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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 23 - Nº 130 Nov/Dez 2014 ISSN 2176-4409 Sorteios distribuíram mais de R$ 100 mil Pág. 14 CFQ define valores das anuidades Pág. 7

CFQ define valores - crq4.org.br funcionários, atualização de banco de dados e dos feriados de Natal e Ano Novo, o aten-dimento pessoal, telefônico e via internet pelo CRQ-IV fica-

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 23 - Nº 130Nov/Dez 2014

ISSN 2176-4409

Sorteios distribuírammais de R$ 100 mil

Pág. 14

CFQ define valoresdas anuidades

Pág. 7

2 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2014

EDITORIAL

Informativo CRQ-IVuma publicação do

Conselho Regional deQuímica IV Região (SP)

Rua Oscar Freire, 2.039 – PinheirosCEP 05409-011 – São Paulo – SP

Tel. (11) 3061-6000 - Fax (11) 3061-6001Internet: www.crq4.org.br

twitter.com/crqiv – facebook.com/crqive-mail: [email protected]

Periodicidade: bimestralTiragem: 98 mil exemplares

PRESIDENTE: MANLIO DEODÓCIO DE AUGUSTINIS

VICE-PRESIDENTE: HANS VIERTLER

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS TITULARES: DAVID CARLOS MINATELLI,ERNESTO H. OKAMURA, HANS VIERTLER, JOSÉ

GLAUCO GRANDI, LAURO PEREIRA DIAS, NELSON

CÉSAR FERNANDO BONETTO, REYNALDO ARBUE

PINI, RUBENS BRAMBILLA E SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS SUPLENTES: AIRTON MONTEIRO,AELSON GUAITA, ANA MARIA DA COSTA FERREIRA,ANTONIO CARLOS MASSABNI, CARLOS ALBERTO

TREVISAN, CLÁUDIO DI VITTA, GEORGE CURY

KACHAN, JOSÉ CARLOS OLIVIERI E MASAZI MAEDA

CONSELHO EDITORIAL:MANLIO DE AUGUSTINIS E JOSÉ GLAUCO GRANDI

IMAGEM DA CAPA: FREEPIK.COM

JORNALISTA RESPONSÁVEL:CARLOS DE SOUZA (MTB 20.148)

ASSIST. COMUNICAÇÃO:JONAS GONÇALVES (MTB 48.872)

ASSIST. ADMINISTRATIVA:MARIELLA SERIZAWA

IMPRESSÃO: AR FERNANDEZ GRÁFICA

11 3274-2780

EXPEDIENTE

PRÊMIOS

Publicação apoia peritos e JustiçaO Conselho produziu e enviou ao Poder Judiciário sua mais nova publicação:

o Cadastro de Peritos, noticiado na página 3. Além de estar prevista na legisla-ção como uma fonte de consulta para auxiliar a Justiça no julgamento de proces-sos envolvendo a área química, a iniciativa também valoriza profissionais queatuam como peritos ou pretendem desenvolver atividades nessa área. Vale lem-brar que os peritos também podem prestar serviços de assistência técnica emprocessos administrativos.

A crise hídrica vivida pelo Estado de São Paulo foi o gancho para o artigopublicado na página 10, que aborda um método alternativo para evitar desperdí-cios causados pela evaporação.

Entre outros assuntos, a edição conta, na página 8, a história do eclético profissi-onal que divide seu tempo entre vendas técnicas e sets de gravações de comerciais.

O Informativo CRQ-IV agradece a seus leitores e anunciantes e deseja BoasFestas a todos!

Recesso no CRQ-IVEm razão de treinamentos defuncionários, atualização debanco de dados e dos feriadosde Natal e Ano Novo, o aten-dimento pessoal, telefônico evia internet pelo CRQ-IV fica-rá suspenso no período de 15/12/2014 a 04/01/2015.

O Conselho produziu e en-viará para as instituições deensino paulistas que oferecemcursos técnicos e/ou superio-res na área química cartazescomo o da imagem ao lado,destinados a divulgar a edição2015 dos prêmios CRQ-IV eWalter Borzani. A previsão éde que todas as instituições re-cebam o material até o final dejaneiro. Aquelas que não rece-berem poderão solicitá-lo peloe-mail [email protected].

O Prêmio CRQ-IV é volta-do para estudantes e distribui-rá R$ 58,4 mil entre os ganha-dores de cada uma das moda-lidades que compõem o con-curso: Química de Nível Mé-dio, Química de Nível Superi-or, Química de Nível Superiorcom Tecnologia e Engenhariada Área da Química.

Já o Prêmio Walter Borzani desti-na-se a reconhecer profissionais quetenham contribuído para o desenvolvi-mento da Química com sua atuação naindústria, ensino e/ou pesquisa.

Escolas receberão cartazes

As inscrições para os dois concur-sos já estão abertas e poderão ser feitasaté 31 de março. Os regulamentos es-tão disponíveis no site do Conselho, emwww.crq4.org.br.

Informativo CRQ-IV – 3Nov/Dez 2014

PERITOS

O Conselho concluiu em novembroa organização de uma lista contendo osdados de 215 profissionais que foramaprovados para integrar o seu Cadas-tro de Peritos. Com tiragem impressade 3 mil exemplares, o livreto já come-çou a ser remetido ao Judiciário de Pri-meira e Segunda instâncias, com juris-dição no Estado de São Paulo, das es-feras Federal, Civil, Criminal e da Fa-zenda Pública. Também receberão a pu-blicação o Supremo Tribunal Federal,o Superior Tribunal de Justiça, o Tri-bunal Superior do Trabalho e o Tribu-nal Superior Eleitoral.

O presidente do CRQ-IV, Manlio deAugustinis, destaca – no texto de apre-sentação do cadastro – a existência demais de 22 milhões de processos judi-ciais em andamento no Estado de São

Cadastro relacionaprofissionais aptos aatuar como peritosFinalizada em novembro, publicação foiimpressa e enviada ao Poder Judiciário

Augustinis: auxílio pericial possibilita decisões mais seguras

CRQ-IV

Paulo e que muitos deles envolvem de-mandas relacionadas à área química.Por sua complexidade, observa o diri-gente, essas ações “geralmente levamos juízes a recorrerem a auxiliares comformações acadêmicas específicas –chamados de peritos – para ajudá-los acompreender melhor os fatos e assimpoderem deliberar com mais seguran-ça. Além de prestar apoio aos magis-trados, os peritos também podem sercontratados por empresas ou pessoasque venham a necessitar da assessoriade um especialista para dar sustentaçãotécnica às suas demandas judiciais ouem trabalhos extrajudiciais”, salienta.

Todos os profissionais listados pos-suem formação superior e atribuições– conferidas pelo Conselho Federal deQuímica – para atuarem em vistoria,

perícia, avaliação, arbitramento eserviços técnicos, bem como naelaboração de pareceres, laudose atestados.

De fácil manuseio, a publica-ção foi organizada pela ordem al-fabética dos vários segmentoseconômicos onde pode haver ati-vidade química. Os especialistasem cada área foram agrupados deacordo com a cidade onde resi-dem. Os nomes das cidades e dosprofissionais também obedece-ram ao ordenamento alfabético.

O livreto possui, ainda, doisanexos. No primeiro estão infor-mados os principais segmentoseconômicos onde o trabalho doProfissional da Química é im-prescindível, com uma breve des-

crição das atividades neles realizadas.O segundo anexo relaciona os serviçosque poderão ser prestados na perícia ju-dicial e na assistência técnica.

ELETRÔNICA – Uma versão eletrônica,acessível a todos os interessados e quepassará por atualizações – inclusão ouexclusão de integrantes e atualização deseus dados – será disponibilizada embreve na seção “Publicações” do sitedo CRQ-IV.

Os profissionais que quiserem serincluídos na edição eletrônica do Ca-dastro de Peritos deverão escreverpara [email protected]. Além deinformar os dados pessoais e sua espe-cialização, será preciso anexar um cur-rículo que comprove experiência depelo menos cinco anos na área em quedeseja ser indicado como perito. Podemse candidatar apenas profissionais comformação superior e que estejam emsituação regular no CRQ-IV.

4 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2014

INTRODUÇÃO

A iniciativa PAT (da sigla em inglêspara Process Analytical Technology) édefinida como um sistema para planeja-mento, análise e controle dos processosquímicos e farmacêuticos por meio demedições em tempo real de atributos crí-ticos da qualidade e desempenho dosmateriais de partida e em processamento.Ela se destina a entender e controlar osprocessos de manufatura de fármacos emedicamentos visando o melhoramentoda qualidade e segurança dos produtos.Esta iniciativa foi proposta em 2004 pelaagência regulatória americana, a FDA(Food and Drug Administration), por meioda publicação Guidance for industry: PAT- A Framework for Innovative Pharma-ceutical Development, Manufacturingand Quality Assurance, que contém asbases para implantação do sistema e aplica-se a todos os fabricantes de fármacos, me-dicamentos e produtos intermediários paraa indústria farmacêutica e veterinária (1).

O sistema PAT visa à implantação detecnologias para monitoramento e análi-se em tempo real de processos com o in-tuito de: (i) identificar e reduzir as fontesde variabilidade em todas as etapas daprodução de fármacos e medicamentos,desde a entrada da matéria-prima até a li-beração do produto final; (ii) promover amelhoria contínua da produção de fárma-cos e medicamentos por meio do enten-dimento científico dos parâmetros do pro-cesso; (iii) assegurar a qualidade do pro-duto final em tempo real durante todas asetapas da produção (aprovação da maté-ria-prima, manipulação, compressão e/ourevestimento), visando diminuir o núme-

ARTIGO

Tecnologias Analíticasem Processo - PAT

por Fabiana Alves de Lima Ribeiro

ro de reprovações e/ou reprocessos delotes; (iv) reduzir os erros humanos e au-mentar a segurança nas operações pormeio de procedimentos automatizados (1).

FUNDAMENTOS DE PAT

Um dos focos da iniciativa é a inova-ção tecnológica dos procedimentos queasseguram a qualidade dos produtos far-macêuticos e o melhoramento contínuo dosprocessos por meio do desenvolvimento demetodologias de monitoramento direto eem tempo real na planta industrial (1-4).

Tradicionalmente, a qualidade do pro-duto é testada no produto acabado, pormeio de análises laboratoriais realizadasem processos por bateladas. Essa estraté-gia tem sido bem sucedida na sua inten-ção de garantir a qualidade dos produtosfarmacêuticos, mas geralmente resulta emaumento nos custos do processo e gera-ção de resíduos nos casos de reprovaçãode lotes, uma vez que as não conformida-des são detectadas somente no final dociclo de produção. No sistema PAT, a qua-lidade é construída e assegurada continu-amente ao longo de todas as etapas queenvolvem o desenvolvimento e a produ-ção. Os desvios do processo são detecta-dos antecipadamente, permitindo a rápi-da tomada de decisão (1-4).

Essa abordagem se baseia no conceitode Quality by Design (veja artigo sobreeste tema na edição nº 129 do Informati-vo CRQ-IV ), no qual é possível estabele-cer as condições de contorno para as di-versas variáveis envolvidas no desenvol-vimento e fabricação do produto. Nestesistema, estudos sistemáticos utilizandotécnicas de Planejamento e Otimização de

Informativo CRQ-IV – 5Nov/Dez 2014

ARTIGO

Experimentos (DOE, de Design of Expe-riments) são conduzidos durante a etapade desenvolvimento do produto, sendo asespecificações de qualidade estabelecidascom base na incorporação de conhecimen-to científico. Adicionalmente, técnicas degerenciamento de riscos e de conhecimen-to são utilizadas para monitorar e contro-lar a qualidade do produto durante todo oseu ciclo de vida, permitindo a melhoriacontínua do processo e a obtenção da qua-lidade final desejada. Estas técnicas tam-bém auxiliam os órgãos reguladores a en-tender a estratégia de desenvolvimento equalidade da empresa (2-5).

Os resultados dessa tática se refletemno aumento da qualidade, segurança eeficiência da produção, decorrentes defatores tais como: redução no tempo dosciclos de produção resultante do uso decontroles e medidas on-, in- e at-lines;possibilidade de prevenir ou atenuar arejeição ou reprocessamento de lotes;possibilidade de liberação de lotes emtempo real; utilização de procedimentosautomatizados com consequente aumen-to na segurança do operador e redução doerro humano; otimização do uso dos re-cursos materiais e energéticos; aumentoda capacidade produtiva da planta (3).

Essa estratégia requer o amplo enten-dimento científico do processo, de tal for-ma que os atributos de qualidade do pro-duto possam ser explicados com precisãocomo uma função dos parâmetros do pro-cesso e das propriedades dos materiais departida utilizados, permitindo que as fon-tes críticas de variabilidade sejam identi-ficadas, explicadas, monitoradas e con-troladas. Esta abordagem é compatívelcom o princípio fundamental do PAT deque a qualidade do produto não pode sertestada, mas sim planejada e construídadurante todo o seu ciclo de vida (1-4).

FERRAMENTAS DE PAT

As tecnologias analíticas do sistemaPAT podem ser implementadas em umaúnica operação unitária ou em todo o pro-cesso de manufatura. Elas integram: (i) o

uso de ferramentas para aquisição e aná-lise de dados multivariados (conhecidascomo técnicas de Quimiometria); (ii) ana-lisadores de processo (na forma de ins-trumentação analítica); (iii) ferramentaspara monitoramento e controle automáti-co de processos; (iv) plataformas compu-tacionais para o gerenciamento de dadose informações (1-4).

A integração destas ferramentas per-mite basear as especificações dos produ-tos e processos no entendimento científi-co dos fatores que afetam a qualidade edesempenho do produto, além de identi-ficar e controlar as fontes de variabilida-de destes processos. Desta forma, é pos-sível prevenir ou atenuar o risco de gerarprodutos fora das especificações de se-gurança e garantir a qualidade e o desem-penho dos produtos em tempo real de li-beração e de modo contínuo, reduzindoassim a quantidade de rejeitos e reproces-sos e o custo geral da produção (1-5).

ESTRATÉGIAS PARA IMPLANTAÇÃO

A decisão de implantar o PAT é vo-luntária, podendo o sistema ser adotadopara um ou mais produtos da empresa.

Nos Estados Unidos e Europa, as agênci-as reguladoras oferecem suporte técnicoe orientação sobre os aspectos legais du-rante todo o processo. Esta cooperação temsido fundamental para viabilizar a implan-tação dessas tecnologias, contribuindo parao seu desenvolvimento técnico e regulató-rio. Há três principais estratégias para im-plantação do sistema: para produtos emlinha, produtos em linha com alta incidên-cia de reprocesso ou reprovação de lotes epara produtos novos. Este último caso é aestratégia ideal, pois utiliza ferramentasPAT desde a etapa de desenvolvimento doproduto e processo (1-4).

ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO

A implantação do sistema PAT requero cumprimento de seis etapas distintas:(i) formação da equipe; (ii) diagnóstico;(iii) monitoramento; (iv) análise; (v) con-trole e (vi) relatório/documentação.

A equipe deverá ser constituída porum representante de cada setor envolvi-do no desenvolvimento e controle dequalidade do produto, alinhados a umaequipe de pesquisadores dedicados ex-clusivamente à execução das atividades

6 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2014

ARTIGO

de PAT. Os primeiros deverão oferecersuporte à equipe de PAT, na forma de in-formações sobre ciclo de vida do produ-to e nos aspectos técnicos e regulatóriosda implantação das novas tecnologias.

A fase de diagnóstico contempla umaavaliação detalhada do processo para iden-tificação das etapas críticas a serem otimi-zadas e posteriormente monitoradas e con-troladas na fase de monitoramento, utilizan-do equipamentos qualificados, calibrados evalidados. Modelos matemáticos para acom-panhamento do processo são desenvolvidose validados na etapa de análise e implemen-tados em rotina na fase de controle. Todo oprocesso deverá ser documentado na fase (vi),juntamente com os critérios que atestam aconformidade dos critérios de desempenhoe qualidade do produto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Guidance for industry: PAT - A Fra-mework for Innovative PharmaceuticalDevelopment, Manufacturing and Quali-ty Assurance. (http://1.usa.gov/1xx05Ok),acessada em 07/11/2014.

2. Quality by Design, European Medici-ne Agency (http://bit.ly/14yDapV), aces-sada em 07/11/2014.

3. Katherine A. Bakeev (editor), ProcessAnalytical Technology: SpectroscopicTools and Implementation Strategies forthe Chemical and Pharmaceutical Indus-tries, Wiley-Blackwell, 2008.

4. Lauro D. Moretto & Jair Calixto, Es-trutura do Novo Sistema da Qualidade

para a Indústria Farmacêutica, Sindusfar-ma, Volume 5.1, 2011.

5. Guidance for Industry - Q8(R2) Phar-maceutical Development, (http://1.usa.gov/1t2MXsA), acessado em 07/11/2014.

Prezado Profissional,É com a sensação do dever cum-

prido que encerramos mais um anode atividades do SINQUISP que,sem a sua colaboração, não teriasido possível.

Desejamos a você e a seus fa-miliares mais um ano de realizações,energias positivas e prosperidade.Que os sonhos sejam alcançados eque o caminho a ser trilhado tenhamais flores do que pedras. Um Na-tal repleto de paz, harmonia e ternu-ra em seu lar!

Bacharel em Química e doutoraem Ciências com foco emQuimiometria, a autora é

consultora em Quimiometria(DOE & Análise Multivariada) e

pesquisadora colaboradora doLaboratório de Cromatografia

Gasosa do IQ/UNICAMP.Contatos pelo e-mail fabiana@

portaldaquimiometria.com

Há duas formas de viver a vida: uma éacreditar que não existe milagre; a ou-tra é acreditar que todas as coisas sãoum milagre. (Albert Einstein 1879-1955)

São os votos da diretoria, funcio-nários e colaboradores do Sindicatodos Químicos, Químicos Industriaise Engenheiros Químicos do Estadode São Paulo.

Aelson Guaita - Presidente

Contatos com o Sinquisp: 11 3289-1506 ou [email protected].

Informativo CRQ-IV – 7Nov/Dez 2014

ANUIDADES

Publicada em 26 de novembro peloConselho Federal de Química (CFQ),a Resolução Normativa nº 258 fixou osvalores das anuidades para o ano de2015. A norma, já disponível na páginahttp://bit.ly/1CHXEM3 do site do CRQ-IV, definiu o dia 31 de março como pra-zo final para recolhimento da obrigação.Os boletos serão enviados até aproxima-damente o dia 15 de janeiro.

A anuidade dos profissionais deNível Superior será de R$ 417,00; paraos Técnicos de Nível Médio, R$207,00; e para os Auxiliares e Provisio-nados, R$ 148,00. Em comparação aosvalores vigentes em 2013, houve umreajuste de 6,3%. Essa variação refletea estimativa de inflação para este ano.

Porcentual semelhante foi aplicadopara reajustar as anuidades das empre-sas, cujos valores são estabelecidos deacordo com o capital social.

Os profissionais que optarem porfazer o pagamento integral da anuida-de até o dia 31 de janeiro terão direitoa um desconto de 20%. Para pagamen-tos feitos até 28 de fevereiro, o abati-mento será de 10% (veja a tabela).

As empresas também poderão se be-neficiar de descontos se recolherem

CFQ fixa valores para 2015Resolução prevê a concessão de descontos para pagamentos antecipados

suas anuidades antecipadamente. Osporcentuais de redução, porém, serãomenores: 5%, em janeiro; e 3%, em fe-vereiro.

SUSPENSÃO – Os profissionais que pre-tendem pedir a suspensão do pagamen-to da anuidade de 2015 têm até o finaldeste mês para encaminhar o pedido.Para isso, deverão preencher o formu-lário disponível em www.crq4.org.br/suspensao. É importante a leitura detodo o conteúdo da página para que ointeressado verifique se preenche ascondições para obter o benefício.

Apenas profissionais que, em de-zembro, foram demitidos ou ingressa-ram em cursos de pós-graduação (e nãotenham outra fonte de renda além dabolsa de estudos) poderão solicitar a

concessão do benefício.O prazo para pedir a suspensão ter-

minou em novembro. Contudo, confor-me noticiado na edição anterior do In-formativo, pedidos formulados em de-zembro seriam analisados apenas seas condições que proporcionam o be-nefício se configurassem neste mês.

ISENÇÃO – De acordo com o dispostono artigo 4º, §3º da Lei 123/2006, alte-rado pela Lei Complementar 147/2014,a partir de 2015 as empresas enquadra-das como MEI - Microempreendor In-dividual estarão isentas do pagamentode anuidade e taxas relativas à manu-tenção de seus registros. A partir de ja-neiro, as empresas que se enquadraremnessa regra serão orientadas pelo CRQ-IV sobre como proceder.

Categoria Pagamento em 31/01 Pagamento em 28/02 Pagamento em 31/03(desconto de 20%) (desconto de 10%) (valor integral)

Nível Superior 333,60 375,30 417,00

Nível Médio 165,60 186,30 207,00

Auxiliares/Provisionados 118,40 133,20 148,00

Anuidades de Profissionais - 2015

“Melhor perguntar lá no Posto Ipiranga!”. Nos últimos anos,a frase se tornou um dos bordões mais famosos da publicidadebrasileira. O ator que protagonizou comerciais da rede de pos-tos de combustíveis Ipiranga na televisão e em outras mídias éconhecido no meio publicitário pelo apelido “Batata”, que sur-giu ainda na adolescência. Mas, quando não está gravando co-merciais, ele é o Químico Antonio Duarte de Almeida Junior,dono de uma firma de representação comercial e que no dia adia ganha a vida trabalhando com vendas técnicas.

Paulistano de 52 anos, morador no bairro de Santana, na ZonaNorte da Capital, ele se interessou pela Química quando aindacursava o Ensino Médio. Em 1984, ingressou no curso de Quími-ca Industrial nas Faculdades Oswaldo Cruz e, já no ano seguinte,começou a trabalhar como auxiliar de laboratório na empresaReylux (Tintas RR), do segmento de tintas e vernizes. “Era umaempresa pequena e lá passei por todas as etapas do processo pro-dutivo. Adquiri uma bagagem importante”, lembra.

Depois de dois anos na RR, surgiu uma oportunidade de serpromovido, mas para isso precisaria ter pelo menos o diplomade Técnico em Química. Para não perder a oportunidade, tran-cou a matrícula na Oswaldo Cruz e ingressou no hoje extinto

PERSONAGEM

Vender e atuar: as duas vocaçõesde um Profissional da Química

por Jonas Gonçalves

Colégio Manuel da Nóbrega, no bairro do Belenzinho. Con-cluiu o curso em um ano, pois eliminou matérias que havia feitona faculdade. Com o diploma na mão, foi promovido ao cargode Técnico em Química na RR.

Com a experiência acumulada e estimulado pela chefia devi-do à facilidade com que sempre se comunicou, partiu para a pri-meira grande mudança na carreira, rumo ao setor de vendas téc-nicas. E deu certo, pois logo em seguida, em 1989, foi contratadopela multinacional alemã Henkel para atuar na comercializaçãode uma linha de produtos para pré-tratamento de superfícies.

O projeto de concluir um curso superior não foi abandonado.Contudo, Duarte considerou que deveria planejar uma carreiraalternativa e por isso trocou o curso de Química Industrial pelode Licenciatura, que também lhe permitiria trabalhar como pro-fessor. Formou-se em 1992 na Universidade Ibirapuera, mas nun-ca deu aulas. Exerceu seu lado didático ministrando palestras ecursos de curta duração para clientes da Henkel, onde permane-ceu por seis anos e se tornou vendedor especializado em produ-tos para pré-tratamento de superfícies metálicas. Em 1996, Duartefoi convidado para trabalhar na Walmac (atual Garciquímica),uma distribuidora exclusiva de produtos da Henkel.

Em seu trabalho de maior destaque nos últimos anos, o Químico protagonizou a série de comerciais da rede Ipiranga de postos de combustíveis

O2 Filmes

8 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2014

PERSONAGEM

DANÇA – Quando acreditava que a sua vida profissional se res-tringiria somente à Química, uma mensagem recebida por seu“pager” (aparelho que antecedeu o celular) mudou a sua trajetó-ria: era um convite de uma produtora de comerciais para quefizesse um teste. No início, pensou que se tratava de umapegadinha, mas depois descobriu que o contato se deveu às suashabilidades de dançarino de gafieira e outros ritmos e que fo-ram reportadas à produtora por um jornalista e dois músicosque frequentavam o Bar Avenida e o Bourbon Street, onde Duartegostava de se divertir.

O anúncio para a televisão, da antiga rede de lojas Mesbla,requeria um simpático dançarino para a música “Don’t Worry, BeHappy”, de Bobby McFerrin, um dos maiores hits de 1988. Elefoi aprovado, mas acabou não fazendo o comercial: não conse-guiu voltar de uma viagem de férias a tempo para a gravação.

Seu primeiro trabalho como garoto-propaganda, no entan-to, surgiu logo em seguida: dublou um tenor em um comercialde televisores da LG. “Consegui interpretar bem o papel, poistrabalhava como disc-jockey nas horas vagas e tinha uma boanoção de tempo em música”, relembra. Dali em diante, come-çou a receber diversos convites e não parou mais. Chegou a sedestacar nacionalmente em peças que divulgavam os sorvetesFruttare, da Kibon.

A fama acrescentou um ingrediente a mais ao desafio deconciliar as duas carreiras: foi denunciado por não ter o registrocomo ator profissional na Delegacia Regional do Trabalho. Apóster recebido reclamações contra Duarte, o Sindicato dos Artis-tas o chamou para uma conversa. Além de ter se sindicalizado,Batata fez cursos, participou de workshops, fez testes e conse-guiu o registro.

Depois de três anos, desligou-se da Walmac para se dedicarinteiramente à carreira de ator. “Precisava de disponibilidade,pois perdi campanhas por falta de tempo para filmar”, relata.Fez vários trabalhos entre 1999 e 2001, com destaque para acampanha de lançamento do jornal Agora São Paulo (onze co-merciais), duas campanhas das Casas Bahia e uma da cervejaCerpa. Nesta, o protagonista dos anúncios era Alfredo, que vi-via com medo da esposa ciumenta. Para Duarte, este foi um deseus personagens mais marcantes devido ao sucesso junto aopúblico, especialmente no Pará, onde fica a sede da empresa.

RETORNOS – Duarte só voltaria à área química em 2001, comovendedor na Polytechno (atual AQIA Química Industrial), for-necedora de matérias-primas para indústrias de diversas áreas,como alimentícia, cosmética e farmacêutica. “Era hora de darum tempo, pois a publicidade exige que, periodicamente, se tireo rosto de circulação para não desgastar a imagem”, justifica.

Nesse retorno, enfrentou mais uma vez o preconceito poratuar em duas áreas distintas: quando se candidatou a uma vagana área de vendas técnicas em outra empresa, a recrutadora queo entrevistou questionou a razão de ter ficado fora da área. Duarte

explicou que também era ator e se dedicou somente a trabalhospublicitários durante dois anos. “A decepção dela foi evidente ea entrevista de emprego acabou naquele momento”, lamenta.

Após um ciclo de três anos, voltou a trabalhar para a Walmacem 2004, desta vez na condição de representante comercial autô-nomo. Em 2008, retornou à Henkel, mas a nova passagem foibreve. Depois de um ano, voltou a se dedicar à sua firma de re-presentação comercial e prestou serviços para empresas comoLarkin, Fortquim e Kuality. Atualmente, trabalha para a Kluthe,uma multinacional alemã.

Com a flexibilidade de horários própria da condição de au-tônomo, Duarte voltou a ser o “Batata” dos comerciais a partirde 2009. Seu trabalho de maior destaque nos últimos anos foi o“capiau” (caipira) do Posto Ipiranga, como ele mesmo define.Entretido com peças de artesanato, o personagem é abordadopor motoristas de caminhão, que pedem informações sobre al-gum lugar onde possam fazer um lanche ou trocar pneus. Paratodas as perguntas, a mesma resposta, com absoluta simplicida-de: “Lá no Posto Ipiranga!”. A campanha, que incluiu outroscomerciais em 2012 e 2013, foi criada pela agência Talent.

“Batata” encontra-se temporariamente afastado da publicida-de, mas pode voltar a qualquer momento. Seu desejo é de conti-nuar atuando nas duas profissões. “Encaro ambas como verda-deiras vocações”, ressalta. O Químico/ator se recorda de convi-tes que recusou por entender que poderia haver algum compro-metimento de sua reputação profissional na área química e tam-bém para não inviabilizar campanhas publicitárias que estavamem andamento. Um exemplo foi o de uma campanha que divul-garia um produto utilizado no tratamento de impotência sexual.

“Nesses 18 anos de publicidade, em meio aos 30 anos deenvolvimento com a área química, sempre prezei pela minha ima-gem e das empresas para as quais estivesse trabalhando. Nuncaprovoquei conflito, para evitar que a repercussão de um persona-gem atingisse a minha condição de Profissional da Química, mes-mo que o cachê oferecido fosse alto”, conclui Duarte.

Duarte: cuidado paraevitar que a atividade

publicitária não conflitecom a condição de

Profissional da Química

CRQ-IV

Informativo CRQ-IV – 9Nov/Dez 2014

10 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2014

ARTIGO

A evaporação causa enormes perdasda água doce de reservatórios, como la-gos e represas. No Nordeste brasileiro,esse fenômeno aumenta a salinidade daágua dos açudes e impede seu uso antesmesmo desses reservatórios secarem.Em entrevista em novembro deste anoao jornal O Estado de S. Paulo, BlancaJiménez Cisneros, diretora da Divisãode Ciência da Água da OrganizaçãoEducacional, Científica e Cultural dasNações Unidas (Unesco), afirmou que,dependendo da região, as perdas de águapor evaporação podem chegar a 40%.Este artigo apresenta um breve relato deuma interessante aplicação da Químicapara mitigar esse problema, descreven-do os resultados obtidos com um produ-to nacional que já se encontra em condi-ções de ser comercializado.

Redução da evaporação de águapor filmes monomoleculares

por Marcos Gugliotti

A evaporação nos reservatórios podeser reduzida por diferentes métodos. Issonão interfere no ciclo hidrológico, umavez que a evaporação continua a ocor-rer, mas numa velocidade menor. E ovolume de água que acaba sendo retidopor mais tempo nos reservatórios é des-prezível quando comparado ao volumede água da atmosfera. Cabe lembrar que97,5% da água do planeta estão nos oce-anos, enquanto que os 2,5% de águadoce restantes estão distribuídos confor-me gráfico abaixo. Como se nota, a águaacessível de rios e lagos representa umaparcela ínfima.

A instalação de quebra-ventos, de dis-positivos para sombreamento ou a cober-tura da água com placas e lonas são osmétodos mais comuns para reduzir a eva-poração. Porém, eles são inviáveis para

reservatórios maiores, como aqueles usa-dos para abastecer a população.

Outra opção para reduzir perdasdesse tipo é por meio do espalhamentode filmes ultrafinos sobre a água, espe-cialmente os filmes monomoleculares,com a espessura de apenas uma molé-cula. Além de produzir um efeito de bar-reira, esses filmes atenuam as ondas ediminuem a área de superfície líquidaexposta ao sol e ao vento, reduzindoassim a evaporação.

O uso desses filmes começou a serestudado há 90 anos e foi demonstradoque os álcoois graxos, de origem vege-tal, formam sobre a água um filmemonomolecular de baixa toxicidade ca-paz de reduzir a evaporação sem afetaras trocas de O

2 e CO

2 com a atmosfera.

Testes de campo, iniciados pelos austra-lianos na década de 1950, mostraram quea redução da evaporação com esses fil-mes pode chegar a 50%.

Há pelo menos dois produtos queformam filmes redutores da evaporaçãode água sendo comercializados nos Es-tados Unidos, no Canadá, na Austrália ena Europa. O mais conhecido deles

Informativo CRQ-IV – 11Nov/Dez 2014

ARTIGO

utiliza os álcoois graxos para formar ofilme e a cal hidratada [hidróxido de cál-cio, Ca(OH)

2] como veículo. Seu fabri-

cante afirma que, com aplicações diári-as na dosagem de 0,35 kg por hectare, épossível reduzir em cerca de 30% a eva-poração de água. Em julho deste ano,esse produto foi aprovado para uso noreservatório de água para abastecimentopúblico de uma cidade no Texas (EUA).Mas apesar de estar no mercado há maisde dez anos, ele ainda tem pouca acei-tação, provavelmente por sua fórmulaincluir cal hidratada, que é cáustica.

BRASIL – Até o início dos anos 2000, exis-tiam poucos estudos acadêmicos sobreesse tema. Entretanto, a estiagem de 2001,que afetou severamente as hidrelétricas eprovocou racionamento de energia, mo-tivou este pesquisador a desenvolver umnovo produto para reduzir as perdas porevaporação em reservatórios. Contandocom financiamento da Fapesp e apoio delaboratórios do Instituto de Química daUSP, que permitiram o acesso a equipa-mentos, o projeto teve início em 2004 efoi concluído com sucesso em 2007.

Já patenteado, o produto brasileiroé um pó fino que também usa os álcooisgraxos para formar o filme, mas em-prega calcário agrícola como veículo.Além de facilitar o espalhamento do

filme, o calcário possui toxicidade bemmenor que a cal hidratada usada no pro-duto similar estrangeiro.

Para chegar à nova formulação, fo-ram testadas cerca de 90 amostras e di-ferentes veículos, verificando-se nãoapenas a capacidade de redução da eva-poração como também a habilidade dofilme em se espalhar sobre a água. Emlaboratório, testes de 24 horas em pe-quenos frascos mostraram boa repro-dutibilidade, com reduções da evapora-ção variando entre 20% e 30% e entre50% e 60% para diferentes lotes deamostras, em diferentes condições. Tes-tes com duração de semanas em tanquesao ar livre indicaram maiores variações,de 16% a 44%, o que é esperado devidoao vento e outras condições do clima.

Após definida a formulação, amos-tras foram enviadas a dois laboratórioscertificados (Tecam e Bioagri), cujasanálises confirmaram que o produto ébiodegradável e apresenta pouca ounenhuma toxicidade para peixes e ou-tros animais, mesmo nas máximas con-centrações avaliadas.

Em 2005, foi realizado um estudode impacto ambiental de 48 horas (tes-te agudo) em área isolada na represado Broa, em São Carlos, com apoio doInstituto Internacional de Ecologia, umaempresa que é referência em serviçosde gerenciamento de recursos hídricos.Além de não ter detectado alteraçõesna qualidade da água, o teste mostrouque 0,5 kg do produto foi suficientepara recobrir 1 hectare. Porém, paragarantir melhores resultados, recomen-da-se 1 kg/ha (ou 100 kg/km2), comreposição a cada 48 horas, em média.A reposição do produto pode variar deacordo com as condições climáticas,podendo ocorrer em intervalos maiores.

EFICIÊNCIA – Um teste de eficiência deduas semanas foi realizado no espelhod’água de 13 mil m2 do Congresso Na-cional, em Brasília. Após três apli-cações manuais do produto em dias al-ternados, totalizando 3,9 kg, a evapo-ração foi reduzida em 21%, gerandoeconomia de 80 mil litros. Análises fei-tas antes e depois da aplicação nãoindicaram alterações significativas naqualidade da água.

M. Gugliotti

Nesta foto observa-se uma região mais “lisa” na superfície da água de um lago. É nela que o filmeestá se espalhando. Esse efeito de atenuação das ondas é um dos principais fatores que resulta nadiminuição da taxa de evaporação da água. ▲

12 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2014

ARTIGO

Em lagos pequenos, de até três hec-tares, a aplicação pode ser manual apartir das margens e a favor do vento.Em lagos maiores, de até 1 km2, apli-ca-se o produto com um pulverizadoragrícola acoplado em barco. Para reser-vatórios gigantes, recomenda-se o usode aeronaves.

Testes feitos no exterior comprova-ram a eficiência e a segurança do usodos filmes na redução da evaporação.Por exemplo, no maior lago testado, oLago Hefner (EUA), com 10 km2, acobertura de apenas 10% de sua super-fície durante três meses no verão e sobfortes ventos reduziu em 9% a evapo-ração. Nesse teste, foram feitas 55 apli-cações de álcool graxo totalizando cer-ca de 20 toneladas. Não foram obser-vados efeitos nocivos ao meio ambien-te e a estação local de tratamento deágua não foi afetada.

Um estudo australiano de 2008 mos-tra resultados de testes de longa dura-ção com eficiência ainda melhor. Porexemplo, um teste de 2,5 anos no LagoCorella (Austrália), com área de 2,4km2, resultou na redução de 20% naevaporação.

Esse mesmo estudo apresenta umasimulação de custo com o uso do pro-duto estrangeiro, similar ao brasileiro,na barragem Wivenhoe (Austrália).Considerando uma área de 75 km2, apli-cação com dispensadores flutuantes nostrês meses do verão e assumindo redu-ção anual de 6% na evaporação, a eco-

nomia seria de 7 bilhões de litros deágua ao custo de R$ 0,46 para cada millitros não evaporados. Para uma redu-ção de 40% (economia de 23 bilhõesde litros), o custo seria de R$ 1,49 (obs.:os valores obtidos na simulação foram0,21 e 0,68 dólares australianos em2008. A conversão para a moeda brasi-leira considerou a cotação de novem-bro de 2014 e não incorporou nenhu-ma outra correção).

Notícia de novembro deste ano doPortal G1 sobre o uso da dessalinizaçãocomo alternativa para abastecer São Pau-lo aponta um custo médio de R$ 2,55para cada mil litros de água. Comparan-do com os valores do estudo australia-no, fica evidente a vantagem econômi-ca do método dos filmes, que pode serainda mais barato para reservatórios deaté 1 km2, o que inclui milhares de açu-des e lagos do Brasil. Além disso, émuito mais viável aplicar um filme so-bre a água antes e durante a estiagem doque transportar água de outras fontes oucomprar caminhões-pipa quando um re-servatório secar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

“Aquecimento global vai reduzir a águapotável, diz diretora da Unesco”, OEstado de S. Paulo, 03/11/2014.

M. Gugliotti, “Estudo do impactoambiental e do espalhamento de um fil-me ultrafino na superfície de uma re-presa”, XVII Simpósio Brasileiro deRecursos Hídricos, 2007.

Engenheiro Químico formadopela Faculdade de EngenhariaIndustrial, de São Bernardo do

Campo/SP, com Mestrado,Doutorado e Pós-doutorado emFísico-Química de Superfíciespela USP, o autor atua como

consultor em Pesquisa eDesenvolvimento pela GugliottiConsultoria Empresarial Ltda.Ele está em busca de parcerias

para produção industrial doproduto descrito neste artigo,para o qual, diz, já existem

pedidos do Brasil e do exterior.Contatos: e-mail

[email protected].

M. Gugliotti, “Redução da evaporaçãode um espelho d’água de 13.000 m2 porfilmes monomoleculares”, I Simpósio deRecursos Hídricos do Sul-Sudeste, 2006.

“Agencies Report on Lake Hefner,Oklahoma, Evaporation ReductionStudies”, Department of the Interior,USA, 1959.

“Evaporation Reduction by Mono-layers: Overview, Modelling andEffectiveness”, Urban Water SecurityResearch Alliance, Technical ReportNº. 6, Austrália, 2008.

“Custo e estratégia são desafios paradessalinização em SP, diz especialista”,Portal G1, 07/11/2014.

Informativo CRQ-IV – 13Nov/Dez 2014

LITERATURA

Composto de dois volumes, o livroQuímica Orgânica, de John McMurry,professor da Cornell University (EUA),tem como preocupação mostrar a bele-za e a lógica da química orgânica, tor-nando um assunto considerado comple-xo em algo simples de ser entendidopelos leitores. Para isso, a obra privile-gia, entre outras, as seguintes caracte-rísticas: organização e estratégia deensino, aliando a abordagem tradicio-nal dos grupos funcionais com umaabordagem de mecanismo; apresenta-ção modular, o que facilita a coesão dostópicos e permite ao professor a flexi-bilidade de ensinar em uma ordem di-ferente; reforço dos principais concei-tos por meio de diversos problemas;resumo, palavras-chave e um pequenoglossário ao final de cada capítulo, ofe-recendo uma rápida revisão do conteú-do estudado.

Editados no Brasil pela Cengage,cada volume custa R$ 129,00. Veja

Livros sobre químicaorgânica e ferramentas daqualidade serão sorteadosPara participar, escreva para [email protected], informando

seu nome, nº de registro (ou CPF) e endereço residencial com CEP. Nocampo “Assunto” da mensagem escreva a palavra “Sorteio” e o títuloda obra de interesse. Remeta e-mails separados se quiser concorrer a

mais de um livro. Os sorteios ocorrerão no dia 05/01/2015.

mais informações nos endereços http://bit.ly/1vkQuE3 e http://bit.ly/104cFpy.

QUALIDADE – Desenvolvido com foconas aplicações práticas dessa técnica,o livro Qualidade – Conceitos e Apli-cações foi escrito pelos professores daUSP Fernando Berssaneti e GregórioBouer. Com vistas a facilitar o entendi-mento, a obra parte do nivelamentoconceitual e ferramental até chegar àsprincipais técnicas de gerenciamento,observando a mesma estratégia adota-da nos cursos de graduação e pós-gra-duação relacionados à Engenharia eAdministração da Produção, bem comoem cursos análogos ministrados na Es-cola Politécnica da USP e na FundaçãoCarlos Alberto Vanzolini.

Editado pela Blucher, o livro custaR$ 48,00 e pode ser adquirido pelo siteda empresa. A página http://bit.ly/1FZmm9R permite o download e a lei-tura de alguns capítulos.

14 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2014

PARCERIAS

Em 2014, o CRQ-IV promoveu 75sorteios, dos quais 52 foram de bolsasparciais ou integrais para cursos, 13 delivros (total de 54 exemplares sorteados)e 10 de eventos técnicos (50 inscriçõesconcedidas). O valor total dos prêmiosdistribuídos foi de R$ 109.750,20. Aotodo, 190 profissionais e estudantes(105 mulheres e 85 homens) foram con-templados.

O maior prêmio do ano foi conquis-tado pela Bacharel Renata RodriguesAlves, 35 anos, moradora em Mauá. Elaganhou uma bolsa de 50% de desconto(equivalente a R$ 7.450,00) para o cur-so de pós-graduação “Pesquisa e De-senvolvimento de Produtos Cosméticos- Cosmetologia Avançada”, do Institu-to Racine. Renata, que ocupa o cargode Química Jr. na empresa GreenProcess Produtos Químicos, disse queficou sabendo da promoção porquesempre visita o site do CRQ-IV e quedificilmente teria condições de fazer ocurso sem a bolsa. As aulas começarãoem março de 2015.

Ganhadora de outra bolsa parcial(no valor de R$ 1.950,00) também via-bilizada pela parceria com o InstitutoRacine, a Bacharel em Química Fernanda

Moreira, 27 anos, de SantoAndré, fez neste ano o curso in-tensivo “Cosmetologia - Desen-volvimento de Produtos Cosmé-ticos”, que teve duração de oitomeses. “Atuo há alguns anoscom desenvolvimento de produ-tos cosméticos e todo o meu co-nhecimento na área vinha daprática no dia a dia. Com o cur-so pude aprimorá-los, tornando-os mais sólidos”, garante a pro-fissional, que atualmente é pes-quisadora na Hypermarcas.

Responsável Técnico naProauto Indústria Química, oEngenheiro Químico ThiagoMartins de Figueiredo PereiraBerthaud, 34 anos, morador emSão Paulo, foi contempladocom uma bolsa integral (R$945,00) para o curso “Gestorese Auditores Internos em BoasPráticas de Fabricação, Armazenageme Distribuição de Produtos Saneantes –Resolução 31/12 – Mercosul (GMC)”,realizado pela consultoria Mega BrasilQualidade. “O curso me ajudou a enten-der detalhes sobre auditorias de BPF.Mudou bastante o meu cotidiano, poisconsegui aplicar boa parte daquilo queaprendi”, elogia.

“Análise e Interpretação da NBR17025:2005” foi o tema de um dos cur-sos ministrados neste ano pela HeraConsultoria e Treinamento. Por meiode parceria, a empresa concedeu bolsasintegrais, cada uma no valor de R$890,00, para sorteios feitos pelo Conse-lho. Uma das contempladas foi aEngenheira Química Janaína da SilvaPereira, 23 anos, de Jundiaí, que esperacolocar em prática os conhecimentosadquiridos na Brenntag, onde trabalha.

OPORTUNIDADES – Em parceria com oSindicato dos Químicos, Químicos In-dustriais e Engenheiros Químicos deSão Paulo (Sinquisp), o CRQ-IV ofe-receu, a exemplo de anos anteriores,cursos sobre diversos segmentos daárea. Funcionário da Sabesp, o Técni-co e estudante de Licenciatura BrunoMonteiro Nardin, 24 anos, de Botucatu,um dos ganhadores de bolsa integral (deR$ 500,00) para o treinamento sobrequimiometria, considera que “o conteú-do abordado foi de grande valia por terproporcionado uma visão abrangente deaplicações”.

O outro contemplado foi o Técnicoem Química e estudante de Bacharela-do Denis William Lopes, 27 anos, deSão Bernardo do Campo. “A bolsa veioem ótima hora, pois não teria condiçõesde fazer o curso sem consegui-la. Gos-

Sorteios distribuíram R$ 109 milValor é referente à concessão de bolsas, livros e inscrições para eventos

Renata, da cidade de Mauá, ganhou bolsa de R$ 7,4 mil

Alex Silva

Informativo CRQ-IV – 15Nov/Dez 2014

PARCERIAS

taria de agradecer ao CRQ-IV pelaoportunidade”, ressalta Lopes, funcio-nário da Air Liquide Brasil.

Para o Bacharel e Licenciado emQuímica Leandro Camino Castro, 29anos, de Osasco, foi importante ter ob-tido uma bolsa integral, de R$ 200,00,para outro curso da parceria CRQ-IV/Sinquisp: “Excelência em Gestão daQualidade (SGS) - A Ciência da Quali-dade”. Ele salienta que, anteriormente,atuava na área de Pesquisa & Desen-volvimento e não tinha conhecimentoaprofundado em Garantia da Qualida-de. “O curso me ajudou a implantar umsistema de qualidade na empresa emque trabalho [a Maian Importação eExportação de Produtos Químicos]”,relata o profissional.

O CRQ-IV estabeleceu parceriascom a Associação Brasileira de Enge-nharia Química (Abeq) para promoçãode dois cursos: “Sistemas de Alívio dePressão”, ministrado em maio, e “Agi-tação e Mistura em Processos Indus-triais”, realizado em outubro. No pri-meiro, uma das contempladas comuma bolsa de 100% de desconto nataxa de R$ 2.200,00 foi a Técnica emQuímica Lilian Gomes Ramos, 25anos, de Santo André, sorteada pelaprimeira vez desde que começou aparticipar das promoções do Conselho,há seis anos. Embora esteja atualmen-te no ramo de adesivos, laminados es-peciais e plásticos de engenharia naArtecola Indústrias Químicas, e nãoem instalações petroquímicas, setorfocado pelo curso, Lilian acredita queo treinamento “foi bastante válido,pois permitiu acesso a um conheci-mento específico e pontual que pode-rá ser utilizado para sugestões na áreaonde trabalha e também em atuaçõesprofissionais futuras”.

O curso de “Agitação e Mistura emProcessos Industriais” teve como umdos sorteados com bolsa integral, de R$950,00, o Bacharel em Ciências dos Ali-mentos Luiz Gustavo Franzini Tra-vagin, 24 anos, da cidade de Tietê. Ana-

lista de Sistema da Qualidadena Leão Alimentos e Bebidas,ele participou de promoçõesanteriores, mas nunca haviasido premiado. “Trata-se deum curso muito interessante eligado às atividades que desem-penho no meu cotidiano. Pudeesclarecer dúvidas e, certamen-te, os conhecimentos que obti-ve me ajudarão a crescer comoprofissional”, afirma.

Técnica em Qualidade naAssociação Fundo de Incenti-vo à Pesquisa (Afip), Juliana deFátima Pinto Gama, 27 anos,ganhou uma bolsa integral deR$ 1.580,00 para o curso “Pe-rícia Judicial Ambiental”, ofe-recido pela Rui Juliano Perícias em no-vembro. Ela acompanha o site do CRQ-IV desde 2005, quando se formou nocurso Técnico em Química. “Sempreparticipei das promoções, mas essa foia primeira vez em que fui sorteada”, diz.Sobre o curso, avalia como “enri-quecedor, pois além de atender a umademanda de atuação profissional, tam-bém aperfeiçoa os conhecimentos queuso nas minhas atividades”.

Também no mês de novembro, aempresa Hazmat Lab ministrou, na sededo Conselho, o treinamento com o tema“Transporte de Produtos Perigosos noModal Rodoviário”, cuja taxa de ins-crição era R$ 1.350,00. Premiada comuma bolsa integral de estudos, a Técni-ca em Bioquímica Paula Personeni eSousa, 27 anos, de Campinas, conta queacompanha o site do CRQ-IV desde quecomeçou a trabalhar como Analista deLegalização na Synchron AssuntosRegulatórios. “O curso abrange exata-mente o tema que procuro desenvolver.Como é cobrado um custo significati-vo para fazê-lo, a inscrição gratuita fa-cilitou muito”, enfatiza.

Acesse a versão online desta ediçãopara ver fotos e entrevistas com outroscontemplados nas promoções de 2014.A relação de todos os prêmios e ganha-

dores deste ano está disponível emwww.crq4.org.br/sorteios_2014. No fi-nal da mesma página, há links para sor-teios feitos em anos anteriores.

Travagin: curso interessante e que permitiu esclarecer dúvidas

▲ CRQ-IV