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Cesta Básica Capítulo 10

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urban Life Style Magazine from São Paulo

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Page 1: Cesta Básica Capítulo 10
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Editorial

Pular a fogueira já é mais doque habitual nesses temposatuais, por isso nada melhordo que de vez em quando daruma paradinha nos saltos ecurtir apenas o calorzinho quesai dela; e é pensando nessemomento particular que aCesta Básica chega em suasmãos.

ExpedienteEdição, texto e capa:Thiago Ronza Bento

Gostou? Quer colaborar?Mande seu material [email protected] gente não paga nem cobranada, mas dá os créditos.

QUALQUER COISA..........03

OUTRA COISA...................05

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VIAGEM.............................08

NESTE CAPÍTULO:

Capítulo 10

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3QUALQUER COISA

O presidente que está no gibi

Recentemente, Barack Obama com-pletou 100 dias como presidentedos Estados Unidos, fato que o

levou às manchetes de jornais e revistas.Até aí nada de novo, governantes sãofigurinhas fáceis na mídia. Surpreendentemesmo é ver alguém deste porte ilustrandoas páginas de histórias em quadrinhos (hq),popularmente chamadas de “gibi” aqui noBrasil.

Antes mesmo de ser eleito, Obama, “deuas caras” na capa da hq Savage Dragon,da Image Comics. O personagem é umpolicial de Chicago com aparência de ho-mem-lagarto, daí o nome. Já ocupando aCasa Branca, o novo presidente estampououtra capa; a dos YoungBlood, um grupode super-heróis a serviço do governo nor-te-americano, também publicado pelaImage. A capa mais famosa, talvez, seja ado Homem-Aranha, da Marvel Comics,onde o personagem aparece fotografandoo presidente.

Nenhuma dessas artes, entretanto, é tãoemblemática quanto a produzida pelo ilus-trador norte-americano Alex Ross (e queabre essa matéria). Em uma referência à clássicacena em que Clark Kent, se transforma em Super-Homem, Obama abre o paletó e camisa, mostran-do um uniforme azul com a letra “O” em vermelho.

Marginalizadas e consideradas por muitos comoleitura infantil, as hqs foram deixadas de lado e setornaram o local perfeito para que autores e dese-nhistas discutissem assuntos da atualidade sem muitainterferência, e um prato cheio para quem é fã deteorias de conspiração.

No mesmo período em que Obama cumpre seuprimeiro ano de mandato como presidente, a MarvelComics completa 70 anos de atividade e ressuscitaum de seus personagens mais famosos: CapitãoAmérica. Na edição 600 publicada no começo dejunho nos Estados Unidos, ele volta à vida, depoisde ser assassinado a tiros. Criado em 1941, duran-

ilustração: site Alex Ross

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4 OUTRA COISAQUALQUER COISA4te a Segunda Guerra Mundial, por Joe Simon e JackKirby.

Kirby confessou em uma entrevista que não haviamomento pior para acabar com o personagem. Poroutro lado, o editor-chefe da Marvel, Joe Quesadaafirmou que o Capitão representava outra época eque o mundo havia mudado. Ainda segundoQuesada, a morte do personagem foi escrita inten-cionalmente como uma alegoria para os eventosatuais, e cada leitor deveria encontrar um significa-do para o fato. (Lembremos que nessa épocaGeorge W. Bush presidia os E.U.A)

Realmente os tempos são outros. Em 1941 o Capi-tão América, era Steve Rogers, um garoto de

Manhattam, Nova York, querendo participar daguerra contra os nazistas e por isso aceita participarde uma experiência que o transforma em um super-soldado, que no campo de batalha usa um escu-do. Por que um escudo? A resposta é muito sim-ples; para DEFENDER o mundo das ameaças dospaíses do Eixo.

Com a morte de Rogers, quem assumiu o uniformeestrelado foi Bucky, o companheiro-mirim com pintade escoteiro que lutava ao lado do Capitão Améri-ca. As mudanças não param por aí. Às cores dabandeira americana na roupa do personagem, fo-ram acrescidas partes pretas, e além do escudo eleempunhava uma pistola. Isso quer dizer alguma coi-sa? Ou não? Talvez sim.

1) Capitão América / Steve Rogersmorto.

2) Novo com uma pistola na mão, cer-cado de “gente fina”. No canto infe-rior esquerdo o ex-herói de aluguelLuke Cage, acima um personagemnão identificado, no canto superiordireito Homem-Aranha e Wolverina,que fatia e depois pergunta

3) Obama com Savage Dragon

4) Na capa de YoungBlood

5) Sendo fotografado pelo Homem-Aranha

* imagens: divulgação

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5OUTRA COISA

Sustentabilidade na casa da vovóA edição deste ano da Casa Cor, maior mostra dearquitetura, decoração, paisagismo e design daAmérica Latina adotou o tema “Sustentabilidade”.Entre os critérios de escolha dos profissionais erabuscar quem pudesse transmitir o tema. Cada umdeles foi incentivado a encontrar um meio de apli-car as últimas tendências do morar e da hotelariacontemporânea, contribuindo com esferasambiental, social, cultural e econômica.

Houve quem investisse em novidades e quem pre-ferisse deixar o visitante com uma sensação de dejavú. Com a profusãode tapetes, almofadas e papéisde parede multicoloridos, distribuídos por algunsambientes da mostra, era possível sentir na “casada vovó”. Responsáveis pelo ambiente “Living-Apartamento”, os arquitetos Antonio Ferreira Juniore Mario Celso Bernardes combinaram tons de azul,bege, turquesa e verde.

A linha art déco do prédio do Jockey foi respeita-da com guarnições, molduras de teto e rodapés episo em taco de madeira reaproveitada assentadaem espinha de peixe. O local abriga ainda um sofáem L revestido com tecido de poliéster imitandocouro envelhecido, um banco de jacarandá dos anos60, mesinhas de canto e de centro com estruturasde aço e duas arandelas de cristal em estilo retrôiluminando a àrea.

Próximo dali fica o ambiente com mais cara de casade avó: Home office em homenagem ao cantorRonnie Von projetado pela designer de interioresSimone Goltcher. Com fotos nas parede, lareira comacabamento em couro e tons de marrom e areia, adecoração contou com total participação do artis-ta. O home theather da casa, do arquiteto WilliamMaluf, foi transformado em local para leitura, escu-tar música e conversar. Tudo isso cercado por mui-tos tons de azul dos móveis e estofados tambémassinados por ele.

Dizer que apenas a atmosfera de nostalgia pairavasobre o local, entretanto, é uma injustiça. Como decostume, inovação e ousadia deram as caras poralguns espaços da Casa Cor. Podia ser um detalhe

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Vai là:

Local: Jockey Club de São Paulo - Av.Lineu de Paula Machado, 1075 - CidadeJardim - SP (até 14 de julho)Horário: de terça a sábado das 12h00às 21h00. Domingos das 12h0 às 20h00Preços: de terças a sexta R$ 35,00 sá-bados, domingos e feriados R$ 40,00,todos os dias após as 20h00 a entradacusta R$ 20,00Estacionamento no local: R$ 25,00

Para saber quando a Casa Cor estará nasua cidade acesse: www.casacor.com.br

ou mesmo toda a instalação. Foi assim com o am-biente da arquiteta Fernanda Marques: Loft 24/7.

Em tempos de expansão da consciência ambiental,“estar dentro e sentir fora é questão chave” na opi-nião de Fernanda. O quarto, a sala e a cozinha sãocercadas por vidros, aproveitando ao máximo a ilu-minação natural. Nas paredes, pedras e calcários. Osmóveis, na maioria nacionais, foram construídos so-mente com matéria-prima sustentável.

Outro ambiente que chamou a atenção, ficava “fora”dos prédios, instalado em algo parecido com umjardim e cercado por espelhos d’água; Fuori Cittá,de João Armentano. O cultuado arqui-teto desenvolveu um local para fugirda maratona que é viver nas grandescidades. Dentro da tenda, inspiradonessa correria, ele utilizou pedras, lonas, pisos naturais, tijolos es-peciais e móveis despojados.

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6 OUTRA COISA

É na esquina das Ruas Bartira e Xerentes em Perdizes quefica a Companhia do Showrrasco, onde antes funcionavaum açougue que deu lugar uma “casa de espeto”. O localserve desde espetos mais tradicionais como frango elinguiça, até alguns mais diferentes como filé de picanha,cordeiro e polenta. A casa é pequena, mas não apertada,e tem um ambiente meio familiar - você pode encontrar osfilhos do pessoal jogando videogame, só não espere serconvidado para uma partida de Fifa Soccer.

Em uma área mais residencial no bairro do Butantã atrásda USP (mas longe da greve de professores e alunos),fica o Dueto, também chamado de “bar do holandês”.Com cores laranja e chapéus típicos daquele país pen-durados em algumas paredes é um ótimo lugar para quemprocura cerveja, petiscos , bons pratos e tranquilidade.

Quem busca roteiros mais alternativos pode ir ao Teatrixou ao Exquisito. O primeiro fica na Rua PeixotoGomide,1066, em frente ao Parque Trianon e oferece aótima Batata Teatrix, cortada em tiras grossas e servidacom sal grosso e alecrim. Fuja da porção de queijo coa-lho, com ínfimas oito unidades mal tostadas quando pas-samos por lá.

O Exquisito fica na Rua Bela Cintra 532, bem perto doburburinho da “baixa Augusta” e com itens de decoraçãobem curiosos, como os gradis de madeira de caçambasde caminhões. O cardápio é abrangente, com pratos detoda a América Latina. Destaque para o Chilli Royal,farto e sem muita pimenta.

Petiscos para todosos gostos (e lugares)

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8 VIAGEM

Instalada no topo da Serra do Mar, a atual Paranapiacaba é destino obrigatóriopara quem busca turismo de final de semana e nostalgia perto de São Paulo

Estação final: Alto da Serra!

Texto : Thiago Ronza Bento Prega o dito popular que a necessidade é amãe da criatividade. Com a crescente exportação do café brasileiro produzido no

Estado de São Paulo para a Europa, a região se viuobrigada a trocar o transporte dos grãos antes fei-tos no lombo de burros por algo mais rápido. Foidaí que nasceu uma linha de trem que ligava a cida-de portuária de Santos – por onde escoava a pro-dução – a Jundiaí, onde estava boa parte das fa-zendas cafeeiras.

No meio do caminho, no alto da Serra do Mar,havia um vale de onde é possível enxergar o come-ço do oceano Atlântico. Foi lá pelos idos de 1860que a empresa responsável por instalar - e manter -a malha ferroviária paulista, a São Paulo Railwayergueu um centro de controle operacional e resi-dências para seus funcionários; Paranapiacaba. Onome de origem tupi-guarani significa justamente “deonde se avista o mar” só seria adotado em 1907,antes o local se chamava Alto da Serra.

Distrito do município de Santo André, no ABCPaulista, Paranapiacaba é dividida em duas cida-des: baixa e alta. A primeira é a mais antiga; o nú-cleo original que se desenvolveu ao redor da linhado trem, enquanto a segunda é mais nova e surgiudevido aos funcionários aposentados não quereremdeixar a região. O estilo arquitetônico das novascasas não acompanhou o modelo original da Vila.

As duas partes são ligadas por uma passarela me-tálica erguida sobre a linha do trem. É na parte bai-xa da vila que se concentram a maior parte das atra-ções, como o Clube União Lyra Serrano, oCastelinho, o Edifício do Mercado, o pau-da-mis-sa e a Estação Alto da Serra desativada em 1977,possuía uma torre que lembrava o Big Ben de Lon-dres e estilo arquitetônico vitoriano. Localizada nomeio da Vila, foi por muito tempo ponto de encon-tro dos moradores. No caminho da estação fica opau-da-missa, um velho pé de cambuci, que porser passagem obrigatória servia como mural de re-cado para os moradores.

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9VIAGEMComo chegar:

De carro:

Saindo de São Paulo pela Rodovia Anchieta, sigaaté o km 29 (placa para Ribeirão Pires Próximo aoPosto da Polícia Rodoviária), entre à direita na SP148 (estrada velha de Santos), até o km 33. Tomea esquerda na Rodovia Índio Tibiriçá (SP 31), até okm 45,5 próximo ao terceiro posto de gasolina(POSTO SHELL) antes da ponte seca. Ao ladodo posto Shell desça a rua a esquerda e vire a di-reita na Rodovia Ribeirão Pires Paranapiacaba (SP122) e siga em frente até a Vila de Paranapiacaba.

De trem:

Na Estação da Luz, em São Paulo, embarque emdireção a Rio Grande da Serra. Os trens saem acada 20 minutos, porém vão apenas até a EstaçãoRio Grande da Serra. Dali toma-se um ônibus atéParanapiacaba.

Fundado em 1903, o União Lyra Serrano é resultadoda união entre o Serrano Football Club – cujo campode futebol ainda hoje ocupa local de destaque na Vila– e da Sociedade Recreativa Lyra da Serra, onde àsnoites dominicais acontecei uma sessão de cinemamudo. O atual edifício de dois andares com piso demadeira começou a ser construído em 1907. O mer-cado hoje desativado funcionava como uma mini-fei-ra-livre durante os finais de semana.

Construído em 1897 no topo da mais alta colinalocal, o “castelinho” era a residência dosuperintende inglês, autoridade máxima da ferroviae da cidade. Dali é possível ter uma visão geral damovimentação da vila e também é visualizada dequalquer ponto de Paranapiacaba. Hoje um museufunciona no prédio. Com passado histórico rele-vante o local merece uma visita, mesmo de final desemana. Entretanto a Vila ainda carece de opçõesde serviço como restaurantes. Nada desesperador,no entanto. Nas cidades próximas não faltam esta-belecimentos de alimentação.