CERRADO.pdf 2013.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    1/21

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS BIOLGICAS, AMBIENTAIS EDA SADE

    Biomas Intertropicais: Cerrado

    Isabelle Passos

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    2/21

    Apresentao

    O Bioma Cerrado considerado como um ecossistema tropical de Savana,com similares na frica e na Austrlia, possui uma rea de aproximadamente203 milhes de hectares, segundo IBGE (2004), ocupando poro central doBrasil como mostrado no mapa a baixo, sendo considerado o segundo maiorbioma da America do Sul, ocupando cerca de 25% do territrio nacional(IBAMA, 2009).

    A sua rea continua incide sobre os estados de Gois, Tocantins, Mato Grosso,Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranho, Piau, Rondnia, Paran,So Paulo e Distrito Federal, alem dos encraves no Amapa, Roraima eAmazonas (IBAMA, 2009), abrangendo 196.776.853 h (IBAMA). H outrasreas de Cerrado, chamadas perifricas ou ectonos, que so transies comos biomas Amaznia, Mata Atlntica e Caatinga.

    Ribeiro e Walter (1998, p. 104 -152 descreve fisionomia do Cerrado, divididaem trs formaes e em onze tipos fitofisionmicos gerais, enquadrados em

    Formaes Florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerrado),Savnicas, (Cerrado sentido restrito, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda)e Campestres (Campo Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo), muitos dessestipos fitofisionmicos apresentando subtipos com especificidades, quemerecem estudos mais aprofundados, como no caso das FormaesSavnicas, visto que as caractersticas paisagsticas e biogeogrficas doCerrado Brasileiro so tpicas, particularizadas pelas relaes edficas eimposio climtica regional. Portanto, diferem das caractersticas das SavanasAfricanas ou de outras formaes assemelhadas.

    O Cerrado tpico constitudo por rvores relativamente baixas (at vintemetros), esparsas, disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e umavegetao baixa constituda, em geral, por gramneas. Assim, o Cerradocontm basicamente dois estratos: um superior, formado por rvores earbustos dotados de razes profundas que lhes permitem atingir o lenolfretico, situado entre 15 a 20 metros; e um inferior, composto por um tapete degramneas de aspecto rasteiro, com razes pouco profundas, no qual aintensidade luminosa que as atinge alta, em relao ao espaamento. Napoca seca, este tapete rasteiro parece palha, favorecendo, sobremaneira, a

    propagao de incndios.

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    3/21

    A tpica vegetao que ocorre no Cerrado possui seus troncos tortuosos, debaixo porte, ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. Os estudosefetuados consideram que a vegetao nativa do Cerrado no apresenta essacaracterstica pela falta de gua pois, ali se encontra uma grande e densarede hdrica mas sim, devido a outros fatores edficos (de solo), como odesequilbrio no teor de micronutrientes, a exemplo do alumnio.

    O Cerrado brasileiro reconhecido como a savana mais rica do mundo embiodiversidade com a presena de diversos ecossistemas, riqussima flora commais de 10.000 espcies de plantas, com 4.400 endmicas (exclusivas) dessarea.. A fauna apresenta 837 espcies de aves; 67 gneros de mamferos,abrangendo 161 espcies e dezenove endmicas; 150 espcies de anfbios,das quais 45 endmicas;120 espcies de rpteis, das quais 45 endmicas.

    Neste espao territorial encontram-se as nascentes das trs maiores baciashidrogrficas da America do Sul (Amaznica/Tocantins, So Francisco e Prata),o que resulta numa grande disponibilidade de recursos hdricos.

    At a dcada de 1950, os Cerrados mantiveram-se quase inalterados. A partirda dcada de 1960, com a interiorizao da capital e a abertura de uma novarede rodoviria, largos ecossistemas deram lugar pecuria e agriculturaextensiva, como a soja, arroz e ao trigo. Tais mudanas se apoiaram,sobretudo, na implantao de novas infra-estruturas virias e energticas, bemcomo na descoberta de novas vocaes desses solos regionais, permitindonovas atividades agrrias rentveis, em detrimento de uma biodiversidade atento pouco alterada.

    Durante as dcadas de 1970 e 1980 houve um rpido deslocamento dafronteira agrcola, com base em desmatamentos, queimadas, uso defertilizantes qumicos e agrotxicos, que resultou em 67% de reas do Cerradoaltamente modificadas, com voorocas, assoreamento e envenenamento dosecossistemas. Resta apenas 20% de rea em estado conservado.

    A partir da dcada de 1990, governos e diversos setores organizados dasociedade debatem como conservar o que restou do Cerrado, com a finalidadede buscar tecnologias embasadas no uso adequado dos recursos hdricos, naextrao de produtos vegetais nativos, nos criadouros de animais silvestres, noecoturismo e outras iniciativas que possibilitem um modelo de desenvolvimentosustentvel e justo.

    O bioma Cerrado possui apenas 7,44% de sua area protegida por unidades deconservacao, federais, estaduais e municipais, sendo que aproximadamente2,91% do Cerrado e protegida na forma de unidades de conservacao deprotecao integral, tais como os parques nacionais. As unidades de conservao

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    4/21

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    5/21

    mundo que vem sofrendo diversas ameaas, considerado por Myers (2003) eMittermeieret al. (2004) como um dos 34 hotspots do mundo.

    Este grande bioma do Brasil Central compe-se de um complexo vegetacionalque rene diversos tipos fitofisionmicos, distribudos entre formas campestres,

    savnicas e florestais (OLIVEIRA-FILHO e RATTER, 2002).

    Por estar localizado numa poro mediana da Amrica do Sul, o Cerradoapresenta uma composio de fauna com influncias de outros grandesdomnios fitogeogrficos do continente, fazendo limites com Amaznia,Caatinga, Mata Atlntica e Chaco. Por outro lado, o compartilhamento deanimais com outros grupos de vegetao tambm resulta numa baixa taxa deespcies endmicas (SILVA, 1995b; BONVICINO et al., 2002; WEKSLEReBONVICINO, 2005), que so aquelas restritas a uma dada regio, e por issotm maior apelo conservacionista.

    Fauna

    Invertebrados

    Ainda so pouco conhecidos devido ausncia de amostragens na maioria dasreas de Cerrado (KLINK e MACHADO, 2005). No entanto, Dias (1992) estimaa riqueza de invertebrados em aproximadamente 90.000 espcies.

    As espcies de invertebrados podem ser restritas a determinadasfitofisionomias ou podem ser mais generalistas de habitat, sendo que ocerrado representa um ectono, apresentando um mosaico entre a fauna dasmatas com a fauna das formaes abertas. Os ambientes alagados (veredas,brejos) possuem uma fauna prpria de invertebrados e rica em espciesaquticas (ROCHA et al., 1990).

    Entre os invertebrados, os insetos so os mais bem estudados. Soconhecidas, atualmente, 30 ordens de insetos, podendo este nmero sofrervariao de acordo com o tipo de classificao e autor. Dezoito dessas ordensso encontradas com muita frequncia em reas de Cerrado nativo: Diptera,

    Siphonaptera, Lepidoptera, Trichoptera, Hymenoptera, Coleoptera, Neuroptera,Psocoptera, Blattodea, Mantodea, Isoptera, Dermaptera, Phasmatodea,Orthoptera, Odonata, Hemiptera, Ephemeroptera e Homoptera.

    Vrios insetos so de extrema importncia para o meio em que vivem e para ohomem. Devido sua atividade de polinizao, eles possibilitam arecolonizao e a recuperao de ambientes naturais, o desenvolvimento daagricultura de pomares, castanhas, legumes, algodo e tabaco, alm de mel,cera de abelha, seda e outros produtos de valor comercial. So presas dediversos grupos animais, como aves, peixes, mamferos, rpteis e outros;

    podem atuar como escavadores, agindo sobre a qualidade e estrutura do solo;so de extrema importncia para a ciclagem de nutrientes, pois possuem

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    6/21

    importante papel na decomposio da matria orgnica, tanto de origem animalquanto de origem vegetal, e vm sendo usados na medicina e na pesquisacientfica.

    No bioma Cerrado, a estao seca e a chuvosa so bem marcantes,

    influenciando tambm a abundncia dos insetos ao longo do ano. Para amaioria das ordens, o pico de abundncia ocorre em outubro-novembro (apsas primeiras chuvas), entretanto, um pico secundrio ocorre em abril-junho(estao seca) para outros grupos de insetos (DINIZ e MORAIS, 1997).

    Em contraste com a sua enorme riqueza de espcies de insetos, quecertamente representa a poro mais diversa da fauna do Cerrado, poucosestudos existem sobre esses animais neste bioma. Fontes importantes deinformao sobre esses insetos so as colees entomolgicas dodepartamento de Zoologia da Universidade de Braslia e a coleo dolaboratrio da Embrapa Cerrados, tambm em Braslia. Porm, devido presena de poucos taxonomistas e sistematas, boa parte da informaopresente nessas colees no publicada ou organizada em bancos de dados,o que dificulta e atrasa a catalogao de espcies presentes no bioma Cerrado.

    Vertebrados

    Ictiofauna

    Os peixes representam o grupo de vertebrados com a maior riqueza deespcies nos ambientes aquticos, com aproximadamente 31.300 espcies(FROESE e PAULY, 2010), e, dessas, 11.952 habitam, exclusivamente, asguas doces do planeta (NELSON, 2006).

    Atualmente, so reconhecidas 4.475 espcies vlidas para a Amrica do Sul eCentral (REIS et al., 2003), sendo que, nas guas continentais neotropicais,novos estudos tm revelado e descrito novas espcies de peixes. Segundoestimativas de trabalhos em andamento, o nmero de espcies para a Amrica

    do Sul e Central pode chegar a 6.000. No Brasil, so reconhecidas 2.122espcies de guas doces, de um universo de 3.416 espcies no total (SABINOe PRADO, 2005). Destas, 16 so Chondrichthyes (ROSA e CARVALHO, 2003)e 2.106 so Osteichthyes (BUCKUP e MENESES, 2003). O Brasil apresenta amaior riqueza de espcies de peixes de gua doce do mundo, e a BaciaAmaznica a maior contribuinte dessa diversidade (MENESES, 1996).

    Herpetofauna

    Anfbios e rpteis associam-se a ambientes adequados como abrigo,favorecendo a obteno de alimento e ajudando a viabilizao de eventos

    reprodutivos. No Cerrado, esses animais devem adaptar-se a duas variveisimportantes nas dinmicas ecolgicas desse bioma:

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    7/21

    a varivel tempo, marcada pela intensa sazonalidade climtica queimpe uma estao seca e outra chuvosa; e

    a varivel espao, caracterizada pela grande heterogeneidade depaisagens do Cerrado, que lhe confere um grande nmero de habitats e

    micro-habitats.

    Dessa forma, o Cerrado brasileiro apresenta uma alta riqueza de espcies,sendo comparvel herpetofauna amaznica (COLLI et al., 2002).

    At o momento, sabe-se que 10 espcies de tartarugas, 15 crocodilianos, 25anfisbenas, 68 lagartos, 146 serpentes e 121 anfbios constituem aherpetofauna do Cerrado, totalizando 385 espcies (NOGUEIRA et al., 2009;RIBEIRO et al., 2009; COLLI et al., 2002).

    Vale ressaltar que no existem espcies de rpteis e anfbios do Cerradoincludas na lista oficial do IBAMA de espcies ameaadas de extino. Noentanto, esses grupos de fauna apresentam altas taxas de endemismo nobioma Cerrado e se encontram sob forte ameaa, devido, principalmente, expanso rural e urbana desordenada. Portanto, pode-se concluir que todas asespcies endmicas do bioma sofrem sria ameaa de serem extintas.

    Entre os anfbios, 28% das espcies so endmicas do Cerrado; entre oslagartos, 19% so endmicas; entre as serpentes, 8,2% e, entre as anfisbenasou cobras-de-duas-cabeas, encontra-se a maior taxa de endemismo, 36%

    (NOGUEIRA et al., 2009; RIBEIRO et al., 2009; COLLI et al., 2002).

    Apesar de o IBAMA no reconhecer as ameaas s espcies nativas eendmicas de rpteis e anfbios do bioma Cerrado, o rgo internacional queregulamenta o comrcio mundial de espcies, a Conveno Internacional sobre

    o Comrcio de Espcies Ameaadas da Fauna e Flora Silvestre (CITES),classifica animais e plantas de todos os continentes, de acordo com seu graude ameaa de extino. Vrias espcies do Cerrado esto inseridas noApndice II (em vias de se tornar ameaado) da CITES, e duas espcies de

    jacars esto no Apndice I (ameaado): Caiman latirostris e Melanosuchusniger.

    Avifauna

    O bioma Cerrado considerado uma das savanas de maior biodiversidade domundo, como demonstra a notvel riqueza de aves catalogadas para a regio:837 espcies (SILVA, 1995c; SILVA e BATES, 2002). Entretanto, ainda hcarncia de dados bsicos sobre a histria de vida de espcies-chave (avesendmicas e ameaadas) em publicaes cientficas, sendo que as pesquisasrealizadas se distribuem de forma pontual ao longo de todo o bioma (SILVA1995a; CAVALCANTI, 1999; BRAZ, 2003).

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    8/21

    Situado numa poro central em relao s demais formaes vegetacionaisdo Brasil, o Cerrado compartilha inmeras espcies com os biomas vizinhos,sejam txons estritamente relacionados aos ambientes savnicos tpicos daregio, ou mesmo espcies com centro de distribuio na Caatinga, Chaco,Amaznia ou Floresta Atlntica (SILVA, 1995b;MARINHO FILHO et al.,1998).

    Em termos biogeogrficos, os ambientes florestais do Cerrado queacompanham os grandes rios brasileiros so conexes com os outros biomas,atravs dos quais estas espcies manteriam fluxos de migrao e disperso.Segundo Silva (1996), com relao s distribuies das aves florestais queocorrem no Cerrado, foram identificadas 77 espcies, com centro dedistribuio na Floresta Atlntica, comparadas com outras 198 espciestipicamente amaznicas.

    No Cerrado, so relacionadas 33 aves endmicas do bioma (SILVA, 1997;CAVALCANTI, 1999; LOPES et al., 2005; BAGNO et al., 2005. Entre asespcies endmicas do bioma Cerrado, apenas sete so aves tipicamenteflorestais, incluindo o chorozinho-de-bico-comprido Herpsilochmus longirostris,o j citado tapaculo-de-braslia Scytalopus novacapitalis, olimpa-folha-do-brejoSyndactyla dimidiata, barranqueiro Hylocryptus rectirostris, o piolhinho-do-groto Phyllomyias reiseri, o soldadinho Antilophia galeata (Figura 37) e,novamente, o pula-pula Basileuterus leucophrys. Contudo, grande parte dasespcies endmicas do bioma (16) so aves associadas s formaescampestres e de Cerrado sentido restrito, tais como o inhambu-carap

    Taoniscus nanus, o meia-lua-do-cerrado Melanopareia torquata, a gralha-do-cerrado Cyanocorax cristatellus (Figura 38), o bico-de-pimenta Saltatriculaatricollis e o bandoleta Cypsnagra hirundinacea; alm dos j citados codorna-mineira N. minor, papagaio-galego A. xanthops, andarilho G. poeciloptera,maria-corrura E. rufomarginatus, suiriri S. islelorum, maria-preta K.franciscanus, sanhao N. fasciata, campainha-azul P.caerulescens,capacetinho P. cinerea, o mineirinho C. eucosma e o cardeal-do-gois P. baeri.

    Mastofauna

    O Brasil abriga comunidades de mamferos muito peculiares e diversas, com652 espcies, que correspondem a 13% das mais de 5.000 existentes nomundo. Entre os grupos mais conhecidos e diversificados destacam-se asordens dos morcegos (Chiroptera, 164 espcies), dos micos e macacos(Primata, 97 spp.), dos carnvoros, como os candeos, felinos e musteldeos(Carnivora, 29 spp.) e das baleias e golfinhos (Cetacea, 41 spp.). Outrosgrupos tambm so bastante representativos, como os ratos silvestres,caxinguels e capivaras (Rodentia, 235 espcies), e os gambs e cucas(Didelphimorphia, 55 spp.). Por fim, somam-se animais bastante singulares,como os tamandus, preguias e tatus (Xenarthra, 19 spp.), os caitits,

    queixadas, veados (Artiodactyla, 12 spp.), peixes-boi (Sirenia, 2 spp.), alm da

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    9/21

    anta (Perissodactyla) e do tapiti (Lagomorpha) (REDFORD e FONSECA, 1986;REIS et al., 2006).

    No Cerrado, foram inventariadas 196 espcies de mamferos (MARINHO-FILHO et al., 2002; BONVICINO et al., 2002; WEKSLER e BONVICINO, 2005),

    cerca de um tero dos txons descritos para o Pas. A grande variedade defitofisionomias presentes no bioma, distribudas na forma de um mosaico dehabitat, favorece a existncia de uma mastofauna bastante diversificada.Quanto ao grau de dependncia aos vrios ambientes encontrados no Cerrado,a grande maioria das espcies generalista, isto , vive tanto em florestascomo em reas abertas. Como exceo, dos roedores, que apresentam altograu de especificao, tanto para formaes campestres como para ambientesflorestais.

    Os Xenarthra (tatus e tamandus) mostram-se bastante dependentes de reasabertas, enquanto que os primatas destacam-se como animais muitodependentes de habitat de floresta (MARINHO-FILHO et al.,2002). Entre asformaes savnicas, os campos midos costumam apresentar uma riquezamais elevada, na maioria dos grupos, em geral, configurando-se em paisagensmuito singulares com elementos exclusivos, (p.ex.: Oxymycterus delator).Alguns gneros mais raros, como Euryzygomatomys, Wiedomys e Thylamys,tambm so exclusivos dos cerrados sensu stricto edemais fitofisionomiassavnicas do bioma, enquanto que os marsupiais e roedores predominam nonmero de txons especialistas em formaes florestais (VIEIRA e PALMA,

    2005; BONVICINO et al., 2008).

    Entre os mamferos encontrados no Cerrado, uma proporo relativamentebaixa das espcies (8,2%) endmica, apenas 16 espcies (BONVICINO etal., 2002; WEKSLER e BONVICINO, 2005). A raposa-do-cerrado Lycalopexvetulus a nica espcie considerada endmica, com distribuio por todo obioma, sendo que parte dos animais endmicos referem-se a espcies comdistribuio conhecida bastante restrita, advindas de registros pontuais.

    Com relao s caractersticas alimentares dos mamferos do Cerrado,

    identifica-se que uma grande proporo das espcies possui dieta rica evariada. Por exemplo, mais da metade dos animais consomem frutos, incluindoformas de vida bastante distintas, como pequenos ratos silvestres e grandescarnvoros, como o lobo-guar (Chrysocyon brachyurus). H uma proporosignificativa das espcies (18%) considerada onvora, porm, dentro das vriasguildas alimentares, so encontrados grupos com elevado nvel deespecializao, tais como insetvoros, com 27% do total de espcies,representados, principalmente, pelos morcegos, tatus e tamandus; e osanimais essencialmente frugvoros (9%), sobretudo vrios txons de morcegos.

    Salienta-se tambm a importncia ecolgica de algumas destas guildas,principalmente as de nectarvoros, granvoros e frugvoros, as quais englobam

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    10/21

    variadas espcies de morcegos e roedores, responsveis pela polinizao edisperso de sementes de inmeras espcies vegetais. Os mdios e grandescarnvoros, por situarem-se no topo das cadeias alimentares, tambm formamum grupo com relevante funo dentro dos complexos elostrficos.

    Flora

    O cerrado possue uma flora relativamente rica e diversa, a qual ainda sub-investigada. Atualmente, tem se mostrado muito mais rico do que se previa emuitas de suas tipologias so endemicas da America do Sul e do Brasil(Mendona et al., 1998).

    Na mais recente lista de especies do bioma cerrado, houve um acrescimo decerca de 5.000 especies fanerogmicas, fazendo com que a flora do bioma,praticamente dobrasse em relao a lista de 1988. Hoje o numero alcana11.046 especies, sendo 11.042 angiospermas e quatro gimnospermas. Essasquatro pertecem as familias Podocarpaceae (Podocarpus brasiliensis;Podocarpus lambertii e Podocarpus sellowii) e Zamiaceae (Zamia boliviana).

    Estima-se que em cada hectare podem ser encontradas cerca de 400 espciesde plantas. A flora do Cerrado possui uma incalculvel fonte de drogasmedicinais. No entanto, apenas 90 espcies de plantas so usadas com

    propsitos medicinais. Muitas so usadas pelos nativos desde os temposimemoriais e hoje so comercializadas Brasil afora. A Sucupira Branca, contrainfeco, a Catuaba energizante, o Barbatimo cicatrizante, so algunsexemplos de drogas conhecidas e comercializadas.

    As flores esto presentes na regio durante todo o ano.Expresso, com seusformatos distintos e suas cores as mais variadas, da beleza dessa ricabiodiversidade gentica do ecossistema.

    Apesar do solo bruto e das rudes condies climticas do Cerrado o sol, s

    vezes, causticante, chuvas torrenciais, secas prolongadas, inverno com noitesde temperaturas muito baixas -, as flores do Cerrado brotam por toda parte eem toda as estaes. E brotam em condies e lugares quase impossveis,contrastando sua delicadeza com a rusticidade poderosa do Cerrado. Numarbusto ressequido e quebradio, numa arvore troncuda e cascuda, numaleguminosa, numa composta frgil, surgem flores delicadas, capazes desensibilizar o mais indiferente ser humano. Esse contraste entre a rusticidadedo Cerrado e a delicadeza de suas flores surpreendente. Traduz uma belezada qual estamos to prximos e que, muitas vezes, nos passa despercebida.

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    11/21

    Unidades de Conservao

    As amplas transformaes ocorridas nas paisagens do Cerrado e o status deameaa de muitas de suas espcies tm provocado o surgimento de iniciativas

    de conservao por parte do governo, de organizaes no governamentais(ONGs), pesquisadores e do setor privado.

    Existe uma rede de ONGs (a Rede Cerrado) que foi estabelecida parapromover localmente a adoo de prticas para o uso sustentvel dos recursosnaturais (Fundao Pro-Natureza, 2000). O MMA definiu um grupo de trabalhoque, em 2004, props um programa de conservao denominado Programa

    Cerrado Sustentvel, baseado nos resultados e proposies do seminrio que

    definiu as prioridades para a conservao do Cerrado, em 1998 (Fundao

    Pr-Natureza et al., 1999).

    A Conservao Internacional (CI-Brasil), a The Nature Conservancy (TNC) e aWWF-Brasil possuem programas especificamente voltados para a conservaodo Cerrado.

    A CI-Brasil trabalha com os estados de Gois, Mato Grosso e Mato Grosso doSul, ONGs locais, universidades e o setor privado para o estabelecimento decorredores de biodiversidade, como os corredores Emas-Taquari e Uruu-

    Mirador, que objetivam manter a integridade das reas protegidas empaisagens alteradas.

    A TNC esteve envolvida na ampliao (maio de 2004) em 147.000ha doParque Nacional Grande Serto Veredas, localizado no noroeste do estado deMinas Gerais, que se estende para o estado da Bahia num total de 231.000hectares (TNC, 2004). Todas as trs ONGs iniciaram a promoo de atividadeseconmicas alternativas (por exemplo, ecoturismo, uso sustentvel de produtosda fauna e da flora, plantas medicinais) para apoiar a sobrevivncia decomunidades locais.

    O Banco Mundial props um amplo zoneamento ecolgico-econmico (WorldBank, 2003) para estimular o apoio de agncias nacionais e internacionais paraa conservao e o desenvolvimento racional da regio. O programa depequenos projetos (PPP) que conta com recursos do Global EnvironmentFacility (GEF) e apoio do PNUD-Brasil, promove aes de ONGs locais epequenas comunidades rurais do Cerrado que buscam o uso sustentvel dosrecursos naturais.

    Meio Abitico

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    12/21

    O clima predominante no Domnio do Cerrado o Tropical sazonal, de invernoseco. A temperatura mdia anual fica em torno de 22-23C, sendo que asmdias mensais apresentam pequena estacionalidade. As mximas absolutasmensais no variam muito ao longo dos meses do ano, podendo chegar a maisde 40C. J as mnimas absolutas mensais variam bastante, atingindo valoresprximos ou at abaixo de zero, nos meses de maio, junho e julho. Aocorrncia de geadas no Domnio do Cerrado no fato incomum, ao menosem sua poro austral.

    Em geral, a precipitao mdia anual fica entre 1200 e 1800 mm. Ao contrrioda temperatura, a precipitao mdia mensal apresenta uma grandeestacionalidade, concentrando-se nos meses de primavera e vero (outubro amaro), que a estao chuvosa. Curtos perodos de seca, chamados deveranicos, podem ocorrer em meio a esta estao, criando srios problemas

    para a agricultura. No perodo de maio a setembro os ndices pluviomtricosmensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero.

    Ventos fortes e constantes no so uma caracterstica geral do Domnio doCerrado. Normalmente a atmosfera calma e o ar fica muitas vezes quaseparado. Em agosto costumam ocorrer algumas ventanias, levantando poeira ecinzas de queimadas a grandes alturas, atravs de redemoinhos que se podemver de longe. s vezes elas podem ser to fortes que at mesmo grossosgalhos so arrancados das rvores e atirados distncia.

    A radiao solar no Domnio do Cerrado geralmente bastante intensa,podendo reduzir-se devido alta nebulosidade, nos meses excessivamentechuvosos do vero. Por esta possvel razo, em certos anos, outubro costumaser mais quente do que dezembro ou janeiro. Como o inverno seco, quasesem nuvens, e as latitudes so relativamente pequenas, a radiao solar nestapoca tambm intensa, aquecendo bem as horas do meio do dia. Em agosto-setembro esta intensidade pode reduzir-se um pouco em virtude da abundnciade nvoa seca produzida pelos incndios e queimadas da vegetao, tofreqentes neste perodo do ano.

    Por estas caractersticas de clima, o Domnio do Cerrado faz parte doZonobioma II, na classificao de Heinrich Walter.

    O relevo do Domnio do Cerrado em geral bastante plano ou suavementeondulado, estendendo-se por imensos planaltos ou chapades. Cerca de 50%de sua rea situa-se em altitudes que ficam entre 300 e 600 m acima do nveldo mar; apenas 5,5% vo alm de 900m. As maiores elevaes so o Pico doItacolomi (1797 m) na Serra do Espinhao, o Pico do Sol (2070 m) na Serra doCaraa e a Chapada dos Veadeiros, que pode atingir 1676 m. O bioma do

    Cerrado no ultrapassa, em geral, os 1100 m. Acima disto, principalmente emterrenos quartzticos, costumamos encontrar os Campos Rupestres, j

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    13/21

    caractersticos de um Orobioma. Ao contrrio das Matas Galeria, Veredas eVarjes, que ocupam os fundos midos dos vales, o Cerrado situa-se nosinterflvios. Aqui vamos encontrar, tambm, manchas mais ou menos extensasde matas mesfilas sempre-verdes, semi-caduciflias ou caduciflias, que jocuparam reas bem maiores que as atuais, mas que foram reduzidas arelictos pelo homem, devido boa qualidade das terras e riqueza emmadeiras-de-lei. O Mato-Grosso-de-Gois, hoje completamente devastado esubstitudo pela agricultura foi um bom exemplo destas matas de interflvio.

    Originando-se de espessas camadas de sedimentos que datam do Tercirio,os solos do Bioma do Cerrado so geralmente profundos, azonados, de corvermelha ou vermelha amarelada, porosos, permeveis, bem drenados e, poristo, intensamente lixiviados. Em sua textura predomina, em geral, a fraoareia, vindo em seguida a argila e por ltimo o silte. Eles so, portanto,

    predominantemente arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos ou,eventualmente, argilosos. Sua capacidade de reteno de gua relativamentebaixa.

    Quanto s suas caractersticas qumicas, eles so bastante cidos, com pHque pode variar de menos de 4 a pouco mais de 5. Esta forte acidez devidaem boa parte aos altos nveis de Al3+, o que os torna aluminotxicos para amaioria das plantas agrcolas. Nveis elevados de ions Fe e de Mn tambmcontribuem para a sua toxidez. Baixa capacidade de troca catinica, baixasoma de bases e alta saturao por Al3+, caracterizam estes solos

    profundamente distrficos e, por isto, imprprios para a agricultura. Correodo pH pela calagem (aplicao de calcrio, de preferncia o calcriodolomtico, que um carbonato de clcio e magnsio) e adubao, tanto commacro quanto com micronutrientes, podem torn-los frteis e produtivos, sejapara a cultura de gros ou de frutferas. Isto o que se faz em nossa granderegio produtora de soja, situada, como se sabe, em solos de Cerrado deGois, Minas, Mato Grosso do Sul, etc. Alm da soja, outros gros como milho,sorgo, feijo, e frutferas como manga, abacate, abacaxi, laranja etc, sotambm cultivados com sucesso. Com a calagem e a adubao, os cerrados

    tornaram-se a grande rea de expanso agrcola de nosso pas nas ltimasdcadas. A pecuria tambm se expandiu com o cultivo de gramneasafricanas introduzidas, de alta produo e palatabilidade, como a braquiria,por exemplo.

    Em parte dos Cerrados, o solo pode apresentar concrees ferruginosas -canga - formando couraas, carapaas ou bancadas laterticas, que dificultama penetrao da gua de chuva ou das razes, podendo s vezes impedir oudificultar o desenvolvimento de uma vegetao mais exuberante e a prpriaagricultura.

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    14/21

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    15/21

    Meio Cultural

    Enquanto a cultura do Norte, Nordeste e Sudeste foi bastante divulgada nopas, a cultura do Cerrado ainda pouco conhecida. As pessoas acham que nocentro do Brasil s se produz msica sertaneja, avalia Veronica Ald,musicista e pesquisadora do Instituto Trpico Submido (ITS) da UniversidadeCatlica de Gois (UCB). Alm dela, trabalham no instituto mais quatromsicos pesquisadores que investigam as influncias indgenas, europias eafricanas na cultura do povo do Cerrado. Ald, que desenvolve projetos com ascomunidades indgenas, em especial os Krah, explica que cultura, territrio e

    conflitos esto relacionados e, ao trabalhar com esses povos, inevitvel

    pensar sobre o encontro de diferentes culturas e suas conseqncias.

    A Carta Aberta dos Povos Indgenas do Cerrado, assinada por representantesdos Karaj, Krah, Tapuia, Apinaj e Xavante em 2008, aponta que entre osproblemas enfrentados por esses povos esto os posseiros, a deficincia notratamento de sade, a devastao no entorno dos territrios indgenasdemarcados devido ao avano do agronegcio e a falta de dilogo arespeito do impacto das grandes obras governamentais previstas no Plano deAcelerao do Crescimento (PAC). Em seus encontros com os indgenas, amusicista do ITS vivencia a fora e resistncia desses povos no plano dacultura: Eles mantm seus rituais muito fortes, mesmo as aldeias situadas

    prximas da cidade. muito emocionante v-los na natureza e perceber queso suas formas de relao que mantm mais de 320.000 hectares de Cerradopreservado. O ITS tem auxiliado a comunidade a montar uma espcie de

    banco sonoro, construir uma memria musical desses povos. Talvez esse

    material possa ser usado pelos professores indgenas nas comunidades, comoum apoio didtico-cultural que a universidade pode oferecer, avalia Ald.

    Outra forma de divulgao da cultura indgena do Cerrado, da qual Ald

    participa, o grupo musical Sons do Cerrado, que pesquisa sons decomunidades do Cerrado goiano e baiano e recria seus toques e canesregionais numa linguagem contempornea. Nos espetculos, destaca-se aindaa participao da atriz Larissa Malty, que representa a Velha do Cerrado. Umpersonagem arquetpico que quer trazer tona a identidade das mulheres doCerrado: benzedeiras, parteiras, ndias, matriarcas. Para Ald, que vive entreos palcos e a universidade, o papel do artista no processo de valorizao eproteo das comunidades localizadas no Cerrado brasileiro o de umasemente ao vento, que busca sensibilizar e tocar por outros meios a sociedade,

    diferente de uma palestra, por exemplo.

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    16/21

    As discusses sobre cultura, territrio e Cerrado no tocam apenas nos povosindgenas. Iara Monteiro Attuch, em seu mestrado na UnB, explorou osconhecimentos de povos tradicionais associados biodiversidade do Cerradobrasileiro e das relaes interculturais que se estabelecem entre seusdetentores e a sociedade, fazendo um estudo etnogrfico com Dona Flor, umaraizeira e parteira de povoado de Moinho, em Alto Paraso, no estado de Gois.Attuch traz tona como essas comunidades vivem entre estarem sujeitados eresistir ao avano da fronteira agrcola; s polticas de turismo dentro e noentorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; ao aumento decompras de terras e sua converso em Reservas Particulares de ProteoAmbiental; alm da expanso de pousadas e restaurantes. Para ela, apreservao da cultura e do bioma do Cerrado est associada s iniciativasque forem capazes de abrir caminhos para articular o manejo sustentvel, a

    garantia do territrio, desde a boa qualidade e acesso aos recursos naturais at

    a proteo dos conhecimentos tradicionais locais, discutida atualmente, em queprevalece a propriedade e uso coletivo da terra.

    Se, por um lado, emergem importantes discusses sobre cultura e cidadaniados povos do Cerrado, tambm ganha ainda mais fora, nos ltimos tempos, aaposta de que, pela produo cultural, seja possvel gerar novas sensibilidadescom relao ao bioma. acreditando nessa possibilidade que Drcio Marques,violeiro e cantador mineiro, junto com sua irm, Doroty Marques, vodesenvolver um novo projeto com os Meninos do Cerrado, na Vila So Jorge,

    tambm em Alto do Paraso. O desafio fazer com que os meninos criemmsicas sem palavras, somente com sons e sentimentos. Queremos despertarnesses meninos a capacidade de ouvir o silncio e tirar algo dele. O silncionosso, dos sons do Cerrado em movimento: das guas, do vento, etc.Empreender uma luta contra a ditadura do som que vivemos hoje, conta o

    msico entusiasmado. Poetas, escritores e cientistas alimentam a fala deDrcio Marques sobre o Cerrado, suas potencialidades e fragilidades. Diantede um cenrio pouco animador, ele manifesta sua crena na capacidade detocar as pessoas pela arte, literatura e poesia.

    Esse foi o caminho encontrado por Carlos Walter Porto-Gonalves, daUniversidade Federal Fluminense, para construir sua argumentao em prol deuma poltica ambiental mais atenta ao bioma, em sua Carta aberta invisibilidade do Cerrado na poltica ambiental, endereada ao ministro do MeioAmbiente, Carlos Minc: Guimares Rosa, senhor ministro, por sua refinada

    criatividade e capacidade de escuta, foi capaz de ouvir a cultura desses povose nos deu uma obra Grande Serto: Veredas que, no prprio ttulo, mostraa profunda compreenso das paisagens dos cerrados, suas enormes e vastaschapadas onde o 'corao vive larga', como o gado solto, os Grandes

    Sertes e os fundos de vales onde os povos fazem suas agri-culturas', asVeredas. Ainda em outro trecho, diz: Guimares Rosa foi quem, melhor do

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    17/21

    que ningum, soube transcriar a riqueza cultural desses povos, ao afirmar queos gerais so uma caixa d'gua' e, com isso, mais do que os cientistas,iluminou a leitura de nossa geografia aos nos fazer ver que os nossos riosnascem nos cerrados o So Francisco, o Jaguaribe, o Parnaba, o Tocantins,o Araguaia, o Xingu, o Madeira, os formadores do Paraguai (o Pantanal), oParanaba, o Grande, o Rio Doce.

    cerrado a segunda maior regio biogeogrfica do Brasil, se estende por 25%do territrio nacional, cerca de 200 milhes de hectares (4), englobando 12estados. Sua rea "core", ou nuclear, ocupa toda a rea do Brasil central,incluindo os estados de Gois, Tocantins, Mato Grosso do Sul, a regio sul deMato Grosso, o oeste e norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e o DistritoFederal.

    Prolongaes da rea "core" do cerrado, denominadas reas marginais,estendem-se, em direo ao norte do pas, alcanando a regio centro-sul doMaranho e norte do Piau, para oeste, at Rondnia, existem aindafragmentos desta vegetao, formando as reas disjuntas do cerrado, queocupam 1/5 do estado de So Paulo, e os estados de Rondnia e Amap.

    Podem ser encontradas ainda manchas de Cerrado incrustadas na regio dacaatinga, floresta atlntica e floresta amaznica.

    Devido a sua localizao, o cerrado, compartilha espcimes com a maioria dosbiomas brasileiros (floresta amaznica, caatinga e floresta atlntica). devido a

    esse fato possui uma biodiversidade comparvel a da floresta amaznica.Contudo devido ao alto grau de endemismo, cerca de 45% de suas espciesso exclusivas de algumas regies (4), e a ocupao desordenada e destrutivade sua rea o cerrado hoje o ecossistema brasileiro que mais sofreagresses por parte do "desenvolvimento".

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    18/21

    Bibliografia

    IBGE- Manuais Tcnicos em geocincias, nmero 1 , Manual Tcnico daVegetao Brasileira, IBGE.

    Zoneamento Ecolgico-Econmico do DF Subproduto 3.1 Relatrio do MeioFsico e Bitico

    KLINK, C.A.; MACHADO, R. B. A conservao do Cerrado brasileiro.Megadiversidade. Volume - N 1. Julho 2005

    FERREIRA, I. M. Bioma cerrado: um estudo das paisagens do cerrado -Professor do Curso de Geografia Campus de Catalo/UFG. Catalo (GO)

    WALTER, B. M. T.; Fitofisionomias do bioma cerrado: sintise terminologica e

    relaao floristica. Tese submetida ao Departamento de Ecologia do Instituto deCiencias Biologicas da Universidade de Brasilia, como requisito parcial dp

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    19/21

    Programa de Ps-graduao em Ecologia, para obteno do ttulo de Doutorem Ecologia. Brasilia, maro - 2006

    MENDONA, R. C.; FELFILI, J. M.; WALTER, BM. T.; SILVA-JUNIOR, M. C.;REZENDE, A. V.; FILGUEIRAS, T. S.; NOGUEIRA, P. E.; FAGG, C. W. Flora

    vascular do bioma Cerrado um checklist com 11430 especie. In: Cerradoambiente e flora. Brasilia, segunda edio, no prelo.

    Anexos

    Fotos Fauna

    Uma das vrias espciesde Lepidoptera do

    Cerrado (Foto: SandroBarata).

    Indivduo adulto do lagarto

    tei endmico do cerrado,

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    20/21

    Tupinambis quadrilineatus. (Foto: Guarino R. Colli)

    Indivduo adulto dojacarezinho-do-cerrado,Hoplocercus spinosus.

    (Foto: Rodrigo R. Coelho)

    Indivduo adulto da cobra-de-duas-cabeas,Amphisbaena alba. (Foto:

    Ayrton K. Peres Jr.)

    Indivduo adulto da ema,Rhea americana. (Foto:

    Sandro Barata)

  • 7/23/2019 CERRADO.pdf 2013.pdf

    21/21

    Indivduo adulto de

    veado-catingueiro,Mazama gouazoupira.(Foto: Sandro Barata)