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CentroUniversitrioFeevaleProgramadePsGraduaoemGestoTecnolgica
MestradoemQualidadeAmbiental
MARIANAAUGUSTABROCHIER
APROVEITAMENTODORESDUOMIDODECERVEJARIANAALIMENTAO
DECORDEIROSCONFINADOSEMFASEDETERMINAO
NovoHamburgo,abrilde2007
Livros Grtis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grtis para download.
II
CentroUniversitrioFeevaleProgramadePsGraduaoemGestoTecnolgica
MestradoemQualidadeAmbiental
MARIANAAUGUSTABROCHIER
APROVEITAMENTODORESDUOMIDODECERVEJARIANA
ALIMENTAODECORDEIROSCONFINADOSEMFASEDETERMINAO
Dissertao apresentada ao
Programa de PsGraduao em
Gesto Tecnolgica como requisito
para a obteno do ttulo demestre
em Gesto Tecnolgica: Qualidade
Ambiental
Orientador:Prof.Dr.SrgioCarvalho
NovoHamburgo,abrilde2007
I
DADOSINTERNACIONAISDECATALOGAONAPUBLICAO(CIP)
Bibliotecriaresponsvel:RosngelaTerezinhaSilvaCRB10/1591
Brochier,MarianaAugustaAproveitamento do resduo mido de cervejaria na
alimentaodecordeirosconfinadosemfasede terminao /MarianaAugustaBrochier2007.
120f.30cm.
Dissertao (Mestrado em Qualidade Ambiental) Programa de PsGraduao em Gesto Tecnolgica:Mestrado em Qualidade Ambiental, Centro UniversitrioFeevale,NovoHamburgo,2007.
Incluibibliografiaeanexos.Orientador:Prof.Dr.SrgioCarvalho.
1.Agronegcio.2.Meioambiente.3.Nutrio.4.OvinosI.Ttulo.
CDU636.3:613.2
CentroUniversitrioFeevaleProgramadePsGraduaoemGestoTecnolgica
MestradoemQualidadeAmbiental
MARIANAAUGUSTABROCHIER
APROVEITAMENTODORESDUOMIDODECERVEJARIANAALIMENTAO
DECORDEIROSCONFINADOSEMFASEDETERMINAO
Dissertaodemestradoaprovadapelabancaexaminadoraem16deabrilde2007,
conferindoaoautorottulodemestreemGestoTecnolgica:QualidadeAmbiental.
ComponentesdaBancaExaminadora:
Prof.Dr.SrgioCarvalho(Orientador)CentroUniversitrioFeevale
Prof.Dr.ClberCassolPiresUniversidadeFederaldeSantaMaria
Prof.Dr.LucianoBassodaSilvaCentroUniversitrioFeevale
IV
OFEREO:
A meus pais, Celso e Beatriz, pela dedicao a seus filhos e pelo incentivo, apoio, amizade e carinho que sempre demonstraram.
A meus irmos, Bethania e Felipe, por serem minha famlia e, sempre que o tempo permitiu, estarem comigo, incentivandome.
A Serginho, na busca pelo desenvolvimento pessoal, amor da minha vida, fora da minha luta.
V
AGRADECIMENTOS
Ao Centro Universitrio Feevale, pela oportunidade de realizao do curso de Mestrado.
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), pela concesso da bolsa de estudos.
Ao Prof. Dr. Srgio Carvalho, pela competente e dedicada orientao.
Ao Prof. Roberto Kieling, meu agradecimento especial, pela disponibilidade de auxlio.
Aos Professores do Curso, pelos ensinamentos transmitidos.
Aos colegas do Curso, pela parceria, na amizade e no esforo em atingir os objetivos desta trajetria..
Ao Sr. Francisco Strmer, pela confiana em ceder suas instalaes e animais para o experimento.
Aos senhores Edmilson Ferreira e Nelson Flores, que cederam seus animais para o experimento.
Cervejaria Barley, fornecedora do resduo.
Aos bolsistas e estagirios Laura, Mateus, Fbio e Felipe, pelo apoio e ajuda na conduo do experimento e da dissertao.
equipe da Central Analtica do Instituto de Cincias Exatas e Tecnolgicas do Centro Universitrio Feevale, especialmente ao Filipe, pela ateno e colaborao.
Prof. Gisele Kosminski e s alunas do Curso de Nutrio, Marina, Fabrcia e Michelle, que contriburam para as anlises deste trabalho.
Aos funcionrios Ana e Valdomiro, que proporcionaram condies para que o experimento fosse realizado.
A todos que lutam por um mundo mais feliz.
Muito Obrigada.
VI
No Egito Antigo, as bibliotecas eramchamadas tesouro dos remdios daalma. De fato, nela curavase aignorncia, a mais perigosa de todas asenfermidades e origem de todas asoutras.
JacquesBnigneBossuet
VII
APROVEITAMENTODORESDUOMIDODECERVEJARIANAALIMENTAODECORDEIROSCONFINADOSEMFASEDETERMINAO
Autor:MarianaAugustaBrochierOrientador:Prof.Dr.SrgioCarvalho
RESUMO
Este estudo objetivou avaliar a gerao e o poder poluente do resduo mido decervejaria e determinar a eficcia nutricional e a economicidade do uso desteresduo em substituio ao alimento concentrado na alimentao de cordeirosconfinados em fase de terminao. Foram utilizados 25 cordeiros, machos, nocastrados,daraaTexel,oriundosdepartosimples,desmamadosaos69 30 diasde idade em mdia, distribudos aleatoriamente em cinco tratamentos. Foramtestadoscinconveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduomidodecervejaria,sendo0%,25%,50%,75%e100%.UtilizouseumadietacompostadefenodeTifton85emisturaconcentradaemumarelaovolumoso:concentradode40:60,combasenamatriaseca(MS).Oalimentoconcentrado foiconstitudopormilhodesintegrado, farelo desoja,misturamineral e resduomido decervejaria,sendoquesuasproporesvariaramdeacordocomostratamentos.Asdietasforamformuladas para serem isoproticas, baseados no teor de protena bruta (PB) dotratamento com maior nvel de resduo. Os cordeiros foram abatidos aps umperodoexperimentalde77dias.Determinouseacomposiocentesimaleo teordecolesterolnomsculoLongissimusdorsidoscordeiros.Foramgerados132,02kgderesduomidodecervejariaparacada100kgdegrodecevadautilizadacomomatriaprima. O resduo mido de cervejaria foi classificado como Classe II eapresentouvaloresparapHde4,63,paraDBO5 de659mgO2 L1 eparaDQOde10.769,9mgO2 L1, revelandoqueo resduoavaliadopossuialtacargapoluidora.Verificouseoefeitoquadrticodasubstituiodoalimentoconcentradoporresduomido de cervejaria sobre os consumos de matria seca (MS), matria orgnica(MO), protena bruta (PB), extrato etreo (EE) e de fibra em detergente neutro(FDN), e linear decrescente para os consumos de carboidratos totais (CHT) e decarboidratosnoestruturais (CNE),quandoexpressosemkg/dia.OsconsumosdeEE e de FDN aumentaram linearmente e os de CNE diminuram linearmente,quandoexpressosemporcentagemdopesovivo(%PV)eemg/kgPV0,75,medidaqueseaumentouonveldeinclusodoresduonasdietas.Oconsumodeenergialquida (EL), nas diversas formas emque foi expresso,e o ganhoden
s
l
m
o
pnerg
te,osqun
ui
osm
VIII
gastrintestinal, com contedo, e de contedo gastrintestinal, aumentaramlinearmente,enquantoqueospesosdermen/retculo,abomaso,intestinodelgadoedotratogastrintestinal,semcontedo,diminuramlinearmentecomoaumentodonveldoresduoutilizadonasdietas.Aproporodermen/retculo,semcontedo,foi influenciada de forma quadrtica. Observouse, na seco entre a 9 e a 11costelas, que os pesos de osso, msculo e gordura diminuram linearmente, e aproporodemsculoaumentoulinearmentecomoincrementodonvelderesduo.Verificouse aumento linear na proporo de umidade e variao quadrtica naquantidadedecolesterolnomsculoLongissimusdorsicomoaumentodainclusodo resduo nas dietasdoscordeiros.A anlise econmicamostrouhaver reduolinear no custo da alimentao dos animais com o aumento da quantidade deresduo de cervejaria nas dietas. Contudo, no foi verificado efeito do nvel deincluso do resduo de cervejaria sobre o lucro relacionado venda dos animaisvivosouvendadascarcaas.
PALAVRASCHAVEAgronegcio,confinamento,meioambiente,nutrio,ovinos.
IX
USEOFBREWERYSRESIDUEASFOODOFLAMBSFEEDLOTINPHASEOFTERMINATION
Author:MarianaAugustaBrochierAdviser:Prof.Dr.SrgioCarvalho
ABSTRACT
Theexperimentpurposewas toevaluate thegenerationandthepollutantpowerofbrewerysresidueandtodeterminatethenutritionalefficacyandeconomyoftheuseofthisresiduereplacingmeallikeconcentrateonthedietoflambsfeedlotinphaseoftermination.Twentyfivemale,noncastratedTexel lambs,singleborn,69 30 daysold weaned were used, distributed in five treatments. They were offered totalisoproteicdietswithfivelevels(0%,25%,50%,75%and100%)ofbrewerysresiduereplacing meal like concentrate. Diets composition was Tifton85 hay andconcentratemixture,inarelationroughage:concentrateof40:60,ondrymatter.Themeal likeconcentratewascomposedofcorn groundgrain,soybeanmeal,mineralmix and brewerys residue, and its proportion varied in accordance with thetreatments. The lambs were slaughtered after 77 days of experiment. Centesimalcomposition and cholesterol level were determinate on Longissimus dorsi lambsmuscle.Toevery100kgofbarleygrainusedasmaterialweregenerated132.02kgofbrewerys residue.Thebrewerys residuewasclassifiedasClass IIandshowedvaluestopHof4.63,toOBD5 of659mgO2 L1 andtoOQDof10769.9mgO2 L1,revealingthatthisresiduehashighpollutantcharge.Theresultsofthetestverifiedaquadraticeffectofbrewerysresiduereplacingmeallikeconcentrateaboutthelambsfoodintakeofdrymatter(DM),organicmatter(OM),crudeprotein(CP),etherextract(EE)andneutraldetergentfiber(NDF),andlineardecreasedaboutthelambsfoodintakeof totalcarbohydrate(TCH)andnonstructuralcarbohydrates (NSCH),whenexpressed in kg/day. The food intake of EE and NDF were linear increased andNSCHwerelineardecreased,whenexpressedinpercentageofliveweight(%LW)anding/kgPV0.75aswasincreasedofbrewerysresidueondiets.Thefoodintakeofliquidenergy(LE),onthedifferentwaysitwasexpressed,andthedailyweightgain,hot carcass weight, cold carcass weight, hot carcass yield, cold carcass yield,subcutaneous fat thickness,weightsof leg,shoulder, ribsand neck, aswellof thecarcasslength,legwidthandlegdepth,decreasedinalinearwaywiththeincreasedof the brewerys residue replacing meal like concentrate. There was a lineardecreased of the weights of blood, legs, head, liver, lungs and spleen, and theproportionofliver,astherewasanincreasedofthelevelofbrewerysresidueonthediets. The proportion, in relation to the live weight, of rumen/reticulum and ofgastrointestinaltract,withcontent,andthegastrointestinaltractcontent,increasedina linearway,while theweightsof rumen/reticulum,abomasum,small intestineandgastrointestinaltract,withoutcontent,decreasedinalinearwaywiththeincreasedofbrewerys residue used on the diets. The proportion of rumen/reticulum, withoutcontent,variedinaquadraticway.Itwasobserved,inthesectionbetween9the11thribs, that the weights of bone, muscle and fat had linearly decreased, and the
X
proportion of muscle had linearly increased with the increased of the level of theresidue.Therewasa linear increased in theproportionofhumidityandaquadraticvary inquantityofcholesterol in theLongissimusdorsimusclewith the increaseofthe inclusion of the residue on the lambs diets. The economical analysis showedtherewasalinearreductioninthefeedcostsoftheanimalswiththeincreasedofthequantityofbrewerys residueonthediets.However, itwasnotverifiedeffectof thelevelof inclusionofthebrewerys residueabove theprofitrelated to thesaleof theliveanimalsorthesaleofthecarcasses.
KEYWORDSAgribusiness,confinement,environmental,nutrition,sheep.
XI
LISTADEFIGURAS
Figura1Relaoentreoconsumodematriaseca(CMS)eoteordefibraemdetergenteneutro(FDN)nasdietas 38
XII
LISTADETABELAS
Tabela1Composiodoresduomidodecervejaria 9
Tabela 2 Proporo dos ingredientes e composio qumica das dietasexperimentaisemtermosdeMatriaSeca(MS),ProtenaBruta(PB),Fibraem Detergente Neutro (FDN), Nutrientes Digestveis Totais (NDT), Clcio(Ca)eFsforo(P) 25
Tabela 3 Quantidade de cevada utilizada para produo de cerveja eresduomidogerado 31
Tabela 4 Avaliao bromatolgica da cevada e do resduo mido decervejaria 32
Tabela5Classificaoeavaliaoqumicadoresduomidodecervejaria 33
Tabela 6 Valores mdios para os consumos de matria seca (CMS),matria orgnica (CMO), protenabruta (CPB), extratoetreo (CEE), fibraem detergente neutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT) e carboidratosnoestruturais(CCNE),emkg/dia,edeenergialquida(EL),emMcal/dia,emfunodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradopor resduodecervejaria 35
Tabela 7 Valores mdios para os consumos de matria seca (CMS),matria orgnica (CMO), protenabruta (CPB), extratoetreo (CEE), fibraem detergente neutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT) e carboidratosnoestruturais (CCNE), em%PV, ede energia lquida (EL),emMcal/kgPV, em funo dos nveis de substituio do alimento concentrado porresduodecervejaria 36
Tabela 8 Valores mdios para os consumos de matria seca (CMS),matria orgnica (CMO), protenabruta (CPB), extratoetreo (CEE), fibraem detergente neutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT) e carboidratosnoestruturais(CCNE),emg/kgPV0,75,edeenergialquida(EL),emMcal/kgPV0,75,emfunodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria 36
Tabela9Valoresmdiosparapesovivoinicial (PI),pesovivo final (PF),ganho de peso dirio (GMD) e converso alimentar (CA), em funo dosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria 40
Tabela10Valoresmdiosparapesocarcaaquente(PCQ),pesocarcaafria (PCF), rendimento carcaa quente (RCQ), rendimento carcaa fria(RCF), ndice de quebra ao resfriamento (IQ) e espessura de gordurasubcutnea (EG), em funo dos nveis de substituio do alimentoconcentradoporresduodecervejaria 42
XIII
Tabela 11 Valores mdios para pesos e propores de quarto (QUA),paleta(PAL),costilhar(COST)epescoo(PESC),emfunodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria 45Tabela 12 Valores mdios, em cm, para comprimento de carcaa(CCARC),comprimentodeperna(CPERN),profundidadedepeito(PPEIT),largura de perna (LPERN) e profundidade de perna (PPERN), em funodos nveis de substituio do alimento concentrado por resduo decervejaria. 46
Tabela 13 Valores mdios para componentes corporais, em kg, parasangue (SANGUE), pele (PELE), patas (PATAS), cabea (CABEA),corao (CORAO), rins (RINS), fgado (FGADO), pulmo (PULMO),bao (BAO), testculos (TEST), gordura interna (GORDI) e gorduraperirrenal (GORDP), em funo dos nveis de substituio do alimentoconcentradoporresduodecervejaria 47
Tabela14 Valoresmdios, emporcentagem, para sangue (PSANGUE),pele (PPELE), patas (PPATAS), cabea (PCABEA), corao(PCORAO),rins(PRINS),fgado(PFGADO),pulmo(PPULMO),bao(PBAO), testculos (PTEST), gordura interna (PGORDI) e gorduraperirrenal (PGORDP), em funo dos nveis de substituio do alimentoconcentradoporresduodecervejaria 48
Tabela15Valoresmdiosparaospesosepercentuaisdermenretculo(RURET), omaso (OM), abomaso (ABO), intestino delgado (ID), intestinogrosso(IG)etratogastrintestinal(TGI),comcontedo,emfunodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria 50
Tabela16Valoresmdiosparaospesosepercentuaisdermenretculo(RURET), omaso (OM), abomaso (ABO), intestino delgado (ID), intestinogrosso (IG) e trato gastrintestinal (TGI), sem contedo, e contedogastrintestinal (CGI), em funo dos nveis de substituio do alimentoconcentradoporresduodecervejaria 52
Tabela 17 Valores mdios para peso da amostra (PAmostra), pesos epropores de osso, msculo e gordura da seco entre a 9 e a 11costelas,emfunodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria 54
Tabela18Valoresmdios,em%,paramatriaseca,umidade,protenabruta, extrato etreo, cinzas e colesterol (mg/100 g) do msculoLongissimus dorsi, em funo dos nveis de substituio do alimentoconcentradoporresduomidodecervejaria 55
XIV
Tabela 19 Valores mdios para peso vivo final (PF) em kg, peso decarcaa fria (PCF)em kg, oferecidomatria naturalde feno (OFMNF) emkg/dia, oferecido matria natural de concentrado (OFMNC) em kg/dia,oferecido matria natural de resduo mido de cervejaria (OFMNR) emkg/dia, custo dirio de feno (CF) em R$/animal/dia, custo dirio deconcentrado (CCD) em R$/animal/dia, custo dirio de resduo mido decervejaria (CRD) em R$/animal/dia, custo dirio total (CDT) emR$/animal/dia, custo total (CTotal) emR$, receita do pesovivo (RPV) emR$/animal, receita de carcaa (RC) R$/animal, lucro de peso vivo (LPV)R$/animalelucrodecarcaa(LC)emR$/animal,emfunodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria 58
XV
LISTADEANEXOS
AnexoARemoodoresduomidodecervejariadatinademosturao 72
AnexoBResduomidodecervejaria 74
AnexoCCordeiroconfinado 76
AnexoDColetadesangueapsabatedecordeiro 78
AnexoEPesagemdermen/retculocomcontedo 80
AnexoFCarcaasresfriadasemcmarafria 82
AnexoGSeparaofsicadeosso,msculoegorduradaseoHH 84
XVI
LISTADEAPNDICES
APNDICEATratamento(Trat.),repetio(Rep.)econsumosdematriaseca(CMS),matriaorgnica(CMO),protenabruta(CPB),extratoetreo(CEE), fibra em detergente neutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT) ecarboidratosnoestruturais (CCNE),em kg/dia,edeenergia lquida(EL),emMcal/dia 87
APNDICEBTratamento(Trat.),repetio(Rep.)econsumosdematriaseca(CMS),matriaorgnica(CMO),protenabruta(CPB),extratoetreo(CEE), fibra em detergente neutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT) ecarboidratosnoestruturais (CCNE),em%PV,edeenergia lquida(EL),emMcal/kgPV 88
APNDICECTratamento(Trat.),repetio(Rep.)econsumosdematriaseca(CMS),matriaorgnica(CMO),protenabruta(CPB),extratoetreo(CEE), fibra em detergente neutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT) ecarboidratosnoestruturais (CCNE),emg/kgPV0,75,edeenergia lquida(EL),emMcal/kgPV0,75 89
APNDICEDTratamento(Trat.),repetio(Rep.)epesovivoinicial(PI),peso vivo final (PF), ganho de peso dirio (GMD) e converso alimentar(CA) 90
APNDICEETratamento(Trat.),repetio(Rep.)epesocarcaaquente(PCQ), peso carcaa fria (PCF), rendimento de carcaa quente (RCQ),rendimentodecarcaafria(RCF), ndicedequebraaoresfriamento(IQ)eespessuradegordurasubcutnea(EG) 91
APNDICEFTratamento (Trat.), repetio (Rep.)epesoseproporesdequarto(QUA),paleta(PAL),costilhar(COST)epescoo(PESC) 92
APNDICE G Tratamento (Trat.), repetio (Rep.) e comprimento decarcaa(CCARC),comprimentodeperna(CPERN),profundidadedepeito(PPEIT),larguradeperna(LPERN)eprofundidadedeperna(PPERN) 93
APNDICE H Tratamento (Trat.), repetio (Rep.) e componentescorporais, em kg, para sangue (SAN), pele (PEL), patas (PAT), cabea(CAB),corao(COR),rins(RIN),fgado(FIG),pulmo(PUL),bao(BA),testculos(TES),gordurainterna(GOI)egorduraperirrenal(GOP) 94
APNDICE I Tratamento (Trat.), repetio (Rep.) e componentescorporais,emporcentagem,para sangue (SAN), pele (PEL), patas
BI ), esp (NDI c m m r CMS ) P ,e (A )
XVII
APNDICEJTratamento(Trat.),repetio(Rep.)epesosepercentuaisde rmen/retculo (RURET), omaso (OMA), abomaso (ABO), intestinodelgado (ID), intestino grosso (IG) e trato gastrintestinal (TGI), comcontedo 96
APNDICE K Tratamento (Trat.), repetio (Rep.) e pesos, em kg, dermen/retculo(RURET),omaso(OMA),abomaso(ABO), intestinodelgado(ID), intestino grosso (IG), trato gastrintestinal (TGI), sem contedo, econtedogastrintestinal(CGI) 97
APNDICELTratamento(Trat.),repetio(Rep.)epercentuais,em%,dermen/retculo(RURET),omaso(OMA),abomaso(ABO), intestinodelgado(ID), intestino grosso (IG), trato gastrintestinal (TGI), sem contedo, econtedogastrintestinal(CGI) 98
APNDICE M Tratamento (Trat.), repetio (Rep.) e peso da amostra(PAmostra), pesos (g) e proporo (%) de osso, msculo e gordura dasecoentrea9ea11costelas 99
APNDICEN Tratamento (Trat.), repetio (Rep.) ematriaseca (MS),umidade (UM), protena bruta (PB), extrato etreo (EE), cinzas (CIN) ecolesterol(COL)domsculoLongissimusdorsi 100
APNDICEOTratamento(T.),repetio(R.)epesovivofinal(PVF),pesode carcaa fria (PCF), oferecido matria natural feno (OMNF), oferecidomatria natural concentrado (OMNC), oferecido matria natural resduomido de cervejaria (OMNR), custo dirio de feno (CDF), custo dirio deconcentrado (CDC), custo dirio de resduo mido de cervejaria (CDR),custodiriototal(CDT),custototal(CT),receitadepesovivo(RPV),receitadecarcaa(RC),lucrodopesovivo(LPV),lucrodecarcaa(LC) 101
XVIII
SUMRIO
Resumo VII
Abstract IX
ListadeFiguras XI
ListadeTabelas XII
ListadeAnexos XV
ListadeApndices XVI
1.Introduo 1
2.FundamentaoTerica 3
2.1Agronegciobrasileiro 3
2.2Geraoderesduosnoagronegcioeimpactosambientais 5
2.3Resduomidodecervejaria 8
2.4Resduomidodecervejarianaalimentaoanimal 9
2.5Ovinoculturadecorte 11
2.5.1Sistemasdeproduo 13
2.5.1.1Confinamento 14
2.5.1.1.1 Aproveitamento de resduos e economicidade do sistema deconfinamento 16
2.5.2Caractersticasdacarcaa 17
2.5.3Componentesnocarcaaouquintoquarto 19
2.5.4Composiocentesimalecolesteroldacarneovina 20
3.Objetivos 22
3.1.ObjetivoGeral 22
3.2.ObjetivosEspecficos 22
4.MaterialeMtodos 23
XIX
4.1Avaliaodafaseinicialdoprocessoagroindustrialdacerveja 23
4.2Usodoresduomidodecervejarianaalimentaodecordeiros 24
4.2.1Localepocadeexecuo 24
4.2.2Animaiseinstalaes 24
4.2.3Tratamentos 24
4.2.4Raesearraoamento 24
4.2.5Perodoexperimentalepesagensdosanimais 26
4.2.6Coletadeamostrasdosalimentos 26
4.2.7Manejosanitrio 26
4.2.8Abatedosanimaiseavaliaodecarcaa 26
4.2.9Anliseeconmica 29
4.2.10Anliseestatstica 29
5.ResultadoseDiscusso 31
5.1Resduomidodecervejaria 31
5.2Resduomidodecervejarianaalimentaodecordeirosconfinadosemfasedeterminao 34
6.Concluses 60
7.RefernciasBibliogrficas 62
8.Anexos 71
9.Apndices 86
1
1INTRODUO
Oagronegcioumadasatividadesquemaiscontribuemparaocrescimento
doBrasil,tantoeconmicacomosocialmente.Masparaatingirestaposio,osetor
semostrou um dosmaiores usufruturios dos recursos naturais do pas e, assim
como todas as demais atividades da espcie humana, tem impactado
consideravelmenteomeioambiente.
Somasea istoacrescenteenotvelpreocupaodapopulaonoquediz
respeitoaomeioambiente.Estesensoderesponsabilidadecoletiva lanadesafios
significantesatividadeagropecuriacomoaconservaodosrecursosnaturaise
o fornecimentodeprodutossaudveis,semcomprometerosnveis tecnolgicos j
alcanadosdeseguranaalimentar.
Emdiversosprocessosindustriaisexistecomopartedaproduoprincipala
formao de subprodutos de considervel valor agregado, quer na sua forma
natural, quer na potencialidade de seus componentes. No setor alimentar, as
agroindstrias destacamse na gerao de resduos nobres, apresentados sob a
forma de bagaos, farelos, polpas, ossos, vsceras, penas e outros. Devese
salientar que alguns destes resduos apresentam alta carga poluidora e, se no
foremdevidamentedestinados,podemprovocarsignificativosimpactosambientais.
Assim,osresduosagropecurioseagroindustriaisquetmsidogeradoscom
aevoluodoagronegcioeodesenvolvimentodosprocessosdetransformaode
alimentosdevemserreaproveitadospoisalmdepoderproporcionarumafontede
rendaalternativaspropriedadesruraiseagroindustriais,estarcontribuindoparaa
2
preservaodomeioambientee,desta forma,paraobtenodedesenvolvimento
sustentvel.
Entreasalternativasparaoaproveitamentode resduos agroindustriais tem
sedestacadoosetordealimentaoanimal.Ousodesubprodutosagroindustriais
na alimentao animal assume papel econmico muito importante, sendo muitas
vezes responsvel pelaviabilidade econmica dosistema.Dentre esses resduos,
podese destacar o resduo mido de cervejaria, uma vez que produzido em
grandevolumee,almdisso,noapresentaproblemascomasazonalidadedesua
produo.
Uma alternativa interessante para o aproveitamento do resduo mido de
cervejariaasuautilizaonaalimentaodeovinos,principalmenteobjetivandoa
produodecarnedequalidadeequeatendaaogostoedemandadoconsumidor.
Nessesentido,sabesequeoconsumidortemprefernciaporcarcaascom
adequadacoberturadegorduraequeapresentembomrendimentoemcarne.Para
tanto, tornasenecessriaaproduodeanimais jovens(cordeiros)emcondies
de abate.A obteno deste tipo de animal possvel se houver investimento em
tecnologia,comoocasodaterminaodecordeirosemconfinamento.Noentanto,
um dos grandes problemas encontrados no confinamento de ovinos tem sido os
altos custos de produo, principalmente no que se refere alimentao, o que
constituiumfatordeterminantenoaspectofinanceiro.
Portanto, a utilizao de resduo mido de cervejaria na terminao de
cordeirosconfinados temgrande potencial,pois pode levar reduosignificativa
dos custos de alimentao e, ao mesmo tempo, evitar a ocorrncia de impactos
ambientais advindosda indstriacervejeira,semqueocorramquedasnos ndices
produtivos.
3
2FUNDAMENTAOTERICA
2.1Agronegciobrasileiro
O termoagronegcioengloba todas as atividades vinculadas e decorrentes
daproduoagrcolaesurgiucomodesenvolvimentodaagriculturaemdireoa
umainterrelaocomaindustrializaodeinsumoseprodutos(RUFINO,1999).
Oagronegciodefinido,desde1957,comoasomatotaldasoperaesde
produo e distribuio de suprimentos agrcolas as operaes de produo nas
unidadesagrcolaseoarmazenamento,processamentoedistribuiodosprodutos
agrcolaseitensproduzidoscomeles(DAVISeGOLDBERG,1957).
OBrasila12economiamundial,comumProduto InternoBruto(PIB)em
2004deUS$605bilhesevemsedestacandocomoumdosgrandesfornecedores
mundiaisdealimentos,sendooagronegcioumdospilaresdesustentaodesua
economia(PINHEIRO,2005).
Oagronegciobrasileirocontribuiu,em2006,comaproximadamente33%do
PIBnacionale37%dosempregosdapopulaoeconomicamenteativaeparticipou
com35,95%dapautadasexportaes,sendoresponsvelporumsaldonabalana
comercialdeUS$42.622bilhes,demodoacontribuirsensivelmenteparaqueos
dficitscomerciaisdoBrasilnosejamtoelevados(MAPA,2007).
O Brasil tem confirmado a sua elevada competitividade e capacidade
tecnolgicacomoprodutordealimentos.Em2004foramproduzidos119milhesde
4
toneladasdegrosdosquaiscercade50milhesdocomplexodasojae42milhes
domilho,maisde23bilhesdelitrosdeleite,22,5bilhesdeovose1milhode
toneladasdepescado.Produzimos19milhesdetoneladasdecarnebovina,frango
e suna, gerando divisas da ordem de US$ 6,2 bilhes (MENDES, 2005). Desde
1990,oBrasilconseguiuaumentarem125%aproduodegros,comumaumento
deapenas24%nareaplantada(THOMAS,2004).
ConformePINHEIRO(2005),oBrasilpodeserconsideradoumglobaltraderjquetemumapautadeexportaesdiversificadaecolocaseusprodutosemum
nmero expressivo de mercados, embora ainda precise intensificar as suas
estratgias de marketing e consolidar os sistemas de produo que priorizem aconservaodosrecursosnaturais,obemestaranimaleaqualidadesanitriados
produtos rastreados e certificados, como requisitos essenciais ao reconhecimento
mundialdaexcelnciadosalimentosdamarcaBrasil.
Assim, quandose avaliamas potencialidades brasileiras frente aomercado
globalizado, verificase que o foco de toda nossa ateno empresarial, poltica e
socialdeveriaser,numesforoconjunto,aadministraoracionaleotimizadados
recursos naturais, balizados pelos princpios ecolgicos, resultando em produtos
finaisdoagronegcio(PRIMAVESI,2003).
Explicase isso, porque ainda possumos a maior superfcie agricultvel da
Terra e porque aqui ainda se encontra a maior diversidade em ecossistemas do
planeta (PRIMAVESI,2003).Existem, ainda,noBrasil,90milhes dehectares de
terrasagricultveisdisponveisparaseremincorporadasaosistemaprodutivo,sem
precisar, com isso, derrubar uma nica rvore da floresta amaznica (PINHEIRO,
2005).Porm,parasermosrefernciaglobalpelomenosnesteramodaeconomia,
necessitamos conscientizarnos poltica, tica e moralmente da necessidade de
parar imediatamente com as aes de vandalismo e explorao predatria nos
nossos ambientes naturais remanescentes (florestas e guas) e dos solos dos
ambientes agrcolas bem como do ciclo hidrolgico e da qualidade das guas,
afetadas seriamente pelas atividades nos ambientes urbanizados e agrcolas,
5
administrados de forma leviana, sem responsabilidade com a otimizao dos
sistemasdeproduo,muitomenoscomaqualidadedevidadasgeraesatuaise
futuras(PRIMAVESI,2003).
O processo de crescimento de uma regio pressupe seu crescimento
econmicoeumdosfatoresfundamentaisparaaobtenodocrescimentoregional
acriaodeagroindst
6
preocupaes da sociedade e dos cientistas com relao ao reconhecimento da
crescentedegradaoambientaledapercepodapossibilidadedeameaavida
dasfuturasgeraes(MIRANDA,2000).
Os padres de produo e consumo atuais tm marco na Revoluo
Industrial.Nestecenrio,aexpansodacapacidadeprodutiva,ousocrescentedos
recursos naturais, a criao de materiais sintticos e o uso de novos materiais
acabaram por gerar quantidades crescentes de resduos industriais (MIRANDA,
2000).
Nas sociedades ocidentais, a lgica do lucro e do domnio da natureza,
ocasionou o desenvolvimento tecnolgico utilizado para corrigir os padres de
produo e consumo vivenciados pela civilizao atual, considerada por muitos
autorescomoinsustentveis(LYRAeSILVA,2002).
Estes fatos culminaram na crise atual traduzida hoje na globalizao da
economia, na excluso social crescente, na diferenciao dos pases em ricos e
pobres ena consolidao dos problemas ambientais locais eglobais (AMORIM e
CARNEIRO, 2005). Deflagrase, assim, uma nova relao entre o homem e a
biosfera(MIRANDA,2000).
As questes relativas ao acmulo de capital frente necessidade de
preservaodosrecursosnaturaispassaramaseralvodeintensasdiscusses,at
mesmo como garantia de continuidade do desenvolvimento econmico, dando
surgimento ao conceito de desenvolvimento sustentvel, que relativamente
recenteefoipropostoemumrelatriointituladoNossoFuturoComum,daComissoBruntland daOrganizaodasNaesUnidas,em1987 (AMORIMeCARNEIRO,2005). O desenvolvimento sustentvel ento definido como uma forma de
desenvolvimento econmico que atenda s necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das futuras geraes em atenderem suas prprias
necessidades.
7
Damesmaformaqueaconteceucomaindstria,aevoluodoagronegcio
e o desenvolvimento dos processos de transformao de alimentos levaram
geraodemuitos resduos agropecuriose agroindustriais, sendoque estesso
umdosprincipaisproblemasambientais,nosdoBrasil,masdomundocomoum
todo(GIORDANO,2000).Amaiorpartedessesresduos indevidamentedisposta
no meio ambiente, compondo a carga poluidora em reas urbanas e rurais.
Evidentementequeaatividadeagropecuriafundamentalparaasobrevivnciada
espciehumana,maisaindaemnossopas,queeminentementeprimriomas
necessrioaprofundaro trabalhode trazersustentabilidadeeconmicaeambiental
spopulaesquevivemdaatividade(NAIMEeGARCIA,2004).
O princpio da qualidade domeio ambiente e de vida est cada vez mais
presentenocotidianodosbrasileirosehumconsensogeneralizadoemtodosos
setores deque ocidadodeve adotarumapostura de respeitoe depreservao
paracomanaturezaeomeioambiente(KONZEN,2004).Aproduodealimentos
saudveis requerpreservaoambiental,daaprioridadedeestudosdestinadosa
desenvolvertecnologiaspoupadoras,reutilizadoraserecicladorasdematriaprima,
de insumos, de energia e de resduos (SANTIAGO, 2000). Alm disso, segundo
GIORDANO (2000), a interface existente entre as atividades do agronegcio e o
meioambientetornaoestudodestetpicoimprescindvel.Inteiramentedependente
domeioambiente,asatividadesrelacionadasaoagronegciovmsendodesafiadas
aproduzireemcontrapartidapreservar,cuidare limparoselementosnaturaisdos
quaisfazemuso.
Existeumagrandenecessidadedeserepensaraproduoeadestinaode
resduos agroindustriais, pois estes podem ser novamente inseridos na cadeia
produtiva, gerando grandes ganhos para a sociedade (SACHS, 2005). O
aproveitamento desses resduos alm de poder proporcionar uma fonte de renda
alternativa s propriedades rurais e agroindustriais, estar contribuindo para a
preservaodomeioambientee,desta forma,paraobtenodedesenvolvimento
sustentvel.
8
2.3Resduomidodecervejaria
Os resduos gerados nos processos agroindustriais representam perdas
econmicas no processo produtivo e se no receberem destinao adequada
podemproporcionarpassivosambientaisdevidoasuaaltacargapoluidora.Dentre
estesresduos,podemoscitarapolpactrica,acascaeofarelodearroz,atortade
algodoeoresduomidodecervejaria.Esteltimotemsedestacado,umavezque
geradoemgrandevolumeduranteoanotodo.
Segundo REINOLD (1997), os principais resduos slidos da produo de
cervejasooresduomidodecervejaria,aleveduracervejeira,aterradiatomcea
(kieselgur) e o lodo da estao de tratamento de efluentes industriais (ETEI).
Desses, o resduo mido de cervejaria aquele em maior quantidade, pois
representa aproximadamente 85% dos subprodutos do processo. Ele
caracterizado por ser um resduo proveniente principalmente das matriasprimas
empregadas,quesoo resduodemaltee osadjuntos (arrozoumilho),osquais
soexpostosaumasucessodeinfusesedecocespraticadasemcozinhadores
etinas(REINOLD,1997).
O resduo mido de cervejaria resultante da fase inicial do processo de
fabricaodecervejas,apresentasenaformadecascasoudefarelo,comumidade
emtornode80%.SegundoFISCHER(1996),paracada100kgdemaltedecevada
que se utiliza para elaborao da cerveja, obtmse de 110 a 120 kg de resduo
midodecervejaria.Oresduodecervejariapodeseapresentarnaformaderesduo
mido, resduoprensado, resduosecoe leveduradecerveja (SOUZA,2004).Em
nossascondies,predominaageraodoresduomido,umavezqueoprocesso
desecagemeconomicamenteinvivel.
Segundo FIRJAN citado por ARONOVICH et al. (2001), at o ano 2000estavam previstos investimentos da ordem de US$ 758 milhes pela indstria
cervejeira.Calculaseque,somentenaregioSudeste,aquantidadederesduode
9
cervejaria produzida passe de 620 para 1.150 mil toneladas anuais, tornando
urgenteanecessidadedesebuscardestinoprodutivoparaestematerial.
LIMA (1993)calcula umadisponibilidade deaproximadamente 2milhes de
toneladas/ano deste subproduto no Brasil. Em 2000, por exemplo, a Kaiser
reutilizou182miltoneladasdoresduomidodecervejaria(ouseja,100%doquefoi
geradonasfbricasdacervejaria)naalimentaoanimal,gerandoumareceitapara
aempresadeR$850mil(BASSANESI,2001).
Acomposiodoresduomidodecervejariade,principalmente,matrias
nitrogenadas,fibrasepolissacardeoseestotambmpresentescompostoscomoa
ligninaeoslipdios(REINOLD,1997).ATabela1mostraacomposiomdiadesse
resduo.
Tabela1Composiodoresduomidodecervejaria.Substncia Percentual(%)Gorduras 10Protenas 22
Hemicelulose 35Celulose 20Lignina 10Cinzas 3
Fonte:REINOLD(1997)
2.4Resduomidodecervejarianaalimentaoanimal
Entre as alternativas para o aproveitamento de resduos agroindustriais a
alimentao animal tem um grande potencial, principalmente de ruminantes, que
possuemcapacidadedetransformarresduosdevegetaisemnutrientes.Todaessa
transformao se d no rmen, onde, pela ao de microorganismos, ocorre a
decomposio da matriaprima bruta consumida e a sntese de nutrientes
assimilveispeloorganismo(SILVAFILHOetal.,1999).
10
Contudo,umdosfatoreslimitantesaousodealgunsdessessubprodutosna
alimentaoanimalasazonalidadenadisponibilidadedessesresduos,oqueno
observadonocasodoresduomidodecervejaria.
Os resduos gerados pela indstria cervejeira podem ser utilizados na
alimentaode ruminantes, comoconcentradoprotico aser introduzidona dieta.
Comoingredientederaesoresduopodeserconsideradosuplementoproticode
valormdio (23a30%deprotenabruta),sendoboapartedesua fraoprotica
insolvel e de baixa degradabilidade, constituindose como fonte de protena bypass,passandopeladegradaoruminalesendoabsorvidadiretamentenointestino(SOUZA,2004).
CHIOUetal.(1998)realizaramdoisensaioscomvacasleiteiras,sendoumde
desempenholactacionaleooutrovisandoanalisaralgumasvariveisruminais.Em
ambososestudos,todasasdietasforamisoenergticaseisoproticas,sendoqueo
tratamentocontrolecontinhafarelodesojaeumadasoutrasdietascontinha10%de
resduo mido decervejaria namatria seca (MS), alm de farelo de soja.Como
resultado,noobservaramdepressonoconsumodeMSquandocompararamas
dietascontrolecomaquelaquepossuaresduomidodecervejaria.
SANTOS et al. (1998) compilaram nove estudos onde o farelo de soja foi
substitudototalouparcialmenteporresduodecervejariamidoouseconadietade
vacas leiteiras. Dentre sete trabalhos onde os teores de forragem e concentrado
foram similares nas dietas contendo farelo de soja ou resduo de cervejaria, no
houve diferena na produo de leite em seis estudos. O teor e a produo de
protenado leitetambmno foramafetados.Asproduesmdiasde leite foram
de31,0e31,7kg/diapara farelodesojaeresduodecervejaria,respectivamente.
Em dois dos nove estudos, observouse aumento na produo de leite devido
inclusodoresduodecervejarianaalimentaodosanimais.
Emoutroexperimento,CARVALHOetal.(2005a)realizaramumestudocomovinos, onde o alimento concentrado (milho e farelo de soja) foi substitudo por
11
nveiscrescentesderesduomidodecervejaria (0%,33%,66%e100%).Foram
utilizados16cordeirosTexel,machos,nocastrados,desmamadosaos60diasde
idade.Osautoresverificaramqueo aumento donvel desubstituiodo alimento
concentrado pelo resduo de cervejaria proporcionou reduo linear (P0,01) do
consumodematriaseca,noapresentandodiferenassignificativas(P>0,05)entre
os tratamentos para peso vivo final, ganho de peso mdio dirio e converso
alimentar. Este trabalho demonstrou que existe potencial na ovinocultura de corte
paraaproveitamentodesteresduo,principalmenteemsetratandodaterminaode
cordeirosemconfinamento.
2.5Ovinoculturadecorte
A ovinocultura foi uma das primeiras exploraes animais realizadas pela
humanidade,noinciodacivilizao.Logoquealutapelavidamostrouaohomema
possibilidadededomesticaralgunsanimais,paramaisfacilmenteobterdelesoseu
sustento,foiespcieovinaqueelededicouasuaprimeiraateno.Aovelha lhe
proporcionava, alm do alimento em forma de carne e leite, o abrigo contra as
inclemnciasdotempo,emformadel(NOCCHI,2001).
Aespcieovina(Ovisaries)apresentaumpotencialdeproduodecarne,l,pele, leite e outros subprodutos, os quais podem suprir adequadamente tanto as
necessidades do mercado interno como as demandas advindas do mercado
internacional(OLIVEIRAeALVES,2003).
NaregioSul,atofinaldadcadade80,aproduodelconstituiuseno
objetivo primordial de explorao da ovinocultura, mas com o advento das fibras
sintticas a atividadepassoupor gravecrisemundial a partir dadcadade 90e,
recentemente,osesforosdeproduo tmsidodirecionadosparaaobtenode
ovinos mais especializados na produo de carne. At ento, a carne ovina era
considerada por muitos como um subproduto, consumida nos estabelecimentos
rurais ou comercializada de forma desorganizada, sendo enviados ao abate, na
maioriadasvezes,apenasanimaisdedescarte(capeseovelhasadultas),osquais
12
no apresentam as condies de qualidade de carcaa que o mercado exige e
remunera(PEREIRANETO,2004).
A ovinocultura de corte vem apresentando nos ltimos anos significativo
crescimento, tendo em vista o expressivo aumento na demanda de carne ovina
(BIANCHINIetal.,2004).SegundoaFAO(FoodandAgriculturalOrganizationoftheUnited Nations), a produo mundial de carne ovina cresceu 2,7% ao ano nos
ltimos8anos(ALENCAReROSA,2007)eoBrasilooitavoprodutormundial,
somando25milhesdecabeas (REVISTANACIONALDACARNE,2004).Desta
forma, a ovinocultura representa uma atividade de participao scioeconmica
crescente na atividade pecuria e vem se estabelecendo como alternativa de
viabilizaoprincipalmentedapequenaemdiapropriedaderural,contribuindona
importantetarefadefixaodohomemnocampo.Isso,aliadoscaractersticasda
espcie(docilidade,portepequenoerelativarusticidade),permiteasuaexplorao
utilizandoamodeobra familiar, instalaessimplesedebaixocusto(BUENOetal.,2006).Mas,paratanto,aatividadedeveseajustarsnovasregrasdemercado,ondeapenasproduzirnobastaprecisobuscarproduzircomaltaeficinciapara
alcanaroslucrosdesejados.
Acarneovinaumafontedeprotenadealtovalorbiolgico,mas,paraque
possa competir com a de outras espcies, o produtor deve colocar no mercado
carne proveniente do abate de animais jovens (cordeiros), criados de maneira
adequadaparaobtenodecarcaasdeprimeiraqualidadepoisoconsumidorest
cada vez mais exigente, busca produtos mais saborosos e saudveis. Assim, o
cordeiro a categoria animal que apresenta carne de melhor qualidade, por
apresentarmaciez, baixo teor de gordura e maior suculncia, e nesta faseque
apresentamaioresrendimentosdecarcaaemelhoreficinciadeproduo,devido
asuaaltacapacidadedecrescimento(PIRESetal.,2000).
13
2.5.1Sistemasdeproduo
O sistema um conjunto de elementos de tal forma ordenados que esto
dirigidosaumobjetivo.Seumdesseselementosno funcionabem, todaacadeia
entraemdesequilbrio(FUCHS,1995).
A definio exata para o termo sistema de produo : um modo de
combinaoentre terrasemeios de trabalho com fins deproduo,comuma um
conjunto deexploraes (caracterizado), pela natureza das produes e a fora e
meiosdetrabalhocolocadosemprtica(REBOULapudOSRIO,1989).
Podemos dividir as exploraes ovinas em trs tipos bsicos, segundo
JARDIM(1986):
Extensivo:acampo
Intensivo:cabanhase/ouconfinamentos
Semiintensivo:comusodesuplementaoemdeterminadosperodos.
Segundo SIQUEIRA et al (1993), os sistemas de produo de ruminantesadotados no mundo, mais notadamente os de ovinos, so predominantemente
extensivos. Entretanto, alguns pases, como a Austrlia e a Nova Zelndia, por
exemplo, tmutilizado tambmsistemas intensivossofisticados,sobretudonoque
serefereaoscordeiros.
Nossistemas tradicionaisdecriaodeovinossubestimase o potencial de
crescimentoda fase inicial (cordeiro), implicandoemum retardamentodo abate e
uma conseqente desqualificao da carne, provocada por uma deposio de
gorduraindesejvelaoconsumidor.
Considerando o elevado valor da terra em algumas regies do pas e a
escassezdemodeobra,aescolhadosistemadeproduosetornaumfatorde
extrema importncia. Para ser bem sucedido o produtor deve adotar tcnicas de
14
criaoquepermitamexploraropotencialdosanimaisemaximizarautilizaodos
recursosdisponveisnapropriedade(MENDES,2006).
A base de alimentao dos ovinos no Rio Grande do Sul a pastagem
natural, sendo os animais criados demaneira extensiva. Nesse sistema, tornase
difcilobteranimais jovensemcondiesdeseremabatidos.Para tanto,preciso
modificaromeioambiente,principalmentenoquese referealimentao.Assim,
vrios estudos tm sido realizados objetivando obterse a melhor forma para
terminaodecordeiros.Umadasalternativaseficazesoconfinamento,que tem
despertadoointeressedosovinocultores(PIRESetal.,2000).
2.5.1.1Confinamento
A intensificao na velocidade de crescimento muscular, aliada rpida
terminaodacarcaaamaneiramaisfactveleeficientedeseobterumproduto
de melhor qualidade e de competitividade no mercado consumidor de carne
(PEREIRAeSANTOS,2001).nestesentidoquecadavezmaistemseobservado
uma tendncia crescente de intensificao dos sistemas produtivos, objetivando
maiorrapideznaproduoecomercializaodecarcaas.
ConformeSILVASOBRINHO (1997),osprocessosmais importantesparaa
produodecarneovinasoodesempenhoreprodutivodaovelha,avelocidadede
crescimentodoscordeiroseonvelnutricionaldisponvelparaambos.Paraqueos
animais possam desenvolver suas estruturas corpreas de forma mais rpida e
alcanar o peso de abate em tempo mais curto, fazse necessrio que sejam
alimentados e criados em condies adequadas, como no caso do sistema de
confinamento, onde as exigncias nutricionais dos cordeiros so plenamente
atendidas.
Para MOREIRA (1997), partir para o confinamento uma soluo prtica,
pois traz benefcios como a diminuio da mortalidade e do ndice de ecto e
endoparasitas, alm de melhorar a eficincia e a produtividade do rebanho. No
15
entanto,estaumaprticaquerequermanejoespecial,profundoconhecimentode
nutrioanimalepreosdemercado.
Oconfinamentodecordeirosrecmdesmamados,comusodealtosnveisde
concentrado bastante comum, principalmente em determinadas regies dos
Estados Unidos, em virtude do grande potencial das raas produtoras de carne
(SUSIN, 2001). As vantagens desse sistema incluem o rpido e mais eficiente
crescimentoemrelaoaosanimaiscriadoscomforragens(TEIXEIRAeMORON,
2000). O confinamento permite atender com maior facilidade as exigncias
nutricionais dos animais, possibilitando a terminao de ovinos em perodos de
carnciaalimentarouemperodosemqueaspastagensaindanoestejamprontas,
permitindo que se coloque no mercado carne ovina de qualidade no perodo de
entressafra,quandoseobtmmelhorespreos(CARVALHO,1998).
Cordeiros apresentam capacidade de ganho de peso mximo entre o
nascimento e a puberdade. E podem ser desmamados entre os 45 e 60 dias de
idade,compesovivomdioentre14e17kg,atingindo2830kgaos95100dias
deidade,estandoaptosaoabate.Nestaidade,acarneapresentacoloraorosada
viva,elevadamaciez,saborinigualvelemoderadonveldegordura(BUENOetal.,2006).SegundoSeOTTOdeS(2007),aidadequeocordeiroapresentaquando
inicia a terminao em confinamento vai afetar o desempenho dos animais,
principalmenteaconversoalimentar.Portanto,aidadeumfatorqueinfluenciao
desempenho dos cordeiros em sistema de confinamento, devendose dar
prefernciautilizaodeanimaisjovens.
SIQUEIRA et al. (1993) realizaram trabalho com cordeiros confinados queapresentaramganhodepesomdiodirio(0,153kg)superioraosanimaismantidos
empastagemdecoastcross(0,088kg),apesardadisponibilidadedematriasecano pasto estar acima das necessidades dos animais. O grupo de animais que
permaneceunapastagemapresentoualtasinfestaesporHaemonchuscontortuseTrichostrongylus e a taxa de mortalidade de cordeiros mantidos a pasto foi alta(16,23%)quandocomparadacomadoconfinamento(0%).
16
2.5.1.1.1Aproveitamentoderesduoseeconomicidadedosistemade
confinamento
Umavezqueanutrioconstituiabaseparaosucessoprodutivodosistema
deconfinamento,devemseadotarestratgiasquevisemaumentaraeficinciade
utilizao dos nutrientes, aliados reduo dos custos com alimentao. Dentro
destecontexto,ousodedietasdebaixocusto levabuscapor ingredientesmais
baratos, os quais devem ser considerados no somente quanto sua viabilidade
econmica,mastambmquantoaodesempenhoanimal(MENDES,2006).
Comoformadereduziroscustoscomalimentao,novasfontesdealimento
esto sendo estudadas. MARTINEZ et al. (2001) buscando alternativas para aalimentaodeovinos,dentreosrecursosdisponveisna regio,de tal formaque
resultasseeconomicamenteatrativoparaoprodutor,encontraramossubprodutosda
indstriadepapelumafontedeforragemnoconvencionalequepodeaproveitara
capacidadedosruminantesdeutilizarmaterialcelulsicoemsuaalimentao.
Da mesma forma, OLIVEIRA et al. (2002) trabalhando com cordeirosconfinadosealimentadoscomdejetosdesunos,chegaramconclusodequeno
houveinflunciadasdietasnoscortescomerciais,nosrgosinternosdoaparelho
digestivoenoscomponentescorporaisexternos.
Nessesentido,autilizaoderesduomidodecervejarianaovinoculturade
corte tem grande potencial, pois pode levar queda significativa dos custos de
alimentao do confinamento e promover a reduo de impactos ambientais
advindosdaindstriacervejeira,semqueocorramquedasnosndicesprodutivos.
Acriaointensivadeanimaisparaproduodealimentosexigeumcontnuo
esforo cientfico para a melhoria do rendimento de produo. A utilizao de
resduosagroindustriaisnaformulaoderaes,mantendoovalornutritivo,uma
alternativaquepoderefletirnocustototaldaproduoovina,portantodeinteresse
dapesquisa.
17
2.5.2Caractersticasdacarcaa
A carcaa ostenta um lugar de destaque no setor produtivo, pois nesta
baseadaaremuneraodoprodutor,peloscuidadosetecnologiasadotados.
No sistema de produo de carne, as caractersticas quantitativas e
qualitativas da carcaa so de fundamental importncia para complementar a
avaliao do desempenho animal. As medidas realizadas na carcaa so muito
importantes, pois permitem comparaes entre tipos raciais, pesos e idades ao
abate,sistemasdealimentaoe, tambm,oestabelecimentodecorrelaescom
outrasmedidasoucomostecidosconstituintesdacarcaa.
Aps o abate de um animal, certas partes so separadas da carcaa o
procedimentovariaconformeaespcieeopas.Comexceodapelenocasodo
suno, uma carcaa contm apenas trs tecidos presentes em quantidade
suficientementesignificanteparaaproduodecarne.Essestecidossomsculo,
gordura e osso, cada qual constitudo por uma variedade de tipos de clulas e
materialextracelular(DAVIES,1989).
O valor de uma carcaa no depende apenas do peso, mas do teor de
gordura, composio muscular, conformao, idade do animal e caractersticas
organolpticasdacarneproduzida(VILA,1995).
Altos teores de gordura depreciam o valor comercial das carcaas, porm,
fazsenecessrioumcertonveldetecidoadiposonasmesmas,comodeterminante
dasboascaractersticassensoriaisdacarneetambmparaprevenirmaioresperdas
deguadurantesuaconservao,almdepossveisqueimadurasoriginadaspelo
processodecongelamento(MACEDOetal.,2000).
Adistribuiodagorduranacarcaavariaconformearaaedeacordocom
OSRIO et al. (1998), nas raas que no sofreram seleo para a produo decarneadeposiodegorduramaisprecoce,enquantoquenasraasselecionadas
18
paraaproduodecarneagordura tendeasedistribuiruniformementeno tecido
conjuntivosubcutneo.Omesmoautorcitaqueacarcaaidealaquelaquepossui
a mxima proporo demsculo,mnima de osso e a proporo de gordura que
exigeomercadoparaaqualsedestina.
A idade um fator muito relacionado ao peso de carcaa e condio
corporal.Cordeiroscommaior idadetmpesosdeabatemaiselevados,e,assim,
humaumentodopesodecarcaa(JARDIMetal.,2000)portanto,esperadoquea uma determinada idade, a partir de determinado momento, os rendimentos de
carcaaaumentem.
Segundo OSRIO et al. (1996a), o rendimento de carcaa umacaractersticadiretamenterelacionadaproduoequepodevariardeacordocom
fatores intrnsecos (gentica,sexo, idade,peso)eextrnsecos (alimentao, jejum,
transporte).Portanto,buscaraidadeouopesodeabateemqueosrendimentosde
carcaa sejam economicamente osmais indicados para ovinos de grande valia
paraaotimizaodossistemasdecriaoenacomercializaodosanimaisparao
abate.
Paraacomercializao,ascarcaaspodemserinteiras,carcaaousoba
formadecortes.ParaSANTOSePREZ (2000), osistemade corte realizado na
carcaadevecontemplaraspectoscomoacomposio fsicadoprodutooferecido
(quantidadesrelativasdemsculo,gorduraeosso),versatilidadedoscortesobtidos
(facilidadedeusopeloconsumidor)eaplicabilidadeou facilidadederealizaodo
cortepelooperadorqueorealiza.
O tipodecorteutilizadovariade regiopara regioe,principalmente,entre
pases,emfunodoshbitosdoseupovo,constituindoumimportantefatoraser
considerado(CARVALHOePREZ,2002).
Nosistemagachotradicionaldedesossadacarneovinaparachurrascose
procedeadivisodacarcaaaomeio,separando,aps,oquarto,acostela(com
19
espinhaoaderido),apaletaeopescoo.Outra formadecortaracarcaapela
separaodoquarto,costela,espinhaointeiroepaleta,serrandoascostelasauma
distnciadoespinhaoquepermitadeixarnesteolombo,ofileocontrafil.Aps,
o espinhao pode ser fatiado (subcorte) para obteno da chuleta (CARVALHO,
2005).
2.5.3Componentesnocarcaaouquintoquarto
Entendesecomocomponentesdopesovivoopesodacarcaamaisopeso
doscomponentesnoconstituintesdacarcaa (quinto quarto). A denominaode
quintoquartofoi,inicialmente,utilizadaporaougueirosfranceses,designandouma
porosuplementarquepodesercomercializada,almdosquatroquartosemque
sesubdivideacarcaa(ROSA,2000).
O quinto quarto formado pelo sistema digestivo e seu contedo, pele,
cabea,patas,pulmescomtraquia,fgado,corao,rins,bao,gordurainternae
plvica, testculosecauda (GASTALDIetal.,2000).Conformeomesmoautor,oscomponentes nocarcaa podem representar at 40% do peso vivo dos ovinos,
sendo influenciados pela gentica, idade, peso vivo, sexo, tipo de nascimento e,
especialmente, alimentao. J segundo ROSA (2000), o peso relativo dos
constituintesnocarcaapodemvariarde40a60%dopesovivo.Apeleomais
importanteevaliosodoscomponentesquenofazempartedacarcaa,poisatinge
de10a20%dovalordoanimal.Orestantedoquintoquartotemmenorvalor,em
tornode5%dototaldoanimalabatido.Ofgadoeagorduraso,depoisdapele,as
partesmaisvaliosas(FRASEReSTAMP,1989).
SIQUEIRAetal.(2001),afirmamqueapeleeocontedogastrintestinalsofatores determinantes no rendimento de carcaa, pois
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20
poderiam colaborar para diminuir o preo dos produtos para os consumidores e
melhoraronveldevidadaspopulaesdebaixopoderaquisitivo.Alm,claro,de
trazerbenefcioseconmicosparaosprodutoresdecordeiros,agregandovalorao
produto.
Em abates muito precoces a proporo do sistema digestivo em relao
carcaa maior, o que diminui consideravelmente o rendimento de carcaa,
principalmente quando estes so alimentados com alta quantidade de volumoso
(CARVALHO,2005).
2.5.4Composiocentesimalecolesteroldacarneovina
Acarneovinaumafontedeprotenadealtovalorbiolgicoeestpresente
nadietadaspopulaesdequasetodosospases,principalmentedoscontinentes
africanos e asiticos (ALMEIDA, 1990). Contudo, devido ateno que o
consumidor tem dado para a relao entre dieta e sade, h uma crescente
preocupao com o contedo de gordura e colesterol dos produtos de origem
animal. Atualmente, os profissionais da sade recomendam dietas com baixas
calorias, baixo teor de gorduras saturadas e baixo colesterol a fim de reduzir os
riscossade.
De acordo com PRATA (1999), a composio centesimal da carne ovina
apresentavaloresmdiosde75%deumidade,19%deprotena,4%degordurae
1,1%dematriamineral, estesvalores podemoscilarem funode fatorescomo
raa, sexo, peso ao abate, ambiente, dieta e estado de acabamento do animal,
resultandoemvariaesdasporcentagensdeprotena,guaegordura.
ROWEetal. (1999)avaliandooefeitodediferentessistemasdeterminaonacomposiocentesimaldacarnedecordeiros,observarammaiordeposiode
gordura (10,79%) no msculo Longissimus dorsi nos cordeiros que foramalimentadoscomdietaconcentradaemcomparaocomquelesalimentadoscom
pastagem, que apresentaram 6,85%. J SCHNFELDT et al. (1993), quando
21
compararam novilhos de diferentes idades, notaram que os mais jovens
apresentaram maior percentual de umidade que os mais velhos. Por outro lado,
MONTEIROeSHIMOKOMAKI(1999)noobservaramaumentono teorde lipdios
emcordeirosabatidoscom36e25kg.
MADRUGAet al. (2005), realizaramumestudocomoobjetivo deavaliar ainflunciadequatrotiposdealimentosvolumosossobreosaspectosqualitativosda
carne de cordeiros da raa Santa Ins, machos, nocastrados e terminados em
confinamento,sendoqueestesautoresverificaramnapernadoscordeirosvalores
mdiosde72,75%paraumidade,1,11%paracinzas,20,34%paraprotenabruta,
6,54%paragordurae51,50mg/100gparacolesterol.Damesmaforma,ZAPATAetal.(2001)realizaramumestudoondeavaliaramacomposiocentesimalelipdicada perna de cordeiros machos, nocastrados, sendo 10 animais Somalis
BrasileiraxCrioulae11animaisSantaInsxCrioula,eobservaramvalores
mdios para umidade de 76,14%, para protena bruta de 19,32%, para cinzas de
1,09%,paragordurade2,20%eparacolesterolde57,72mg/100g.
22
3OBJETIVOS
3.1Objetivogeral
Mensurar a gerao e o poder poluidor do resduo mido de cervejaria e
determinar a eficcia nutricional e a economicidade do uso deste resduo na
alimentaodecordeirosconfinadosemfasedeterminao.
3.2Objetivosespecficos
1. Quantificarecaracterizaroresduomidodecervejariageradodurante
oprocessoagroindustrialdaproduodecerveja
2. Mensuraroefeitodediferentesnveisdeinclusoderesduomidode
cervejaria sobre o consumo de nutrientes, ganho de peso, caractersticas
quantitativasequalitativasdacarcaaergosinternos
3. Determinar se o uso do resduo mido de cervejaria influencia a
composioregionaldacarcaa,acomposiocentesimaleoteordecolesterolda
carnedecordeiros
4. Avaliar a economicidade do uso do resduo mido de cervejaria na
terminaodecordeirosemconfinamento.
23
4MATERIALEMTODOS
4.1Avaliaodafaseinicialdoprocessoagroindustrialdacerveja
EstaetapafoidesenvolvidanacervejariaBarley, localizadanomunicpiode
Capela de Santana, RS. Foi realizado um acompanhamento da fase inicial do
processoagroindustrialdaproduodecerveja.Estafaseconstadobeneficiamento
da matriaprima (limpeza e pesagem da cevada), mosturao (dissoluo da
cevadamodacomguaem tinadeao inoxcomousodediferentes rampasde
temperatura, chegando a 76C no final do processo) e filtrao (separao das
cascasdecevadadomosto).
Inicialmente, foi pesada toda a cevadautilizada no processo de fabricao,
sendotomadasamostraspararealizaodeanliseslaboratoriais.Apsumperodo
de7horas,omostofoitotalmenteremovidodatinademosturao,restandoapenas
oresduomidodecervejaria.Esteresduofoientoretiradodatina,comauxliode
p e um carrinho para coleta e acondicionado em bombonas plsticas, conforme
Anexos A e B. As bombonas foram pesadas vazias e depois com o resduo, a
diferenaentreaspesagensrepresentaopesodoresduo. Foientocoletadauma
amostra composta para posterior classificao do resduo mido de cervejaria
quantoaosseus riscospotenciais aomeioambiente e sadepblica,conforme
descrito naNBR10.004, e procedimentode lixiviaode resduo,conformeNBR
10.005.
24
4.2Usodoresduomidodecervejarianaalimentaodecordeiros
4.2.1LocalepocadeExecuo
Otrabalho foi realizadonas instalaesdeovinoculturadapropriedaderural
do Sr. Francisco Strmer, situada no municpio de Capela de Santana, RS. O
perodoexperimentalestendeusede20outubrode2005a04janeirode2006.
4.2.2AnimaiseInstalaes
Foram utilizados 25 cordeiros, machos, no castrados, da raa Texel,
nascidosdepartosimples,desmamadosaos69 30 diasde idadeemmdia.Os
animaisforammanejadosemcincotratamentos,inicialmentecomcincoanimaisem
cadaum,pormumdosanimaisdotratamentodoisadoeceu,tendosidoretiradodo
experimento. Os animais foram confinados em baias individuais, totalmente
cobertas,compisoripadoedimensode1,5m2 poranimal.Todasasbaiaseram
providasdecomedourosebebedouros,ondeforamfornecidosalimentoeguapara
osanimais,conformepodeserobservadonoAnexoC.
4.2.3Tratamentos
Os tratamentos foram constitudos por diferentes nveis de substituio do
alimentoconcentradodadietaporresduomidodecervejaria,asaber:
T1=0%deresduo
T2=25%deresduo
T3=50%deresduo
T4=75%deresduo
T5=100%deresduo.
4.2.4Raesearraoamento
Apsodesmame,oscordeiros forammantidosemregimedeconfinamento
recebendoumadietacompostadefenodeTifton85emisturaconcentradaemuma
25
relao volumoso:concentrado de 40:60, com base na matria seca (MS). O
alimentoconcentrado foiconstitudopormilhodesintegrado, farelodesoja,mistura
mineraleresduomidodecervejaria,sendoqueassuasproporesvariaramde
acordo com os tratamentos. As dietas foram formuladas para serem isoproticas,
baseadasnoteordeprotenabruta(PB)dotratamentocommaiornvelderesduo.
NaTabela2apresentadaacomposiobromatolgicadosalimentosutilizadosna
formaodasdietaseacomposioqumicadasdietasexperimentais.
Tabela 2 Proporo dos ingredientes e composio qumica das dietasexperimentais em termos de Matria Seca (MS), Protena Bruta (PB), Fibra emDetergenteNeutro(FDN),NutrientesDigestveisTotais(NDT),Clcio(Ca)eFsforo(P).
Nvelderesduo0 25 50 75 100
Proporodosingredientes(%MS)FenodeTifton85 40 40 40 40 40Milhodesintegrado 30,42 22,71 15,01 7,31 Farelodesoja 28,62 21,39 14,16 6,93 Resduodecervejaria 15,00 30,00 45,00 59,33Calcriocalctico 0,96 0,90 0,83 0,76 0,67
Composioqumicadasdietas(%MS)MS 84,15 74,34 64,52 54,70 45,32PB1 17,52 17,52 17,52 17,52 17,52FDN1 29,42 36,11 42,80 49,49 54,63NDT1 71,08 67,75 64,43 61,11 57,96Ca1 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55P1 0,36 0,37 0,38 0,39 0,401ValoresestimadosapartirdeRIBEIRO(1997).
Oalimentofoifornecido,adlibitum,duasvezesaodia,sendooshorriosdearraoamentos7:30e17:30horas.Aquantidadeoferecidafoiajustadaemfuno
dasobraobservadadiariamente,sendoqueestadeveriaserde15%daquantidade
oferecida no dia anterior, de modo a garantir o consumo voluntrio mximo dos
animais.Nestesentido,foramrealizadaspesagensdiriasdassobrasedoalimento
queseriaoferecidopelamanhepelatarde,paracadaanimal.
26
4.2.5Perodoexperimentalepesagensdosanimais
O perodo experimental foi precedido de um perodo de 14 dias para
adaptao dos animais s instalaes, alimentao e manejo. O ensaio de
alimentaoiniM s o de fo i de al s o e e do en m P er P er e j al pers de 4 s m edoap
27
momento de abate foi coletado todo o sangue (Anexo D) e retiradas pele, patas,
cabea,corao,rins,fgado,pulmo,bao,gordurainternaegorduraperirenal,os
quaisforam pesadosseparadamente.
Foramtambmpesadosindividualmenteormen/retculo(AnexoE),omaso,
abomaso, intestino delgado e intestino grosso, sendo esses rgos pesados com
contedo gastrintestinal. Em seguida foi realizado o esvaziamento e minuciosa
lavagemdosdiferentescompartimentos,osquais,apsescorrimentodagua,foram
pesados novamente.Pordiferena, obteveseopeso docontedodecadargo
constituintedotratogastrintestinal.
Em seguida, calculouse individualmente a porcentagem dos diferentes
rgosinternosemrelaoaopesovivodosanimais.
Aps cada abate, a carcaa foi pesada individualmente e em seguida
resfriadapor18horasemcmara frigorfica,aumatemperaturade1C(AnexoF).
Foram observadas as seguintes caractersticas em relao s carcaas dos
cordeiros:
Pesodacarcaaquente(PCQ): obtidaatravsdepesagemlogoaps
oabate
Pesodacarcaafria(PCF): obtidapelapesagemapsapermanncia
de18horasemcmarafriaaumatemperaturamdiade1C
ndice de quebra ao resfriamento (IQ): clculo atravs da diferena
entreoPCQePCF
Rendimentodecarcaaquente (RCQ): relaopercentualentrepeso
vivoaoabateePCQ
Rendimentodecarcaafria(RCF): relaopercentualentrepesovivo
aoabateePCF.
Emseguida,acarcaadosanimais foi separadaaomeio,comoauxliode
umaserraeltrica,deformasimtrica,longitudinalmente,deixandoacaudanolado
28
esquerdo.Nametadeesquerdadacarcaa,foramtomadasasseguintesmedidase
avaliaes:
Comprimento da carcaa (CC): distncia entre o bordo anterior da
snfisesquiopubianaeobordoanteriordaprimeiracostelaemseupontomdio
Comprimentodaperna(CP):distnciaentreobordoanteriordasnfise
squiopubianaeaporomdiadosossosdotarso
Profundidadedopeito(PPEI):distnciaentreodorsoeoossoesterno,
ouseja,entrearegiodascruzeseacristaesternalemsuadistnciamxima
Larguradaperna(LP):distnciaentreosbordos internoeexternoda
partesuperiordaperna,emsuapartemaislarga
Profundidadedaperna(PPER):maiordistnciaentreobordoproximal
edistaldaperna.
Espessuradegorduradecobertura: determinadaapsmedidaemum
pontocorrespondenteaporomdiadoterodistaldomsculoLongissimusdorsi.
Depois de tomadas asmedidas, asmetades direita eesquerdadacarcaa
foram pesadaseseparadasregionalmentenosseguintescortescomerciais:
Pescoo: porocompreendidaentreaseco atlantooccipitale um
corte oblquo que passa entre a stima vrtebra cervical e a primeira dorsal, em
direopontadoesternoeterminandonabordainferiordopescoo
Paleta: membro anterior da carcaa, incluindo a musculatura da
escpulaenapartedistalasecofeitaaonveldaporomdiadosossosdo
carpo
Costilhar:partedacarcaaseccionadaentrealtimavrtebracervical
eaprimeiratorcicaealtimalombareprimeirasacra
QuartoouPerna:membroposteriordacarcaa,seccionadoaonvelda
articulaodaltimavrtebralombareprimeirasacraeaonveldaporomdiado
tarso.
Apsaseparaoregional,osdiferentescortescomerciaisforampesadose
suaporcentagemcalculadaemrelaoaopesodacarcaa.Aseparaoregionale
asmedidasnascarcaasforamrealizadassegundoOSRIOetal.(1998).
29
Paradeterminaodacomposiotecidual,foiretiradaumaamostraentrea
9 e a 11 costelas (seo HH), conforme procedimento descrito em HANKINS e
HOWE (1946).Entoestasamostras foram identificadas,acondicionadasemsaco
plsticoecongeladasparaposterioranlise.Depoisdedescongeladas,asamostras
forampesadas eem seguidaprocedeuse a separao fsica deosso,msculo e
gordura (Anexo G). Cada um dos componentes teciduais foi pesado e ento foi
calculada a percentagem em relao amostra total. Feito isto, o msculoLongissimus dorsi, foi separado para determinao da composio centesimal.Assim, foram determinados os teores de matria seca, matria mineral, protena
brutaeextratoetreo,conformeprocedimentosdescritosemCARVALHOeJONG
(2002).ForamtambmcoletadasamostrasdomsculoLongissimusdorsinasquaisforamdeterminadososteoresdecolesterol,conformeCARVALHOeJONG(2002).
4.2.9Anliseeconmica
Para se efetuar a anlise econmica da alimentao oferecida no
experimento, foram considerados os preos de mercado obtidos para os
ingredientes das raes, para a carcaa e peso vivo dos cordeiros.De posse do
custo de cada rao e do consumo das mesmas, foi calculado o resultado
econmicoproporcionadoporrao.UtilizouseumvalordeR$3,50/kgdepesovivo
doscordeiros,R$10,00/kgdecarcaa,R$0,35/kgdefenodeTifton85,R$0,52/kg
de milho modo, R$ 0,83/kg de farelo de soja e R$ 0,07/kg de resduo mido de
cervejaria.
4.2.10Anliseestatstica
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com
cincotratamentosecincorepeties,sendocadacordeiroconsideradoumaunidade
experimental.Os dados foramsubmetidos anlise de varincia e de regresso,
comauxliodopacoteestatsticoSAS(SAS,2001).Osmodelosforamselecionados
combase noscoeficientes dedeterminao e nasignificnciadoscoeficientesde
30
regresso,adotandoseonvelde10%deprobabilidade,utilizandoseotesteF.O
modelomatemticoutilizadoparaanalisarosdadosfoi:
Yij= m + ai+ eij
emque:
Yij=observaoreferenteaoanimaljdonvelderesduomidodecervejariai
m =mdiageral
ai=efeitodonvelderesduomidodecervejariai(i=1,2,3,4,5)
eij=erroaleatrioassociadoacadaobservao(j=1,2,3,4,5).
31
5RESULTADOSEDISCUSSO
5.1ResduomidodeCervejaria
A Tabela 3 apresenta a quantidade de cevada utilizada na produo de
cervejaeaquantidadederesduomidogeradodestaproduo(AnexoB).Verifica
sequeaquantidadederesduogerado,emkg,32,02%superiorquantidadede
cevadautilizadacomomatriaprimainicialparaproduodecerveja.Esteresultado
superiorafirmativadeFISCHER(1996),dequeparacada100kgdemaltede
cevada que se utiliza para elaborao de cerveja, obtmse de 110 a 120 kg de
resduomidodecervejaria.Nopresenteestudo,paracada100kgdematriaprima
utilizada, foi gerado 132,02 kg de resduo mido, o que demonstra o grande
potencialgeradorderesduodaindstriacervejeiranoBrasil.
Tabela 3 Quantidade de cevada utilizada para produo de cerveja e resduomidogerado.
Cevada Resduomido351,30kg 463,80kg
ATabela 4apresenta acomposiobromatolgicadacevadae do resduo
mido de cervejaria.Observase que o teor de umidade da cevada de apenas
17,53%,passandopara77,40%noresduomidogerado.Esteaspectoexplicado
pela quantidadedeguautilizadanesta fase inicial da produodecerveja, onde
foramadicionados2.200 litrosdeguaaos351,3kgdecevada.Jo teorprotico
passou de 2,88% na cevada para 24,60% no resduo, o que caracterizou este
resduo como um suplemento protico de valor mdio, de possvel utilizao em
alimentao animal. Outra diferena acentuada observada na composio
32
bromatolgicadacevadaedoresduomidodecervejariarefereseaoteordefibra
emdetergenteneutro (FDN),oqual teveumacrscimode200,03%,passandode
20,08%nacevadapara60,92%noresduo.Esteumaspectoimportantedoponto
de vista nutricional, pois entre as alternativas utilizadas para
destinao/aproveitamento da grande quantidade gerada de resduo mido de
cervejaria (conforme Tabela 3), encontrase o setor de nutrio animal,
principalmente para ruminantes. sabido que ruminantes apresentam uma
capacidademximadormenparaingestodefibra,sendoquealimentoscomalto
teordeFDN,comonocasodoresduoavaliado,podemlevaraumalimitaofsica
doconsumoe,comisso,limitaropotencialprodutivo.
Tabela4Avaliaobromatolgicadacevadaedoresduomidodecervejaria.Cevada Resduomido
MatriaSeca(%) 82,47 22,60ProtenaBruta(%) 2,88 24,60ExtratoEtreo(%) 10,13 8,42FibraDetergenteNeutro(%) 20,08 60,92Cinzas(%) 2,16 3,25
ATabela5apresentaaclassificaoeascaractersticasqumicasdoresduo
mido de cervejaria, demonstrando o seu potencial poluidor. A norma brasileira
NBR10.004incluiemsuadefinioderesduosslidostodosaquelesresduosno
estado slido e semislido que resultam da atividade da comunidade de origem
industrial, domstica, hospitalar, comercial, de servios de varrio ou agrcola.
Portanto,segundoestadefinio,oresduomidodecervejariaclassificadocomo
sendoumresduoslido.
DeacordocomNAIME (2005),ogerenciamento inadequadoeadisposio
desconformede resduosslidosconstituem fatosgeradores depoluio ecrimes
ambientais,sendoqueaprimeiraprovidnciaparaogerenciamentoadequadodos
resduosslidosasuaclassificao.
Oscritriosadotadosparacaracterizar resduossodefinidosemfunoda
origemedesuadegradabilidade.Oscritriosnosolucionamtodososproblemas,
33
mas so teis para obtenode uma classificaooperacional. Assim, a partirdo
conjuntoderegramentosedefiniesdaNBR10.004oresduomidodecervejaria
podeserclassificadoeenquadradonogrupodeResduosdeClasseII(noinertes):
so os resduosque noseenquadramemnenhumadas outrasclasses (I e III),
mas so reativos, e podem apresentar combustibilidade, biodegradabilidade ou
solubilidade em gua, estando includos a matria orgnica, papis, papelo,
matriavegetaleoutros(NAIMEeGARCIA,2004).
Tabela5Classificaoeavaliaoqumicadoresduomidodecervejaria.ResduomidodeCervejaria
Classe IIpHdolixiviado 4,63DBO5(mgO2L1) 659mgDQO(mgO2L1) 10769,9mg
Deveseconsiderar que, comoos resduos de atividades agroindustriais (a
includasatividadesagropecurias)apresentam,emgeral,grandeconcentraode
materialorgnico,oseu lanamentoemcorposhdricospodeproporcionargrande
decrscimo na concentrao de oxignio dissolvido nesse meio, cuja magnitude
depende da concentrao de carga orgnica e da quantidade lanada, alm da
vazodocursod'guareceptor.
Quandoholanamentodegrandequantidadedematerialorgnicooxidvel
no corpo hdrico, as bactrias aerbias, para estabilizarem o material orgnico
presente, passam a utilizar o oxignio disponvel nomeio aqutico, baixandosua
concentraonaguaepodendo,com isso, provocar amorte de peixes e outros
animaisaquticosaerbios,porasfixia.Emcasodelanamentodegrandescargas
orgnicas,almdeproporcionaramortedeanimais,podeprovocaraexalaode
odoresftidosedegasesagressivos,causareutrofizaoderioselagosedificultar
otratamentodaguaparaoabastecimentopblico.
SegundoMATOS (2005),almdepossvelcontaminaodireta,osmaiores
impactos provocados por resduos slidos orgnicos so decorrentes da
fermentao do material, quando pode ocorrer a formao de cidos orgnicos
34
(chorume lquido de elevada DBO5 e DQO formado com a degradao do
material orgnico e a lixiviao de substncias txicas) com gerao de maus
odores ediminuio do oxignio dissolvido em guas superficiais. A produo de
gases ftidos provoca desconforto aos seres humanos e animais, alm de poder
atrairvetoresdedoenas.Omaterialorgnico,tambm,habitatparaproliferao
de micro (bactrias, fungos, vrus, protozorios, etc.) e macro vetores (moscas,
mosquitos,barataseratos).
Nestesentido,deveseenfatizarqueaadiodematriaorgnicanoscursos
d'guaconsomeoxigniodosmesmos,atravsdaoxidaoqumicaebioqumica,
viarespiraodosmicroorganismos,depurandoassimamatriaorgnica.
Entre os principais indicadores de poluio orgnica encontramse a
Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO5) e a Demanda Qumica de Oxignio
(DQO). No presente estudo (Tabela 5), a anlise do lixiviado gerado a partir do
resduomidodecervejariaapresentouumvalordeDQOde10.769,0mgO2 L1 e
paraDBO5de659mgO2L1,valoresestesqueseequivalem,porexemplo,aalguns
resultados obtidos em dejetos desunos, o qual reconhecido como um resduo
comaltopoderpoluente.Portanto,aanlisedoresduomidodecervejaria revela
que o mesmo possui alta carga poluidora, se fazendo necessrio um adequado
gerenciamentoe/oudestinaodomesmoparaqueimpactosambientaisrelevantes
nosejamocasionados.
5.2 Resduo mido de Cervejaria na Alimentao de Cordeiros
ConfinadosemFasedeTerminao
Os valores para os consumos de matria seca, matria orgnica, protena
bruta,extratoetreo, fibraemdetergenteneutro,carboidratos totaisecarboidratos
no estruturais, expressos em quilograma por dia (kg/dia), porcentagem de peso
vivo(%PV)egramasporunidadedetamanhometablico(g/kgPV0,75),edeenergia
lquida,expressoemmegacaloriaspordia(Mcal/dia),megacaloriasporquilograma
35
de peso vivo (Mcal/kg PV) e megacalorias por unidade de tamanho metablico
(Mcal/ kg PV0,75), as equaes de regresso e os respectivos coeficientes de
variao(CV),soapresentados,respectivamente,nasTabelas6,7e8.
Tabela 6 Valores mdios para os consumos de matria seca (CMS), matriaorgnica (CMO), protena bruta (CPB), extrato etreo (CEE), fibra em detergenteneutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT)e carboidratos noestruturais (CCNE),em kg/dia, e de energia lquida (EL), em Mcal/dia, em funo dos nveis desubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria.
Nvelderesduo
Itens 0 25 50 75 100
Equaode
Regresso
CV(%)
CMS 0,631 0,648 0,642 0,610 0,528 1 11,95CMO 0,591 0,606 0,603 0,575 0,501 2 12,94CPB 0,118 0,120 0,120 0,114 0,100 3 12,38CEE 0,014 0,019 0,026 0,033 0,034 4 13,04CFDN 0,262 0,314 0,359 0,382 0,367 5 13,46CCHT 0,458 0,466 0,456 0,428 0,368 6 13,89CCNE 0,209 0,165 0,111 0,059 0,012 7 14,99CEL 1,048 1,021 0,973 0,880 0,721 8 12,941.=0,62886+0,00161**RES0,0000259**RES2,R2=0,262.=0,58830+0,00149**RES0,00002341**RES2,R2=0,243.=0,11782+0,000278**RES0,00000452**RES2,R2=0,264.=0,01361+0,00031433***RES0,00000107***RES2,R2=0,855.=0,25960+0,00289**RES0,00001787***RES2,R2=0,526.=0,477820,000864**RES,R2=0,237.=0,210790,00200***RES,R2=0,958.=1,086500,00317***RES,R2=0,49.**e***,significativoa5e1%deprobabilidade,respectivamente,pelotesteF.
36
Tabela 7 Valores mdios para os consumos de matria seca (CMS), matriaorgnica (CMO), protena bruta (CPB), extrato etreo (CEE), fibra em detergenteneutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT)e carboidratos noestruturais (CCNE),em % PV, e de energia lquida (EL), em Mcal/kg PV, em funo dos nveis desubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria.
Nvelderesduo
Itens 0 25 50 75 100
Equaode
Regresso
CV(%)
CMS 2,74 2,62 2,82 2,68 2,75 =2,73 12,38CMO 2,56 2,45 2,65 2,53 2,61 =2,56 12,42CPB 0,51 0,49 0,53 0,50 0,52 =0,51 12,31CEE 0,06 0,08 0,11 0,14 0,17 1 15,26CFDN 1,15 1,27 1,58 1,68 1,91 2 13,82CCHT 1,99 1,88 2,00 1,88 1,92 =1,94 12,37CCNE 0,90 0,66 0,49 0,26 0,06 3 9,39CEL 0,045 0,041 0,043 0,039 0,037 4 11,821.=0,05645+0,00117***RES,R2=0,862.=1,13315+0,00775***RES,R2=0,653.=0,893250,00834***RES,R2=0,984.=0,044820,00007390**RES,R2=0,24.**e***,significativoa5e1%deprobabilidade,respectivamente,pelotesteF.
Tabela 8 Valores mdios para os consumos de matria seca (CMS), matriaorgnica (CMO), protena bruta (CPB), extrato etreo (CEE), fibra em detergenteneutro (CFDN), carboidratos totais (CCHT)e carboidratos noestruturais (CCNE),emg/kgPV0,75,edeenergialquida(EL),emMcal/kgPV0,75 emfunodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria.
Nvelderesduo
Itens 0 25 50 75 100
Equaode
Regresso
CV(%)
CMS 59,72 58,31 61,22 58,04 57,19 =58,92 8,79CMO 55,87 54,49 57,46 54,68 54,28 =55,39 8,79CPB 11,19 10,83 11,44 10,86 10,83 =11,04 8,35CEE 1,32 1,75 2,50 3,11 3,62 1 9,70CFDN 24,92 28,32 34,26 36,35 39,80 2 9,81CCHT 43,36 41,92 43,51 40,70 39,83 =41,86 8,95CCNE 19,69 14,80 10,56 5,63 1,31 3 7,53CEL 0,10 0,10 0,10 0,09 0,08 4 8,201.=1,27832+0,02377***RES,R2=0,932.=25,22494+0,15065***RES,R2=0,753.=19,598940,18391***RES,R2=0,994.=0,099100,00020094***RES,R2=0,51.***Significativoa1%deprobabilidadepelotesteF.
A ingesto dematria seca um dos aspectos mais importantes a serem
considerados na formulao de dietas para ruminantes, em razo de sua estreita
37
relaocomodesempenhoprodutivoereprodutivodosanimais,poisapartirda
ingesto de matria seca que o animal estar consumindo uma maior ou menor
quantidadedenutrientes.Sovriososfatoresquepodemexercerinflunciasobre
a capacidade do animal em consumir alimento, podendo ser fatores inerentes ao
prprioanimal,aoalimento,aoambienteescondiesdemanejo.
Nopresenteestudo,oconsumodematriaseca,quandoexpressoemkg/dia,
foi influenciado significativamente (P0,05) pelo nvel de substituio do alimento
concentrado por resduo mido de cervejaria, sendo que o mesmo apresentou
comportamentoquadrtico.Omximoconsumodematriaseca,estimadoapartir
da equao de regresso, foi obtido para o nvel de substituio do alimento
concentrado por resduo mido de cervejaria de 31,1%, correspondendo a um
consumode0,654kg/dia.Oresultadoobservadoparaoconsumodematriaseca
corroborado por DAVIS et al. (1983), o qual trabalhando com bovinos verificaram
diminuionoconsumodematriasecaparanveisdeinclusoderesduomidode
cervejarianadietamaioresque40%.
A tendncia quadrtica verificada no presente estudo para o consumo de
matria seca, expresso em kg/dia, est deacordo comVRAS et al. (2000) que,emborano trabalhandocomovinos,verificaramembovinosNelorenocastrados
alimentadoscomraescontendodiferentesnveisdeconcentradoeteoresdeFDN
entre28,71e63,52%,queoconsumodematriaseca,quandoexpressoemkg/dia,
foi influenciado de forma quadrtica pelos nveis de concentrado nas dietas,
estimandooconsumomximode8,51kg/diaparaumadietacontendo54,98%de
concentradoeumteorde42,66%deFDN.
38
=0,01801+0,03407**FDN0,00045128*FDN2
(R2=0,24CV=14,01)0,50
0,52
0,54
0,56
0,58
0,60
0,62
0,64
0,66
0,68
25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 60,00
%FDNnadieta
CMS(k
g/dia)
Figura1RelaoentreoconsumodeMatriaSeca(CMS)eoteordeFibraemDetergenteNeutro(FDN)nasdietas.
Oaumentodaproporode resduomidodecervejarianadietaacimade
31,1%proporcionoureduodoconsumo,oquepodeserexplicadopeloaumento
doteordefibraemdetergenteneutro(FDN)nasdietas,promovendoregulaofsica
doconsumo,conformepodeservisualizadonaFigura1.Umadietacomnveisaltos
de FDN pode garantir uma fermentao adequada que proporcione um aporte
significativo de protena e outros nutrientes de origem microbiana e,
conseqentemente, reduzir os custos com a alimentao mas tambm pode
promover restries noconsumoalimentar,em funo desua lenta degradaoe
baixa taxa de passagem atravs do ambiente ruminal, e limitar a explorao
econmica emsistemas de produomais intensivosse a demanda nutricional
maiselevada.EstaafirmativaestdeacordocomMERTENS(1994),oqualcitaque
quando so fornecidas dietas com alto contedo de FDN para ruminantes, o
consumodealimentoocorreatatingironveldecapacidadedotratogastrintestinal
e, com isso, osanimais podem ter seudesempenhoprodutivocomprometido.Por
39
outrolado,autilizaodedietascombaixocontedodefibralevaaumaregulao
fisiolgicadoconsumodevidoaoaporteenergticodasdietas,fatoesteobservado
no presente estudo. FREITAS et al. (2000), afirmam que o consumo de MS influenciadopelocontedodeFDNpresentenasdietasequeoteordeFDNum
parmetroparaserutilizadocomoindicadordeconsumodealimentos.
AsmdiasdeconsumodeMSduranteoperodoexperimentalencontramse
abaixodaquelarecomendadapeloNRC(1985)paraovinosdestacategoria,aqual
variade1,0a1,3kgMS/animal/dia.PILARetal.(1994),trabalhandocomborregosde12mesesdeidade,decincogentiposdiferentes,HampshireDown(HD),Texel
(T), Corriedale (C), Suffolk x Corriedale (SC) e Ile de France x Corriedale (IC),
alimentadosdurante80diasemconfinamentocomumadietacompostaporsilagem
demilho(60,50%daMS)econcentrado(39,50%daMS),observaramumconsumo
diriodeMSde1.093g(HD),828g(T),874g(C),924g(SC)e869g(IC).Estes
valores foram superiores aos encontrados neste experimento e podem ser
explicadospelamenoridadeepesovivodoscordeirosdopresentetrabalho.
Avaliando o desempenho de cordeiros Merino Australiano e cruza Ile de
FrancexMerinoAustraliano,PILARetal.(2003)observaramnafasedecrescimentodos15aos25kgdepesovivoumconsumodeMS(kg/animal/dia)de732e707g,
respectivamente,resultadosprximosaosencontradosnesteestudo.
Verificase no presente trabalho que os consumos de matria orgnica,
protena bruta e extrato etreo, quando expresso em kg/dia, foram influenciados
significativamente pelo nvel de substituio do alimento concentrado por resduo
mido de cervejaria, apresentando comportamento quadrtico. Estes resultados
foram influenciados pelos mesmos padres de consumo observados para MS e
FDN. J os consumos de carboidratos totais, carboidratos no estruturais e de
energia lquida tambm foram influenciados significativamente, entretanto
apresentaramtendncialineardecrescente,oquepodeserexplicadopelareduo
naconcentraodestesnutrientesnadietacomoaumentodonveldesubstituio
40
do alimento concentrado por resduo mido de cervejaria, conforme pode ser
observadonaTabela2.
Quando os valores de consumo de matria seca foram expressos em
percentual(%PV)observasequeosresultadosparaosdiferentestratamentosdeste
experimentonoapresentaramdiferenaestatsticasignificativa.Omesmoocorreu
quando o consumo de matria seca foi expresso em gramas por unidade de
tamanho metablico (g/kg PV0,75), pois conforme PILAR et al. (1994) o pesometablico(PV0,75)homogenizaosanimaisporreasuperficial,retirandooefeitode
pesovivo.
Osvaloresmdiosparapesovivoinicial,pesovivofinal,ganhodepesodirio
econversoalimentar,soapresentadosnaTabela9.
Tabela9Valoresmdiosparapesovivoinicial(PI),pesovivofinal(PF),ganhodepesodirio(GMD)econversoalimentar(CA),emfunodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria.
Nvelderesduo
Itens 0 25 50 75 100
Equaode
Regresso
CV(%)
PI(kg) 16,16 16,77 15,82 15,82 14,66 =15,81 23,27PF(kg) 28,00 28,20 26,80 28,48 22,12 =26,66 20,71GMD(kg/dia) 0,153 0,148 0,142 0,164 0,097 1 26,92CA 4,15 4,47 4,96 3,97 5,58 =4,63 28,361.=0,160850,00039047*RES,R2=0,13.*Significativoa10%deprobabilidadepelotesteF.
Opesovivoaodesmamecommdiade15,81kgsuperioraoencontrado
por MOTTA (2000), que verificou para cordeiros da raa Texel em confinamento,
desmamadosaos45dias,comacessoacreepfeeding,valoresmdiosde13,39kg.
Quanto ao ganho de peso dirio, observase que o mesmo diminuiu
linearmente (P0,1) com o aumento do nvel de substituio do alimento
concentradoporresduomidodecervejaria.Esteaspecto influenciouopesofinal
doscordeirosque,apesardenotersidoinfluenciadosignificativamentepelonvel
de incluso de resduo na dieta, verificase um menor peso para os cordeiros
41
alimentados exclusivamente com feno e resduo mido de cervejaria (100% de
substituiodoalimentoconcentrado).Areduoverificadanoganhodepesodirio
podeserexplicadapelareduonoaporteenergticodasdietasqueocorreucoma
elevaodonveldesubstituiodoconcentradoporresduomidodecervejaria,e
pelareduonoconsumodematriasecae,conseqentemente,deenergialquida,
em Mcal/dia, conforme pode ser observado na Tabela 7. Este resultado
corroborado por PIRES et al. (2006), os quais trabalhando com 20 cordeirosconfinadosIledeFrancexTexelalimentadoscomdietascontendodiferentesnveis
deFDN (25%,31%, 37%e43%),observaramqueo aumentodo teorde fibra na
dieta dos cordeiros promoveu reduo linear no ganho de peso mdio dirio,
resultadosemelhanteaoobtidonopresentetrabalho.
Com relao converso alimentar, vse que os cordeiros dos diferentes
tratamentosnodiferiramentresi,emborasenotepioranotratamentocommaior
proporo de resduo, o que pode ser explicado pela reduo do ganho de peso
verificadonosanimaisdestetra
42
Por outro lado, os resultadosobservados no presente estudoso inferiores
aos obtidos por CARVALHO et al. (2005a), os quais trabalhando com nveis desubstituiode0%,33%,66%e100%doalimentoconcentradoporresduomido
decervejaria,verificaramumvalormdioparaganhodepesodiriode0,232kge
uma converso alimentar mdia de 3,46:1. Contudo, cabe salientar que estes
autores trabalharamcomsilagemdemilhocomoalimentovolumoso,naproporo
de50%dadietatotal.
Os valores para pesos e rendimentos de carcaa quente e fria, ndice de
quebraaoresfriamentoeespessuradegordurasubcutnea,soapresentadosna
Tabela10.
Tabela 10 Valores mdios para peso carcaa quente (PCQ), peso carcaa fria(PCF),rendimentocarcaaquente(RCQ),rendimentocarcaafria(RCF),ndicedequebraao resfriamento (IQ)eespessura de gordurasubcutnea (EG), em funodosnveisdesubstituiodoalimentoconcentradoporresduodecervejaria.
Nvelderesduo
Itens 0 25 50 75 100
Equaode
Regresso
CV(%)
PCQ(kg) 13,33 13,64 12,35 12,78 9,21 1 23,21PCF(kg) 12,98 13,22 11,98 12,42 8,92 2 23,29RCQ(%) 47,77 48,46 46,06 44,05 41,57 3 6,84RCF(%) 46,49 46,58 44,64 42,79 40,26 4 6,89IQ(%) 2,67 3,07 3,09 2,86 3,15 =2,96 17,91EG(mm) 1,80 1,75 1,20 1,40 1,00 5 47,641.=14,045090,03606**RES,R2=0,182.=13,650200,03531**RES,R2=0,183.=48,845740,06628***RES,R2=0,394.=47,470710,065667***RES,R2=0,395.=1,809360,00769*RES,R2=0,15.*,**e***,significativoa10,5e1%deprobabilidade,respectivamente,pelotesteF.
O aumento do nvel de substituio do alimento concentrado por resduo
mido de cervejaria promoveu efeito linear decrescente (P0,01) sobre os
rendimentosdecarcaaquentee fria,oquepodeserexplicadopelacaracterstica
dadieta,poisaelevaodoteorderesduomidodecervejariaemsubstituioao
alimentoconcentradopromoveuaumentonoteordeFDNdasmesmas,oquelevaa
uma maior quantidade de contedo gastrintestinal no momento do abate e,
43
conseqentemente,piorrendimentodecarcaa.Istoestdeacordocomotrabalho
deKOESLEYetal.citadoporMARTINEZetal.(2001),quedizqueorendimentodecarcaadependeprincipalmentededoisfatores:ocontedodoaparelhodigestivoe
o grau de acabamento, variando o rendimento entre 40 e 53%. Resultados
semelhantesaosdo presente trabalho foramobservados porPIRESetal. (2006),
que trabalharamcomcordeirosconfinados recebendodietascomdiferentesnveis
deFDN(25%,31%,37%e43%),eobservaramvaloresde46,41%,43,87%,42,66%
e42,56%,respectivamente,pararendimentodecarcaaquentee44,99%,42,60%,
41,41%e41,06%,respectivamente,pararendimentodecarcaafria.
Verificouse tambm, reduo linear (P0,05)no peso decarcaaquente e
friacoma elevao do teor de resduo nadieta, o que explicado pela reduo
linearverificadanorendimentodecarcaaenomenorvalornumricoverificadono
pesovivodoscordeirosnomomentodoabate.Podeseconsiderarqueosvalores
mdios obtidos para peso de carcaa