiste na preparação do aluno para o

enfrentamento do mundo e suas contradições, fornecendo-lhe os instrumentos

necessários para o exercício pleno de sua cidadania.

5.1.6. Concepção Curricular

Várias são as formas de organização curricular que expressam formas de

concretização das intenções pedagógicas.

Segundo LIBÂNEO (2004), o currículo tradicional ainda é o mais utilizado, ou

seja, organização do conhecimento por disciplinas compartimentalizadas, caráter

livresco e verbalista, ensino centrado no professor, transmissivo. Nele o conjunto das

disciplinas está organizadas em uma “grade curricular”.

Há também o modelo de currículo racional-tecnológico (tecnicista) proposto

para a transmissão dos conteúdos e desenvolvimento de habilidades a serviço do

sistema de produção, sendo que atualmente, uma derivação dessa concepção é o

currículo por competências, no qual a organização curricular resulta de objetivos

assentados em habilidades e destrezas a serem denominadas pelos alunos no

percurso da sua formação.

Outra concepção curricular apresentada pelo autor citado, é o currículo

escolanovista (progressivista), onde o foco está no aluno e as suas experiências de

aprendizagem como forma de ligar a escola com a vida e adaptar os mesmos ao

meio em que vivem.

Já no currículo construtivista, influenciado pelas idéias de Piaget e seguidores,

uma das crenças mais forte e no papel ativo do sujeito no processo de

aprendizagem, sendo que a construção do conhecimento pelo próprio aluno tem

maior valor do que a influência da cultura e do professor.

Nas abordagens do currículo sócio-crítico (ou histórico-crítico), algumas

correntes dão maior ênfase às questões políticas do processo de formação, outras

colocam a relação pedagógica como mediação da formação política. Nesse segundo

caso, a educação cobre a função de transmissão cultural, mas também é

responsável pela ajuda ao aluno no desenvolvimento de suas próprias capacidades

3

de aprender e na sua inserção crítica e participativa na sociedade em função da

formação da cidadania.

Uma outra abordagem mais recente tem chegado por meio de Torres

Santomé, Hernandez entre outros, que sugere o modelo de currículo integrado,

destacando a globalização das aprendizagens e a interdisciplinaridade.

O currículo como “produção cultural” que reforça os fatores sociais e culturais

na construção do conhecimento, lidando com temas como cultura, ideologia,

currículo oculto, linguagem, poder, multiculturalismo.

Enfim, “os diversos tipos ou modelos de currículo decorrem das concepções e

posicionamentos teóricos sobre conhecimento e ensino, o papel da educação e do

ensino e na sociedade e para os indivíduos, o que se busca com o currículo, a

relação currículo com a prática” (LIBÂNEO, 2004, p.183).

O Estado do Estado do Paraná, desde o ano de 2004 vem construindo e

fortalecendo a sua concepção curricular pautada, sobretudo, na intenção de superar

os descaminhos de “uma política educacional fortemente marcada pela concepção

neoliberal que passou a propor para as escolas uma ação pedagógica voltada para o

desenvolvimento de competências e habilidades” (PARANÁ/SEED/SUED 2004).

Assim, a SEED/PARANÁ, definiu um programa de reformulação curricular que

tinha como pressuposto contrapor os referenciais nacionais, que atrelava a escola

pública às necessidades do mercado, expressada nos Parâmetros Curriculares

Nacionais. Nesse sentido foram muitos os simpósios, grupos de estudo, reuniões

técnicas, produção de folhas, construção de livro didático público, semanas

pedagógicas descentralizadas, que visaram à disseminação da política educacional

do Estado e a capacitação dos professores.

Atualmente com as DCEs concluídas, resta saber em que medida as

compreensões curriculares, por parte das escolas, tendo em vista o processo de

construção e implementação das mesmas, contribuíram para o fortalecimento da

concepção curricular defendida pela escola pública e pela SEED, nas quais se

excluiu a transversalização e secundarização ou minimização dos conteúdos

escolares que ocorre na tendência construtivista da educação.

3

Optar pelo conteúdo, na perspectiva de um currículo disciplinar, significa

destacar que o trabalho com os temas transversais e a pedagogia de projetos não dá

conta de garantir o acesso ao conhecimento de forma sistematizada, uma vez que

prioriza o processo do “aprender a aprender” em detrimento do ensino,

descaracterizando a função social da escola pública.

Com tal postura, se pretende deixar claro que a escola não é neutra, que traz

consigo uma intenção política e social. Assim os educandos, em certa medida,

sinalizam para as possibilidades de um fazer crítico, colocando a escola como um

dos caminhos indispensáveis à transformação social.

Nessa perspectiva, foi crescendo a consciência de que é necessário se ter

“um currículo que resulte em seleção de conteúdos essenciais, numa formação

política de consciência de classe para busca da construção da sociedade... a que

sonhamos (justa, mais igualitária, solidária)” (SEMANA PEDAGÓGICA/Julho 2008).

Neste contexto, a Pedagogia Histórico - Crítica (pedagogia que marcou o

Brasil nos anos 80/redemocratização nacional) surge como fundamento na mediação

do conhecimento escolar, propondo-se a resgatar a importância dos conteúdos e a

ressaltar a função básica da escola, a transmissão do saber sistematizado, do

conhecimento científico, universal, objetivo, a ser dominado por todos os estudantes.

Hoje, em termos de currículo, mais do que indicar uma tendência em

educação, os princípios que sustentam as necessidades da escola pública do Estado

do Paraná estão apoiados numa concepção progressista, sustentada na teoria crítica

do currículo.

Assim o papel dos professores na educação é regatado, deixando de ser

facilitador para ser mediador do processo ensino-aprendizagem, trabalhando os

conhecimento aliados a sua totalidade, compreendidos como síntese de múltiplos

fatos e determinações, como um todo estruturado, marcado pela disciplinaridade

didática. Tratar os conteúdos em sua dimensão práxica é compreender que a

atividade educativa é uma ação verdadeiramente humana e requer consciência de

uma finalidade em face à realidade, por meio dos conteúdos, impossibilitando o

tratamento evasivo e fenomênico destes. Na opção por um currículo que trabalha

com a totalidade de conhecimento historicamente produzido pela humanidade,

4

automaticamente há renúncia ao enfoque individualista e, portanto, fragmentado,

superficial de tratamento ao conhecimento (PARANÁ/SEED/SUED, 2008).

Assim a escola vai encontrando seu caminho, clarificando a sua função social

que não é a de preparar mão-de-obra, não é de formar para o mercado de trabalho,

não é de dar conta de todos os problemas sociais e econômicos, mas o de

possibilitar que, através do conhecimento, os alunos possam ter a compreensão de

sua condição como sujeito histórico. Para isso o professor seleciona o recorte do

conteúdo, o qual não é aleatório e sim planejado, movido por uma intenção social,

política, histórica e cultural. É desta maneira que a escola vai consolidando o seu

papel de democrático, importante na socialização do conhecimento como via de

compreensão do mundo, não se conformando à sociedade atual de forma ingênua,

pois ela é cheia de desigualdades e injustiças.

5.1.7. Concepção de Avaliação

É importante dizer que a categoria pedagógica da conscientização preocupa-

se com a formação da autonomia intelectual dos educandos para intervir na

realidade, conduzindo-os a uma educação emancipadora, e, justamente, por essas

coisas, é oposta à educação bancária.

A avaliação que deve caminhar junto ao processo de ensino-aprendizagem

também é emancipatória e compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se

estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e

aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados

atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos

na proposta pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de

reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser

entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma

atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.

4

Por outro lado, a avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar,

também seguirá orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e

compreende os seguintes princípios:

• Investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações

necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

• Contínua: permite a observação permanente do processo ensino-

aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;

• Sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,

utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;

• Abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-

escola do educando;

• Permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos

pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho

pedagógico da escola.

5.1.8. Concepção de Gestão Democrática

A gestão democrática na escola pública implica olhar a organização e a

realização do fazer pedagógico escolar com o foco na possibilidade de transformar

as relações sociais de trabalho, construir e implementar coletivamente o projeto

político-pedagógico, de forma que a escola possa cumprir sua função social com

qualidade, produzindo saberes a partir da relação teoria e prática entre seus

integrantes.

Ela pressupõe uma ação pedagógica orientada pelos princípios do respeito,

da autonomia, da cooperação, da responsabilidade, do diálogo, da participação, da

interação, do compromisso e da competência em todas as instâncias do trabalho

educativo escolar.

Na estão democrática é fundamental construir uma nova forma de organizar

as relações entre os sujeitos que fazem o contexto da escola, por meio da

implantação de instrumentos e mecanismos democráticos na prática escolar, de

modo a ampliar e redimensionar as diversas instâncias colegiadas existentes:

4

Conselho Escolar, do Conselho de Classe, do Grêmio Estudantil, da APMF, órgãos

da gestão colegiada, sabendo que os mesmos possuem papéis, funções e

responsabilidades diferentes, mas que pressupõe que todas as especificidades

devam ser organizadas a partir dos mesmos fins, metas e objetivos educacionais.

É preciso considerar que todos os segmentos da comunidade escolar têm

responsabilidades coletivas e funções específicas na organização do trabalho

pedagógico e na efetivação do Projeto Político-Pedagógico da escola, mas sem

perde de vista que, independente da função e da instância, todas as relações no

interior da escola devem estar pautadas pelos princípios democráticos, que são:

construção coletiva, trabalho cooperativo, democratização das relações escolares,

socialização do conhecimento, compromisso ético, planejamento dialógico, decisões

colegiadas, competência, participação, pois nela, todos são chamados a pensar,

avaliar e agir diante das necessidades educativas

Para entender a gestão democrática é preciso entender que vivemos em uma

sociedade “não-democrática” e que com uma gestão democrática realizada na

escola, com participação ampla e irrestrita, mesmo que representativa, pode-se

iniciar o exercício de democratização da escola e por conseqüência da sociedade.

O ponto de partida são sempre os princípios da liberdade, da igualdade, da

autonomia, da solidariedade, da justiça social, não tendo maior objetivo do que o de

formar cidadãos autônomos, responsáveis, crítico, criativos e participantes da vida

em sociedade.

Essa escola tem claro que fazer a gestão democrática pressupõe, em si, a

idéia de participação. Isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações,

decidindo sobre encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. Isto porque o

êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de seus

componentes, pelo trabalho associado e orientado pela vontade coletiva.

Tem a consciência de que não é fácil para o diretor, figura na qual se

concentra as grandes tarefas da escola, até por conta de uma visão autoritária de

liderança que historicamente se constituiu, solucionar sozinho todos os problemas e

questões relativas à escola. Portanto, a autoridade compartilhada, por meio da qual o

4

poder é delegado para os representantes da comunidade escolar, será uma das

metas de exercício de responsabilidade assumidas em conjunto.

No entanto, também a escola sabe que essa situação não será transformada

somente pela vontade de todos. Há alguns impedimentos ligados ao próprio

entendimento da prática da gestão democrática, de empecilhos reais de tempo

comum, de encontros para reuniões, entre outros, e que a escola terá que buscar

formas de resolver tais coisas, para construir e atingir a sua autonomia escolar e

gestão democrática, entendida por todos como necessária ao crescimento da escola.

5.1.9. Princípios norteadores da Educação de Jovens e Adultos

Considerando a LDBEN 9394/96, a primeira base sobre a qual o projeto

político pedagógico se assenta, é a concepção da Educação de Jovens e Adultos,

como modalidade de Educação Básica e não mais com caráter de “ensino supletivo”,

sendo agora entendida como uma “oferta regular”, com especificidade própria,

dirigida aos jovens e adultos que não tiveram ou não puderam concluir a

escolarização básica na idade mais adequada.

Também importa citar que a Educação de Jovens e Adultos desta instituição

escolar, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, Parecer CEB

11/2000, através de sua Proposta Pedagógica, objetiva criar situações de ensino e

aprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos, em

consonância com as funções: reparadora, equalizadora e qualificadora, tendo clareza

de que, a ausência de escolaridade ou escolarização incompleta, não pode significar

que essas pessoas são incultas, mas que precisam acrescentar em suas vidas,

outros conhecimentos que lhes permitirão viver em pé de igualdade nesta sociedade

grafocêntrica, onde o código escrito ocupa posição privilegiada, podendo assim,

conquistar o direito de vir a ter uma cidadania plena.

Por todos esses desafios citados, a Educação de Jovens e Adultos necessita

ser pensada como um modelo pedagógico próprio a fim de criar situações

pedagógicas e satisfazer as necessidades de jovens e adultos considerando,

sobretudo, que eles não são crianças crescidas, assim como a criança não é um

adulto em miniatura.

4

As Diretrizes Estaduais da Educação de Jovens e Adultos, 2000, p.29, em sua

versão preliminar, afirma que:

“...enquanto modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem por finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.”

Concebemos a educação como um direito que pode transformar a vida dos

cidadãos, da cidade, do Estado, do país em todos os campos. Por isso, afirmamos o

compromisso, enquanto instituição escolar, com o direito dos jovens e adultos

brasileiros à educação nacional. Na direção de garantir esse direito, buscaremos a

construção de uma escola que não só permite o acesso, mas luta pela permanência

e conclusão dos estudos dos seus educandos, buscando soluções conjuntas,

importantes para o bom desenvolvimento do trabalho pedagógico na unidade

educacional.

Guimarães Rosa afirmava: “Digo: o real não está na saída nem na chegada

ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.” Considerando isso,

reconhecemos a necessidade de que conheçamos nossos alunos como uma das

condições para pensarmos, planejarmos e organizarmos o nosso trabalho escolar e

a própria escola como um todo. O como fazer será o desafio coletivo que toda

comunidade escolar, estimulada pela perspectiva da ação-reflexão-ação, deverá

perseguir através da formação permanente e sistematizada, a capacitação de todos

os educadores e envolvidos, visando à democratização das relações, o exercício da

autonomia, no compartilhamento do poder, o reconhecimento do direito do aluno a se

apropriar de conhecimentos científicos, filosóficos, artísticos, tecnológicos, de forma

não fragmentada, para que possam assumir a condição de sujeitos de suas vidas,

vendo respeitadas e consideradas suas identidades constituídas por processos

sociais e culturais extremamente complexos.

Assim, no trabalho com o conhecimento na EJA é necessário considerar as

necessidades dos alunos, configuradas a partir de sua experiência social, cultural,

afetiva e cognitiva, seus tempos, ritmos e conhecimentos, que possam responder a

4

estas necessidades criando outras tantas quantas forem possíveis, para o

enriquecimento processo educacional.

Os integrantes da escola estão unidos no desejo e no desafio de ter como

horizonte a construção de uma política educacional capaz de promover o

desenvolvimento do ser humano em inúmeras potencialidades, incentivando-se, para

isso, o prazer pela descoberta, à curiosidade, a capacidade de permanentemente

aprender, através dos conteúdos escolares que servem para instigar a criação e a

reflexão crítica, que permita o desenvolvimento da autonomia intelectual dos nossos

alunos, sempre como elementos motivadores do exercício da liberdade, da cidadania

e do trabalho de forma criativa e significativa.

Nossa perspectiva será sempre da construção de uma escola que trabalha

com metodologia diferenciada, que respeita o saber que o educando adulto traz para

que, a partir dele, possa dar seqüência a ampliação dos seus saberes, que respeita à

diversidade cultural e étnica, permitindo a toda essa população se apropriar dos

conhecimentos na escola pública.

Esperamos que a experiência educacional dos nossos alunos, vivenciada

pelos objetivos desse projeto político-pedagógico, leve-os ao caminho da

emancipação humana, do aperfeiçoamento das relações sociais e que eles se

insiram no mundo a partir de valores como a cooperação, o respeito e a

solidariedade. Que experimentem a transformação dos próprios conhecimentos, para

que se sintam como sujeitos do seu tempo histórico, tornando-se capazes de

compreender o mundo e escolher o seu lugar nele conscientemente, pois isso é a

qualidade social do conhecimento, bem muito precioso, porque contribui para a

formação de pessoas livres, criativas, críticas e capazes de gerar um mundo mais

verdadeiramente democratizado e justo.

Talvez o nosso desejo seja pretensioso, na medida em que se aproxima do

desejo do grande mestre Paulo Freire, que ousou compreender a existência humana,

que amou e tentou saber para entender as coisas e as pessoas deste mundo.

Repensar a teoria, à luz da experiência, contribuirá para o fortalecimento dos

princípios que não poderão mergulhar no silêncio, fazendo com que seres humanos

4

busquem o combatendo das injustiças sociais pela vontade de se viverem em um

mundo melhor.

É nisso que se acredita. É neste rumo que caminhará a implementação deste

projeto político-pedagógico.

Cita-se SANTOS (2004), quando afirma:

A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos.

Concluindo este tópico, se firma o compromisso de que a escola terá todos os

seus movimentos consensuados com os eixos dos princípios da política educacional

da SEED/PR:

• Educação como direito de todo cidadão.

• Universalização do Ensino.

• Escola pública, gratuita e de qualidade.

• Combate ao analfabetismo.

• Apoio à diversidade cultural.

• Organização coletiva do trabalho pedagógico.

• Gestão Democrática.

5.1.10. Filosofia e Princípios Didático-Pedagógicos da Educação de Jovens e

Adultos

A Educação de Jovens e Adultos enquanto modalidade educacional que

atende aos educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o

compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, para que os

educandos tenham a possibilidade de participar política e produtivamente das

relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do

desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

4

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos. (KUENZER, 2000, p. 40)

Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e

pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o

processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente

com:

• O seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que

os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;

• O exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo,

crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,

solidariedade e justiça;

• Os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com os jovens, os adultos

e os idosos: cultura, trabalho e tempo;

De acordo com as orientações das Diretrizes Curriculares Estaduais da EJA

(2001), às relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma

proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a

diversidade cultural, tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua função

socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo

cultural do educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a

produção humana ao longo da história.

A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do

trabalho e que através desse, busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso

aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as

reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.

4

É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos

diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA,

considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo

do trabalho, face à diversidade de suas características.

E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de

Jovens e Adultos no Estado do Paraná:

• A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo

diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os

educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e

condições de reinserção nos processos educativos formais;

• O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo

educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar

um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de

informações do que na relação qualitativa com o conhecimento;

• Os conteúdos específicos de cada disciplina deverão estar articulados à

realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do

trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros;

• A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade

de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade

reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes,

de forma a que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de

transformação de sua realidade social;

O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional,

que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares,

mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos

culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual o educando se encontra,

viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição

das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.

4

Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante, incluirão o

desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem

chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:

• Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu

processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com

conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e

aprendizagem;

• Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios

educandos;

• O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a

objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes

linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar

conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos;

• Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos

interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da

cidadania e do trabalho;

• Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos

e democráticos;

Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não

se refere, exclusivamente, a uma característica etária, mas a articulação desta

modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre

outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades

educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógico-curricular

que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos, consensuada com as

políticas educacionais do Estado do Paraná.

5

6. MARCO OPERACIONAL

6.1. Considerações Iniciais

Apresentar-se-á no marco operacional, consideradas as situações relatadas

no marco situacional, às ações a serem realizadas para à transformação da

realidade escolar, ou seja, tomadas de decisão de como atingir as finalidades,

objetivos da educação do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e

Adultos, Newton Guimarães, Ensino Fundamental e Médio.

6.2. Critérios de Organização dos Espaços Físicos

A partir do ano letivo de 2006, como já mencionado anteriormente, O CEEBJA

NEWTON GUIMARÃES EFM passou a trabalhar com a oferta de estudos aos jovens

e adultos através de duas propostas pedagógicas: EJA PRESENCIAL ORGANIZADA

EM ETAPAS, oferecendo no ano de 2006 a 2ª, 3ª e 4ª etapas do Ensino Médio,

proposta em cessação e que foi encerrada em julho do ano letivo de 2007, quando

então a escola ofereceu a última etapa (4ª etapa) que constituía a proposta em

extinção. Paralelamente, no mesmo ano letivo de 2006, se iniciou a implantação de

uma nova proposta pedagógica – EJA PRESENCIAL, com organização dos estudos

em momentos individuais e coletivos com flexibilidade de organização dos horários

de estudo por parte dos alunos em consenso com a programação de oferta da

escola.

Atualmente os espaços físicos são divididos em atendimentos individuais e

coletivos, havendo prioridade dos ambientes coletivos em função das exigências da

proposta pedagógica vigente, mas sem deixar de ofertar os atendimentos individuais,

importantes para o público da EJA que tem seus horários de trabalhos que fogem ao

padrão considerado normal.

6.3. Gestão Democrática como Operacionalizadora do projeto político-pedagógico

A Gestão Democrática será a grande responsável pela operacionalização

deste Projeto Político-Pedagógico, porque se constitui no processo político, através

do qual às pessoas deste Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos,

5

Newton Guimarães EFM, pretendem discutir, deliberar, planejar, solucionar os

problemas, criando encaminhamentos, acompanhando, controlando e avaliando o

conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento desta escola.

Este processo sustentado no diálogo e na alteridade tem como já foi dito

anteriormente, a mola mestra nascida de todos os segmentos da comunidade

escolar, o respeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada

de decisão e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.

Assim se apresenta a seguir os órgãos da administração colegiada bem como suas

respectivas funções:

6.3.1.Conselho Escolar

É a instituição que cotidianamente deve coordenar a gestão escolar. É o órgão

responsável pelo estudo e planejamento, debate e deliberação, acompanhamento,

controle e avaliação das principais ações do dia-a-dia da escola tanto no campo

pedagógico, como no administrativo e financeiro.

O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade

Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a

organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição

escolar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED,

observando a Constituição, a LDB, o E.C.A., o Projeto Político-Pedagógico e o

Regimento da Escola/ Colégio, para o cumprimento da função social e específica da

escola.

A função deliberativa refere-se à tomada de decisões relativas às diretrizes e

linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao

direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar.

A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para dirimir dúvidas e

tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no

âmbito de sua competência.

A função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático das ações

educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de

problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o

5

cumprimento das normas da escola bem como, a qualidade social da instituição

escolar.

A função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalização da gestão

pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a legitimidade

de suas ações.

O conselho escolar não tem finalidade e/ou vínculo político-partidário,

religioso, racial, étnico ou de qualquer outra natureza, a não ser aquela que diz

respeito diretamente à atividade educativa da escola, prevista no seu Estatuto.

O Conselho Escolar, órgão colegiado de direção, deverá ser constituído pelos

princípios da representatividade democrática, da legitimidade e da coletividade, sem

os quais perde sua finalidade e função político-pedagógica na gestão escolar. Todas

as suas ações, objetivos, composição, entre outros, estão registrados em Estatuto

próprio.

O Conselho escolar trabalhará junto com a direção do estabelecimento de

ensino pensando a operacionalização das metas desejadas para a escola.

6.3.2. APAMF – Associação de Pais, alunos, mestres e funcionários da escola

É um órgão de representação dos alunos, dos pais, dos mestres e

funcionários que buscam a integração dos segmentos escolares, para discutirem as

políticas educacionais e o Projeto Político-Pedagógico da escola pública,

contribuindo para a melhoria da qualidade de ensino.

6.3.3. Grêmio Estudantil

É o órgão máximo de representação dos estudantes a serviço da ampliação

da democracia na escola, através das suas funções de representação e organização

dos alunos, contribuindo para a efetivação de uma educação emancipatória e

transformadora.

6.3.4. Conselho de Classe

O conselho de classe na gestão democrática se efetiva através de reunião

com a participação da direção, equipe pedagógica, professores e representantes dos

5

alunos, na qual se reflete sobre o desempenho e a aprendizagem dos alunos, do que

se o aluno vai ser aprovado ou não, objetivando-se encontrar pontos de dificuldade

tanto do aluno como da instituição de ensino na figura de seus professores e

organização pedagógica. São essas reflexões que proporcionaram a tomada de

decisão necessária para o melhor encaminhamento pedagógico para o sucesso de

todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

6.3.5. Outros espaços privilegiados para discussão e análise das práticas educativas

da escola

As reuniões pedagógicas ou gerais, as horas-atividades coletivas também se

constituem em espaços privilegiados para discussão e análise das práticas

pedagógicas realizadas pela escola, porque proporcionam a participação dos que

compõem a comunidade escolar.

6.4. Responsabilidades dos Recursos Humanos que prestam serviço à Unidade

Escolar

De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico

neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, será

necessário o compromisso com o profundo conhecimento e estudo constante da

fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de seus educandos

jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA;

das Diretrizes Curriculares organizadas por disciplina pelo Estado do Paraná, bem

como das legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial,

à Educação de Jovens e Adultos.

6.4.1. Direção Escolar

A direção da escola tem o papel de ser a pessoa motivadora da comunidade

escolar, sendo, portanto, responsável pela integração e articulação das diversas

atividades internas e externas, contribuindo na definição de ações da organização da

escola, tomadas de decisões, que caminhem ao encontro dos objetivos traçados, e

5

que sejam condizentes com a filosofia e os princípios didático-pedagógicos

delineados. É o diretor (a) o principal articulador dos diversos segmentos escolares

em torno do Projeto Político-Pedagógico que se quer desenvolver.

Compete, portanto, ao diretor do Centro Estadual de Educação Básica para

Jovens e Adultos, administrar conjuntamente com o Conselho Escolar, coordenando

a execução do plano de trabalho traçado e construído coletivamente, no sentido de

elevar os padrões de qualidade do processo de ensino e da aprendizagem dos

alunos, coordenando juntamente com a equipe pedagógica do estabelecimento, todo

trabalho pedagógico a ser realizado diariamente na instituição escolar.

Com as atuais diretrizes estabelecidas pela legislação, a escola passa a ser

um espaço com autonomia administrativa e pedagógica o que exige, um profissional

apto a gerir com competência, o aperfeiçoamento dos professores, os recursos

financeiros, físicos, pedagógicos, o currículo, os serviços da secretaria, sabendo agir

com inteligência para harmonizar interesses divergentes e estabelecer

relacionamentos nutrientes, levando em conta as necessidades de todos os

envolvidos no processo escolar, entre outros.

Deve agregar ainda as competências de saber delegar, saber engajar-se, ter

visão estratégica, ser comunicativo, mostrar-se ético, ser empreendedor, demonstrar

agilidade, capacidade de informação, ter acessibilidade, ter capacidade de construir

cadeias de relacionamentos, abrir espaços para discussão, implementando a

responsabilidade individual e a construção do trabalho coletivo, cumprir e fazer

cumprir a legislação em vigor, assumindo com responsabilidade os compromissos

que o cargo lhe impõe, exercendo a liderança participativa que divide o poder das

decisões dos assuntos escolares com toda a sua equipe de trabalho. Ao diretor

compete também executar a Avaliação Institucional conforme orientação da

mantenedora.

6.4.2. Professor Pedagogo

O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico que não são

estáticas, mas que se transformam em função da interação com o todo da escola.

5

Ele deve buscar a efetivação do currículo escolar, num processo dinâmico,

contínuo, sistemático e integrado aos demais profissionais envolvidos. Sendo o

primeiro profissional com o qual os educandos terão contato para conhecer a

sistemática da escola, deverá informar-lhes sobre a estrutura e funcionamento da

instituição, as formas de atendimento, material utilizado e os recursos disponíveis.

Deverá ainda, proporcionar aos educandos, conjuntamente com os professores,

reflexão sobre suas respectivas responsabilidades como também suas

potencialidades, buscando promover situações e condições que favoreçam o

desenvolvimento pleno do educando, prevenindo situações de dificuldades, a fim de

não se estabelecer apenas como um recurso de resolução de problemas já

instalados.

Terá também a responsabilidade de buscar informações para construir sua

compreensão da realidade social no qual o processo pedagógico está inserido, e,

sobre o qual deve atuar juntamente com os demais profissionais da equipe escolar,

permitindo a análise das necessidades e a identificação de prioridades que orientam

o estabelecimento de objetivos específicos de ação.

O professor pedagogo deve ter clareza sobre a forma como os homens

estabelecem suas relações de trabalho e poder, como a sociedade está organizada

e, a partir daí, que homem se pretende formar na instituição escolar.

Será também de sua responsabilidade, ao lado do diretor, a realização do

trabalho coletivo, que envolve toda a equipe, sem o qual não se constrói ações

eficientes e eficazes, para a melhoria constante do processo de ensino e

aprendizagem, otimizando rotinas administrativas e pedagógicas, e, sobretudo,

agindo no acompanhamento e avaliação deste processo.

Para tanto, terá que planejar suas ações, levando em conta, principalmente,

os resultados do ensino e aprendizagem da instituição que atua, após avaliações

efetuadas e que envolvam toda a comunidade escolar.

Ele deve, juntamente com os coordenadores das ações descentralizadas,

planejar e implementar programas de educação continuada para docentes,

promovendo hora-atividade, preferencialmente coletiva, grupos de estudos, levando

em conta as dificuldades enfrentadas pelos professores, pela escola, pelos alunos. O

5

assessoramento do trabalho pedagógico na escola precisa ser realizado de forma

dialética, possibilitando o avanço da instituição escolar como um todo.

Sua postura profissional deve ser a de um pesquisador incansável na busca

de metodologias adequadas e adaptadas à realidade da escola, na construção de

subsídios teóricos que fundamentam a prática pedagógica, contribuindo para a

segurança e modificação necessárias nos encaminhamentos pedagógicos das aulas

dos professores, objetivando o benefício da aprendizagem dos educandos.

Ao professor pedagogo cabe a responsabilidade de:

• Motivar os educandos em todos os momentos do seu processo escolar;

• Planejar a partir de indicadores educacionais;

• Subsidiar na elaboração de um plano de trabalho e ensino, pelo diagnóstico

estabelecido;

• Acompanhar, avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos de

trabalho;

• Buscar o aprimoramento profissional constante, seja nas oportunidades

oferecidas pela mantenedora, pela própria escola ou por iniciativas pessoais;

• Coordenar estudos para a definição de apoio aos educandos que apresentem

dificuldades de aprendizagem, para que o Centro ofereça todas as alternativas

de atendimento necessário;

• Participar da análise e discussão dos critérios de avaliação e suas

conseqüências no desempenho dos educandos;

• Promover a participação da escola nas atividades comunitárias;

• Pesquisar e investigar a realidade concreta do educando historicamente

situado, oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo escolar;

• Coordenar e acompanhar atividades em torno de linhas mestras como:

Educação e Cidadania, Educação e Trabalho, Educação e Saúde, Educação e

Família, Ética e Temas Transversais;

• Promover e acompanhar reuniões sistemáticas de estudos e trabalho;

• Orientar e acompanhar a elaboração de projetos que visem o enriquecimento

curricular nas diversas áreas do conhecimento;

5

• Subsidiar a direção com critérios para definição do calendário escolar,

segundo orientações do Núcleo Regional de Ensino;

• Analisar e emitir parecer sobre aproveitamentos de estudos, em casos de

recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;

• Participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, reuniões, encontros

e grupos de estudo.

• Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;

• Orientar e acompanhar os processos classificatórios que a escola realizar;

• Orientar a todos os solicitantes de matrícula sobre o funcionamento da

proposta pedagógica;

• Organizar juntamente com a direção da escola a oferta dos estudos coletivos

e individuais;

• Montar as turmas dos coletivos;

• Acompanhar e tomar providências a respeito da evasão escolar quando ela

existir;

• Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames

supletivos, conjuntamente com os respectivos coordenadores responsáveis.

• Executar a Avaliação Institucional.

6.4.3. Coordenações

As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação

Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos,

têm como finalidade a execução das ações abaixo elencadas, quando autorizadas e

regulamentadas pela mantenedora.

6.4.3.1. Coordenador geral

• Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas.

• Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.

• Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.

5

• Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do

Estabelecimento.

• Acompanhar o funcionamento de todas as turmas de Ações Pedagógicas

Descentralizadas (APEDs) e vinculados ao Estabelecimento.

• Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no

Sistema.

• Acompanhar a organização da documentação dos educandos para a

matrícula.

• Acompanhar a organização das listas de freqüência e de notas dos

educandos.

• Ver junto com o professor material de apoio didático para as turmas das

Ações Pedagógicas Descentralizadas.

• Responder, conjuntamente com a direção, ao NRE sobre todas as situações

dessas turmas.

• Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o

atendimento aos educandos de todas as turmas.

• Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas

durante as horas-atividade dos professores.

• Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de

experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem.

• Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em

comunidades que necessitam de escolarização.

• Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.

• Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.

• Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE,

quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da

escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua

coordenação.

• Executar a Avaliação Institucional quando necessário.

5

6.4.3.2 Coordenador itinerante

• Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas Descentralizadas.

• Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos.

• Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.

• Observar e registrar a presença dos professores.

• Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.

• Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.

• Solicitar e distribuir as listas de freqüência e de nota dos educandos.

• Encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação.

• Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral

qualquer problema neste procedimento.

• Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

• Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas

das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade.

• Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os

professores.

• Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

6.4.3.3. Coordenador de Exames Supletivos

• Tomar conhecimento do edital de exames.

• Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital.

• Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames

possam ser executados.

• Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos, conjuntamente com a

secretaria escolar.

• Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da

emissão de Relatório de Inscritos.

• Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário,

para execução dos exames.

6

• Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em

Braille e as ampliadas, das etapas a serem realizadas, ou bancas especiais de

aplicação de exames, quando for o caso.

• Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos

Exames.

• Receber os materiais dos Exames Supletivos dos NREs.

• Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização

dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em

especial a organização e o preenchimento dos cartões-resposta.

• Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e

tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames.

• Divulgar as atas de resultado

6.4.3.4 Docentes

O processo educativo deve estar compromissado com a mudança social,

buscando garantir a formação de identidade dos cidadãos. Pensar na formação do

jovem e adulto trabalhador que responda às novas exigências desta sociedade

requer um educador que garanta a inter-relação personalizada e contínua do

educando com o sistema de ensino, propondo coletivamente as ações de

intervenção, acompanhando e avaliando sistematicamente o trabalho a ser realizado.

Nesse sentido, é importante destacar o papel do professor como mediador do

processo de ensino-aprendizagem, sendo sua responsabilidade mobilizar

conhecimentos e propiciar aprendizagem também por meio do desenvolvimento de

projetos e pesquisas, incentivando os educandos a adotarem uma postura crítica

diante da realidade e do saber historicamente produzido pela humanidade.

É relevante que o professor viabilize processos pedagógicos que enfatizem a

problematização, a investigação, como processos fundamentais na produção do

conhecimento. Que promova o debate, as discussões, como formas de desenvolver

a capacidade de argumentar, ouvir e refletir sobre o ponto de vista do outro e

explicitar o próprio raciocínio. Que valorize situações desafiadoras nas suas relações

de ensino e aprendizagem, como ponto de partida para pesquisas, vivências

6

culturais, de forma a favorecer, além do desenvolvimento de conceitos, a

aprendizagem de atitudes, procedimentos e interações coletivas, tão necessárias

para o resgate da responsabilidade social.

Dessa forma, cabe ao docente:

• Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das

Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA, das Diretrizes Curriculares

Estaduais da EJA e da Proposta Político-Pedagógica deste Centro Estadual

de Educação e das Diretrizes Curriculares por disciplina do Estado do Paraná;

• Estimular e motivar o educando, levando-o a acreditar em sua capacidade de

organizar as atividades;

• Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino

que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada educando

jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento;

• Organizar os conteúdos a serem abordados de acordo com a concepção

pedagógica adotada pelo Estado do Paraná;

• Estabelecer um processo de avaliação, a respeito do desempenho dos

educandos, tendo como princípio o acompanhamento contínuo da

aprendizagem;

• Analisar sistematicamente o resultado do desempenho do educando, obtido

no processo de avaliação, para fins de planejamento;

• Implementar a recuperação de conteúdos para assegurar o sucesso a todos

os discentes;

• Utilizar as tecnologias de informação e comunicação disponíveis;

• Conhecer o perfil dos educandos (idade, ocupação, nível sócio-econômico,

expectativas, hábitos de estudo);

• Elaborar, junto à equipe de professores pedagogos e de coordenadores,

quando necessário, a Proposta Pedagógica do estabelecimento de ensino,

em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais e as Diretrizes

Curriculares Estaduais e com a Proposta Pedagógica de EJA e o seu plano de

6

ensino, desenvolvendo-o conforme orientações das Diretrizes Curriculares

para jovens, adultos.

• Manter e promover relacionamentos cooperativos de trabalho com seus

colegas, com educandos, pais e com os diversos segmentos da comunidade;

• Realizar processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola,

com vistas ao melhor rendimento do processo ensino e aprendizagem;

• Participar da realização de atividades extracurriculares do estabelecimento de

ensino;

• Produzir, mensalmente, as avaliações processuais da escola, investindo na

sua melhoria contínua;

• Renovar, mensalmente, as avaliações processuais da escola;

• Organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos

por Disciplina.

• Executar a Avaliação Institucional quando necessário;

• Assumir compromisso com a formação continuada, participando dos

programas de capacitação ofertados pela mantenedora e/ou outras

instituições, participar de grupos de estudos, hora-atividade coletiva

promovidos pelo Centro, mantendo permanente atitude de estudo e pesquisa.

• Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta

pedagógica deste Estabelecimento Escolar.

• Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.

• Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino

que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada educando

jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento.

O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e

nas ações pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverá

atuar em todas as formas de organização do curso: aulas presenciais coletivas e

individuais.

6

6.4.3.5. Secretaria e Apoio Administrativo

A secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de escrituração

escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino. Este serviço é coordenado

e supervisionado pela direção, ficando a ele subordinado.

O cargo de Secretário (a) é exercido por um profissional devidamente

qualificado para o exercício desta função. Portanto, a organização, a minúcia, a

seriedade daqueles que ocupam este ambiente têm, obrigatoriamente, que fazer

parte de todas as suas ações.

Ao Secretário (a) compete:

• Conhecer a legislação que rege o registro da documentação dos educandos;

• Acompanhar e fazer matrículas bem como todos os registros sobre o processo

escolar em pastas individualizadas, expedindo todas as documentações

(declarações, certificados, transferências, relatórios, estatísticas e outros)

sempre que necessário;

• Utilizar somente as matrizes autorizadas pelo órgão competente;

• Participar de reuniões, encontros e/ou cursos sempre que convocados e por

iniciativa própria com o intuito de aprimoramento profissional;

• Participar e auxiliar em todas as atividades desenvolvidas pela escola;

• Atender às solicitações do diretor da escola.

• Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando

a organização da EJA prevista nesta proposta.

Aos profissionais que executam a função de apoio administrativo,

acompanhados pelo secretário, cabe a tarefa de:

• Conhecer a proposta pedagógica, regimento escolar e a legislação que rege o

registro de documentação escolar do educando;

• Efetuar os registros sobre o processo escolar e arquivar a documentação em

pastas individualizadas, expedindo toda a documentação: declarações; fichas

de controle de notas e freqüência individual e coletivo; certificados; históricos

6

escolares; transferências; relatórios finais; estatísticas; e outros documentos,

sempre que necessário;

• Atender os educandos, professores e o público em geral informando sobre o

processo educativo, veiculado pelo Estabelecimento de Ensino;

• Utilizar somente as matrizes curriculares autorizadas pelo órgão competente;

• Participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que convocados e por iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento profissional;

• Auxiliar em todas as atividades desenvolvidas pela escola;

• Atender às solicitações do Diretor.

• Providenciar o material utilizado nos recursos materiais (computadores, impressoras, fotocopiadora, entre outros) e conservá-los em bom estado;

• Providenciar, quando necessário, serviços de artes gráficas, impressão e reprodução de materiais, com a devida autorização da Direção;

• Racionalizar os serviços sob sua responsabilidade para uma melhor produtividade;

• Não permitir o uso de material e/ou máquinas por pessoas estranhas a esse setor;

• Receber, estocar e controlar o material de consumo, de limpeza e equipamento;

• Solicitar à secretaria a reposição de material de consumo e de peças de equipamentos.

6.5. Qualificação dos Ambientes Pedagógicos

6.5.1. Biblioteca Escolar

A biblioteca escolar não pode mais ser pensada somente como um espaço

escolar silencioso, mas também como um lugar privilegiado para a prática

pedagógica, que permite aos alunos e professores, a dinamização do ensino e da

aprendizagem, pela prática de atividades que estimulem a cultura, com incremento

da videoteca, cinemateca, grupos de teatros, clube de leitores, entre outros. Deve

existir e ser organizada para a total integração com a sala de aula no

desenvolvimento do currículo escolar, criando o prazer de ler, despertando nos

educandos a consciência da importância da leitura. Portanto, ela deve ser um local

agradável, que convida à leitura, à pesquisa, à aprendizagem, às realizações

6

pedagógicas, um lugar para onde toda a comunidade se dirige, porque deseja

ampliar seus conhecimentos, pluralizar suas idéias.

6.5.2. Laboratório

O laboratório constitui um espaço pedagógico extremamente rico, pois

possibilita aos alunos e professores a construção dos conteúdos procedimentais, ou

seja, através de realizações práticas, o conteúdo conceitual pode ser esmiuçado,

experimentado, aos olhos dos educandos. É através de aulas laboratoriais que existe

a possibilidade de transformação do entendimento abstrato ao entendimento

concreto, pois quando bem implementadas as atividades laboratoriais auxiliam o

trabalho escolar do professor na relação do ensino e da aprendizagem, enaltecendo

metodologicamente à participação do aluno.

Também é importante ressaltar que a idéia de laboratório que se deseja na

Educação de Jovens e Adultos, não é restrita a um único espaço físico, mas aquele

que combina com os entendimentos expressos pelo Conselho Estadual de Educação

no Parecer nº 095/99 onde se lê “... indubitavelmente, um conceito novo para o

espaço denominado laboratório acompanha uma educação científica nova, espaço

que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do mar, o bosque ou a praça

pública...”. Tudo isso explicita a ampliação do significado do laboratório, idéias que

se somam ao local físico de funcionamento do laboratório, reforçando o princípio

pedagógico da contextualização que se quer implementar neste Centro Estadual de

Educação Básica para Jovens e Adultos.

6.5.3. Recursos Tecnológicos

Vivemos em tempo de globalização do conhecimento, quando o cidadão deve

dominar as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na escola é

possibilidade de construção de estratégias e habilidades necessárias para a

compreensão e inserção no mundo atual com novas formas de expressão e

comunicação. Esse enfoque será tratado como recurso e estratégia para garantir e

ampliar a qualidade do processo ensino e aprendizagem.

6

É preciso ensinar o educando a trabalhar a informação, utilizando-a para

colaborar na solução dos problemas da realidade. Dessa forma, o uso da tecnologia

possibilita ensinar de formas diferentes, transformando a aula em investigação.

Lembrar que conhecimentos derivam de informações, e estas advêm de dados.

Assim, para realizar novos conhecimentos é necessário ter ações sobre as

informações disponíveis em um dado momento e contexto. A criação de ambiente

informatizado, que objetive gerenciar os processos da escola, deverá considerar as

trocas de informação e a cultura da escola para o enriquecimento de saberes do

educando, sem perder de vista a vocação ontológica da pessoa que é ser sujeito do

processo educativo em sua relação com o mundo para poder transformá-lo.

Por tecnologias se entende todas as mídias: impressa, televisiva, rádio,

computador, internet, entre outras. A clareza desta escola sobre o assunto se dá pelo

fato de se ter nas tecnologias o apoio pedagógico ao bom desenvolvimento do

processo de ensino-aprendizagem, tratando-se de recursos didáticos muitos

interessantes na atualidade.

6.6. Elaboração do Calendário Escolar

A elaboração do calendário escolar seguira determinação geral da Entidade

Mantenedora com orientações repassadas pelo Núcleo Regional de Paranavaí.

6.7. Formação Continuada dos Profissionais da Educação

Para que os profissionais da educação possam manter-se conectados com as

mudanças diárias do mundo pedagógico e social, é necessário um plano de

formação continuada que pode ocorrer ofertada pela entidade mantenedora ou pela

própria escola através da formação em serviço.

Para tanto serão elaborados projetos de capacitação que visem o

aprimoramento teórico-metodológico, na forma de troca de experiências, estudos

sistemáticos e oficinas, entre outros, que poderão ocorrer nas horas atividades, ou

em reuniões programadas para tal fim.

6

6.8. Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas nos Níveis Fundamental e

Médio

Apresenta-se o que a Proposta Pedagógica, organizada coletivamente em

nível de Paraná, coloca sobre os critérios da organização do processo de avaliação

escolar:

• As avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

• Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais

escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se

submeterá na presença do professor, conforme descrito no regimento

escolar;

• A avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez

vírgula zero);

• Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), de acordo com a Resolução nº 3794/04 – SEED;

• O educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

• Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados

em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a

regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;

• O educando portador de necessidades educativas especiais terá sua

ficha psicopedagógica analisada de acordo com as orientações contidas

na mesma. Serão realizadas adaptações curriculares quanto aos

conteúdos, metodologias, tempo e avaliação, de forma a promover

avanços significativos de aprendizagem a esse público.

6

6.8.1. Outros aspectos que integram a Avaliação Escolar

6.8.1.1. Recuperação de Estudos

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de

construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem,

possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao

processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos

básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de

apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor

diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos

conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de

exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos

instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

6.8.1.2. Aproveitamento de Estudos

O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito

equivalente às disciplinas ofertadas neste Estabelecimento Escolar, amparado pela

legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de

cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e

prosseguimento de estudos.

6.8.1.3 Classificação e Reclassificação

Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará

o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.

6.9. Avaliação Institucional

A avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta “deve ser

construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as

6

fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais

comprometidas com a transformação social e o aperfeiçoamento da gestão escolar e

da educação pública ofertada na Rede Estadual.” (SEED, 2004, p.11)

Neste sentido, a avaliação deste Projeto Político Pedagógico não se restringirá

somente à escola, mas possibilitará por meio de outros fatores que seja identificado

todos os entraves que dificultam a oferta, o acesso e a permanência dos educandos

numa educação pública de qualidade.

Aliado a identificação destes fatores deve estar, o compromisso e a efetiva

implementação das mudanças necessárias.

Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto

responsabilidade coletiva, pressupõe a clareza das finalidades essenciais da

educação, dos seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a

reelaboração e a implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e

impactos positivos à população que demanda escolarização.

6.10. Linhas gerais de Ação a serem Efetivadas pela Comunidade Escolar

A escola terá algumas linhas gerais de ação voltadas para:

• Criar condições didático-metodológicas para realização da Proposta

Pedagógica e do Projeto Político-Pedagógico da escola, consensuadas com

os eixos dos princípios da política educacional da SEED/PR;

• Conhecer a legislação educacional e do ensino, as normas emitidas pelos

órgãos competentes, assegurando o seu cumprimento;

• Construir coletivamente os encaminhamentos de funcionamento da proposta

pedagógica da EJA, sob a coordenação da direção e da equipe pedagógica

da escola;

• Organizar permanente do espaço físico da escola para o bom funcionamento

da proposta pedagógica da EJA;

• Providenciar por um espaço que acolha melhor o laboratório contribuindo para

a melhoria do processo pedagógico;

• Verificar possibilidades de se ter uma sala de professores que foi extinta para

dar lugar a outros ambientes pedagógicos;

7

• Providenciar espaço para organização dos materiais de apóio pedagógico;

• Manter a organização da biblioteca escolar para o bom atendimento de

professores e alunos;

• Lutar pelo atendimento aos alunos da EJA em (pelo menos) três vezes

semanal no período vespertino, iniciando pelo atendimento individual, abrindo

espaço para os alunos que não conseguem se matricular no período noturno

em virtudes das profissões que exercem neste horário;

• Realizar orientação de funcionamento da escola realizada de forma

permanente feita pela equipe pedagógica da escola a todos os alunos que

fizerem suas matriculas nesta modalidade de ensino;

• Divulgar através da direção e equipe pedagógica, professores e funcionários,

todas as modificações que forem surgindo no ano letivo a respeito de ajustes

da proposta pedagógica vivenciada pelo CEEBJA;

• Atuar constantemente como elo entre os diferentes segmentos da escola e

desta com a comunidade – direção, equipe pedagógica, professores e

funcionários;

• Promover o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em grupo em todos

os setores da escola, visando favorecer o descobrimento das potencialidades

do trabalho individual e, sobretudo, do trabalho coletivo.

• Realimentar anual das ações que constam no PPP, mais precisamente a cada

início de ano letivo, suprimindo ou acrescentando atitudes necessárias de

serem colocadas em prática;

• Promover a democratização das informações sobre as ações da escola na

comunidade interna e externa;

• Criar na escola um ambiente acolhedor para alunos, professores, pais,

funcionários, comunidade e parceiros, de modo que acreditem e participem

ativamente da escola que escolheram, promovendo atividades integradoras;

• Despertar na comunidade escolar, o amor, a valorização e a necessidade do

trabalho comprometido para que a escola faça a diferença na vida de todos os

que nela estão envolvidos;

7

• Fortalecer os vínculos com a comunidade escolar via Conselho Escolar,

Conselho de Classe, Grêmio Estudantil. APAMF, visando à consolidação da

gestão democrática na escola;

• Assumir os problemas como desafios, estabelecendo o diálogo contínuo e

sempre que necessário, com alunos, pais, professores e funcionários, na

busca das soluções mais precisas;

• Olhar sempre de frente para os problemas reais que por ventura a escola vier

a apresentar (aluno, professores, funcionários), buscando apoio e ajuda junto

aos órgãos colegiados e Núcleo Regional de Educação.

• Cuidar da manutenção física da escola em todos os seus espaços e recursos

priorizando necessidades elencadas conjuntamente (durante os dois anos da

gestão).

• Administrar os recursos públicos com transparência, em comum acordo com o

Conselho Escolar, mantendo a comunidade sempre informada;

• Fortalecimento do Grêmio Estudantil;

• Promover ações que levem os alunos a evitarem posturas inadequadas frente

ao patrimônio escolar e á coletividade;

• Implementar atividades esportivas/culturais como forma integrativa da

comunidade interna e externa da escola;

• Participar dos projetos implantados pelo NRE (regionalizados), tais como

Tema da Campanha da Fraternidade, entre outros.

• Contribuir para o desenvolvimento dos alunos matriculados na escola.

• Trabalhar cooperativamente com os educadores para compreender, quando

for o caso, o comportamento dos alunos e agir de maneira adequada em

relação a eles – direção e equipe pedagógica.

• Realizar levantamento do perfil dos alunos, realizado a cada dois anos,

através de questionários contendo perguntas, aplicados pela equipe

pedagógica para realinhamento da melhor identificação dos nossos alunos e

percepção de suas necessidades.

• Incentivar o crescimento profissional dos professores, promovendo

sistematicamente momentos de aperfeiçoamento, grupos de estudos,

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participação em eventos de capacitação promovidos pela SEED e ou Núcleo

de Ensino;

• Promover junto à comunidade escolar o conhecimento das Diretrizes

Curriculares da EJA no Estado do Paraná (durante os dois anos de gestão)

• Desenvolver ações pedagógicas que favoreçam o acesso e a permanência do

aluno na escola, bem como seu sucesso escolar, investindo na adequação

metodológica e no atendimento de todos os setores da escola.

• Implementar metodologias que favoreçam a construção da autonomia e da

autodisciplina por meio de situações criadas em sala de aula para reflexão,

discussão, tomada de decisão, tornando o educando sujeito do seu próprio

conhecimento, construindo seu compromisso com a sociedade enquanto

cidadão;

• Promover reavaliações constantes dos instrumentos de avaliação do

atendimento individual da sede da escola realizadas durante todo o ano letivo;

• Realizar Conselhos de Classe com a participação de toda comunidade

escolar: alunos, professores, funcionários, equipe pedagógica e direção

durante o período letivo, em datas a serem marcadas pela equipe pedagógica;

• Identificar e atuar sobre os fatores que geram o fracasso escolar.

• Abordar em grupos de estudos, temas que possam contribuir para a formação

de valores e atitudes em relação ao outro, á política, á economia, ao sexo, a

droga, á saúde, ao meio ambiente, á tecnologia e outros, contribuindo para a

qualidade de vida das pessoas.

• Acompanhar e incentivar o trabalho dos docentes quanto aos Desafios

Educacionais Contemporâneos

• Observar o comprimento da hora-atividade, bem como elaboração dos planos

docentes.

• Orientar os professores, para que valorizem as experiências de vida dos

educandos, selecionando conteúdos de acordo com suas necessidades.

• Incentivar o uso da sala de informática, para ampliação do conhecimento do

educando

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• Aproveitar, quando for compatível com essa modalidade de ensino,

experiências significativas adotadas por outros profissionais de outras escolas;

• Buscar parcerias com a comunidade paranavaiense no sentido de ajudar a

escola a ser melhor em todos os seus aspectos;

• Cuidar para que todas essas intenções se convertam em ações concretas na

escola.

• Implantar APEDs de Fase II e Ensino Médio nos bairros que ou municípios

que forem necessários.

• Promover eventos de caráter esportivo, culturais e recreativos para integração

dos alunos das APEDs com os do Centro, visando o sentimento de

companheirismo, que é gerado com o convívio em grupo.

• Apoiar incentivando a manutenção e o sucesso do Programa Viva Escola.

• Visitar os locais de grande concentração de pessoas para divulgar os exames

supletivos e a escola, convidando as pessoas que ainda não concluíram sua

respectiva escolaridade, para que o façam.

• Convocar reuniões com as Associações de Bairros para divulgar a escola e

convidar as pessoas que não concluíram sua escolaridade para freqüentar o

CEEBJA.

6.11. Avaliação do Projeto Político - Pedagógico

A avaliação deste Projeto Político-Pedagógico exigira que todos os envolvidos

estejam atentos à realidade escolar, para acompanhar e perceber o que dá e o que

não dá bom resultado a respeito das colocações feitas no texto do referido

instrumento pedagógico.

A avaliação deverá fornecer os dados necessários para intervir no sentido de

corrigir a coerência (relação entre o projeto e o problema), a eficiência (gestão e

administração dos recursos e meios) e eficácia (relação entre a ação e os

resultados). (CARVALHO e DIEGO, 1994, p. 66).

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Ela apresentará entre outras possibilidades que irão surgindo no

desenvolvimento do projeto, avaliação interna e sistemática, essencial para a

correção e aprimoramento dos rumos e que poderá ser efetivada por meio de

questionários aplicados à comunidade escolar para parecer sobre as várias

dimensões deste Projeto Político-Pedagógico, reuniões por segmentos, reuniões

gerais, entre outros.

A avaliação desse projeto político-pedagógico ocorrerá durante e

paralelamente a sua execução, anualmente, de formas diversas e qualitativas

conforme já se mencionou, para garantir o êxito do mesmo, podendo ser retomado,

melhorado, acrescido, nas questões que forem necessárias, sem perder de vista,

que “o diretor da escola é o dirigente e principal responsável pela escola, devendo ter

a visão de conjunto, ser o articulador e o integrador dos vários setores (setor

administrativo, setor pedagógico, secretária, serviços gerais, relacionamento com a

comunidade, entre outros), sendo, portanto suas funções gestoras e administrativas”.

(LIBÂNEO, 2004, p.217).

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CONCLUSÃO

Ao se concluir o Projeto Político-Pedagógico do Centro Estadual de Educação

Básica para Jovens e Adultos, Newton Guimarães, Ensino Fundamental e Médio, se

reforça a consciência de que fazer educação demanda esforço, dedicação e muito

estudo de todas as partes que compõem a escola, do Núcleo Regional, da Secretaria

de Educação do Estado do Paraná, na busca da construção da universalização do

ensino, da escola pública, gratuita e de qualidade, se respeitando a diversidade

cultural, pois a escola poderá ser muito boa na medida em que todos,

cooperativamente, forem capazes de construí-la.

Esta escola está consciente de que há um espaço de trabalho grande a ser

realizado, entre a situação atual e o que deseja alcançar, mas sabe também, que

não há caminhos prontos, e, sim, caminhantes perseverantes, que buscam construir

a sua competência diariamente, porque tem que marchar em busca do sonho de

todos: o desejo de viver em um mundo onde a discriminação, a desigualdade, a falta

de ética e de humanidade não estarão mais presentes comandando as vidas das

pessoas.

Acredita também, que é nesse espaço de contradições, que as

transformações vão ocorrendo, na medida em que conhecimentos e atitudes são

incorporados no cotidiano da vida das pessoas, instrumentalizando-as para a

realização de uma prática reflexiva e crítica sobre a realidade que cerca a todos.

É desta forma que a escola vai desempenhando a sua função social e

devolvendo nas pessoas o direito de acreditar que ainda vale a pena viver,

assumindo uma postura vigilante contra todas as práticas de “desumanização” e

degradação humana.

Encerra-se com a imagem de Paulo Freire e as suas tão sábias palavras

proferidas no texto da sua “Canção Obvia”, onde afirma que a esperança não é algo

abstrato, mas que precisa existir na ação do fazer. Esperança, no conceito de Paulo

Freire, não é algo estático, mas que tem movimento, de quem não só espera as

coisas acontecerem, mas que as realiza no dia-a-dia.

“Por isto, enquanto espero trabalharei os campos e conversarei com os homens, suarei meu corpo, ... e meus pés aprenderão o mistério do caminho.” (FREIRE , 2000).

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Canção Óbvia

Escolhi a sombra desta árvore pararepousar do muito que farei,enquanto esperarei por ti.Quem espera na pura esperavive um tempo de espera vã.Por isto, enquanto te esperotrabalharei os campos econversarei com os homensSuarei meu corpo, que o sol queimará;minhas mãos ficarão calejadas;meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;meus ouvidos ouvirão mais,meus olhos verão o que antes não viam,enquanto esperarei por ti.Não te esperarei na pura esperaporque o meu tempo de espera é umtempo de que fazer.Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,:em voz baixa e precavidos:É perigoso agirÉ perigoso falarÉ perigoso andarÉ perigoso, esperar, na forma em que esperas,porque esses recusam a alegria de tua chegada.Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,com palavras fáceis, que já chegaste,porque esses, ao anunciar-te ingenuamente ,antes te denunciam.Estarei preparando a tua chegadacomo o jardineiro prepara o jardim

para a rosa que se abrirá na primavera.Paulo FreireGenève, Março 1971.

In: Freire, P. Pedagogia da Indignação. São Paulo: UNESP, 2000.Paulo Freire (1921-1997)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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PARANÁ. SEED. Proposta Pedagógico-Curricular da Educação de Jovens e Adultos. 2005

PARANÁ. SEED/SUED. Reformulação Curricular do Estado do Paraná. 2003.

PARANÁ. SEED/SUED. Os Desafios Educacionais Contemporâneos e os Conteúdos Escolares: Reflexos na Organização da Proposta Pedagógico Curricular e a Especificidade da Escola Pública. In: Orientações para a Semana Pedagógica. 2008.

PARANÁ. SEED/SUED. Sistematizações e Sínteses da semana Pedagógica do NRE e Escolas da rede Pública Estadual. 2008.

PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre a educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Campinas, SP: Autores Associados, 1992.

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VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: Plano de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo: Libertat, 1995.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995

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ANEXOS

• Relação dos integrantes da Comunidade escolar;• Ata de Aprovação do PPP.

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Integrantes do CEEBJA NEWTON GUIMARÃES:

DireçãoAmanda Leticia Pessoto Bana

Conselho Escolar Agostinho da Silva – representante dos professoresIrlene Salete Gonçalves do Carmo (suplente)Edir Merlim da Silva – representante da equipe pedagógicaKatia Correa de Moraes (suplente)Sandra Mara Miranda – representante dos funcionários administrativosDeisy Molina Gonçalves dos Santos (suplente)Neuza Rodrigues de Souza – representante dos funcionários de apoioClaudemir dos Santos – representante da APAMFJosé Fernandes dos Santos (suplente)Cristian da Silva Batista – representante do GrêmioRodrigo da Silva (suplente)Maria Izabel de Godoi – representante dos paisElisa Araújo Chaves (suplente)Hilda Soares da Silva – representante dos alunosMariselma Paulino de Abreu (suplente)

APAMF

Presidente: Claudemir dos SantosVice-Presidente: José Fernandes dos Santos1º Tesoureiro: Mariselma Paulino de Abreu2º Tesoureiro: Silvana Aparecida Rodrigues1ª Secretária: Deisy Molina Gonçalves dos Santos2ª Secretária: Paula Regina Fronja Zandona1º Diretor Sócio-Cultural e Esportivo: Marcelo Aparecido Gomes de Souza2º Diretor Sócio-Cultural e Esportivo: Terezinha de Jesus FranciscoConselheiros Deliberativos e Fiscais: Valmir Carneiro da Silva, Luiza da Silva, Maria Conceição de Oliveira Azevedo , Edir Merlim da Silva, Neuza Rodrigues de Souza e Irlene Salete Gonçalves do Carmo.

Grêmio Estudantil

Presidente: Cristian da Silva BatistaVice-Presidente: Rodrigo da SilvaSecretário-Geral: Isabela Dias de AlmeidaTesoureiro-Geral: Andréia MouraDiretor de Esportes: Rodrigo FioriDiretor de Cultura: Regina da SilvaDiretor de Saúde e Meio Ambiente: Rodrigo Fiori

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Equipe Pedagógica

Edir Merlim da Silva (Professor Pedagogo)Cleusa Fatima Scaliante Wiese (Professor Pedagogo)Kátia Correa de Moraes (professor Pedagogo)Sheila de Padua Coelho (Professor Pedagogo)Izabel Christina Ferrari Sostes ( Professor Pedagogo - CENSE)

CoordenadoresSolange Bragato (Coordenadora de Exames Supletivos)Vanesca Moraes dos Santos (Corrdenadora Itinerante APEDs)

Secretária Sandra Mara Miranda

Agentes Administrativos:Deisy Molina Gonçalves dos SantosMaria de Fátima Tavares de SouzaSuellem Batista da SilvaSueli Maria dos Santos Torres (CENSE)

Agentes de ApoioAna Cledes Dias AlvesCícero Santana CelestinoFátima JacintoNeuza Rodrigues de SouzaNilda Aparecida Alves Prado

Professores da SedeAgostinho da SilvaAguinaldo Pastor FerreiraAlini Gontijo da SilvaAntonio Boniotti FilhoElenice FrancezEliete Gomes de AlmeidaGislene Rodrigues de Lima PetereitIohana Tatiane Milani MerendaIrlene Salete Gonçalves do CarmoJanaína Lacerda da SilvaJanice de Moura CazulaJociléa de OliveiraMaria Aparecida Paiva ArduiniMaria Regina WillersMarilza Berça da SilvaMarly Morovis de Souza

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Miguel Calil Fadel NetoPetterson Almeida VieiraRosicler de Araújo Valim da SilvaSandra Taís Gomes FerreiraSebastião Soares de CastroTelma Vaz TostesValdeth Van DalValéria Pupo FariasVanesca Moraes dos Santos Vânia Maria Pomin Wendson Cleber Cardoso da CruzTaize Matioro Ireno (VIVA ESCOLA)

Professores das APEDs

Angela Maria PergoCarolina Sayuri IshirokoClaudia Cristiane de CastroClaudinéia VieiraCleonice Meneghete dos Santos (CENSE)Edina de Oliveira Ferreria (CENSE)Eduardo Francisco BanaElineia Cerqueira Leite (APED E CENSE)Francisco Enéias Domiciano CescoGraciele Preuss RolimJanaína Rodrigues de SouzaJosé Manoel de Souza (CENSE)Kelen Francisca MatsumotoKreslen Alexandre MatsumotoLeandro Barbieri Sversut (CENSE)Raquel Mattos Gil (CENSE)Sandra Taís Gomes Ferreira (CENSE)Silvana Felmo do NascimentoTaize Matioro IrenoTelma Vaz Tostes (CENSE)Valdirene RufinoValéria Cristina Ferrari PetikVanesca Moraes dos Santos (CENSE)

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Aos vinte e seis dias do mês de outubro do ano de dois mil e dez, o Conselho Escolar do Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos, Newton Guimarães Ensino Fundamental e Médio, localizado na rua Bahia, 151, centro da cidade de Paranavaí-Paraná, esteve reunido para aprovação da realimentação do Projeto Político-Pedagógico da referida escola, conforme solicitação do Núcleo Regional de Educação de Paranavaí-Paraná. Após a leitura do documento o mesmo foi aprovado sem ressalvas. Nada mais havendo a constar, eu, Deisy Molina Gonçalves dos Santos, lavrei a presente ata que será assinada por todos os presentes.

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