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Uma publicação do CIAP Centro Integrado e Apoio Profissional OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público 2006 - Ano I / n o 04 EDIÇÃO ESPECIAL

Centro Integrado e Apoio Profissional · Coordenadores do Projeto. instituto Sallus Assessoria de Comunicação. paulo Silva – Reg. DRT. 029/79 ... Vendas de 62% 04Políticas Públicas:

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Uma publicação do CIAPCentro Integrado e Apoio Profissional

OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

2006 - Ano I / no 04

EDIÇÃO

ESPECIAL

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ExpEdiEntE:dinocarme Aparecido LimaPresidente do Conselho de Administração.

Vergínia Aparecida MarianiDiretora Executiva.

Elzira Vergínia Mariani MartinsGerente Financeira.

Sérgio Ricardo de LimaGerente de Compras.

Maria Aparecida Carricondo LeiteGerente de Projetos de Saúde.

Alexandre pontes MartinsValmir de Arruda LeiteCoordenadores do Projeto.

instituto SallusAssessoria de Comunicação.

paulo Silva – Reg. DRT. 029/79Jornalista responsável.

Colaboradores da edição:Depto. de Auditoria e ControleDepto. ComunicaçãoDepto. ComprasDepto. ContábilDepto. EducaçãoDepto. FinanceiroDepto. JurídicoDepto. Pesquisa e Extensão Depto. PlanejamentoDepto. Recursos HumanosDepto. SaúdeDepto. SolidárioDepto. Tecnologia da InformaçãoSESMT - Serviço Especializado em

Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

DiagramaçãoCedilha Comunicação e Design(43) 3025-3230 - Londrina-PR

desenvolvido pelo departamento de Planejamento do CIAP.

O periódico CiAp em revista tem como missão promover informações qualificadas de Gestão e Planejamento nas áreas da Saúde, Educação, Assistência Social e Meio Ambiente, através do desenvolvimento de artigos que propiciem informações e intercâmbio aos gestores e profissionais que atuam na qualificação das políticas públicas.

EDITORIAL

distribuição: Prefeituras e Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, Parlamentares Federais, Estaduais e Municipais, Associações de Classe, Ministérios da Educação, Esporte e Turismo, Promoção Social, Meio-Ambiente e Saúde, Entidades e Associações das áreas de Gestão.tiragem: 2.500 exemplares publicação bimestral

CIAP – Centro Integrado e Apoio Profissional(OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público)

Av. Juscelino Kubitscheck, 978 - CEP 86020-000 - Fone: (43) 3379-2200 - [email protected] - www.ciap.org.br

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos seus respectivos autores.

Nesta edição queremos dar ênfase ao Pacto Pela Saúde 2006 que define a Responsabilidade Sanitária de cada instância Gestora do SUS.

A implantação e a implementação do Sistema Único de Saúde evoluíram muito, principalmente em relação aos processos de descentralização e municipalização das ações e serviços de saúde. O processo tornou-se mais complexo e colocou os gestores à frente de desafios que busquem superar a fragmentação das po-líticas e programas de saúde através da organização de uma rede regionalizada e hierarquizada de ações e serviços e da qualificação da gestão.

Por outro lado, o processo normativo do SUS necessitava contemplar a ampla diversidade e as diferenças do nosso país e contribuir para um modelo de atenção construído sob a égide da responsabilidade sanitária sintonizado com os princípios do SUS e adequado à realidade de cada Estado e região do país.

As Comissões Intergestores Bipartite – CIBs – precisam de fortalecimento para exercer o seu papel e promover as pactuações para o alcance das metas e objetivos propostos.

São seis as prioridades pactuadas: • Saúde do idoso; • Controle do Câncer de colo de útero e de mama; • Redução da mortalidade infantil e materna; • Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e ende-

mias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; • Promoção da Saúde; • Fortalecimento da Atenção Básica.

A implantação do Pacto, nas suas três dimensões: Pacto pela Vida; Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do SUS promove inovações nos processos e instrumentos de gestão que visam alcançar maior efetividade, eficiência e qualidade de suas res-postas e ao mesmo tempo, redefine responsabilidades coletivas por resultados sani-tários em função das necessidades da população e na busca da equidade social.

dinocarme Aparecido LimaPresidente do Conselho de Administração

2 • CIAP em Revista

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Sumário

CAPAPACTO PELA SAÚDE 2006

“Uma Entidade não deve viver da

comunidade.É preciso que

ela viva na comunidade.”

04 Políticas Públicas:Pacto pela Saúde 2006

Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde

Legislação Comentada: Políticas de Saúde no Brasil 10

FMUSP E Mackenzie Assinam Acordo de Normas de Conduta

Genéricos Fecham Primeiro Trimestre com Alta nas Vendas de 62%

10 Mandamentos para Evitar Acidentes com as Crianças no Período de Férias

12 CIAP em AçãoO CIAP nas Instituições de Saúde

Notas e Orientações: 18

CIAP em Revista • 3maio-junho / 2006

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Políticas Públicas

René Santos - CONASS

pACtO pELA SAÚdE

• Com base nos Princípios Constitucionais do SUS;

• Com ênfase nas necessidades de saúde da população;

• Anualmente revisada.

Definição de prioridades arti-culadas e integradas sob a forma de três pactos:

• Pacto pela Vida;• Pacto em Defesa do SUS;• Pacto de Gestão.

pacto pela Saúde

Conjunto de compromissos sanitários expressos em objetivos de processos e resultados, derivados da análise da situação de saúde da po-pulação e das prioridades definidas pelos três gestores.

pacto pela Vida

O Pacto pela Vida reforça no SUS o movimento da gestão pública por resultados. As prioridades são expressas em metas Municipais, regio-nais, estaduais e nacionais, inseridas no termo de compromisso de gestão.

As metas e objetivos do Pacto pela Vida devem inscrever-se nos termos de compromisso de Gestão.

prioridades:1 Implantar a Política Nacional

da Pessoa Idosa;2 Controle do câncer de colo

de útero e de mama;3 Redução da mortalidade ma-

terna e infantil;

2006 PACTO

PELA SAÚDEPORTARIA Nº 399/GM DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006 DIVulGA O PACTO PElA SAúDE 2006 – CONSOlIDAçãO DO SuS E ApROVA AS diREtRizES OpERACiOnAiS dO REfERidO pACtO

4 Fortalecer a capacidade de resposta às doenças emergen-tes e endemias (dengue, han-seníase, tuberculose, malária e influenza);

5 Instituir a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ên-fase na adoção de hábitos sau-dáveis, de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo.

6 Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde - consolidar e qualificar a Estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção primária à saúde.

Pacto em Defesa do SuS

O pacto em defesa do sus en-volverá ações concretas e articuladas pelos três níveis federativos no senti-do de reforçar o SUS como política de Estado; e de defender os princí-pios basilares dessa política pública, inscritos na constituição federal.

prioridades:1 Implementar um projeto

permanente de mobilização social com a finalidade de: mostrar a saúde como direito de cidadania; regulamenta-ção da EC 29; incremento de recursos orçamentários.

2 Elaborar e divulgar a carta dos direitos dos usuários do SUS.

Pacto de Gestão

Objetivos:

O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades de cada ente federati-

vo de forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais evidente quem deve fazer o quê, contribuindo com o fortalecimento da gestão com-partilhada e solidária no SUS.

• Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS: federal, estadual e municipal, superando o atual processo de habilitação;

• Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na des-centralização; regionalização; finan-ciamento; programação pactuada e integrada; regulação; participação social; planejamento; gestão do tra-balho e educação na saúde.

• Descentralização dos processos administrativos relativos à gestão para as comissões intergestores bipartite.

• Os estados e municípios nas CIBs definem os modelos organizacio-nais a serem implantados de acordo com a realidade de cada estado, a partir de diretrizes e normas pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite.

• Constituição de colegiado de gestão regional cuja constituição, de-nominação e funcionamento devem ser acordados na CIB.

Regionalização:

Os principais instrumentos de planejamento da Regionalização são o Plano Diretor de Regionalização – PDR, o Plano Diretor de Investimento – PDI e a Programação Pactuada e In-tegrada da Atenção em Saúde – PPI.

Cada CIB deverá estabelecer qual o desenho mais apropriado para garantir o acesso com qualidade às

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ações e serviços de saúde, portanto, a definição do conjunto de ações e serviços a serem desempenhadas em cada região deverá estar de acordo com as necessidades de saúde e da capacidade de oferta da região.

As Regiões de Saúde são recor-tes territoriais inseridos em um espaço geográfico contínuo, identificadas pe-los gestores municipais e estaduais a partir de identidades culturais, econô-micas e sociais, de redes de comuni-cação e infra-estrutura de transportes compartilhados do território.

Para a constituição de uma rede de atenção à saúde regionalizada em uma determinada região, é necessário a pactuação entre os gestores envolvidos, do conjunto de responsabilidades não compartilhadas (atenção básica e às ações básicas de vigilância em saúde, que deverão ser assumidas por cada mu-nicípio) e das ações complementares.

Para garantir a atenção na alta complexidade e em parte da média, as regiões devem pactuar entre si arranjos inter-regionais, com agre-gação de mais de uma região em uma macrorregião; o ponto de corte da média complexidade que deve estar na região ou na macrorregião deve ser pactuado na CIB, a partir da realidade de cada estado.

diretrizes para o financiamento do SuS:

A Responsabilidade das três esfe-ras de gestão – união, estados e municípios pelo financiamento do Sistema Único de Saúde;

B Redução das iniqüidades macror-regionais, estaduais e regionais, a ser contemplada na metodologia de alocação de recursos;

C Repasse fundo a fundo, defi-nido como modalidade pre-ferencial de transferência de recursos entre os Gestores;

d Financiamento federal de custeio constituído em blocos de recursos.

Observação: Os recursos de cada bloco de financiamento devem ser aplicados, exclusivamente, nas

ações e serviços de saúde relacio-nados ao Bloco, a partir da regula-mentação específica. Aos recursos oriundos da prestação de serviços de média e alta complexidade re-sultantes da produção das unidades públicas não aplica-se essa restrição. No caso do Bloco da Assistência Farmacêutica, os recursos devem ser aplicados exclusivamente nas ações definidas para cada componente.

Os Blocos de Financiamento para o Custeio são:

A Atenção básica;B Atenção de média e alta com-

plexidade;C Vigilância em saúde;d Assistência farmacêutica;E Gestão do SUS.Bloco de financiamento para a

atenção básica:

O piso de atenção básica - PAB; o piso da atenção básica variá-vel – PAB variável; e O PAB Variável passa a ser composto pelo financia-mento das seguintes estratégias:

A Saúde da Família;B Agentes Comunitários de

Saúde;C Saúde bucal;d Compensação de especifici-

dades regionais (correspon-dente a 5% do valor mínimo do PAB Fixo - R$ 13,00 – mul-tiplicado pela população do Estado com critérios de apli-cação pactuados ma CIB);

E Fator de incentivo da atenção básica aos povos indígenas;

f Incentivo à saúde no sistema penitenciário;

G Política de atenção integral à saúde do adolescente em

conflito com lei em regime de internação e internação provisória;

H Outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico.

O Bloco da Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar será constituído por: Limi-te financeiro da Média e Alta Com-plexidade Ambulatorial e Hospitalar – MAC e Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC).

O FAEC destina-se ao custeio: A Procedimentos regulados

pela Central Nacional de Regulação da Alta Comple-xidade - CNRAC;

B Transplantes;C Ações estratégicas ou emergen-

ciais, de caráter temporário;d Novos procedimentos que

não possuam parâmetros para permitir a definição de limi-te de financiamento, serão custeados pelo FAEC por um período de seis meses.

Observação: Os procedimentos atualmente pagos por meio do FAEC serão incorporados, gradativamente, aos limites financeiros de estados e municípios, na medida da elaboração do cálculo dos valores corresponden-tes, de acordo com parâmetros a serem estabelecidos entre MS, CONASS, Conasems e pactuados na CIT.

O Componente Limite Financei-ro de Média e Alta Complexidade Am-bulatorial e Hospitalar é destinado ao financiamento de procedimentos e de incentivos permanentes, transferidos mensalmente, para custeio de ações de média e alta complexidade.

CIAP em Revista • 5maio-junho / 2006

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Políticas PúblicasBloco de Financiamento para

Vigilância em Saúde:

O limite financeiro da vigilância em saúde é composto por dois compo-nentes: o componente da vigilância epi-demiológica em saúde e o componente da vigilância sanitária em saúde.

O componente da Vigilância Epi-demiológica e Ambiental, se refere aos recursos federais destinados às ações de vigilância, prevenção e controle de doenças, composto pelo atual teto financeiro de vigilância em saúde.

incentivos:

• Hospitais do sub sistema de vigilância epidemiológica;

• Registro de câncer de base populacional;

• Atividade de promoção à saúde;

• Laboratórios de saúde pública e outros.

Estão incluídos recursos fe-derais com repasses específicos, destinados:

I - Fortalecimento da gestão da vigilância em saúde em estados e municípios (VIGISUSII);

II - Campanhas de vacinação;

III - incentivo do Programa DST/AIDS.

Componente Da Vigilância Sanitária em Saúde:

O componente da Vigilância Sanitária em Saúde será constituído do Termo de Ajuste e Metas –TAM e do Piso da Atenção Básica em Vigi-lância Sanitária – PAB VISA.

Os recursos devem ser aplica-dos nas ações e serviços definidos e pactuados para cada componente, através de atos específicos.

O Bloco de Financiamento da Assistência Farmacêutica: se organiza em quatro componentes: básico, estra-tégico, medicamentos de dispensação em caráter excepcional, e o de estrutu-ração da assistência farmacêutica.

Bloco de financiamento para a Gestão do SUS: O financiamento para a gestão destina-se ao custeio de

ações específicas relacionadas com a organização dos serviços de saúde, acesso da população e aplicação dos recursos financeiros do SUS.

O financiamento deverá apoiar iniciativas de fortalecimento da ges-tão, sendo composto pelos seguintes sub-blocos:

• Regulação, controle, avalia-ção e auditoria,

• Planejamento e orçamento,• Programação,• Regionalização,• Participação e controle social,• Gestão do Trabalho,• Educação em Saúde,• Incentivo à implementação

de políticas específicas,• Estruturação de serviços e

organização da assistência farmacêutica.

São eixos prioritários para apli-cação de recursos de investimentos:

A Estímulo à regionalização;B Investimentos para a Atenção

Básica.

Responsabilidade sanitária:Define as responsabilidades sa-

nitárias e atribuições do município, do distrito federal, do estado e da união. A gestão do SUS é construída de for-ma solidária e cooperada, com apoio mútuo através de compromissos as-sumidos nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).

Algumas responsabilidades atribuídas aos municípios devem ser assumidas por todos os municípios. As outras responsabilidades serão atribuídas de acordo com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada no território municipal.

No que se refere às responsabi-lidades atribuídas aos estados devem ser assumidas por todos eles:

• Gerais da gestão do SUS;• Na regionalização;• No planejamento e progra-

mação;• Na regulação, controle, ava-

liação e auditoria;• Na gestão do trabalho;

• Na educação na saúde;• Na participação e controle

social.

ppi:

A nova proposta de PPI permite uma maior autonomia dos gestores na definição de suas prioridades e nos parâmetros. Permanece na PPI a explicitação dos pactos de referên-cia entre municípios, determinando a parcela de recursos destinados à própria população e à população referenciada. A PPI será objeto de portaria específica.

Regulação Assistencial:

Como princípios norteadores do processo de regulação:

• Cada prestador responde a um gestor: A regulação dos presta-dores de serviços deve ser preferen-cialmente do município conforme desenho da rede da assistência pac-tuado na CIB, observado o Termo de Compromisso de Gestão do Pacto e os seguintes princípios:

• Da descentralização, muni-cipalização e comando único;

• Da busca da escala adequa-da e da qualidade;

• Considerar a complexidade da rede de serviços locais;

• Considerar a efetiva capaci-dade de regulação;

• Considerar o desenho da rede estadual da assistência;

• A primazia do interesse e da satisfação do usuário do SUS.

A regulação das referencias in-termunicipais é responsabilidade do gestor estadual, expressa na coorde-nação do processo de construção da programação pactuada e integrada da atenção em saúde, do processo de re-gionalização, do desenho das redes;

•A operação dos complexos reguladores no que se refere a refe-rencia intermunicipal deve ser pac-tuada na CIB, podendo ser operada nos seguintes modos:

maio-junho / 20066 • CIAP em Revista

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•Pelo gestor estadual que se relacionará com a central municipal que faz a gestão do prestador.

•Pelo gestor estadual que se re-lacionará diretamente com o prestador quando este estiver sob gestão estadual.

•Pelo gestor municipal com co-gestão do estado e representação dos municípios da região.

•Conforme explicitado pelas diretrizes a regulação dos prestadores não tem um modelo único para o país. Cada CIB poderá definir o mo-delo que melhor se adapte a realidade do estado e municípios envolvidos.

•A regulação assistencial não é prerrogativa de uma esfera de go-verno, exclusivamente.

•Porém, vale destacar nessa premissa, o papel fundamental das Secretarias Estaduais na garantia do acesso do cidadão, notadamente nas referências intermunicipais.

Implantação e Monitoramento dos Pactos pela Vida e de Gestão:

A implantação dos pactos pela vida e de gestão, enseja uma revisão normativa em várias áreas que serão regulamentadas em portarias especí-ficas, pactuadas na CIT.

Definido o termo de compro-misso de gestão, federal, estadual, do DF e municipal, como o documento de formalização deste pacto nas suas dimensões pela vida e de gestão.

O termo de compromisso de gestão, contém as metas e objetivos do pacto pela vida, as responsabili-dades e atribuições de cada gestor, e os indicadores de monitoramento.

A assinatura do Termo de Com-promisso de Gestão substitui o atual processo de habilitação, conforme de-talhamento em portaria específica.

fiCA ExtintO O pROCES-SO DE HABIlITAçãO PARA ESTA-DOS E MuNICÍPIOS, CONFORME ESTABElECIDO NA NOB SuS 01/– 96 E NA NOAS SuS 2002.

Estabelecer um processo de monitoramento dos cronogramas

pactuados nas situações onde o mu-nicípio, estado não tenham condições de assumir plenamente suas responsa-bilidades no momento da assinatura do termo de responsabilidade.

•Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Compromisso de Gestão constante nas Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006, as mesmas prerrogativas e responsabilidades dos municípios e estados que estão habi-litados em Gestão Plena do Sistema, conforme estabelecido na Norma Operacional Básica - NOB SUS 01/96 e na Norma Operacional da Assistência à Saúde -NOAS SUS 2002.

Portaria GM/MS 699/2006

A Portaria número 699 GM/MS de 30 de março de 2006 regulamenta a implementação das Diretrizes Ope-racionais dos Pactos pela Vida e de Gestão e seus desdobramentos para o processo de gestão do SUS bem como a transição e o monitoramento dos Pactos, unificando os processos de pactuação e metas.

A referida portaria estabelece:

•As responsabilidades sanitá-rias e atribuições de cada gestor do SUS (que consta do anexo termo de compromisso de gestão);

•As metas e objetivos do Pacto pela Vida, e define as prioridades dos três gestores para o ano em curso;

•Os indicadores de monito-ramento dos pactos pela vida e de gestão;

•As normas para a definição, alteração e suspensão dos valores do

limite financeiro global do municí-pio, Estado e Distrito Federal;

• Define os fluxos de apro-vação dos termos de compromisso de gestão Municipal, Estadual, do Distrito Federal e da União;

•As regras de transição relati-vas à habilitação de municípios;

•O prazo para assinatura dos termos de compromisso de gestão;

•O processo de monitoramen-to do pacto;

•As regras e fluxos para os processos de recursos dos Estados e Municípios.

Algumas considerações sobre a Portaria GM/MS 699 de 30 de março de 2006:

•Segundo parágrafo 1º do arti-go 2º da referida portaria a unificação total dos processos de pactuação de indicadores existentes dar-se-á no ano de 2007.

•O Termo de Cooperação en-tre Entes Públicos, terá seu conteúdo pactuado entre Ministério da Saúde, CONASS e Conasems e será objeto de portaria específica.

•O Artigo 4º estabelece que a declaração de comando único pelo gestor municipal é o documento que explicita a gestão dos estabelecimentos de saúde situados no território de de-terminado município. O modelo dessa declaração encontra-se no anexo VI e deve conter a assinatura do coorde-nador da CIB e do gestor municipal. A referida declaração apresenta as unidades que serão assumidas a partir

CIAP em Revista • 7maio-junho / 2006

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Políticas Públicasde um cronograma pelo município e àquelas que permanecerão sobre gestão estadual.

Regras de transição

• Cabe aqui registrar algumas questões previstas no artigo 13 que trata das regras de transição:

• Ficam mantidas as responsa-bilidades e prerrogativas de estados e municípios, habilitados nas con-dições de gestão estabelecidas pela NOB SUS 96 e pela NOAS 01/2002 até a assinatura do respectivo Termo de Compromisso de Gestão;

• Os processos de habilitação de municípios conforme a NOAS

01/2002 que já tinham sido pactua-dos até a data de publicação dessa portaria (03 de abril de 2006) pode-rão ser homologados na CIT;

Regras de transição:

• Segundo a portaria os esta-dos, Distrito Federal e municípios deverão assinar o respectivo Termo de Compromisso de Gestão até nove meses após a publicação dessa por-taria (03 de janeiro de 2007);

• Cabe salientar que os estados, o Distrito Federal e os municípios que assinarem o Termo de Compromisso de Gestão farão jus às prerrogativas financeiras deste pacto, tais como re-

cursos para a gestão e regulação, e te-rão prioridade para o recebimento dos recursos federais de investimentos, ex-cetuando as emendas parlamentares e os vinculados a políticas específicas pactuadas, que permanecem em seu fluxo normal. A Portaria prevê que o Ministério da Saúde poderá propor à CIT outros incentivos para os estados, o Distrito Federal e municípios que assinarem o Termo de Compromisso de Gestão. Vencido o prazo estabe-lecido de 03 de janeiro de 2007, será feita uma avaliação na CIT sobre a situação dos estados e municípios que não assinaram o respectivo Termo de Compromisso de Gestão.

O CIAP, como parceiro dos três entes federados públicos na Gestão do Trabalho e da Educação na Saú-de, e considerando estas questões às vezes polêmicas e complexa aos gestores municipais publica parte do material, resultado de amplos debates, que contempla o posicio-namento do Conasems sobre alguns temas vinculados à área.

O CONASEMS, como ator político do SUS, tem a responsabilida-de de se posicionar sobre as diversas questões relacionadas à saúde, inter-vindo qualitativamente no processo de construção e consolidação do SUS.

Vínculos de Trabalho no SuS

O processo de descentraliza-ção da saúde ocasionou uma expres-siva mudança nas formas de con-tratação e estruturação da força de trabalho. Além disso, com a indução de políticas pelo Ministério da Saúde, houve a expansão e implementação de novos programas – PSF, PACS, SAMU, CEO, etc. – ocasionando um aumento significativo de contratação de trabalhadores de saúde pelos mu-

GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE

nicípios. Isso fez com que a maioria dos municípios atingisse o limite de sua possibilidade de contratação, em decorrência dos limites orçamentá-rios e legais (Lei de Responsabilidade Fiscal). Muitos municípios passaram a utilizar diferentes formas de con-tratação, como o estabelecimento de parcerias com ONGs, OSCIPs e contratos com cooperativas.

O processo de regularização de vínculos onde for necessário não pode ficar a cargo apenas dos muni-cípios. É preciso encontrar alternativas que possibilitem a solidariedade e a cooperação entre as três esferas de go-verno, para que não ocorra a retração ou a impossibilidade de expansão de serviços, prejudicando a população.

A posição do CONASEMS é de que todo vínculo de trabalho seja direto ou indireto, deve assegurar os direitos trabalhistas e previdenciários de todos os trabalhadores. Além disso, defendemos a democratização das re-lações de trabalho em todas as esferas de governo, com estímulo à organiza-ção do trabalhador no seu ambiente de trabalho, bem como a criação de

espaços de negociação para o debate de suas reivindicações.

O CONASEMS tem recebido críticas a respeito de sua posição de vínculo indireto. O argumento prin-cipal refere-se à existência de OS e OSCIPs, que têm se apresentado como entidades que desconsideram o controle social e os princípios do SUS. O COANSEMS reafirma seu compro-misso com o SUS e jamais defenderá situações que, de algum modo, se oponham à plena realização dos prin-cípios do SUS. Por isso, o CONASEMS defende que o provimento da força de trabalho para a estratégia de Saúde da Família, quando for realizado por meio de parceria, deve contemplar:

• Entidades paraestatais do-tadas de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades estatutárias sejam dirigidas à saúde;

• Controle estratégico do Es-tado, que demandará resultados referidos ao cumprimento dos obje-tivos das políticas públicas de saúde, explicitados em Contratos de Gestão com as entidades contratadas;

maio-junho / 20068 • CIAP em Revista

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• Apresentação de Prestação de Contas.

Contratação de trabalhadores do SuS

O Gráfico 1 (acima) mostra a distribuição percentual de empregos em saúde em 2003, por esfera de governo.

A pesquisa AMS/IBGE, de 2003, mostra que a esfera de governo muni-cipal é responsável por 66% de toda a força de trabalho pública do SUS. Isso se deve ao processo de descen-tralização e municipalização dos serviços de saúde que promoveu uma expansão significativa da contratação da força de trabalho em saúde pelos municípios, com a forte retração da contratação por parte da União.

É fácil observar na Tabela e no Gráfico como foi essa evolução dos anos 80 até hoje.

A tabela i mostra a distribui-ção comparativa, nos anos de 1980 e 2003, da quantidade e percentual de empregos públicos em saúde, por esfera de governo.

O Gráfico II mostra a distri-buição comparativa entre os anos de 1980 e de 2003 de empregos públicos em saúde por esfera de governo.

Essa mudança, ocorrida entre 1980 e 2003, fez com que grande parte dos municípios atingisse o limite financeiro de gastos com pessoal, em função da Lei de Responsabilidade Fiscal, e arcasse com extraordinária responsabilidade na expansão dos ser-viços de saúde, freqüentemente utili-zando percentual maior do orçamento municipal do que o mínimo requerido pela Emenda Constitucional 29. É um avanço na atenção à população, sem dúvida, mas também é uma grande carga para o município que não recebe as transferências de recursos no mesmo ritmo e dimensão. Com a expansão do PSF, do PACS, do CEO, etc., a situação se agravou ainda mais, reduzindo a capacidade de governança local. Por isso surge a necessidade de se fazer um levantamento sobre a estruturação da força de trabalho em saúde a fim de dimensionar o número de servidores federais e estaduais à disposição dos municípios, considerando as perdas passadas e as que deverão ocorrer nos próximos anos, para a definição de uma política de reposição, por meio do compartilhamento de recursos finan-ceiros entre as três esferas de governo. Para tanto, pode ser criado um fundo específico para este fim.

Além disso, com indicadores e estudos sobre a contratação e gestão de pessoal para a saúde na esfera municipal, propõe-se abrir o debate, em âmbito nacional, sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, visando buscar alternativas para o fortaleci-mento da capacidade de governança dos municípios.

• Definição de parâmetros para a medição dos resultados contemplados no Contrato de Gestão;

• Direção das Organizações exer-cidas por Conselhos de Administração, com participação do Estado e da socie-dade, garantindo o controle social;

• Transparência, responsabili-dade por atribuições outorgadas e o dever de prestar contas;

• Boas práticas de governança e capacidade de gestão e operacio-nal comprovadas.

O CIAP reafirma seu compromisso ético no desenvolvimento de projetos com os municípios e explicita que contempla as considerações do CONASEMS:

• Elaboração de Termos de Parceria, com objetivos das políticas públicas de saúde;

• Estabelecimento de parâmetros para a medição dos resultados contem-plados em Planos de Trabalho;

• Comissão de Avaliação dos Termos de Parceria com participação do ente público, do CIAP e do Con-selho Municipal de Saúde;

• Garantia dos direitos trabalhis-tas e previdenciários da força de traba-lho contratada para o desenvolvimento dos projetos;

1980 2003

Quantidade Percentual Quantidade Percentual

Municipal 43.068 16.2 791.397 66.3

Estadual 109.573 41,2 306.042 25.6

Federal 113.279 42,6 96.064 8.1

Tabela 1: Distribuição comparativa, nos anos de 1980 e 2003, da quantidade e percentual de empregos públicos em saúde, por esfera de governo.

CIAP em Revista • 9maio-junho / 2006

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Legislação Comentada

AlGuNS ACOntECiMEntOS iMpORtAntES nO BRASiL:

Maria Paula Palma Carricondo Cardoso

Atualmente podemos numerar vários problemas referentes ao Siste-ma de Saúde no Brasil como:

• Filas freqüentes em serviços de saúde;

• Falta de leitos hospitalares, medicamentos, vagas insuficientes para exames de alto custo;

• Escassez de recursos finan-ceiros, materiais e humanos para que seja oferecido serviços à população eficientes e eficazes;

• O surgimento de novas do-enças, doenças emergentes e ree-mergentes são fatos constantes em nosso cotidiano;

• Aumento da incidência da morbidade e mortalidade por doen-ças crônicas degenerativas;

• Denúncias de abusos come-tidos pelos planos privados e pelos seguros de saúde.

Estas são algumas dificuldades enfrentadas pelo país no setor da saúde, mas para analisarmos tantos problemas, primeiramente precisa-mos conhecer a nossa história.

O BRASIl EM 1500: PARAÍSO TROPICAl?Este período se resume pelos

interesses dos portugueses quando colonizaram o país na extensão territorial, águas puras, fartura de alimentos, a eliminação da influência dos pajés - cristianizar os índios e a atenção à saúde era exercida pelos curandeiros que utilizavam-se de chás, ervas e procedimentos ritualís-ticos para cuidar dos enfermos.

A idéia dos habitantes robustos e saudáveis do Brasil foi aterrorizada em 1563 com a Primeira Epidemia da varíola e em 1685 foi a vez da Febre

POLÍTICAS DESAÚDE NO BRASIL

Amarela. Com a visita freqüente de navegações facilitou assim, a intro-dução de agentes infecciosos nas populações deficientes imunologi-camente e o cenário era de índios morrendo aos milhares.

Em 1746 haviam somente seis médicos centralizados nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, os quais eram formados na Europa. Estes eram raros e caros e os tratamentos eram através de sangrias e purgantes e muitas vezes estes procedimentos levavam a morte daqueles que já estavam graves; o que gerava a persistência pela procura dos curandeiros negros e indígenas.

Com a chegada de Dom João ao Brasil em 1808, desencadeou a cria-ção das escolas de medicina no Rio de Janeiro e Salvador e a ações sanitárias mínimas, como a inspetoria dos portos em 1828 pela polícia sanitária.

As epidemias não se rendiam mesmo com novos médicos e nova visão de saúde.

1902 – 1906: GESTãO DE RODRIGuES AlVES

Oswaldo Cruz é nomeado di-retor geral do Departamento Geral de Saúde Pública e iniciou o trabalho de higienização da capital, montando um esquema de fiscalização das ruas e das casas, pois se propôs a erradicar

a febre amarela no Rio de Janeiro.Foi realizada uma Campanha

contra a Febre Amarela executada por batalhões de mata-mosquitos, que usavam uniformes e entravam nas casas em busca de focos de in-setos e esse modelo ficou conhecido como CAMPANHISTA.

Outra ação de Oswaldo Cruz, reflexo do militarismo, foi a vacina-ção obrigatória em todo território nacional contra a varíola apoiada na Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904.

As brigadas sanitárias entravam nas casas e vacinavam as pessoas as for-ças e em novembro de 1904 surge um grande movimento popular de revolta o que desencadeia a REVOLTA DA VA-CINA. A maioria da população ainda desconhecia e temia os efeitos que a injeção de líquidos desconhecidos po-

Oswaldo Cruz

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deria causar no corpo das pessoas.Flagrante da Revolta da Va-

cina. Contrário à obrigatoriedade da vacinação, Rui, porém, apóia o estado de sítio proposto pelo governo para conter o levante popular.

1920: Criação do Departamento nacional de Saúde

Este departamento foi chefiado por Carlos Chagas de 1920 – 1926, o desenvolvimento industrial e a ace-leração da urbanização, provocaram a incorporação do saneamento rural, a propaganda sanitária e a educação higiênica como preocupações do Estado, em virtude que as condições sanitárias afetavam diretamente a qualidade da mão-de-obra.

fundação Rockefeller

Foi um acordo firmado entre o Brasil e os Estados Unidos, que visava a erradicação de doenças transmissíveis (febre amarela, malá-ria e parasitoses) e a atuação foi na região Nordeste do País.

Lei de Criação das Caixas de Aposentadoria e pensões (CAp´s)

A Lei Eloi Chaves em 24 de janeiro de 1923, institui a criação das CAP´s, que consequentemente é o marco inicial para a Previdência Social no Brasil. Estas eram financia-das por empregadores e empregados sem a interferência do Estado e orga-nizadas por empresas.

No início a Lei beneficiou so-mente os ferroviários, mas em 1926 o benefício foi estendido aos traba-lhadores portuários e marítimos.

Alguns benefícios dos segu-rados:

• Direito de aposentadoria por tempo de serviço ou por in-validez;

• Tratamento médico e medi-camentos;

• Auxílio para o funeral;• Direito de pensão aos herdei-

ros do segurado falecido.Em 1930 existiam 47 Caixas de

Aposentadoria e Pensões que bene-

ção e no custeio dos benefícios.

iAp´s: • 1933: precurssora – maríti-

mos (IAPM);• 1934: Bancários (IAPB) e Co-

merciários (IAPC);• 1936: Industriários (IAPI) e

Servidores do Estado;• 1938: Trabalhadores em

transportes e cargas.

1930 - 1945: Getúlio Vargas

O foco de interesse era a saúde individual, com a assistência médica aos trabalhadores e suas famílias.

Criação do Ministério da Educa-ção e Saúde Pública em 14 de novem-bro de 1930, o qual desencadeou um processo de educação na área da saúde através de cartazes e panfletos, desta forma, surge um impasse pois grande parte da população era analfabeta e em 1938 as informações passaram a ser divulgadas pelas emissoras de rádio.

1943: Consolidação das leis de trabalho (CLt)

Com a Consolidação das Leis de Trabalho, alguns benefícios foram incorporados aos trabalhadores com carteira assinada:

• Pagamento salário mínimo;• Indenização dos acidentados;• Tratamento médico;• Pagamento de horas extras;• Férias remuneradas.

1953: Criação do Ministério da Saúde

Continua no próximo número...

Fonte: www.invivo.fiocruz.br.

Fonte: www.tvcultura.com.br

Fonte: www.invivo.fiocruz.br.

Fonte: www.projetomemoria.art.br

ficiavam 142.464 pessoas.

1933: Criação dos Institutos de Aposentadoria e pensões (iAp´s)

As CAP´s foram substituídas pelos IAP´s e eram organizados por categorias profissionais e passou a contar com a participação do Estado na administra-

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CIAP em Ação

1 CONTExTO

O incremento de eficiência e eficácia nos processos de gestão é necessário para assegurar uma assis-tência melhor e mais humanizada à saúde das pessoas que procuram os hospitais, necessitados de cuidados e apoio.

Considerando a necessidade de adotar medidas que apontem para a melhoria contínua da qualidade da assistência prestada pelos hospitais brasileiros, independentes de seu porte, complexidade e vinculação institucional torna-se indispensável trabalhar projetos que apontem para a racionalização e ordenação das instituições hospitalares e, principal-mente, de educação permanente de seus profissionais.

A Gestão de Recursos Huma-nos, que se expressa na vertente edu-cação, é uma estratégia provocadora para os questionamentos sobre práti-cas e padrões aceitáveis nos serviços prestados, através do fomento para adoção de novos hábitos e postura dos profissionais de todos os níveis e serviços.

O CIAP, partilhando dessas premissas e da compreensão dos problemas gerenciais ligados a re-cursos humanos, desenvolve projetos em parceria com o setor público, em instituições hospitalares, sob a ótica gerencial visando obter êxitos em outras atividades.

O Centro Integrado e Apoio Profissional (CIAP), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,

O CIAP NAS INSTITUIÇÕESHOSPITALARES

com ampla experiência na Gestão Hospitalar e de Recursos Humanos, apresenta um projeto com foco em três linhas essenciais:

• Melhoria da Qualidade da Assistência Prestada;

• Humanização do Atendimento;• Gestão de Recursos Humanos.

2 JuSTIFICATIVA

O projeto que o CIAP desen-volve nas instituições hospitalares, inseridos no contexto do Sistema Público de Saúde Brasileiro, Sis-tema Único de Saúde (SUS), visa trabalhar os grandes problemas atribuídos a recursos humanos sob a ótica gerencial, de modo a tentar identificar alternativas para estruturar os problemas e pensar opções para sua solução em diferentes cenários, em que se considerem os diferentes atores e jogos de força em ação que podem ser utilizados em diferentes circunstâncias.

Para iniciar essa apresentação, faz-se necessário colocar e analisar algumas características do setor saú-

de e dos recursos humanos em saú-de. Há autores que apresentam como características do setor saúde:

• Dificuldade de definir/medir saídas ou produtos;

• Quantidade de tarefas de caráter emergencial ou inadiável;

• Gravidade de erros ou impre-cisões;

• Maior lealdade á corporação profissional que à organiza-ção;

• Interdependência das ativida-des;

• Atividades altamente especia-lizadas;

• Pouco controle hierárquico sobre o grupo gerador de trabalho, de despesas e de receita (médicos);

• Papel fundamental do cliente final no processo de traba-lho.

Na verdade, qualquer análise dos aspectos acima relacionados, exceto em menor grau o cliente final, pode ser encontrada em diferentes situações e culturas organizacionais. Nessas condições, característico se-ria apenas a combinação delas.

Afinal, interdependência das atividades, por exemplo, faz parte do próprio conceito de organização e de sistema. Pode-se dizer que os profissionais de qualquer setor gostam de pensar em seus produtos como não definíveis, mensuráveis ou avaliáveis, justamente para evitar tentativas de controles gerenciais, definição de normas e rotinas, etc. Erros e imprecisões podem ser fatais numa cirurgia e muito graves num

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APRIMORAMENTO DA QUALIDADE EM SAÚDEdiagnóstico, mas na condução de um avião, por exemplo, também tem conseqüências fatais.

A questão da especialização das atividades traz como indagação a capacitação dos profissionais. No entanto, considerando a diversidade do nosso país, é bom lembrar que uma porcentagem pequena daqueles que lidam com a área, com a vida e a saúde das pessoas são especializa-dos, alguns têm educação básica, se e quando a têm completa.

Grande parte daquilo que se chama “organizações de saúde” tem a ver com seus recursos humanos, nas quais se valorizam habilidades e conhecimentos necessários para o desenvolvimento do trabalho final.

Alguns aspectos podem ser considerados diretamente relacio-nados a recursos humanos do setor saúde:

• Os serviços de saúde são, por definição, “mãos-de-obra intensi-vas”, mesmo na vigência de alto grau de complexidade de equipamentos e tecnologia;

• Na área da saúde coexiste uma série de profissionais com

formação diferente, cada um com suas normas, parâmetros, visões de mundo e noções de ética e o trabalho deve ser multiprofissional;

• Na saúde, o relacionamento interno responde com freqüência ao status das diferentes profissões na sociedade;

• Na área da saúde, há dispari-dades entre os níveis mais próximos do topo e os mais próximos da base da pirâmide profissional: ainda mais gritante que a diferença de status é a distorção entre níveis salariais e exi-gências de cumprimento de tarefas e carga horária, sem contar tipo de supervisão realizada;

• No setor da saúde, a hie-rarquia gerencial é frequentemente dissociada da hierarquia profissional, dependendo da categoria e do nível hierárquico considerado.

De fato, os pontos abordados acima, se colocam conjunturalmente para definir o cenário, sendo parte dele ou não.

Verifica-se que a sociedade do futuro será voltada para os serviços. Deve-se então mudar a maneira de focar saúde, com o objetivo de

profissionalizá-la, humanizá-la e torná-la mais transparente para os usuários.

Outro aspecto a considerar é a transição de conceitos sobre figuras jurídicas e tipos de organização no setor. Já há muito se discute o con-ceito de organizações de saúde como de finalidade coletiva, por definição, considerando até mesmo a possibili-dade de elas serem de caráter públi-co, mesmo quando não estatais.

Atualmente, OSCIP, passa a ser parte importante do cenário de estudos organizacionais, principal-mente no seu papel prioritário na responsabilidade social e na gestão de recursos humanos.

Sem os recursos humanos qualificados e motivados, nenhuma organização – pública, privada ou fi-lantrópica – será capaz de aprimorar sua prestação de serviços. Nenhuma máquina “atenderá” bem as pessoas. Entre as características a buscar na organização, sempre estão as pessoas que nela trabalham, que podem ser mais ou menos qualificadas, mais ou menos em número suficiente, mais ou menos motivadas, mais ou menos favoráveis ao que fazem, mais

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CIAP em Açãoou menos felizes. Cada uma dessas considerações se coloca em relação ao diagnóstico de conjuntura. Mas no diagnóstico geral consta, por de-finição, que sem pessoas não existem organizações de saúde.

3 APRESENTAçãO DE áREAS DE ATuAçãO DO CIAP

Saúde:

1. Projetos que apontam a Mudança do Modelo de Atenção a Saúde: Vigilância em Saúde; Pro-grama de Agentes Comunitários de Saúde com enfoque nos Agentes de Cidadania; Programa de Saúde da Família; Saúde Mental e Cidadania, com experiência em Residências Te-rapêuticas e CAPS; Saúde Bucal;

2. Combate a Endemias;

3. Implantação e implementa-ção de Policlínicas, com abordagem na referencia e contra referencia da Atenção Básica;

4. Implantação e implementa-ção do SAMU, com ênfase na resolu-tividade e na humanização do atendi-mento de urgência e emergência;

5. Gestão de Pronto Atendi-mento também como resolutividade na Atenção Básica;

6. Gestão e gerencia opera-cional de Pronto Socorro com ações cirúrgicas gerais, traumato-ortopedia e pediátrico;

7. Gestão e gerencia de hospi-tais gerais e obstétricos;

8. Diagnóstico situacional de saúde no âmbito municipal;

9. Humanização do Atendi-mento, com ações do Humaniza SUS;

10. Humanização do Atendi-mento: tanto com os colaboradores que desenvolvem as ações, quanto com os usuários dos projetos desen-volvidos;

11. Saúde do Trabalhador;

12. Fortalecimento da capa-cidade de Gestão Estadual do SUS: Cultura Organizacional; Processo de Programação da Assistência; Responsabilidade da Gestão Estadual na garantia do acesso da população referenciada; Processo de Controle, Avaliação e regulação da Assistência; Fortalecimento da Área de Informa-ção e Informática em Saúde;

13. Aprimoramento da Capa-cidade Gestora Estadual: Ampliação do acesso; Organização do Sistema Estadual de Saúde; Organização dos serviços de média complexidade; Organização e Política de Atenção de Alta Complexidade; Qualificação da Atenção Básica;

14. Eventos: Capacitação Ges-tores Municipais de Saúde, Educação e Assistência Social;

15. Capacitação de Agentes Comunitários de Saúde;

16. Desenvolvimento de Proje-tos Internacionais voltados a Atenção Primária, com apresentação de Pro-tocolo de Intenções.

Educação e Esportes:

1. Projetos de Aprimoramento da Educação Infantil;

2. Educa-ção de Jovens e Adultos;

3. Edu-cação em Pe-ríodo Integral;

4. Parce-ria com o SESI: Atleta do Fu-turo;

5. PROFAE;

6. Educar Brincando;

7. Educar através da Magia do Circo;

8. Educação Permanente.

Assistência Social:

1. Política de Assistência So-cial: Implantação do SUAS;

2. Projeto Sentinela;

3. Exercendo a Cidadania;

4. PETI-Programa de Erradica-ção do Trabalho Infantil;

5. Núcleo de Atenção Integral a Criança e ao Adolescente: com pressupostos do ECA.

Meio Ambiente:

1. Educação Ambiental;

2. Gestão Integrada de Resí-duos Sólidos;

3. Seqüestro de Carbono;

4. Aterros Sanitários;

5. Coleta Seletiva;

6. Reciclagem de Resíduos Sólidos Urbanos;

7. Plano de Controle Ambiental;

8. Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas;

9. Áreas de Preservação Am-biental;

10. EIM/RIMA.

Responsabilidade Social Empresarial

Nas áreas de atuação dos projetos desenvolvidos pelo CIAP há o comprometimento da Res-ponsabilidade Social Empresarial com os seus colaboradores, com seus fornecedores, com o governo e na perspectiva mais voltada para a comunidade.

O CIAP está presente em São Luis há dois anos, numa parceria com a Secretaria Municipal de Saú-de, desenvolvendo programas: PACS, PSF, SAMU e Combate a Endemias.

No comprometimento da

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Responsabilidade Social Empre-sarial, o CIAP-MA, está inserido na Sociedade Maranhense mais especificamente na Sociedade Lu-dovicense, com ações voltadas para a produção de bens sociais. O CIAP faz parte do Comitê Maranhense de Combate a Fome e a Miséria. Realizou com diversos parceiros dos setores público e privado o Icolóquio Estadual das Ações de Combate a Fome. Aprovou Pro-jeto Internacional para atuar em parceria com a Cruz Vermelha da Espanha na área nutricional com crianças da Comunidade do Quebra-Pote. Desenvolve tam-bém cinco projetos de Inserção Econômica de Jovens com 16 a 24 anos de idade (primeiro emprego). Juntamente com as Secretarias de Saúde e Educação do município de São Luis desenvolve projetos de estímulo ao uso da camisinha entre os jovens utilizando como estratégia o Teatro Popular, que é apresentado nas escolas da rede pública e associações de bairro.

Ainda no compromisso da Responsabilidade Social, através de seu Departamento Solidário - DEPSO e Escola da Cidadania desenvolvem nos municípios parceiros: Cursos de Artesanato; Música, Dança; Teatro e Oficinas de Informática, Jardinagem, Pintura, etc.

Estes são alguns dos exem-plos que revelam a presença do CIAP na área social no Maranhão e em outras regiões parceiras, com firme propósito de cooperar com a reinserção social e com a ele-vação dos indicadores sociais da sociedade onde desenvolve suas atividades.

Gestão de Recursos Humanos

A Gestão de Recursos Hu-manos é outra área de atuação do CIAP, com enfoque para a Adminis-tração Gerencial, Desenvolvimento e Formação de RH.

4 OBJETIVOS:

Produção de incremento de eficiência e eficácia nos processos de gestão de Recursos Humanos, para assegurar uma assistência melhor e mais humanizada à saú-de das pessoas que procuram os hospitais necessitados de cuidados e apoio.

5 PRODuTOS/ RESulTADOS ESpERAdOS COM

O dESEnVOLViMEntO DO PROJETO:

1. Melhoria da Qualidade da Assistência Prestada;

2. Humanização do Atendimento;3. Gestão de Recursos Huma-

nos.

6 AçõES DO PROJETO

Instituições Hospitalares que desenvolvem atividades na área de Obstetrícia e Pediatria na Puericul-tura; com assistência ao pré-natal, assistência ao parto, assistência ao re-cém-nascido e acompanhamento das crianças que nascem no hospital.

6.1 Na Melhoria da Qualidade da Assistência prestada:

• Organização da Assistência Pré-Natal;

• Construir a qualidade no Pré-Natal: Acolher a mulher desde o início de sua gravidez – período de mudanças físicas e emocionais – que cada gestante vivencia de forma distinta. Essas transformações po-dem gerar medos, dúvidas, angústias ou simplesmente a curiosidade de sa-ber o que acontece no interior de seu corpo. Na constru-ção da qualidade da atenção está im-

plícita a valorização desses aspectos, traduzida em ações concretas que permitam sua integração no conjunto das ações oferecidas;

• Padronização de procedi-mentos e condutas;

• Educação e Saúde: Informa-ções sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as mulhe-res, os familiares e os profissionais de saúde. Essa possibilidade de troca de experiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de pro-mover a compreensão do processo de gestação;

• Estímulo ao Aleitamento Ma-terno;

• Reforçar a importância das consultas puerperais, realizando visitas domiciliares se necessário;

• Reforçar a importância do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, e das medidas preventivas (vacinação, higiene, aleitamento materno);

• Estimular a inserção na Aten-ção Básica;

• Organização da Assistência ao Parto e do Atendimento e Atenção a Criança: A adesão das mulheres ao pré-natal; a qualidade da assistência prestada pelo serviço e pelos profissio-nais de saúde no parto, será essencial para redução dos elevados índices de mortalidade materna e perinatal.

6.2 Na Humanização do Atendimento:

• Acolhimento: um contex-to favorável fortalece os vínculos

CIAP em Revista • 15maio-junho / 2006

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CIAP em Açãofamiliares, condição básica para o desenvolvimento saudável do ser humano;

• O diálogo franco, a sensibi-lidade e a capacidade de percepção de quem promove o atendimento são condições básicas para que o saber em saúde seja colocado à disposição da mulher e sua família – atores prin-cipais da gestação e parto;

• Uma escuta aberta, sem julgamentos nem preconceitos, que permita à mulher falar de sua inti-midade com segurança, fortalece a gestante no seu caminho até o parto e ajuda a construir o conhecimento sobre si mesma, levando a um nas-cimento tranqüilo e saudável;

• Reaprender a fala popular, aproximar-se de cada pessoa respei-tando sua singularidade e o contexto familiar e social.

6.3. Na Gestão de Recursos humanos a função no setor saúde inclui:

• O diagnóstico da situação dos RH em saúde nos projetos de-senvolvidos;

• A educação, capacitação e avaliação de RH em saúde para qualificação da gestão, gerência e prestação de serviços no SUS;

• A formação de parcerias com instituições de ensino para a imple-mentação e reorientação de progra-mas de graduação, pós-graduação e aperfeiçoamento que garantam de-sempenhar com eficiência a gestão, gerência e prestação de serviços no SUS;

• O desenvolvimento da capa-cidade institucional para a adminis-tração de RH;

• A formação ética;

• O apoio e a cooperação técnica para o desenvolvimento da educação permanente.

Ações na Gestão de RH:

• Mantém um registro atualiza-

do dos postos de trabalho ocupados e vagos nas instituições parceiras;

• Estima as futuras necessida-des da força de trabalho em termos quantitativos e qualitativos e formula propostas para supri-las, em conjunto com os parceiros e com o apoio das instituições formadoras;

• Estima e avalia a quantidade de RH necessários para exercer as funções de gestão, gerência e pres-tação de serviços;

• Descreve o perfil de RH necessários para exercer as funções de gestão, gerência e prestação de serviços;

• Aponta as competências dos RH necessárias para exercer as fun-ções de gestão, gerência e prestação de serviços;

• Trabalha a educação perma-nente no setor saúde, com capaci-dades voltadas para: Planejamento, Programação, Controle e Avaliação; Promoção e Vigilância à Saúde; e Atenção à Saúde;

• Identifica as falhas a serem corrigidas em matéria de composição e disponibilidade da força de traba-lho, em conjunto com os parceiros e com o apoio das instituições forma-doras;

• Trabalha com a abordagem das necessidades futuras com as disponibilidades atuais;

• Planeja medidas para reduzir as falhas existentes;

• Avalia periodicamente a caracterização da força de trabalho existente na rede de serviços;

• Avalia as competências para trabalhar com as diferenças de gêne-ro e de etnia;

• Define estratégias para ob-tenção de força de trabalho com capacidades adequadas as respon-sabilidades;

• Desenvolve sistema de infor-mação para gerenciar as variáveis da política de RH;

• Mantém um inventário atua-lizado em função de um perfil pre-determinado dos postos de trabalho necessários para desempenhar suas funções;

• Articula com as Associações Profissionais e Corporativas, Conse-lhos de Classe;

• Colabora e atua para desen-volver um currículo básico de saúde pública/coletiva, em parceria com instituições formadoras;

• Dispõe de estratégias que permitem avaliar a efetividade de suas políticas de recrutamento, fixa-ção no emprego e as condições de trabalho;

• Desenvolve estratégias para fortalecer a capacidade de gerência e liderança;

• Estabelece acordos com instituições formadoras e outras instituições dedicadas ao desenvol-vimento de lideranças e de gerentes em saúde;

• Estabelece vínculos com instituições formadoras dedicadas à formação e pós-graduação em saúde para garantir a educação permanente aos RH;

• Incentiva as instituições for-madoras a adequar seus programas e estratégias docentes às necessidades derivadas das políticas nacional, estadual e municipal de saúde;

• Compartilha com as institui-ções formadoras, os profissionais e o controle social os resultados da ava-liação dos processos educativos;

• Encaminha conjuntamente com as instituições formadoras as reorientações necessárias a partir dos resultados dessa avaliação;

• Promove estudos, em parce-ria com instituições de pesquisa, para a incorporação de tecnologias, que sirvam para facilitar a administração de pessoal;

• Avalia continuamente a área de recursos humanos, promovendo pesquisas sobre a situação funcional

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das diversas categorias profissionais da área da saúde e divulga estas in-formações;

• Dispõe de políticas de avaliação de desempenho dos colaboradores.

processos Chave:• Lideranças e Administração;• Garantia da Qualidade;• Serviços Profissionais e Orga-

nização da Assistência;• Serviço de Atenção ao cliente

interno e externo.• Responsável Técnico habilitado.

7 AlGuNS ITENS DE ORIENTAçãO

• Manuais de normas, roti-nas e procedimentos dos serviços,

unidades ou setores, documentos, atualizados e disponíveis;

• Profissionais do serviço ca-pacitados;

• Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integração institucional;

• Sistema de análise crítica dos casos atendidos, visando à melhoria da técnica, controle de problemas, melhoria de processos e procedimento, minimiza-ção de riscos e efeitos colaterais, etc.

• Procedimentos de orientação ao cliente;

• Procedimentos voltados para a continuidade de cuidados ao clien-te e seguimento de casos;

• Sistemas de planejamento e melhoria contínua em termos de estrutura, novas tecnologias, atua-lização técnico-profissional, ações assistenciais e procedimentos;

• Ciclos de melhoria com im-pacto sistêmico;

• Sistema de informação ba-seado em taxas e indicadores que permitem análises e comparações.

• Sistema de aferição da satisfa-ção dos clientes (internos e externos).

Os Programas de Agente Comu-nitários de Saúde(PACS) e o Programa Saúde da Família (PSF), que funcionam em São Luís por meio da parceria en-tre a Prefeitura Municipal e o Centro Integrado e Apoio Profissional - CIAP, vem cada vez mais conquistando bons resultados em relação à prestação de serviço à comunidade.

De acordo com a Coordenadora Geral do PACS/PSF, Évila Brito Ribei-ro, nas ações da saúde da criança, constatou-se que quanto ao quesito desnutrição infantil houve uma queda de 16% para 2,52% desde a criação do programa, e, segundo ela, isso pode estar diretamente relacionado com o incentivo de práticas desenvolvidas por políticas públicas de segurança alimentar como o aleitamento materno e/ou transferência de renda.

A Coordenadora também con-ta que os indicadores apontam que houve um aumento significativo de

CIAP E PREFEITURA MELHORAM ATENDIMENTO DE PROGRAMAS DE SAÚDE EM SÃO LUÍS-MA

PROGRAMA DE AGENTES COMuNITáRIOS DE SAúDE E O DA SAúDE DA FAMÍlIA APRESENTAM BONS RESulTADOS

83,01% para 92,8%, na cobertura vacinal dessas crianças, contribuindo de forma positiva para que a Insufi-ciência Respiratória Aguda, assim como a desidratação tivesse queda de 7,56% e 4,72% para 1,88% e 2,22% respectivamente.

Os números também mostram que o atendimento aos hipertensos e portadores de diabetes, o patamar de acompanhamento mudou de 37,56% para 78,57% e de 17,21% para 6,5% respectivamente.

A Coordenadora Geral do Pro-grama diz que a forma sistemática de como tem sido realizado o atendi-mento a essa clientela, significou na redução das hospitalizações por infarto Agudo do Miocárdio e de Acidente Vascular Encefálico de 5,8% para 0,34%. “Essa avaliação demonstra que o resultado desse trabalho diferenciado na atenção à saúde tem repercutido de forma positiva e a mudança desses

indicadores deve-se ao acompanha-mento sistemático desses agravos por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde”, ressalta a Coordenadora.

Para Évila Ribeiro esses bons resultados demonstram que o ser-viço avançou não só em índices de crescimento, mas em qualidade, abrindo possibilidades para novas conquistas e a consolidação dos ser-viços de saúde a níveis de prevenção e tratamento, no qual a população usuária desses serviços tenha um atendimento digno e confiável atra-vés de procedimentos assistenciais diversificados conforme as necessi-dades do cliente.

O Programa Saúde da Família em São Luís possui hoje em funcio-namento 89 equipes, implantadas em 40 unidades de saúde, distri-buídas nos 7 Distritos Sanitários da capital maranhense.

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Notas e Orientações

um passo para adequar a atuação dos médicos e profissionais da saú-de à legislação no que diz respeito às questões bioéticas. “Esse termo é importante porque a velocidade da evolução da ciência nem sempre é acompanhada pela legislação, ge-rando questões éticas e legais que precisam de respostas para o bom atendimento à sociedade”.

Já o coordenador técnico-científico do Centro de Reprodução Humana “Governador Mário Covas”, Dr. Jorge Hallak, acredita que os avanços científicos estão cada vez mais rápidos. “Precisamos adequá-los à realidade do atendimento médi-co. Com esse termo de cooperação, pretendemos resolver as dificuldades relacionadas a aspectos éticos e jurídicos, dentro dos parâmetros mé-dicos, frente a um país que não tem legislação sobre o assunto”, disse.

O Dr. Jorge Hallak ressaltou ainda que as normas de conduta a se-rem estabelecidas serão submetidas e publicadas em revistas médicas e de direito, e formarão jurisprudência para casos que envolvam reprodução humana. Entre os assuntos a serem analisados, o coordenador do Centro

FMUSP E MACKENZIE ASSINAM ACORDO DE NORMAS DE CONDUTA

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Universidade Mackenzie assinaram no dia 28 de abril, em São Paulo, um acordo de cooperação técnico-cien-tífica, que envolverá o Hospital das Clínicas (Centro de Reprodução Hu-mana “Governador Mário Covas”) e a Faculdade de Direito do Mackenzie.

Essa parceria visa criar ao es-tabelecimento normas de conduta que regulamentem e possibilitem a supervisão da atuação de profissio-nais envolvidos na área de medici-na reprodutiva, banco de tecidos, terapia celular e demais tecnologias emergentes na medicina.

Além do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, participaram da assina-tura do acordo, o diretor da FMUSP, Prof. Dr. Giovanni Cerri, o superintendente do Hospital das Clínicas, Dr. José Manoel de Camargo Teixeira, o coordenador técni-co-científico do Centro de Reprodução Humana, Dr. Jorge Hallak, o reitor da Universidade Mackenzie, Prof. Dr. Ma-nassés Claudino Fonteles, e o diretor da Faculdade de Direito do Mackenzie, Prof. Núncio Theophilo Neto.

Para o diretor da FMUSP, Prof. Dr. Giovanni Cerri, o documento é

de Reprodução Humana destacou a criopreservação de sêmen e o tecido testicular (como regulamentar e utili-zar corretamente o tecido).

incentivo às pesquisas aca-dêmicas

Para o Prof. Pedro Maringolo, da Universidade Mackenzie, o docu-mento de cooperação representa “um instrumento que viabilizará as pesqui-sas acadêmicas e fornecerá subsídios para novas legislações que tratem do impacto na vida social dessas novas tecnologias da medicina”.

De acordo com o termo de coo-peração técnico-científica a formação de um núcleo de pensamento acadê-mico-jurídico para questões conceituais concernentes aos grandes avanços tecnológicos e científicos das áreas de ciências biológicas, particularmente li-gadas à terapia celular, medicina repro-dutiva, reprodução humana assistida, que envolvam direta ou indiretamente a saúde e o bem-estar do indivíduo, da sociedade e das gerações futuras. “Bem como os conseqüentes e potenciais pro-blemas pertinentes à responsabilidade dos médicos, pesquisadores e cientistas, no âmbito moral e jurídico”, disse o professor Maringolo.

GENÉRICOS FECHAM PRIMEIRO TRIMESTRE COM ALTA NAS VENDAS DE 62%Os medicamentos genéricos

fecharam o primeiro trimestre de 2006 com forte expansão das vendas. Informações da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Ge-néricos (Pró Genéricos) confirmam que o segmento apresentou cresci-mento superior ao mercado farma-cêutico total, que também exibiu performance positiva no período.

Entre janeiro e março deste ano, foram comercializadas 41,7 milhões de unidades de genéricos no mercado brasileiro, contra 32,9 milhões no mesmo período de 2004

(crescimento de 26,6%). As vendas no primeiro trimestre somaram US$ 213,6 milhões, mostrando uma alta de 62% frente aos US$ 131,9 mi-lhões verificados no mesmo período de 2005.

A Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéri-cos informou ainda que o share dos genéricos em unidades encerrou o trimestre em 12,3%, pouco mais de 2 pontos percentuais superior aos 10,2% verificados no final do pri-meiro trimestre de 2005. Em valores, também se verificou aumento na

participação dos genéricos, e entre janeiro e março de 2005, o share era de 8,1% e no mesmo período deste ano saltou para 9,6%. O mercado far-macêutico total também apresentou crescimento no primeiro trimestre do ano, porém mais tímido.

Já o conjunto da indústria, se-gundo a associação, registrou vendas de 338,8 milhões de unidades entre janeiro e março de 2006 contra 323,2 milhões no mesmo período de 2005, fechando com alta de 4,8%. “Pelo critério valor houve avanço de 37,3% no período. As vendas totais

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nesse período tendência é que crianças fiquem mais tempo em casa, aumentando o risco de acidentes domésticos

Nas férias a tendência é que as crianças, longe das escolas, fi-quem mais tempo em casa. Com isso, aumenta o risco de acidentes domésticos. Por este motivo a Se-cretaria de Estado da Saúde de São Paulo formulou 10 mandamentos para proteger a criançada.

1) Não use vasilhames vazios para guardar produtos de limpeza e medicamentos e mantenha estes pro-dutos fora do alcance das crianças, evitando sua ingestão acidental.

2) Nunca utilize medicamen-tos sem orientação médica. A auto-medicação pode ser extremamente prejudicial, para qualquer pessoa, especialmente para as crianças.

3) Nunca faça remédios ou chás com plantas desconhecidas. Assim como os medicamentos, esses produ-tos podem ser tóxicos, se não houver indicação de um profissional.

4) Oriente as crianças a não aceitar presentes ou doces de “estra-nhos”, nem acompanhá-los a pedido. As crianças devem sempre avisar aos responsáveis onde vão brincar.

10 MANDAMENTOS PARA EVITAR ACIDENTES COM AS CRIANÇAS NO

PERÍODO DE FÉRIAS 5) Coloque dispositivos para

vedar tomadas de energia elétrica. As crianças pequenas costumam mexer em tudo. Essa ação evita choques e queimaduras.

6) Mantenha as crianças pe-quenas longe do fogão. As quei-maduras em crianças acontecem geralmente em casa, com panelas viradas e em fornos

7) Instrua os filhos sobre o risco de empinar pipa perto das re-des elétricas. A linha da pipa pode enroscar na rede elétrica e causar queimaduras.

8) Observe as brincadeiras infantis. Existem brinquedos que só crianças mais velhas podem utilizar sem riscos. Cada brinquedo vem com uma especificação de idade indicada na embalagem.

9) Não permita que crianças pequenas brinquem com objetos pequenos, que podem causar sufocamento (engasgo) ou ser en-golidos.

10) Não deixe as crianças brin-carem nas lajes, evitando quedas pe-rigosas. Tome cuidado com o tanque de lavar roupa que não está preso à parede. Sua queda sobre a criança ocasiona traumas importantes.

foram de US$ 2,224 bilhões no pri-meiro trimestre de 2006, contra US$ 1,619 bilhão verificado no mesmo período de 2005”, disse Vera Valen-te, diretora executiva da entidade.

Segundo ela, ao excluir os genéricos da avaliação sobre de-sempenho do mercado farmacêutico brasileiro, se constatou que o mesmo apresentou crescimento de 2,3% no volume de unidades comercia-lizadas. “Foram 296,9 milhões no primeiro trimestre deste ano contra 290,2 milhões no mesmo período de 2005. Pelo critério valor, o mer-cado farmacêutico total, excluindo os genéricos, apresentou evolução de 35% no período, movimentando US$ 2 bilhões no primeiro trimestre de 2006 contra US$ 1,5 bi no mesmo período do ano passado”, disse.

Para Vera Valente, os genéri-cos, assim como ocorreu no primeiro trimestre, deverão crescer acima da média alcançada pelo restante da indústria no decorrer deste ano e de-vem fechar 2006 com uma evolução de 25% no volume de unidades ven-didas em comparação com 2005. “O bom desempenho da indústria como um todo confirma que não somente os consumidores estão substituindo os medicamentos de marcas pelos genéricos, como também mostra que a categoria de medicamentos está contribuindo de forma efetiva para a ampliação do acesso, trazendo novos consumidores para o mercado farmacêutico brasileiro”.

Mês de abril com recorde Os medicamentos genéricos bateram a marca dos 13% de participação no mercado brasileiro no mês abril, período que o segmento registrou a comercialização de 13,9 milhões de unidades e movimentou US$ 75,9 milhões, segundo dados do IMS Health. Em relação ao mês de abril de 2005, o desempenho nas vendas de remédios genéricos em 2006 teve alta de 22,1% em unidades comer-cializadas e 53,6% em movimenta-ção financeira.

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