71

Cerca de 10 mil pessoas rodeiam o Paço, no Rio de Janeiro ... · pessoas pobres e miseráveis, não importando a cor da pele. MANUTENÇÃO DA ORDEM Ameaças, violência psicológica,

Embed Size (px)

Citation preview

Cerca de 10 mil pessoas rodeiam o Paço, no Rio de Janeiro,para aguardar a assinatura da Lei Áurea.

TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL

• 1995 – O Brasil reconheceu oficialmente a existência de trabalho escravodurante a assembléia da ONU. Criação dos Grupos Móveis de Fiscalização.

• 2003 – Alteração do Código Penal (Artigo 149).

• 2004 – Chacina de Unaí/MG e Criação da Lista Suja (Portaria 540/2004)

• 2009 – Criação do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (Lei 12.064/2009) e Criação do dia do Auditor Fiscal do Trabalho (28/01).

• 2014 – Aprovação da Emenda Constitucional 81/2014 (Expropriação dePropriedades rurais e urbanas);• 2014 – Suspensa a publicação da Lista Suja pelo STF.

GRUPOS MÓVEIS DE FISCALIZAÇÃO

Composição:

• Ministério do Trabalho

• Ministério Público do Trabalho

• Polícia Rodoviária Federal

• Polícia Federal

CONCEITO DE TRABALHO ESCRAVO

Art. 149 do Código Penal:

• Trabalho Forçado

• Servidão por Dívida

• Condições Degradantes

• Jornada Exaustiva

ARTIGO 149Art. 149 do CP: Reduzir alguém à condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes detrabalho, quer restringindo por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: Pena – reclusão de 2 a 8 anos e multa, além da pena correspondente à violência.

Nas mesmas penas incorre quem:I - Cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;II - Mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.

A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:I - Contra criança ou adolescente;II - Por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Para Raquel Dodge, “escravizar é tornar o ser humano coisa, é retirar-lhe a humanidade, a condição igual e a dignidade. Não só a liberdade de locomoção é atingida e às vezes a possibilidade de locomoção resta intacta. Guiar-se por este sinal pode ser enganador. A redução a condição análoga à de escravo atinge a liberdade do ser humano em sua acepção mais essencial e também mais abrangente: a de poder ser”.

ANÁLISE COMPARATIVA:

ANTIGA ESCRAVIDÃO NOVA ESCRAVIDÃO

PROPRIEDADE LEGAL PERMITIDA PROIBIDA

CUSTO DE AQUISIÇÃO

DE MÃO-DE-OBRA

ALTA. A riqueza de uma pessoa podia

ser medida pela quantidade de escravos.

MUITO BAIXA. Não há compra e,

muitas vezes, se gasta apenas com o

transporte.

LUCROS BAIXOS. Havia custos com a

manutenção dos escravos.

ALTOS. Se alguém fica doente pode ser

mandado embora, sem qualquer direito

MÃO-DE-OBRA ESCASSA. Dependia de tráfico

negreiro, prisão de índios ou reprodução.

Bales, em 1850, um escravo era vendido

por uma quantia equivalente a R$120 mil.

DESCARTÁVEL. Grande contingente

de trabalhadores desempregados. Um

homem foi comprado por um “gato” por

R$150,00 em Eldorado dos Carajás (PA).

RELACIONAMENTO LONGO PERÍODO. A vida inteira do

escravo e até de seus descendentes.

CURTO PERÍODO. Terminado o

serviço, não é mais necessário prover o

sustento.

DIFERENÇAS ÉTNICAS Relevantes para a escravização Pouco relevantes. Os escravos são

pessoas pobres e miseráveis, não

importando a cor da pele.

MANUTENÇÃO DA

ORDEM

Ameaças, violência psicológica, coerção

física, punições exemplares e até

assassinatos.

Ameaças, violência psicológica, coerção

física, punições exemplares e até

assassinatos.

PERFIL DO TRABALHADOR

TRABALHO ESCRAVO 2015

MAIORES RESGATES

TRABALHADORES RESGATADOS

NO BRASIL 2015

RANKING

1º Minas Gerais (148)

2º Maranhão (107)

3º Rio de Janeiro (73)

4º Ceará (70)

5º São Paulo (66)

TRABALHO ESCRAVO 2016

MAIORES RESGATES

EstadoMunicípio

sAtividades

Quantidade de trabalhadores em

condições análogas às de

escravo

1º MS RIO BRILHANT

E

FABRICAÇÃO DE ÁLCOOL: corte e plantio manual de cana de açúcar

44

2º SP EMBU-GUAÇU

COMÉRCIO AMBULANTE LATICÍNIOS -atacadista

34

3º MG POÇO FUNDO

CULTIVO DE CAFÉ 29

4º PI ESPERANTINA

COLETA DE PRODUTOS: Extração de palhas de carnaúba

26

5º MS ANASTÁCIO

Cultivo de eucalipto para PRODUÇÃO DE CARVÃO

25

Em ordem decrescente de quantidade de trabalhadores identificados

em condições análogas às de escravo, apresenta-se a seguinte

distribuição por Estado:

Em ordem decrescente de quantidade de trabalhadores identificados

em condições análogas às de escravo, apresenta-se a seguinte

distribuição por Estado:

Em 2015, os 05 Estados onde mais se flagrou a manutenção de trabalhadores em condições análogas às de escravo, foram, em ordem, Minas Gerais, Maranhão, Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo.Já em 2016, três destes Estados persistem em ocupar as primeiras colocações, sendo que o percentual proporcional é o abaixo indicado.

QUADRO DAS FISCALIZAÇÕESQuadro das fiscalizações realizadas pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel –

GEFM e pelas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego – SRTE, consideradas por regiões geográficas, independente de ter ocorrido no meio rural, urbano ou marítimo:

SUDESTEESTADO Quantidade de

Estabelecimentos inspecionados pelo projeto de

combate ao trabalho em condições análogas às de

escravo

Nº de trabalhadores em condições

análogas às de escravo

ES 2 0

MG 26 141

RJ 17 16

SP 6 73

TOTAL 51 230

NORTE

ESTADO Quantidade de Estabelecimentos

inspecionados pelo projeto de combate ao trabalho em

condições análogas às de escravo

Nº de trabalhadores em condições análogas às de

escravo

AC 4 17

AM 3 4

AP 0 0

PA 38 77

RO 2 0

RR 1 1

TO 12 19

TOTAL 60 118

QUADRO DAS FISCALIZAÇÕES

QUADRO DAS FISCALIZAÇÕES

NORDESTEESTADO Quantidade de Estabelecimentos

inspecionados pelo projeto de combate ao trabalho em

condições análogas às de escravo

Nº de trabalhadores em condições análogas às de

escravo

BA 12 46

CE 3 3

MA 7 49

PE 1 0

PI 4 67

RN 1 0

PB 0 0

AL 0 0

SE 0 0

TOTAL 28 165

QUADRO DAS FISCALIZAÇÕES

CENTRO-OESTEESTADO Quantidade de

Estabelecimentos inspecionados pelo projeto de

combate ao trabalho em condições análogas às de

escravo

Nº de trabalhadores em condições análogas às de

escravo

DF 0 0

GO 5 12

MS 6 82

MT 19 20

TOTAL 30 114

QUADRO DAS FISCALIZAÇÕES

SULESTADO Quantidade de

Estabelecimentos inspecionados pelo projeto de

combate ao trabalho em condições análogas às de

escravo

Nº de trabalhadores em condições

análogas às de escravo

PR 11 19

RS 1 17

SC 1 4

TOTAL 13 40

TOTAL GERAL 182 667

PORCENTAGEM DE TRABALHADORES

EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS ÀS DE ESCRAVO

EM 2016

QUADRO DAS FISCALIZAÇÕES POR

ATIVIDADES OU SETORES ECONÔMICOS:

Qte. estabelecimentos

inspecionados

Trab. alcançados

Trab. submetidos a condições análogas às

de escravo

Agricultura 50 4286 253

Pecuária 80 791 210

Ind.Transformação 4 93 55

Ambulante-comércio 3 54 51

Construção 12 397 37

Têxtil 4 42 29

Lanchonete/pousada 17 122 15

Extrativismo 5 30 8

Outros 7 26 9

Total 182 5841 667

TRABALHADORES SUBMETIDOS A

CONDIÇÕES ANÁLOGAS ÀS DE ESCRAVO

QUADRO GERAL DOS RESULTADOS DE

INSPEÇÕES DOS ÚLTIMOS 21 ANOS.

QUADRO GERAL DOS RESULTADOS DE

INSPEÇÕES DOS ÚLTIMOS 21 ANOS.

DESAFIOS PARA 2017:

• Volta da Publicação Suja

• Publicar o Plano Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo no Ceará

• Aumentar o número de auditores fiscais do trabalho (hoje menos de 2,4 mil para todo o país)

• Rejeição do PLS 432/2013 –CONCEITO DO TRABALHO ESCRAVO.

ESTRANGEIROS

Bolivianos

DERMATITE

AO CIMENTO

LUGARES COMUNS