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i CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais Avaliação das Propriedades Mecânicas em Juntas Soldadas do Aço ASTM A 36 pelo Processo de Eletrodo Revestido em Diferentes Posições de Soldagem Rio de Janeiro - RJ 2016

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i

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais

Avaliação das Propriedades Mecânicas em Juntas Soldadas

do Aço ASTM A 36 pelo Processo de Eletrodo Revestido em

Diferentes Posições de Soldagem

Rio de Janeiro - RJ 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS

Avaliação das Propriedades Mecânicas em Juntas Soldadas

do Aço ASTM A 36 pelo Processo de Eletrodo Revestido em

Diferentes Posições de Soldagem

Jahn Lisboa Dihlmann

Rio de Janeiro 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS

Avaliação das Propriedades Mecânicas em Juntas Soldadas

do Aço ASTM A 36 pelo Processo de Eletrodo Revestido em

Diferentes Posições de Soldagem

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais, do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste. Área de concentração: metalurgia.

Orientado: Jahn Lisboa Dihlmann Orientador: Mauro Carlos Lopes Souza, D.Sc.

Rio de Janeiro 2016

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

X000 Dihlmann, Jahn Lisboa.

Avaliação das propriedades Mecânicas em Juntas Soldadas do Aço ASTM A 36 pelo Processo de Eletrodo Revestido em Diferentes Posições de Soldagem. / Jahn Lisboa Dihlmann – 2016.

67p.

Orientador: Prof. Mauro Carlos Lopes de Souza, DSc. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Estadual

da Zona Oeste – Rio de Janeiro. 1. Soldagem. 2. Eletrodo Revestido. 3. Posições de

Soldagem. 4. Aço A36. 5. Propriedades Mecânicas.

XXX 000.000

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Jahn Lisboa Dihlmann

Avaliação das propriedades Mecânicas em Juntas Soldadas do Aço ASTM A 36 pelo Processo de Eletrodo Revestido em Diferentes Posições de Soldagem

Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais, do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste. Área de concentração: metalurgia.

Aprovado em: 28 de setembro de 2016. Banca Examinadora:

_____________________________________________________ Prof. Mauro Carlos Lopes Souza, DSc (Orientador) Centro Universitário Estadual da Zona Oeste – UEZO

_____________________________________________________ Prof. Carlos Alberto Martins Ferreira, DSc Centro Universitário Estadual da Zona Oeste - UEZO

_____________________________________________________ Prof. Alisson Clay Rios da Silva, DSc

Universidade Federal do Para - UFPa

Rio de Janeiro 2016

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Dedicatória

À Deus, por ter me dado todas as forças e oportunidades para que eu chegasse a aqui.

Aos meus pais, Michael e Luciene, por todo o apoio, amor, carinho e educação que

me ofereceram desde o início.

À minha amada esposa Cléa, por todo o suporte durante os momentos bons e

ruins ao longo da minha trajetória.

Ao meu amado filho Lucas, por ser a minha fonte de inspiração para vencer

qualquer desafio.

Às minhas irmãs Caroline e Julye, por serem companheiras inseparáveis

em todos os momentos.

Aos meus colegas de classe e professores da UEZO por todos os

momentos bons que passamos, que foram de grande

valia para minha formação pessoal e profissional.

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Agradecimentos

Ao meu orientador, Prof. Dr. Mauro Carlos Lopes Souza, por seu excelente trabalho

como orientador e professor.

Aos meus amigos da Metalúrgica Ferforma, Carlos Morais, Valdir, Vanderlei e Geraldo,

pela doação e apoio na preparação dos corpos de prova para o trabalho.

À empresa EBSE e ao meu grande amigo Gilherme Dumay, por terem aberto as portas

de seu laboratório de forma incondicional, possibilitanto assim a realização deste

trabalho.

Ao meu amigo Roberto Fernandes por todo apoio no planejamento dos ensaios e ao

excelente profissional de laboratório da EBSE, Everton Mesquita Martins, que foi

fundamental para a realização dos ensaios.

Aos professores e alunos da UEZO por todos os conhecimentos trocados.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização do presente

trabalho.

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“Aqueles que se sentem satisfeitos sentam-se e nada fazem. Os insatisfeitos são os

únicos benfeitores do mundo.”

Walter S. Landor

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RESUMO

Com o objetivo de proporcionar meios para a comparação das soldagens de

difícil acesso usualmente encontradas em campo, normalmente de qualidade

desconhecida, neste presente trabalho foi realizada a comparação entre as

propriedades mecânicas de corpos de prova do aço A36 soldados através do

processo eletrodo revestido em diferentes posições. Os corpos de prova foram

cortados e usinados e em seguida foram realizados os ensaios visual de solda,

liquido penetrante, ensaio de tração, ensaio de dobramento, impacto Charpy,

dureza Vickers e o exame macrográfico com Nital 10% conforme procedimentos de

normas internacionais. A partir do resultado dos ensaios foi possível prever o

comportamento mecânico de cada junta soldada nas posições plana, horizontal e

sobrecabeça, três das posições de soldagem mais utilizadas pela indústria e assim,

fazer as devidas recomendações de execução das mesmas. A soldagem na

posição plana se mostrou melhor nos ensaios, sendo a posição que deve ser

procurada sempre que possível, já a soldagem na posição sobrecabeça deve ser

evitada devido a sua dificuldade de execução.

Palavras chave: Soldagem; Aço A36; Posições de Soldagem; Ensaios Mecânicos; Macrografias.

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ABSTRACT

In order to provide means for comparing the welding of difficult access usually

found in the field, usually of unknown quality in this present study was performed to

compare the mechanical properties of the steel specimens A36 soldiers through the

electrode process coated in different positions. The specimens were cut and

machined, and then the visual tests were performed welding, liquid penetrant,

traction, bending, Charpy impact test, Vickers hardness and macrographic Nital

exam with 10% according to the procedures of international standards.

From the result of tests it was possible to predict the mechanical behavior of each

weld in the flat position, the horizontal and overhead three welding positions of the

most used by industry and thus make the proper recommendations of implementing

same. The welding in the flat position fared better in the tests, and the position

should be sought wherever possible, as welding in the overhead position should be

avoided because of its difficulty of execution.

Keywords: welding; A36 steel; welding positions; mechanical tests; macrography.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Esquema do Processo de Sodagem por Eletrodo Revestido.........................9

Figura 2 – Esquema simplificado do processo de soldagem por eletrodo revestido......10

Figura 3 – Demonstrativo do Efeito da Concentricvidade do Revestimento...................12

Figura 4 – Especificações para Consumíveis da AWS...................................................14

Figura 5 – Principais Posições de Soldagem..................................................................15

Figura 6 – Desenho esquemático de um cp submetido à carga de tração.....................17

Figura 7 – Diagrama de Tensão x Deformação..............................................................18

Figura 8 – Ilustracao do equipamento utilizado para a realizacao do ensaio.................19

Figura 9 – Representacao dos corpos de prova utilizados no ensaio Charpy................19

Figura 10 – Equipamento utilizado para ensaios de Impacto de Charpy........................20

Figura 11 – Medição da Dureza Rockwell.......................................................................24

Figura 12 – Medição da Dureza Brinell...........................................................................25

Figura 13 – Calculo da Dureza Vickers...........................................................................26

Figura 14 – Equipamento digital para medição da Dureza Shore...................................27

Figura 15 – Penetradores utilizados para microdureza...................................................28

Figura 16 - Posicionamento do corpo de prova na posição plana..................................29

Figura 17 - Posicionamento do corpo de prova na posição horizontal............................30

Figura 18 - Posicionamento do corpo de prova na posição sobrecabeça......................30

Figura 19 - Soldagem na posição plana..........................................................................31

Figura 20 - Soldagem na posição horizontal...................................................................32

Figura 21 - Soldagem na posição sobrecabeça..............................................................33

Figura 22 – LP lado A da posição plana..........................................................................34

Figura 23 - LP lado A posição horizontal.........................................................................34

Figura 24 - LP lado A posição sobrecabeça....................................................................35

Figura 25 - LP lado B posição plana...............................................................................35

Figura 26 - LP lado B posição horizontal.........................................................................36

Figura 27 - LP lado B posição sobrecabeça....................................................................36

Figura 28 - Processo de corte.........................................................................................37

Figura 29 - Amostras cortadas........................................................................................37

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Figura 30 - Amostras preparadas....................................................................................38

Figura 31 - Maquina de ensaio de tração utilizada..........................................................39

Figura 32 – Ensaio de tração da amostra soldada na posição plana.............................39

Figura 33 – Gráfico do Ensaio de Tensão x Deformação Pos. Plana.............................40

Figura 34 – Ensaio de tração da amostra soldada na posição horizontal.......................41

Figura 35 – Gráfico do Ensaio de Tensão x Deformação Pos. Horizontal......................42

Figura 36 – Ensaio de tração da amostra soldada na posição sobrecabeça..................42

Figura 37 – Gráfico do Ensaio de Tensão x Deformação Pos. Sobrecabeça.................44

Figura 38 – Resfriamento das amostras para o ensaio de impacto................................45

Figura 39 – Amostras utilizadas no ensaio tipo Charpy..................................................45

Figura 40 – Inicialização do ensaio de dobramento........................................................47

Figura 41 – Ensaio de dobramento das 03 amostras......................................................48

Figura 42 – Amostra soldada na posição plana após o ensaio de dobramento.............48

Figura 43 – Amostra soldada na posição plana após o ensaio de dobramento.............49

Figura 44 – Amostra soldada na posição plana após o ensaio de dobramento.............49

Figura 45 – Pontos de medição de dureza para a amostra soldada na posição plana..50

Figura 46 – Pontos de medição de dureza para a amostra sold. na pos. horizontal......51

Figura 47–Pontos de medição de dureza para a amostra sold. na pos. sobrecabeça...52

Figura 48 – Macrografia da amostra soldada na posição plana......................................53

Figura 49 – Macrografia da amostra soldada na posição horizontal...............................53

Figura 50 – Macrografia da amostra soldada na posição sobrecabeça..........................54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação dos Aços....................................................................................5

Tabela 2 – Exemplo de Classificação dos Aços pela ASTM.............................................6

Tabela 3 – Escala Mohs..................................................................................................26

Tabela 4 - Composição Quimica do Aço ASTM A36.......................................................28

Tabela 5 - Resultados do Ensaio de Charpy para a Sold. Feita na Pos.Plana...............46

Tabela 6 - Resultados do Ensaio de Charpy para a Sold. Feita na Pos.Horizontal........46

Tabela 7 - Resultados do Ensaio de Charpy para a Sold. Feita na Pos.Sobrecabeça...47

Tabela 8 – Comparativo dos resultados dos ensaios por posição de soldagem............54

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas SMAW - Shielded Metal Arc Welding AISI - American Iron and Steel Institute SAE - Society of Automotive Engineers ASTM - American Society for Testing and Materials AWS - American Welding Society EBSE – Empresa Brasileira de Solda Elétrica

– tensão de engenharia

– deformação de engenharia A – amperes J – joules V- volts F – força L° - comprimento inicial A° - área inicial Mpa – mega pascal HV – dureza Vickers

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SUMÁRIO

RESUMO......................................................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ x

LISTA DE TABELAS .................................................................................................... xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..................................................................... xivv

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 2

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 3 3.1 A importância dos aços .............................................................................................. 3 3.1.1 Classificações dos aços ......................................................................................... 4 3.1.2 Aços de baixo carbono ............................................................................................ 7 3.2 Soldagem por eletrodo revestido (SMAW-Shielded Metal Arc Welding) .................... 7 3.2.1 Equipamentos ....................................................................................................... 10 3.2.2 Consumiveis .......................................................................................................... 11 3.2.2.1 Tipos de revestimento.........................................................................................12 3.2.2.2 A especificação AWS..........................................................................................14 3.2.3 Posições de soldagem .......................................................................................... 15 3.3 Ensaios mecânicos .................................................................................................. 16 3.3.1 Ensaio de Tração .................................................................................................. 16 3.3.2 Ensaio de Impacto ................................................................................................. 18 3.3.3 Ensaio de Dobramento .......................................................................................... 20 3.3.4 Ensaio de Dureza .................................................................................................. 22 3.3.4.1 Teste de Dureza Rockwell...................................................................................23 3.3.4.2 Teste de Dureza Brinell.......................................................................................24 3.3.4.3 Teste de Dureza Vickers.....................................................................................25 3.3.4.4 Teste de Dureza Mohs........................................................................................26 3.3.4.5 Teste de Dureza Shore.......................................................................................27 3.3.4.6 Teste de Microdureza Knoop/Vickers..................................................................27

4. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 28 4.1.1 Metal Base..............................................................................................................28 4.1.2 Metal de Adição......................................................................................................29 4.2. Preparação dos corpos de prova.............................................................................29 4.3 Soldagem dos corpos de prova ................................................................................ 31

4.3.1 Posição plana.........................................................................................................31

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4.3.2 Posição horizontal..................................................................................................32 4.3.3 Posição sobrecabeça.............................................................................................33 4.4 Inspeção visual e por liquido penetrante das soldas.................................................33 4.5 Corte e Usinagem das Amostras...............................................................................36

5. RESULTADOS E DISCUÇÕES ................................................................................. 38 5.1.1 Ensaio de Tração da Amostra Soldada na Posição Plana.....................................38 5.1.2 Ensaio de Tração da Amostra Soldada na Posição Horizontal..............................41 5.1.3 Ensaio de Tração da Amostra Soldada na Posição Sobrecabeça.........................42 5.2 Ensaio Charpy...........................................................................................................44 5.3 Ensaio de Dobramento..............................................................................................47 5.4 Ensaio de Dureza Vickers.........................................................................................50 5.4.1 Ensaio de Dureza na Amostra Soldada na Posição Plana....................................50 5.4.2 Ensaio de Dureza na Amostra Soldada na Posição Horizontal.............................51 5.4.3 Ensaio de Dureza na Amostra Soldada na Posição Sobrecabeça........................51 5.5 Exame Macrografico..................................................................................................52

6. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 55

7. SUGESTÕES PARA PRÓXIMOS TRABALHOS ...................................................... 56

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 57

ANEXOS ........................................................................................................................ 59

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1. INTRODUÇÃO

Dentre os meios de união de materiais metálicos a soldagem é o mais amplamente

utilizado pela indústria. Desde pequenas uniões, como de circuitos eletrônicos, por

exemplo, até grandes obras da engenharia, como vasos de pressão, embarcações e

aeronaves. A soldagem mostra-se como uma excelente opção devido, principalmente,

ao sua grande versatilidade, resistência e ao seu relativo baixo custo (MODENESI,

1983).

Em muitos casos, devido a diferentes fatores, o posicionamento das peças para a

soldagem em posição mais favorável não é possível. Neste caso, o processo de

soldagem escolhido deve ser escolhido, de forma que ele melhor se adeque a posição

de soldagem. Alguns processos se adequam bem a variações na posição de soldagem.

Dentre eles, está o processo de eletrodo revestido – SMAW, objeto de estudo deste

trabalho. O SMAW é um processo de soldagem bem rústico, pois ele precisa de

equipamentos relativamente simples quando comparado aos outros processos e pode

atingir regiões de difícil acesso com certa facilidade (ESAB, 2000).

Porém, em muitos casos, principalmente quando o executante não possui meios de

realizar ensaios mecânicos, a qualidade das soldas pode ficar duvidosa. Sob este ponto

de vista, o presente trabalho objetiva avaliar a influência da alteração nas posições de

soldagem sobre as propriedades mecânicas das mesmas.

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2

2 – Objetivos 2.1 – Objetivo Geral

Avaliar as propriedades mecânicas principais de amostras do aço carbono A36

soldadas pelo processo eletrodo revestido em diferentes posições de soldagem,

contribuindo assim para o aprimoramento do processo de soldagem da indústria e de

todos os interessados.

2.2 – Objetivos Específicos

Avaliar experimentalmente quais são as propriedades mecânicas desejáveis

conseguidas em cada posição de soldagem;

Comparar de forma objetiva três posições distintas de soldagem: posição plana,

posição horizontal e posição sobrecabeça;

Alertar sobre as precauções a serem tomadas de acordo com a posição de

soldagem escolhida;

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3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 A importância dos aços

Muitas vezes confundido pelo ferro, o aço possui uma grande importância na

atualidade. O aço surgiu basicamente com a Revolução Industrial, com a invenção dos

fornos que possibilitaram a correção das impurezas do ferro e a adição de propriedades

importantes como, por exemplo, a resistência ao desgaste, à corrosão, ao impacto, etc.

Com estas vantagens aliadas ao baixo custo, o aço passou a representar cerca de 90%

de todos os metais consumidos pela indústria (MODENESI, 1983).

Basicamente, o aço é uma liga de ferro e carbono, podendo ser de alto ou baixo

carbono. Pode também ser ligado, em geral, com Manganes, Cromo, Niquel,

Molibdênio, Tungstênio, Vanadio, Cobalto, Nióbio, Silício, etc, podendo ser de baixa liga

ou alta liga (CHIAVERINI, 1988).

O ferro é encontrado em toda crosta terrestre, fortemente associado ao oxigênio

e à sílica. O minério de ferro é um óxido de ferro, misturado com areia fina. O carbono é

também relativamente abundante na natureza e pode ser encontrado sob diversas

formas. Na siderurgia, usa-se carvão mineral, e em alguns casos, o carvão vegetal

(FREIRE, 2011).

Do ponto de vista de aplicações, como o aço carbono (de baixo carbono)

geralmente não possui boa resistência mecânica, é comumente usado em grades,

portões, e guarda-corpos decorativos em que se aproveita a plasticidade do material,

trabalhando no estado líquido, permitindo a moldagem de desenhos ricamente

detalhados. Já o aço carbono de alto carbono, ou de baixa ou alta liga, é empregado

quando existe a necessidade de melhor resistência mecânica e uma maior

responsabilidade estrutural. Ele está presente, praticamente, em todas as estruturas,

nos mais variados tipos e formas para as mais variadas aplicações. Desta forma o aço

atende plenamente a necessidades especificas da atualidade, que pede aplicações

específicas quanto a suas propriedades mecânicas, na composição química e em suas

formas de geometria ou acabamento (CALLISTER, 2002).

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4

3.1.1 Classificações dos aços

Os aços podem ser classificados de diferentes formas de acordo com as suas

propriedades comuns:

composição, como aços-carbono e aços-liga

processo de acabamento, com aços laminados a quente ou aços laminados a frio

forma do produto acabado, como barras, chapas grossas, chapas finas, tiras,

tubos ou prefis estruturais.

Existem ainda subdivisões desses grupos, como aços-carbono de baixo, médio

ou alto teor de carbono, já os aços-liga podem ser classificados de acordo com os

principais elementos presentes em suas ligas (REED HILL, 1973).

Dentre as classificações mais utilizadas está a da "American Iron and Steel

Institute -AISI" - e da "Society of Automotive Engineers - SAE", estas classificações

levam em consideração a composição química do aço. Nesse sistema, as letras XX ou

XXX correspondem aos teores de carbono. Assim, por exemplo, nas designações AISI-

SAE, a classe 1020 significa aço-carbono com 0,20% de carbono em média. Neste tipo

de classificação, os dois primeiros algarismos diferenciam os vários tipos de aços entre

si, pela presença ou somente de carbono como principal elemento de liga (além, é

claro, das impurezas normais silício, manganês, fósforo e enxofre), ou de outros

elementos de liga, como níquel, cromo, etc., além do carbono.

Assim, quando os dois primeiros algarismos são 10, os aços são simplesmente

ao carbono; quando são 11, os aços são de usinagem fácil com alto enxofre; quando

são 40, os aços são ao molibdênio, com 0,25% de molibdênio em média e assim em

seguida, conforme pode ser visto na tabela 1.

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5

Tabela 1 – Classificação dos Aços (CHIAVERINI, 1988).

AISI-SAE

10XX Aços-carbono comuns

11XX Aços de usinagem fácil, com alto S

12XX Aços de usinagem fácil, com alto P e S

15XX Aços-Mn com manganês acima de 1%

13XX Aços-Mn com 1,75% de Mn médio

40XX Aços-Mo com 0,25% de Mo médio

41XX Aços-Cr-Mo com 0,4 a 1,1% de Cr e 0,08 a 0,35% de Mo

43XX Aços-Ni-Cr-Mo com 1,65 a 2 de Ni, 0,4 a 0,9% de Cr e 0,2 a 0,3% de Mo

46XX Aços-Ni-Mo com 0,7 a 2% de Ni e 0,15 a 0,3% de Mo

47XX Aços-Ni-Cr-Mo com 1,05% de Ni, 0,45% de Cr e 0,2% de Mo

48XX Aços-Ni-Mo com 3,25 a 3,75% de Ni e 0,2 a 0,3% de Mo

51XX Aços-Cr com 0,7 a 1,1% de Cr

E51100 Aços-cromo (forno elétrico) com 1% de Cr

E52100 Aços-cromo (forno elétrico) com 1,45% de Cr

61XX Aços-Cr-V com 0,6 ou 0,95% de Cr e 0,1 ou 0,15% de V mín.

86XX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,2% de Mo

87XX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,25% de Mo

88XX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,3 a 0,4 de Mo

9260 Aços-Si com 1,8% a 2,2% de Si

50BXX Aços-Cr com 0,2 a 0,6% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro

51B60 Aços-Cr com 0,8% de Cr e 0,0005 a 0,003 de boro

81B45 Aços-Ni-Cr-Mo com 0,3% de Ni, 0,45% de Cr, 0,12% Mo e 0,0005 a 0,003% de boro

94BXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,45% de Ni, 0,4% de Cr, 0,12% Mo e 0,0005 a 0,003% de boro

Outra classificação muito utilizada é a ASTM (American Society for Testing and

Materials). A tabela 2, a seguir, lista, como exemplo, as especificações gerais para os

aços estruturais do grupo A , englobando aplicações de construção civil, construção

Page 22: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE Lisboa Di… · Tabela 1 – Classificação dos Aços ... Tabela 2 – Exemplo de Classificação dos Aços pela ASTM ... 3.3.4.1 Teste

6

naval e ferroviária. Estas especificações (com dois e três dígitos) aplicam-se a

laminados planos, formas estruturais, chapas-perfis interconectáveis e barras.

Tabela 2 – Exemplo de Classificação dos Aços pela ASTM (CHIAVERINI,1988).

O material que foi utilizado para a confecção dos corpos de prova do presente

trabalho é o ASTM A36, devido à sua grande utilização na indústria de estruturas.

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7

3.1.2 Aços de baixo carbono

Aços de baixo carbono podem ser definidos como aços cuja quantidade máxima

de carbono é de aproximadamente 0,2%. Geralmente possuem baixa resistência

mecânica, dureza e alta dutilidade e tenacidade. Esta classe de aços é facilmente

usinavel e soldável e em contrapartida apresenta um baixo custo de produção quanto

comparado com outros aços. Devido ao fato de possuírem baixa dureza, normalmente

não são tratáveis termicamente em casos de aplicações que necessitem de tal

propriedade (ASKELAND, 2015).

As ligas de aço com baixo teor de carbono oferecem muitas aplicações, entre

elas estão a grande parte dos materiais que compõem a fabricação de um automóvel,

eletrodomésticos, estruturas metálicas utilizadas na construção civil e na área

petrolífera, etc (SHAKELFORD, 2008).

A proporção de carbono no aço afeta a ductilidade do material, a força e a

resistência. As ligas de aço com altos teores de carbono são mais fortes que os aços

com menor teor de carbono, por outro lado, o aço com alto teor de carbono é menos

dúctil que o aço com baixo teor de carbono. A ductilidade, porém, resulta em uma

fabricação mais pobre. Utilizando-se velocidades de rotação mais altas em máquinas de

usinagem a produção destes aços se tornam altamente dúcteis de forma muito mais

fácil. Em geral, os aços de baixa de qualidade, são os tipos com baixo teor de carbono,

porém para que haja uma melhora, no composto pode-se incluir alta presença de

fósforo e enxofre para que desta forma, possam oferecer uma melhor maleabilidade

destas ligas de aço, os tornado mais limpos e de melhor qualidade (VAN VLACK,

1988).

3.2 Soldagem por eletrodo revestido (SMAW-Shielded Metal Arc Welding)

O processo de soldagem por eletrodo revestido é um dos processos mais antigos

dentre os utilizados na atualidade. A solda por arco elétrico foi descoberta por um inglês

chamado Wilde em 1865, na ocasião, ele uniu com sucesso duas pequenas peças de

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8

ferro passando uma corrente elétrica através das mesmas, produzindo uma solda por

fusão.

Cerca de vinte anos depois, também na Inglaterra, Nikolas Bernardos e Stanislav

Olszewsky registraram a primeira patente de um processo de soldagem estabelecido

entre um eletrodo de carvão e a peça.

O processo de soldagem por eletrodos revestidos, como conhecido atualmente,

foi inventado somente em 1904, pelo engenheiro sueco Oscar Kjellberg, que buscou

uma solução para os problemas gerados pelos agentes atmosféricos nas soldas com

eletrodo metálico nu através da adição de revestimento de cal para facilitar a abertura

de arco e melhorar a sua estabilidade (ESAB,2000).

Mesmo com o surgimento de novos processos provenientes da busca contínua

por produtividade, o processo de eletrodo revestido continua sendo um dos mais

utilizados devido a sua grande versatilidade, ao baixo custo operacional, à simplicidade

dos equipamentos empregados e a possibilidade do uso em locais de difícil acesso.

O processo possui como suas principais desvantagens a baixa produtividade, os

cuidados especiais com os consumíveis e com o grande volume de gases gerados

durante a soldagem.

Geralmente o processo de soldagem por eletrodos revestidos é aplicado na

fabricação e montagem de equipamentos, na manutenção e reparos de tubulações, em

construções metálicas em geral no campo, em estaleiros, etc. As chapas soldadas pelo

processo costumam ter a espessura entre 3 mm e 40 mm (MARQUES, 2007).

A figura 1, a seguir, ilustra o principio de funcionamento deste tipo de processo

de soldagem:

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9

Figura 1 – Esquema do Processo de Sodagem por Eletrodo Revestido

(ESAB,2000).

O processo se baseia na criação de um arco elétrico entre o eletrodo revestido e

a peça, gerando calor o suficiente para que o metal base, a alma metálica do eletrodo e

o revestimento se fundam. A decomposição do revestimento gera gases de proteção o

suficiente para proteger o metal fundido da atmosfera. A escória, também formada pelo

revestimento do eletrodo, flutua no metal fundido, mantendo a proteção do mesmo

durante a solidificação (LANCASTER, 1992).

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10

3.2.1 Equipamentos

Os equipamentos para a soldagem por eletrodos revestidos são bastante simples

e baratos quando comparados com os de outros processos de soldagem. Consistem

basicamente em uma fonte de energia, um porta-eletrodos (também chamado de tenaz)

e cabos e conexões (ESAB,2000).

A figura 2, a seguir, exibe um descritivo simplificado acerca dos equipamentos

necessários para o processo, bem como a sua interligação:

Figura 2 – Esquema simplificado do processo de soldagem por eletrodo revestido

(ESAB,2000).

Porta-eletrodos – Sua função é conectar o cabo de solda e conduzir a corrente de

soldagem até o eletrodo. O mesmo possui um punho isolado para que o eletrodo possa

ser guiado sobre a solda. Existem diversos modelos de diferentes tamanhos e

capacidades de suportar as variadas correntes.

Terminal terra – É um componente utilizado para conectar o cabo terra ao local de

aterramento, que pode ser a própria peça ou qualquer dispositivo metálico que consiga

suportar as correntes de soldagem sem superaquecer.

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Cabos de solda – O cabo do eletrodo e o cabo terra são de extrema importância para o

processo de soldagem. Eles precisam ser flexíveis e possuir um bom isolamento

resistente ao calor. As conexões no porta-eletrodo, o terminal terra e os terminais da

fonte de energia devem ser bem fixados para que possuam baixa resistência elétrica.

São recomendados grandes diâmetros de cabos para que se tenha uma redução na

resistência elétrica. Quanto maior for o comprimento do cabo maior deverá ser o seu

diâmetro para que a resistência seja mantida a níveis satisfatórios.

Existem também outros acessórios que são fundamentais para a execução da

soldagem por eletrodo revestido como a picadeira, a escova de aço, a escova rotativa,

a esmerilhadeira, além dos equipamentos de proteção individual necessários para a

atividade.

3.2.2 Consumiveis

Os consumíveis para eletrodo revestido são relativamente simples, eles possuem

basicamente dois elementos principais: a alma metálica, normalmente composta por um

aço de baixo carbono, e o revestimento. A alma metálica é composta por alguns

elementos residuais e teores de fosforo e enxofre controlados, pois podem gerar a

fragilização da solda. Suas principais funções são a de conduzir a corrente elétrica e a

de fornecer o metal de adição para a junta (MODENESI, 1983).

A composição dos revestimentos é bastante variada e existem centenas de tipos

diferentes para as mais variadas aplicações. Os revestimentos são removidos das

pontas dos eletrodos ainda no processo de fabricação, para que o contato elétrico

através da tenaz seja garantido em uma ponta e para facilitar a abertura de arco na

outra ponta. A espessura do revestimento e a concentricidade da alma devem ser

garantidos (MACHADO, 2000). A figura 3, a seguir, demonstra detalhes do efeito da

concentricidade do revestimento na soldagem por eletrodos revestidos.

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Figura 3 – Demonstrativo do Efeito da Concentricvidade do Revestimento

(ESAB,2000).

3.2.2.1 Tipos de revestimento

Existe atualmente uma grande variedade de tipos de eletrodos revestidos com as

mais variadas composições de revestimentos. Conforme mostrado por Patton (1967) os

revestimentos podem ser classificados de diferentes tipos:

Celulósico – Apresenta como características principais:

- Elevada produção de gases provenientes da combustão de materiais orgânicos;

- Principais gases gerados: CO2, CO, H2, H2O (vapor);

- Não devem ser ressecados;

- A atmosfera redutora formada protege o metal fundido;

- O alto nível de hidrogênio no metal de solda depositado impossibilita o seu uso para

aplicações de responsabilidade devido à fragilização pelo hidrogênio;

- Alta penetração;

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- Pouca escória, facilmente destacável;

- Muito utilizado em tubulações na progressão descendente;

- Operando em CC+, obtém-se transferência por spray.

Rutílico - O revestimento rutílico apresenta as seguintes características:

- Consumível de uso geral;

- Revestimento apresenta até 50% de rutilo (TiO2);

- Média penetração;

- Escória de rápida solidificação, facilmente destacável;

- O metal de solda pode apresentar um nível de hidrogênio alto (até 30 ml/100g);

- Requer ressecagem a uma temperatura relativamente baixa, para que o metal de

solda não apresente porosidades grosseiras.

Básico - O revestimento básico apresenta as seguintes características:

- Geralmente apresenta as melhores propriedades mecânicometalúrgicas entre todos

os eletrodos, destacando-se a tenacidade;

- Elevados teores de carbonato de cálcio e fluorita, gerando um metal de solda

altamente desoxidado e com muito baixo nível de inclusões complexas de sulfetos e

fosfetos;

- Não opera bem em CA, quando o teor de fluorita é muito elevado;

- Escória fluida e facilmente destacável;

- Cordão de média penetração e perfil plano ou convexo;

- Requer ressecagem a temperaturas relativamente altas;

- Após algumas horas de contato com a atmosfera, requer ressecagem por ser

altamente higroscópico;

Altíssimo rendimento - O revestimento altíssimo rendimento apresenta as seguintes

características:

- Adição de pó de ferro (rutílico/básico);

- Aumenta a taxa de deposição;

- Pode ou não ser ligado;

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- Aumenta a fluidez da escória, devido à formação de óxido de ferro;

- Melhora a estabilidade do arco e a penetração é reduzida, principalmente com alta

intensidade de corrente, o que pode minimizar a ocorrência de mordeduras;

- Possibilidade de soldar por gravidade (arraste);

- Reduz a tenacidade do metal de solda.

3.2.2.2 A especificação AWS

A AWS (American Welding Society) possui especificação própria para

consumíveis, esta especificação é a mais largamente utilizada pela indústria mundial.

Esta especificação funciona com base nas informações como as propriedades

mecânicas do metal de solda, o tipo de revestimento, a posição de soldagem e o tipo de

corrente (Figura 4):

Figura 4 – Especificações para Consumíveis da AWS (ESAB,2000).

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3.2.3 Posições de Soldagem

A soldagem por eletrodo revestido pode ser realizada em diferentes posições.

Em muitos casos não é possível o posicionamento da peça na posição plana, que é

conhecida por ser a posição de maior facilidade de execução e produtividade, sendo

assim faz-se necessária a solda em outras posições (MACHADO, 1996). A seguir,

estão relacionadas as principais posições de soldagem (figura 5):

Plana (flat): A soldagem é feita na parte superior da junta e a face da solda é

aproximadamente horizontal.

Horizontal (horizontal): O eixo da solda é aproximadamente horizontal, mas a sua face

é inclinada.

Sobrecabeça (overhead): A soldagem é feita na parte inferior de uma solda de eixo

aproximadamente horizontal.

Verical (vertical): O eixo da solda é aproximadamente vertical. A soldagem pode ser

“para cima” (vertical-up) ou “para baixo” (vertical-down).

Figura 5 – Principais Posições de Soldagem (MODENESI 2008).

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3.3 Ensaios Mecânicos

Os ensaios mecânicos são fundamentais em qualquer projeto de engenharia,

pois, através deles é possível conhecer as propriedades e os comportamentos dos

materiais, viabilizando assim a sua aplicação para condição prevista em projeto. Os

mesmos podem ser classificados em função da integridade geométrica e dimensional

da peça ou da velocidade de aplicação da carga.

Quanto a integridade geométrica e dimensional os ensaios mecânicos são

classificados em ensaios destrutivos e não destrutivos. Os ensaios destrutivos

provocam a inutilização parcial ou total dos corpos de prova. São exemplos deste tipo

de ensaio o ensaio de tração, dobramento, impacto, etc. Já os ensaios não destrutivos

não comprometem a utilização do corpo de prova após o ensaio. Pode-se citar como

exemplo de ensaio não destrutivo o ensaio visual, o ensaio de liquido penetrante,

ultrassom, partículas magnéticas, etc.

A classificação em função da velocidade de aplicação da carga pode ser dividida

em ensaios de carga estática, ensaios dinâmicos e ensaios de carga constante. Nos

ensaios de carga estática a carga é aplicada de maneira bem lenta, introduzindo

sucessivos estados de equilíbrio no corpo de prova, caracterizando um processo

quase-estático. São exemplos deste tipo de ensaio o ensaio de tração, dureza,

dobramento, etc. Os ensaios dinâmicos são caracterizados pela aplicação rápida ou

cíclica da carga. Temos como exemplo deste tipo de ensaio o ensaio de fadiga e o de

impacto. Já nos ensaios de carga constante uma carga definida é aplicada por um

longo período. Um exemplo deste ensaio é o ensaio de fluência (DOWLING, 1993).

3.3.1 Ensaio de Tração

O ensaio de tração é um dos principais ensaios destrutivos da engenharia. Ele consiste

na aplicação gradativa da carga de tração em uma direção axial, através da qual é

possível analisar a tensão no material em função da deformação. Atraves deste ensaio

também é possível avaliar pontos importantes relativos ao comportamento do material

quando submetido ao esforço de tração, como, por exemplo, o limite de escoamento, o

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modulo de elasticidade, a carga de ruptura, entre outras importantes propriedades. A

Figura 6, a seguir mostra a ilustração de um corpo de prova submetido a um ensaio de

tração:

Figura 6 – Desenho esquemático de um corpo de prova submetido à carga de tração

(CALLISTER, 2002).

Os resultados dos ensaios de tração são avaliados através do diagrama

denominado de “Diagrama Tensão X Deformação”, que registra todos os momentos do

ensaio e possui fácil interpretação, conforme mostrado na figura 7.

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Figura 7 – Diagrama de Tensão x Deformação (CALLISTER, 2002).

3.3.2 Ensaio de Impacto

Os ensaios de impacto são extremamente importantes para se conhecer o

comportamento mecânico de um determinado material quando submetido a um impacto

a uma temperatura conhecida. Sua importância se dá principalmente ao se evitar falhas

catastróficas nos materiais dúcteis, geralmente a baixas temperaturas quando

submetidos a carregamentos de alta velocidade (DIETER, 1986).

No ensaio de impacto, a massa do martelo, a altura inicial e a aceleracao da gravidade

sao conhecidas. A unica variavel desconhecida e a altura final que o martelo adquire

após se chocar com o corpo de prova com entalhe. Esta altura final é relacionada com

a unidade de energia adotada. A figura 8, exibe uma ilustração de como ocorre o

impacto no corpo de prova:

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Figura 8 – Ilustracao do equipamento utilizado para a realizacao do ensaio (PADILHA,

2000).

A figura 8, acima, é característica do ensaio de Charpy, que se caracteriza pelo

tipo de apoio do corpo de prova na maquina.

Os corpos de prova Charpy compreendem tres subtipos (A, B e C), de acordo

com a forma do entalhe. Os tres tipos de corpos de prova e dos respectivos entalhes

podem ser observados na Figura 9:

Figura 9 – Representacao dos corpos de prova utilizados no ensaio Charpy (PADILHA,

2000).

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Estes diferentes tipos de forma de entalhe existem para garantir que ocorra a

ruptura dos corpos de provas mesmo nos materiais mais ducteis. E quando a queda do

martelo não provoca a ruptura do corpo de prova , o ensaio deve ser repetido com outro

tipo de corpo de prova , so que com um entalhe mais severo , fazendo com que a

ruptura ocorra (DOWLING, 1993).

O ensaio Charpy foi utilizado, no presente trabalho, para as amostras soldadas

no equipamento mostrado na figura 10.

Figura 10 – Equipamento utilizado para ensaios de Impacto de Charpy

(DOWLING, 1993).

3.3.3 Ensaio de Dobramento

O ensaio de dobramento é muito utilizado pela indústria devido a sua relativa

simplicidade de execução e aos importantes resultados com respeito as propriedades

do material. No ensaio de dobramento o corpo de prova é submetido a uma deformação

plástica por flexão. O corpo de prova é biapoiado nas extremidades e recebe uma carga

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em seu centro por meio de uma prensa, que provoca a deformação plástica e faz com

que seja atingido o ângulo de dobramento especificado.

A severidade do ensaio aumenta com a redução do diâmetro do cutelo; geralmente

esse diâmetro é função do diâmetro do corpo de prova ou da espessura dele. Outro

parâmetro que determina a severidade do ensaio é o ângulo de dobramento que é

geralmente de 90°, 120° ou 180°.

Embora forneça apenas resultados qualitativos, o ensaio de dobramento é um

meio bastante simples e eficaz para detectar problemas metalúrgicos e de compacidade

que podem afetar o comportamento dos materiais em serviço. Devido a sua relativa

simplicidade, o ensaio de dobramento é largamente utilizado nas indústrias e

laboratórios com o objetivo de verificar a capacidade de deformação dos materiais, na

detecção de defeitos de compacidade e metalúrgicos e para obter valores comparativos

de ductilidade dos materiais. Os parâmetros do ensaio, tais como dimensões do corpo

de prova, distância dos apoios, diâmetro do cutelo, ângulo de dobramento e os critérios

de aceitação são definidos por normas ou códigos de fabricação.

No ensaio de dobramento, um lado do corpo de prova é tracionado enquanto o

lado oposto é comprimido. O corpo de prova pode ser retirado dos produtos acabados

ou pode sero próprio produto, como por exemplo, parafusos, pinos, barras que

apresentem dimensões adequadas para serem colocados na máquina de dobramento.

Para analisar o resultado do ensaio, examina-se a olho nu a zona tracionada do corpo

de prova; para ser aprovado, o corpo de prova não deve conter trincas ou

descontinuidades acima de um determinado valor especificado. O resultado do ensaio é

considerado reprovado se o corpo de prova apresentar estes defeitos ou se romper

antes de atingir o ângulo a especificado (DIETER, 1986).

O ensaio de dobramento pode ser feito segundo três métodos: dobramento livre,

dobramento semiguiado e dobramento guiado. O dobramento livre é realizado de forma

que a força aplicada atua nas extremidades do corpo de prova e não no ponto onde

ocorre o dobramento máximo. O dobramento semiguiado é realizado de tal modo que

uma das extremidades do corpo de prova fica presa e a outra sofre a aplicação de

força; a força também pode ser aplicada em outro local do corpo de prova.

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O dobramento guiado é feito por meio de rolos de apoio e punção. Para evitar que o

corpo de prova sofra esforços indevidos de tracionamento, o que implicaria maior

severidade do ensaio, deve-se diminuir ao máximo o atrito entre o corpo de prova e os

rolos de apoio, utilizando boa lubríficação. A velocidade do ensaio não constitui um fator

de relevância, desde que o ensaio não seja realizado com uma velocidade

extremamente alta que possa enquadrá-lo em ensaios dinâmicos.

O ensaio de dobramento em corpo de prova soldado pode ser dividido em vários

tipos: dobramento lateral transversal, transversal de face, transversal de raiz,

longitudinal de face e longitudinal de raiz. Os diversos tipos de dobramento são

realizados normalmente para qualificação de soldador e qualificação do procedimento

de soldagem; os respectivos corpos de prova são previstos em normas e códigos de

construção soldada, como por exemplo o código ASME, secção IX; o método utilizado é

o dobramento guiado. Os dispositivos de dobramento utilizados podem compor uma

peça única ou peças separadas. Em ambos os casos, a distância entre os apoios é pré-

determinada em função do diâmetro do cutelo e da espessura do corpo de prova a ser

dobrado. Na execução do ensaio, o corpo de prova é centralizado entre os apoios

enquanto o cutelo é pressionado contra a peça a ser dobrada. Numa junta soldada de

pequena espessura, são retirados corpos de prova para dobramento transversal de

face e de raiz; para espessuras maiores são utilizados corpos de prova para

dobramento lateral transversal. Os dobramentos longitudinais são utilizados como

alternativa para os transversais quando os materiais de base soldados possuem

resistências mecânicas muito diferentes (DOWLING, 1993).

3.3.4 Ensaio de Dureza

Dureza é a propriedade de um material em estado sólido de resistir a ações

mecânica como deformação plástica, penetração ou risco na sua superfície. De uma

maneira geral podemos definir o conceito como sua capacidade de resistir a

deformações permanentes. Essa característica é fortemente relacionada com a força de

ligação entre os átomos de um material.

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A dureza não é definida por unidades básica como comprimento, massa, volume.

Ela é medida através de procedimentos específicos e graduada de forma distinta em

cada um deles.

Em materiais metálicos a dureza pode ser modificada e manipulada através de

processos de tratamento térmico, deformação mecânica e combinação de materiais.

Maior atenção deve ser dada a dureza de uma junta soldada e, diversos fatores

podem influenciar a mesma, a composição química do metal de base e do metal de

adição, efeitos inerentes ao processo usado para soldagem, tramento térmico,

encruamento. A dureza das zonas afetadas pelo calor e as zonas fundidades, o metal

de base, deve ser avaliada para garantir que não houve perda de ductilidade ou que

tenha ocorrido um comprometimento da junta soldada (DOWLING, 1993).

3.3.4.1 Teste de Dureza Rockwell

Hoje é o processo mais comum e mais amplamente utilizado internacionalmente,

graças a praticidade do ensaio, sendo rápido, fácil de realizar, livre de erros de

julgamento humano, a capacidade de detectar pequenas variações de dureza e pela

marca impressa ser bem reduzida. O ensaio Rockwell utiliza a profundidade e a carga

aplicada para determinar a medida de dureza, não há relação com a área da marca

como na dureza Brinell, nem com as dimensões da marca como na dureza Vickers e

Knoop. O teste de dureza Rockewell pode ser descrito como comum ou superficial, de

acordo com o tipo de penetrador usado (cone de diamante ou esfera de aço,

simultaneamente) e a intensidade de carga e pré-carga aplicadas. O mais utilizado é o

teste comum com cone de diamante para aços temperados.

O método do teste consiste em aplicar em duas etapas, a primeira, definida

como pré carga, para garantir que o penetrador esteja em contato firme com o material

e em seguia é aplicada a carga de ensaio em si. A leitura é feita em um medidor com

mostrador, embutido no equipamento de ensaio, calibrado com uma escala

prédeterminada de acordo com a faixa de dureza aonde a amostra se enquadra. O

valor da escala Rockwell é consequente da profundidade alcançada pelo penetrador,

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menos a recuperação elástica do material de amostragem após removida a carga maior

e a profundidade alcançada pela aplicação da pré carga.

Figura 11 – Medição da Dureza Rockwell (SOUZA, 2011).

3.3.4.2 Teste de Dureza Brinell

Este teste consiste de pressionar um esfera de aço ou carboneto de tungstênio

(para materiais mais duros) com 10 mm (5, 2,5 ou 30 mm em casos particulares) de

diâmetro com uma carga de 3 toneladas, podendo ser reduzida para 1,5 t ou 0,5 t no

caso de matérias mais macios com fim de evitar uma mossa grande/profunda demais. A

carga é aplicada por 10 a 15 segundos até 30 segundos para metais mais duros. O

ensaio é considerado destrutivo devido ao tamanho da marca que deixa (SOUZA,

2011).

A medição é feita a partir das dimensões da marca formada no material e da carga

aplicada, cujo resultado é estabelecido em duas escalas HB, quando usada a esfera de

aço, e HBw, quando usada a esfera de carboneto de tungstênio. No Brasil, utilizamos a

NBR 6394 para controlar o ensaio.

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Figura 12 – Medição da Dureza Brinell (SOUZA, 2011).

3.3.4.3 Teste de Dureza Vickers

Ele segue a mesma lógica utilizada pelo ensaio Brinell, ao relacionar área

superficial com carga aplicada, porém o formato do penetrador se altera, nesse caso é

usado um diamente no formato piramidal de base quadrada com 136°de angulação

entre faces opostas (SOUZA, 2011).

A carga é aplicada por 10 a 15 segundos aonde as mediadas dos diâmetros

definidos pela marca do penetrador são utilizadas para realizar a medição de dureza. A

carga utilizada varia com o equipamento usado, porém é usual no ensaio de aço a uso

de 30 kgf. O importante é que a carga aplicada permita que o penetrador deixa marcas

claras para facilitar a medição.

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Figura 13 – Calculo da Dureza Vickers (SOUZA, 2011).

3.3.4.4 Teste de Dureza Mohs

Pouco utilizado em materiais metálicos, sendo mais aplicado em minerais e

meinérios. É o mais aplicado dos ensaios por risco, possui uma escala de intervalos

não proporcionais contendo 10 minerais padrão, tendo diamante com o extremo

superior, capaz de riscar qualquer outro mineral, e no extremo inferior o silicato de

magnésio, incapaz de riscar qualquer material.

Tabela 3 – Escala Mohs

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3.3.4.5 Teste de Dureza Shore

É um ensaio de dureza por penetração, usando como parâmetros a profundidade

alcançada, a área da marca deixada e a força aplicada. Também conhecido como teste

por rebote, é utilizado mais comumente para peças grandes, pela portabilidade do

equipamento utilizado. Embora sua utilização seja mais recomendada para ensaio de

materiais macios ele ainda pode ser usado em materiais duros, porém a precisão do

teste é inferior.

Figura 14 – Equipamento digital para medição da Dureza Shore (SOUZA, 2011).

3.3.4.6 Teste de Microdureza Knoop/Vickers

Por vezes, se faz necessário um ensaio localizado, visando avaliar a dureza de

área pontuais do material, como em casos que o material apresenta áreas de diferentes

propriedades, como se apresenta o material após tratementos térmicos, superfícies

cementadas e processos que alteram a estrutura metalográfica heterogênamente. Um

teste localizado exite um equipamente mais preciso, com penetradores muito reduzidos

e cargas mais delicadas.

Os dois testes utilizados para medir microdureza são Vickers e Knoop. No ensaio

de microdureza Vickers se realiza o teste de maneira bem semelhante ao teste de

dureza Vickers, é necessário um cuidado maior, calibrando cuidadosamente a carga

aplicada, tratando a superfície a ser ensaiada. O pentrador é análogo. Embora Knoop

seja bem parecido com Vickers, suas diferenças são imporantes para a aplicação

diferenciada do mesmo. O penetrador tem um formado de pirâmide alongada, deixando

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28

um marca de formato losangular aonde uma diagonal é 7 vezes maior que a outra, isso

permite uma impressão seis vezes menor que a Vicker e com uma profundidade menor

que a metade, oque torna Knoop o ensaio ideal para materiais frágeis como vidro ou

amostras finas como películas de tinta (SOUZA, 2011).

Figura 15 – Penetradores utilizados para microdureza (SOUZA, 2011).

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1.1 Metal Base

No presente trabalho foram utilizados corpos de prova com 6,5X150X150mm do

material ASTM A 36 (aço de baixo carbono) com os chanfros em duplo V. A

composição química do aço utilizado pode ser verificada na tabela abaixo:

Tabela 4 - Composição Quimica do Aço ASTM A36

Elementos C Si P S Mn Cu

Aço A 36 0,25 0,4 0,04 0,05 0,80-

1,20

0,2

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29

4.1.2 Metal de Adição

O metal de adição utilizado foi o eletrodo revestido E 7018-1 de 3,2mm de

diâmetro do fabricante ESAB e marca comercial OK AUTROD 12.51. No final da

dissertação é apresentado o Anexo 1, que é o certificado de qualidade do consumível

utilizado, com suas respectivas propriedades mecânicas e composição química.

4.2. Preparação dos corpos de prova

Os corpos de prova foram preparados na Metalúrgica Ferforma. Primeiramente

foi separada e traçada uma chapa do material ASTM A 36 com as dimensões do corpo

de prova. Em seguida as chapas foram cortadas, chanfradas em duplo V e realizado o

esmerilhamento de acabamento. As chapas acabadas foram montadas e posicionadas

para a soldagem nas posições plana, horizontal e sobrecabeça conforme mostrado nas

figuras 16, 17 e 18, respectivamente.

Figura 16 - Posicionamento do corpo de prova na posição plana.

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30

Figura 17 - Posicionamento do corpo de prova na posição horizontal.

Figura 18 - Posicionamento do corpo de prova na posição sobrecabeça.

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31

4.3 Soldagem dos corpos de prova

A soldagem dos corpos de prova através do processo eletrodo revestido, assim

como os ensaios mecânicos, foram realizados na EBSE. Para a execução da mesma,

além da seleção de um soldador capacitado para tal processo, foi necessário definir os

parâmetros de soldagem para o prévio ajuste da máquina de solda.

4.3.1 Posição plana

Para a soldagem na posição plana foram utilizados os seguintes parâmetros:

Amperagem (A) = 119~113

Voltagem (V) = 22~25

Velocidade (Cm/Min) = 15~17

A soldagem foi realizada em 02 passes únicos, devido ao maior preenchimento gerado

por passe nesta posição conforme mostrado na figura 19.

Figura 19 - Soldagem na posição plana.

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32

4.3.2 Posição horizontal

Para a soldagem na posição horizontal foram utilizados os seguintes parâmetros:

Amperagem (A) = 119~120

Voltagem (V) = 22~25

Velocidade (Cm/Min) = 20~28

A soldagem foi realizada em 05 passes multipos para o preenchimento completo da

junta (figura 20).

Figura 20 - Soldagem na posição horizontal.

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4.3.3 Posição sobrecabeça

Para a soldagem na posição sobrecabeça foram utilizados os seguintes

parâmetros:

Amperagem (A) = 115~119

Voltagem (V) = 23~25

Velocidade (Cm/Min) = 21~22

A soldagem foi realizada em 03 passes multipos para o preenchimento completo da

junta conforme mostrado na figura 21.

Figura 21 - Soldagem na posição sobrecabeça.

4.4 Inspeção visual e por liquido penetrante das soldas

As soldas de todos os 03 corpos de prova foram inspecionadas visualmente para

garantir que nenhum defeito visível passe despercebido, garantindo assim o

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acabamento superficial das soldas. Todos foram aprovados sem ressalvas. O laudo do

ensaio é mostrado no Anexo 2.

Após o ensaio visual de solda, foi realizado o ensaio por liquido penetrante para

garantir a não existência de defeitos superficiais que possam impactar nos resultados

dos ensaios mecânicos. Para a realização deste ensaio foram utilizados o liquido

penetrante, o revelador e o removedor da marca Metal Check. A seguir, as figuras de

22 a 27 mostram os corpos de prova ensaiados: Amostra na posição plana, horizontal e

sobrecabeça, respectivamente para os lados A e B. Novamente todas as amostras

foram aprovadas.

Figura 22 – LP lado A da posição plana.

Figura 23 - LP lado A posição horizontal.

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Figura 24 - LP lado A posição sobrecabeça.

Figura 25 - LP lado B posição plana.

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36

Figura 26 - LP lado B posição horizontal.

Figura 27 - LP lado B posição sobrecabeça.

4.5 Corte e Usinagem das Amostras

Os corpos de prova foram cortados e usinados estrategicamente conforme as

dimensões padronizadas pelas normas internacionais ASME VII DIV I, ASME VIII DIV I,

ASME IX, ASTM A370 e ASTM E140. Tanto o corte quanto a usinagem foram

realizados com os maquinários da EBSE. As figuras 28 e 29 mostram o processo do

corte.

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Figura 28 - Processo de corte.

Figura 29 - Amostras cortadas.

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A figura 30, a seguir, exibe amostras e corpos de prova preparados.

Figura 30 - Amostras preparadas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1.1 Ensaio de Tração da Amostra Soldada na Posição Plana

O ensaio de tração foi realizado seguindo o procedimento da norma ASTM A370,

a temperatura ambiente e com o corpo de prova posicionado transversalmente a solda.

A figura 31 exibe a máquina de tração, onde foram realizados os ensaios.

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Figura 31 - Maquina de ensaio de tração utilizada.

A figura 32, a seguir, mostra um detalhe de um corpo de prova soldado na

posição plana, preso à maquina de tração, sendo ensaiado:

Figura 32 – Ensaio de tração da amostra soldada na posição plana.

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O gráfico da figura 33, abaixo, mostra o resultado do ensaio de tração, da

amostra da figura 32 que é a curva de tensão versus

deformação.

Figura 33 – Gráfico do Ensaio de Tensão x Deformação da Amostra Sodada na Posição

Plana.

No que se refere ao resultado desse ensaio do gráfico da figura 32, é importante

destacar o limite de escoamento de 311 MPa e o limite de resistência de 515 MPa e o

alongamento de 33 %.

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5.1.2 Ensaio de Tração da Amostra Soldada na Posição Horizontal

São apresentados, a seguir, os resultados referentes à amostra soldadas na

posição horizontal. A figura 34, exibe o detalhe do ensaio desse corpo de prova sendo ensaiado na máquina de tração.

Figura 34 – Ensaio de tração da amostra soldada na posição horizontal.

O resultado do ensaio da figura 34 é mostrado no gráfico da figura 35. O gráfico

dessa figura mostra que os limites de escoamento e a resistência, para o corpo de prova extraído da amostra soldada, na posição horizontal foi de 280 MPa e 491 MPa, respectivamente e o alongamento de 34,8 %.

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Figura 35 – Gráfico do Ensaio de Tensão x Deformação da Amostra Sodada na Posição

Horizontal.

5.1.3 Ensaio de Tração da Amostra Soldada na Posição Sobrecabeça

Os resultados referentes à amostra soldada na posição sobrecabeça são

apresentados a seguir. A figura 36 mostra a amostra sendo ensaiada, na máquina de

tração.

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Figura 36 – Ensaio de tração da amostra soldada na posição sobrecabeça.

O gráfico da figura 37, a seguir, mostra a curva de tensão deformação obtida do

ensaio de tração. Para a posição sobre-cabeça, surpreendentemente, os valores de

tensão do limite de escoamento e limite de resistência foram 358 MPa e 509 MPa,

respectivamente, e o alongamento foi de 52, 2 %.

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44

Figura 37 – Gráfico do Ensaio de Tensão x Deformação da Amostra Sodada na Posição

Sobrecabeça.

5.2 Ensaio Charpy

Os ensaios de impacto realizados foram do tipo Charpy. Eles foram realizados

conforme a norma ASTM A370. Primeiramente as amostras foram resfriadas a

temperatura de – 33 graus celsius e em seguida foram biapoiadas e submetidas a um

impacto na posição oposta à seu entalhe. Desta forma a energia absorvida pelas

amostras foi medida em Joules (J).

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Figura 38 – Resfriamento das amostras para o ensaio de impacto.

Figura 39 – Amostras utilizadas no ensaio tipo Charpy.

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46

Os resultados dos ensaios de Charpy para os tres corpos de prova, soldados nas

posições Plana, Horizontal e Sobre-Cabeça são mostrados nas tabelas a seguir: A

tabela 5 mostra os resultados obtidos para o corpo de prova soldado na posição plana.

Tabela 5 - Resultados do Ensaio de Charpy Obtidos para a Soldagem Feita na Posição

Plana

CP ENTALHE DIMENSÃO ENERGIA ABSORVIDA

(J)

ENERGIA CONVERTIDA PARA PADRÃO CP

10X10 (J)

EXPANSÃO LATERAL

(mm)

AREA DE FRATURA

DÚCTIL (%)

1 2 3

CENTRO DA SOLDA

KV2 3,3 X 10

30 31 28

91 94 85

1,51 1,54 1,23

85% 85% 85%

Média de energia absorvida = 30 J

Média de energia absorvida convertida = 90 J

A tabela 6 mostra os resultados obtidos para o corpo de prova soldado na posição

horizontal.

Tabela 6 - Resultados do Ensaio de Charpy Obtidos para a Soldagem Feita na Posição

Horizontal.

CP ENTALHE DIMENSÃO ENERGIA ABSORVIDA

(J)

ENERGIA CONVERTIDA PARA PADRÃO CP

10X10 (J)

EXPANSÃO LATERAL

(mm)

AREA DE FRATURA

DÚCTIL (%)

1 2 3

CENTRO DA SOLDA

KV2 3,3 X 10

36 33 31

109 100 94

1,02 1,40 1,20

85% 85% 85%

Média de energia absorvida = 34 J Média de energia absorvida convertida = 101 J A tabela 7 mostra os resultados obtidos para o corpo de prova soldado na posição sobrecabeça.

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47

Tabela 7 - Resultados do Ensaio de Charpy Obtidos para a Soldagem Feita na Posição Sobrecabeça.

CP ENTALHE DIMENSÃO ENERGIA ABSORVIDA

(J)

ENERGIA CONVERTIDA PARA PADRÃO CP

10X10 (J)

EXPANSÃO LATERAL

(mm)

AREA DE FRATURA

DÚCTIL (%)

1 2 3

CENTRO DA SOLDA

KV2 3,3 X 10

28 32 19

85 97 56

1,30 1,30 0,95

85% 85% 85%

Média de energia absorvida = 26 J Média de energia absorvida convertida = 79 J

5.3 Ensaio de Dobramento

Os ensaios de dobramento foram realizados conforme a norma ASTM A370,

conforme mostrado nas figuras 40 e 41. De acordo com a norma, evidenciar o

surgimento de trincas e outros defeitos, foram feitos ataques com Nital 10%, nas zonas

de interesse.

Figura 40 – Inicialização do ensaio de dobramento.

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48

Figura 41 – Ensaio de dobramento das 03 amostras.

As figuras de 42 a 44 mostram as imagens das amostras, de cada uma das

posições de soldagem, após o procedimento do ensaio. Segundo a norma ASTM A370,

para que a amostra seja considerada aprovada, esta não pode apresentar trincas ou

defeitos superiores a 3,0 mm, em qualquer direção. São desconsideradas as trincas

que podem surgir nas arestas menores, que podem chegar a até, no máximo, 6,4 mm.

A figura 42 exibe a amostra submetida ao teste de dobramento, que foi soldada

na posição plana. O Laudo deu o teste como Aprovado, pois, a mesma não apresentou

descontinuidades que ultrapassam o limite de tolerância.

Figura 42 – Amostra soldada na posição plana após o ensaio de dobramento.

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A figura 43, a seguir, mostra o corpo prova ensaiado, que foi soldado na posição

horizontal. O Laudo, dado como Aprovado, mostrou também que essa amostra não

possui descontinuidades, pois, também estas não ultrapassam o limite de tolerância.

Figura 43 – Amostra soldada na posição horizontal após o ensaio de dobramento.

A figura 44 mostra o corpo de prova ensaiado, que foi soldado na posição

SobreCabeça. Essa amostra foi reprovada pelo Laudo. Os resultados mostraram que as

descontinuidades ultrapassaram as dimensões do limite de tolerância. Vale lembrar que

a posição sobre-cabeça é uma posição difícil para ser soldada e deve ser executada

por soldador super experiente, para que esses defeitos sejam minimizados.

Figura 44 – Amostra soldada na posição sobrecabeça após o ensaio de dobramento

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50

5.4 Ensaio de Dureza Vickers.

O ensaio de dureza executado foi o de Dureza Vickers, seguindo a norma ASTM

E140. Para a execução deste ensaio foi utilizado o Durômetro de Bancada da marca

WPM. As figuras de 45 a 47, a seguir, ilustram, os procedimentos, indicando os locais

das medições, para cada uma das 3 amostras soldadas.

5.4.1 Ensaio de Dureza na Amostra Soldada na Posição Plana

A figura 45, mostra que as medições foram feitas no cordão superior e inferior da

amostra soldada na posição plana. Essas medições foram feitas no metal de base, e na

zona fundida. Observar que na zona termicamente afetada (ZTA) teve-se o cuidado de

se fazer medições muito próximas, pois, a mudança da microestrutura nessa zona varia

muito entre a o MB e a ZF.

Figura 45 – Pontos de medição de dureza para a amostra soldada na posição plana.

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5.4.2 Ensaio de Dureza na Amostra Soldada na Posição Horizontal

A figura 46 mostra as medidas de dureza Vickers feita nos dois cordões da

amostra soldada na posição horizontal. Nota-se mesmo cuidado que se teve ao se

fazer as medidas de dureza da amostra anterior.

Figura 46 – Pontos de medição de dureza para a amostra soldada na posição

horizontal.

5.4.3 Ensaio de Dureza na Amostra Soldada na Posição Sobrecabeça

A figura 47, a seguir, mostra as medições feitas na amostra soldada

sobrecabeça. As medidas foram executadas nos mesmos locais das duas amostras

anteriores.

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52

Figura 47 – Pontos de medição de dureza para a amostra soldada na posição

sobrecabeça.

5.5 Exame Macrografico

Para o exame macrográfico, as amostras foram retiradas da peça soldada por

corte com disco refrigerado. A superfície foi atacada com solução de Nital 10%, para

limpeza. As figuras de 48 a 50 mostram as imagens da seção transversal de cada uma

das 3 amostras. A figura 48 mostra a imagem da amostra que foi soldada na posição

plana. Nessa amostra não foram observadas descontinuidades tais como: trincas, falta

de fusão, bem como, outras indicações lineares.

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Figura 48 – Macrografia da amostra soldada na posição plana

Na figura 49, pode ser visualizada a imagem da amostra que foi soldada na

posição horizontal. Para essa amostra também não foram observadas

descontinuidades como: trincas, falta de fusão, mordedura e outras indicações lineares.

Figura 49 – Macrografia da amostra soldada na posição horizontal.

A seguir, a figura 50, exibe a imagem da amostra soldada sobrecabeça que,

como nas duas amostras anteriores, as mesmas descontinuidades e indicações

lineares não foram observadas.

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Figura 50 – Macrografia da amostra soldada na posição sobrecabeça.

Os resultados de todos os ensaios realizados no presente trabalho são

sumarizados na Tabela 8. Esses resultados, bem definidos, permitiram se fazer uma

comparação destes para cada uma das posições de soldagem.

Tabela 8 – Comparativo dos resultados dos ensaios realizados por posição de

soldagem

Posição Plana Posição Horizontal Posição Sobrecabeça

Visual de Solda APROVADO APROVADO APROVADO

Liquido Penetrante APROVADO APROVADO APROVADO

Tração - L. escoamento (Mpa) 311 280 358

Tração - L.resistência (Mpa) 515 491 509

Tração- alongamento (Mpa) 33% 34,80% 52,20%

Dobramento APROVADO APROVADO REPROVADO

Impacto – Média (J) 90 101 79

Macrografia APROVADO APROVADO APROVADO

Dureza Máxima (HV) 193 194 215

Dureza Média (HV) 156 156 169

A partir dos comparativos da tabela 8, foi possível se concluir, de um ponto de

vista geral, que a amostra soldada na posição plana apresentou um melhor conjunto de

propriedades mecânicas. Por outro lado, foi possível também se verificar que a amostra

soldada na posição sobre-cabeça, demonstrou ter apresentado melhor resultado no

ensaio de tração. Além disso, outro ponto importante a ser ressaltado foi o relativo

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baixo desempenho da amostra soldada na posição sobre-cabeça no ensaio de impacto

(Charpy). Foi também importante se observar a sua reprovação no ensaio de

dobramento e a elevada dureza apresentada, através do ensaio de Dureza Vickers, a

que foi submetida.

6. CONCLUSÃO

No que ser refere às propriedades mecânicas, de juntas soldadas do Aço ASTM

A36, objetivo principal deste trabalho, no aspecto geral, a posição plana é a melhor

posição para a soldagem através do processo eletrodo revestido. Portanto, sempre que

possível, as peças a serem soldadas devem ser posicionadas de modo a proporcionar

a soldagem nesta posição. Na falta da possibilidade da soldagem na posição plana, a

posição horizontal, apesar de ter apresentado uma menor resistência mecânica no

ensaio de tração, passa a se tornar a melhor opção.

Deve-se evitar ao máximo a soldagem na posição sobrecabeça, principalmente

em casos onde a obra possui requisitos de impacto ou limitação de dureza. Nesta

posição a possibilidade de descontinuidades e mordeduras aumenta significativamente.

Quando a soldagem na posição sobrecabeça for inevitável deve-se selecidonar um

soldador habilidoso para tal posição e utilizar ensaios não destrutivos para análise da

qualidade da solda.

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7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Comparar as propriedades mecânicas de chapas soldadas com diferentes

geometrias de chanfros;

Comparar as propriedades mecânicas de chapas soldadas em diferentes

processos de soldagem;

Comparar as propriedades mecânicas de chapas com diferentes

tratamentos térmicos;

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E140 12be1: Standard Hardness Conversion Tables for Metals Relationship Among Brinell Hardness, Vickers Hardness, Rockwell Hardness, Superficial Hardness, Knoop Hardness, Scleroscope Hardness, and Leeb Hardness. Pensilvânia, USA, 2002. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM A370-16: Standard Test Methods and Definitions for Mechanical Testing of Steel Products. Pensilvânia, USA, 2013. AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS. Boiler and pressure vessel code, section VIII, division 1,2 and 3. New York, 2004. AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS. Boiler and pressure vessel code, section VII, division 1. New York, 2015. AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS. Boiler and pressure vessel code, section IX. New York, 2015. ASKELAND, R. R., WRIGHT, W. J., ciência e engenharia dos materiais, CENGAGE Learning Edições Ltda, 2ª edição Brasileira, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC 17025: Requisitos Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração. Rio de Janeiro, ABNT, 2005. CALLISTER JR, WILLIAM D., Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução. Editora LTC, 5. Edição, Rio de Janeiro, 2002. CHIAVERINI, V., Aços e Ferros Fundidosi, ABM, 6ª edição, São Paulo, 1988 DOWLING, G.E, Mechanical Behavior of Materials, Prentice Hall. Inc. Englewood Cliffs, New Jersey, 1993. DIETER, G.E., Mechanical Metallurgy, 3rd. Edition, McGraw Hill Book Co. New York, 1986. DE SOUZA, B. F. APOSTILA METALURGIA - SENAI NIQUELÂNDIA, 2011. DOS SANTOS, R. A. Influencia da Força Pos Dobra e da Geometria da Ferramenta no Retorno Elastico em Processos de Dobramento de Aços de Alta Resistencia Curitiba, (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal do Paraná, 2013.

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58

FREIRE, CARLOS. Proteção contra corrosão. Lisboa, Portugal. Jun 2011 LANCASTER, J.F., Handbook of Structural Welding, McGraw Hill Book Co., New York, 1992. MARQUES, P.V., MODENESI, P.J, BRACARENCE, A. Q. “Soldagem- Fundamentos e Tecnologia”. Ed UFMG, 3ª Ed. 2009 MODENESI, P.J. et al. (1983)Transferência de Metal de Adição na Soldagem com Eletrodos Revestidos PADILHA, A.F. Materiais de Engenharia. Hemus Editora Limitada, São Paulo, 343 páginas (Edição Eletrônica: http://200.196.67.147/ieditora/livro.cfm?p=94&afID=26/), 2000. PATTON, W. J.. The Science and Practice of Welding. Prentice Hall. NY. 1967. REED-HILL, R.E., Princípios de Metalurgia Física, Ed. Guanabara Dois, 2a. edição, 1.982. SHAKELFORD, J. F., Ciência dos Materiais, Pearson Education do Brasil, 6a edição, 2008. Tecnologia de Soldagem-84 [Proc. Conf.], Associação Brasileira de Soldagem, Vitória, p. 285-296. The ESAB Filler Metal Technology Course – ESAB Welding and Cutting Products, 2000. VAN VLACK, LARENCE H.: Princípio de ciências e tecnologia dos materiais. 4º Edição, Rio de Janeiro, Campus, 1984.

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ANEXOS Anexo 1

Page 76: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE Lisboa Di… · Tabela 1 – Classificação dos Aços ... Tabela 2 – Exemplo de Classificação dos Aços pela ASTM ... 3.3.4.1 Teste

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Anexo 2