48
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina Belorte PROPOSTA DE ALGORITMO DIRECIONADOR PARA REUSO DE MATERIAL DE USO ÚNICO SÃO PAULO 2011

CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização em Enfermagem em Centro

Cirúrgico

Renata Carolina Belorte

PROPOSTA DE ALGORITMO DIRECIONADOR PARA REUSO DE MATERIAL DE USO ÚNICO

SÃO PAULO 2011

Page 2: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

Renata Carolina Belorte

PROPOSTA DE ALGORITMO DIRECIONADOR PARA REUSO DE MATERIAL DE USO ÚNICO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico do Centro Universitário São Camilo – São Paulo, orientado pela Profª Mª Eliane Molina Psaltikidis, como requesito parcial para obtenção do título de especialista em Centro Cirúrgico.

SÃO PAULO 2011

Page 3: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Pe. Inocente Radrizzani

Belorte, Renata Carolina Proposta de algoritmo direcionador para reuso de material de uso único

/ Renata Carolina Belorte. -- São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2011.

47p.

Orientação de Eliane Molina Psaltikidis

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico (Pós- Graduação), Centro Universitário São Camilo, 2011.

1. Algoritmos 2. Equipamentos descartáveis 3. Reutilização de equipamento I. Psaltikidis, Eliane Molina II. Centro Universitário São Camilo III. Título.

Page 4: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

Renata Carolina Belorte

PROPOSTA DE ALGORITMO DIRECIONADOR PARA REUSO DE MATERIAL DE USO ÚNICO

São Paulo, 17 de Setembro de 2011

Professor Orientador (Eliane Molina Psaltikidis )

Professor Examinador (Soraya Palazzo)

Page 5: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço a Deus por ser meu

companheiro em minha vida. E ao meu mentor espiritual, pois

sempre me guia e protege.

Aos meus pais, Hilda e Ronaldo, me apoiaram e

apoiam sempre em minhas decisões e guiando em meus caminhos.

Agradeço aos meus irmãos, Rita e Mario, que muitas

vezes discutimos nossas opiniões, mas sempre nos ajudamos.

Agradeço ao meu amado, Welington, que inúmeras

vezes apoiou e respeitou minhas ausências, assim como não

hesitou em dar os puxões de orelha para eu concluir este

trabalho, pois mesmo sem conhecer o assunto me ajudou muito.

Agradeço a uma professora do curso em especial,

Kazuko Uchikawa Graziano, pois foi quem me iluminou para

escolha deste tema e me guiou no inicio deste trabalho.

Em especial, agradeço de coração a minha

orientadora, Eliane Molina Psaltikidis, que foi a responsável pelo

andamento e finalização desta monografia, pois mesmo com

minhas ausências, me orientava e nunca hesitou em me ajudar. E

mais uma vez peço desculpas pelas ausências e prolongamentos

da conclusão deste trabalho. Obrigada por tudo!

Page 6: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

“Todos os dias fazemos o trabalho certo

sem ninguém observar ou elogiar, mas o único

dia que não nos vigiam ou observam, sai algo

errado, que por menor que seja este erro, pode

nos prejudicar para o resto da vida. Por este

motivo, faça o seu trabalho como se fosse

observado sempre, pois desta forma todos os

passos de seu trabalho sempre estará correto,

e nunca precisará refazê-lo ou se prejudicar”.

(Renata C. Belorte)

Page 7: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

BELORTE, Renata Carolina. Proposta de algoritmo direcionador para reuso de material de uso único. 2011. 47f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico) - Centro Universitário São Camilo, São Paulo, 2011.

Os materiais médico-hospitalares de uso único, também denominados de

descartáveis, são reutilizados pelos serviços de saúde na vasta maioria dos países.

Porém, na maioria das vezes, são materiais termossensíveis, não desmontáveis e

com espaços internos inacessíveis, que dificultam a execução do reprocesso

adequadamente, gerando dúvidas quanto ao modo adequado de execução. Frente a

esta problemática, foram aprovadas as Resoluções Específicas RE nº 2605 e nº

2606 que estabelecem diretrizes e limites para a reutilização destes itens. Desta

forma, foi desenvolvido o estudo para direcionar o profissional para uma tomada de

decisão, segura e eficaz, para o reprocessamento de materiais de uso único. Com o

objetivo de propor um algoritmo direcionador para esta decisão, este estudo

metodológico analisou a literatura sobre o tema a fim de constituir a proposta, com

bases principais nas legislações nacionais. O algoritmo foi formado por conjunto de

passos/instruções, colocados em ordem sequencial lógica, para nortear o

profissional propondo um padrão de conduta técnica a ser seguida, uma norma de

execução a ser trilhada e um método para direcionar a tomada de decisão quanto ao

reuso de material de uso único. A partir desta proposta, a Central de Material pode

estabelecer e descrever os passos do procedimento, através de um algoritmo

adaptado a cada instituição, visando garantir a qualidade e segurança do material de

uso único ao reuso.

Palavras-chave: Reuso. Material de uso único. Reutilização de material.

Reprocessamento. Uso único.

Page 8: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

BELORTE, Renata Carolina. Proposed algorithm driver for reuse of single use

material. 2011. 4f. Conclusion of Course Work (Specialization Course in Surgical

Nursing) - Centro Universitário São Camilo, São Paulo, 2011.

The medic hospital materials of single use, also named as disposable, are reused by

the health services in the vast majority countries. But, mostly, are heat sensitive

materials, not collapsible and with inaccessible internal spaces, that hinder the

implementation of appropriate reprocessing, generating doubts about the correct way

of implementation. Facing this problem, has been approved the Specific Resolutions

RE nº 2605 and nº 2606 wich stablish guidelines and limits to its items reuse. So, has

been developed the study to teach the professional for a decision making, safe and

effective, to the reprocessing of single use materials. With the aim to propose a direct

algorithm to this decision, this methodological study reviewed the literature on the

subject to constitute the proposed, with main bases in national legislation. The

algorithm was formed by a set of steps / instructions, placed in logic sequencial

order, to guide the professional proposing a technical standard of conduct to be

followed, a standard of execution to be traced and a method to guide decision

making regarding reuse of single use material. From this proposal, the Material

Central can establishes and describes the procedure rules, through an adapted

algorithm to each institution, order to ensure the quality and safety of single use

material for reuse.

Key words: Reuse. Single use material. Material reuse. Reprocessing. Single Use.

Page 9: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 13

2.1 Etapas de processamento de materiais ....................................................... 13

2.1.1 Desinfecção ............................................................................................... 15

2.1.1.1 Métodos físicos ...................................................................................... 15

2.1.1.2 Métodos químicos .................................................................................. 16

2.1.2 Esterilização .............................................................................................. 18

2.1.2.1 Métodos físicos ...................................................................................... 18

2.1.2.2 Métodos físico-químicos ........................................................................ 19

2.1.2.3 Métodos químicos .................................................................................. 20

2.1.3 Preparo do material ................................................................................... 20

2.1.3.1 Tipos de embalagens disponíveis .......................................................... 20

2.1.4 Controle da esterilização ........................................................................... 21

3 OBJETIVO ...................................................................................................... 24

4 MATERIAL E MÉTODO .................................................................................. 25

4.1 Tipo de pesquisa .......................................................................................... 25

4.2 Etapas do desenvolvimento ......................................................................... 25

4.2.1 Busca bibliográfica .................................................................................... 25

4.2.1.1 Palavras-chaves e lógica Booleana ....................................................... 25

4.2.1.2 Bases de dados eletrônicas acessadas ................................................. 25

4.2.1.3 Período de busca bibliográfica ............................................................... 26

4.2.1.4 Idiomas .................................................................................................. 26

4.2.2 Elaboração da proposta ............................................................................ 26

5 RESULTADOS ................................................................................................ 27

5.1 Descrição do algoritmo ................................................................................ 27

5.1.1 Algoritmo para decisão inicial sobre o reprocessamento .......................... 27

5.1.2 Algoritmo para análise e validação do reuso ............................................ 32

6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 38

Page 10: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 39

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 40

GLOSSÁRIO ...................................................................................................... 45

Page 11: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

9

1 INTRODUÇÃO

Os materiais médico-hospitalares, decorrente das grandes evoluções

tecnológicas, no país e no mundo, a cada dia estão sendo substituídos e muitas

vezes reformulados para se adaptarem as grandes atualizações. De acordo com a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (BRASIL, 2006a), material

médico-hospitalar é definido como “produto para a saúde, tal como equipamento,

aparelho, material, artigo ou sistema de uso ou aplicação médica, odontológica ou

laboratorial, destinado à prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou

anticoncepção e que não utiliza meio farmacológico, imunológico ou metabólico para

realizar sua principal função em seres humanos”.

Segundo Psaltikidis (2004), os materiais médico-hospitalares podem ser

classificados em: reutilizáveis ou de uso único. Os reutilizáveis, chamados de

permanentes, são produzidos a partir de metais, borrachas, vidros ou tecidos. Já os

materiais de uso único (MUU), também denominados de descartáveis, são

produzidos a partir de plásticos ou elastômeros, na maioria das vezes materiais

termossensíveis (LOPES, 2006; COHOON, 2002).

Até 1948, só existiam os produtos para saúde reutilizáveis. A partir de 1970 a

tecnologia médica apresentou uma revolução, e com isto houve a substituição de

vários produtos para saúde reutilizáveis pelos descartáveis, implementando no rótulo

a advertência “USO ÚNICO” (PSALTIKIDIS, 2004). Cohoon (2002) complementa,

dizendo que devido o alto custo dos MUU, decorrente deste avanço tecnológico,

estes se tornaram menos acessíveis para serem utilizados como uso único. Com

isto, as instituições nacionais e internacionais começaram a reprocessá-los, a fim de

reduzir os custos.

Assim, Lopes (2006), diz que os materiais comercializados como sendo de uso

único são adquiridos pelas instituições previamente esterilizados e prontos para uso,

onde devem ser descartados após um único uso. Devido à grande maioria dos MUU

não serem desmontáveis e possuírem espaços internos inacessíveis, dificulta a

limpeza e esterilização, com isto questionando a segurança do reprocessamento.

Segundo Cohoon (2002) se um material não pode ser limpo, a esterilidade pós-

processamento de um material não pode ser demonstrada. Também se a

Page 12: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

10

integridade e funcionalidade do MUU reprocessado não puderem ser demonstradas

e documentadas como seguro para a saúde do paciente ou igual à especificação

original, o material não pode ser reprocessado e usado.

Garantida a segurança, há vantagens em utilizar os métodos de

reprocessamento e reutilização, pois além de reduzirem custos, proporcionam

preservação ambiental através da redução da poluição, devido ações que interferem

ao descarte de resíduos (DENSER, 2004).

Lopes (2006), afirma: “vários países vem produzindo evidências científicas para

referendar ou contestar o reprocessamento de MUU” [...]. Pesquisa de Amarante

(2008) sobre um levantamento nacional para determinar o número de instituições no

Brasil que reutilizavam materiais de uso único em procedimentos de hemodinâmica,

apontaram que estas práticas são quase universais, independentemente do tipo,

tamanho ou da região onde está localizada a instituição.

Denser (2004) concluiu em seu estudo, que é possível selecionar MUU para

testar e validar protocolos de reprocessamento e reuso, com base em

conhecimentos científicos para utilizá-los em construção de políticas nacionais de

saúde.

A legislação para os MUU, durante um tempo sofreu mudanças, algumas

portarias e resoluções foram publicadas e logo revogadas, mas outras que

atualmente estão vigentes podem vir a sofrerem mudanças, devido à rapidez com

que a tecnologia, utilizada na produção de material médico-hospitalar, vem

evoluindo.

A portaria nº 3, de 07 de fevereiro de 1986 (BRASIL, 1986a), dispõe sobre

produto correlato, dizia que todo MUU, utilizado para monitoração diagnóstica e

terapêutica, deve ser registrado no órgão competente de vigilância sanitária do

Ministério da Saúde. Na mesma data, o Ministério da Saúde publicou a portaria nº 4

(BRASIL,1986b), onde destacava a proibição do reprocessamento, em todo território

nacional, de determinados materiais, como: “agulhas com componentes plásticos

(inclusive cânulas para fístula): escalpes; bisturis descartáveis e lâminas; cateteres

para punção venosa; equipos para administração de soluções endovenosas,

sangue, plasma e nutrição parenteral, bolsas de sangue; seringas plásticas; sondas

uretrais simples, de aspiração e gástricas; coletores de urina de drenagem aberta;

dreno de Penrose e de Kehr; cateteres de diálise peritoneal”. Definia material

Page 13: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

11

médico-hospitalar de uso único como sendo um correlato que, após o uso, perde

suas características originais.

Aprovada em julho de 1988, Portaria n° 8 (BRAS IL, 1988) que complementou a

Portaria nº 4, onde autorizava a execução de serviço de reesterilização e

reprocessamento de materiais médico-hospitalares descartáveis, com exceção

daqueles cujo reprocessamento era vedado pela Portaria nº 4. Quando ainda não

utilizados, podiam ser reesterilizados, caso haja vencimento do prazo de validade da

esterilização inicial.

Na Consulta Pública nº 98 (BRASIL, 2001), de 06 de dezembro de 2001,

atualizaram-se as definições relacionadas ao reuso de MUU e os materiais que

constavam na listagem de proibição de reuso, propunha que se colocasse no rótulo

“USO ÚNICO - PROIBIDO REPROCESSAR” e propunha normas para

reprocessamento seguro. No entanto, esta consulta foi reformulada para a Consulta

Pública nº 17 (BRASIL, 2004), de 19 de março de 2004, que atualizou a listagem da

consulta anterior.

Em 2006, a ANVISA, publicou a Resolução da Diretoria Colegiada- RDC nº 30

(BRASIL, 2006b), que atualizou as Portarias nº 3, nº 4 de 07/02/1986 e nº 8 de

08/07/1988. Estabeleceu regras para o registro, rotulagem e reprocessamento de

produtos, a fim de garantir a qualidade dos resultados de todas as etapas do

processo e, para complementá-la foi publicada a Resolução Específica - RE nº 515

(BRASIL, 2006c), atualizando mais uma vez a lista de produtos.

Atualmente, encontra-se em vigor a RDC nº 156 (BRASIL, 2006a), de

11/08/2006, que dispõe sobre registro, rotulagem e reprocessamento de produtos

médicos, e dá outras providências. Junto foram publicadas as resoluções, RE nº

2605/06 (BRASIL, 2006d) que contém a lista de produtos que não podem ser

reprocessados e RE nº 2606/06 (BRASIL, 2006e) que dispõe sobre as diretrizes

para elaboração, validação e implantação de protocolos de reprocessamento de

produtos médicos e dá outras providências. Estas revogaram as portarias nº 3, nº 4

de 07/02/1986 e nº 8 de 08/07/1988 e a RDC nº 30/06.

Assim como a nossa legislação, há entidades e órgãos públicos no mundo que

interferem na prática do reprocessamento e reutilização MUU. Não há política

uniforme na comunidade Europeia. No Reino Unido, França, Itália, Espanha e Suíça,

as recomendações ou legislações são contrárias à reutilização. Já na Alemanha,

Page 14: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

12

recomenda-se aos usuários e instituições o uso de julgamento próprio (DENSER,

2004).

De acordo com Baffi e Lacerda (2003), o Canadá e os Estados Unidos da

América-EUA elaboraram guias e manuais para fornecer subsídios para reprocessar

e reutilizar MUU.

O início do processo de reuso MUU não proibidos pela legislação vigente é

baseado na escolha da alta administração do hospital, que optará em reprocessar

ou descartar estes materiais, sendo fundamental criar um comitê multiprofissional

para direcionar e balizar todas as informações que envolvam o processo. O comitê

formulará um protocolo de análise e validação ao reuso, para se adequar melhor as

rotinas do hospital a estes algoritmos propostos.

Segundo Dunn (2002), pela falta de suporte baseado em evidências científicas,

não podemos tratar o reprocessamento de materiais médico-hospitalares como um

processo seguro em todas as situações, devido alguns modelos de materiais

descartáveis tornarem impossível a garantia de processos de limpeza e esterilização

eficazes. Porém há evidências clínicas de que outros modelos de materiais podem

ser submetidos ao reprocessamento com segurança. Ainda de acordo com o autor,

vale destacar que a qualidade do material de reuso deve ser igual àquela fornecida

pelo fabricante e devem considerar os riscos potenciais associados ao reuso que

incluem alterações na funcionalidade original, apirogenicidade, atoxicidade e

esterilidade.

Diante de todas as informações apresentadas, torna-se relevante desenvolver um

estudo para que direcione o profissional para uma tomada de decisão, segura e

eficaz, para o reprocessamento de materiais de uso único. Com isto, a questão

norteadora para o desenvolvimento deste trabalho, se baseia em: Qual é o algoritmo

direcionador para a tomada de decisão ao reuso seguro de material de uso único?

Page 15: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Etapas de processamento de materiais

Primeiramente, antes de escolher o método que será utilizado ao processamento,

devemos classificar os materiais. Segundo Spaulding (1968), os materiais podem

ser classificados conforme a utilização e o grau de risco para causar infecção;

somente após esta classificação pode-se determinar a necessidade de desinfecção

ou esterilização do material. Os produtos para a saúde podem ser classificados

como:

o Críticos: que entram em contato direto com tecidos humanos

considerados estéreis ou sistema vascular. Processo de escolha,

esterilização.

o Semicríticos: que entram em contato com mucosas colonizadas,

mucosas íntegras ou pele não intacta. Requerem, no mínimo,

desinfecção de alto nível. Já a esterilização desses materiais não é

obrigatória, porém é desejável em diversas circunstâncias.

o Não críticos: que entram em contato com pele íntegra ou não entram

em contato direto com o paciente. Necessitam de limpeza com água e

detergente como procedimento mínimo entre um uso e outro, e/ou

desinfecção de baixo ou médio nível.

Após a classificação dos materiais, a próxima etapa é fundamental para o

processamento de materiais: a limpeza, método que não pode ser substituído e/ou

ignorado. Este é o passo mais importante, porém, muitas vezes negligenciado ou

considerado como simples. Consiste na retirada da sujidade visível, incluindo a

matéria orgânica, por meio de ação manual ou mecânica, utilizando detergente e

água. A limpeza é um processo que garante a eficácia dos processos de

desinfecção ou esterilização (GRAZIANO, 2003; RIBEIRO, 2010).

Para que o processo de limpeza dos materiais seja eficaz, estes devem ser

desmontados por completo. Desta forma o design destes produtos é de grande

importância quando se trata em reprocessar materiais, pois se o design atrapalhar

para desmontar o material, desta forma acaba comprometendo todo o processo,

Page 16: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

14

pois não garante a entrada do agente esterilizante em todo o conteúdo do material e

comprometendo assim a esterilidade (RIBEIRO, 2010).

A limpeza pode ser realizada por dois métodos, manual ou automatizada. A

limpeza manual é um método que combinam componentes como: fricção, a limpeza

com auxilio de escovas e detergentes. Já a automatizada é executada por meio de

máquinas como (RIBEIRO, 2010; RUTALA; WEBER, 2008):

o Lavadoras ultrassônicas - produzem ondas sonoras inaudíveis, que

criam bolhas, cavidades microscópicas, que crescem e se estouram,

resultando em um processo chamado cavitação, onde formam vácuos

que aspiram aos resíduos da superfície dos materiais, sendo liberados

e removidos.

o Lavadoras desinfetadoras - realizam os processos de limpeza por jato

de água e a desinfecção por ação térmica. Apresentam controle da

temperatura, de concentração do detergente e do tempo necessário ao

processamento.

Tanto no método manual quanto no automatizado, o profissional executante tem

que se atentar à paramentação com Equipamentos de Proteção Individual (EPI):

óculos de proteção, máscara, luva de cano longo, avental impermeável e sapato

fechado (GRAZIANO, 2003).

A escolha do método de limpeza a ser utilizado é baseada no material. O método

automatizado é utilizado para facilitar à limpeza e prevenir, acima de tudo, a

exposição dos profissionais à matéria orgânica. Em contrapartida, neste método há

restrições a alguns tipos de materiais, tais como os delicados, complexos e/ou

termossensíveis. O método mais eficaz a estes materiais é o manual, este que deve

ser executado com toda atenção do profissional tanto às etapas do processo, quanto

à própria proteção, utilizando sempre paramentação com EPI (GRAZIANO, 2003).

Graziano (2003) afirma em seu estudo que, independente de qual método será

utilizado, antes de executar a limpeza, é de extrema importância a retirada do

excesso de resíduos grosseiros dos materiais. Deve iniciar o mais rápido após o

uso, para que não resseque estes resíduos e dificultem sua remoção.

Os detergentes possuem ação de quebrar partículas de sujidade em partículas

bem menores. Existem diferentes tipos de detergentes, os enzimáticos, os alcalinos

e os neutros. Os enzimáticos que são compostos com enzimas que facilitam a

dissolução de matéria orgânica, protease, lipase e amilase. Podem ser usados na

Page 17: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

15

limpeza manual ou mecânica, são bastante eficientes na remoção de matéria

orgânica, principalmente em lumens e em locais de difícil acesso às esponjas e

escovas. Os alcalinos são utilizados com capacidade de dissolver proteínas e

gordura, porém podendo ser corrosivos. Já os neutros utilizados para limpeza de

materiais com pouca matéria orgânica e sujidade (RUTALA; WEBER, 2008).

Porém somente a imersão no detergente não é eficaz, por este motivo, a

utilização não dispensa a ação mecânica ou manual. Quando se realiza a ação com

escovas, deve-se evitar a produção de aerossóis por meio de ação sob imersão na

solução (PADOVEZE, 2003).

Uma etapa importante é a inspeção visual, pois deve ser criteriosa, a fim de evitar

sujidades permaneçam em áreas de maior dificuldade. Inicia-se no enxague

(remoção total de sujidade e detergentes), passando pela secagem e preparo. Caso

se encontre algum resíduo, há necessidade de realizar a limpeza novamente; é

contraindicada a remoção da sujidade somente com fricção com álcool 70%

(RIBEIRO, 2010).

Após a etapa da limpeza, é realizada a escolha dos processos, desinfecção ou

esterilização. O método de desinfecção é escolhido de acordo com a classificação

do material. Para material não crítico, o mínimo a ser realizado é limpeza, podendo

ser submetido à desinfecção de nível baixo ou intermediário. Material semicrítico, o

mínimo a ser realizado é desinfecção de alto nível. Já a esterilização é o método de

escolha obrigatório para materiais críticos (GRAZIANO, 2003).

2.1.1 Desinfecção

Pode-se realizar a desinfecção por agentes físicos ou químicos. Os agentes

físicos podem ser por lavadoras termodesinfetadoras e pasteurizadoras. Já os meios

químicos podem ser por aldeídos, fenólicos, quaternário de amônia, compostos de

cloro ativo, iodo, alcoóis entre outros (GRAZIANO, 2003).

2.1.1.1 Métodos físicos

O meio empregado pelo este método é o calor, sendo a primeira opção em

desinfecção pela segurança, largo espectro (realiza desinfecção de alto nível) e

baixo custo operacional. As lavadoras termodesinfetadoras são equipamentos que

realizam a limpeza juntamente com a desinfecção. Atua por jatos de água (morna ou

fria) sob pressão, turbilhonamento com a ajuda de detergentes (enzimáticos ou

Page 18: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

16

alcalinos), enxágue, aplicação de água quente ou vapor para a desinfecção e, após,

a secagem. Neste método há restrição de alguns materiais, como para os que

possuem lumens (os jatos de água não são potentes para remoção de sujidade

nestes canais) e aos materiais com óticas (possível deslocamento das lentes). É

indicado para materiais de assistência respiratória, metálicos e de plástico

(PSALTIKIDIS; QUELHAS, 2010).

As lavadoras de descargas não necessitam que se realize a pré-limpeza do

material, pois atua removendo os dejetos; em seguida, faz a limpeza e, por fim, a

desinfecção. Pode ser utilizada com facilidade para materiais não críticos

(PSALTIKIDIS; QUELHAS, 2010).

Já as pasteurizadoras realizam a desinfecção dos materiais pela imersão em

água quente, utilizados para materiais semicríticos. Porém este método não realiza a

limpeza e a secagem dos materiais (PSALTIKIDIS; QUELHAS, 2010).

2.1.1.2 Métodos químicos

O meio empregado neste método são os desinfetantes, é a ultima opção em

desinfecção devido ao risco químico ocupacional, possibilidade de permanência de

resíduos tóxicos nos materiais e complexidade do processo manual. Este meio deve

restringir-se a materiais semicríticos termossensíveis (PSALTIKIDIS; QUELHAS,

2010).

Os desinfetantes podem ser classificados por níveis, segundo seu espectro de

ação dos agentes químicos sobre os micro-organismos (PSALTIKIDIS; QUELHAS,

2010):

o Alto Nível: Ocorre quando a ação dos desinfetantes é eficaz na

eliminação de todos os micro-organismos em forma vegetativa e alguns

esporos. Exemplos: Glutaraldeídos, peróxido de hidrogênio, ácido

peracético e solução clorada.

o Nível Intermediário: Ocorre quando a ação dos desinfetantes é eficaz

contra todas as bactérias na forma vegetativa, o bacilo da tuberculose,

os fungos e alguns vírus, mas não é eficaz contra esporos bacterianos.

Exemplos: Soluções cloradas e alcoóis.

o Baixo Nível: Ocorre quando a ação dos desinfetantes é eficaz contra as

bactérias vegetativas, alguns vírus e alguns fungos, mas não é eficaz

Page 19: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

17

contra mico-bactéria ou esporos bacterianos. Exemplos: Quaternários

de amônia.

Como agentes utilizados para desinfecção, temos (RUTALA; WEBER, 2008;

PSALTIKIDIS; QUELHAS, 2010):

o Glutaraldeído: Desinfetante de alto nível. Tem a vantagem de não

agredir metal, ópticas, borracha e plásticos. Porém tem a

desvantagem de fixar matéria orgânica na superfície dos materiais,

ocasionando incrustações e obstruções de lumens, além de sua

toxicidade ao paciente, ao profissional e ao ambiente, há necessidade

de enxágue abundante após imersão do material.

o Ortoftaldeído (OPA): Ação superior ao Glutaraldeído como,

desinfetante de alto nível; não é esterilizante. Tem vantagem a rápida

ação desinfetante e como desvantagem a baixa ação contra esporos.

o Formaldeído: Desinfetante de alto nível. Este agente foi proibido pela

ANVISA decorrente da alta toxicidade. Somente é permitido quando

associado a um equipamento de esterilização.

o Ácido peracético: Desinfetante de alto nível. Está associado ao

peróxido de hidrogênio. Combina a ação de desinfecção e

esterilização, dependendo do período de tempo que o material é

submetido ao produto. Vantagem de não ser tóxico ao meio ambiente e

baixa toxicidade ao paciente e profissional, é efetivo na presença de

matéria orgânica. Tem a desvantagem de ser corrosivo ao cobre, latão,

bronze, aço comum e ferro galvanizado, mas estes efeitos podem ser

reduzidos ao uso de aditivos e modificando o pH.

o Peróxido de hidrogênio: Desinfetante de alto nível. No Brasil é utilizado

sempre em associação ao ácido peracético. Tem vantagem de baixa

toxicidade e não ser inativado na presença de matéria orgânica.

Desvantagem de não ser compatível com chumbo, latão, cobre, zinco,

borrachas naturais e tecidos.

o Soluções cloradas: Desinfetante de nível intermediário. Desvantagem

de ser inativo na presença de matéria orgânica e ser bastante

corrosivo, principalmente a metais e a tecidos de algodão e sintéticos.

o Álcool: Desinfetante de nível intermediário. Álcool etílico e álcool

isopropílico. Vantagem pela ação rápida, baixo custo e ser compatível

Page 20: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

18

com metais. Desvantagem de ressecar plásticos e borrachas, e

opacificar material acrílico.

o Fenólicos: Desinfecção de nível intermediário. Vantagem de não ser

inativado por matéria orgânica. Desvantagem de impregnar em

materiais porosos, contraindicados em materiais que entram em

contato com o trato respiratório ou com recém-nascidos.

o Quaternário de amônia: Desinfetante de baixo nível. Vantagem de ter

baixo nível de toxicidade. Desvantagem de ser poluente ambiental

pode danificar borrachas sintéticas, cimento e alumínio.

2.1.2 Esterilização

A escolha do método de esterilização depende das características físicas do

material, podendo ser resistentes ou sensíveis ao calor. Os métodos de esterilização

dividem-se em físico, físico-químico e químico (PADOVEZE; QUELHAS;

NAKAMURA, 2010).

2.1.2.1 Métodos físicos

Esterilização por calor ou por radiação. Por calor inclui vapor saturado sob

pressão e calor seco. Já por radiação inclui raios gama e feixe de elétrons

(PADOVEZE; QUELHAS; NAKAMURA, 2010; GRAZIANO, 2003).

o Vapor saturado sob pressão: age por calor úmido, realizado por

autoclaves, que são também denominados vasos de pressão. Os

micro-organismos são destruídos pela ação combinada do calor, da

pressão e da umidade, que provocam a termocoagulação e destruição

das proteínas da estrutura genética celular. As autoclaves podem ser:

gravitacionais (onde o ar é removido por gravidade) ou de pré-vácuo,

(onde o ar é removido mecanicamente, com formação de vácuo, e

facilitando a penetração do vapor nos pacotes e reduzindo a chance de

ar residual. Os parâmetros do processo são o vapor, a pressão, a

temperatura e o tempo (RUTALA; WEBER, 2008; PADOVEZE;

QUELHAS; NAKAMURA, 2010).

o Calor seco: um método atualmente considerado obsoleto e em desuso.

Realizado por estufa, também denominada forno de Pasteur. Os

materiais podem ser aquecidos por condução ou por convecção. As

Page 21: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

19

estufas de convecção permitem a circulação do ar quente lentamente

ocasionando distribuição ineficaz de calor.

o Radiação ionizante: Método que age pela alteração da carga elétrica

decorrente do impacto dos átomos sobre o material irradiado. Este

método pode ser utilizado em materiais termossensíveis, por ser a

baixa temperatura. Devido ao alto custo de instalação e de operação,

além dos riscos ocupacionais e ambientais, seu uso restringe-se a

esterilização industrial (RUTALA; WEBER, 2008; PADOVEZE;

QUELHAS; NAKAMURA, 2010).

2.1.2.2 Métodos físico-químicos

A esterilização físico-química, conhecida amplamente como esterilização a baixa

temperatura, é a opção de eleição quando não é possível aplicar calor nos materiais,

ou seja, são termossensíveis.

o Oxido de etileno: O óxido de etileno (ETO) é agente químico que age à

baixas temperaturas e possui alto poder de penetração, sem ser

corrosivo. A esterilização por este método é realizada na presença de

vapor de água. O deve ser avaliados os parâmetros do processo:

tempo de exposição, temperatura, umidade relativa, concentração do

gás e aeração. Vantagens, uso em diversos tipos de materiais; ação

bactericida, fungicida, viruscida e esporicida. Desvantagens, tempo de

aeração (GRAZIANO, 2003).

o Vapor a baixa temperatura de formaldeído- VBTF: é o agente

formaldeído na forma de vapor, com temperatura, umidade e vácuo

controlados em equipamento automatizado. Este método, em

comparação ao ETO, é mais barato, mais rápido e menos tóxico

(GRAZIANO; PINTO; STEMPLIUK, 2010).

o Plasma de peróxido de hidrogênio: O plasma é produzido através da

aceleração de moléculas de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e

ácido peracético, por carga elétrica produzida por um campo

eletromagnético (micro-ondas ou radiofrequência). Tem como

vantagem a rapidez do processo, baixa toxicidade e facilidade de

instalação do equipamento. As desvantagens são a baixa

penetrabilidade por lumens longos e estreitos, o alto custo de aquisição

Page 22: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

20

e de operação, além exigir embalagens livres de celulose (GRAZIANO,

2003).

2.1.2.3 Métodos químicos

O método consiste em imersão dos materiais em líquidos esterilizantes. O

método manual está proibido (Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução

da Diretoria Colegiada nº 33, de 16 de agosto de 2010) em decorrência da

complexidade do processo, pelo risco de re-contaminação do material, dificuldades

de rastreabilidade do processo e toxicidade ocupacional.

Dentre os germicidas, estão descritos abaixo os que tem potencial esterilizante.

o Ácido Peracético: Agente que apresenta rápida ação sobre todas as

formas de vida de micro-organismos. Vantagens pela ação microbicida

rápida e eficaz, atóxico, biodegradável, ativo na presença de soro,

sangue, fluidos corpóreos e gorduras (GRAZIANO, 2003, 2010).

o Glutaraldeído: Agente usado para esterilização de equipamentos

termossensíveis que não possam ser esterilizados pelos métodos

físicos tradicionais. Vantagens: ativo mesmo em presença de matéria

orgânica, não altera borracha ou plástico. Desvantagens: toxicidade

para paciente (requer enxágue rigoroso), toxicidade ocupacional

(requer uso de equipamentos de proteção individual e controles

ambientais), corroem aço, ferro galvanizado, alumínio, estanho e zinco

(GRAZIANO, 2003, 2010).

o Formaldeído: Agente esterilizante que, pela alta toxicidade, está

proibido para esterilização química. Somente permitido para

esterilização físico-química (GRAZIANO, 2003).

2.1.3 Preparo do material

As embalagens dos materiais são escolhidas de acordo com o processo

realizado.

2.1.3.1 Tipos de embalagens disponíveis

Todo material que sofrerá o processo de esterilização deve ser obrigatoriamente

embalado, pois esta é o único meio que preserva o estado asséptico e permite

apresentação asséptica do produto até o momento do uso (PEREIRA, 2010).

Page 23: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

21

o Tecido de algodão duplo: Tecido composto por fibra de algodão cru

100% ou mistura de poliéster. Compatível com esterilização a vapor

sob pressão, há custo-benefício favorável, porém não repele os

líquidos. Deve-se estabelecer números de reusos para evitar perda da

barreira microbiana pelo desgaste.

o Contêiner: Caixa composta por aço inox, plástico termorresistente ou

alumínio anodizado. Compatível com esterilização a vapor sob

pressão, óxido de etileno, gás de formaldeído, plasma de peróxido de

hidrogênio e radiação ionizante. Tem custo elevado frente a outras

embalagens, porém é reutilizável.

o Vidros refratários: Utilizados para esterilização de líquidos, compatível

com autoclaves ou estufas.

o Papel grau cirúrgico: Papel combinado com filme plástico-polipropileno,

compatível com vapor sob pressão e óxido de etileno, há a vantagem

de facilitar a visualização do conteúdo da embalagem.

o Papel crepado: Composto por celulose tratada. Compatível com vapor

sob pressão, gás de óxido de etileno, gás de formaldeído e radiação

ionizante. É biodegradável, porém há baixa resistência mecânica.

o Tecido não tecido-SMS: Estrutura plana, flexível e porosa, constituída

de véu ou manta de fibras. Compatível com vapor sob pressão, gás de

óxido de etileno, gás de formaldeído, radiação ionizante e plasma de

peróxido de hidrogênio. Repelência de líquidos, alta resistência

mecânica e maleável.

o Tyvek: Poliolefina de fibras entrelaçadas de polietileno de alta

densidade. Compatível com vapor sob pressão, gás de óxido de

etileno, gás de formaldeído e radiação ionizante. Altamente resistente,

proporciona visualização do conteúdo interno, porém é de alto custo.

2.1.4 Controle da esterilização

Os indicadores que demonstram a eficácia dos métodos de esterilização podem

ser mecânicos, físicos, químicos e biológicos. São utilizados mais frequentemente

para métodos automatizados, a fim de demonstrar a eficiência do processo de

esterilização (CALICCHIO; LARANJEIRA, 2010).

Page 24: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

22

o Indicadores mecânicos: relacionados ao equipamento onde contempla,

registros de manutenção preventiva e corretiva realizadas, problemas

durante a prática e registro da validação.

o Indicadores físicos: relacionados aos parâmetros específicos dos

processos, monitores de tempo, temperatura, pressão e relatórios

impressos computadorizados.

o Indicadores químicos: controlam a exposição interna e externa dos

pacotes. Realizado por meio de indicadores e integradores químicos.

Estes indicadores dispõem de seis classes de indicadores:

Classe 1- Indicadores de Processo: Indicados para uso em pacotes

individuais para demonstrar que houve exposição ao processo de

esterilização e distinguir unidades processadas das não

processadas. Ex: Fita zebrada.

Classe 2- Indicadores para uso em testes específicos: Designados para

uso em procedimentos de testes específicos como definido nos

padrões para esterilizadores ou processos de esterilização. Ex: Bowie

e Dick.

Classe 3- Indicadores de parâmetro único: Indicador de um único

parâmetro pode ser designado para um dos parâmetros críticos

indicando exposição a um ciclo de esterilização com um valor

específico do parâmetro escolhido.

Classe 4- Indicadores Multiparamétricos: Pode ser designado para 2

ou mais dos parâmetros críticos e pode indicar exposição a um ciclo de

esterilização aos valores especificados dos parâmetros escolhidos.

Classe 5- Indicadores Integradores: Indicados para reagir a todos os

parâmetros críticos dentro de um ciclo de esterilização. Os valores

especificados são comparados à inativação de um micro-organismo de

teste.

Classe 6- Indicadores Emuladores: Indicados para reagir a todos os

parâmetros críticos dentro de um ciclo de esterilização, para os quais

os valores especificados são baseados nos ajustes dos ciclos de

esterilização selecionados.

o Indicadores biológicos: Indicam que a esterilização foi efetiva através

da inativação de micro-organismos altamente resistentes ao processo

Page 25: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

23

de esterilização analisado, com contagem prévia de esporos viáveis

conhecida.

Desta forma, quando reprocessamos um material de uso único, devemos

observar todos os contextos e ter domínio das bases teóricas e operacionais para o

processamento. O conhecimento da matéria prima empregada para a confecção

deste material e forma de uso do item (levando à classificação de risco) são

determinantes para a escolha do método de reprocesso. Portanto uma classificação

errada pode gerar riscos ao paciente ou a danos no material, podendo ser citado

que, se colocarmos para esterilizar uma traqueia termossensível em uma autoclave

a vapor em temperatura a 134ºC, o material irá sofrer um processo de derretimento,

pois a escolha do método ideal foi rejeitado devido o processo ter sido escolhido

erroneamente.

Page 26: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

24

3 OBJETIVO

Esta pesquisa teve como objetivo:

Propor um algoritmo direcionador para a tomada de decisão do Enfermeiro ao

reuso de material de uso único.

Page 27: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

25

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 Tipo de pesquisa

O trabalho caracteriza-se como uma pesquisa metodológica que, segundo Polit,

Beck e Hungler (1995), se aplica para desenvolver ou aperfeiçoar procedimentos

para obtenção, organização e análise dos dados, tratando assim da elaboração,

validação e avaliação dos instrumentos e técnicas de pesquisa. Visa elaborar um

instrumento confiável, baseado em literatura científica, que possa ser utilizado,

posteriormente, por profissionais em suas práticas.

4.2 Etapas do desenvolvimento

4.2.1 Busca bibliográfica

4.2.1.1 Palavras-chaves e lógica Booleana

Foram abordados de inicio os descritores em português: Reprocessamento de

materiais, reutilização de materiais, materiais de uso único, reuso de materiais,

materiais médico-hospitalares, produto de uso único, reprocessamento, reuso. Em

Inglês: equipment reuse, single-use, equipment reutilization. Espanhol: la

reutilización de los equipos, de un solo uso, reutilización de los equipos. A lógica

Booleana utilizada foi: português, reprocessamento and reuso, reprocessamento and

materiais, reutilização or reprocessamento, artigos or materiais, reutilização not

reciclagem.

4.2.1.2 Bases de dados eletrônicas acessadas

BIREME – É um Centro Especializado da OPAS (Pan American Health

Organization- Organização Pan Americana de saúde), estabelecido no Brasil desde

1967, em colaboração com Ministério de Saúde, Ministério da Educação, Secretaria

da Saúde do Estado de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo. Onde

reúne as fontes de ciências da saúde: LILACS, IBECS, MEDLINE, COCHRANE,

SCIELO. Áreas Especializadas: ADOLEC, BBO, BDENF, CIDSAÚDE,

DESASTRES, HISA, HOMEOINDEX, LEYES, MEDCARIB, REPIDISCA.

Page 28: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

26

Organismos Internacionais: PAHO, WHOLIS. Possui referência bibliográfica, resumo

e texto completo (em algumas bases). Sua abrangência é nacional e internacional.

PUBMED – Trata-se de um serviço da National Library of Medicine do Instituto

Nacional de Saúde, que compreende mais de 19 milhões de citações de artigos

biomédicos em MEDLINE e outros artigos de periódicos das ciências da saúde e

biomédicas editadas a partir de 1950. Inclui links com artigos de texto completo,

citações e resumos da literatura biomédica. Tem abrangência internacional.

USP/Sibi-DEDALUS - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade

de São Paulo, desde 2003, é um pacote que utiliza softwares de domínio público,

onde é adaptado para o contexto da Universidade, integrando-se com o sistema

administrativo da pós-graduação e com o sistema DEDALUS (Banco de Dados

Bibliográficos da USP, mantido pelo Sistema Integrado de Bibliotecas, SIBi). Esta

adaptação também envolve uma atualização tecnológica do banco de dados e da

linguagem utilizados.

4.2.1.3 Período de busca bibliográfica

O período inicial foi de publicações dos últimos cinco anos, porém o material foi

escasso, desta forma a busca foi ampliada para base toda.

4.2.1.4 Idiomas

Inicialmente foi pesquisado no idioma português, porém o material foi escasso

sendo expandido para os idiomas inglês e espanhol.

4.2.2 Elaboração da proposta

Por meio da análise da literatura levantada, foi elaborado um algoritmo

direcionador, com um conjunto de passos/instruções colocados em ordem

sequencial lógica. Isto significa que o algoritmo propõe um padrão de conduta

técnica a ser seguida, uma norma de execução a ser trilhada, um método para

direcionar a tomada de decisão quanto ao reuso de material de uso único.

Page 29: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

27

5 RESULTADOS

5.1 Descrição do Algoritmo

5.1.1 Algoritmo para decisão inicial sobre o reproc essamento

Atualmente, o reprocessamento de MUU está cada vez mais comum e, para

direcionar o profissional para uma tomada de decisão mais segura e eficaz, é

extremamente necessária a construção de um método que seja seguido, passo a

passo, para se desenvolver este processo (Figura 1).

Desta forma o algoritmo, que segundo Farrer et al. (1989) define-se por

“descrição de um conjunto de comandos que, obedecidos, resultam numa sucessão

finita de ações”, será um método eficaz para direcionar a prática do reuso nas

instituições hospitalares. Ainda, de acordo com os autores, o algoritmo deve prever

todas as situações que possam ocorrer quando estiver em execução.

Com isto, para dar início à decisão sobre o reuso, a alta administração do

hospital deverá criar um comitê/comissão de reuso. Sendo esta uma equipe que se

responsabilizará pela decisão do reuso ou não dos MUU, se baseado nas

informações técnico-científicas e legislações existentes, a fim de facilitar seu

julgamento (BAFFI, 2001). De acordo com Emergency Care Research Institute-

ECRI (1997), a primeira ordem do comitê pode ser a de decidir se a organização irá

considerar a reutilização de dispositivos de uso único. Desta forma, esta equipe tem

uma autonomia e respaldo da administração frente a todas as informações

referentes aos materiais de uso único.

Padoveze, Graziano e Leichsenring (2008) e ECRI (1997), sugerem que este

comitê seja composto por representantes da Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar (CCIH), Central de Material e Esterilização (CME), Centro Cirúrgico (CC),

serviço de hemodinâmica, administração, gestão de risco, área de suprimentos de

materiais, assessoria jurídica, engenharia clínica, enfermagem e microbiologia. Para

que haja uma aderência aos protocolos determinados, este grupo deverá definir e

documentar o fluxo de trabalho e suas atividades.

Page 30: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

28

Esta equipe deve ser multiprofissional, afim de que cada departamento

represente um ponto primordial sobre o reuso. Destaca-se a relevância da CCIH que

visa à atenção voltada ao controle rigoroso dos índices de infecção em pacientes e

profissionais. À CME cabe a análise de cada etapa detalhada dos processos

correspondentes ao reuso, desde o processo de limpeza até a validação da

esterilidade. O profissional do CC e do serviço de hemodinâmica são necessários,

com o objetivo de acompanhar os MUU que estão sendo reprocessados na

instituição e analisar seu uso corriqueiro, se é pertinente ou não. A assessoria

jurídica é importante pelo risco de ações judiciais por danos causados pelo reuso de

MUU, esta equipe pode não ser tão conhecida em nosso país, mas é um

departamento fundamental. Em seu estudo, Lopes (2006) enfatiza que no hospital

estudado a criação de uma comissão de reuso reflete-se na padronização das

condutas relacionadas ao reprocessamento, direciona a compra, confere maior

conhecimento e credibilidade aos profissionais para a tomada de decisão.

Estes representantes deverão estar atualizados frente aos conhecimentos

relacionados ao reuso, tais como: legislações, normatizações, técnicas e literaturas.

Deve desenvolver e acompanhar normas para o controle dos passos do

processamento, dando respaldo aos profissionais envolvidos diante de aspectos

técnicos, legais e éticos (CANADIAN HEALTHCARE ASSOCIATION- CHA, 1996).

Em sua conclusão, Denser (2004) salienta que “a efetividade e a segurança da

prática de reprocessamento e reutilização de materiais odonto-médico hospitalares

de uso único depende, em grande parte, da base científica de quem a pratica, visto

que comprovadamente são necessários procedimentos normatizados e bem

estabelecidos ou implantados para que esta garantia se estenda ao paciente.”

Para que o reprocessamento seja feito adequadamente, é necessário realizar o

mapeamento (identificação e listagem) dos MUU com indicação para o

reprocessamento na instituição.

Segundo Padoveze, Graziano e Leichsenring (2008), este mapeamento pode ser

obtido através de auditoria nos setores da instituição, identificando e obtendo

diversas informações dos materiais reprocessados. Informações estas, que podem

ser colhidas através de fichas padronizadas pelo comitê que contenham,

basicamente, o nome do material, o fabricante ou marca, a composição, a

classificação (crítico, semicrítico, não crítico), se tem registro no ministério da saúde,

entre outras informações relevantes a fim de facilitar o mapeamento. Ainda, de

Page 31: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

29

acordo com as autoras, é importante que a avaliação do material, de fundamental

importância, seja realizada com a presença do usuário, para esclarecer

perfeitamente a utilização do material.

Após esta etapa de mapear todos os materiais que a instituição reprocessa,

devem-se identificar os materiais que estão contemplados na Lista Negativa atual da

ANVISA, salientando que esta listagem pode ser atualizada, visto que acontecem

avanços tecnológicos dos materiais médico-hospitalares. Com isto é importante,

sempre se manter atualizado o conhecimento das legislações (PADOVEZE;

GRAZIANO; LEICHSENRING, 2008).

Diante de materiais não permanentes que constem na lista, o comitê junto aos

usuários deve implantar o descarte dos MUU. Mesmo para os casos em que o MUU

não conte na lista negativa, a primeira alternativa será verificar as várias opções no

mercado, em especial produtos permanentes similares a fim implantá-los para uso

substituindo os MUU. Caso não haja estes permanentes, será importante analisar o

custo benefício com os usuários, antes de decidir pelo reuso (PADOVEZE;

GRAZIANO; LEICHSENRING, 2008).

Caso a relação custo-benefício seja favorável ao reuso, o comitê deverá

desenvolver o protocolo para a análise e validação do processamento dos materiais.

Deve-se salientar, principalmente, a etapa de limpeza, seguindo recomendações

básicas direcionadas aos MUU, como o uso de água morna ou fria para a pré-

lavagem, após pré-lavagem uso de soluções enzimáticas, água filtrada para

enxágue e uso de lavadora ultrassônica após lavagem manual (BAFFI, 2001).

Está evidente, diante de várias pesquisas, que o motivo maior para o reuso de

MUU é o custo, devido à evolução tecnológica. Destaca Psaltikidis (2004) que a

análise de custos dos MUU envolve basicamente três variáveis: mão de obra,

materiais e despesas gerais.

O aspecto importante para se observar é entre o custo e o benefício. Sendo que,

a cada reuso de MUU, o custo final do material é reduzido, proporcionalmente, pode-

se elevar os custos associados ao risco do paciente, devido sua utilização e seu

atendimento (ECRI, 1997). Psaltikidis (2004) ainda afirma em seu estudo que,

“Colocando-se o custo a cada reuso em uma curva, observa-se que depois de certo

número de reusos, a economia real não mais se verifica”, ou seja, o reuso de MUU é

vantajoso, desde que seja observado o número de reprocessos, e com isto

avaliando seus benefícios.

Page 32: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

30

Assim sendo, caso não haja no mercado produtos permanentes similares para a

substituição dos MUU, é necessário fazer esta análise de custo-benefício com os

usuários, pois caso haja a relação favorável é aconselhável manter o uso único.

Porém se há motivos técnicos que justifiquem o uso destes MUU, mesmo que haja

custos elevados, devem-se rever as técnicas envolvidas, mas não deixando de

utilizar os MUU.

A fim de reduzir os custos dos MUU, deve-se atentar para medidas empregadas,

que poderão ser mudadas, como a compra destes materiais em quantidades

maiores, a fim de reduzir custos, planejar e prever a quantidade dos materiais a

serem utilizados em um determinado período. Negociar com todos os fornecedores,

distribuidores e produtores ao mesmo tempo, para que possa realizar uma

comparação entre eles e buscar o melhor produto pelo menor preço, sendo que

provocará uma competição entre eles favorável a compra (ECRI, 1997).

De acordo com as recomendações de CHA e ECRI, mesmo que o preço do

material esteja elevado, se não houver condições seguras para seu

reprocessamento, deve-se manter o uso único. Mas se o preço for baixo, somente o

preço já justificará o uso único, pois não compensará os investimentos em

treinamentos, equipamentos, equipes e supervisão. Para isto a instituição pode

estabelecer limites mínimos de custo e de consumo, no momento da escolha, pois

muitas vezes o reprocessamento pode sair mais caro do que a aquisição de um

produto novo.

Page 33: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

Figura 1. Algoritmo para decisão inicial sobre o re processamento.

D E C IS Ã O IN IC IA L S O B R E O R E U S OC

OM

ITÊ

DE

RE

US

OA

LTA

AD

MIN

IST

RA

ÇÃ

O

DO

HO

SP

ITA

L

R e fo rm u le a co m p os içã o da

e q u ip e .

A tu a liz a r-se n o s c o nh e c im e n tos d as

le g is la çõ e s , no rm a tiz aç õ es

té cn ica s e lite ra tu ra .

F a ze r m a p e a m en to d o s p ro d u to s n ã o

p e rm a n e n tes p as s ív e is de p ro ce ssa m e n to

u t iliza d os n a in s titu iç ão , ju n to co m o s u su á rio s .

E s ta be le ce r C om itê c o m po s to po r

re p res en ta n te s d o s d ive rso s se to re s

e n vo lv ido s

S im S im

S imN ã o N ã o

N ã o

Im p la n ta r u so d e p e rm a n e n te s

In íc ioO h o sp ita l tem

C o m itê d e R e us o ?

C o m p os iç ã o d o co m itê e s tá ad e q ua d a ?

A e q u ip e d o m in a o s c o n h e c im e n to s re la c io n a d a s

a o re u s o ?

Im p la n ta r , co m us uá r ios o

d es ca rte ao s a r tig os d e U S O

Ú N IC O

P rod u to sn ão p e rm a n e n tes q u e

co n s ta m d a L is ta N e g a tiv a a tu a l?

S im

H á n o m e rca do p ro d u to s p e rm a n en te s

s im ila re s?

S im F im

F a ze r a n á lise d e cu s to -b e ne fíc io co m u su á r io s

N ã o

R e -n e g o c ia r p reç os co m fo rn e ce d o re s e re ve r

e s tra té g ia s de a q u is iç ã o p a ra o h o sp ita l

R e la çã o cu s to -be n e fíc io fa vo rá ve l ao

us o ú n ico ?

S imM a n te r us o

ú n ic o

H á m o tiv o s té cn ico s q u e jus tif iqu e m

us o ?

N ã o

S im

R e ve r té cn ica s e n vo lv id a s

F im

P ro to c o lo p a ra a n á lise e va lid a çã o d o re u so d o s

m a te r ia is

S imN ã o

H á n o m e rc ad o p rod u to s p e rm a n e n tes

s im ila re s?

N ã o

Im p la n ta r us o de p e rm a n en te s

F a ze r a n á lis e d e c us to -b e ne fíc io c o m us u á r ios

N ã o

S im

R e la çã o c us to -b en e fíc io fa v o rá ve l ao

re us o ?

Im p la n ta r , c om u su á rio s o

de s ca rte a o s a rt ig o s d e U S O

Ú N IC O

F im

F imN ã o

P ro d u to in d ica do p a ra p ro to co lo de a n á lis e e

va lid aç ão d o reu s o

31

Page 34: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

5.1.2 Algoritmo para análise e validação do reuso

A partir do momento em que a comissão de reuso chega à conclusão de que é

viável o reprocessamento de MUU, será dado início à próxima etapa:

desenvolvimento de um protocolo direcionador (Figura 2). Deve-se abordar o

parecer dos usuários, da CCIH, da CME e da Alta administração hospitalar, com

análise dos riscos potenciais quanto à funcionalidade, à infecção em pacientes e

profissionais, aos processos e rotinas da CME e, por fim, a aprovação da alta

administração.

O usuário direto analisa os riscos potenciais do reuso quanto à funcionalidade do

produto, abrangendo aspectos como danos estéticos, perda da capacidade de corte

e perfuração, falhas em isolamentos, meios que favorecem a adesão de micro-

organismos e perda de funções que podem provocar riscos aos procedimentos

específicos do material. Estes e outros potenciais riscos apresentados, muitas

vezes, podem ser pré-avaliados após a primeira e a mais importante etapa do

reprocessamento, a limpeza. Pode-se reforçar que no material já reprocessado o

teste de sua funcionalidade é um dos critérios indispensáveis para auxiliar na

decisão da reutilização desses materiais, analisando o risco de um dano maior ao

cliente (PADOVEZE, 2003).

O estudo de Lucas, Souza e Ferreira (2009) mostra que, após o

reprocessamento dos MUU, as principais alterações de funcionalidade e integridade

são: ranhuras; fendas; depressões e furos microscópicos; opacidade e mudança de

coloração; dilatação de diâmetro dos lumens; aumento de rigidez, fragilidade e

enrugamento de cateteres; falhas no isolamento ou fuga de correntes em

componentes elétricos; e a perda da capacidade de corte e perfuração de lâminas.

Os autores salientam ainda que, quando se analisa a funcionalidade, há

necessidade de observar as alterações dos materiais, que estão correlacionadas ao

aumento do número de reprocessamentos.

Baffi (2001) reforça que, espera-se que a funcionalidade original do material

perca-se gradualmente, decorrente de vários reprocessos. Fazendo com a idade e o

uso repetitivo a deterioração das propriedades físicas, ópticas, mecânicas e

eletrônicas do material. Manter a qualidade original do fabricante torna-se difícil, em

vista que todo material há vida útil. Desta forma, determinar o número de vezes que

o material possa ser reutilizado fica interrogado.

32

Page 35: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

Ao analisar a funcionalidade, levando em conta os riscos potenciais, a CCIH

deverá analisar os riscos potenciais de infecção, tanto para o paciente que receberá

o MUU, quanto para o profissional que executará o reprocesso (PADOVEZE;

GRAZIANO; LEICHSENRING, 2008).

Silvia et al. (2008), descrevem que “os riscos potenciais ao paciente podem ser:

presença de resíduos de matéria orgânica devido à dificuldade no processo de

limpeza em função da conformidade do artigo; quebra pelo uso repetido; danos à

matéria-prima causados pelos produtos e métodos empregados na limpeza,

esterilização ou desinfecção; articulações endurecidas e perda da qualidade de corte

podendo ocasionar uma série de iatrogenias”.

Já os riscos aos profissionais envolvidos, abrangem principalmente os agentes

físicos, químicos e biológicos. De modo geral estes riscos são básicos e inevitáveis

aos profissionais da CME. Porém podem ser citados como (SILVIA et al., 2008):

o Físicos - detectados sem envolver o corpo humano; ruídos, iluminação

e temperatura;

o Químicos - contato do corpo com substâncias, vapor, líquidos e

fumaça;

o Biológicos - micro-organismos que entram em contato com o corpo;

materiais com sangue.

A CME é responsável pela análise prévia do que pode ser realizado quanto à

limpeza frente aos processos e rotinas disponíveis do setor. Esta fase é a mais

crítica e importante do processo, devido reduzir a carga microbiana e sujidades

extremas, garantindo a efetividade da esterilização.

De acordo com CHA (1996), caso o material não possa ser desmontado, para ser

efetuada a limpeza, a secagem e a inspeção, recomenda-se desprezar este

material. Desta forma Silvia et al. (2008) recomendam que, antes de realizar as

etapas do reprocessamento, é necessário que a CME estabeleça e descreva todos

os passos do procedimento, a fim de garantir que o MUU esteja realmente limpo.

A CHA (1996) orienta também as recomendações básicas de limpeza para os

MUU, como: água morna ou fria (abaixo do 25ºC) para retirar resíduos mais grossos;

detergentes enzimáticos após a pré-lavagem para a completa remoção da matéria

orgânica; manter a água abaixo de 55ºC para não coagular proteínas nem inativar as

enzimas da solução; água destilada para enxágue; evitar soluções à base de cloro,

para não comprometer a estrutura do aço inoxidável ou do alumínio, devido o pH ser

33

Page 36: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

corrosivo; verificar a compatibilidade do agente de limpeza com o material do MUU;

utilizar lavadora ultrassônica após a lavagem manual.

É importante salientar que os materiais e equipamentos utilizados para a

execução da etapa de limpeza, são escolhidos de acordo com a instituição e a

matéria-prima do material, pois o importante não é padronizar os recursos materiais,

mas sim garantir um MUU reprocessado de qualidade.

Outro aspecto a ser observado pela Central de Material é a relação entre os

custos do reprocesso. De acordo com ECRI (1997), reduz-se o custo final do

material a cada reuso, na mesma razão que pode ser elevado o risco do paciente

decorrente de sua utilização e o custo de seu atendimento.

Após as análises, documentam-se todas as informações e encaminha ao Comitê

de Reuso, para darem continuidade ao processo.

O Comitê de Reuso, por sua vez tem a responsabilidade de analisar os pareceres

do estudo de custo-benefício inicial e realizar uma análise mais concreta, dando seu

parecer.

Se a análise do custo-benefício não for aceitável, a medida a ser adotada é

implantar, com o usuário, o “USO ÚNICO” do material, respeitando seu descarte

após o único uso. Mas caso seja aceitável o risco benefício, deve-se dar

continuidade ao protocolo e passar para a fase de validação de cada etapa do

processo.

A CME mais uma vez é responsável por mais uma etapa importante ao processo,

de validação do processo de limpeza.

Ribeiro (2008), afirma em seu estudo que o processo de limpeza interfere

diretamente na qualidade da desinfecção ou esterilização, desta forma sendo de

total relevância a validação desta etapa.

“Os testes de eficácia da limpeza são realizados após o

reprocessamento para verificar a habilidade do processo de

limpeza em remover ou reduzir um nível aceitável de sujidade

orgânica e contaminação microbiana que ocorre durante o uso

de artigos reutilizáveis” (RIBEIRO, 2008).

O nível de inspeção e sua funcionalidade dependem da complexidade do

material. Esta inspeção pode ser realizada através de uma checagem visual simples

“olho nu” ou por microscopia “lente de aumento”, identificando facilmente danos e

degradações, sendo um processo aceitável de validar a limpeza. Se os resultados

34

Page 37: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

forem aceitos pelo comitê de reuso e os procedimentos de limpeza não forem

alterados em nenhuma etapa, o reprocessamento fica validado (CHA, 1996).

Já os testes mais complexos para se avaliar o desempenho da integridade física

e funcionalidade do material reprocessado são os mais indicados, que podem ser

realizados através da engenharia biomédica, caso o hospital tenha condições de

fazê-lo (ECRI, 1997).

Caso o protocolo de limpeza não seja validado, o comitê de reuso deverá

implantar junto ao usuário, o USO ÚNICO do material. Mas se for validado, o comitê

deverá solicitar ao usuário critérios de avaliação da integridade e funcionalidade a

serem observados no processamento.

Após o comitê solicitar a avaliação da integridade e funcionalidade, o usuário

deverá orientar sobre estes critérios, para que o comitê desenvolva sistemáticas de

análise da funcionalidade, critérios de descarte, de rastreabilidade e de controle do

número de usos do produto.

Com todos estes dados desenvolvidos a CCIH, desenvolve sistemáticas de

acompanhamento dos pacientes que utilizarem o produto reusado.

A CME tem a responsabilidade de definir o processo de esterilização mais

adequado ao produto. Após definir e realizar o processo de esterilização em

algumas amostras, estas são analisadas frente danos ocorridos aos MUU

decorrentes da esterilização. A Central de Material deve encaminhar ao comitê de

reuso as amostras dos MUU já esterilizados.

O comitê por sua vez, define as análises de validação necessárias, como os

testes de esterilidade, teste de resíduos de ETO, teste de pirógenos entre outros.

Nesta parte do processo, se aplica a questão mais fidedigna do controle de

qualidade, pois se define o laboratório que realizará as análises de validação e os

números de amostras necessárias para serem analisadas.

Ao comitê receber os resultados das análises de validação, deve ser realizada

uma avaliação completa dos resultados e do protocolo. Repetir as análises e corrigir

o protocolo, caso seja necessário.

Após isto, se o protocolo e os resultados estiverem adequados, o comitê

documenta todas as informações e encaminha para a alta administração poder

deliberar. Caso o protocolo e resultados não estejam conformes, o comitê implanta

junto aos usuários o USO ÚNICO dos materiais.

35

Page 38: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

A alta administração da instituição, ao receber a documentação, realiza uma

análise do processo de validação, do protocolo detalhado para o reuso e, desta

forma, confronta-o com as repercussões institucionais deste procedimento, podendo

assim ser aprovado ou não.

Caso seja reprovado, o comitê de reuso, junto aos usuários implanta o USO

ÚNICO do material. E caso seja aprovado, a administração define a implantação do

protocolo de reuso de MUU e encaminha para o comitê de reuso.

O comitê por sua vez, implanta junto aos usuários e os serviços envolvidos o

protocolo de reuso de MUU na instituição.

36

Page 39: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

Figura 2. Algoritmo para análise e validação do reu so

P R O T O C O L O D E A N Á L IS E E V A L ID A Ç Ã O D O R E U S OA

LTA

AD

MIN

IST

RA

-

ÇÃ

O D

O

HO

SP

ITA

L

CE

NT

RA

L D

E M

AT

ER

IAIS

E

ES

TE

RIL

IZA

ÇÃ

O

CO

MIS

O D

E

CO

NT

RO

LE D

E

INF

EC

ÇÃ

O H

OS

PIT

ALA

R

US

RIO

CO

MIT

Ê D

E R

EU

SO

D o c u m e n ta r e

e n c a m in h a r p a ra C o m itê

d e R e u s o

P ro d u to in d ic a d o p a ra p ro to c o lo d e a n á lis e e

v a l id a ç ã o d o re u s o

A n a lis a r o s r is c o s

p o te n c ia is d o re u s o q u a n to à

in fe c ç ã o e m p a c ie n te s e

p ro f is s io n a is

In íc io

A n a lis a r o s r is c o s

p o te n c ia is d o re u s o q u a n to à fu n c io n a l id a d e

A n a l is a r p a re c e re s e s tu d o d e c u s to -b e n e fíc io in ic ia l ,

A n á l is e p ré v ia d o s c u s to s d o

p ro c e s s a m e n to

A n á lis e p ré v ia d a v ia b i lid a d e

d e lim p e z a , p e lo s

p ro c e s s o s e ro t in a s

h a b itu a is d a C M E

A n á lis e d e r is c o -b e n e f íc io a c e itá v e l?

O r ie n ta r s o b re o s c r ité r io s d e a v a l ia ç ã o d a in te g r id a d e

e fu n c io n a l id a d e a s e re m o b s e rv a d o s n o p ro c e s s a m e n to

S o l ic i ta r p a re c e r d o u s u á r io , C C IH e C M E

D o c u m e n ta r e

e n c a m in h a r p a ra C o m itê

d e R e u s o

D o c u m e n ta r e

e n c a m in h a r p a ra C o m itê

d e R e u s o

D a r c o n t in u id a d e a o p ro to c o lo

N ã o

S im

D e s e n v o lv e r s is te m á t ic a d e

a c o m p a n h a m e n to d o s p a c ie n te s q u e u ti liz a re m

o p ro d u to re u s a d o

V a l id a r p ro c e s s o d e l im p e z a :ϕ E ta p a s e m é to d o s ;ϕ In s p e ç ã o v is u a l c o m

le n te d e a u m e n to ;ϕ T e s te s q u ím ic o s

P ro to c o lo d e lim p e z a v a lid a d o ?

S o l ic ita r a o u s u á r io c r i té r io s d e a v a l ia ç ã o d a in te g r id a d e

e fu n c io n a lid a d e a s e re m o b s e rv a d o s n o p ro c e s s a m e n to

S im

N ã o

D e f in ir p ro c e s s o d e e s te r i liz a ç ã o a d e q u a d o

a o p ro d u to

E n c a m in h a r a m o s tra s

e s te r il iz a d a s p a ra C o m itê d e R e u s o

D e f in ir a n á lis e s d e v a lid a ç ã o n e c e s s á r ia s :ϕ T e s te d e e s te r i l id a d eϕ T e s te d e re s íd u o s d e

E T O ;ϕ T e s te d e p iró g e n o sϕ O u tro s

D e fin ir :ϕ L a b o ra tó r io p a ra

re a l iz a r a s a n á l is e s d e v a lid a ç ã o

ϕ N ú m e ro d e a m o s tra s a s e re m a n a l is a d a s

E n c a m in h a r p a ra a n á lis e s

A n a l is a r re s u lta d o s e

p ro to c o lo

D e s e n v o lv e r s is te m á t ic a d e a n á lis e

d a fu n c io n a lid a d e , c r i té r io s d e d e s c a r te , d e

ra s tre a b il id a d e e c o n t ro le d o n ú m e ro d e

u s o s d o p ro d u to

Im p la n ta r , c o m u s u á r io s o U S O

Ú N IC O d o p ro d u to

C o m itê d e R e u s oIm p la n ta r , c o m

u s u á r io s o U S O Ú N IC O d o p ro d u to

A n a l is a r d a n o s a o m a te r ia l p e la e s te r i liz a ç ã o

P ro to c o lo e re s u lta d o s

c o n fo rm e s ?

R e p e t ir a n á l is e s e

c o rr ig ir p ro to c o lo s e n e c e s s á r io

D o c u m e n ta r e n v ia r p a ra a d m in is t ra ç ã o

a u to r iz a r

S im

A n a l is a r p ro c e s s o d e v a l id a ç ã o , p ro to c o lo

p ro p o s to p a ra o re u s o e c o n f ro n ta r c o m

re p e rc u s s õ e s in s t itu c io n a is

A p ro v a d o re u s o ?

D e f in ir im p la n ta ç ã o d o p ro to c o lo d e re u s oD e fin ir u s o ú n ic o d o

p ro d u to

C o m itê d e R e u s oIm p la n ta r , c o m

u s u á r io s o U S O Ú N IC O d o p ro d u to

N ã o

S im

Im p la n ta r , c o m u s u á r io s e s e rv iç o s

e n v o lv id o s o p ro to c o lo d e re u s o

N ã o

37

Page 40: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

6 CONCLUSÃO

De acordo com a literatura analisada, é possível concluir que um algoritmo

direcionador para a tomada de decisão do profissional ao reuso de material de uso

único, é de grande importância. Consiste em ferramenta para garantia da efetividade

e da segurança do reprocessamento de materiais hospitalares de uso único.

Assim como é permitida no Brasil, a reutilização de materiais de uso único,

mediante a implantação de protocolos de toda a rotina realizada, fica frisada que

somente seguir os passos apresentados nos algoritmos não garante que o processo

estabelecido na instituição esteja favorável, pois, antes de tudo, cada serviço de

saúde deverá adaptar o algoritmo conforme sua realidade. Desta forma, a base

técnica-científica é de extrema importância, assim como o cumprimento da

legislação vigente, considerando as mudanças no âmbito dos procedimentos

recomendados, tecnologia dos produtos para a saúde e normas sanitárias.

Consequentemente, o questionamento sobre um único algoritmo direcionador

para a tomada de decisão ao reuso seguro de material de uso único, aplicado a

todas as situações, terá como resposta um não. É evidente que não há um único

algoritmo, mas pode haver um que trará subsídios para a construção de outros

algoritmos direcionadores em cada instituição. A reflexão sobre as etapas do

processo e as medidas de controle, culminando na construção do algoritmo

institucional poderão tornar o reuso de MUU mais qualificado e eficaz.

É possível, com este estudo, chegar à conclusão de que, caso não haja no

mercado produtos permanentes similares para a substituição dos MUU, é de

extrema importância realizar uma análise de custo-benefício. No entanto, havendo

relação favorável, é aconselhável manter o uso único. Mesmo que o custo do

material esteja elevado, se não houver condições seguras para seu reprocesso,

deve-se manter o uso único. Mas se o custo for baixo, isto já justificará o uso único.

Desta forma, fica evidente com este estudo que, antes de realizar as etapas do

reprocessamento de um MUU, é necessário que a CME estabeleça e descreva

todos os passos do procedimento, a fim de garantir que o MUU esteja realmente em

condições de reuso. Para isto, este algoritmo pode ser uma diretriz inicial à

instituição quando se cogita em reprocessar um material de uso único.

38

Page 41: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A validação da proposta do algoritmo direcionador para a tomada de decisão do

Enfermeiro ao reuso de material de uso único, não foi realizada neste estudo. Esta

validação envolveria um novo estudo com objetivos e metodologia diferenciados, em

campo, com cronograma e financiamento a serem realinhados, necessários para

poder avaliar todos os parâmetros do processo, junto a profissionais competentes e

qualificados. Desta forma, fica desenhada a oportunidade de ampliação da presente

pesquisa.

39

Page 42: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

REFERÊNCIAS AMARANTE, J. M. B. et al. Reprocessing and reuse of single-use medical devices used during hemodynamic procedures in brazil: a widespread and largely overlooked problem. Infection Control and Hospital Epidemiology , v.29, n.9, set. 2008. BAFFI, S. H. de O. Reprocessamento de cateteres de hemodinâmica: a busca de qualidade nesta prática. 139f. Dissertação (Mestrado)- Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. BAFFI, S. H. de O.; LACERDA, R. A. Reprocessamento e reutilização de produtos odonto-médico-hospitalares originalmente de uso único. In: LACERDA, R. A. Controle de infecção em Centro Cirúrgico: fatos, mi tos e controvérsias . 1. Ed. São Paulo: Atheneu; 2003. cap.13, p. 213-238. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3, de 07 de fevereiro de 1986. Dispõe sobre produto correlato. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 12 fev. 1986. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=996 &word=>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº 4, de 07 de fevereiro de 1986. Dispõe sobre a inclusão de artigos correlatos na definição de artigo médico-hospitalar. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 12 fev. 1986. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=610&word=>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº 8, de 08 de julho de 1988. Autoriza a execução de serviço de reesterilização e processamento de artigos médicos-hospitalares. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 12 jul. 1988. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=998&w ord=>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Consulta Pública nº 98, de 06 de dezembro de 2001. Dispõe sobre produtos médicos de uso único e o reprocessamento do grupo de produtos médico-hospitalares que especifica e dá outras providências. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 11 dez. 2001. Disponível em: <http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP[2731-1-0].PDF>. Acesso em: 05 mar. 2010.

40

Page 43: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

______. Ministério da Saúde. Consulta Pública nº 17, de 19 de março de 2004. Relaciona produtos médicos de uso único, dispõe sobre o reprocessamento do grupo de produtos médico-hospitalares que especifica e dá providências correlatas. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 22 mar. 2004. Disponível em: <http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP[6781-1-0].PDF>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 156, de 11 de agosto de 2006. Dispõe sobre o registro, rotulagem e re-processamento de produtos médicos, e dá outras providências. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 14 ago. 2006. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php ?mode=PRINT_VERSION&id=23594>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 30, de 15 de fevereiro de 2006. Dispõe sobre o registro, rotulagem e re-processamento de produtos médicos, e dá outras providências. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 16 fev. 2006. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php ?mode=PRINT_VERSION&id=20926>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Resolução Específica RE nº 515, de 15 de fevereiro de 2006. Estabelece a lista de produtos médicos enquadrados como de uso único proibidos de serem reprocessados. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 16 fev. 2006. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/ public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=20994>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Resolução Específica RE nº2605, de 11 de agosto de 2006. Estabelece a lista de produtos médicos enquadrados como de uso único proibidos de ser reprocessados. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 14 ago. 2006. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=23407>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Resolução Específica RE nº2606, de 11 de agosto de 2006. Dispõe sobre as diretrizes para elaboração, validação e implantação de protocolos de reprocessamento de produtos médicos e dá outras providências. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 14 ago. 2006. Disponível em: < http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VE RSION&id=23598>. Acesso em: 05 mar. 2010. ______. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 33, de 16 de agosto de 2010. Dispõe sobre a proibição de registro de novos produtos saneantes na categoria "esterilizantes" para aplicação sob a forma de imersão, a adequação dos produtos esterilizantes e desinfetantes hospitalares para artigos semicríticos já registrados na

41

Page 44: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

ANVISA e dá outras providências. D.O.U. - Diário Oficial da União ; Poder Executivo, Brasília, DF, 18 ago. 2010. Disponível em: < http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/rdc/105104-33.html>. Acesso em: 15 mai. 2010. CALICCHIO, L. G.; LARANJEIRA, P. R. Controle da esterilização: monitoramento e validação do processo. In: Padoveze, M. C., Graziano, K. U. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em serviços de saúde. 1.ed. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2010. cap. 8, p. 193-218. CANADIAN HEALTHCARE ASSOCIATION (CHA). The reuse of single-use medicals devices: guidelines for healthcare facilit ies . Otawa: CHA, 1996. 149f. COHOON, B. D. Reprocessing of single-use devices. AORN Journal , Denver, v.75, n.3, p.557-567, Mar. 2002. DENSER, C. P. A. C. Reprocessamento e reutilização de material odonto-médico-hospitalar de uso único: busca de evidências pela revisão sistemática de literatura científica. 187f. Dissertação (Mestrado)- Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. DUNN, D. Reprocessing single-use devices: the ethical dilemma. AORN Journal , Denver, v.75, n.5, p.989-1004, May. 2002. Emergency Care Research Institute (ECRI). Special report: reuse of single-use medical devices: making informed decisions. Plymouth Meeting, USA: Butler Pike; 1997. FARRER, H. et al. Programação estruturada de computadores: Algoritmos estruturados. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. 259p. GRAZIANO, K. U. Processos de limpeza, desinfecção e esterilização de artigos odonto-médico-hospitalares e cuidados com o ambiente de centro cirurgico. In: LACERDA, R. A. Controle de infecção em Centro Cirúrgico: fatos, mi tos e controvérsias . São Paulo: Atheneu, 2003. cap.11, p.163-195. GRAZIANO, K. U. Métodos muímicos de esterilização por imersão. In: Padoveze MC, Graziano, K. U. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em serviços de saúde. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2010. cap. 7, p.182-192.

42

Page 45: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

GRAZIANO, K. U.; PINTO, F. M. G.; STEMPLIUK, V. Métodos físico-químicos de esterilização. In: Padoveze, M. C., Graziano, K. U. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em serviços de saúde. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2010. cap. 6, p.167-178. LUCAS, T. C.; SOUZA, M. C. M. R.; FERREIRA, R. L. A. Reprocessamento de artigos odonto-médico-hospitalares de uso único: an álise do comprometimento físico e químico. Online Brazilian Journal of Nursing, v.8, n.3, 2009. LOPES, C. de L. B. C. Avaliação da esterilidade de instrumentais laparoscópicos de uso único reprocessados após cont aminação artificial . 153f. Dissertação (Mestrado)- Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. PADOVEZE, M. C. Esterilização: aspectos gerais. In: PADOVEZE, M. C.; GRAZIANO, K. U. Esterilização de artigos em unidades de saúde. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2003. p. 02-18. PADOVEZE, M. C.; QUELHAS, M. C.; NAKAMURA, M. H. Y. Métodos físicos de esterilização. In: Padoveze, M. C., Graziano, K. U. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em serviços de saúde. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2010. cap.5, p.108-125. PADOVEZE, M. C.; GRAZIANO, K. U.; LEICHSENRING, M. L. Aplicação de critérios para a tomada de decisões. In: PADOVEZE, M. C.; Reprocessamento de artigos de uso único. 1. ed. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2008. cap. 5, p. 62-72. PEREIRA, M. C. O. Preparo, embalagem, transporte e armazenagem. In: Padoveze, M. C., Graziano, K. U. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em serviços de saúde. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2010. cap.4, p. 83-107. POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem . 3.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

43

Page 46: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

PSALTIKIDIS, E. M. Proposta metodológica para análise dos custos do reprocessamento de pinças de uso único utilizadas e m cirurgia vídeo-assistida . 174f. Dissertação (Mestrado)- Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. PSALTIKIDIS, E. M; QUELHAS, M. C. F. Desinfecção de artigos. In: Padoveze, M. C., Graziano, K. U. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em serviços de saúde. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2010. cap. 13, p. 265-304. RIBEIRO, S. M. P. C. Diretrizes para a elaboração de protocolos de reprocessamento de artigos de uso único. In: Padoveze, M. C. Reprocessamento de artigos de uso único. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2008. cap. 6, p. 73-80. RIBEIRO, S. M. C. P. Limpeza. In: Padoveze, M. C.; Graziano, K. U. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em serviços de saúde. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2010. cap.3, p. 57-82. RUTALA, W. A.; WEBER, D. J. Guideline for disinfection and sterilization in healthcare facilities. 2008. Atlanta, EUA: Centers for Disease Control and Prevention. 2008. SILVIA, A. A. et al. Aspectos relevantes no reprocessamento de artigos de uso único- parte I: Limpeza e inspeção. In: Padoveze, M. C. Reprocessamento de artigos de uso único. São Paulo: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2008. cap. 4, p. 42-49. SPAUDING, E. H. Chemical disinfection of medical and surgical mater ials. In: Laurence, C. A.; Block, S. S. Desinfection, sterilization, and preservation. Philadelphia: Lea & Febiger; 1968. p. 517-31.

44

Page 47: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

GLOSSÁRIO Desinfecção: processo de eliminação de micro-organismos presentes em

superfícies e materiais, em que há morte de vírus e bactérias vegetativas e não

destruição de esporos (RUTALA; WEBER, 2008).

Esterilização: processo de destruição de todas as formas de vida microbiana.

Realizada por meio de processos físicos ou químicos e aplica-se a objetos

inanimados (RUTALA; WEBER, 2008).

Limpeza: remoção da sujidade visível por processo manual ou mecânico, utilizando-

se detergentes e água, com a finalidade de remover a matéria orgânica e reduzir a

carga microbiana dos materiais (RIBEIRO, 2010).

Materiais médico-hospitalares de uso único: produtos que, após o uso, perdem

suas características originais ou que, em função de outros riscos reais ou potenciais

à saúde do usuário, não devem ser reutilizados (BRASIL, 1986a).

Materiais não críticos: são todos aqueles que entram em contato apenas com pele

íntegra e ainda os que não entram em contato direto com a pele do paciente

(RUTALA; WEBER, 2008).

Materiais semicríticos: são todos aqueles que entram em contato com mucosa e

pele íntegra, capazes de impedir a invasão dos tecidos subepiteliais (RUTALA;

WEBER, 2008).

45

Page 48: CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Especialização …nascecme.com.br/artigos/Mono-Renata-T5A.pdf · Curso de Especialização em Enfermagem em Centro Cirúrgico Renata Carolina

Materiais críticos: são todos aqueles que entram em contato com o tecido

subepitelial, sangue e cavidades (RUTALA; WEBER, 2008).

Reesterilização: processo de esterilização de materiais já esterilizados que não

foram utilizados, em razão do vencimento do prazo de validade da esterilização ou

de outra situação na qual não haja segurança quanto ao processo ou resultados da

esterilização anterior (BRASIL, 2001).

Reprocessamento: processo a ser aplicado a materiais médico-hospitalares para

permitir sua reutilização, inclui limpeza, desinfecção, esterilização, preparo,

embalagem, rotulagem e controle de qualidade (BRASIL, 2001).

Reuso: processo a ser aplicado a materiais médico-hospitalares de uso único já

utilizado para uso em outro paciente, que inclui limpeza, desinfecção, preparo,

embalagem, rotulagem, esterilização, testes biológicos e químicos, análise residual

do agente esterilizante conforme legislação vigente, de integridade física de

amostras e controle de qualidade de um material aberto e não utilizado (BRASIL,

2004).

46