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CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ ALINE CONCEIÇÃO SCHMITT TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: sua relação com os educadores dos anos iniciais SÃO JOSÉ 2009

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ ALINE … · buscando aspectos da educação de educadores nos anos iniciais na Escola José Matias Zimmermann ao longo de um determinado

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

ALINE CONCEIÇÃO SCHMITT

TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: sua relação com os educadores dos anos iniciais

SÃO JOSÉ

2009

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ALINE CONCEIÇÃO SCHMITT

TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: sua relação com os educadores dos anos iniciais

Relatório final de Pesquisa apresentado para a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José - USJ Prof. MSc. Silvanira Lisboa Scheffler

SÃO JOSÉ

2009

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................... 5 3 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 9 3.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................................... 9 3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA ................................................................................................... 9 3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ....................................................................... 9 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUIS A ............................... 11 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................... 20 6 REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 22 ANEXOS APÊNDICE

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1 INTRODUÇÃO

Com o surgimento das novas mídias à educação, nos defrontamos com

desafios e incertezas. Algumas escolas brasileiras, pode-se dizer, já vivem a

“escola inteligente”, outras, ainda vivem as utopias da “escola inteligente”. E

como chegar até lá? Quais os grandes desafios que permeiam a inclusão

digital brasileira? Onde estamos em nível de desenvolvimento digital?

É necessário termos em mente que o acesso às tecnologias não é

somente ter computadores e professores de informática nas escolas, pois vai,

além disso. É algo mais complexo do que como foi o advento do quadro negro

ou lousa quando chegou às escolas, e, houve sim, uma certa resistência por

parte de diversos educadores que demoraram a aceitar o quadro negro como

um meio de facilitar e ilustrar o ensino. Hoje, no entanto, é difícil pensarmos em

sala de aula sem pensarmos em quadro e giz. Estaria acontecendo com o

computador uma mesma resistência como a do quadro negro? Acreditamos

que sim, mas em parte, pois o quadro negro foi uma mídia criada

especialmente para a educação.

E agora? Como incluí-las na educação? Como deixá-la à face da

educação? É este de fato um assunto bastante polêmico e que envolve não

somente as escolas, mas sim todos os segmentos da educação,

principalmente vontade política, recursos financeiros e preparo para lidar com

as novas mídias educacionais.

Assim, este relatório apresenta uma pesquisa que avalia as condições

das mídias digitais em que se encontram a escola estadual e municipal, no que

referem-se ao conhecimento das mídias tecnológicas dos educadores nos anos

iniciais.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Contribuições das tecnologias para educação

Desde a década de 90, acadêmicos e especialistas em tecnologia da

informação (TI), deram início a uma série de debates sobre um quadro

preocupante e que pouco mudou: os países subdesenvolvidos e em

desenvolvimento, sobretudo os mais pobres, estão perdendo o sentido da

informação. Sem os meios necessários (computadores e laboratórios) e

recursos apropriados (internet rápida, telecomunicações), esses países deixam

para trás um amplo leque de opções para aquecer a economia e melhorar os

baixos índices sociais.

Tecnologia digital é uma solução dada a um determinado problema,

segundo o Instituto para Formação Continuada (2007) - IFCE, situação esta

que agora analisa a educação brasileira. O que antes era apenas visto de

longe, passa agora a fazer parte do nosso cotidiano escolar. O computador

chegou para ficar, embora no Brasil as mídias educacionais tenham sido

inseridas em apenas algumas instituições educacionais. Há aquelas que vão

revolucionar o ensino com sua chegada, e outras ainda aguardam o momento

de poder tocar em mouses e teclados, nem que seja só pelo simples prazer de

manuseá-los.

Alguns acreditam que não bastam somente computadores e softwares

na escola: é preciso algo mais. É preciso bem mais. É necessário que o ensino

digital se democratize e seja um produto acessível de todos e para todos.

Também não é só levar acesso e ensinar a navegar na internet, é ensinar a

utilizá-la a favor da educação. O que vemos hoje é que há alguns educadores

com dificuldades, com medo e com pouco conhecimento digital.

E como ensinar para alunos algo que eles dominam melhor que seus

educadores? A solução é mudar o foco, é trazer o computador para dentro da

sala de aula e para dentro da realidade dos alunos, e fazer dele uma arte que

produza conhecimentos e traga soluções. O ideal é a aproximação de alunos -

computadores – professores, sendo apresentados como novos “colegas de

trabalho”, e a partir daí construir uma relação mutua e proveitosa.

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A educação não envolve só a escola, pois não é suficiente que a escola se apresente bonita, limpa. Além de um ambiente digno de aprendizagem, com materiais adequados, melhores salários, tecnologias de ponte e adequações curriculares é necessário promover um intercâmbio permanente de solidariedade entre as pessoas envolvidas no cenário escolar, personagens reais da sociedade. (LISBÔA, SCHEFELLER, 2005, p 110)

Ensinar é gerenciar a seleção e organização da informação para

transformá-la em conhecimento e sabedoria, em um contexto rico de

comunicação (MORAN, 2001). É exatamente este o papel do educador perante

as tecnologias digitais que se apontam. Devemos encará-las como um meio de

poder facilitar adventos educacionais, como a pesquisa, o intercâmbio de

professores com professores, de alunos com alunos, de professores com

alunos (MORAN, 2001).

A internet nos propicia um leque de experiências, onde podemos

navegar pelo desconhecido e nos aprofundar no que já é conhecido. Para

Moran(2001), o conceito de aula está mudando e o nosso papel hoje perante

às novas tecnologias educacionais não se modifica, mas se amplia. O que

muda são os conceitos de espaço e tempo. Hoje podemos interagir com

milhares de pessoas sem sair de casa, do escritório ou da escola, podemos

trocar milhões de informações e também acessá-las em segundos. É a

educação da praticidade e do conforto, que ainda não está presente em todos

os lares e em todas as escolas, e que milhares de pessoas nunca a

acessaram. O que se espera é uma inclusão digital realmente verdadeira, sem

barreiras e burocracias.

É relevante ressaltar que as tecnologias nas escolas seria um bom

ponto de partida para a pesquisa e para a formação de alunos autônomos,

aqueles que buscam o conhecimento sem precisar entregar-lhes tudo pronto.

Moran (2001) diz que “a pesquisa é um primeiro passo para entender,

comparar, escolher, avaliar, contextualizar, aplicar de alguma forma”.

Quando uma escola conecta-se à Internet, um novo mundo de

possibilidades abre-se diante de alunos e professores, a partir daí, de alguns

instrumentos didáticos como um livro ou uma enciclopédia, completa-se uma

interação de políticas e estratégias para o desenvolvimento de propostas de

trabalhos educacionais. Fala-se de uma infinidade de livros e de sites que o

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aluno pode visitar; de uma nova realidade de conceitos, representações e

imagens, com as quais o aluno passa a lidar e que vão ajudar a desenvolver

outras habilidades, capacidades, comportamentos, e até processos cognitivos

que a escola tradicional não previa, e que o mundo pós-moderno já exige dele.

Além disso, os conteúdos acessíveis pela Internet tornam-se mais

interessantes e atraentes do que quando apresentados em livros ou apostilas,

visto que este material já é tão conhecido pelos alunos; aprender pode tornar-

se algo divertido, realístico e mais significativo.

A escola tem que pensar de forma dinâmica, crítica e criativa na importância da introdução e da alfabetização tecnológica dos educadores, pois não podemos ficar a margem desta nova realidade. (LISBÔA, SCHEFELLER, 2005 p 91)

A imagem virtual pode tornar visível um pensamento abstrato, um

projeto. Permite ainda desenvolver um raciocínio, compreender fenômenos

complexos, divulgar conhecimento, além de manter-nos informados.

As tecnologias, por sua vez, podem auxiliar no nosso processo de

ensinar a pensar, ensinar o aprender, ou seja, desenvolvendo o pensamento

autônomo.

No mundo contemporâneo com as novas tecnologias de comunicação e

informação, nenhum educador ou cidadão de hoje pode ignorar a presença das

mídias que constituem uma nova cultura educacional.

Com essa nova cultura educacional, não há como esconder, dentro da

sala de aula, as limitações de um educador, por mais bem formado e

preparado que ele seja.

A escola, inserida nesse contexto, não pode furtar-se à formação de

cidadãos que deem conta do uso dessas tecnologias de informação e

comunicação tão utilizada como suporte pedagógico, uma vez que ampliará a

igualdade social.

Assim, as mídias tecnológicas devem ser integradas no currículo, não

apenas como disciplina, mas também como meio a serem utilizadas pelos

educadores para dinamizar o processo de ensino e aprendizagem.

A escola deve integrar as tecnologias de informação e comunicação porque elas já estão presentes e influentes em todas as esferas da vida social, cabendo-a escola pública, atuar no sentido de compensar

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as terríveis desigualdades sociais, regionais, que acesso desigual a estas máquinas está gerando. (BELLONI, 2001, p. 10)

A educação formal é um ambiente favorável à Inclusão Digital. A escola

faz parte da comunidade e sofre influências da educação informal, por isso,

não podemos separar as duas realidades.

É necessário pensar a Tecnologia Digital no âmbito da educação formal,

considerando as várias pessoas envolvidas: professores, alunos, especialistas

e comunidade.

Tecnologia Digital não é apenas o ensino de informática na escola, e

muito menos ainda se restringe ao simples acesso à computadores. Envolve a

tarefa de repensar a inserção das TIC no processo de construção de

conhecimento através de acesso, colaboração, comunicação, representação e

autoria.

A formação dos educadores e alunos deve promover uma aprendizagem

continuada para a vida e ao longo da vida.

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3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

Este projeto fundamentou-se numa pesquisa de campo, em uma escola

da rede estadual de ensino do município de São José/SC, com educadores dos

anos iniciais, entre o período de agosto de 2008 a junho de 2009. No primeiro

semestre do ano de 2009, optou-se por uma pesquisa etnográfica e de campo.

A pesquisa etnográfica:

As pesquisas etnográficas seguem, de maneira geral, três etapas básicas: a exploração, a decisão e a interpretação. Na primeira etapa, o pesquisador se preocupa com a situação inserção na comunidade, ou seja, com os contatos para a entrada em campo e com a coleta dos dados. Na segunda etapa, o pesquisador busca uma estrutura de significado dos participantes nas diversas formas em que são expressas sua cultura, levando em conta forma e conteúdo. Na terceira etapa, o pesquisador procura explicar o problema ou fenômeno. Trata-se de uma busca por princípios subjacentes ao fenômeno estudado e de situar suas explicações em um contexto mais amplo (RIZZINI, 1999, p. 35).

Neste caso, julga-se necessário a inserção do pesquisador no campo,

buscando aspectos da educação de educadores nos anos iniciais na Escola

José Matias Zimmermann ao longo de um determinado tempo, e para esta

pesquisa, compreendeu o período entre agosto de 2008 a junho de 2009.

3.2 População/Amostra

A presente pesquisa foi realizada com 5 (cinco) educadores dos anos

iniciais da E.E.B. José Matias Zimmermann, localizada no bairro Sertão do

Maruim, município de São José / SC.

3.3 Instrumentos de coleta de dados

Foi utilizado para efetivação desta pesquisa, um questionário visando

uma análise quantitativa dos dados coletados. De acordo com o guia de

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metodologias para programas sociais, seguiu-se o questionário, segundo o

autor:

Consiste em uma série de perguntas e questões, cuja forma, aberta ou fechada, configura tipos de coleta de dados qualitativos e quantitativos, respectivamente. O questionário pode ser dirigido ao entrevistado pelo entrevistador, de forma direta, ou preenchido pelo próprio entrevistado. (RIZZINI, 1999, p. 77).

As perguntas feitas aos educadores, foram feitas através de um

questionário fechado, para poder abranger os aspectos das mídias na

educação que se propõe a pesquisa, além de outros dados que podem

eventualmente tornarem-se necessários para a compreensão do processo de

ensino e aprendizagem.

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQU ISA

A análise de pesquisa realizada, teve por objetivo a coleta de dados

referente às novas tecnologias digitais na educação e sua relação com os

educadores nos anos iniciais do Ensino Fundamental, da E.E.B José Matias

Zimmermann.

1. Qual seu grau de conhecimento em relação à utilização de um

computador?

Gráfico 1

Fonte: Pesquisa realizada dia 08/05/2009

Análise: Podemos perceber que 60% dos professores pesquisados tem

um grau de conhecimento básico em relação ao uso de computadores. 20%

tem grau de conhecimento intermediário, e outros, 20% de grau avançado.

Visualizamos aqui, que praticamente todos os professores dos anos

iniciais desta escola tem uma boa relação com os computadores, pois todos

fazem uso desta ferramenta, seja para fins pessoais ou educacionais. As

tecnologias já fazem parte de todo âmbito social, inclusive na escola.

A escola deve integrar as tecnologias de informação e comunicação porque elas já estão presentes e influentes em todas as esferas da vida social, cabendo a escola pública, atuar no sentido de compenssar as terriveis desiguladades sociais, regionais, que o acesso desigual a estas maquinas está gerando. (BELLONI, 2001, p 10).

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Assim, os professores entrevistados já se incluíram nesta perspectiva,

pois todos têm contato com as novas mídias educacionais.

2. Na escola onde trabalha, você utiliza computadores na sua prática

educativa?

Gráfico 2

Fonte: Pesquisa realizada dia 08/05/2009

Análise: Temos 40% dos educadores pesquisados dizerem utilizar o

computador raramente em sua prática educativa, 20% utilizam às vezes, e 20%

dizem sempre utilizar os computadores na sua prática educativa.

Apesar de todos os professores estarem sempre em contato com os

computadores, nem todos o utilizam em suas práticas educativas, pois alguns

afirmam que não há computadores na escola.

Muitos educadores não perceberam a importância das ferramentas

digitais como recursos pedagógicos, e muitos ainda receiam o uso dessas

ferramentas, pois o novo sempre traz consigo uma nova linguagem e uma

quebra de paradigmas. Segundo Moran, 2007, p 55.

Nossa mente é a melhor tecnologia, infinitamente superior em complexidade ao melhor computador, porque pensa, relaciona, sente, intui e pode surpreender. Ensinar com a internet será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas do ensino. Caso contrário servirá somente como um verniz. A profissão fundamental do presente e do futuro é educar para saber compreender, sentir, comunicar-se e agir melhor, integrando a comunicação pessoal, a comunitária e a tecnológica.

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A impressão que este gráfico nos passa, é que o convívio com novas

tecnologias nos indicam que estamos passando por uma fase de quebra de

paradigmas do ensino, porém, ainda estamos caminhando rumo à

concretização efetiva e com resultados significativos, já que percebemos que

muitos educadores ainda não enfatizam este novo processo, por não estarem

aptos ainda para engrenarem neste novo conceito de educação.

3. Você utiliza a Internet para fazer o planejamento de suas aulas?

Gráfico 3

Fonte: Pesquisa realizada dia 08/05/2009

Análise: O gráfico 3 indica que 80% dos educadores em questão utilizam

a internet para planejar suas aulas, e 20% dizem utilizar a biblioteca (livros)

para desenvolver seus planejamentos de aula.

A Internet, de uma maneira geral, é o principal consultor para pesquisas

de quase metade da população Brasileira. Uma pesquisa encomendada ao

Datafolha pela agência F/Nazca quer acabar com uma ideia bastante difundida

no Brasil: “internet é coisa de gente rica”. Segundo o estudo, o Brasil já tem 59

milhões de usuários, o equivalente a 47% da população adulta (acima de 16

anos), ouvida pelo Instituto. Destes, 65% acessam a rede gratuitamente, em

postos públicos, escolas, universidades e na casa de amigos e familiares.

É devido a isso que justifica-se a grande procura de professores pelos

recursos da Internet na hora de desenvolver seus planejamentos, pois a

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Internet é rica em conteúdos, em exemplos, de fácil manejo, além de ser

prática e rápida.

4. Quanto à importância de novas mídias digitais na educação, você

acredita que:

Gráfico 4

Fonte: Pesquisa realizada dia 08/05/2009

Análise: Quanto à importância das novas mídias digitais na educação,

60% dizem que pode ajudar no desenvolvimento de sua prática, enquanto que

40% dizem ser imprescindível para sua prática educativa.

O auxílio das novas mídias tecnológicas educacionais por esses

professores pode ajudar nas suas práticas educativas, e outros dizem ser até

imprescindíveis no uso de sua prática, porém, precisamos estar atentos ao que

diz Moran, 2007 p 74:

A questão fundamental não é a tecnologia. As tecnologias podem nos ajudar, mas, fundamentalmente, educar é aprender a gerenciar um conjunto de informações e torná-las algo significativo para cada um de nós, isto é, o conhecimento. Educar é um processo complexo, não é somente ensinar ideias, é ensinar também a lidar com toda essa gama de sensações e emoções.

Parafraseando Moran, educar é aprender a administrar processos onde,

de um lado, você anda em direção à autonomia, à liberdade, e de outro, você

procura sua identidade. Então, educar utilizando as novas mídias educacionais,

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não é somente utilizar essas ferramentas, mas também atribuí-las a uma nova

mentalidade, dando-lhes um novo significado.

5. Você acredita que os estudantes, de um modo geral, utilizam

computadores?

Gráfico 5

Fonte: Pesquisa realizada dia 08/05/2009

Análise: Podemos perceber neste gráfico 5, que 60% dos professores

responderam que os estudantes de um modo geral utilizam os computadores

melhor do que eles. 20% dizem que os alunos utilizam pior do que eles. Os

outros 20%, não souberam responder.

A utilização dos computadores é algo muito relativo, porém, esta

pergunta foi feita para tentar entender porque existe esta mentalidade de que

mídias digitais por ser algo novo, é “coisa de gente jovem”, já que, de certo

modo, são eles que dominam as tecnologias, por fazerem parte da mesma

geração destas. Entretanto, acreditamos que todos são capazes de dominá-la

da mesma forma; o que acontece, é que os mais jovens são mais receptivos ao

novo, enquanto os mais velhos, são mais resistentes a ele.

A pesquisa só vem continuar aquilo que já é conhecido, ou seja, os

professores não utilizam muito os computadores, por medo de errar e de achar

que os alunos dominam melhor do que ele esta ferramenta. Mas, como nos

mostra Moran, (2007) “o Importante, como educadores, é acreditarmos no

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potencial de aprendizagem pessoal, na capacidade de evoluir, de integrar

sempre novas experiências e dimensões do cotidiano”. Não importa de qual

tecnologia esteja em questão.

6. O uso da Internet, com fins educacionais, em sua opinião, poderia:

Gráfico 6

Fonte: Pesquisa realizada dia 08/05/2009

Análise: É evidente neste gráfico, que 100% dos entrevistados dizem

que a internet com fins educacionais pode ajudar muito no processo de ensino-

aprendizagem.

Apesar de todos os pesquisados acharem que a internet com fins

educacionais é de fundamental importância para o processo de ensino-

aprendizagem, nem todos acham que entendem esse processo, ou praticam

ele, pois o gráfico dois demonstra uma contradição, onde mais da metade diz

não fazer uso da internet em suas práticas educativas. Se não usam, como

podem afirmar que é de fundamental importância sua utilização? Entre o dizer

e o fazer, existem fatores que bloqueiam e influenciam a não quebra desses

paradigmas emergentes, que impõem o uso dessas novas mídias.

A Internet propicia a troca de experiências, de dúvidas, de materiais, as trocas pessoais, tanto de quem está perto como longe

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geograficamente. A Internet pode ajudar o professor a preparar melhor a sua aula, a ampliar as forma de lecionar, a modificar o processo de avaliação e de comunicação com o aluno e com seus colegas. (MORAN, 2007, p 75)

Enquanto alguns educadores não entenderem estas questões, haverá

contradições iguais a citada, e consequentemente, não haverá a mudança que

queremos e esperamos.

7. Se dependesse de você:

Gráfico 7

Fonte: Pesquisa realizada dia 08/05/2009

Análise: Se dependesse de 80% dos educadores, todas as salas de aula

teriam o computador como ferramenta pedagógica, e se dependesse dos

outros, 20% estudariam mais, a fim de utilizar o computador como finalidade

educacional.

Sabemos que as ferramentas educacionais digitais por si só, não

modificam nada sozinhas, e que precisamos da autenticidade dos professores

quando dizem que não se interessam por elas, mas, que estão dispostos a

entendê-las melhor. Não podemos colocar computadores em todas as salas de

aula, para simplesmente deixá-los como objetos decorativos. Precisamos sim,

termos computadores, se possível, em todas as salas, porém, antes

precisamos de uma nova consciência tecnológica digital, que nos auxilie de

forma gradual e significativa durante nossa prática pedagógica, caso contrário:

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As tecnologias serão uma ferramenta a mais que reforçará as forças tradicionais de ensino. As tecnologias não modificam sozinhas o processo de ensinar e aprender, mas a atitude básica pessoal e institucional diante da vida, do mundo, de si mesmo e do outro e das atitudes fundamentais das instituições escolares.(MORAN, 2007 p 89).

É fundamental, então, que os educadores saibam da importância dessas

tecnologias para eficácia de seu desempenho no âmbito escolar.

8. Dentro das novas tecnologias educacionais que surgem, o papel do

professor é:

Gráfico 8

Fonte: Pesquisa realizada dia 08/05/2009

Análise: Para 80% dos educadores entrevistados, o seu papel perante

às novas tecnologias digitais, é gerenciar processos e atividades com o auxílio

das novas ferramentas educacionais. Para os outros 20%, estar em contato

com os alunos e os computadores, já é o suficiente.

Percebemos que alguns educadores já têm entendido o papel das novas

mídias na educação, porém, muitos ainda estão confusos por não saberem

aplicá-las e utilizá-las.

O professor precisa aprender a trabalhar com tecnologias sofisticadas e tecnologias simples; com internet de banda larga e com conexão lenta; com vídeo conferência multiponto e teleconferência; com softwares de gerenciamento de curso comerciais e com softwares

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livres. Ele não pode se acomodar, porque, a todo o momento surgem soluções novas para facilitar o trabalho pedagógico, soluções que não podem ser aplicadas da mesma forma para cursos diferentes. (MORAM, 2007 p 35-36).

Precisamos, dessa forma, enfrentarmos nossas dificuldades e medos,

pois, o professor será cada vez mais cobrado de suas atribuições quanto ao

uso e conhecimento dessas tecnologias.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sem dúvida, as novas tecnologias educacionais colocam a escola, e

todos os que nela estão envolvidos, em contato com o mundo. Mas, é

necessário tomar soluções efetivas que evitem a divisão da sociedade entre

aqueles que têm acesso à informação, e aos outros que dela estão afastados.

A maioria dos professores tem conhecimento básico quanto ao uso dos

computadores na educação, sendo então, indispensável um conjunto de

políticas do setor público que combatam a exclusão digital, para que a

sociedade do conhecimento da informação possa contribuir para a melhoria da

qualidade de vida e bem-estar. Todavia, os educadores também devem fazer

seu papel, internalizando o uso dessas tecnologias de forma efetiva e criativa

no seu cotidiano escolar, a começar pelos professores dos anos iniciais,

responsáveis pela alfabetização da nossa língua materna, e agora também a

digital.

Com isso, o maior desafio da escola ao tornar disponível toda essa

tecnologia, é de fazer com que alunos e educadores compreendam

precisamente como e quando aproveitar o que essas tecnologias oferecem.

Incluir é humanizar caminhos... Caminhos que passam de imediato pelas

novas tecnologias educacionais de alunos e educadores de todo o país.

Chega-se então a conclusão, que existe a inclusão das novas tecnologias,

porém parcialmente, visto que alguns desses educadores utilizam o

computador na sua prática educativa, e que, mesmo existindo computadores

na escola, somente para essa prática, prova o pouco interesse dos alunos

acerca deste assunto.

Existe uma forte convicção por parte desses educadores que, se a

verdadeira democratização de novas tecnologias educacionais e o acesso à

informação por meio da internet não acontece, é por falta de recursos

financeiros, e por falta de vontade política, o que é comum, pois, acredita-se

que a maioria das pessoas ligadas à educação atribui este aspecto a questões

governamentais.

O que fica de sugestão para esses professores é: lutar contra a

monotonia, contra o analfabetismo das novas tecnologias educacionais, contra

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o senso comum, quebrar paradigmas, desconstruir tabus e desmistificar

pensamentos arcaicos dentro de suas mentes. E assim, descobrimos na vida

de educadores, a maravilha do educar, do interagir, do transmitir e do

transformar informação em conhecimento e, com tudo isso, concluí-se

simplesmente que aprendemos muito mais do que ensinamos.

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6 REFERÊNCIAS

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educação. Brasília: Ministério da Educação/Seed, 2005.

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