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8/19/2019 Cerimônia Do Chá http://slidepdf.com/reader/full/cerimonia-do-cha 1/50 Cerimônia do Chá A cerimônia do chá, conhecida como "chanoyu" em japonês, é um passatempo estético peculiar ao Japão que se caracteriza por servir e beber o "matcha", um chá verde pulverizado !e acordo com a histria re#istrada, o chá $oi introduzido no Japão, cerca do século %, ori#inário da &hina onde o chá era conhecido desde o 'er(odo da !inastia )an *riental +-. /!&0 * "matcha", con$orme é usado na cerimônia do chá de hoje, ainda não era conhecido naquela época 1ão $oi sento no $im do século 2 que o "matcha" $oi trazido ao Japão vindo da &hina da !inastia 3un# 4odavia, o chá era muito precioso e embora usado principalmente como bebida, era considerado, também, remédio * costume de beber "matcha", #radativamente, di$undiu.se não s entre os sacerdotes de 5en, mas também no seio da classe superior A partir de cerca do século 26, o "matcha" também era usado num jo#o chamado "tocha" 4ratava.se de um divertimento de salto no qual os convidados, depois de provarem de várias 7(caras de chá produzido em diversas re#i8es, eram chamados a escolher a ta9a contendo o chá da melhor re#ião produtora da bebida *s que acertavam na escolha recebiam prêmios &omo esse jo#o se tivesse tornado moda, as planta98es de chá come9aram a $lorescer, especialmente no distrito de :ji, nas pro7imidades de ;yoto, onde o chá de melhor qualidade ainda é produzido* "tocha", #radativamente, converteu.se numa mais tranq<ila reunião social no seio da classe superior e os prêmios não mais $oram con$eridos * objetivo tornou.se então o #ozo de uma atmos$era pro$unda na qual os participantes provavam o chá enquanto admiravam pinturas, artes e artesanato da &hina, mostrados num "shoin" +est=dio0 3imultaneamente, sob a in$luência de $ormalidades e maneiras que re#ulavam a vida cotidiana dos "samurais" ou #uerreiros que constitu(am, então, a classe dominante no pa(s, sur#iram certas re#ras e procedimentos que os participantes de uma reunião de chá deveriam obedecer Assim desenvolveram.se os $undamentos da "chanoyu" Ao $inal do século 2-, um plebeu chamado >urataJu?o, que dominou esta arte da "chanoyu" que se popularizara no seio da classe superior, propôs outro tipo de chá cerimonial, mais tarde denominado "@abicha", que ele baseou mais nas sensibilidades japonesas alimentadas pelo esp(rito do budismo de 5en oi durante o per(odo >omoyama, na se#unda metade do século 2B, que 3en.no.ri?yu, $inalmente, estabeleceu a "@abicha" com a $orma com a qual a "chanoyu" é realizada hoje A "chanoyu", assim desenvolvida, é al#o mais que uma $orma re$inada de re$resco 3eu objetivo e essência di$icilmente podem ser e7pressos por palavras Ajudaria lembrar que a cerimônia $oi desenvolvida sob a in$luência do budismo de 5en cujo objetivo é, em palavras simples, puri$icar a alma do homem, con$undindo.a com a natureza Além disso, a "chanoyu" é a materializa9ão do empenho intuitivo do povo japonês pelo reconhecimento da Cverdadeira beleza na modéstia e simplicidade 4ermos como calma, rusticidade, #ra9a, ou

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Cerimônia do Chá

A cerimônia do chá, conhecida como "chanoyu" em japonês, é um passatempo estético peculiar ao Japão que se caracteriza por servir e beber o "matcha", um chá verde pulverizado

!e acordo com a hist ria re#istrada, o chá $oi introduzido no Japão, cerca do século %,ori#inário da &hina onde o chá era conhecido desde o 'er(odo da !inastia )an *riental + -./!&0 * "matcha", con$orme é usado na cerimônia do chá de hoje, ainda não era

conhecido naquela época 1ão $oi sento no $im do século 2 que o "matcha" $oi trazido aoJapão vindo da &hina da !inastia 3un# 4odavia, o chá era muito precioso e embora usado principalmente como bebida, era considerado, também, remédio

* costume de beber "matcha", #radativamente, di$undiu.se não s entre os sacerdotesde 5en, mas também no seio da classe superior A partir de cerca do século 26, o "matcha"também era usado num jo#o chamado "tocha" 4ratava.se de um divertimento de salto noqual os convidados, depois de provarem de várias 7(caras de chá produzido em diversasre#i8es, eram chamados a escolher a ta9a contendo o chá da melhor re#ião produtora da bebida *s que acertavam na escolha recebiam prêmios &omo esse jo#o se tivesse tornadomoda, as planta98es de chá come9aram a $lorescer, especialmente no distrito de :ji, nas pro7imidades de ;yoto, onde o chá de melhor qualidade ainda é produzido * "tocha",#radativamente, converteu.se numa mais tranq<ila reunião social no seio da classe superior eos prêmios não mais $oram con$eridos * objetivo tornou.se então o #ozo de uma atmos$era

pro$unda na qual os participantes provavam o chá enquanto admiravam pinturas, artes eartesanato da &hina, mostrados num "shoin" +est=dio0 3imultaneamente, sob a in$luência de$ormalidades e maneiras que re#ulavam a vida cotidiana dos "samurais" ou #uerreiros queconstitu(am, então, a classe dominante no pa(s, sur#iram certas re#ras e procedimentos queos participantes de uma reunião de chá deveriam obedecer Assim desenvolveram.se os$undamentos da "chanoyu"

Ao $inal do século 2-, um plebeu chamado >urataJu?o, que dominou esta arte da"chanoyu" que se popularizara no seio da classe superior, propôs outro tipo de chácerimonial, mais tarde denominado "@abicha", que ele baseou mais nas sensibilidades japonesas alimentadas pelo esp(rito do budismo de 5en oi durante o per(odo >omoyama,na se#unda metade do século 2B, que 3en.no.ri?yu, $inalmente, estabeleceu a "@abicha"com a $orma com a qual a "chanoyu" é realizada hoje

A "chanoyu", assim desenvolvida, é al#o mais que uma $orma re$inada de re$resco 3euobjetivo e essência di$icilmente podem ser e7pressos por palavras Ajudaria lembrar que acerimônia $oi desenvolvida sob a in$luência do budismo de 5en cujo objetivo é, em palavras

simples, puri$icar a alma do homem, con$undindo.a com a natureza Além disso, a"chanoyu" é a materializa9ão do empenho intuitivo do povo japonês pelo reconhecimento daCverdadeira beleza na modéstia e simplicidade 4ermos como calma, rusticidade, #ra9a, ou

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$rase "estética da simplicidade austera e pobreza re$inada", podem ajudar a de$inir overdadeiro esp(rito da "chanoyu" 'or e7emplo, as re#ras ri#orosas da etiqueta da "chanoyu",que podem parecer penosas e meticulosas á primeira vista, são, de $ato, calculadas, minuto por minuto, a $im de obter a mais alta poss(vel economia de movimento e, na verdade,a#rada aos iniciados assistir a sua e7ecu9ão, especialmente quando realizada por mestrese7perimentados

A "chanoyu" tem desempenhado um importante papel na vida art(stica do povo japonês,de vez que, como atividade estética, envolve a aprecia9ão do cômodo onde é realizada, o jardim a ele cont(#uo, os utens(lios utilizados no servir o chá, a decora9ão do ambiente comoum rolo suspenso ou um "chabana" +arranjo $loral para a cerimônia do chá0 *desenvolvimento da arquitetura, jardina#em paisa#(stica, cerDmica e artes $lorais deve muitoD cerimônia do chá * esp(rito da "chanoyu", representando a beleza da simplicidadeestudada e da harmonia com a natureza, moldou a base dessas $ormas tradicionais da cultura

japonesa

>ais ainda, o desenvolvimento das maneiras cotidianas da maioria dos japoneses temsido in$luenciado basicamente por $ormalidades como as que são observadas na cerimônia"chanoyu" &omo resultado disso, é costume bastante di$undido entre as mo9as antes docasamento receber aulas nessa arte a $im de cultivar a postura e o re$inamento oriundos daetiqueta da "chanoyu"

Ap s a morte de 3en.no.ri?yu, seus ensinamentos $oram transmitidos aos seusdescendentes e disc(pulos 1a época de seus tataranetos, três di$erentes escolas +a escola*motesen?e, a escola :rasen?e e a escola >usha?ojisen?e0 $oram $undadas e continuam ematividade até hoje Entre elas, todavia, a mais ativa e de maior n=mero de se#uidores, é a:rasen?e Ela é che$iada, presentemente, pelo 3enhor 3oshitsu 3en, o l-F descendente do$undador Al#umas das escolas iniciadas pelos disc(pulos de Gi?yu incluem a escola Enshu,$undada por ;obori Enshu, a escola 3e?ishu, criada por ;ata#iri 3e?ishu, e a escola 3ohen,estabelecida por Hamada 3ohen Estas escolas di$erem entre si nos detalhes das re#ras masconservam a essência da cerimônia que o #rande mestre instituiu Esta essência tem sido

transmitida até os dias de hoje sem oposi9ão e o respeito pelo $undador é um elemento quetodas têm em comum

Uma "chanoyu" típica.

)á muitas maneiras de realizar uma cerimônia de chá de acordo com a escola a que oan$itrião pertence Elas também variam de con$ormidade com a ocasião e a esta9ão 1oselementos essenciais, todavia, há uma semelhan9a básica

Material e utensílios exigidos

1) A "sukiya" ou a casa de chá.

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I costume muito anti#o ter uma pequena casa, denominada Csu?iya", especialmenteconstru(da para a "chanoyu" Ela consiste de uma sala de chá +cha.shitsu0, uma sala de preparo +mizu.ya0, sala de espera +yoritso?i0 e de um caminho ajardinado +roji0 que leva áentrada da casa de chá A casa, #eralmente, é localizada numa se9ão arborizadaespecialmente criada para esse $im no jardim propriamente dito

) Utensílios.

*s principais utens(lios são a "cha.@an" +ti#ela de chá0, o "cha.ire" +recipiente do chá0,a "cha.sen" +vassourinha de chá $eita de bambu0 e a "cha.sha?u" +concha de chá $eita de bambu0 ia de re#ra, esses utens(lios são valiosos objetos de arte

!) ra#es e acess$rios.

Goupas de cores discretas são pre$eridas Em ocasi8es estritamente $ormais, os homensvestem ;imono de seda, de cor $irme, com três ou cinco bras8es de $am(lia nele estampadose "tabi" brancas ou meias tradicionais japonesas As mulheres trajam conservador ?imono brasonado e também "tabi", nessas ocasi8es *s convidados devem trazer um pequeno lequedobrável e uma almo$ada de "?aishi" +pequenos #uardanapos de papel0

A cerimônia propriamente dita.

A cerimônia do chá re#ular consisteK

2 da primeira sessão na qual uma re$ei9ão li#eira, denominada "?aise?i", éservidaL

da "na?adachi" ou breve pausaL

M da #ozairi , a parte principal da cerimônia, onde o "?oicha" ou chá dete7tura espessa, é 3ervido e

6 da in#estão do "usucha" ou chá de te7tura $ina

4oda a cerimônia leva cerca de quatro horas requentemente, apenas o "usucha" éservido, o que requer cerca de uma hora

% A primeira sess&o.

*s convidados, cinco ao todo, re=nem.se na sala de espera * an$itrião comparece e osconduz pelo caminho ajardinado até a sala de chá 1um determinado lu#ar do caminho háuma bacia de pedra cheia de á#ua $resca Ali eles lavam as mãos e a boca A entrada para asala é muito pequena o que obri#a os convidados a rastejar para atravessá6a numademonstra9ão de humildade Ao entrar nasala, que é provida de $o#areiro $i7o ou portátil para a chaleira, cada convidado ajoelha.se N $rente do "to?onoma" ou nicho e $az uma

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reverência respeitosa Em se#uida, com o leque dobrável diante de si, ele admira o rolosuspenso na parede do "to?onoma" A se#uir, olha do mesmo modo o $o#areiro Ouandotodos os convidados conclu(rem a contempla9ão desses objetos, eles tomam seus assentos,com o principal convidado no lu#ar mais pr 7imo do an$itrião !epois que o an$itrião e osconvidados trocarem cumprimentos, a "?aise?i" é servida, com os doces terminando a levere$ei9ão

% 'akadachi

'or su#estão do an$itrião, os convidados retiram.se para o banco de espera e7istente no jardim interno pr 7imo N sala

% (o a*iri

:m #on#o de metal pr 7imo N sala é tocado pelo an$itrião para assinalar o in(cio dacerimônia principal E costume $azer soar o #on#o cinco ou sete vezes *s convidadoser#uem.se e ouvem atentamente o som !epois de repetir o Gito de puri$ica9ão na bacia, elesentram novamente na sala *s biombos de junco suspensos do lado de $ora das janelas sãoretirados por um assistente a $im de tornar mais claro o ambiente * rolo suspensodesaparece e, no "to?onoma", há um vaso com $lores * receptáculo para á#ua $resca e orecipiente de cerDmica para o chá estão em posi9ão antes que o an$itrião entre trazendo ati#ela de chá com a vassourinha e a concha de chá dentro dela *s convidados e7aminam eadmiram as $lores e a chaleira e7atamente como $izeram no in(cio da primeira sessão *

an$itrião retira.se para a sala de preparo e lo#o retorna com o receptáculo para á#ua servida,a concha e o descanso para a tampa da chaleira ou concha Em se#uida, o an$itrião limpa orecipiente de chá e a concha com um pano especial denominado "$u?usa", $azendo o mesmocom a vassourinha na ti#ela de chá contendo á#ua quente tirada da chaleira * an$itriãoesvazia a ti#ela, despejando a á#ua no receptáculo de á#ua servida e limpa a ti#ela com um"cha?in" ou peda9o de tecido de linho

* an$itrião er#ue a concha de chá e o recipiente e p8e "matcha" +três conchas para cadaconvidado0 na ti#ela e tira uma concha cheia de á#ua quente da chaleira, pondo cerca de umter9o dela na ti#ela e devolvendo o que -/brou á chaleira A se#uir, ele bate a mistura com avassourinha até que se trans$orme em al#o que lembre uma muito #rossa sopa de ervilhaverde tanto na consistência como na cor * chá $eito é denominado "?oicha" * "matcha"usado aqui é $eito de $olhas tenras de plantas de chá com idade de / a P/ anos ou mais *an$itrião coloca a ti#ela no seu lu#ar apropriado, junto ao $o#areiro, e o convidado principaldesloca.se, de joelhos, para pe#ar a ti#ela * convidado $az uma reverência com a cabe9a, para os outros convidados e p8e a ti#ela na palma de sua mio esquerda, sustentando um doslados dela com a mão direita !epois de tomar um #ole, ele elo#ia o sabor da bebida e, emse#uida, toma mais dois #oles limpa a beirada da ti#ela onde bebeu com o "?aishi" de papele passa a ti#ela para o se#undo convidado que bebe e limpa a ti#ela tal como o $ez oconvidado principal A ti#ela é então passada para o terceiro convidado, e, em se#uida, para

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o quarto, até que todos os cinco tenham partilhado do chá Ouando o =ltimo convidadotermina, ele entre#a a ti#ela ao convidado principal que a devolve ao an$itrião

% Cerimônia com "usucha".

* "usucha" di$ere do "?oicha" na circunstDncia de que o primeiro é $eito de plantas

tenras com a idade de apenas M a 2- anos Ele proporciona uma mistura espumosa

As re#ras se#uidas nessa cerimônia são semelhantes as da "?oicha", sendo, as se#uintes,as principais di$eren9asK

a) * chá é $eito individualmente para cada convidado com duas a duas e meia conchasde "matcha" Espera.se que cada convidado beba toda a sua por9ão

+) o convidado limpa a parte da ti#ela que seus lábios tocaram com os dedos da mão

direita e, em se#uida, limpa os dedos dela com o "?aishi" de papel

!epois que o an$itrião retira os utens(lios da sala, ele $az uma reverência silenciosa coma cabe9a para os convidados, dando a entender que a cerimônia terminou *s convidadosdei7am a "su?iya", despedindo.se do an$itrião

....

A &erimônia do &há ou &hanoyu, também conhecido como &hado +&aminho do &há0, é um passatem

estético no Japão, que é a arte de servir e beber o "matcha", um chá verde pulverizado E7iste todo umritual e respeito para com a cerimônia

I uma das principais artes tradicionais do Japão, pode.se dizer que representa a s(ntese da cultura e doesp(rito japonês

* chá $oi introduzido no Japão através da &hina, por volta do século QQQ * "matcha", que é utilizado&erimônia do &há, $oi trazida da &hina no século RQQ * chá era muito precioso e, além de bebida, considerado remédio

A popularidade do chá é universal, porém, em nenhuma outra parte do mundo sua contribui9ão ao meiocultural $oi tão notável, quanto no Japão, onde seu preparo e aprecia9ão adquiriram sentido estético eevolu(ram como uma $orma distinta de arte

1o Japão, as pessoas, ao serem convidadas para uma reunião de chá, costumam comparecer comantecedência K a#uardam sentadas em uma pequena sala, des$rutando da companhia uma das outras desli#ando.se das atribula98es do cotidiano

* an$itrião terá cuidado da prepara9ão da sala, talvez pendurando um "?a?emono" +pintura ou cali#ra$isobre papel ou seda, montada sobre um rolo de papel #eralmente emoldurado com brocado0, acendendo o$o#o para $erver a á#ua para o chá e terá também preparado uma pequena re$ei9ão caprichosamentescolhida, tudo com o objetivo de tornar a reunião o mais a#radável poss(vel

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Esse encontro representa a mani$esta9ão clara de uma sensibilidade interior que se adquire através doestudo e da disciplina do &hado, o &aminho do &há &hado é um termo relativamente recente, com o quse desi#na o ritual de preparar e tomar o chá, ori#inado no século R

* chá verde em p servido no ritual $oi inicialmente introduzido no Japão por mon#es 5en, quando de seure#resso da via#em de estudos na &hina, durante o século RQQ 1essa época, o chá era utilizado como usuave estimulante, que $avorecia ao estudo e N medita9ão, tendo sido valorizado também como uma erv

medicinalA partir dessa ori#em modesta, mestres de chá, devotos do &hado, desenvolveram uma estética, que seinseriu na cultura japonesa )ouve, entretanto, um mestre de chá que, durante toda a sua e7istência,concebeu essa $iloso$ia como um estilo de vida e instituiu o &hado como um meio de trans$ormar a pr prvida em uma obra de arte Esse mestre $oi 3en Gi?yu + 2- .2-S2 0

'roeminente $i#ura nas artes e também na pol(tica de seu tempo, os ideais estéticos de 3en Gi?yu estão noDma#o das artes e artesanatos do Japão e constituem a base do requinte e da ele#Dncia japoneses

'rinc(pios básicos

3e#undo 3en Gi?yu, os princ(pios básicos da &erimônia do &há podem ser resumidos em 6 palavrasK

TAK si#ni$ica )armoniaI a harmonia entre as pessoas, as pessoas com a natureza e a harmonia entre os utens(lios do chá e amaneira como são utilizados

;EQK si#ni$ica GespeitoGespeito com um sincero sentimento de #ratidão todas as coisas por sua e7istência

3EQK si#ni$ica 'ureza!iz respeito tanto N pureza universal quanto espiritual

JA;:K o si#ni$icado é 4ranq<ilidade ou 'az de Esp(rito4endo.se a paz de esp(rito ou tranq<ilidade, irá resultar na percep9ão dos três primeiros princ(pios

As ,ete -egras

:ma vez per#untaram a 3en Gi?yu sobre o que se e7i#ia na &erimônia do &há Ele respondeu que era umaquestão de observar sete re#rasK

• azer uma ti#ela satis$at ria de cháL•

&olocar o carvão de lenha, para a á#ua $erver e$icientementeL• 'rover senso de calor no inverno e $rescor no verãoL• Arranjar as $lores como se estivessem no campoL• Estar pronto antes do tempoL• Estar preparado em caso de provável chuvaL• A#ir com má7ima considera9ão para com seu convidado•

!e acordo com o que é sabido sobre este diálo#o, a pessoa que $ez esta per#unta $icou muito zan#ada comGi?yu, dizendo que eram quest8es simples que qualquer um poderia manejar Gi?yu respondeu que ele poderia ser o disc(pulo de quem conse#uisse e7ecutar e divul#ar sem $alhas

Esta hist ria nos conta que a &erimônia do &há é basicamente preocupada com atividades do cotidiano, j para dominar isto requer timo cultivo 1este senso, a &erimônia do &há é descrita como a Arte da ida

*s mon#es 5en, que introduziram o chá no Japão, estabeleceram os $undamentos espirituais para o &hado

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A sepultura de Gi?yu está localizada no 4emplo Ju?oin em !aito?uji em ;yoto, onde estão todos osancestrais da $am(lia 3en de ;yoto 3eu nome ap s morte é ushinCna Gi?yu 3oe?i ;oji 3eu memorial sempre observado em :rasen?e a % de mar9o

'rinc(pios Uásicos KWK As 3ete Ge#ras KWK 3en Gi?yu KWK Estética Tabi

Estética Tabi

*s >estres de &há têm utilizado poemas para poder che#ar a uma apro7ima9ão do si#ni$icado dedeterminados conceitos di$(ceis * poema ensinaria essencialmente por meio de metá$oras o que estavalém de uma e7plica9ão direta :m desses conceitos é o Tabi

* $undamento do &aminho do &há está na estética Tabi, que al#umas vezes tem se traduzido comorusticidade, o que não deve ser con$undido com um amor pelo r=stico

Tabi é um estado de esp(rito, melhor traduzido como sobriedade, simplicidade e humildade

3en Gi?yu apreciava um poema, que poderia transmitir o tranq<ilo estado de esp(rito que se atin#e no&aminho do &háK

"Ao olhar em volta, 1em $lores nem coloridas $olhas'erto da cabana de sapéOue se er#ue solitária N beira da praia&rep=sculo de outono "

Esta cena é capaz de e7empli$icar a simplicidade total e o #osto discreto de 4a?eno.Jo.o, com quem Gi?yuhavia aprendido o chá

>esmo o mestre Gi?yu tendo desenvolvido suas pr prias atitudes independente de seu mestre, continuou arespeitar o esp(rito Tabi que é e7presso neste poema

Gi?yu deu um outro passo N $rente, que $oi o de identi$icar a essência do chá á e7trema simplicidade dnatureza

Gi?yu indicou um outro poema, onde ele sentiu mais claramente o esp(rito Tabi e a essência do chá por eleestabelecida

"Aqueles que anseiam'elas $lores da primavera>ostre a relva novaOue rompe entre as colinas nevadas "

Gi?yu se sentiu impressionado com a $or9a que viu naquele aspecto da natureza, que lutava para resistir e para renovar.se eternamente

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*s dois poemas citados, representam o estado de pureza e tranq<ilidade que se encontra na beleza sem cor de um cenário de solidão 'odem parecer semelhantes, mas não são , pois um representa o yin, ou ne#ativoe $im, condi9ão das coisas, e o outro é o yan#, ou positivo e o come9o, estado 'or Gi?yu possuir umesp(rito compreensivo, $oi capaz de entender que o &aminho do &há en#loba os dois princ(pios

* &aminho do &há de$ine.se quando estes dois pontos de vista se $undem para criar o critério estético

peculiar do chá, o conceito de TabiAs pessoas #eralmente apreciam e procuram as $lores em plena $lora9ão, devemos amar sua beleza madevemos tentar reconhecer e entender o es$or9o que a leva a desabrochar completamente Assim como verdade da natureza pode ser conhecida através da vida de uma $lor, Gi?yu encontrou essa mesma verdadeno &aminho do &há Gi??yu sabia que o estado de tranq<ilidade e pureza contém al#o de dinDmicoine7tin#u(vel, a vida é #erada pela natureza, que a recria continuamente

'ara quem não e7perimentou os ri#ores da austeridade tal como uma planta, não pode esperar compreender a essência do Tabi

Esta recria9ão e continuum $oi identi$icado por Gi?yu como elemento essencial do Tabi, sensibilidadeessencial essa que desejamos cultivar e aper$ei9oar enquanto pro#redimos no &aminho do &há

4e7to e7tra(do do livroKivência e 3abedoria do &há

4 A Oueiroz, Editor

* japonês vai ao santuário +jinja, onde são venerados os deuses do Rinto(smo0 para celebrar o nascimentoda crian9a ou o casamento, para pedir prote9ão no Ano 1ovo ou sucesso nos vestibulares, entre outros&ada santuário tem seu pr prio $estival que atrai multid8es

Esse mesmo japonês também vai ao templo +oterá, onde estão as ima#ens de Uuda e são praticados oscultos budistas0 por ocasião dos $unerais *s mortos são encomendados de acordo com rituais budistas recebem nomes budistas p stumos Além disso, o Uudismo in$luenciou, em todos os aspectos, a cultur japonesa

Ademais, vale lembrar a in$luência do &ristianismo, que che#ou em 2-6S com o jesu(ta rancisco Ravier

'ara os japoneses, envolver.se simultaneamente com várias reli#i8es não é estranho A$inal, atualmente, asseitas de maior penetra9ão resultam de uma mistura de ensinamentos reli#iosos

1o Urasil, com os imi#rantes japoneses não poderia ser di$erente Além das seitas tradicionais e modernatrazidas do Japão, destacam.se as criadas no Urasil por nipo.brasileiros

Geli#iosidade Japonesa K 3incretismo e 4olerDncia

* Rinto(smo +3hintô0 e o Uudismo +Uu??yô0 são os principais prota#onistas do cenário reli#ioso japonê

'orém, séculos antes dessas tradi98es reli#iosas tomarem corpo no arquipéla#o, in=meras mani$esta98es dosa#rado já se $aziam presentes . achados arqueol #icos +como clavas de pedra e $i#uras de barro0 su#ereritos de $ertilidade e práticas má#icas, com a introdu9ão da rizicultura sur#em as cerimônias reli#iosa

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li#adas a cada aspecto do cultivo do arrozL escritos chineses anti#os $alam de práticas 7amDnicamedi=nicas e adivinhat rias entre os japoneses do come9o da nossa era

Até o século Q, as cren9as aut ctones não se encontravam or#anizadas teolo#icamente ou centralizadanuma =nica institui9ão 1essa época, em que $ora introduzido o$icialmente o Uudismo no Japão, via &orésacerdotes li#ados N corte come9aram a or#anizar as cren9as nativas, para distin#u(.las do ensinament budista, sob as denomina98es alternativas 3hintô ;ami.no.michi ou ainda ;anna#ara.no.michi

+shinXjamiX?an, "deus", "esp(rito"L tôXdôXmichi, "via", "caminho"0 3e, por um lado, a tradi9ão7into(sta, para sobreviver ao impacto da introdu9ão do Uudismo, teve de or#anizar.se tomando emprestadoda reli#ião importada termos, doutrinas, icono#ra$ias etc L por outro, o Uudismo, sendo uma reli#iori#inária da Yndia, também teve de "japonizar.se" e $azer empréstimos da tradi9ão reli#iosa dos japonese para conquistar seus cora98es

Essas duas tradi98es reli#iosas mantiveram uma duradoura e $rut($era rela9ão simbi tica ao lon#o doséculos e desenvolveram uma espécie de divisão de trabalho, particularmente no que tan#e a ritos de passa#em Enquanto o Rinto(smo se relaciona mais $req<entemente com ritos de nascimento, matrimôniinau#ura9ão de edi$(cios, etc , o Uudismo mantém.se na es$era do culto aos antepassados e rituais $=nebr

Além do Uudismo, cumpre ainda citar o papel do &on$ucionismo +Ju?yô0, do 4ao(smo +!ô?yô0 e d&ristianismo +;irisuto?yô0 no mosaico da reli#iosidade nipônica

* 4ao(smo, ensinamento de ori#em chinesa que en$atiza práticas m(sticas e a ordena9ão do :niverso, $oiadotado o$icialmente no Japão no ano P/ , como Geparti9ão Vovernamental de Adivinha9ão +*nmyôryô0

* &on$ucionismo, escola $ilos $ica chinesa que en$atiza a a9ão social e a ordem pol(tica, tornou.s$undamento moral e ideol #ico da elite #overnante no per(odo 4o?u#a@a +2B// . 2%B%0

Embora ambos não tenham se tornado reli#i8es $ormais no Japão, as práticas adivinhat rias e certosconceitos tao(stas $oram perpetuados na reli#iosidade popular, enquanto a ética con$ucionista passou a re#eas rela98es sociais e in$luenciou praticamente todas as reli#i8es no Japão

* &ristianismo $oi introduzido no pa(s em 2-6S por 3ão rancisco Ravier e obteve ampla aceita9ão nos primeiros anos de proselitismo cristão 1o entanto, ele $icou proibido de 2BMS até o $inal do século passe não se tornou uma reli#ião "naturalizada" como $oi o caso do Uudismo

Essas tradi98es reli#iosas não $icaram separadas, di$erenciadas ou livres de in$luência rec(proca na hist rmilenar do pa(s, resultando numa cultura onde a a$ilia9ão e7clusiva a uma =nica reli#ião é uma e7ce9ão, onde o sincretismo é uma constante !e $ato, o Japão é um dos raros pa(ses no mundo onde as pessoasveneram divindades de reli#i8es di$erentes sem maiores constran#imentosL onde há capelas de uma reli#iã

no espa9o sa#rado de outraL ou onde um sacerdote de uma reli#ião conduz cerimônias em outra reli#ião4e7to e7tra(do do livroK&ultura Japonesa em 3ão 'aulo, Gio de Janeiro e &uritibaAlian9a &ultural Urasil. Japão

&on$ucionismo

* con$ucionismo + , Z G=7ué0 é um sistema $ilos $ico chinês criado por ;un#. u.4zu +&on$=cio0Entre as preocupa98es do con$ucionismo estão a moral, a pol(tica, a peda#o#ia e a reli#ião &onhecid

pelos chineses como Junchaio +ensinamentos dos sábios0 undamentada nos ensinamentos de seu mestrecon$ucionismo encontrou uma continuidade hist rica =nica

)ist ria

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!os se#uidores de &on$=cio, o século Q A & encontrou em >en# zi +>êncio, ou >Dncio0 e Run 5i um#rande desenvolvimento e e7pansão na sociedade Esses dois ori#inais autores buscaram compreender con$ucionismo dentro de uma perspectiva naturalista, recorrente nas $or9as que atuavam na sociedade emseus per(odos de vida

>encio acreditava na importDncia da educa9ão para reti$icar a boa natureza humana, que teria sidodepravada em $un9ão dos con$litos e das necessidades impostas pela vida * )omem possuiria os instintos

naturais dos animais de preserva9ão, ajuda, e a inteli#ência su$iciente para evitar o con$litoRun 5iJá Run 5i recorreu ao verso da moeda para compreender o papel de &on$=cio Ele acreditava numnatureza perversa do homem, derivado dos mesmos instintos de preserva9ão dos animais 4alvez pensandnos rituais propostos para a sociedade, e pela necessidade de ordena9ão, tal como no $undamento das lendade $unda9ão chinesas e na in$luência jurista, Run zi via no interior do homem uma inteli#ência capaz darticular meios pelo qual poderia evitar sua condi9ão natural de $orma arbitrária, mas que para isso haveriade ter criado uma escala de valores delimitantes da a9ão humana

>encio conse#uiu uma boa repercussão popular por sua aborda#em otimista da vida, mas as classes altasda sociedade viram em Run zi uma e7plica9ão razoável para suas d=vidas Assim, ao menos, dei7amtransparecer al#umas bio#ra$ias de 3ima Oian +QQ a & 0

Qmpério chinês* &on$ucionismo se tornaria a doutrina o$icial do império chinês durante a dinastia )an + séculos QQQ aQQQ d & 0, encontrando continuadores ao lon#o deste per(odo que se destacaram em vários camdi$erentes !onz 5hon# shu, por e7emplo, buscou revi#orar e re.interpretar o con$ucionismo através dasteorias cosmol #icas dos cinco elementosL Tan# &hon# utilizou.se de um ceticismo l #ico para criticar acren9as in$undadas e os mitos reli#iosos

Embora tivesse perdido um certo vi#or ap s a dinastia )an, o con$ucionismo seria novamente desenvolvidono movimento conhecido como neocon$ucionismo, datado do século R d & , através da $i#ura persona#ens como os irmãos &hen# e 5hu7i, o #rande comentador con$ucionista

Anti#uidade 4emplo de &on$=cio em 1a#asa?i, Japão !e qualquer modo, já na anti#uidade o con$ucionismo atin#iu um pleno sucesso, tornando.se uma $iloso$ia moral de pro$undo impacto na estrutura social e cotidiana dsociedade * valor ao estudo, a disciplina, a ordena9ão, a consciência pol(tica e ao trabalho são lemas que con$ucionismo introjetou de maneira de$initiva na vida da civiliza9ão chinesa da anti#uidade aos dias dhoje 1ote.se que, ao contrário do que muitos a$irmam, o con$ucionismo não se trata de uma reli#ião 1ã

possui um credo estabelecido, mas apenas determina98es rituais de caráter social, que permitem a umadepto do con$ucionismo a liberdade de cren9a em qualquer tipo de sistema meta$(sico ou reli#ioso que nãvá contra as re#ras de respeito m=tuo e etiqueta pessoal

!ias de hoje* con$ucionismo é ainda praticado em vários pa(ses Além da sua ori#em asiática, diversos pa(seocidentais incorporam al#uns conceitos do sistema em suas práticas notadamente urbanas 1o Urasil, ésentido em #rupos de ind(viduos que estudam reli#i8es não cristãs

&on$=cio, o )umanista &hinês . + ///0

;un# zi, ou &on$=cio +--2 a & [ 6PS a & 0 $oi, provavelmente, o pensador que mais in$luenciou a cultua sociedade chinesa desde a anti#uidade até nossos dias 1ão é e7a#ero dizer que o amor nutrido pela &hinao anti#o, a tradi9ão, tem #rande parte de suas ra(zes $incadas no pensamento deste sábio, um entusiasta dhist ria, dos costumes e da civiliza9ãoK \revelando.se o passado, compreende.se o presente], teria dito +^H

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K220 'reocupado com a crise que se instalava nas institui98es da dinastia 5hou, sua resposta $ilos $centrou.se na discussão dos mais diversos t picos relativos N pol(tica, aos costumes, e a constru9ão dconhecimento, di$undido através de uma ampla proposta educativa Era antes de tudo um humanista, e su$i#ura praticamente molda o arquétipo do sábio chinêsL um ser pro$undo, denso, sens(vel, comedido perspicaz +^H, 2/0

!ecorrente disto, aquela que veio a se chamar escola dos letrados +rujia0, or#anizada por seus disc(pulos

constitu(a.se num sistema de pensamento muito bem estruturado, pautado em valores de$inidos, como o ^i+Gitual0, 5hen# +&onduta0, Gen +)umanismo0, entre outros 1esta nossa pequena introdu9ão, decidimos privile#iar estes três conceitos, que jul#amos ser os mais importantes para um conhecimento inicial docon$ucionismo

Qniciemos pelo ^i 'ara &on$=cio e seus se#uidores, a questão do comportamento ritual era o #rande (ndida civilidade humana, separando o ser educado dos bárbaros e i#norantes 1o entanto, não havia nin#uémna mentalidade con$ucionista, que não pudesse aprender o comportamento ritual e a cultura +educar.sealiás, era a base da $orma9ão de um ser humano, sem o que ele não se aper$ei9oaria nem evoluiria do estad primitivo de sua natureza0 * ^i se constitu(a, por conse#uinte, no conjunto dos atos o$iciais, reli#iosos sociais responsáveis pela intera9ão entre os membros da comunidade e pela sua cone7ão com a ordemnatural e a vontade do &éuK \o homem de bem, ampliando seus conhecimentos sem cessar, e ordenando.o pelo ritual, este não perde o caminho] +^H, BK -0 'ara este sábio, a e7ecu9ão deste comportamento rituaera uma $orma de asse#urar a reprodu9ão da velha estrutura de vida que havia possibilitado a e7istência da&hina desde os tempos ancestrais +^H, 6K2M0 A de#rada9ão moral, a corrup9ão dos costumes apropria9ão indébita do poder vinham, justamente, do desconhecimento que as pessoas tinham sobre aimportDncia deste comportamento ritual, ocorrido tanto pelas tendências e#o(sticas dos homens quanto pelsua má $orma9ão educativa

Estudar, para &on$=cio, era a base de tudoL instruindo.se, o ser humano asse#urava a conduta reta +5hen#0a justi9a +Hi0 nos ne# cios p=blicos e para com as pessoas 'ara o >estre, a conduta não era apenas uma$orma polida de etiquetaK era um meio pelo qual as pessoas conheciam seus limites internos e e7terno#arantindo seu bom relacionamento com o pr 7imo Era também uma $orma de autocontrole, que em=ltima analise levava a criatura a perceber sua importDncia no mundo, deslocando.a dos interesses pr prio para os interesses da comunidade 4emos uma no9ão muito hip crita da etiqueta, que em nossas concep98eapresenta.se como uma $orma diplomática de relacionamento, muito li#ada N cultura de elite A idéia dcon$ucionistas ia bem além da mera $ormalidadeK o hábito da retidão na conduta moral deveria $or9ar o a repensar suas atitudes, perante seu papel na sociedade Assim sendo, as práticas de relacionamento nãseriam uma mera repressão dos sentimentos, mas sim uma e7pressão di#na e respeitosa do (ntimo, queatravés da $ormalidade, seriam $iltradas de $orma não a#ressiva

Estas idéias se ori#inavam da concep9ão de &on$=cio de que Gen +o )umanismo0 era, de $ato, a base d

todo o >undo >as o que é )umanismo numa visão con$ucionistaZI complicado traduzir este termo para nossa l(n#ua, tendo em vista que ele en#loba várias idéias di$erentesmas $a9amos uma apro7ima9ão e7plicativa

* primeiro conceito que podemos utilizar para entender este )umanismo con$ucionista é o do Amor +^H6KM0 >uito se deturpou em rela9ão N sua proposta de distribui9ão do a$eto entre os seres, e cedo tendeu.sacreditar que &on$=cio de$endia a possibilidade de amar apenas aqueles que também $ossem civilizados,que em breve traduziria.se por \chineses] Qsso não é verdadeK mesmo criticando os bárbaros do 1orte poseus costumes di$erentes e a#ressivos, &on$=cio nunca estabeleceu um limite para quem poderia ou nãentender o caminho +!ao0 por ele proposto A base desse )umanismo, assim como do ritual e da conduta

eram, sempre, os estudos Estudar a si pr prio, estudar os outros, estudar a cultura, $ormando assim umarcabou9o (ntimo de idéias e valoresK eis o mister dos autênticos con$ucionistas Assim sendo, Amar é utermo que se apro7ima pela no9ão de sentimento a$etivo rec(proco, de compreensão m=tua, de equil(brio equanimidade entre as pessoas Qsso não basta, porém, para e7plicar o Gen

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!evemos aqui incluir outra no9ão, a do Altru(smo A ajuda desinteressada $az parte dos elementoscomponentes do Gen, o que permite o equil(brio da sociedade pelo aproveitamento sadio de todos os seres'ara &on$=cio, a simples caridade era uma medida emer#encialL a lon#o prazo, no entanto, o mestre secolocava contra a sua prática . por ser humilhante em certos casos . e por re$or9ar as desi#ualdades e aacomoda9ão +^H, BKM0 Era necessário empreender a educa9ão comum, a ajuda m=tua e a distribui9ãtrabalho para que todos pudessem viver em uma harmonia di#na, justa :ma pessoa s seria lan9ada ao

desequil(brio e a carência se não tivesse trabalho ou, ainda, se mesmo com trabalho, não tivesse umaeduca9ão que lhe impedisse de cometer e7cessos ou que a $izesse desconhecer as re#ras de conduta e deritualL \praticar o ren é come9ar por si pr prio, querer para os outros o que quer para si mesmo + 0 bem ti a idéia daquilo que podes $azer pelos outros. eis o que te porá no caminho do ren] +^H, BK %0

1o per(odo )an +QQQ a & [ QQQ d & 0, quando o &on$ucionismo $oi adotado pelo Estado como$icial, a &hina passou por um per(odo de #rande renova9ão cultural e intelectual derivada destas proposta 1o entanto, a escola dos letrados so$reu, também, #randes deturpa98es, trans$ormando.se inclusive numaespécie de \reli#ião estatal], al#o que &on$=cio provavelmente lastimaria * principal desvio, no entanto$oi a trans$orma9ão do comportamento ritual em um separador da cultura chinesa em rela9ão ao resto dmundoL somada a banaliza9ão do Gen, que se trans$ormou em um conceito de a$eto disperso e super$icidiri#ido em termos caritativos, o con$ucionismo perdeu #rande parte de sua potência como propostauniversal para se tornar um discurso sinocentrista de civiliza9ão

4emos que nos impressionar, no entanto, com a atualidade e a abran#ência da proposi9ão ori#inal de&on$=cio \Amar a todos], e \não $azer ao pr 7imo o que não quer que $a9am com você] +^H, 2 K2MK M0 são, no m(nimo, a$irma98es tiradas sobre uma razão humana que transcende as l #icas cultu 1essa hora somos obri#ados a nos per#untar se, de $ato, al#uns autores chineses não estão certos ao a$irmaa ascendência do esp(rito humano sobre certos valores e conceitos similares que sur#em, em diversassociedades e conte7tos hist ricos, tendo por base pressupostos culturais completamente di$erentes )á quese pensar a(, realmente, numa universalidade do saber, patrimônio indelével da mentalidade humana que detempos em tempos é in$erida por estes #randes pensadores E &on$=cio, já no século Q a & $oi capelaborar uma proposta, em muitos aspectos invejável, para a resolu9ão de problemas sociais que parecematravessar a e7istência humana com persistência e tenacidade, sobre os quais apenas a vontade (ntima écapaz de se sobrepor

Con ucionismo/outrina 0 ist$ria 0 2s cinco li3ros 0 -ituais e tradi45es

iloso$ia, ideolo#ia pol(tica, social e reli#iosa do pensador chinês &on$=cio +--2.6PS a & 0, #ra$ia latinnome ;oun# ou 4seu +ou mestre ;un#0 * princ(pio básico do con$ucionismo é conhecido pelos chinesescomo junchaio +ensinamentos dos sábios0 e de$ine a busca de um caminho superior +tao0 como $ormaviver bem e em equil(brio entre as vontades da terra e as do céu &on$=cio é mais um $il so$o do que

pre#ador reli#ioso 3uas idéias sobre como as pessoas devem comportar.se e conduzir sua espiritualidade s$undem aos cultos reli#iosos mais anti#os da &hina, que incluem centenas de imortais, consideradosdeuses, criando um sincretismo reli#ioso * &on$ucionismo $oi a doutrina o$icial na &hina durante quasemil anos, do século QQ até o in(cio do século RR ora da &hina, a maioria dos con$ucionistas está na _ principalmente no Japão, na &oréia do 3ul e em &in#apura

/outrina * 1o &on$ucionismo não e7iste um deus criador do mundo, nem uma i#reja or#anizada ousacerdotes * alicerce m(stico de sua doutrina é a busca do 4ao, conceito herdado de pensadores reli#iososanteriores a &on$=cio * tao é a $onte de toda a vida, a harmonia do mundo 1o con$ucionismo, a base $elicidade dos seres humanos é a $am(lia e uma sociedade harmônica A $am(lia e a sociedade devem sre#idas pelos mesmos princ(piosK os #overnantes precisam ter amor e autoridade como os paisL os s=dit

devem cultivar a reverência, a humildade e a obediência de $ilhos &on$=cio ensina que o ser humano decultuar seus antepassados mortos, de $orma a perpetuar o mesmo respeito e amor que tem por seus paisvivos !e acordo com a doutrina, o ser humano é composto de quatro dimens8esK o eu, a comunidade, natureza e o céu [ $onte da auto.realiza9ão de$initiva As cinco virtudes essenciais do ser humano são am

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o pr 7imo, ser justo, comportar.se adequadamente, conscientizar.se da vontade do céu, cultivar a sabedoriae a sinceridade desinteressadas 3omente aquele que respeita o pr 7imo é capaz de desempenhar seudeveres sociais * =nico sacrilé#io é desobedecer N re#ra da piedade )ist ria . &on$=cio nasce em meaddo século Q a & , em uma $am(lia pobre da prov(ncia de &han.tun# A &hina encontra.se divididaestados $eudais que lutam pelo poder, e sua $am(lia é $or9ada a se mudar repetidas vezes Ao re#ressar a sterra natal, re=ne o primeiro #rupo de disc(pulos 3uas doutrinas in$luenciam todas as es$eras da vidchinesa e são a base da educa9ão desde a uni$ica9ão da &hina, no século QQ, até a proclama9ão da Gep=b

pelo ;uomintan#, no século RR 3uas idéias são continuadas por outros pensadores, como >êncio>en#tz= +MP2. %S a & 0 e )sun.tzu +M//. M/ a & 0 As primeiras cr(ticas ao con$ucionismo sur#emGep=blicaK a doutrina é considerada conservadora e associada Ns estruturas $eudais A perse#ui9ão con$ucionistas acirra.se ap s a ascensão dos comunistas ao poder, em 2S6S, e sobretudo durante a VrandGevolu9ão &ultural 'roletária +2SBB.2SPB0

2s cinco li3ros * *s ensinamentos do con$ucionismo estão reunidos em cinco livros, chamados Tu &hin#ou *s &inco &lássicos, que incluem te7tos atribu(dos a &on$=cio e a outros autores de per(odosanteriores As obras são o 3hu &hin# +&lássico de 'ol(tica0L 3hih &hin# +&lássico de 'oesia0L ^i &h+^ivro dos Gitos, visão social0L &hun.&hiu +Anais das 'rimaveras e *utonos, visão hist rica0 e o Q &h+^ivro das >uta98es, que aborda os aspectos meta$(sicos da vida0 !os &inco &lássicos, o Q &hin# é o mconhecido no *cidente Ele a$irma que o universo é re#ido por duas $or9as ou qualidades, complementaree opostas, o yin +$eminino0 e o yan# +masculino0, que provocam constante mudan9a * homem nobre dsaber equilibrá.las, e, para i sso, o livro traz um oráculo baseado em B6 he7a#ramas +conjunto de seis linhaque podem ser cont(nuas ou interrompidas0, cada uma com um te7to deci$rativo 1a $orma de consulta mhabitual, três moedas são jo#adas seis vezes se#uidas e as combina98es de cara e coroa indicam ohe7a#rama * con$ucionismo inclui ainda outras obras importantes, entre os quais o livro de pensamentodiversos ^un Hu, conhecido no *cidente como Analectos

-ituais e tradi45es * *s con$ucionistas prestam culto a seus antepassados pela venera9ão e o$erendas, que podem ser $eitas em altares domésticos ou nos templos *s rituais mais importantes são os da vida $amiliacom destaque para o casamento, por criar uma nova $am(lia, e para os $unerais :m dos aspectos docon$ucionismo que têm conse#uido adeptos no *cidente é o en# 3hui, conjunto de de$ini98es sobre comoconstruir e ocupar casas ou edi$(cios, da escolha do terreno N disposi9ão dos cômodos, suas $un98es objetos, de $orma a #arantir que a ener#ia vital da terra, chamada &hi, possa $luir e #arantir sa=deharmonia, paz, prosperidade e $elicidade a seus ocupantes

Anime

Anime + , AnimeZ por vezes escrito Animé ou Animê0 é o nome dado N anima9ão japonesa A palavra Anime tem si#ni$icados di$erentes para os japoneses e para os ocidentais 'ara os japoneses, animé tudo o que seja desenho animado, seja ele estran#eiro ou nacional 'ara os ocidentais, anime é todo o

desenho animado que venha do JapãoYndice ̀ esconder2 )ist ria

&aracter(sticas2 !esi#n de persona#ens

M 4ipos de animeM 2 'or $ormatoM Vêneros6 Anime ou animê- A rela9ão entre o anime e o man#á

B ãs de animeP er também% ̂ i#a98es e7ternas

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`editar )ist ria&om a ocupa9ão dos Estados :nidos no $im da 3e#unda Vuerra >undial, muitos artistas japoneses tiveramcontato com a cultura ocidental e, in$luenciados pela cultura pop dos Estados :nidos, desenhistas em in(ciode carreira come9aram a conhecer os quadrinhos e desenhos animados na sua $orma moderna )aviane#ociantes que contrabandeavam rolos de $ilmes americanos, desenhos da !isney e outros

Entre os principais artistas que se envolveram com a tal arte, estavam *samu 4ezu?a, 3hotaro Qshinomori e^eiji >atsumoto Estes três jovens, mais tarde, $oram consa#rados no mercado de man#á 1a década de2S-/, in$luenciados pela m(dia que vinha do ocidente, diversos artistas e est=dios come9aram a desenvolve projetos de anima9ão e7perimental

1a época em que o man#á reinava como m(dia nasceram os pioneiros animes de sucessoK )ya?ujaden +A^enda da 3erpente Uranca0 estreou em de outubro de 2S-%, primeira produ9ão lan9ada em circuitcomercial da 4oei Animation, divisão de anima9ão da poderosa 4oei &ompany e >an#a &alendar, o primeiro animê especialmente $eito para televisão, veiculado pela emissora 4U3 com produ9ão do est=di*to#i em - de junho de 2SB , que teve dura9ão de dois anos

^o#o em se#uida, em 2 de janeiro de 2SBM, é lan9ado 4etsu@an Atom, também conhecido como Astro Uo baseado no man#á de *samu 4ezu?a, já com a estética de persona#ens de olhos #randes e cabelosespetados vinda da versão impressa Astro Uoy acabou tornando.se o propulsor da maior ind=stria danima9ão do mundo, conquistando também o p=blico dos Estados :nidos 4ezu?a era um (dolo no Japão esua popularidade lhe proporcionou recursos para investir em sua pr pria produtora, a >ushi 'roductions*utras produtoras investiram nesse novo setor e nasceram clássicos do anime como *itavo )omem +Ei#ht>an0, 3uper !(namo +'aa >an0, mas ainda com precariedade e contando com poucos recursos, di$erentedas anima98es americanas

3e#undo Ale7andre 1a#ado, "` em 2SBP sur#e o primeiro anime com #rande proje9ão $ora do Ja3peed Gacer +>aha Vo Vo Vo, 2SBP0, que apesar de produ9ão pobre, se destacava por Dn#ulos de cenainovadores e muita criatividade nas hist rias 1ão por acaso, virou sucesso no mundo inteiro e até hoje muito cultuado 1este ano estrearam 26 séries, sem contar os desenhos que já estavam em produ9ãoanteriormente !entre os clássicos daquele ano, A 'rincesa e o &avaleiro +Gibbon no ;ishi0 e antomas+*#on Uatto0 marcaram época também por suas trilhas sonoras de n(vel cinemato#rá$ico 1o cinema, n=mero de produ98es era menor +apenas quatro em 2SBP0, mas $oi aumentando aos poucos

1a década de 2SP/, houve uma #rande e7plosão de t(tulos Além de animes para crian9as pequenas+;odomo0 e outros para meninas +3houjo0, ocorreu também uma #rande $ebre de desenhos com robô#i#antes +>echa0, #ra9as ao sucesso de >azin#er 5 +2SP 0, cria9ão do desenhista Vo 1a#ai e #rande

sucesso entre o p=blico in$anto.juvenil &om diversos t(tulos para serem vistos na televisão em epis disemanais, muitos sendo e7portados para outros pa(ses e com al#umas obras sendo lan9adas nos cinemas, oanimê mostrava que tinha che#ado para $icar "

1os anos P/, os studios 4atsuno?o, criadores de 3peed Gacer, criaram um t(tulo chamado Vatchaman, queno *cidente $oi chamado de Uattle o$ the 'lanets, que $ez sucesso, assim como o pr prio 3peed Gacer, e $oum dos animes de #rande successo no mundo

*s animes mais conhecidos atualmente sãoK 'o?émon, *ne 'iece, 4o?yo >e@ >e@, >ermaid >elody,3ailor >oon, !ra#on Uall 5, 1aruto, Uleach, QnuHasha, &avaleiros do zodiaco ou 3aint seiya , 3a?ura &ard&aptors , !i#imon, 3haman ;in#, El$en ^ied , Evan#elion e !eath 1ote

&aracter(sticas

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Vota dCá#ua no rosto*s animes apresentam caracter(sticas bastante distintas, como o uso de uma dire9ão darte á#il, enquadramentos ousados, muito movimento de cena e a aborda#em de temas variados, como pore7emplo, $ic9ão cient($ica, aventura, terror, in$antil, romance, etc I bastante comum, mesmo nas produ98in$antis, se encontrar situa98es de humor adultas

)á também na anima9ão japonesa #rande presen9a de persona#ens andr #inos e da homosse7ualidade,#eralmente sutil As duas caracter(sticas são re$le7os da cultura japonesa, onde não há muita distin9ão ent

homosse7uais e andr #inos com heteros >as $ora deste conte7to, como aqui no *cidente, essas a98esacabam por ser muitas vezes mal interpretadas, levando em muitos casos N censura e adapta9ão de persona#ens

Em muitas produ98es podemos con$erir caracteriza98es e7a#eradas de sinais vis(veis de sentimentosAl#uns e7emplos seriamK

Vota de á#ua que aparece do lado do rosto do persona#em representando constran#imento!entes e chi$res aparecendo repentinamente nos persona#ens representando raiva ou maldade!iminui9ão s=bita do persona#em representando ver#onha 1ervos estilizados na testa de um persona#em, também representando raiva

!esi#n de persona#ens *lho em estilo man#á *s olhosK #eralmente muito #randes, muito bem de$inidos, redondos ou ras#adocheios de brilho e muitas vezes com cores chamativas, como vermelhos, rosa, laranja, ro7os, dourados ousimplesmente uma bolinha preta sob $undo branco Essa técnica $oi introduzida por 4ezu?a, para que, des$orma, pudesse con$erir mais emo9ão aos seus persona#ens 3ão considerados uma das partes $undamente mais e7pressivas de um persona#em, pois os olhos podem tomar várias $ormas e $eitios, de modo ae7pressar o humor e a personalidade do persona#em :ma das caracter(sticas mais conhecidas do desenho japonês é o tamanho dos olhos A razão mais provável dessa caracter(stica é a in$luência de desenhoanti#os da !isney, e a cren9a japonesa de que "os olhos são a janela da alma"* cabeloK há de todas as $ormas, tamanhos, volumes e penteados, sempre cheios de $itas, lacinhos e a$ins,claro, cores, que vão desde o rosa, ao vermelho, ao azul, verde e ro7o E7istem séries que optam também por cores "reais", como castanho, loiro, ruivo *s #arotos, #eralmente, possuem cabelos "espetados"L htambém muitos persona#ens masculinos de cabelos compridos, quase sempre com $ranja* corpo K na maioria das vezes, escultural, Ns vezes até demasiado escultural, e cheio de pormenoresAs roupasK sempre muito coloridas e com desi#n cheio de ima#ina9ão >uitos mostram um persona#emsempre usando a mesma roupa, pois esse é um modo de caracterizá.lo I também muito comum autiliza9ão dos trajes tradicionais japoneses, como quimonos, independentemente do tipo de hist riaA personalidadeK os persona#ens costumam ter personalidades muito bem elaboradas, ricas, cheias com amais di$erentes e variadas caracter(sticas, independentemente de cada situa9ão e persona#em

A vozK também é um elemento muito importante numa persona#em Estas são selecionadas de acordo coa personalidade dos persona#ens ozes muito poderosas, in$antis, estridentes, harmoniosas ou cavernosa$azem parte do universo de qualquer anime, e os dubladores +ou seiyu0 são alvos da admira9ão de muito$ãs

4ipos de anime

'or $ormato prateleira com ! !s de Anime1o Japão, os animes são lan9ados em três $ormatosK

3érie de televisãoK transmitido pela televisão aberta ou pa#a, e #eralmente, com o $im da série há lan9amento do ! ! ou )3 &omparado com $ilmes e * As a qualidade da ima#em pode ser muitasvezes menor por ter um or9amento distribu(do em um #rande n=mero de epis dios >uitos t(tulo

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apresentam 2M ou B epis dios com dura9ão de M minutos 1a maioria das vezes, possuem crédiiniciais, créditos $inais e cenas curtas que anunciam o in(cio e o $im do intervalo comercial

ilmeK e7ibidos em cinemas e, mais tarde, lan9ados em ! !, ou, em al#uns casos, em canais pa#osVeralmente apresentam a qualidade de v(deo e o or9amento mais alto >uitos animes são unicamentelan9ados em $ilmes 1o entanto, há casos em que os $ilmes são na verdade uma edi9ão minimizada da sérde televisão

* A ou *A K si#la de *ri#inal ideo Animation é o anime produzido para ser vendido em ! ! e )3 enão para ser e7ibido na tevê como uma série Assim como $ilme, depois de al#um tempo, o * A pode passar em canal $echado também 1ormalmente são mais curtos que os $ilmes e possuem mais de umepis dio

(6neros)á vários termos japoneses que de$inem #êneros tanto do anime como do man#áK

shoujoK são voltados para um p=blico $eminino jovemma#ical #irlK mahô shôjo ou mahou shoujo, caracterizados por #arotas com poderes má#icosshounen.aiK romance entre persona#ens masculinosshoujo.aiK romance entre persona#ens $emininosshounenK são voltados para um p=blico masculino jovemseinenK animes voltados para adultos e adolescentes masculinos joseiK animes voltados para adultos e adolescentes $emininos?odomoK japonês para "crian9a", são voltados para crian9as menoresmechaK animes caracterizados por robôs #i#antesecchiK japonês para "indecente" * nome ori#ina.se da leitura da letra ) em in#lês &ontém humor se7ua bem moderadohentaiK japonês para "anormal" ou "pervertido", usado para descrever animes porno#rá$icos 1o entanto, Japão os termos usados são 'oruno ou Ero?emono +animais0$utanari +herma$roditas0loli.con +crian9as . rapari#as0shota.con +crian9as . rapazes0yaoi +homosse7ual . homens0yuri +homosse7ual . mulheres0hentai +adultos0*s se#uintes não são #êneros propriamente ditos, mas caracter(stica bastante presente em tais desenhosK

bishounenK japonês para "#aroto bonito", termo #eral que pode ser usado para descrever qualquer animcaracterizado por meninos e homens bonitos

bishoujoK japonês para "#arota bonita", termo #eral que pode ser usado para descrever qualquer animcaracterizado por meninas e mulheres bonitas*utros #êneros paralelos aos ocidentais sãoK aventura, a9ão, $ic9ão cient($ica, comédia, desporto, dram$antasia e romance )á ainda temas que se repetem várias vezesK cole#iais, demônios, artes marciais, ma#iterror

Anime ou animê 1a ^(n#ua portu#uesa e7istem duas variantes para esta palavraK anime ou animê

A palavra anime não precisa ser lida como o7(tona 1a l(n#ua japonesa não e7iste di$erencia9ão entr paro7(tonas e o7(tonas, causando uma di$iculdade na tradu9ão para o portu#uês

&rê.se que, etimolo#icamente, é a transcri9ão japonesa da palavra in#lesa animation +derivada por ap cop a parte $inal da palavra é eliminada, como acontece com muitas palavras japonesas de ori#em

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estran#eira0 Al#uns autores de$endem uma ori#em $rancesa de animé +animado0 A maioria d japoneses não aceita esta teoria

A pronuncia mais usada, e que os pr prios japoneses usam, é A.ni.mêi :ma contrac9ão da apropria9ão pela l(n#ua japonesa da palavra in#lesa Animation

A rela9ão entre o anime e o man#á

* mais normal é que, quando um man#á alcan9a sucesso considerável de vendas no Japão, ele sejatrans$ormado em anime e se este também obtiver ê7ito, é traduzido e distribu(do a outros pa(sesEventualmente, diversos produtos relacionados ao mesmo come9am a ser produzidos, como jo#os devideo#ame, bonecos e revistas

'orém, há também casos em que a ordem se inverte :m e7emplo disto é 1eon Venesis Evan#elion, cujoman#á $oi produzido ap s o sucesso da série de tevê, !ra#on Ouest, que inicialmente era um jo#o, e'o?émon +'oc?et >onsters no Japão0 que primeiro era um jo#o, a partir do qual $oi produzido um anime edepois um man#á

ãs de anime&om o crescente sucesso dos animes sur#iu uma comunidade de $ãs, tanto no Japão quanto $ora dele, que stornaram conhecidos com ota?us * pr prio termo é alvo de discuss8es, pois no Japão o verbete possuiconota9ão pejorativa >uitos dos espectadores de anime não se consideram ota?us pre$erindo $u#ir dr tulo controverso

* estilo dos animes já in$luencia a cultura ocidental e está presente também além destes 'or e7emplo, a#ri$e &avalera já lan9ou uma cole9ão com al#uns persona#ens clássicos, in$luências orientais e até mesmcita98es de yaoi A banda !a$t 'un? tem o $ilme Qnterstella ----K 4he -tory o$ the -ecret -tar -ystem, que$oi produzido por ^eiji >atsumoto e ;azuhisa 4a?enôchi, animadores pro$issionais do Japão +que já$izeram desenhos como !i#imon e 3ailor >oon0 e é $eito inteiramente em tra9os orientais *s ^in?in 'ar? também já $izeram re$erência a clássicos da anima9ão japonesa como Vundam, além de no seu video clipde Urea?in# 4he )abit todo ele $oi realizado usando a tecnica do anime >adonna se arriscou na turnê!ro@ned Torld 4our e criou um bloco inteiro dedicado ao mundo oriental Em uma das can98es sãomostrados al#uns animes hentais +picantes0 nos tel8es do me#asho@ de //2 da popstar Além disso, eseu mais novo clip, Jump +situado em 4 quio0, a cantora ainda parece se $antasiarde >ello, persona#em d!eath 1ote * Vorillaz $oi outra banda que utilizou animes em seus clipes

>an#á

* mangá oumanga + Manga ? 0 é a palavra usada para desi#nar ashist rias em quadrinhos japonesas,

o seu estilo pr prio de desenho e omovimento art(stico relacionado 1o Japão desi#na quaisquer hist riasem quadrinhos ários man#ás dão ori#em aanimes para e7ibi9ão natelevisão, emv(deo ou emcinemas,mas também há o processo inverso em que osanimes tornam.se uma edi9ão impressa de hist ria emsequência ou de ilustra98es

)ist ria :m #ravura de ;atsushi?a )o?usai precursora do man#á moderno *s man#ás têm suas ra(zes no per(odo 1ara +século QQQ d & 0 com a apari9ão dos primeiros rolos de pinturas japonesasK os ema?imonoassociavam pinturas e te7tos que juntos contavam uma hist ria N medida que eram desenrolados * primeiro desses ema?imono, o Qn#á ;yô, é a c pia de uma obra chinesa e separa nitidamente o te7to da

pinturaA partir da metade do século RQQ, sur#em os primeiros ema?imono com estilo japonês, do qual o Venjmono#atari ema?i é o representante mais anti#o conservado, sendo o mais $amoso o &hoju#i#a, atribu(d

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ao bonzo ;a?uyu 4oba * &hoju#i#a está #uardado no templo de ;ozan#i em Ouioto 1esses =ltimossur#em, diversas vezes, te7tos e7plicativos ap s lon#as cenas de pintura Essa prevalência da ima#emasse#urando sozinha a narra9ão é hoje uma das caracter(sticas mais importantes dos man#ás

1o per(odo Edo, em que os rolos são substitu(dos por livros, as estampas eram inicialmente destinadas Nilustra9ão de romances e poesias, mas rapidamente sur#em livros para ver em oposi9ão aos livros para lerantes do nascimento da estampa independente com uma =nica ilustra9ãoK o u?iyo.e no século R Q I, aliá

;atsushi?a )o?usai o precursor da estampa de paisa#ens, nomeando suas célebres caricaturas publicadasde 2%26 N 2%M6 em 1a#oya, cria a palavra man#á si#ni$icando "desenhos irresponsáveis" que podser escrita, em japonês, das se#uintes $ormasK ;anji + , ;anjiZ0, )ira#ana + , )ira#anaZ0,;ata?ana + , ;ata?anaZ0 e Gomaji +>an#a0

`editar !e estampas a quadrinhos :m rosto desenhado em estilo man#á *s man#ás não tinham no entanto sua $orma atual que sur#e no in(ciodo século RR sob in$luência de revistas comerciais ocidentais, provenientes dos Estados :nidos 4anto queche#aram a ser conhecidos como 'onchi.e +abrevia9ão de 'unch.picture0 como a revista britDnica, ori#emdo nome, 'unch >a#azine +Gevista 'unch0, os jornais traziam humor e sátiras sociais e pol(ticas em curtastiras de um ou quatro quadros !iversas séries comparáveis as de além.mar sur#em nos jornais japonesesK 1ora?uro Joutouhei +'rimeiro 3oldado 1ora?uro0 uma série antimilitarista de 4a#a@a 3uiho, e Uo?en!an?ichi +As aventuras de !an?ichi0 de 3himada ;eizo são as mais populares até a metade dos anosquarenta quando toda a imprensa $oi submetida N censura do #overno, assim como todas as atividadeculturais e art(sticas Entretanto, o #overno japonês não hesitou em utilizar os quadrinhos para $ins d propa#anda

`editar ' s.#uerra e renova9ão * sentido de leitura de um man#á japonês3ob ocupa9ão americana ap s a 3e#unda Vuerra >undial, osman#a?as, como os desenhistas são conhecidos, so$rem #rande in$luência das hist rias em quadrinhoocidentais da época, traduzidas e di$undidas em #rande quantidade na imprensa cotidiana I então que umartista in$luenciado por Talt !isney revoluciona esta $orma de e7pressão e dá vida ao man#á modernoK*samu 4ezu?a As caracter(sticas $aciais semelhantes aos dos desenhos de !isney onde olhos, boca,sobrancelhas e nariz são desenhados de maneira bastante e7a#erada para aumentar a e7pressividade dos persona#ens, o que tornou sua prol($ica produ9ão poss(vel I ele quem introduz com e7atidão omovimentos nas hist rias através de e$eitos #rá$icos, como linhas que dão a impressão de velocidade oonomatopéias que se inte#ram com a arte, destacando todas as a98es que comportassem movimento, mastambém, e acima de tudo, pela alternDncia de planos e de enquadramentos como os usados no cinema A

hit rias $icaram mais lon#as e come9aram a ser divididas em cap(tulos*samu 4ezu?a cria, junto ao pr prio est=dio >ushi 'roduction, a primeira série de anima9ão para atelevisão japonesa em 2SBM, a partir de uma de suas obrasK 4etsu@an Atom +Astro Uoy0 inalme passa#em do papel para a televisão tornou.se comum e o aspecto comercial do man#á #anhou amplitude,mas 4ezu?a não se contentou com isso 3ua criatividade o levou a e7plorar di$erentes #êneros na suamaioria, os man#ás tinham como p=blico.alvo as crian9as e jovens , assim como a inventar novos, participando no aparecimento de man#ás para adultos nos anos sessenta com os quais ele pôde abordarassuntos mais sérios e criar roteiros mais comple7os Ele também $oi mentor de um n=mero importante dman#a?as como uji?o ujio +dupla criadora de !oraemon0, A?atsu?a ujio, Geiji >atsumoto e 3hotaroQshinomori

Assim, os man#ás cresceram simultaneamente com seus leitores e diversi$icaram.se se#undo o #osto de um p=blico cada vez mais importante, tornando.se aceitos culturalmente A edi9ão de man#ás representa hojmais de um ter9o da tira#em e mais de um quarto dos rendimentos do mercado editorial em seu pa(s de

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ori#em 4ornaram.se um verdadeiro $enômeno ao alcan9ar todas as classes sociais e todas as #era98e#ra9as ao seu pre9o bai7o e a diversi$ica9ão de seus temas !e $ato, como espelho social, abordam todos otemas ima#ináveisK a vida escolar, a do trabalhador, os esportes, o amor, a #uerra, o medo, séries tiradas dliteratura japonesa e chinesa, a economia e as $inan9as, a hist ria do Japão, a culinária e mesmo manuais d"como $azer", revelando assim suas $un98es peda# #icas

`editar Estilos Esbo9os de rosto 'ara os japoneses as hist rias em quadrinhos são leitura comum de uma $ai7a etária bemmais abran#ente do que a in$anto.juvenilL a sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda parte vê.sdesde adultos até crian9as lendo as revistas 'ortanto, o p=blico.consumidor é muito e7tenso, com tira#ensna casa dos milh8es e o desenvolvimento de vários estilos para a#radar a todos os #ostos

'or isso os man#ás são comumente classi$icados de acordo com seu p=blico.alvo )ist rias onde o publicoalvo são meninos o que não quer dizer que #arotas não devam lê.los são chamados de shounen+#aroto jovem, adolescente, em japonês0 e tratam normalmente de hist rias de a9ão, amizade e aventur)ist rias que atualmente visam meninas são chamados de shoujo +#arota jovem em japonês0 e têm comocaracter(stica marcante as sensa98es e sensibilidade da persona#em e do meio +também e7istem #arotos quleêm shojo pois e7istem shoujos com bastante a9ão e luta0 Além desses, e7iste o #e?i#á, que é umcorrente mais realista voltada ao p=blico adulto +não necessariamente são porno#rá$icos ou er ticos0ainda os #êneros seinen para homens jovens e josei para mulheres *s tra9os t(picos encontrados nashist rias cômicas +olhos #randes, e7press8es caricatas0 não são encontrados nessa =ltima corrente E7isttambém os porno#rá$icos, apelidados hentai As hist rias yuri abordam a rela9ão homosse7ual $eminina eyaoi +ou Uoys ^ove0 trata da rela9ão amorosa entre dois homens, mas ambos não possuem necessariamentcenas de se7o e7pl(cito

`editar ormato ^oja de man#á no Japão A ordem de leitura de um man#á japonês é a inversa da ocidental, ou seja, inicia.sda capa do livro com a lombada N sua direita +correspondendo a contracapa ocidental0, sendo a leitura da pá#inas $eita da direita para a esquerda Al#uns man#ás publicados $ora do Japão possuem a con$i#ura9habitual do *cidente

Além disso, o miolo é impresso em preto.e.branco, contando esporadicamente al#umas pá#inas coloridas,#eralmente no in(cio dos cap(tulos, e em papel reciclado tornando.o barato e acess(vel a qualquer pessoa

*s man#ás são publicados no Japão ori#inalmente em revistas antol #icas Essas revistas com cerca de M/

N %// pá#inas são publicadas em periodicidades diversas que vão da semana ao trimestre Elas trazemcap(tulos de várias séries di$erentes &ada cap(tulo normalmente tem entre dez e 6/ pá#inas Assim qatin#em um n=mero de pá#inas em torno de 2B/ //, é publicado um volume, chamado tan?ohon outan?obon, no $ormato livro de bolso, que, a( sim, s contém hist rias de uma série Esses volumes são ovendidos em diversos pa(ses dependendo do sucesso alcan9ado por uma série, ela pode ser reeditada em$ormato bun?oubon ou bun?ouban + , bun?oubon ou bun?oubanZ0 +mais compacto com maior n=mero de pá#inas0 e @ideban + , @idebanZ0 +melhor papel e $ormato um pouco maior que o de bolso0

:ma das revistas mais $amosas por lá é a 3honen Jump da editora 3hueisha Ela publicou clássicos como!ra#on Uall, 3aint 3eiya +ou &avaleiros do 5od(aco0, Hu Hu )a?usho e continua publicando outra séries

conhecidas como 1aruto, *ne 'iece, Uleach e !eath 1ote E7istem também outras revistas como a&hampion Ged mensal +A?ita 3hoten0, que publica 3aint 3eiya Episode V +&avaleiros do 5od(aco Epis dV0, a 3honen 3unday semanal +3ho#a?u?an0, que publicava QnuHasha, e a A$ternoon mensal +;odanshaEntre outras, podem.se citar também a 1a?ayoshi +;odansha0, revista de shoujo $amosa que publicou entre

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outros Uishoujo 3enshi 3ailor >oon e 3a?ura &ard &aptors, e a )ana to Hume +)a?usensha0 que publica)ana ;imi e ruits Uas?et

)á também os $anzines e d jinshis que são revistas $eitas por autores independentes sem nenhum v(nculocom #randes empresas Al#umas dessas revistas criam hist rias inéditas e ori#inais utilizando o persona#ens de outra ou podem dar continuidade a al#uma série $amosa Esse tipo de produto pode seencontrado normalmente em eventos de cultura japonesa e na internet * &omi?et +abrevia9ão de comi

mar?et0, uma das maiores $eiras de quadrinhos do mundo com mais de 6// /// visitantes em três dias queocorre anualmente no Japão, é dedicada ao d jinshi

`editar 1o Urasil A Ti?ipe.tan é a persona#em em estilo man#á que personi$ica a Ti?ipédia Embora a primeira associa9ãorelacionada a man#á, a Associa9ão Urasileira de !esenhistas de >an#á e Qlustra98es, tenha sido criada emM de $evereiro de 2S%6, o "boom" dos man#ás no Urasil aconteceu por volta de dezembro de ///, com lan9amento dos t(tulos !ra#on Uall e &avaleiros do 5od(aco pela Editora &onrad +anti#a Editora 3ampa0'orém, esses não $oram os primeiros a che#ar a territ rio brasileiro Al#uns clássicos $oram publicados noanos %/ e come9o dos anos S/ sem tanto destaque, como ^obo 3olitário pela Editora &edibra, A?ira pelaEditora Vlobo, &ryin# reeman, pela Editora 3ampa e A ^enda de ;amui e >ai . Varota 3ensitiva pelaEditora Abril e &obra, Uaoh e Escola de 1injas pela !ealer 'orém, a publica9ão de vários t(tulos $oiinterrompida e o p=blico brasileiro $icou sem os man#ás traduzidos por vários anos E7istiram aindedi98es piratas de al#uns man#ás`carece de $ontesZ * mais $amoso $oi Japinhas 3a$adinhas lan9ado nove edi98es pela "Ui#bun" +selo er tico da Editora 3ampa0 * man#á era uma versão sem licenciamende An#el de :.jin

A popularidade do estilo japonês de desenhar é marcante, também pela #rande quantidade de japoneses edescendentes residentes no pa(s Já na década de 2SB/, al#uns autores descendentes de japoneses, comJulio 3himamoto e &laudio 3eto, come9aram a utilizar in$luências #rá$icas, narrativas ou temáticas dman#á em seus trabalhos * termo man#á não era utilizado, mas a in$luência em al#umas hist rias tornouse bvia Al#uns trabalhos também $oram $eitos nos anos %/, como o Gobô Vi#ante de Tatson 'ortela e o!rácula de Ata(de Uraz e 1eide )arue * movimento voltou a produzir $rutos nos anos S/ &om ainconstDncia do mercado editorial brasileiro, e7iste pelo menos uma revista nacional no estilo man#á quconse#uiu relativo sucessoL a )oly Aven#er Além deste temos também outras publica98es bastanteconhecidas pelos $ãs de man#á, como Ethora, &ombo Gan#ers e a anti#a revista de $anzines 4sunamiAtualmente os quadrinhos $eitas no estilo man#á, tirando al#umas e7ce98es, como as citadas acima, se baseia #randemente em $anzines

Apesar da aceita9ão do estilo de hist ria em quadrinho japonês, a maioria das edi98es vêem ao Urasil com

determinadas altera98es quanto ao n=mero de pá#inas por edi9ão >uitas vezes, dividem pela metade cadedi9ão, elevando demasiadamente o custo pela cole9ão

er tambémK ^ista de man#ás lan9ados no Urasil

`editar Qn$luência em outros pa(ses)á muito tempo o estilo tem dei7ado sua in$luência nos quadrinhos e nas anima98es no mundo todo Atéartistas americanos de quadrinhos alternativos como ran? >iller $oram de al#uma maneira in$luenciadosem al#umas de suas obras As in$luências recebidas dos man#ás japoneses $icaram mais evidentes comminissérie Gonin +2S%M0

*utros artistas como os americanos Urian Tood e Uec?y &loonan +autor de !emo0 e o canadense *C>alley+autor de ^ost At 3ea0 são muito in$luenciados pelo estilo e têm recebido muitos aplausos por parte dcomunidade de $ãs de $ora dos man#ás Estes artistas têm outras in$luências que tornam seus trabalhos m

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interessantes para os lei#os nesta arte Além disso, eles têm suas ra(zes em subculturas orientais dentro dseus pr prios pa(ses

)ist rias em quadrinhos americanas que utilizam a estética dos man#ás, são constantemente chamados de*E^ >an#a +*ri#inal En#lish.^an#ua#e man#á0 ou Ameriman#a

* americano 'aul 'ope trabalhou no Japão pela editora ;odansha na revista antol #ica mensal +assim

como e7plicado acima0 A$ternoon Antes disso ele tinha um projeto de uma antolo#ia que seria mais tar publicada nos Estados :nidos a )eavy ^iquid * resultado deste trabalho demonstra $ortemente ain$luência da cultura do man#á em n(vel internacional

1a ran9a e7iste o movimento art(stico, descrito em mani$esto como la nouvelle man#a Esse $oi inicia por rédéric Uoilet através da combina9ão dos man#ás maduros com o estilo tradicional de quadrinho

ranco.Uel#as Enquanto vários artistas japoneses se uniam ao projeto outros artistas $ranceses resolveratambém abra9ar essa idéia

1a &oréia do 3ul atualmente podemos observar um movimento em dire9ão aos man#ás muito $orte *manh@as coreanas têm atin#ido vários pa(ses pelo #lobo :m e7emplo claro no Urasil são al#umashist rias de sucesso como Ga#nar ? e &honchu

1o Urasil, uma das obras in$luenciada por man#á mais conhecida é )oly Aven#er, ilustrado pela artistaIrica A@ano

Além de tudo isso, é bastante comum encontrar hist rias on.line de vários pa(ses nesse estilo e atéilustra98es mais corriqueiras como das relacionadas N publicidade

2taku

2taku + ou 0 é um termo usado no Japão para desi#nar um $anático por um determinadoassunto, qualquer que seja 1o ima#inário japonês, a maioria dos ota?us são indiv(duos com tendência a seisolar socialmente, que se atiram de $orma obsessiva a um hobby qualquer, che#ando em seu ápice aapresentar sintomas de $obia social e de comportamento esquivo

1o ocidente, a palavra é utilizada como uma #(ria para rotular $ãs de animes e man#ás em #eral, em umaclara mudan9a de sentido em rela9ão ao idioma de ori#em do termo >uitos membros da comunidadeacham o termo o$ensivo por não concordarem com a distor9ão de sentido do mesmo e se recusam a serchamados assim * termo é normalmente utilizado apenas dentro da comunidade de $ãs de anime e man#áe de $alantes do idioma japonês, sendo portanto desconhecido para o #rande p=blico

1o JapãoA palavra ota?u em japonês é, ori#inalmente, um tratamento respeitoso na se#unda pessoa +,literalmente "o seu clã" ou "a sua $am(lia"0

1os anos %/, passou a se usar o termo para se re$erir a $anáticos ou man(acos * humorista e cronista A?i 1a?amori + 0 observou que a palavra era muito utilizada entre $ãs de anime e a popularizou por volta de 2S%S, quando a utilizou em um de seus livros Este livro, "A era de >" +!" , > no jidai0descrevia um assassino em série que se descobriu ser obcecado por animes e man#ás porno#rá$icos, e querecriava as hist rias estuprando jovens #arotas A hist ria $oi inspirada em um assassino real, 4sutom>iyaza?i +#$% 0 1a época, criou.se um #rande tabu em volta do termo e ele passou a ser usado de$orma pejorativa para desi#nar qualquer indiv(duo que se torna obcecado demais em rela9ão a um

determinado assunto&om o tempo, sur#iram di$erentes "tribos" de ota?u, que se identi$icavam de acordo com seus interesses emcomum Al#umas delas sãoK

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anime ota?u +Anima9ão Japonesa0man#a ota?u +)ist rias em quadrinhos0 paso?on ota?u +&omputadores0#fmu ota?u + ideo#ames0tetsud ota?u +>iniaturas, como trens de brinquedo0#unji ota?u +Armas e coisas militares0

auto ota?u ou jidosha ota?u +carros, em especial os ?ei.jidosha e demais modelos destinados ao mercadointerno japonês0'ode.se associar os ota?us aos hi?i?omoris quando a obsessão por um determinado tema atin#e o seu ápice,culminando no isolamento do indiv(duo em rela9ão Nquilo que não tem rela98es com o tema em questão #erando os problemas psicol #icos que caracterizam um hi?i?omori

1o ocidente, uma palavra com um sentido pr 7imo seria "man(aco" ou "$anático" As palavras mania??ou mania +do in#lês "maniac"0 também são usadas do mesmo modo para pessoas que tem muito interessemas de uma $orma mais amena e saudávelK anime mania??u, #fmu mania, etc Este uso seria equivalente palavra "$ã" no ocidente

1o *cidente 1os Estados :nidos, o termo che#ou em 2SS com o anime \*ta?u no ideo] +:ma mistura de anime edocumentário que mostrava a vida dos vários tipos de $anáticos em anima9ão na época0 e $oi di$undido perevista in$ormativa Animerica como um termo para identi$icar indiv(duos $anáticos como aqueles retratadna anima9ão supracitada Assim como ocorreu com os 4re??ers, os ota?us $oram considerados umasubdivisão da subcultura nerd e o termo passou a ser usado de $orma pejorativa, desi#nando aqueles quesão totalmente $anáticos por um elemento dessa subcultura . no caso, anima9ão e quadrinhos japoneses *termo $oi se popularizando con$orme os animes se popularizaram, e #ra9as N Qnternet, o termo se espalh pelo mundo, e pouco a pouco seu sentido $oi modi$icado con$orme se espalhava

>esmo que em muitos pa(ses o termo ota?u seja usado como sinônimo para $ã de anime e man#á, emmuitos lu#ares ainda se utiliza o seu si#ni$icado ori#inal, como por e7emplo, na Austrália I necessáriocerta cautela quanto ao uso do termo, portantoK a multiplicidade de sentidos que ela possui pode #eracon$litos desnecessários

isto que o termo pode ter teoricamente vários sentidos, o mais correto tanto #ramaticalmente quantolin#uisticamente seria manter o sentido ori#inal . no caso, japonês . do termo A altera9ão de sentido pouso corrente s seria admiss(vel quando o #rande p=blico tomasse conhecimento da e7istência e uso dotermo e o adotasse em #rande escala, um evento que ainda não ocorreu na esma#adora maioria dos idiomasno qual o termo $oi introduzido nos =ltimos anos

1o UrasilEste termo $oi primeiramente introduzido no Urasil provavelmente pelos membros da colônia japonesae7istente no pa(s, mas $icou restrito Ns colônias e ao seu sentido ori#inal +o tratamento respeitoso nse#unda pessoa, literalmente "sua casa" ou "sua $am(lia"0 'orém, o sentido mais novo $oi introduzido népoca da "e7plosão" de de?asse#uis, ocorrida no $inal da década de %/, quando o termo já havia adquiridoseu sentido pejorativo e o $lu7o de de?asse#uis do Urasil para o Japão se intensi$icou

'orém, a populariza9ão do termo, e em certa medida até mesmo do anime e do man#á no pa(s se deu #ra9asa primeira revista especializada de anime e man#á no Urasil . a "Anima7" Em tal revista utilizou.se provavelmente pela primeira vez a palavra ota?u no mercado editorial brasileiro para a#rupar pessoas comuma pre$erência por anima9ão e quadrinhos japoneses &omo pôde ser percebido mais tarde, o si#ni$ica

ori#inal do termo e a visão pouco $avorável que a sociedade japonesa tinha dos ota?us não $oi citadaKtermo $ora citado na Anima7 como sendo somente um r tulo utilizado por $ãs de anime e man#á no Japãoe este $oi o estopim da #rande polêmica

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A omissão de e7plica98es precisas sobre o termo e a posterior populariza9ão de seu sentido jádistorcido teve repercuss8es lo#o de in(cioK $ãs de anime mais velhos e membros dacomunidade japonesa que conheciam o sentido ori#inal do termo ota?u antes da populariza9ãodo mesmo $oram os primeiros a protestar contra a populariza9ão da distor9ão do si#ni$icado da palavra, sendo prontamente rotulados de "anti.ota?us", por supostamente "trans$ormar o termoem al#o pejorativo" As discuss8es sobre o termo dentro da comunidade de $ãs de anime seiniciaram, sendo esta a primeira poss(vel polariza9ão aceitável como tal dentro da comunidadeK

muitos membros se denominavam como "$ãs de anime" em tentativa de escapar do r tulo deota?u, por saberem do si#ni$icado pejorativo que a palavra carre#a e admitirem tal si#ni$icado como ocorretoL enquanto outra parte se denomina prontamente como ota?u e pre#a que não há sentido pejorativna palavra

As discuss8es continuam até o momento presente, em locais que vão desde $ runs especializados em anime man#á a comunidades no *r?ut, mostrando ainda um tra9o de polariza9ão em rela9ão ao termo enenhuma conclusão em de$initivo sobre o mesmo 1os =ltimos anos, porém, é cada vez mais comum ve pro#ramas através dos meios de comunica9ão utilizando a palavra ota?u em seu sentido alterado, posto quea #rande maioria não conhece a hist ria do termo, e são justamente estes que recebem mais aten9ão dam(dia Apesar disso, deve.se observar que lin#<isticamente deveria se utilizar a palavra em seu sentidori#inal, como $oi citado anteriormente no arti#o

er também*ta?u no ideo . Anime sobre a cultura ota?u no JapãoTelcome to 4he 1);g . Anime que retrata de $orma sat(rica e dramática a vida de seus dois prota#onistasKum hi??i?omori e um ota?u lolicon, e as tentativas de uma vizinha de reabilitá.los novamente para oconv(vio social!ensha *to?o . *ri#inalmente uma lenda urbana que rondava o maior $ rum de discuss8es do Japão,acabou sendo compilada em livro como uma comédia romDntica de enorme sucesso, o que #erou um $ilmum man#á e uma novela sobre essa hist ria &onta a hist ria de um ota?u que, para conquistar uma #aroque ajudou no metrô, aprende a se socializar com $utanaris e abandonar seus trejeitos de #ente

* Uudismo é uma $iloso$ia de vida baseada inte#ralmente nos pro$undos ensinamentos do Uuda para todoos seres, que revela a verdadeira $ace da vida e do universoOuando pre#ava, o Uuda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá.las I uma reli#ião de sabedoriaonde conhecimento e inteli#ência predominam * Uudismo trou7e paz interior, $elicidade e harmonia milh8es de pessoas durante sua lon#a hist ria de mais de -// anos* Uudismo é uma reli#ião prática, devotada a condicionar a mente inserida em seu cotidiano, de maneira aleva.la N paz, serenidade, ale#ria, sabedoria e liberdade per$eitas 'or ser uma maneira de viver que e7traos mais altos bene$(cios da vida, é $req<entemente chamado de "Uudismo )umanista"

2 7uda* Uudismo $oi $undado na Yndia, no séc Q a & , pelo Uuda 3ha?yamuni * Uuda 3ha?yamuni nascnorte da Yndia +atualmente 1epal0 como um rico pr(ncipe chamado 3idartaAos S anos de idade, ele teve quatro vis8es que trans$ormaram sua vida As três primeiras vis8es [ so$rimento devido ao envelhecimento, doen9as e morte [ mostraram.lhe a natureza ine7orável da vida e asa$li98es universais da humanidade A quarta visão um eremita com um semblante sereno [ revelou.lhe omeio de alcan9ar paz &ompreendendo a insi#ni$icDncia dos prazeres sensuais, ele dei7ou sua $am(lia e tsua $ortuna em busca de verdade e paz eterna 3ua busca pela paz era mais por compai7ão pelo so$rimentalheio do que pelo seu pr prio, já que não havia tido tal e7periência Ele não abandonou sua vida mundanna velhice, mas no alvorecer de sua maturidadeL não na pobreza, mas em plena $artura!epois de seis anos de ascetismo, ele compreendeu que se deveria praticar o "&aminho do >eio", evitando

o e7tremo da auto.morti$ica9ão, que s en$raquece o intelecto, e o e7tremo da auto.indul#ência, que retardo pro#resso moral Aos M- anos de idade +apro7imadamente - - a & 0, sentado sob uma árvore Uodhiuma noite de lua cheia, ele, de repente, e7perimentou e7traordinária sabedoria, compreendendo a verdadesuprema do universo e alcan9ando pro$unda visão dos caminhos da vida humana *s budistas chamam ess

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compreensão de "ilumina9ão" A partir de então, ele passou a ser chamado de Uuda3ha?yamuni +Shakyamuni si#ni$ica "3ábio do clã dos 3ha?ya"0 A palavra Uuda pode ser traduzida comoK "aquele que é plenamente desperto e iluminado"

A unda4&o do +udismo* Uuda não era um deus Ele $oi um ser humano que alcan9ou a ilumina9ão por meio de sua pr pri prática !e maneira a compartilhar os bene$(cios de seu despertar, o Uuda viajou por toda a Yndia com sedisc(pulos, ensinando e divul#ando seus princ(pios Ns pessoas, por mais de 6- anos, até sua morte, aos %anos de idade !e $ato, ele era a pr pria encarna9ão de todas as virtudes que pre#ava, traduzindo em a98essuas palavras* Uuda $ormou uma das primeiras ordens monásticas do mundo, conhecida como 3an#ha 3eus se#uidoretinham as mais variadas caracter(sticas, e ele os ensinava de acordo com suas habilidades para ocrescimento espiritual Ele não e7i#ia cren9a ce#aL ao contrário, adotava o "venha e e7perimente vocmesmo", atitude que #anhou os cora98es de milhares 3ua, era a senda da autocon$ian9a, que requeres$or9o pessoal inabalávelAp s a morte de 3ha?yamuni, $oi realizado o 'rimeiro &onc(lio Uudista, que reuniu -// membros, a $im decoletar e or#anizar os ensinamentos do Uuda, os quais são chamados de !harma Este se tornou o =nico#uia e $onte de inspira9ão da 3an#ha 3eus discursos são chamados de 3utras oi no 3e#undo &onc(lUudista em aishali, realizado al#umas centenas de anos ap s a morte do Uuda, que as duas #randestradi98es, hoje conhecidas como 4heravada e >ahayana, come9aram a se $ormar *s 4heravadins se#uem o&Dnone 'áli, enquanto os >ahayanistas se#uem os sutras que $oram escritos em sDnscrito

7udismo chin6s*s ensinamentos do Uuda $oram transmitidos pela primeira vez, $ora da Yndia, no 3ri ^an?a, durante oreinado do Gei Asho?a + P [ M a & 0 1a &hina, a hist ria re#istra que dois missionários budistYndia che#aram na corte do Qmperador >in# no ano B% d & e lá permaneceram para traduzir te budistas !urante a !inastia 4an# +B/ [ BB6 d & 0, um mon#e chinês, )suan 4san#, cruzou o !esertoVhobi até a Yndia, onde reuniu e pesquisou sutras budistas Ele retornou N &hina dezessete anos depois c#randes volumes de te7tos budistas e a partir de então passou muitos anos traduzindo.os para o chinês

inalmente, a $é budista se espalhou por toda a _sia Qronicamente, o Uudismo praticamente se e7tin#uiu Yndia em, apro7imadamente, 2M// d & *s chineses introduziram o budismo no Japão A tolerDnci paci$ismo e a equanimidade promovidos pelo Uudismo in$luenciaram si#ni$icativamente a cultura asiátic>ais recentemente, muitos pa(ses ocidentais têm demonstrado considerável interesse pelas reli#i8esorientais e centenas de milhares de pessoas vêm adotando os princ(pios do Uudismo

8nsinamentos do 7uda* Uuda $oi um #rande pro$essor Ele ensinou que todos os seres vivos possuem 1atureza U=dica idêntica são capazes de atin#ir a ilumina9ão através da prática 3e todos os seres vivos têm o potencial de tornar.siluminados, são todos, portanto, poss(veis $uturos Uudas Apesar de haver di$erentes práticas entre as várescolas budistas, todas elas abra9am a essência dos ideais do Uuda

9arma e a :ei de Causa e 8 eito:ma pessoa é uma combina9ão de matéria e mente * corpo pode ser encarado como uma combina9ão dequatro componentesK terra, á#ua, calor e arL a mente é a combina9ão de sensa9ão, percep9ão, idéiaconsciência * corpo $(sico na verdade, toda a matéria na natureza [ está sujeito ao ciclo de $orma9ão,dura9ão, deteriora9ão e cessa9ão* Uuda ensinou que a interpreta9ão da vida através de nossos seis sensores +olhos, ouvidos, nariz, l(n#ua

corpo e mente0 não é mais do que ilusão Ouando duas pessoas e7perimentam um mesmo acontecimento,interpreta9ão de uma, pode levar N tristeza, enquanto a da outra, pode levar N $elicidade I o ape#o sensa98es, derivadas desses seis sentidos, que resulta em desejo e li#a9ão passional, vida ap s vida

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* Uuda ensinou que todos os seres sencientes estão em um ciclo cont(nuo de vida, morte e renascimento, por um n=mero ilimitado de vidas, até que $inalmente alcancem a ilumina9ão *s budistas acreditam que onascimentos das pessoas estão associados N consciência proveniente das mem rias e do ?arma de suavidas passadas ";arma" é uma palavra em sDnscrito que si#ni$ica "a9ão, trabalho ou $eito" Oualquer a9$(sica, verbal ou mental, realizada com inten9ão, pode ser chamada de ?arma Assim, boas atitudes pode produzir ?arma positivo, enquanto más atitudes podem resultar em ?arma ne#ativo A consciência do ?armcriado em vidas passadas nem sempre é poss(velL a ale#ria ou o so$rimento, o belo ou o $eio, a sabedoria

a i#norDncia, a riqueza ou a pobreza e7perimentados nesta vida são, no entanto, determinados pelo ?arma passado 1este ciclo cont(nuo de vida, seres renascem em várias $ormas de e7istência )á seis tipos de e7istênciaK!evas +deuses0, Asuras +semideuses0, )umanos, Animais, 'retas +esp(ritos $amintos0 e 3eres do Qn$ern&ada um dos reinos está sujeito Ns dores do nascimento, da doen9a, do envelhecimento e da morte renascimento em $ormas superiores ou in$eriores é determinado pelos bons ou maus atos, ou ?arma, que $sendo produzido durante vidas anteriores Essa é a lei de causa e e$eito Entender essa lei nos ajuda a cescom todas nossas a98es ne#ativas

'ir3anaAtravés da prática dili#ente, do proporcionar compai7ão e bondade amorosa a todos os seres vivos, docondicionamento da mente para evitar ape#os e eliminar ?arma ne#ativo, os budistas acreditam que$inalmente alcan9arão a ilumina9ão Ouando isso ocorre, eles são capazes de sair do ciclo de morte renascimento e ascender ao estado de nirvana * nirvana não é um local $(sico, mas um estado deconsciência suprema de per$eita $elicidade e libera9ão I o $im de todo retorno N reencarna9ão e scompromisso com o so$rimento

2 conceito de so rimento* Uuda 3ha?yamuni ensinou que uma #rande parcela do so$rimento em nossas vidas é auto.in$li#ido,oriundo de nossos pensamentos e comportamento, os quais são in$luenciados pelas habilidades de nossoseis sentidos 1ossos desejos [ por dinheiro, poder, $ama e bens materiais [ e nossas emo98es [ tais como,raiva, rancor e ci=me [ são $ontes de so$rimento causado por ape#o a essas sensa98es 1ossa sociedade temen$atizado consideravelmente beleza $(sica, riqueza material e status 1ossa obsessão com as aparências com o que as outras pessoas pensam a nosso respeito são também $ontes de so$rimento'ortanto, o so$rimento está primariamente associado com as a98es de nossa mente I a i#norDncia que no$az tender N avidez, N vontade doente e N ilusão &omo conseq<ência, praticamos maus atos, causadi$erentes combina98es de so$rimento * Uudismo nos $az vislumbrar maneiras e$etivas e poss(veis eliminar todo o nosso so$rimento e, mais importante, de alcan9ar a liberta9ão do E#o do ciclo denascimento, doen9a e morte

As ;uatro no+res 3erdades e o no+re caminho $ctuploAs Ouatro 1obres erdades $oram compreendidas pelo Uuda em sua ilumina9ão 'ara erradicar a

i#norDncia, que é a $onte de todo o so$rimento, é necessário entender as Ouatro 1obres erdades, caminha pelo 1obre &aminho ctuplo e praticar as 3eis 'er$ei98es +'aramitas0As Ouatro 1obres erdades sãoK1. A <erdade do ,o rimento.A vida está sujeita a todos os tipos de so$rimento, sendo os mais básicos nascimento, envelhecimento,doen9a e morte 1in#uém está isento deles

. A <erdade da Causa do ,o rimento.A i#norDncia leva ao desejo e N #anDncia, que, inevitavelmente, resultam em so$rimento A #anDncia prrenascimento, acompanhado de ape#o passional durante a vida, e é a #anDncia por prazer, $ama ou possemateriais que causam #rande insatis$a9ão com a vida!. A <erdade da Cessa4&o do ,o rimento.

A cessa9ão do so$rimento advém da elimina9ão total da i#norDncia e do desape#o N #anDncia e aos desejalcan9ando um estado de suprema bem.aventuran9a ou nirvana, onde todos os so$rimentos são e7tintos=. 2 Caminho ;ue le3a > Cessa4&o do ,o rimento.* caminho que leva N cessa9ão do so$rimento é o 1obre &aminho ctuplo

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* 1obre &aminho ctuplo consiste deK2 Compreens&o Correta. &onhecer as Ouatro 1obres erdades de maneira a

entender as coisas como elas realmente são?ensamento Correto. !esenvolver as nobres qualidades da bondadeamorosa e da aversão a prejudicar os outros

M ?ala3ra Correta. Abster.se de mentir, $alar em vão, usar palavras ásperas oucaluniosas

6 A4&o Correta. Abster.se de matar, roubar e ter conduta se7ual indevida- >eio de ida &orreto Evitar qualquer ocupa9ão que prejudique os demais,tais como trá$ico de dro#as ou matan9a de animais

B 8s or4o Correto. 'raticar autodisciplina para obter o controle da mente, demaneira a evitar estados de mente malé$icos e desenvolver estados de mente sãos

P ?lena Aten4&o Correta. !esenvolver completa consciência de todas as a98es do corpo, $ala emente para evitar atos insanos

% Concentra4&o Correta. *bter serenidade mental e sabedoria para compreender o si#ni$icadointe#ral das Ouatro 1obres erdades

Aqueles que aceitam este 1obre &aminho como um estilo de vida viverão em per$eita paz, livres de desejoe#o(stas, rancor e crueldade Estarão plenos do esp(rito de abne#a9ão e bondade amorosa

As seis per ei45esAs Ouatro 1obres erdades são o $undamento do Uudismo e entender o seu si#ni$icado é essencial para oautodesenvolvimento e alcance das 3eis 'er$ei98es, que nos $arão atravessar o mar da imortalidade até onirvanaAs 3eis 'er$ei98es consistem deK

2 &aridade Qnclui todas as $ormas de doar e compartilhar o !harma>oralidade Elimina todas as pai78es malé$icas através da prática dos preceitos de não matar, nã

roubar, não ter conduta se7ual inadequada, não mentir, não usar t 7icos, não usar palavras ásperasou caluniosas, não cobi9ar, não praticar o dio nem ter vis8es incorretas

M 'aciência 'ratica a absten9ão para prevenir o sur#imento de raiva por causa de atos cometidos po pessoas i#norantes

6 'erseveran9a !esenvolve es$or9o vi#oroso e persistente na prática do !harma- >edita9ão Geduz a con$usão da mente e leva N paz e N $elicidadeB 3abedoria !esenvolve o poder de discernir realidade e verdade

A prática dessas virtudes ajuda a eliminar #anDncia, raiva, imoralidade, con$usão mental, estupidez e vis8eincorretas As 3eis 'er$ei98es e o 1obre &aminho ctuplo nos ensinam a alcan9ar o estado no qual todas asilus8es são destru(das, para que a paz e a $elicidade possam ser de$initivamente conquistadas

ornar*se um 7udaAo desejar tornar.se budista, deve.se receber re$=#io na J ia 4r(plice, como um comprometimento com a

prática dos ensinamentos do Uuda A J ia 4r(plice consiste no Uuda, no !harma e na 3an#haUudistas laicos podem também $azer voto de praticar cinco preceitos em suas vidas diárias *s &inc'receitos sãoK não matar, não roubar, não ter conduta se7ual inadequada, não mentir e não se into7icar * preceito de não matar se aplica principalmente a seres humanos, mas deve ser estendido a todos os seressencientes I por isso que a 3an#ha e muitos budistas devotos são ve#etarianos 1o entanto, não é precisoser ve#etariano para tornar.se budista * quinto preceito [ não se into7icar [ inclui abuso de dro#as eálcool * entendimento deste preceito é uma precau9ão, por não ser poss(vel manter a plena aten9ão daconsciência e comportamento apropriado quando se está dro#ado ou bêbado*s budistas são incentivados a manter estes preceitos e a praticar bondade amorosa e compai7ão para comtodos os seres *s preceitos disciplinam o comportamento e ajudam a di$erenciar entre certo e erradoAtravés do ato de disciplinar pensamento, a9ão e comportamento, pode.se evitar os estados de mente que

destroem a paz interior Ouando um budista incidentalmente quebra um dos preceitos, ele não busca o perdão do pecado por parte de uma autoridade superior, como !eus ou um padre Ao invés disso, searrepende e analisa o porquê de ter quebrado o preceito &on$iando em sua sabedoria e determina9ão

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modi$ica seu comportamento para prevenir a recorrência do mesmo erro Ao $azer isso, o budista con$ia es$or9o individual de auto.análise e auto.per$ei9ão Qsto ajuda a restaurar paz e pureza de mente>uitos budistas montam um altar em um canto tranq<ilo de suas casas para a recita9ão de mantras e amedita9ão diária `:m mantra é uma seq<ência de palavras que mani$estam certas $or9as c smicasaspectos ou nomes dos budas A repeti9ão cont(nua de mantras é uma $orma de medita9ão * uso ima#ens budistas em locais de culto não deve ser visto como idolatria, mas como simbolo#ia En$atiza.se $ato de que essas ima#ens em templos ou altares domésticos servem apenas para nos lembrar a todo

momento das respectivas qualidades daquele que representam, o Qluminado, que nos ensinou o caminho dlibera9ão azer reverências e o$erendas são mani$esta98es de respeito e venera9ão aos Uudas Uodhisattvas

Medita4&oA medita9ão é comumente praticada pelos budistas para obter $elicidade interior e cultivar sabedoria, de$orma a alcan9ar a puri$ica9ão da mente e a liberta9ão I uma atividade de consciência mentalA $elicidade que obtemos do ambiente $(sico que nos envolve não nos satis$az verdadeiramente nem noliberta de nossos problemas !ependência de coisas impermanentes e ape#o N $elicidade do tipo "arco.(ris produz somente ilusão, se#uida de pesar e desapontamento 3e#undo o Uudismo, e7iste $elicidadverdadeira e duradoura e todos temos o potencial de e7perimentá.la A verdadeira $elicidade jaz na pro$undezas de nossa mente, e os meios para acessá.la podem ser praticados por qualquer um 3ecompararmos a mente ao oceano, pensamentos e sentimentos tais como ale#ria, irrita9ão, $antasia e tédio poderiam ser comparados a ondas que se levantam e voltam a cair por sobre sua super$(cie Assim como ondas se amansam para revelar a quietude nas pro$undidades do oceano, também é poss(vel acalmar aturbulência de nossas mentes e revelar pureza e claridade naturais A medita9ão é um meio de alcan9ar isso 1ossas ilus8es, incluindo ci=mes, raiva, desejo e or#ulho, ori#inam.se da má compreensão da realidade edo ape#o habitual N nossa maneira de ver as coisas Através da medita9ão, podemos reconhecer nossoerros e ajustar nossa mente para pensar e rea#ir de maneira mais realista e honesta Esta trans$orma9ãmental acontece #radualmente e nos liberta das $alácias instintivas e habituais, nos permitindo adquirir$amiliaridade com a verdade 'odemos, então, $inalmente, nos libertar de problemas como insatis$a9ãoraiva e ansiedade inalmente, compreendendo a maneira como as coisas de $ato $uncionam, nos é poss(veliminar completamente a pr pria $onte de todos os estados mentais incômodosAssim, medita9ão não si#ni$ica simplesmente sentar.se em uma determinada postura ou respirar de umadeterminada maneiraL estes são apenas recursos para a concentra9ão e o alcance de um estado de menteestável Apesar de di$erentes técnicas de medita9ão serem praticadas em di$erentes culturas, todas el partilham o princ(pio comum de cultivar a mente, de $orma a não permitir que uma mente destreinadcontrole nosso comportamentoA vida humana é preciosa e, no entanto, n s a conse#uimos* !harma é precioso e, no entanto, n s o ouvimos3e não nos cultivarmos nesta vida,Ouando teremos essa chance novamenteZ

Características do +udismo7odhisatt3a :m ser iluminado que $ez o voto de servir #enerosamente a todos os seres vivos com bondade amorosa e compai7ão para aliviar sua dor e so$rimento e levá.los ao caminho da ilumina9ãoE7istem muitos Uodhisattvas, mas os mais populares no Uudismo &hinês são os UodhisattvasAvalo?iteshvara, ;shiti#arbha, 3amantabhadra e >anjushri7odhisatt3a A3alokitesh3ara @9uan in ?u ,a) "Aquele que olha pelas lá#rimas do mundo" EsteUodhisattva o$erece sua #rande compai7ão para a salva9ão dos seres *s muitos olhos e mãos representadoem suas várias ima#ens simbolizam as di$erentes maneiras pelas quais todos os seres são ajudados, deacordo com suas necessidades individuais *ri#inalmente representado por uma $i#ura masculinaAvalo?iteshvara é, hoje em dia, #eralmente caracterizado, na &hina, como uma mulher

7odhisatt3a 9shitigar+ha @(uardi&o do Mundo) 3empre usando um cajado com seis anéis, ele possui poderes sobre o in$erno Ele $ez o #rande voto de salvar os seres que ali so$rem

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Cur3ar*se em re3er6ncia Este ato si#ni$ica humildade e respeito *s budistas se curvam em respeito aoUuda e aos Uodhisattvas e, também, para recordar.se das qualidades virtuosas que cada um delesrepresenta7uda Este é muito mais do que um simples nome A raiz Budh si#ni$ica "estar ciente ou completamenteconsciente de" :m Uuda é um ser totalmente iluminado7uda ,hakyamuni @o undador do 7udismo) B 1asceu na Yndia Em busca da verdade, dei7ou sua casae, disciplinando.se severamente, tornou.se um asceta inalmente, aos M- anos, debai7o de uma árvor

Uodhi, compreendeu que a maneira de libertar.se da cadeia de renascimento e morte era através desabedoria e compai7ão [ o "caminho do meio" undou sua comunidade, a qual tornou.se conhecida comoUudismo7uda Amita+ha @7uda da :u e <ida n initas) B I associado com a 4erra 'ura do *cidente, onderecebe seres cultivados que chamam por seu nome7haisha#ya (uru @2 7uda da Medicina) B &ura todos os males, inclusive o mal da i#norDncia7uda Maitreya @2 7uda Deli ) B I o Uuda do uturo !epois de 3ha?yamuni ter se iluminado, ele éa#uardado como sendo o pr 7imo Uuda

nstrumentos do /harma B Estes instrumentos são encontrados nos templos budistas e são utilizados por mon#es durante as cerimônias * "pei7e" de madeira é normalmente colocado N esquerda do altar, o #on#oN direita e o tambor e o sino, também N direita, porém um pouco mais distantes

ncenso B I o$erecido com respeito * incenso aromático puri$ica não s a atmos$era, mas também amente Assim como sua $ra#rDncia alcan9a lon#as distDncias, bons atos também se espalham em bene$de todosDlor de :$tus B 'elo $ato de brotar e se desenvolver em á#uas lamacentas e turvas e, ainda assim,mani$estar delicadeza e $ra#rDncia, a lor de ^ tus é o s(mbolo da pureza 4ambém si#ni$ica tranq<ilidaduma vida distinta e sa#radaMudra % *s #estos das mãos que #eralmente se vêem nas representa98es do Uuda, são chamados de"mudras", os quais propiciam comunica9ão não.verbal &ada mudra tem um si#ni$icado espec($ico 'e7emplo, as ima#ens do Uuda Amitabha, normalmente, apresentam a mão direita er#uida com o dedoindicador tocando o pole#ar e os outros três dedos estendidos para cima para simbolizar a busca dailumina9ão, enquanto a mão esquerda mostra um #esto similar, s que apontando para o chão, simbolizanda liberta9ão de todos os seres sencientes 1as ima#ens em que ele aparece sentado, ambas as mãos estão posicionadas N $rente, abai7o da cintura, com as palmas voltadas para cima, uma contendo a outra, o qusimboliza o estado de medita9ão 1o entanto, se os dedos da mão direita estiverem apontando para bai7oisso simboliza o triun$o do !harma sobre seres desencaminhados que relutam em aceitar o autênticocrescimento espiritual2 erendas B *$erendas são colocadas no altar budista pelos devotos azer uma o$erenda permite quere$litamos sobre a vida, con$irmando as leis de reciprocidade e interdependência *bjetos concretos podeser o$ertados em abundDncia, no entanto, a mais per$eita o$erenda é um cora9ão honesto e sincero,uástica B oi um s(mbolo auspicioso na Yndia anti#a, 'érsia e Vrécia, simbolizando o sol, o relDmpa#oo $o#o e o $lu7o da á#ua Este s(mbolo $oi usado pelos budistas por mais de dois mil anos para represen

a virtude, a bondade e a pureza do "insi#ht" de Uuda em rela9ão ao alcance da ilumina9ão +1este século)itler escolheu este s(mbolo para seu 4erceiro Geich, mas inverteu sua dire9ão, o denominou "3uástica" e ousou para simbolizar a superioridade da ra9a ariana 0Do u @?Erolas de 7uda) B 4ambém conhecido como rosário budista I um instrumento usado paracontrolar o n=mero de vezes que se recita os nomes sa#rados do Uuda, dos Uodhisattvas ou para recitarmantras 3e usado com devo9ão no cora9ão, ajuda.nos a limpar nossa mente ilus ria, puri$ica nosso pensamentos e ainda res#ata nossa ori#inal e imaculada ace erdadeira 3ão constitu(dos de contas qu podem ser de di$erentes tiposK sementes de árvore Uodhi, Dmbar, cristal, olho de ti#re, ametista, corquartzo rosa, jade, entre outros

?erda e pesar

Oue a vida não é livre de so$rimento, é um $ato 3o$remos com o envelhecimento, com as doen9as e commorte * so$rimento tem de ser tolerado pelos vivos e pelos mortos * prop sito supremo do ensinamentdo Uuda é $azer.nos compreender a causa do so$rimento e encontrar um meio correto de superá.lo

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* Uuda nos disse em seus ensinamentos que toda matéria, vivente ou não.vivente, estava constantementesujeita a mudan9as c(clicas As coisas não.viventes passam por mudan9as de$orma9ão, dura9ão, deteriora9ão e desaparecimento, enquanto que as coisas viventes passam por nascimento, doen9a, envelhecimento e morte >udar a todo momentomostra a natureza impermanente de nosso pr prio corpo, mente e vida Estaimpermanência que temos de en$rentar é inevitável* Uuda en$atizou que a principal razão do so$rimento é nosso imenso ape#o a nosso

corpo, que é sempre identi$icado como "eu" 4odo so$rimento brota desse ape#o ao"eu" 'ara sermos mais e7atos, é a "consciência" que se abri#a temporariamente nocorpo e7istente, o qual $unciona somente como uma casa 'or isso, a concep9ãocomum de que o "eu" é o corpo $(sico está equivocada Ao invés disso, seu corpoatual é somente uma propriedade neste tempo de vida Ouando nossa casa $ica

muito velha, todos n s adoramos a idéia de mudar para uma nova casa Ouando nossa roupa está muitusada, ansiamos por comprar roupas novas 1a hora da morte, quando a "consciência" abandona o corpoisso é simplesmente encarado como a troca de uma casa velha por uma novaA morte é meramente a separa9ão de corpo e "consciência" A "consciência" continua, sem nascimento omorte, e busca "abri#o" em um novo corpo 3e entendermos isso, não há razão para lamenta98es Acontrário, dever(amos ajudar os que estão N beira da morte a ter um nascimento positivo, ou,simbolicamente, mudar de casa 1o conte7to acima, um relacionamento de $am(lia ou de amizade e7iste em "consciência" mais do que emum corpo $(sico 1ão $iquemos tristes por um $ilho que estuda do outro lado do mundo, por sabermos quele está distante 3e tivermos a compreensão correta da verdade da vida e do universo, encararmos a mortcomo o come9o de uma nova vida, e não como um ponto $inal, sem esperan9a, poderemos perceber quenossos sentimentos de perda e pesar não passam de ilus8es através das quais somos en#anados ^amentar amorte é o resultado da i#norDncia da verdade da vida e o ape#o a um corpo $(sico impermanente

2ito consci6ncias 1o Uudismo, aquilo que normalmente chamamos de "alma" é, na verdade, uma inte#ra9ão das oitoconsciências As consciências dos cinco sentidos visão, audi9ão, ol$ato, paladar e tato [ mais a se7ta,que é o sentido mental, que $ormula as idéias a partir das mensa#ens recebidas pelos cinco sentidos Asétima é o centro do pensamento +manas 0 que pensa, deseja e raciocina A oitava é a consciência ou, comotambém é chamada, o "armazém" +alaya 0*s primeiros seis sentidos não possuem inteli#ência $ora de sua área de atua9ãoL ao invés disso, eles sãreportados a manas sem interpreta98es >anas é como um #eneral em seu quartel, juntando todas asin$orma98es enviadas, trans$erindo.as, arranjando.as, e devolvendo ordens aos seis sentidos Ao mesmtempo, manas está conectado com alaya Alaya, o armazém, é o dep sito onde as a98es do ?arma sãoarmazenadas desde o in(cio dos tempos A98es ou pensamentos praticados por uma pessoa são um tipo dener#ia espiritual, acrescentada a alaya por manasAs a98es armazenadas em alaya ali permanecem até que encontrem uma oportunidade $avorável para

mani$estar.se 1o entanto, alaya não pode a#ir por si mesmo, já que não possui nenhuma ener#ia ativa a#ente discriminador, ou a vontade, é manas, o centro do pensamento, o qual pode a#ir sobre alaya para queele desperte de seu estado dormente e seja responsável pelo nascimento de objetos individuais, sejam eles bons, maus ou neutros :ma pessoa pode ter acumulado incontável ?arma, positivo ou ne#ativo, em vidas passadas 1o entanto, se ela não permitir que ele se mani$este, é como se ele não e7istisse I como plantasementes no solo 3e não houver condi98es adequadas para seu desenvolvimento, as sementes não brotarãoAssim, se plantarmos boas a98es nesta vida, as a98es de nosso ?arma ne#ativo anterior não terá chance dese desenvolver nas atividades discriminadoras >anas está sempre trabalhando em conjun9ão com a mentee os cinco sentidosL ele é responsável pelas conseq<ências dos desejos, pai78es, i#norDncia, cren9as, etcabsolutamente essencial manter manas $uncionando corretamente, de $orma a que ele interrompa a cria9ãde ?arma ne#ativo, e, ao invés disso, deposite boas a98es em alaya Qsto é poss(vel, já que manas não te

vontade ce#a, mas é inteli#ente e capaz de ilumina9ão >anas é o ei7o ao redor do qual toda a disciplina budista se movimentaA morte é o processo de ter essas oito partes da consciência dei7ando o corpo em seq<ência, sendo alaya o=ltimo Qsso leva cerca de oito horas para acontecer Assim, o processo da morte não acaba quando

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respira9ão cessa ou quando o cora9ão para de bater, pois a consciência do ser que morre ainda vive Ouanda consciência dei7a o corpo, essa, sim, é a hora real da morte

2s seis reinosApesar de a qualidade do renascimento ser determinada pelo ac=mulo total de ?arma, o estado de mente da pessoa que está morrendo, no momento da morte, está, também, relacionado com seu pr 7imo rumo natransmi#ra9ão para um dos seis reinos da vida *s seis reinos da vida incluem seres celestiais, semideuses

seres humanos e três reinos mali#nosK animais, esp(ritos $amintos e seres in$ernais Atitudes incômodaimpr prias por parte das pessoas ao seu redor, como lamenta98es ou movimenta9ão do corpo, tendem aaumentar a dor e a a#onia daquele que está morrendo, causando raiva e ape#o que, quase sempre, su#am a"consciência" emer#ente para os reinos mali#nos 'ara ajudar a pessoa que está morrendo, não se deveincomodá.la antes da morte até, pelo menos, oito horas depois da parada da respira9ãoL ao contrário, devese ajudá.la a manter a calma e uma mente pac($ica, ou o$erecer suporte com práticas espirituais tais comrecita9ão de mantras

DuneralA prática $uneral budista é normalmente conduzida com solenidade 1ão se estimula o luto :m altasimples, com uma ima#em do Uuda, é montado )á queima de incenso e o$erenda de $rutas e $lores 3e$am(lia assim o desejar, pode haver mon#es budistas ministrando bên9ãos e recitando sutras e os váriosnomes do Uuda, juntamente com pessoas laicas Estes procedimentos podem ser se#uidos de um elo#io mem ria do morto &ertos rituais de luto, como vestir roupas brancas, caminhar com um cajado, lamuriase para e7pressar o #rande e$eito do seu pesar, queimar dinheiro, casas ou roupas $eitas de papel para omorto, são, Ns vezes, considerados como sendo práticas budistas 1a verdade, esses são costumestradicionais chinesesA crema9ão é prática usual no Uudismo [ -// anos atrás, o Uuda disse a seus disc(pulos que cremassemseu corpo ap s a sua morte 1o entanto, al#uns budistas pre$erem velar seus mortos A crema9ão pode sescolhida, também, por quest8es de sa=de ou de custo

Esta mono#ra$ia $oi realizada como tare$a de avalia9ão da disciplina acadêmica de &ultura Japonesa 2 d&urso de ^icenciatura em ^(n#ua Japonesa da :niversidade de Uras(lia !epartamento de ^etras .4radu9ão, sob a orienta9ão da pro$essora !onatella 1atilli em JunhoXJulho de 2SSS

&omo tal seu direcionamento seria meramente de e7erc(cio peda# #ico, entretanto seu autor possu( outra pretens8es de cunho cultural tendo como al#umas das prioritárias as áreas de iloso$ia, Geli#iolo#ia 'sicolo#ia !essa $orma tal trabalho e7cede o objetivo ori#inal, possuindo não s um objetivo de mera pesquisa mas sobretudo de re$le7ão e especula9ão

3endo um material redi#ido sob condi98es pouco ideais de disponibilidade de tempo, $ontes biblio#rá$ica

e devido a ine7periência do autor nesse campo, é natural que contenha $alhas a serem corri#idas e muitosaspectos que e7ijam aper$ei9oamento

* autor não a considera de $orma al#uma terminada, tendo inten9ão de sempre que poss(vel melhorá.la, e$icaria muito a#radecido a qualquer colabora9ão por parte de interessados no assunto

>arcus alerio RG

RQ14*Y3>*

A Geli#ião Japonesa

:niversidade de Uras(lia, JunhoXJulho de 2SSS, !epartamento de ^etras . 4radu9ão, &urso de ^icenciaturaem ^(n#ua Japonesa, !isciplinaK &ultura Japonesa 2, 'ro$essoraK !onatella 1atili

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3:>_GQ*

2 . Q14G*!: *

. * O:E I * RQ14*Y3>*

M . A3 UA3E3 >Q4*^ VQ&A3

6 . &AGA&4EGY34Q&A3

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Q14G*!: *

&erta vez estive a discutir com al#uns cole#as, sobre al#uma caracter(stica que pudesse ser considerada#enu(na e e7clusivamente humana, al#o que pudesse caracterizar uma indiscut(vel natureza do homosapiens

*bviamente $un98es $isiol #icas, sociais e emocionais primárias $oram descartadas uma vez que a maiordos animais superiores também as possuem 4ão pouco é válido ale#ar al#uma atitude que dependa datecnolo#ia

>uitas quest8es mais pro$undas sobre o sentimento, a lin#u(stica ou o pensamento caem num campo dediscussão $ilos $ica sem muita possibilidade de conclusão, a não ser al#umas e7ce98es como a lin#ua#emtransmitida tendo o indiv(duo como vetor

1ão é uma questão $ácil de se resolver, tanto que di$icilmente che#ar.se.á a qualquer conclusão sem seapelar para recursos especulativos >as evidentemente esses mesmos recursos de pensamento nos permitem pelo menos tirar al#umas conclus8es e opini8es razoavelmente apropriadas

Em minha opinião uma caracter(stica e7clusivamente humana é a m(stica, o comportamento de sentir e

acreditar em al#o que não é percept(vel aos sentidos, dedut(vel racionalmente ou mesmo claroemocionalmente Jamais em toda a hist ria da Antropolo#ia $oi detectado um #rupo humano quindependente de seu estado técnico ou social, não acredite em al#um tipo de mito

>esmo com muitas diver#ências, a intui9ão de que e7iste al#o além do que vemos a nossa volta é umelemento poderoso da psique humana, que in$luencia, constr i ou mesmo #overna completamente nossavidas

1ão há culturas atéicas embora indiv(duos isolados o possam ser ocasionalmente 1a realidade, che#o até aousar dizer que não e7iste al#uém verdadeiramente atéu, se consideramos a raiz etimol #ica!E:3X4)E*3 pelo seu si#ni$icado ori#inal #re#o, que si#ni$ica "al#o invis(vel"

4odos temos nossa pr prias convic98es mas sempre acreditamos em al#o "invis(vel", além de nossa percep9ão sensorial >esmo o mais cético dos cientistas acredita em al#um princ(pio $undamental d

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natureza que não pode ser completamente provado ou comprovado *u al#uém seria presun9oso osu$iciente para a$irmar que domina com absoluta clareza todos os mistérios do universoZ

A m(stica é uma natureza humana e uma constante em todas as culturas, dela se desmembra a mitolo#ia, ascren9as, as reli#i8es e seitas, e por mais diversa das demais que seja uma sociedade, sua concep9ão m(stica possu( elementos similares a qualquer outra, na verdade há unanimidades indiscut(veis

:m princ(pio ativo criador ou uma entidade que é responsável pelo universo, leis ou $undamentos quere#em tudo a nossa volta, de onde viemos antes de nascer e para onde iremos depois de morrer, são apenasal#umas das constantes identi$icáveis entre as in=meras culturas

'ara con$irmar a re#ra da e7ce9ão, poderia citar entre vários outros e7emplos, que um ou outro destes podeem determinada concep9ão m(stica.$ilos $ica estar ausente em maior ou menor #rau, mas no #eral ocorrum tendência que atribui a todas as cren9as humanas um certa con$ormidade

'arece também haver um certa hierarquia or#anizacional que determina a classi$ica9ão de determinadaconcep9ão m(stico.$ilos $ica nas cate#oriasK >itolo#ia, cren9a, seita ou reli#ião

:ma mitolo#ia é uma cole9ão de mitos interli#ados >ito é popularmente considerado al#o $antasioso, paraal#uns são hist rias improváveis, lendas, e deploravelmente há até outros que o reduzem pura esimplesmente a boba#ens "$alsas", lembrando que é poss(vel encontrar mesmo no meio acadêmicoindiv(duos que não sabem a di$eren9a entre $ic9ão e mentira

Veralmente um panteão, uma mitolo#ia sobrevive principalmente através de est rias podendo setrans$ormar posteriormente em uma cren9a com caráter de seita ou reli#ião

:ma reli#ião possui caracter(sticas classi$icantes tais como um messias, c di#o de leis e7pl(citas, livrosa#rado, i#rejas, ou interven9ão social direta, sendo #eralmente muito abran#ente em seu meio 3e tacren9a têm menor campo de atua9ão rele#ando.se a um se#undo plano atrás de um reli#ião dominante, ou$alta.lhe qualquer dessas caracter(sticas, ela muitas vezes é ta7ada de seita, que por hábito tende a ser umtermo pejorativo

!as #randes cren9as mundiais, apenas principalmente as monote(stas sempre se assumiram o$icial eor#ulhosamente como reli#i8es, Juda(smo, o &ristianismo e o Qslamismo I interessante como a maioria doutras não reclama o status de reli#ião e se incomoda com o termo seita, mesmo que apresentem todas ascaracter(sticas de uma

As cren9as orientais têm essa particularidade de não se intitularem e as vezes até evitarem sua identi$ica9ãcomo uma reli#ião

'or quê "m(stico.$ilos $ica"Z

iloso$ia é antes de mais nada a capacidade humana de pensar, avaliar, re$letir, contemplar e procurarepostas de $orma or#anizada Etimolo#icamente é o "Amor+philo0 N 3abedoria+so$ia0

A m(stica é ao meu ver, um tipo de "resposta", intui9ão ou resultado que nos che#a sem ser atin#ida peloracioc(nio, é quase sempre #eralmente uma indu9ão enquanto a $iloso$ia tende a ser mais dedutiva

Ambas se complementam em qualquer concep9ão teol #ica, pois se dá no sentido de princ(pios e7plicand$enômenos que analisados levam a princ(pios que resultam em $enômenos I um ciclo

A $iloso$ia não pode ter limites para a busca de respostas mas se che#a a uma barreira intranspon(veracionalmente atin#e.se então uma caracter(stica m(stica, meta$(sica A m(stica sur#e para tornar incompreens(vel pelo menos aceitável

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1esta >ono#ra$ia, $aremos um breve ensaio do RQ14*Y3>*, uma reli#ião que permite a re$le7ão de todosos apectos evolutivos de uma concep9ão m(stico.$ilos $ica A en$ase está na cren9a m(stica em si, sucaracter(sticas principais e suas semelhan9as e di$eren9as com outras cren9as do ocidente e oriente

* RQ14*Y3>*A =nica reli#ião que pode ser considerada #enu(namente japonesa, com ori#ens que se con$undem com a d pr prio povo, há pelo menos dois milênios predomina na m(stica do arquipéla#o do pa(s do sol nascente

!emorou a receber essa denomina9ão adaptada do chinês 7in.tao, "via dos deuses", por volta do século RQ,embora muitos japoneses utilizassem o termo nativo ?ami.no.michi, com o mesmo si#ni$icado

!i$erente do Uudismo, que têm ori#em indiana e in$luência chinesa, o Rinto(smo e dominante apenas emseu pa(s de ori#em, embora sua prática não implique no abandono total ou rep=dio a outras $ormas decren9a 1ão se trata de uma concep9ão e7clusivista, convivendo paci$icamente e até complementarmentcom outras práticas reli#iosas

1a verdade por muitos estudiosos nem che#a a ser considerada uma reli#ião devido a ausência deelementos como c di#os de leis e7pl(citas, $iloso$ia te7tualmente de$inida, pro$etas ou um livro sa#ramais elaborado

Entretanto a ostensividade da penetra9ão do comportamento 7into(sta na vida de seus praticantes, percept(vel não s em seus diversos rituais mas em todos os aspectos da vida, bem como sua amplaabran#ência em seu pa(s de ori#em, #arante a esta concep9ão m(stico.$ilos $ica o estatuto de uma da#randes reli#i8es do mundo

Uaseia.se numa mitolo#ia pante(sta com in=meras divindades que atribuem valor sa#rado a todos oselementos da natureza 1a verdade tudo no universo é divino para essa concep9ão, sendo interli#ado einterdependente de $orma que não s os seres vivos, mas o vento e a á#ua, as pedras, a montanha, e todosos n(veis invis(veis da natureza, coe7istem em harmonia tendo se ori#inado da mesma $onte

1esse ponto se assemelha ao 4ao(smo, e também quando diz que tudo é re#ido por $or9as de pureza hare,impureza ?e, e a $usão de ambos ?e#are Qsso determina uma das mais importantes caracter(sticas do ritu7into(stas, a puri$ica9ão de corpo e alma

*utra caracter(stica $orte é a harmonia com a natureza, o praticante busca se $amiliarizar e se inte#rar com

natureza num comportamento simbi tico, de onde ele tira seu sustento mas também deve retribuir !essa$orma a sobrevivência depende do entendimento do ser humano com toda a estrutura vital a sua volta,considerando.a uma parceira e uma #uia

I oposta a muitas concep98es ocidentais no qual o homem e adversário da natureza, lutando para dominá.la, subju#á.la 1a concep9ão Rinto(sta, e oriental em #eral, mesmo milênios antes de qualquer concep9ãoecol #ica, já se considera que o ser humano não pode viver em con$ronto com a natureza, o que é bastanteinteressante levando em considera9ão que as condi98es #eo#rá$icas e climáticas do arquipéla#o japonês sãsem d=vida uma das mais implacáveis do mundo, com #rande n=mero de vulc8es ativos, terremotosintensos e $urac8es devastadores

* estudo do Rinto(smo é vital para o entendimento da cultura japonesa, sua visão de mundo determina boa parte do comportamento nipônico, como sua capacidade de adapta9ão e absor9ão de novas idéias ao mesmotempo que preserva as anti#as, sua boa recep9ão a novas culturas e idéias, seu comportamento que valorizaa hi#iene e a sa=de e seu sentimento de nacionalismo

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>esmo se $undindo com outras reli#i8es e se subdividindo em vários desdobramentos, o Rinto(smo dei7aum le#ado que com certeza contribui para o receptividade dos japoneses, de $orma que o e7clusivismo principalmente reli#ioso é pouco praticado no Japão

Al(as, é um lenda 7into(sta que deu ori#em ao nome desta na9ão, que outrora $ora chamada Hamato, de o pa(s do sol nascente

A3 UA3E3 >Q4*^ VQ&A3

&omo toda mitolo#ia, o Rinto(smo também e7plica o sur#imento do universo e assim como a #randemaioria, considera que tudo teve ori#em de uma amor$ia desordenada denominada &A*3

!este &aos separou.se o céu, duas $or9as $undamentais anta#ônicas, tais como o Hin# e o Han# do 4ao(smo,e - #randes deuses

As - #randes divindades sa(das do &A*3 sãoK

A>E1*>Q1A;A1:3)Q

+ 3enhor do 1obre &entro &elestial0

4A;A>Q>:3:UQ

+ Vrande Verador do !eus 'rodi#ioso0

;A>Q>:3:UQ

+ !ivino Verador do !eus 'rodi#ioso0

:>A3)QA3)Q;AUQ)Q;*JQ

+ * >ais elho 3oberano do &álamo0

A>E1*4*;A4A&)Q

+* Eternamente !eitado no &éu0

!este =ltimo decorrem as P #era98es divinas, dois seres completos e mais - casaisK

;:>Q1*4*;A4A&)Q

+ Eternamente !eitado sobre a 4erra0

4*H*;:>*1:

+ 3enhor da Qnte#ra9ão E7uberante0

:)QJQ1Q

+3enhor da ^ama da 4erra0

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k 3:)QJQ1Q

+ 3enhora da ^ama da 4erra0 43:1:V:)Q

+Embrião que Qnte#ra0 k Q;:V:)Q

+ A que Qnte#ra a ida0 *)*4*1*JQ

+ * >ais elho da Vrande >orada0 k *)*4*1*UE

+ A mais elha da Vrande >orada0 *>*!AG:

+ Aspecto 'er$eito0 k AHA;A3)Q;*1E

+ >ajestosa0 Q5A1AVQ

+ arão que atrai0 k Q5A1A>Q

+ >ulher que Atrai0

Q5A1AVQ k Q5A1A>Q são os seres criadores do arquipéla#o do Japão, no caso o mundo, e das in=merasentidades secundárias, muitas das quais associadas a cada ilha

&om a orienta9ão dos deuses mais anti#os e em poder da ^an9a &eleste modelam a massa dis$orme que ero mundo e dão ori#em a 2/ $ilhos que representam elementos da natureza 3ão essesK

!ivindade da A4>*3 EGA !ivindade do E14*

!ivindade das _V:A3 !ivindade dos ' 14A1*3 !ivindade do *:4*1*

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!ivindade das _G *GE3 !ivindade das >*14A1)A3 !ivindade do Uarco de &Dn$ora !eusa do A^Q>E14* !eus do *V*

Ap s o =ltimo parto que levou Q5A1A>Q a morte, Q5A1AVQ revoltado decapta o !eus do *V*, e dosan#ue jorrado sur#em mais 2B deuses !epois promove a descida aos in$ernos ou mundo dos mortos natentativa de recuperar sua esposa &om a qual entra em contato não visual

>as ela já tendo se inte#rado e comido da alimenta9ão dos in$ernos a princ(pio não pode mais retornar, pedindo que Q5A1AVQ a a#uarde enquanto busca um meio entre as divindades re#entes do in$erno para qulhe seja permitida a volta Ela o instru( a não se apro7imar até se#unda ordem, mas devido a demoraQ5A1AVQ i#nora o pedido Ao se deparar com o corpo putre$ato de sua esposa é tomado de horror, e elrevoltada com sua impaciência e sua rea9ão, o perse#ue junto com esp(ritos in$ernais

Ao retornar ao mundo dos vivos ele se banha em um rio para se lavar das impurezas dos in$ernos,realizando a 'uri$ica9ão, de seus trajes abandonados e das impurezas sa(das de seu corpo nascem muitasdivindades muitas das quais malé$icas

!epois, de seu olho esquerdo nasce a deusa solar A>A4EGA3: e o do direito o deus lunar 43:;Q, donariz sur#e 3:3A1*T* que se torna imperador do oceano

E a participa9ão ativa de Q5A1AVQ e Q5A1A>Q terminam aqui, assim como a de qualquer outro dodeuses mais anti#os, dei7ando entretando uma descendência de pelo menos %// divindades

A>A4EGA3:, a deusa solar, é a #rande mãe do povo japonês, sendo considerada a ancestral primeira detoda a descendência imperial japonesa 4al cren9a será base de um importante comportamento nipônico quabran#e o nacionalismo e a identidade cultural

Essa é uma das mais interessantes peculiaridades desta mitolo#ia, di$erente da #re#a, e#(pcia, Asteca, etc sol, é uma entidade $eminina Qsso demonstra que al#umas reli#i8es orientais apresentam um ponto de vidiverso daquele que atribu( sempre ao 3ol uma caracter(stica masculina, o que $ecunda lan9ando seu semêmsobre a 4erra, que possu( caracter(stica $eminina sendo o vulo onde #ermina a vida 4al concep9ãencontra correla9ão até mesmo cient($ica, uma vez que toda a vida que nasce na 4erra provêm e depende

das emiss8es de ener#ia do sol 1o entanto houve épocas em que não se conhecia o papel masculino na reprodu9ão, nessa anti#uidade erammais comuns as deusas solares >as um $ato ainda mais notável é que #eralmente o 3ol seja associado adivindades masculinas em locais mais quentes, E#ito, Yndia e América &entral por e7emplo, já em locaimais $rios a associa9ão com divindades $eminas é maior 'rovavelmente onde o 3ol é mais a#ressivosobressái suas caracter(sticas masculinas, e as $emininas predominam onde o 3ol é mais associado a idéiade con$orto, calor a#radavel )á e7emplos na Escandinávia, Alemanha e América do 1orte

A>A4EGA3: reinava no céu, e na 4erra através de seus descendentes, no caso os imperadores3:3A1*T*, o masculino impetuoso, ambiciona mais que o reino do oceano e perturba a deusa solar em

sua morada celestial Entre outras coisas destr i os arrozais sa#rados, bloqueia $ontes de irri#a9ão e suja palácio da deusa Qndul#ente, ela o perdoa até que sua o$ensa se torna inaceitável, ele jo#ara um cavamorto entra a deusa e suas servi9ais tecelãs $erindo mortalmente muitas delas

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maior a e7emplo do que o Espiritismo ;ardecista $az com o &ristianismo ou o Uudismo $az com o pr prioRinto(smo

:ma vez que todos os $atos hist ricos marcantes estão associados a per(dodos perturbados mesmo nas mais primitivas sociedades, seria natural que um evento de importDncia tão absoluta tenha se caracterizado pomovimentos a#itados

A a#ita9ão má7ima desse tipo de visão, a razão primária de todas as coisas é o &A*3 Em quase todas asreli#i8es ele sur#e como o princ(pio ativo criador Qntri#ante é o $ato de que muitas vezes o &A*3 con$unde com o I4EG, vazio Em al#umas cren9as são coisas distintas e em outras são complementares as vezes até a mesma entidade numa rela9ão parado7al de 3er e 1ão.3er

>uitos te lo#os modernos #ostam de ver a cren9a no princ(pio ca tico do universo associado a teoria doUQV.UA1V 1esse caso antes da #rande e7plosão ter(amos o vazio, o I4EG, e em se#uida o &A*3, que ée7atamente o que teria ocorrido de acordo com a $(sica contemporDnea

!a ca tica #era9ão violenta de matéria que deu ori#em ao universo viria toda a cria9ão

1o Rintô já havia a separa9ão do céu em rela9ão a terra, mas está estava na $orma de &A*3, uma massaamor$a Q5A1AVQ e Q5A1A>Q que através da ^an9a &eleste lo#raram a or#aniza9ão, "misturand por98es dessa massa que se tornaram as ilhas e dei7ando o restante na $orma do mar

A maioria das mitolo#ias se#ue esse padrão, baseando.se na sua restri9ão de visão de universo, que os $azconsiderar apenas sua por9ão de mundo A no9ão da es$ericidade da 4erra está além de sua visão de mundinicial, $azendo.as in$erir então sobre uma e7tensa horizontalidade não relativa, que separa &éu, 4erra e s$or o caso 3ubterrDneos

A maioria das mitolo#ias atualmente, ap s todas as descobertas cient($icas, reconhecem suas cosmo#ênese principalmente numa $orma simb lica, ou valorizando.as uma visão de época, não so$rendo então umchoque cultural entre $é e ciência

*utras tentam desesperadamente reinterpretá.las, buscando novas si#ni$icDncias para termos que astornariam atuais, pretendendo então con$ormá.las com os conhecimentos modernos ou em casos maise7tremos até declará.los superiores

* Rinto(smo opta pela primeira op9ão, nunca se de$rontando então com o racionalismo ou cienti$icismoreconhece tudo em sua visão de interdepêndencia usando.a como uma no9ão mais abran#ente e see7imindo então de maiores contradi98es

&AGA&4EGY34Q&A3

+ Esta parte ainda está por ser complementada 0

*3 ;A>Q

* termo japonês ?ami si#ni$ica "al#o elevado", "divino", "superior" 1ão e7iste tradu9ão precisa mas otermo é atribu(do aos esp(ritos sa#rados, deuses e divindades em #eral 4odos os elementos da naturezaseres vivos ou mesmo minerais possuem seus ?ami !eve.se tomar cuidado por que o termo ?ami em

japonês também pode si#ini$icar "cabelo"ou "papel"

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'or ser a mãe de toda a $am(lia japonesa e $undadora do Japão, A>A4EGA3: é considerada como a maiselevada dos ?ami, deusa não s do 3ol mas de toda a luz, claridade $(sica e espiritual * 7into(smo destaccomo uma de suas má7imas, a busca espiritual para a claridade, a pureza da luz

Além das divindades mitol #icas, muitos "(cones" também podem ser atribu(dos a "?amis", como pore7emplo um objeto sa#rado, usado em ritos, ou o tesouro de determinada comunidade

'esona#ens humanos que realizem #randes $eitos, her is, e o pr prio imperador, descendente direto deA>A4EGA3:, recebem venera9ão comparável a dos ?ami 1o caso dos hérois o $eito pode ser dequalquer ordem, militar, social ou art(stico, podendo esta celebridade receber santuários >as lembremosque isso não si#ni$icava torna.lo equivalente a um ?ami ori#inal, pois não se perde a no9ão do limite que osepara de um ser humano Apesar disso na verdade o que se admira não é o persona#em humano em si, masim a sua parte divina que o permitiu realizar o que quer que tenha $eito

'ara o Rintô um deus pode soltar partes de sua pr pria essência que dará ori#em a novas entidadesindependentes, e muitas das "encarna98es" dos deuses podem morrer, di$erente por e7emplo da maior partdas mitolo#ias ocidentais

Q5A1A>Q, o !eus do *V* e 3:3A1*T* são e7emplos disso, mas isso não si#ini$ica que estejam de$ora do pante(smo, pois passam então a inte#rar e7clusivamente o mundo espiritual >uitos deuses temt=mulos identi$icados, onde se presta reverências

* 3EG ):>A1*

!escendentes dos deuses, os humanos são pela visão 7into(sta, seres a princ(pio puros e bons tal como seusancestrais 1ão e7iste como no &ristianismo, o 'ecado *ri#inal, que impre#na todo o ser humano desdeque nasce tendo que ser puri$icado pelo batismo da i#reja *u a decadência de um estado superior, como$oram as idades de *uro, 'rata, Uronze até che#ar a idade do erro, como há na mitolo#ia #re#a, seucorrelativo )indu e seus equivalentes Vn sticos, ou o esti#ma de um so$redor por natureza, como no casodo Uudismo

Ouando um ser humano pratica o mal, ele está sobre in$luência do Homi, a essência ne#ativa do universoatravés de suas entidades mali#nas e ener#ias impuras A ele resta então praticar a puri$ica9ão e reencamihamento a luz

'ara o Rintô, todo o pecado não passa de um sujeira temporária acumulada posteriormente, entretanto osque se entre#am a maldade, cultivando.a e abne#ando.se da puri$ica9ão, invariavelmente serão punidos pelos ;amis

Aquele que insiste na maldade acabará tendo por resultado o destino do mundo subterrDneo, os in$ernos, talvez a incorpora9ão ao Homi >as no Rinto(smo não e7iste também o esti#ma da dana9ão eterna, mesmoalém do mundo $(sico a vida continuará, assim como $oi com os deuses anti#os, dei7ando sempre uma possibilidade de reden9ão

A ':GE5A

Ouando o ?ami Q5A1AVQ se banhou em um rio para se limpar das impurezas, deu ori#em ao mito da puri$ica9ão 3e#undo o Rintô, tudo na natureza é in$luenciado pela pureza e a impureza, principalmenteser humano Este deve então buscar a constante puri$ica9ão com o objetivo da eleva9ão espiritual, =nicmaneria de se tornar merecedor da ajuda dos deuses

>uitas atitudes da vida mundana mesmo as necessárias, implicam em impurezas, principalmente asassociadas com o san#ue >atar animais ou outros seres humanos torna a pessoa impura, necessitando de

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um ritual de puri$ica9ão Até mesmo o parto e a mestrua9ão $eminina são per(odos de impureza que $necessária a prática constante da puri$ica9ão

3e#undo o Rintô, todo o valor decorre da pureza, o ser humano s encontrará a verdadeira ilumina9ão emseu estado puro A vida na impureza conduz a des#ra9a e ao so$rimento, #era manchas que atraem esp(ritmali#nos e desperta o rep=dio e a ira dos deuses

E7istem básicamente M tipos de impurezas, "pecados", que podem envolver o ser humano*s TA5A1AQ são as des#ra9as, os in$ort=nios que se abatem sem culpa do indiv(duo, mas os quaistambém precisam ser lavados

*s ;EVAGQ são as manchas em #eral do dia a dia, a manipula9ão de cadáveres inclusive de animais, asujeira pelo san#ue, condutas levianas ou imprudentes

*s 43:>Q são os "pecados" propriamente ditos, as maldades cometidas deliberadamente

!essa $orma há os M principais ritos de puri$ica9ão

* )AGAQ promove a puri$ica9ão do "pecados", 43:>Q * rito do )AGAQ se baseia na puni9ão de3:3A1*T*, com o qual #uarda semelhan9as como a o$erta de o$erendas

* >Q3*VQ $az a limpeza das impurezas obtidas não intencionalmente, manchas, os ;EVAGQ 4ambémusado para puri$icar o ser humano das des#ra9as das quais ele pode ser v(tima, TA5A1AQ, sendo esseritual baseado no mito do banho de rio de Q5A1AVQ

* Q>Q é basicamente a abstinência de certas atitudes impuras, alimentos, bebidas, ou atividades queresultem em impurezas pelo menos por al#um tempo !e caráter poderia.se dizer mais preventivo, éaplicado principalmente ao ;EVAGQ

* 1A4:GA^Q3>*

3endo que toda a natureza descende de "?amis" assim como a humanidade, $ica claro que tudo estáinterli#ado tendo como ori#em em comum um ancestral divino Assim sendo o ser humano e a naturezaseus elementos, minerais, ve#etais e animais, são irmãos

A vida dessassociada da natureza é incompat(vel com o Rintô, o ser humano não deve combatê.la outrans$ormá.la sem necessidade vital I comum aos praticantes 7into(stas o retiro para ambientes onde possam promover a inte#ra9ão com a natureza, uma $orma de puri$ica9ão, eleva9ão espiritual,

oportunidade para re$le7ão e medita9ão&omo já $oi dito na introdu9ão, o Rintô e a pr pria cultura japonesa pre#am que sendo a natureza sa#radasua destrui9ão é indesejável, e não e7iste o sentimento de hostilidade inerente rec(proca imperante noocidente, que econtra ra(zes até mesmo teol #icas uma vez que ap s a e7plusão do para(so, era evidenteque a natureza do mundo di$erente da do Iden, não seria ami#ável

*utra prática bastante disseminada é a dei$ica9ão de determinados elementos naturais em especial &om por e7emplo a árvore que representa um $am(lia ou um rocha que ocupa lu#ar de destaque em determinadcidade 'rincipalmente na anti#uidade, era tradicional em muitas aldeias a venera9ão de al#um "(cone" querepresentasse bem seu povoado ou dinastia

* comportamento 7into(sta é tão avesso a inter$erência no cenário natural, para ele é sa#rado e per$eito, ququalquer atividade que implique em utiliza9ão ostensiva dos recursos naturais deve ser recompensada nom(nimo com a constru9ão de um templo dedicado a natureza

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A3 >*14A1)A3

As montanhas no Japão são muito numerosas e estão envolvidas nos aspectos da vida diária, é delas que brotam os rios, e são consideradas sa#radas 1ão são ?ami em si, mas sim moradias de ?ami * territ rimontanhoso é tão respeitado que mesmo hoje em dia, o alpinismo não é uma atividade muito di$undida pelo povo japonês, e isso num pa(s onde é di$(cil ver todo um horizonte livre da presen9a de montanhas

I muito comum a contru9ão de templos nessas re#i8es, assim como cerimônias de dei$ica9ão e requisi9ãode boas colheitas N "deusa do arrozal" que vive nas montanhas 1as lendas japonesas as montanhas ocupamlu#ar de destaque na associa9ão com #randes desa$ios, buscas e pere#rina98es

3A&EG!*4E3

*s sacerdotes Rinto(stas podem ser homens ou mulheres e deles não se e7i#e o celibato >uitas vezes sãol(deres $amiliares locais que devido ao seu #rau de servi9o em rela9ão a reli#ião #al#am #raus dehierarquia + A ser complementado0

4E*^*VQA

*utra constante nas maioria das concep98es m(stico.$ilos $icas é a presen9a de um tipo de rela9ão c(clicde causa e e$eito muitas vezes resultante numa trindade

* #rande ;ami.natureza é de certa $orma o &A*3, o AU3*^:4*, a $onte e ori#em de tudo, ou o 1ão.3er,o princ(pio $undamental !eles saiu os ;ami, que são a "via", a luz E e7iste também o ser humano

* ser humano é dotado com a capacidade de incorporar o #rande ;ami.natureza e atin#ir a "via", entãoessas M entidades, o ser )umano, a "via" e o Absoluto tornam.se um s

A correla9ão também pode ser entendida como uma $orma de sant(ssima trindade, 'ai, ilho e Esp(rito3anto, sendo respectivamente ;ami, ser humano e o Absoluto, ainda que numa interpreta9ão$iloso$icamente di$erente da tradicional que em se tratando de teolo#ia jamais poderia ser considerada=nica "correta"

4rindades como essa estão presentes em várias doutrinas, o Hin#.Han# e a união no 4A* A $or9amasculina a $eminina e a união, &A*3, EG*3 e I4EG

1as m(sticas que dão mais ên$ase a questão psicol #ica é comum vermos o conceito de &onsciência numinterpreta9ão mais elevada e #eralmente parado7a, como "a consciência sabe sem saber", ou "é tudo e ao

mesmo tempo é nada"* oriental têm muito mais $acilidade de aceitar tais parado7os que os ocidentais, talvez por não terem sidodiretamente submetidos ao ponto de vista mais cienti$icista de procedência européia, principalmente al #ica cartesiana, o materialismo dialético e o dualismo e7clusivista

&onta.se que na 3e#unda Vuerra >undial, um certo piloto ap s uma missão de reconhecimento aéreo pousou seu avião, e $ez um relat rio onde apresentou in$orma98es de vital importDncia e lo#o em se#uicaiu sem vida Ao se checar o corpo do piloto, seus companheiros constataram que este já estava $rio, morhá várias horas

* que para os ocidentais já nessa época seria motivo de assombro, investi#a9ão cient($ica intesiva, si#ilo esobretudo medo, para os ocidentais a e7plica9ão é simples e espontDnea !evido a importDncia de sumissão o esp(rito conduziu o corpo mesmo ap s sua morte, em honra e dedica9ão sa#rada a seu pa(s e oimperador

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Acontecimentos sobrenaturais tendem a ser aceitos pelo povo tradicional japonês sem #randes resistênciastanto de cunho ceticista quanto de postura "herética"

E *^: * )Q34 GQ&A

* desenvolvimento do Rinto(smo obede9e principalmente a M per(odos distintos* Rintô primitivo perdura de per(odos inde$inidos até cerca do século Q d& Gepresentava a união dcren9as ind(#enas predominantes no arquipéla#o do pa(s cujo primeiro nome $ora Hamato, devido alideran9a desta prov(ncia sobre as demais * isolamento natural com certeza #arantiu a consolida9ão ehe#emonia necessárias para que mesmo na ausência de qualquer re#ulamenta9ão te rica, aliás até mesmode escrita, os mitos populares se cristalizassem na cultura

A #rande maioria dos contos mitol #icos provêm dessa $ase e obviamente não se pode ter certeza de sure#ularidade através dos tempos >as como toda e qualquer mitolo#ia, o inconsciente humano #arante pelomenos a linha#em básica do mito, variando principalmente na sua mani$esta9ão icônica

Apresenta nessa $ase todas as caracter(sticas comuns a qualquer mitolo#ia primitiva, pante(smo, #ênes$i#urativa, com elementos reconhec(veis da pr pria cultura representando conceitos m(sticos, e e7plica98sobre a ori#em e destino das coisas

1essa $ase o Rintô sequer tinha nome de$inido, sua desi#na9ão mais comum seria ?ami.no.michi, "a viados deuses", mas como era praticamente a =nica, tal distin9ão não se $azia necessária

&om a entrada da cultura continental especialmente chinesa no Japão, a partir do século Q d&, houve entoutras coisas a importa9ão de uma $iloso$ia espec($ica, o &on$ucionismo, e uma nova reli#ião, o Uudismo

*bviamente assim como qualquer sociedade primitiva não havia $iloso$ia pura, aquela desassociada dam(stica, na terra de Hamato >as o &on$ucionismo caiu como um luva para o modo de vida daquelasociedade, se adaptando $acilmente a seus hábitos e justi$icando muitos de seus costumes

* Uudismo também não representou nenhum choque cultural #rave 'rimeiro por que trata.se de umaconcep9ão m(stico.$ilos $ica, que não reclama o status de reli#ião, não têm caráter e7clusivista, e nãocondena necessriamente aquele que não a pratica

3alvo pequenas e7ce98es o Uudismo e o Rinto(smo apresentaram uma convivência pac($ica e muitas vezecomplementar, muitas idéias do Uudismo passaram a ser usadas para e7plicar mitos 7into(stas e muitos

?ami $oram renomeados UudasEntretando as di$eren9as naturais entre elas e7i#iram que uma distin9ão $osse $eita e s então a cren9?ami.no.michi #anhou $inalmente no século RQ d & o nome que perdura até hoje

3omente em P2 d & é que sur#e #ra9as ao es$or9os de estudiosos, o ;oji?i, )ist ria das &oisas Anti#asobre a anti#uidade japonesa e mais posteriormente o 1ihon#i, &rônicas do Japão, em P / e o En#ishi?i, jáno in(cio do século R 1esses ecritos anti#os têm.se os primeiros re#istros da hist ria anti#a do Japão e da bases mitol #icas Rinto(stas Entretanto sua imprecisão é #rande, mesmo em $atos hist ricos como o provável primeiro imperador Jimmu.4enno, são cercados de muitas d=vidas quanto as datas em queviveram e o conte=do e7ato de seus $eitos

4endo sido produzidos por decreto imperial, esses re#istros obedeciam além de interesses de reconstitu(9ãocultural, objetivos "doutrinários", res#atando os elementos primitivos que pudessem embasar adescendência divina imperial e a le#itima9ão sa#rada do estado !essa $orma é evidente que não se pode

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esperar $idelidade absoluta apenas ao mito primitivo em si, pois os interesses da época com certeza oin$luenciaram em #rau inde$inido

*s mitos recuperados e conservados nesses livros então não têm como representar com total $idelidade oconte=do mais primitivo do Rinto(smo, e re$letem mais a $orma como a sociedade da época lidava com cren9a

!e qualquer $orma o Rintô mesmo não possuindo livro sa#rado, come9ou a ser melhor identi$icado ere#ulamentado, mas passou a ser rele#ado cada vez mais a se#undo plano devido a predominDncia doUudismo, principalmente devido ao total apoio que o princ(pe 3hoto?u +-PM.B 20 dava a sua dissemina9e a da cultura chinesa em #eral

* Uudismo passou a ser quase uma espécie de reli#ião o$icial, praticado nas côrtes reais, mas o Rinto(smonão $oi totalmente esquecido, tendo sempre al#um lu#ar ao lado da predominante reli#ião de procedênciachinesa, que durou até o século R QQQ

1essa $ase também sur#e um aspecto notável, o Gyobu.Rinto, ou Rintô de duas $aces I mais que umaconvivência pac($ica com o Uudismo mas quase um $usão destes )avia casos de sacerdotes quecomun#avam nas duas reli#i8es, assim como $iéis Rintô que recorriam ao mon#es Uudistas para obterrecursos para seus templos

)avia rituais duplos tanto em santuários budistas quanto 7into(stas mas o mais interessante $oi a $ormacomo a $iloso$ia budista e7plicou a mitolo#ia 7into(sta Entre outras coisas classi$icou os ;ami comencarna98es temporárias de Uuda, assim como enquadrou toda a mitolo#ia Rintô dentro de um maisabran#ente plano universal visto pela tica budista !essa $orma o Uudismo não desmereceu o Rintôapenas o reinterpretou e7tendendo a importDncias do ;ami também ao Uudismo, que em al#uns templos passou a venerá.los tal qual entidades da reli#ião dos Uuda

A pr pria deusa solar A>A4EGA3: recebeu um nome budista !ai.michi.nyorai, um encarna9ão dadivindade Uirshana

Qsso prova que o Rinto(smo não s e compat(vel com o Uudismo como na verdade pode ser até mesmo umdi$erente interpreta9ão de al#uns de seus aspectos, sendo o Uudismo uma cren9a reencarnacionista, o Rintque apesar de não e7plicitar o mesmo ponto de vista também não o condena, podendo ser considerado pelomenos subjetivamente reencarnacionista como praticamente todas as m(sticas primitivas

Apesar disso no século R Q, houve a entrada de uma reli#ião totalmente incompat(vel com o pr prio ocom o Uudismo * &ristianismo europeu penetrou no Japão e embora não tenha sido e7pressivodemo#ra$icamente, constitu( um $ato notável

4otalmente intolerante com qualquer outro tipo de cren9a, não plenamente por essência e mais por postura pol(tica, o &ristianismo no Japão obviamente não pode contar com a violência das &ruzadas ou da 3antQnquisi9ão, tendo que se valer unicamente de seu apelo emocional e ar#umenta9ão, o que numa cultura tãdi$erente, não conse#uiu lo#rar.lhe uma dissemina9ão ampla

E importante lembrar também que o Japão nunca so$reu uma invasão cultural, mesmo ap s o $im d3e#unda Vuerra >undial a cultura japonesa sobreviveu e se $orteleceu de $orma homérica

:ma especialidade do povo japonês é a capacidade de absorver novas idéias ao mesmo tempo que conservaas anti#as, e cria coisas novas e pr prias enquanto trans$orma as alheias em seu bene$(cio 4a

comportamento já era de certa $orma presente no Rinto(smo e no Uudismo e perdura até hoje, dando ao pa(s do 3ol 1ascente um incr(vel capacidade de adapta9ão que lhe permitiu ser uma das na98estécnincamente mais avan9adas do mundo e ao mesmo tempo uma das mais conservadoras

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3e tomarmos por e7emplo as américas, veremos que as culturas ori#inais $oram praticamente dizimadas pela cultura européia, principalmente no caráter m(stico através de uma reli#ião do#mática decomportamento muito mais prático e mundano do que trascendente

* Japão então $oi bene$iciado não s pelas condi98es hist rico e #eo#rá$icas como também pelo $ato dreli#ião predominante a ser importada, o Uudismo, não praticar a domina9ão $ilos $ica cultural e7pl(citamuito menos teolo#icamente de$endida

* "Genascimento", a terceira $ase do Rinto(smo ao contrário dos per(odos anteriores têm data precisa dein(cio, 2%B% Até este ano o Japão encontrava.se sob o Ro#unato, o re#ime dos samurais, mas este danlu#ar a uma nova ascen9ão imperial e7i#iu do imperador instrumentos psicol #icos convincentes paramani$estar seu poder perante o povo

:m desses intrumentos $oi a rea$irma9ão da cren9a 7into(sta que dava N $am(lia real um caratér divinodescendentes diretos de A>A4EGA3:, dei7ando esta numa posi9ão bem mais apropriada perante seuss=ditos

1essa época acompanhou também um movimento de rea$irma9ão nacionalista e sendo o Rintô a reli#iãotradicional do Japão, este #anhou um caráter patri tico e de identi$ica9ão cultural

4êm in(cio a era >eiji, que modernizou o Japão num ritmo ini#ualável por qualquer outra na9ão no mundo,houve também um certa rea9ão ao Uudismo e muito maior ao &ristianismo, teolo#icamente incompat(vecom o Rintô

1essa época sur#iu o Rintô de Estado, Jinja.Rinto, que assume o caráter de reli#ião o$icial declarada eoutras divis8es como o Rintô.'opular, >in?an.Rinto, mais espontDneo, o Rintô.Acadêmico, u??o.Rinto,o Rintô da &asa Qmperial, ;o7itsu.Rinto, e o Rintô das 3eitas, ;yoha.Rinto, que che#ou a abran#er 2B/seitas

* Rintô de Estado s vêm a cair em 2S6B, com a derrota do Japão para os E : A na #uerra do pac($ico,imperador então perde seu poder pol(tico mantendo apenas o simb lico mas o Rinto(smo não en$raquece pelo contrário, assume um caráter ainda mais $orte de nacionalismo num sentimento patri tico de autde$esa psicol #ica

Apesar da reconstru9ão do Japão, assim como sua moderniza9ão de certa $orma a#redir um princ(pio básicdo Rinto(smo de respeito pela natureza, o Rintô sobrevive dando provas de sua $le7ibilidade diante dacalamidade que se abateu sobre seu povo, que precisou lan9ar mão entre outras coisas de #rande parte dosrecursos naturais para se reer#uer

RQ14*Y3>* >*!EG1*

)oje em dia o Rinto(smo não tendo mais o caráter de reli#ião o$icial e nem sendo mais re#ulamentado politicamente, assume desdobramentos mais espontDneos, e sua convivência com o Uudismo, ainda se#unda maior reli#ião do Japão, e outras reli#i8es como o &ristianismo, têm se dado de $orma pac($ica harmônica

* povo nipônico não aceita $acilmente o e7clusivismo reli#ioso radical, sendo per$eitamente normal acon#re#a9ão em mais de uma reli#ião I comum casos de $am(lias que $azem seus rituais ora num templ

ora numa i#rejaQsso praticamente inviabiliza o crescimento de reli#i8es $undamentalistas como * Qslamismo, o 3hi?ismocertas Geli#i8es 'rotestantes Ainda assim, todas podem ser encontradas no Japão

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Gicardo 3ilvestrin

primeira $olha de outonono chão come9ao meio do ano

$im do dia porta abertao sapo espiaAlice Guiz

Ah, mosca de inverno. questão de dia ou de horaseu =ltimo instanteZ>asuda Vo#a

lorada de ipêsg>eu pai também se ale#ravaEm tarde como esta4eru?o *da

!ia de inadosormi#as carre#am

'étalas que caemJor#e ^escano

in(cio de outono ..

no caminho vão sumindoas vozes dos ami#os

vento de invernoKo #ato de olho vazado procura seu donoEdson ;enji Qura

Solidão no ninhoO pássaro se assusta

no eco do trovão.

O sol poentedespede-se lentamente

do ipê no campo.

Toque coloridona ponta do capimpousa a borboleta!

Devagar devagar, io seco arco de papel

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a "olha sem escolha,vaga pelo ar.

Silêncio sob a ponteapenas o vento.

nau"raga na torrentechuva de verão.

#olhas soltass$ uma contra o vento%

orboleta amarela!

&ua enevoadao cão e sua solidão

caminham na estrada.

'sa quebradada triste gaivotasonho de voar !

fim de tardedepois do trov ã oo sil ê ncio é maior

Alice Ruiz

névoa na estrada

à beira de um sonhoum trem para Praga

AR

engano amigotenho a impressãoque a lua vem comigo

(com Estrela)

que viagemassim que você chegaa abóbora vira carruagem

AR

&oncurso de )aicais . 'rêmio >asuda Vo#aA LIVRARIA ARAIVA! em parceria com o "R#$I% &AI'AI IP# ! promove o '%(')R % *+ &AI'AI,PR#$I% -$A )*A "%"A-! aberto ao p.blico em geral! como parte da agenda de eventoscomemorativa do centen/rio da imigra0ão 1aponesa ao 2rasil3$asuda "oga 45apão! 6766,8 é mestre de haicai em 1aponês e português3 5ornalista aposentado!a1udou a 9undar! em 67:;! o "rêmio &aicai Ipê3 +m <==>! recebeu o -$asao?a hi?i International&ai?u Pri@e-! por seu es9or0o na divulga0ão do haicai no 2rasil3'ategorias

• In9anto,1uvenil participantes de até 6B anos de idade• Adulto maiores de 6C anos

'ondi0Des para participar• 'ada participante poder/ concorrer com apenas um trabalho! inédito e de sua própria autoria3

Deverá ser residente no Estado de São Paulo 3

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• Para os e9eitos deste concurso! entende,se por haicai o poema composto por três versos 4B! ;e B pés métricos! ou próEimo disso8! tendo em um dos versos uma re9erência obrigatória a umdos temas do concurso3

• erão aceitos apenas os trabalhos escritos em lFngua portuguesa3• A simples participa0ão no concurso! mesmo que não venha a ser classi9icado! implica na

aceita0ão das condi0Des aqui estabelecidas incluindo! de 9orma irrevog/vel! a cessão dosdireitos autorais do trabalho apresentado! sem nenhum Gnus para os organi@adores! que dele

poderão 9a@er uso sem consulta prévia3• Hica vedada a participa0ão de membros do "rêmio &aicai Ipê e de 9uncion/rios da Livraria

araiva! organi@adores do concurso3

emasAten0ão o participante dever/ escolher apenas um dos temas aqui propostos! elegendo,o paraassunto de seu haicai3

• Hlor de cere1eira! caqui ou crisJntemo 4elementos ligados à cultura 1aponesa83• Hesta das +strelas 4ou anabata $atsuri , 9estival introdu@ido pelos 1aponeses! comemorado

anualmente no mês de 1ulho na Pra0a da Liberdade83• Hesta das Hlores 4ritual budista em comemora0ão ao nascimento d 2uda3 'elebrado

anualmente no dia =: de abril! no bairro da Liberdade83• emente ou semear 4atividade agrFcola a que se dedicaram os primeiros imigrantes

1aponeses83

+ncerramento do 'oncurso Pra@o% concurso encerrar,se,/ no dia C de 1unho de <==:! valendo como prova de cumprimento de pra@o ocarimbo dos 'orreios3'omo enviar o seu trabalho

• (a 9ace eEterna de um envelope branco 4pequenoKtamanho padrão8! escreva apenas o haicai ea categoria em que est/ concorrendo3

• *entro desse envelope coloque uma 9olha contendo os seus dados em letra bem legFvel nome!data de nascimento! pro9issão! endere0o completo com '+P! tele9oneK9aE e e,mail3 Hech bemesse envelope3

• 'oloque,o dentro de outro envelope maior e envie para a Livraria araiva! no endere0o Av3$arquês de 3Vicente! 6B:7 ,=66 7,== AK' *epartamento de 'omunica0ão da Livraria

araiva ou mande por e,mail um cabe0alho com todos os dados! seguido pelo &aicai para o e,mail eventosMlivrariasaraiva3com3br3

ele0ão e 1ulgamento• %s poemas serão avaliados por um comissão 1ulgadora composta por membros do "rêmio Ipê!

tendo por coordenadora a Pro9essora eru?o %da3• (ão caber/ recurso à decisão da comissão 1ulgadora3• %s trabalhos enviados não serao devolvidos3

Premia0ão• %s trabalhos serão classi9icados até o BN lugar em cada categoria3• % resultado ser/ divulgado nos sites OOO3saraiva3com3brKnossoseventos e

OOO3?a?inet3comKsaraiva3• %s vencedores serão avisados! pre9erencialmente! por e,mail e na 9alta deste! por tele9one até

= de 1unho3• A premia0ão ser/ reali@ada no dia =B de 1ulho! às 6; horas! na araiva $ega tore do hopping

P/tio Paulista , R3 re@e de $aio! 67>; , piso ParaFso! 3Paulo! P3• % vencedor que não comparecer à cerimGnia de premia0ão receber/ o prêmio no endere0o

indicado na 9icha de inscri0ão3

Page 50: Cerimônia Do Chá

8/19/2019 Cerimônia Do Chá

http://slidepdf.com/reader/full/cerimonia-do-cha 50/50

%s prêmios para cada coloca0ão serão• 6N lugar nas duas categorias

6 +cos do silêncio 6 %rigami 6 'ultivando o bonsai tro9éu certi9icado• <N lugar nas duas categorias

6 Hlauta de vento 6 2onsai , uma arte ao alcance de todos 6 %rigami certi9icado• N lugar nas duas categorias

6 5anelas e empo 6 %rigami certi9icado• >N lugar nas duas categorias

6 5anelas e empo 6 Ai?ido certi9icado• BN lugar nas duas categorias

6 Hlauta de vento certi9icado

(ma "igura do discurso para a bele)a das mulheres *aponesas que são puras e arrumadas.+ Sabido tamb m comouma mulher *aponesa ideal, revolve b sicamente em torno de agir para o bene" cio da "am lia e depois dasinstru/0es ou de agir no mais melhor interesse de "iguras patriarchal da autoridade. Os virtues incluem1 lealdade,abilidade dom stica, sabedoria, e humilit2. Durante a segunda guerra mundial, a id ia de 3amato 4adeshi5opopulari)ed como um tipo do propaganda nacional pelo governo *aponês. (m 3amato 4adeshi5o deve poder resistir toda a dor e pobre)a da vida para seu marido 6um soldado7 e o pa s, e deve sempre estar pronto para lutar com o2ari do naginata ou dos tae e estar pronto para morrer em em qualquer altura que, para seu pa s ou para manter seuchastit2

3amato nadeshi5o