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CGJ Vara e Família

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GESTÃO 2007/2009

Des. PAULO INÁCIO DIAS LESSA Presidente - TJMT

Des. RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO Vice-Presidente - TJMT

Des. ORLANDO DE ALMEIDA PERRI Corregedor-Geral da Justiça

Page 3: CGJ Vara e Família

COORDENADOR DA AÇÃO

DR. SEBASTIÃO ARRUDA DE ALMEIDA Juiz Auxiliar da Corregedoria–Geral da Justiça

LIDER DA AÇÃO

AURINEIDE MARIANO PEREIRA Analista Judiciário – CGJ

Page 4: CGJ Vara e Família

EQUIPE DE SERVIDORES

Alciane Rodrigues Alves de Assis Aurineide Mariano Pereira

Carlos Henrique F. Foz Doralice Mendonça faust

Ducineia dos Santos Morimã Gézica Pereira R. Oliveira

Guilhermina Machado Abade Heloísa Helena Soares de Siqueira

João Gualberto Neto Lúcia Helena Soares Leite

Mareli Grando Margareth Sulamirti Ferreira Paes

Marly Maria da Silva Garcia Maria Heloísa Micheloni Maria de Lourdes Duarte Natalíria Gouveia da silva

Ricardo Nogueira de Souza Rosmeire de Castilho Ribeiro

Thais Cristianne Ferreira Valcides Ferreira de Assis

Vera Maria Signori Vilma Carfane Zocal

Vitório César Munsignato

Page 5: CGJ Vara e Família

COLABORADORES:

EQUIPE DO DEPARTAMENTO DE APRIMORAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

DAPI

INSTRUTORES INTERNOS

Aurineide Mariano Pereira Carlos Henrique F. Foz Doralice Mendonça faust Gézica Pereira R. Oliveira Guilhermina Machado Abade Heloísa Helena Soares de Siqueira João Gualberto Neto Lúcia Helena Soares Leite Mareli Grando Margareth Sulamirti Ferreira Paes Maria Heloísa Micheloni Maria de Lourdes Duarte Natalíria Gouveia da silva Ricardo Nogueira de Souza Rosmeire de Castilho Ribeiro Thais Cristianne Ferreira Vera Maria Signori Vilma Carfane Zocal Vitório César Munsignato

Page 6: CGJ Vara e Família

SUMÁRIO

01 - ALIMENTOS (LEI 5.478/68) ................................................................................... 11 02 - BENS DE AUSENTE (ART. 1.159/1.169)............................................................... 15 03 - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (RITO DO ART.732/CPC)................................... 17 04 - HERANÇA JACENTE (Art. 1.142/1.158) ............................................................... 20 05 - INVENTÁRIO .......................................................................................................... 22 06 - INCIDENTE DE REMOÇÃO DE TUTOR.............................................................. 28 07 - LEVANTAMENTO DE INTERDIÇÃO .................................................................. 29 08 - CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS........................................................ 30 09 - PROCEDIMENTO SEPARAÇÃO/DIVÓRCIO/DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE

E RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL.................................................... 33 10 - AÇÃO REVISIONAL E EXONERATÓRIA DE ALIMENTOS............................. 39 11 - ARROLAMENTO .................................................................................................... 41 12 - EMANCIPAÇÃO/SUPRIMENTO DE IDADE ....................................................... 45 13 - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (RITO DO ART. 733/CPC).................................. 49 14 - CURATELA DE INTERDITOS............................................................................... 52 15 - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE .................................................................. 59 16 - SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO CONSENSUAL........................................................ 64 17 - CONFIRMAÇÃO DE TESTAMENTO PARTICULAR.......................................... 68 18 - ABERTURA, REGISTRO E CUMPRIMENTO DE TESTAMENTO CERRADO -

ART. 1.125 A 1.127. ................................................................................................. 70 19 - AÇÃO REVISIONAL E EXONERATÓRIA DE ALIMENTOS............................. 79

Page 7: CGJ Vara e Família

01 - ALIMENTOS (LEI 5.478/68)

Sim

Sim Não

Petição Inicial

O credor necessita de Alimentos Provisórios?

Citação do Devedor

O Juiz fixará os alimentos provisórios

Oficiar à empresa empregadora do devedor para que efetue o desconto

dos alimentos provisórios em folha de pagamento

Audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento.

A partir desse momento, o devedor deverá pagar os

alimentos provisórios

O não comparecimento do autor determina o arquivamento do

pedido e a ausência do réu importa em revelia, além da confissão da

matéria de fato.

Sentença

A ação foi julgada procedente?

O devedor continuará pagando os alimentos até o julgamento

do recurso, se houver.

O juiz fixará os alimentos definitivos, que serão

cobrados desde a citação.

Page 8: CGJ Vara e Família

(...) alimentos são prestações destinadas a satisfazer

às necessidades vitais daqueles que não podem provê-

las por si. Compreendem, no mínimo, o necessário para

o sustento, a habitação e o vestuário. (...) Até que se

reconheça em ação própria, em caráter definitivo, o

direito do necessitado ao recebimento de alimentos,

deverá ele obter o necessário para a sua sobrevivência,

sob pena de tornar a medida inócua. (CARVALHO

FILHO, 2005, p. 102-103).

I – Inicial

Deve atender aos requisitos do art. 282 do Código de Processo Civil (CPC) e

vir instruída da prova do parentesco ou da obrigação de prestar alimentos.

A pretensão não precisa ser deduzida por advogado. O art. 2º da Lei

5.478/68 permite que o próprio credor, pessoalmente ou por intermédio de

advogado, formule as pretensões orais ao juiz, que serão reduzidas a

termo, seguindo-se nomeação de advogado, se não tiver. Assim, como a

petição inicial formulada por advogado, a pretensão deduzida pelo credor

deve expor as necessidades e apontar o ganho aproximado do devedor.

II – Despacho da Inicial

O juiz fixará os alimentos provisórios, salvo se o credor expressamente

afirmar deles não ter necessidade. Esses alimentos serão devidos a partir

da citação do devedor e, se estiverem sendo pedidos por cônjuge, casado

com comunhão universal de bens, envolverá metade dos rendimentos dos

bens comuns (art. 4º, parágrafo único).

II – Citação

A diligência será feita por intermédio do oficial de justiça. Impossibilitada a

citação do réu por qualquer outro meio, será ele citado por edital afixado na

sede do juízo e publicado 3 (três) vezes consecutivas no órgão oficial do

Page 9: CGJ Vara e Família

Estado, correndo a despesa por conta do vencido, ao final, sendo

previamente a conta juntada aos autos (§ 4º).

No despacho, o juiz deverá apontar o momento em que será apresentada a

defesa, uma vez que a lei tem redação duvidosa a respeito – veja que o art.

9º alude à leitura da defesa, se houver.

IV – Audiência

A audiência concentra todos os atos, devendo estar presentes autor e réu,

independentemente de intimação e de comparecimento de seus

representantes (art. 6º).

O não comparecimento do autor determina o arquivamento do pedido; a

ausência do réu importa em revelia, além de confissão quanto à matéria de

fato (art. 7º).

Nela se lerá a petição e a defesa, realizando-se uma tentativa de

conciliação. Se não ocorrer, será colhido o depoimento pessoal das partes

independentemente de requerimento, e das testemunhas. Se for

determinada perícia, ouvir-se-ão os peritos. Depois, feitas as alegações

finais, nova tentativa de conciliação é realizada, sendo, em seguida,

proferida sentença.

V – Sentença

Se a ação for julgada procedente, o juiz fixará os alimentos, que serão

devidos desde a citação. Se a ação for julgada improcedente – quer por não

ter o autor necessidade de alimentos, quer por não ter o réu condições de

prestá-los –, os alimentos provisórios continuam sendo exigíveis, até o

julgamento do recurso extraordinário, e não são repetíveis, isto é, se

confirmada a sentença de improcedência, o réu, que pagou os provisórios,

não pode reclamar sua devolução.

Page 10: CGJ Vara e Família

VI – Recurso e coisa julgada:

Da sentença caberá apelação no efeito devolutivo (art. 14). A decisão

judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo

ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados

(art. 15).

Dabliopeandrade

Page 11: CGJ Vara e Família

02 - BENS DE AUSENTE (ART. 1.159/1.169)

Notícia do desaparecimento

Arrecadação dos bens e nomeação de curador

Publicação dos editais (por um ano, de 2 em 2 meses) chamando o ausente

Interresados ou Ministério Público requerem abertura de sucessão provisória

Citação dos herdeiros e do curador (pessoalmente) e dos ausentes (por editais) para oferecerem artigos de habilitação

Se não houver habilitações

Se o ausente ou seu representante

comparece, extingue-se o processo: se ocorre certeza da

morte, transforma-se em inventário ou em

herança jacente

Passado um ano da primeira publicação, sem comparecimento

do ausente

Com habilitação

Sentença de abertura de sucessão provisória

Audiência, se necessária

Publicação pela imprensa

Sem testamento ou se julgadas improcedentes as habilitações

Herança jacente

Abertura do testamento, se houver

Inventário e partilha

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Considera-se juridicamente ausente quem desaparece de seu domicílio, sem

deixar representante a quem caiba administrar-lhes os bens .

I- Pressupostos (art. 1159)

I – O desaparecimento da pessoa de seu domicílio;

II – A existência de bens do desaparecido;

III – A ausência de administrador para gerir esses bens.

II – Competência (art. 96 e 97)

A arrecadação dos bens do ausente é realizada no foro do seu último

domicílio (aquele em que desapareceu) – se o domicílio for incerto, fixará o

foro na localidade dos bens.

III – Fases e Procedimentos (art. 1160 e 1161)

I – Nomeação de curador ao ausente e arrecadação dos bens, bem como

edital de convocação do ausente para retomar a posse dos seus bens. (art.

1160 e 1.161)

II – Com o não comparecimento, procede-se a abertura da sucessão

provisória (art. 1.163 a 1.166)

III – O não comparecimento e a não comprovação de sua morte, destina-se

a conversão da sucessão provisória em definitiva (art. 1.167)

Observação:

Passados mais de 10 (dez) anos da sucessão definitiva, nenhum direito

mais poderá ser reclamado, pelo ausente, dos herdeiros beneficiados com a

partilha por presunção de morte.

Dabliopeandrade

Page 13: CGJ Vara e Família

03 - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (RITO DO ART.732/CPC)

Petição Inicial

Citação do Executado para pagar em 03 dias

O executado pagou?

Extinção da Execução

O Executado possui bens a serem penhorados?

O Exeqüente deverá pedir a suspensão da

Execução

O Executado apôs Embargos à Execução?

Os Embargos foram Julgados Procedentes?

Extinção da Execução

Avaliação dos Bens Penhorados

Praça ou Leilão

Arrematação

Extinção da Execução

Não

Sim

Não

Sim

Sim

Não

Page 14: CGJ Vara e Família

Execução de Alimentos – Art. 732 do CPC

Os alimentos podem ser devidos de pais para filhos, de filhos para pais que

não possuam ascendentes e entre cônjuges e companheiros.

A prestação alimentícia é fixada por sentença em ações próprias de

alimentos ou em separações judiciais e divórcios. Pode, ainda, ser

convencionada em acordo extrajudicial, devendo este ser homologado para

que possibilite sua eventual execução.

A execução deve estar acompanhada de cópia da sentença onde os

alimentos foram fixados. Se o requerente não possuir a cópia, deve-se

requerer desarquivamento dos autos cuja prestação alimentícia foi

estipulada, para viabilizar a extração da cópia da decisão.

I - Inicial

A execução pelo rito da penhora (art. 732/CPC) é destinada à cobrança das

prestações alimentícias pretéritas, a título de indenização. Os cálculos

deverão ser demonstrados em planilha anexa à inicial.

II - DISTRIBUIÇÃO

A petição deverá ser distribuída por dependência à ação onde os alimentos

foram estipulados. Portanto, a execução será processada na mesma Vara

que determinou a prestação alimentícia.

III - CITAÇÃO

O réu é citado para que efetue o pagamento da dívida em vinte e quatro

horas ou para que indique bens suscetíveis à penhora.

Se o executado quitar seu débito, extingue-se a obrigação e a execução,

nos termos do art. 794, I do CPC.

Page 15: CGJ Vara e Família

IV - EMBARGOS (ART. 738/CPC)

O executado poderá apresentar Embargos do Devedor, apresentando

justificativa ou quitação da dívida mediante recibos anexos. Se os embargos

forem julgados improcedentes, extingue-se a ação.

V - EXECUTADO NÃO PAGA

Se não pagar, não oferecer embargos ou estes forem julgados

improcedentes, os bens indicados à penhora serão avaliados e vendidos em

praça pública ou leilão.

VI - EXTINÇÃO

Depois da arrematação dos bens, extingue-se a ação.

dabliopeandrade

Page 16: CGJ Vara e Família

04 - HERANÇA JACENTE (Art. 1.142/1.158)

Notícia

Juiz acompanhado do escrivão e de um curador, que nomeará no ato (se possível), e de um depositário, que nomeará sob compromisso, procede à arrecadação. Se puder, far-se-á

acompanhar, também, do órgão do Ministério Público e de um representante da Fazenda Pública (que serão intimados)

Auto de arrecadação e entrega de bens ao depositário ou curador; auto de diligências outras, inclusive de inquirição de testemunhas

Eventualmente, ordena outras diligências, v.g., arrecadação de

bens em outra Comarca

Compromisso do curador

Expedição de editais Se ao ato comparecer o cônjuge, herdeiro ou testamenteiro (e não

havendo oposição do curador ou do representante da Fazenda Pública) suspende-se a arrecadação, que se

converterá em inventário

Credores habilitam-

se

Vista ao Ministério Público e à

Fazenda Pública

Comparecendo herdeiros, cônjuge ou testamenteiro

Ninguém se habilita

Vista ao Ministério Público e à Fazenda Pública

Converte-se em inventário

Julgadas improcedentes as habilitações

Se o finado é estrangeiro, ordem de ofício ao respectivo Consulado

Julgadas procedentes as

habilitações

Sentenças declarando a

herança vacante

Segue o procedimento

das habilitações de créditos

Eventual saldo: herança vacante

1.145 e 1.150

1.152, § 2º

1.153

1.145, §§ 1º e 2º; 1.147 e 1.148

Page 17: CGJ Vara e Família

NOTA

A herança jaz, enquanto não se apresentam herdeiros para reclamá-la, não

se sabendo se tais herdeiros existem ou não. Os bens são arrecadados, na

forma dos artigos. 1.145 e seguintes do CPC e entregues a um curador que,

por efeito da investidura judicial, adquire poderes de administrador (CPC,

art. 1.144), cabendo-lhe, v.g., cobrar do locatário os aluguéis relativos a

imóvel arrecadado. Decorrido um ano da data da publicação do edital a que

se refere o art. 1.152 do CPC, sem habilitação de herdeiro, a herança deixa

de ser jacente. Torna-se vacante (CPC, art. 1.157, Cód. Civil, art. 1.820). E,

decorridos cinco anos da data da abertura da sucessão, os bens

incorporam-se ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados

nas respectivas circunscrições, e no da União, quando situados em território

federal (Cód. Civil, art. 1.822).

O art. 1.152 do Código de Processo Civil dispõe que, "ultimada a

arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será estampado três (3)

vezes, com intervalo de trinta (30) dias para cada um, no órgão oficial e na

imprensa da comarca, para que venham habilitarem-se os sucessores do

finado, no prazo de seis (6) meses, contados da primeira publicação."

Todavia, do decurso desse prazo de seis meses não decorre a perda do

direito de habilitação. Somente após o decurso do prazo de um ano é que a

herança é declarada vacante (CPC, art. 1.157) e com o trânsito em julgado

dessa sentença é que caduca o direito de habilitação, como deflui do art.

1.158 do Código de Processo Civil. Depois, o herdeiro que não se habilitou

pode ainda reclamar a herança, por ação direta, como diz o art. 1.158 do

CPC (ação de petição de herança), até que se complete o qüinqüênio

determinante da incorporação dos bens ao domínio público (Cód. Civil, art.

1.822). Em síntese, a herança jacente é administrada por um curador

nomeado pelo juiz; a herança vacante é administrada pelo Poder Executivo,

até sua incorporação ao domínio público. Também se considera vacante a

herança, quando a ela renunciam todos os chamados a suceder (Cód. Civil, art.

1.823). dabliopeandrade

Page 18: CGJ Vara e Família

05 - INVENTÁRIO

Assinatura do Termo de Compromisso

Impugnação das Primeiras Declarações

Em havendo impugnações o Juiz

decidirá

Cálculo do Imposto

Requerimento de abertura

Citação

Primeiras Declarações

O Juiz julgará as impugnações de plano; sendo o caso, remeterá à

parte as vias ordinárias

Avaliação dos bens

Pode ser dispensada a avaliação

Termo de Últimas Declarações

O inventariante poderá emendar, aditar ou

complementar as primeiras declarações

Ministério Público

Manifestação das partes

Havendo Impugnação pelas partes ou Fazenda

Pública

Não havendo Impugnação pelas partes ou Fazenda

Autos Remetidos para o contador

Retificado o Cálculo, e, após, a manifestação das partes

Sentença

Page 19: CGJ Vara e Família

Procedimento do inventário.

1 - requerimento de abertura (Art. 983 do CPC);

2 - despacho do pedido inicial;

3 - assinar Termo de Compromisso de Inventariante (no prazo de 5

dias – Art. 990 parágrafo único do CPC);

4 - apresentar as Primeiras Declarações (20 dias – Art. 993 do CPC),

assinar o termo;

5 - citação dos interessados, inclusive da Fazenda Estadual, do MP

(se houver herdeiro incapaz ou ausente) e do testamenteiro (se o

finado deixar testamento) – Art. 999 do CPC;

6 - manifestação das partes (no prazo de 10 dias comuns – Art.

1.000 do CPC);

7 - em havendo impugnações às primeiras declarações:

a) Juiz acolhe;

b) manda retificar as declarações, eventualmente nomeia outro

inventariante e decide as disputas sobre a qualidade dos herdeiros;

c) Juiz desacolhe;

8 - vista à Fazenda Pública;

9 - Se existirem herdeiros incapazes ou se os herdeiros são capazes:

a) avaliação;

b) manifestação das partes;

c) em havendo impugnações, o juiz decide;

d) últimas declarações;

10 – ao cálculo;

11 - manifestação das partes;

12 - manifestação da Fazenda;

13 - se houver impugnações, o Juiz decide, revertendo ou não ao

cálculo;

14 - julgamento do cálculo;

Page 20: CGJ Vara e Família

15 – recurso ou pagamento dos impostos e juntada das certidões

negativas; eventualmente, pagamento das dívidas;

16 - se os herdeiros são maiores e capazes, e lhes convier, partilha

amigável, por instrumento público (reduzida a termo) por escrito

particular (homologação);

17 - prova de pagamento do imposto “causa mortis” e certidões

negativas de dívidas fiscais – art. 1026;

18 - formais de partilha ou certidões de pagamento do quinhão

hereditário (art. 1027, parágrafo único);

19 - partes formulam pedidos de quinhões;

20 - juiz delibera a partilha;

21 - ao partidor, para o esboço - art. 1023;

22 - manifestação das partes;

23 - auto de planilha e folhas de pagamento – art. 1024;

24 - sentença da partilha;

25 - formais de partilha ou certidões de pagamento do quinhão

hereditário (1027, parágrafo único)

I - INICIAL

O prazo para se requerer o inventário é de 60 dias, contados da data de

falecimento do autor da herança, ultimando-se em 12 meses. Se o prazo

não for obedecido, acarretará a imposição de multa por lei estadual (art.

983, CPC e Súmula 542 do STF).

II – NOMEAÇÃO E COMPROMISSO DO INVENTARIANTE

O espólio será representado após a nomeação e compromisso do

inventariante no processo (art. 12, V e 990 e ss. do CPC). No entanto, até a

nomeação deste, será nomeado um administrador provisório, até que o

inventariante preste compromisso. Intimado da nomeação, o inventariante

prestará, dentro de 05 dias, o compromisso de desempenhar o cargo.

Page 21: CGJ Vara e Família

III– PRIMEIRAS DECLARAÇÕES

O inventariante tem a obrigação de prestar as primeiras declarações

judicialmente, podendo fazer na pessoa de procurador com poderes

especiais. Elas deverão ser apresentadas pelo inventariante, no prazo de 20

dias, contados da data de seu compromisso (art. 993/CPC). Das Primeiras

Declarações, lavrar-se-á o termo, devidamente assinado pelo juiz, pelo

escrivão e pelo inventariante.

IV – CITAÇÃO DOS INTERESSADOS

Após as primeiras declarações, o juiz mandará citar: o cônjuge ou

companheiro, os legatários, a Fazenda Pública, o Ministério Público – se

houver testamento ou herdeiro incapaz – e o testamenteiro, se houver

testamento (art. 999/CPC).

V– IMPUGNAÇÃO ÀS PRIMEIRAS DECLARAÇÕES

As partes poderão impugnar as primeiras declarações, no prazo de 10 dias,

podendo ser alegado (art. 1.000, caput/CPC):

a) erros e omissões;

b) inconformidade com a nomeação do inventariante;

c) inconformidade com a qualidade de quem foi incluído como herdeiro.

Se o juiz acolher a impugnação (art. 1.000, parágrafo único):

• de erro ou de omissão: mandará o inventariante retificá-las.

• inconformidade com a nomeação do inventariante: nomeará outro,

obedecendo a ordem estabelecida no art. 990 do CPC.

• inconformidade com a qualidade de quem foi incluído como herdeiro:

remeterá as partes às vias ordinárias para dirimirem a questão,

sobrestando, até o julgamento da mesma, o quinhão que couber ao

herdeiro admitido.

Pode ser que terceiro venha aos autos pleitear a sua admissão no inventário

como herdeiro. O interessado deverá manifestar-se antes da partilha. O juiz

ouvirá as partes, no prazo de 10 dias, e decidirá a respeito. Caso não acolha

seu pedido, remeterá o requerente às vias ordinárias, resguardando seu

Page 22: CGJ Vara e Família

quinhão até a decisão da lide (art. 1001/CPC). O excluído terá o prazo de

30 dias para ingressar com ação de petição de herança, sob pena de perder

sua eventual parte da herança.

VI – AVALIAÇÃO DOS BENS DO ESPÓLIO

Será feita pelo avaliador oficial ou perito nomeado pelo juiz (art. 1003/CP).

No entanto, poderá ser dispensado o especialista, nos seguintes casos:

a) se todas as partes forem capazes e a Fazenda Pública concordar com

o valor atribuído aos bens do espólio nas primeiras declarações (art.

1007);

b) se todos os herdeiros concordarem com o valor dos bens declarado

pela Fazenda Pública (art. 1008);

c) se houver avaliação recente em outro processo;

d) se o cálculo do tributo causa mortis incidente sobre bens imóveis

tenha sido realizado com base nos valores venais.

VII– IMPUGNAÇÃO DO LAUDO DE AVALIAÇÃO DOS BENS

O laudo poderá ser impugnado pelas partes no prazo de 10 dias, contados

da data de sua entrega, devendo o juiz julgar de plano. Se acolher a

impugnação, mandará ao perito para sua retificação ou repetição (arts.

1009 e 1010/CPC).

VIII – ÚLTIMAS DECLARAÇÕES

Aceito o laudo pelas partes ou decididas as impugnações, será lavrado o

termo de últimas declarações, podendo o inventariante emendar, aditar ou

completar as primeiras (art. 1011).

As partes serão ouvidas no prazo de 10 dias; não havendo impugnação,

proceder-se-á ao cálculo do imposto, que poderá ser impugnado pelas

partes no período de 05 dias.

Page 23: CGJ Vara e Família

Acolhida a impugnação pelo juiz, remeterá os autos ao contador,

determinando as alterações que deva fazer e, após, julgará o cálculo do

imposto (art. 1012 e 1013/CPC).

Observação:

Da sobrepartilha.

É a partilha de bens do espólio que, por algum motivo justificado, não

foram incluídos em inventário (ou arrolamento) já concluído:

Art. 1.040. Ficam sujeitos à sobrepartilha os bens:

I - sonegados;

II - da herança que se descobrirem depois da partilha;

III - litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;

IV - situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o

inventário.

Parágrafo único. Os bens mencionados nos nºs. III e IV deste artigo serão

reservados à sobrepartilha, sob a guarda e administração do mesmo ou de

diverso inventariante, a aprazimento da maioria dos herdeiros.

Art. 1.041. Observar-se-á na sobrepartilha dos bens o processo de

inventário e partilha.

Parágrafo único. A sobrepartilha correrá nos autos do inventário do autor da

herança.

Inventário negativo.

Adotado, embora sem previsão legal, quando necessário, em casos como o

de viúvo que deseje contrair novas núpcias (Cód. Civil, art. 1.523, I), ou de

herdeiro que receie responsabilidade além das forças da herança (Cód. Civil,

art. 1.792).

Page 24: CGJ Vara e Família

06 - INCIDENTE DE REMOÇÃO DE TUTOR

OU CURADOR - (ART. 1.194/1.198) NOTAS:

-Têm legitimidade para requerem a remoção: o órgão do ministério público ou quem

tenha legítimo interesse (art. 1.194).

-Em caso de extrema gravidade, poderá o Juiz suspender do exercício de suas funções o

tutor ou o curador, nomeando-lhe inteiramente substituto (art. 1.197).

Petição inicial

Contesta

Não contesta

Audiência, se necessária

Sentença

5 dias

803, par. único

5 dias

803

1.194

Page 25: CGJ Vara e Família

07 - LEVANTAMENTO DE INTERDIÇÃO (ART. 1.186, §§ 1º E 2º CPC).

NOTA:

-Em apenso aos autos de interdição (art. 1.186 § 1º).

Petição inicial

Sentença

Manifestação do Ministério Público

Compromissos e laudos

Interdito indica assistente técnico e formula quesitos

Juiz nomeia perito, manda intimar o Ministério Público para acompanhar

Audiência

1.186, § 2º

Publicação pela imprensa

Averbação no registro civil

1.186, § 1º

Page 26: CGJ Vara e Família

08 - CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS ART. 888, inc. VI do CPC, Art. 223 do CC e Art. 7º, 1º da Lei

6.515/77.

Petição Inicial

Conclusão

Mandado de citação e/ou afastamento (prazo de 5 dias) e alvará de separação de corpos

Sem contestação

Contestação

Audiência de Conciliação

Vista ao MP

Réplica

Acordo

Réplica

Vista ao MP

Sentença

Audiência de Conciliação, instrução e julgamento

Sentença

Contestação

Page 27: CGJ Vara e Família

NOTA:

A separação de corpos é uma providência preventiva ou preparatória

prevista preliminar ou concomitante ao processo de separação, e

procedimento de afastamento de um dos cônjuges do lar, ambas as

situações pleiteadas na forma cautelar.

ESPÉCIES:

Requerida por ambos os cônjuges, já separados de fato.

Requerida pelo autor para ele sair de casa.

Requerida pelo autor para retirada do réu do lar conjugal.

As duas primeiras modalidades requerem apenas a prova de casamento,

não havendo necessidade de alegar qualquer causa ou motivo. A última

hipótese leva em consideração a possibilidade de risco físico na manutenção

da vida conjugal, a ocorrência de risco irreversível.

Os Art. 1.562 do Código Civil e 7º, § 1º da Lei nº 6.515, detêm-se mais na

separação de corpos, enquanto o art. 888, inc. VI, do CPC cuida do

afastamento do cônjuge do lar.

Pode o Juiz conceder a liminar ou designar a audiência de justificação: o

autor e as testemunhas são ouvidos para se comprovar a necessidade da

liminar. Como a medida é cautelar, o agendamento da audiência é rápido.

O Réu pode contestar em 5 dias.

È preferível ter o Boletim de Ocorrência para comprovar as agressões

físicas.

O Autor tem 30 dias para entrar com a ação principal (separação litigiosa).

O cumprimento dos mandados judiciais, expedidos nos processos de Medidas

Cautelares, é dotado de força especial, posto que o Oficial de Justiça não

poderá vacilar, sob pena de causar grave transtorno à expectativa de solução

Page 28: CGJ Vara e Família

temporária imediata procurada pelo Autor. Uma vez deferida a Medida, a

responsabilidade e a celeridade do oficial é fator decisivo na sua eficácia, por

isso, este deverá cumprir o mandado expedido pelo Juiz, ainda que tenha de

recorrer ao arrombamento ou à solicitação de apoio policial (art. 842 e 843 do

CPC).

Dabliopeandrade

Page 29: CGJ Vara e Família

09 - PROCEDIMENTO SEPARAÇÃO/DIVÓRCIO/DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE E RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL

10 dias 10 dias

Petição inicial – art. 282 do CPC

Juiz indefere – art. 295, I a IV do CPC

Para emendar a inicial ou completar a inicial (10 dias) –

art. 284,CPC Apelação – prazo de 48 horas – Art. 296, CPC

Juiz não reconsidera Juiz reconsidera

Autos remetidos ao Tribunal – art. 296, §

único do CPC

Exceção – Art. 297 e 304 do CPC

Processamento em apenso – art. 299 do

CPC

Sem contestação

Contestação – 15 dias

Reconvenção – art. 315 do CPC

Contestação à reconvenção – 15 dias.

Art. 316 do CPC

Julgamento antecipado art. 330, I e II do CPC

Sentença de extinção do processo – arts. 267 a 269,

II a V

Audiência de conciliação – art. 331

do CPC

Saneador

Conciliação positiva

Homologação por sentença

Audiência de instrução e julgamento

Sentença

Page 30: CGJ Vara e Família

Separação Judicial Litigiosa - A separação litigiosa ocorre quando não houver consenso entre os cônjuges, é necessário que seja apresentada uma razão jurídica para a separação. Isso implica que haja um causador, ou culpado, pela separação.

Quando a separação for pedida por apenas um dos cônjuges, portanto litigiosa, há de ser observado o que dispõe o art. 100, I, do CPC.

A Separação litigiosa se dá por sentença do Juiz. A sentença é constitutiva,

porque altera a situação jurídica anterior, ou seja, dissolve a sociedade

conjugal.

O recurso contra a sentença que decreta a separação é recebido sempre

com suspensividade, os efeitos respectivos só estarão operando a partir do

trânsito em julgado.

Diferentemente da separação consensual, os conjugues não precisam

aguardar um ano para realização desse procedimento.

Na audiência de conciliação, quando não houver acordo, o juiz fixará os

pontos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes,

determinando as provas a serem produzidas, designando audiência de

instrução e julgamento, se necessário.

Page 31: CGJ Vara e Família

Divórcio - A Lei 6.515/77 estabelece que, para requerer o Divórcio Direto,

basta que o interessado prove a separação de fato, ou seja, que o casal não

mais compartilha o mesmo teto e não mais conviva maritalmente, por um

período de tempo igual ou superior a dois anos, ininterruptos.

Havendo litígio, o processo correrá pelo procedimento ordinário; isto quer

dizer: tudo será discutido, cada parte poderá produzir as provas que julgar

conveniente e as testemunhas poderão ser ouvidas para que o juiz venha

estabelecer se há culpa; e, se houver, a qual dos cônjuges deverá ser

imputada, Art. 40, I, II, III, IV § 3º.

Qualquer dos cônjuges separados judicialmente, há mais de um ano,

poderá, individualmente, postular em juízo a conversão da Separação em

Divórcio, art. 35, parágrafo único da Lei 6.515/77.

Quando o Divórcio for requerido na mesma comarca onde tenha ocorrido a

Separação, o processo será apensado ao da Separação.

Os processos de separação e de divórcio também tramitam sob segredo de

justiça, portanto, será lógico que este sigilo deva permanecer quando da

averbação do divórcio no Cartório do Registro Civil.

Na hipótese da Conversão do Divórcio ser requerida por um só dos

Cônjuges, o outro será citado para que possa oferecer contestação. A

contestação, entretanto, não poderá discorrer sobre os fatos do passado

que possam ter dado origem à separação, mas, exclusivamente, sobre

algumas poucas situações que o legislador relacionou na norma.

Quando não houver contestação, o Divórcio-Conversão será deferido, sem

audiência e sem qualquer formalidade maior, embora a lei fixe o prazo de

10 dias. É sempre oportuno lembrar que os prazos podem ser maiores,

dependendo da quantidade de serviços da comarca.

O Divórcio Direto também pode ser consensual ou litigioso, todavia, os

requisitos devem atender a um prazo de dois anos de separação de fato,

Page 32: CGJ Vara e Família

além dos demais requisitos previstos para a Separação Judicial, tanto

consensual quanto litigiosa.

O Juiz não decretará o divórcio se não houver ainda sentença definitiva da

separação judicial, mesmo que a demanda da separação já tenha

ultrapassado os dois anos que a lei exige de separação de fato. O Juiz

também não decretará o divórcio se a separação tiver sido decretada, mas

ainda pender decisão sobre a partilha de bens.

O divórcio somente produzirá efeitos jurídicos a partir do seu registro no

Cartório do Registro Público competente.

Quando houver sentença de Separação sem a partilha de bens, a

homologação do Divórcio, quando consensual, ou a sentença do divórcio,

quando litigioso, obrigatoriamente, disporá sobre ela.

Reconhecimento de União Estável - As matérias concernentes à união

estável foram regulamentadas com maior ênfase pela Constituição Federal,

em seu art. 226, § 3°, reconhecendo-a como entidade familiar. Seguindo,

foi editada a Lei n. 8.971 em 29/12/94, com objetivo de regular o direito

dos companheiros a alimentos e à sucessão.

Existirá união estável quando houver associação de homem e mulher,

ambos livres e desimpedidos, para o fim de constituir família, convivendo,

como se casados fossem, por um lapso temporal juridicamente razoável,

ininterrupto e não clandestino, gerando entre eles direitos e deveres de

respeito e consideração mútuos; assistência moral e material recíproca;

guarda, sustento e educação dos filhos comuns.

Esta mesma união poderá, a qualquer tempo, ser desfeita, seja pela

vontade de ambos os companheiros, seja pela pré-disposição unilateral

quando o outro descumprir seus deveres da convivência, seja, enfim, pela

superveniência do evento morte.

Page 33: CGJ Vara e Família

Em regra, a ação seguirá o rito ordinário, pois no pedido inicial deve constar

o pedido de reconhecimento de união estável para (?). A cumulação de

pedidos aqui é daquelas que, só se conhecerá do subseqüente, se proceder

o antecedente. Se houver provas bastantes e pré-constituídas da união,

pode-se valer do procedimento sumário, inclusive pedindo os alimentos

provisórios.

O artigo 8° da Lei n. 9.278/96 dispunha que os companheiros poderiam

requerer a conversão da união estável em casamento, a qualquer tempo, e

desde que estivessem de comum acordo, mediante requerimento ao Oficial

do Registro Civil. O Código Civil de 2002, no art. 1.726, acrescenta que

deve ser pedido ao juiz, além de assento no Registro Civil.

A união estável poderá converter-se em casamento, mediante requerimento

de ambos os companheiros ao Oficial do Registro Civil de seu domicílio,

processo de habilitação com manifestação favorável do Ministério Público

respectivo assento.

Dissolução de Sociedade - A convivência pode ser dissolvida por acordo

entre as partes, o que não é necessário de forma escrita, mas caso seja,

podem pedir homologação judicial, até mesmo quando estipular obrigação

alimentar; ou por decisão judicial.

Inexistindo acordo, pode qualquer das partes ajuizar ação ordinária de

dissolução da união estável, ficando imposto ao juiz decidir sobre guarda

dos filhos, alimentos, divisão de bens comuns, dentre outras questões

controvertidas.

A dissolução traz duas conseqüências: a necessidade de dividir o patrimônio

conquistado nesse período e o pagamento de pensão ao companheiro

necessitado (assim considerado aquele que não tem condições financeiras

de se sustentar).

A divisão do patrimônio, também conhecido como partilha de bens, decorre

do Código Civil que estabeleceu no caso de os companheiros não terem

Page 34: CGJ Vara e Família

estipulado contratualmente um regime de bens diferente, para eles será

considerado o regime da comunhão parcial de bens, no qual os bens de

cada companheiro adquiridos antes do relacionamento pertencem

exclusivamente a ele, mas os bens adquiridos após o relacionamento

pertencerão a ambos, com exceção das doações e heranças.

dabliopeandrade

Page 35: CGJ Vara e Família

10 - AÇÃO REVISIONAL E EXONERATÓRIA DE ALIMENTOS

Lei 5.478 de 25.07.1968 art. 15 e art. 1.606 do CC.

Petição inicial

Conclusão

Citação via correio, intimação do autor, nota de expediente e intimação do MP

Audiência de conciliação

Acordo

Sem acordo

Contestação

Réplica

Vista ao MP

Audiência de conciliação (Art. 331 do CPC)

Baixa

Diligências

Baixa

Audiência de conciliação, instrução e julgamento

Page 36: CGJ Vara e Família

NOTA:

Conceito – É o meio judicial adequado para se obter alteração do valor da

pensão alimentícia previamente arbitrado por decisão judicial.

Está sujeita às leis gerais do processo judicial contencioso, segundo o rito

comum, com o fim específico de redução, majoração ou extinção da

obrigação alimentar.

Distinção - Ação Revisional e exoneratória - juridicamente, revisão é a

modificação de regra, cláusula ou condições que devem ser atendidas ou

acomodadas a certas exigências legais, como por exemplo, a revisão de um

contrato, ou a modificação de cláusula de alimentos estabelecida na

separação consensual. Já o termo exoneração constitui o fato de

desobrigar-se alguém de um ônus.

dabliopeandrade

Page 37: CGJ Vara e Família

11 - ARROLAMENTO

Sumário Comum

Petição Inicial

Petição Inicial

Nomeação de Inventariante

Nomeação de Inventariante

Apresentação da partilha amigável ou

pedido de adjudicação dos bens

Primeiras Declarações

Homologação da partilha ou adjudicação

Expedição do formal de partilha ou carta de

adjudicação

Citação dos Interessados

Manifestação sobre as primeiras declarações

Sentença

Expedição do formal de partilha ou carta de

adjudicação

Page 38: CGJ Vara e Família

Procedimento do arrolamento sumário (art. 1.032 a 1.035, CPC) e do

arrolamento comum (art. 1.036, CPC). O arrolamento é um procedimento

simplificado do inventário e partilha.

O arrolamento é um procedimento simplificado do inventário e partilha. É

admissível nos seguintes casos: ·

a) os herdeiros optam pela partilha amigável - ARROLAMENTO SUMÁRIO;

b) o valor dos bens do espólio é igual ou inferior a 2.000 OTNs (Obrigações

do Tesouro Nacional) – ARROLAMENTO COMUM.

PROCEDIMENTO DO ARROLAMENTO SUMÁRIO (art. 1.032 a

1.035/CPC)

O ARROLAMENTO SUMÁRIO é previsto nos artigos 1.031 ao 1.035, do

CPC, e possibilita a partilha amigável, desde que as partes sejam maiores e

capazes, nos termos do artigo 1.773 do Código Civil, e será homologado de

plano pelo juiz, mediante a prova da quitação dos tributos relativos aos

bens do espólio e às suas rendas, conforme a previsão do artigo 1.031. O

procedimento a ser seguido é o previsto nos artigos 1.032 ao 1.035, do

Código de Processo Civil.

O ARROLAMENTO COMUM é cabível, mesmo quando existam herdeiros

menores e incapazes, desde que o valor dos bens do espólio não ultrapasse

o equivalente a 2.000 Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN-

, e será processado conforme os artigos 1.036 a 1.038 do CPC.

I – INICIAL

Os herdeiros apresentarão a inicial instruída com certidão de óbito e do comprovante de

recolhimento das custas.

Page 39: CGJ Vara e Família

II – NOMEAÇÃO DO INVENTARIANTE

Os próprios herdeiros indicarão o inventariante, que estará dispensado de prestar

compromisso. A Fazenda Pública e o Ministério Público serão cientificados.

II– PARTILHA OU ADJUDICAÇÃO DOS BENS

Após a nomeação do inventariante, será apresentada a partilha amigável ou o pedido de

adjudicação dos bens quando houver um único herdeiro.

IV– Homologação da Partilha ou da Adjudicação

Provada a quitação dos tributos, deverá o juiz homologar a partilha ou a

adjudicação, mandando expedir-se o formal ou a carta e, em seguida, o

arquivamento dos autos.

PROCEDIMENTO DO ARROLAMENTO COMUM (art. 1036/CPC)

I– INICIAL

A petição inicial deverá preencher os requisitos do art. 993 do Código de Processo Civil

e instruída com a certidão de óbito e comprovante de recolhimento das custas.

II – NOMEAÇÃO DO INVENTARIANTE

O inventariante será nomeado dentre as pessoas indicadas no art. 990 do CPC,

dispensado o compromisso.

III– PRIMEIRAS DECLARAÇÕES

O inventariante apresentará suas declarações no prazo de 20 dias, contados da

nomeação. As primeiras declarações versarão sobre o valor dos bens do espólio, o plano

de partilha e, se houver, inclusão de herdeiro.

Page 40: CGJ Vara e Família

IV – CITAÇÃO DOS INTERESSADOS

Os interessados serão citados e o Ministério Público e a Fazenda Pública intimados para

se manifestarem sobre as declarações.

V – MANIFESTAÇÃO SOBRE AS PRIMEIRAS DECLARAÇÕES

Impugnada a estimativa do valor dos bens do espólio, deverá o juiz nomear

avaliador para que apresente laudo, no prazo de 10 dias. Se na impugnação

das primeiras declarações as partes apresentarem questões de alta

indignação, o juiz remeterá os interessados às vias ordinárias (Ex.:

impugnação do plano de partilha, pagamento de dívidas, inclusão de

herdeiros).

VI – SENTENÇA

Provada a quitação dos tributos, deverá o juiz proferir sentença, julgando a partilha ou a

adjudicação e determinará, após trânsito em julgado, a expedição do formal de partilha

ou da carta de adjudicação; arquivando-se em seguida os autos.

Dabliopeandrade

Page 41: CGJ Vara e Família

12 - EMANCIPAÇÃO/SUPRIMENTO DE IDADE

Emancipação concede ao menor a aquisição da plena capacidade jurídica

antes da idade legal, tornando possível ao emancipado exercer atos civis.

A maioridade pode cessar antes, por emancipação, tendo o menor dezesseis

anos completos (Cód. Civil, art. 5º, parágrafo único, I), extinguindo-se o

poder familiar (Cód. Civil, art. 1.635, II).

Petição Inicial

Citação

Resposta

Manifestação do Ministério Público e da

Fazenda Pública, quando for o caso

Sentença

Recurso

Audiência, se necessária

1.104

10 dias

1.106

1.108

1.10710 dias

1.110

Page 42: CGJ Vara e Família

A emancipação dos menores sob pátrio poder pode ser concedida pelos

pais, conjuntamente, ou por um deles na falta do outro, por instrumento

público, independentemente de qualquer ato judicial.

Depende de sentença, proferida em procedimento de jurisdição voluntária,

a emancipação de menores sob tutela (Cód. Civil, art. 5º, parágrafo único,

I). O requerimento é formulado pelo próprio menor, representado por

advogado ou pelo curador de menores, em face de seu tutor, que deve ser

citado, podendo impugnar o pedido e produzir prova de suas alegações. A

resistência do tutor determina a existência de controvérsia, mas não de

lide, porque, em abstrato, supõe-se devida, ela própria, à intenção do tutor

de atender ao interesse do menor, que unicamente deve ser levado em

consideração.

A competência é do foro do domicílio do tutor .

A emancipação, quer por instrumento público, quer por sentença, deve ser

registrada no Registro Civil das Pessoas Naturais (Cód. Civil, art. 9º, II; Lei

6.015/73, art. 29).

Suprimento de Idade

São atos de jurisdição voluntária o suprimento judicial de idade para o

casamento; a outorga judicial de consentimento para idêntico fim: o

afastamento de menor autorizado a contrair casamento contra a vontade

dos pais.

a) Suprimento de idade para o casamento.

Não podem casar os menores de 16 anos (Cód. Civil, art. 1.517). Contudo,

a mulher menor de 16 anos, vítima de estupro ou sedução, pode casar com

o ofensor, em caso de gravidez, ou para evitar que se lhe imponha pena

criminal (Cód. Civil, art. 1.520). Para isso, será necessário obter-se o

suprimento judicial de idade.

b) Outorga judicial de consentimento para o casamento.

Page 43: CGJ Vara e Família

Não podem casar os sujeitos ao poder familiar, tutela ou curatela, sem o

consentimento, respectivamente, de ambos os pais, do tutor ou do curador,

os quais podem revogar sua autorização até a celebração do casamento

(Cód. Civil, arts. 1.517 e 1.518). Mas o juiz pode suprir a denegação do

consentimento, quando injusta (Cód. Civil, art. 1.519).

O pedido é formulado pelo próprio menor, representado por advogado ou

pelo curador de menores.

c) Afastamento de menor autorizado a contrair matrimônio.

O pedido de outorga judicial de consentimento para matrimônio pode ser

cumulado com o de afastamento do menor. Nada impede, porém, que seja

formulado após a autorização judicial.

Não se realizando o casamento, torna-se ineficaz a autorização do juiz

concedida para afastamento de seu representante legal, tornando-se, a

partir daí, ilegítima a permanência fora do lar.

dabliopeandrade

Page 44: CGJ Vara e Família

13 - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (RITO DO ART. 733/CPC)

Petição Inicial

Citação do Executado

O executado pagou?

Extinção do feito

O Executado justificou? Decretação da Prisão do Executado

Audiência de Conciliação, se

necessário

Houve acordo?

Extinção da ação

Prisão Civil do Executado

O Executado pagou?

Extinção da ação

Não

Sim

Não

Sim

Sim

Não

Sim

Page 45: CGJ Vara e Família

Execução de Alimentos – Art. 733 do CPC

O fundamento da execução dos alimentos está prevista tanto no Código de Processo Civil (arts. 732 a 735) como na Lei de Alimentos (Lei 5.478/68, art. 16 a 19).

Os alimentos podem ser devidos de pais para filhos, de filhos para pais que

não possuam ascendentes e entre cônjuges e companheiros.

A prestação alimentícia é fixada por sentença em ações próprias de

alimentos ou em separações judiciais e divórcios. Pode, ainda, ser

convencionada em acordo extrajudicial, devendo este ser homologado para

que possibilite sua eventual execução.

A execução deve estar acompanhada de cópia da sentença onde os

alimentos foram fixados. Se o requerente não possuir a cópia, deve-se

requerer desarquivamento dos autos cuja prestação alimentícia foi

estipulada, para viabilizar a extração da cópia da decisão.

I - INICIAL

Por se tratar de execução de alimentos pelo rito da prisão civil (art.

733/CPC), deve-se executar apenas os três últimos meses de prestação

alimentícia em atraso, fazendo-se uma planilha demonstrativa da dívida,

especificando os juros de mora e a correção monetária.

II - DISTRIBUIÇÃO

A petição deverá ser distribuída por dependência à ação onde os alimentos

foram estipulados. Portanto, a execução será processada na mesma Vara

que determinou a prestação alimentícia.

III- CITAÇÃO

O réu é citado para que efetue o pagamento da dívida em três dias. No

Page 46: CGJ Vara e Família

entanto, o executado pode pagar, apresentar sua justificativa de não

pagamento ou proposta de parcelamento da dívida.

Se o executado quitar seu débito, extingue-se a obrigação e a execução,

nos termos do art. 794, I do CPC.

IV - IMPUGNAÇÃO À JUSTIFICATIVA

O autor deverá apresentar a Impugnação à Justificativa, sendo o caso,

dizendo que não concorda com a proposta de parcelamento e reiterando o

pedido de pagamento sob pena de prisão.

V- ACORDO

Havendo acordo entre as partes, extingue-se o processo nos termos do art.

794, II do CPC.

VI - SEM ACORDO

Não havendo acordo e o juiz julgando procedente o pedido, a prisão civil do

executado é decretada. O réu permanece preso até que quite a dívida ou,

então, até que cumpra a pena.

VII - EXTINÇÃO

Se o executado cumprir a pena sem saldar a dívida, a execução passará a

ser processada pelo rito da penhora (art. 732/CPC).

dabliopeandrade

Page 47: CGJ Vara e Família

14 - CURATELA DE INTERDITOS

Petição Inicial – art. 1.180

Citação do Requerido

Audiência de Interrogatório

Assinatura do termo de compromisso

Impugnação – 05 dias

Perícia (O laudo do Médico do INSS e o interrogatório podem substituir a perícia para que o Juiz decrete a

interdição)

Audiência de Instrução e Julgamento

Decretou a Interdição na Sentença?

Editais pela Imprensa Art. 1184

Registro da interdição no Registro de pessoas

naturais

Extingue o Processo

Nomeia Curador para o Interditando

Sim Não

Page 48: CGJ Vara e Família

I - Interdição – É um ato judicial pelo qual se declara a

incapacidade de determinada pessoa natural, maior, de praticar

certos atos da vida civil. Está regulada nos artigos 1.768 a 1.778 do

Novo Código Civil (Lei n.º 10.406/02). A interdição é prevista no art.

1.767 do CC e o seu procedimento nos art. 1.177 do CPC.

II - Curatela: é o encargo público que a lei comete a alguém para reger,

defender e administrar os bens de uma pessoa maior que, por si só, não

está em condições de fazê-lo, em razão de enfermidade física ou mental.

(DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. V.1 , p. 973) art. 1767 do CC.

Conceito, natureza jurídica, legitimidade ativa e passiva, competência,

petição inicial, procedimento e sentença, levantamento da interdição,

investidura e remoção do curador.

III- Conceito

O Código Civil estabelece em seu art. 1.767 que estão sujeitos à curatela

aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o

necessário discernimento para os atos da vida civil; aqueles que, por outra

causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os deficientes

mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem

completo desenvolvimento mental; os pródigos (aqueles que gastam muito

dinheiro).

IV - Natureza Jurídica

É um procedimento de jurisdição voluntária no qual o juiz não julga para

sentenciar o interesse em conflito, mas sim, um único interesse, ou seja, o

do interdito.

Assim sendo, não se destina o juiz a formar coisa julgada entre as partes,

mas sim, uma eficácia erga omnes (abrange todos).

Page 49: CGJ Vara e Família

V- Legitimação

Poderá ser interditado, constituindo o pólo do legitimado passivo, o maior

de 18 anos, ou o menor entre 16 e 18 anos (relativamente incapaz), uma

vez que este já pode praticar atos jurídicos.

Reconhece o art. 1.777 do CPC, que podem requerer a interdição, ou seja,

constituem os legitimados ativos:

• pai, mãe ou tutor;

• cônjuge ou algum parente próximo;

• órgão do Ministério Público.

Com exceção do último, não há grau de preferência na enunciação dos

legitimados.

Importante observar que:

- O tutor só poderá requerer a interdição do órfão de mais de 16 anos

ou do tutelado que atinja os 18 anos;

- O cônjuge, independentemente do regime de bens instituído e da

condição de separado, poderá requerer a interdição, não podendo

entretanto, figurar como curador. Se houver a separação judicial ou

divórcio, desaparecerá o interesse.

- Parente próximo deverá enquadrar-se entre os sucessíveis será

somente os sucessíveis;

- O próprio incapaz pode tomar a iniciativa da interdição, se nenhum dos

legitimados a fazer, o fizer. Ao instaurar o processo, o MP será

convocado para interferir, nomeando curador ao requerente;

- O Ministério Público poderá requerer a interdição de qualquer incapaz

por anomalia psíquica, desde que haja a inércia dos familiares.

Segundo o art. 1.182, § 1°, do CPC, quando a interdição é requerida por

familiar, a posição do Ministério Público é a de defensor do legitimado

Page 50: CGJ Vara e Família

passivo. Quando, no entanto, o próprio MP requer a interdição, será

nomeado curador especial para o interditando.

VI - Competência

Não há regra expressa no CPC, mas deve prevalecer o foro do domicílio do

interditando, conforme a regra geral do art. 94 do CPC.

Essa competência, entretanto, é relativa, e poderá ser prorrogada, se não

houver exceção de incompetência em tempo hábil.

VII- Petição Inicial

Deverá ser subscrita por advogado e instruída com a prova de que o

requerente se acha legitimado a promover a interdição, como por exemplo:

a certidão de casamento, de nascimento, etc.

Nos fundamentos, serão elencados os fatos que revelam a anomalia do

interditando e que recomendem a sua incapacitação. Também seria

importante juntar atestado médico, para evitar procedimento sem

fundamento.

VIII - Procedimento

Será citado o interditando assim que despachada a inicial. A citação deverá

ser pessoal e o processo começará por audiência de interrogatório do

promovido, para que o juiz tenha um contato pessoal com o interditando e

venha a conhecer ao menos sua aparência e reações exteriores. Esse

interrogatório poderá se proceder na própria casa do interditando ou no

hospital onde se ache internado.

O interrogatório será reduzido a auto e fará parte importante do

procedimento, devendo-se entender que a ausência deste não acarreta a

nulidade do processo, uma vez que a perícia forneça dados preciosos sobre

a sua alienação mental.

Page 51: CGJ Vara e Família

O prazo de impugnação ao pedido é de 5 dias, a contar do interrogatório,

conforme o art. 1.182 do CPC.

A impugnação poderá ser feita:

• pelo órgão do MP;

• por advogado constituído pelo interditando;

• por curador à lide;

• por advogado constituído por parentes sucessíveis.

Após o decurso do prazo para impugnação ou após a própria, será realizada

a perícia médica na pessoa do interditando. O exame psiquiátrico é

essencial e sua omissão caracterizará a nulidade do processo.

Após o laudo da perícia médica, será designada a audiência de instrução e

julgamento, para esclarecimentos do perito, ouvida de depoimentos

pessoais e testemunhas.

Não é obrigatória a realização dessa audiência. Se os interessados não

acharem necessário o esclarecimento sobre o laudo e não requererem

testemunhas, o juiz poderá julgar a causa com base na perícia.

IX - Sentença

Segundo o art. 1.775 do CC, decretada a interdição, o juiz nomeará, na

sentença, o curador do incapaz. Os efeitos da sentença são imediatos,

mesmo que haja a interposição de apelação, como estabelece o art. 1.184

do CPC. A apelação é recebida sem efeito suspensivo.

Sendo esses efeitos:

• nomeação do curador e assunção da curatela;

• inscrição da sentença no Registro Civil;

• publicação de editais (um no jornal local e três no órgão oficial).

Page 52: CGJ Vara e Família

Poderá decretar o juiz, ao acolher o pedido, a interdição total ou parcial do

promovido. A publicação não dispensa a intimação normal dos que

participaram do procedimento.

A partir da sentença, o interdito só poderá praticar atos jurídicos por

intermédio de seu curador; e os atos praticados sem a representação deste

serão nulos. A sentença não tem efeito retroativo, e, por assim ser, apenas

anula os atos praticados antes da interdição e não os torna nulo.

X - Levantamento da Interdição

Conforme o art. 1.186, § 1°, do CPC, cessada a causa da interdição, o

próprio interdito poderá requerer seu levantamento. Este requerimento será

autuado em apenso aos autos da interdição e deverão ser ouvidos o MP e o

curador. São necessários, também, o exame pessoal pelo juiz, em

interrogatório, e a perícia médica.

Será realizada a audiência de instrução e julgamento apenas se houver

necessidade.

De acordo com o art. 1.186, § 2°, do CPC, a sentença que acolhe o pedido

de levantamento de interdição é constitutivo, já que desconstitui o efeito da

sentença anterior e seus efeitos não são imediatos, pois dependem de

trânsito em julgado.

XI - Investidura dos curadores

Deve o curador prestar o compromisso de bem e fielmente exercer o

encargo e, antes de entrar em exercício, como estabelece o art. 1.188 do

CPC, deverá especializar imóveis sobre os quais recairá a hipoteca legal que

assegurará sua gestão.

Segundo o art. 1.189 do CPC, enquanto não especializada a hipoteca,

incumbirá ao Ministério Público reger a pessoa do incapaz e administrar-lhes

os bens.

Page 53: CGJ Vara e Família

Poderá ser dispensada essa hipoteca pelo juiz, quando o curador for de

reconhecida idoneidade (art. 1.190 do CPC).

XII – Remoção de Curador

Pode ser movida a ação de remoção do curador pelo Ministério Público ou

por quem tenha o legítimo interesse. Essa ação pode ser promovida em

procedimento, com contraditório, segundo o rito das ações cautelares (art.

1.195 e 1.196 do CPC).

Após a contestação e a instrução, o juiz decidirá sobre a remoção. Se

decidir procedente o pedido, deverá nomear o substituto para exercer a

curatela.

Art. 1197 do CPC: "Em caso de extrema gravidade, poderá o juiz suspender

do exercício de suas funções o tutor ou curador, nomeando interinamente

substituto".

Os casos de remoção estão arrolados nos art. 1.735 e 1.766 do CC. De

maneira geral, será sempre cabível a remoção, quando o curador cometer

infração para com os deveres a ele instituídos por lei.

dabliopeandrade

Page 54: CGJ Vara e Família

15 - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE

Lei nº 8.560/92 – Lei nº 5478/68 - art. 282 e ss do CPC – art.1607 ss do CC –

Audiência de conciliação

Sem acordo Acordo (filiação, guarda, direito de visitas,

alimentos)

Petição Inicial

Despacho inicial do juiz determinando: A)- citação do suposto pai para reconhecimento espontâneo ou contestação.

B)- data para audiência de conciliação.

Contestação

Reconhecendo a paternidade Não reconhecendo a paternidade

Fixação dos alimentos provisórios

Impugnação Exame Pericial – DNA

Realização do Exame Ausência das partes ao exame pericial

(efeito do artigo 231 e 232 do CC, STJ – súmula 301)

Sentença homologatória

Do(a) Investigado(a) Do(a) Investigante Entrega do laudo pericial

Inclusão de paternidade

Exclusão de paternidade

Alimentos provisórios

Alimentos provisórios Manifestação das partes

Despacho Saneador Fixação de data para realização de exame pericial

de Ácido Desoxirribonucléico – DNA: custos pelo requerente, fixação de data para audiência

de instrução e julgamento

Page 55: CGJ Vara e Família

CONTINUAÇÃO DO FLUXOGRAMA DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE

Audiência de instrução e julgamento

Proposta de acordo preliminar

Acordo frutífero

Acordo infrutífero

Oitiva de testemunhas

Alegações finais/memoriais

Procedência do Pedido

Sentença

Determinação da inclusão da paternidade no Registro de Nascimento do investigante (guarda, direito de visitas e alimentos)

Improcedência do pedido

Sentença com trânsito em julgado formal

Page 56: CGJ Vara e Família

Investigação de Paternidade - O direito de ingressar com a Ação de

Investigação de Paternidade está previsto na Lei nº 8.560/92 e no art.

1.606 do CC. Havendo a cumulação com pedido de alimentos, será também

fundamentada no art. 1.694 do CC e na Lei de Alimentos nº 5.478/68.

I - Inicial

A ação de investigação de paternidade poderá ser proposta pelo legitimado,

que, quando for menor, será representado por sua mãe, ou outra pessoa

que o represente legalmente. De fato, o único legitimado, isto é, o detentor

do bem jurídico pleiteado é o menor:

“ Artigo 363 do Código Civil/1916”

Os filhos ilegítimos de pessoas que não caibam no art. 183, I a VI, têm

ação contra os pais e seus herdeiros, para demandar o reconhecimento da

filiação:

I - Se ao tempo da concepção a mãe estava concubinada com o pretendido

pai.

II - Se a concepção do filho reclamante coincidiu com o rapto da mãe pelo

suposto pai, ou suas relações sexuais com ela.

III - Se existir escrito daquele a quem se atribui a paternidade,

reconhecendo-a expressamente''.

II – Contestação

O requerido possui o prazo de 15 dias para, querendo, apresentar sua

contestação

II - Audiência

Page 57: CGJ Vara e Família

Na audiência de conciliação o requerido poderá reconhecer

espontaneamente a paternidade.

III – Perícia – DNA

A análise em DNA é o teste de paternidade mais preciso possível,

atualmente. A chance do teste em DNA por P.C.R. detectar um homem que

esteja sendo falsamente acusado de ser o pai biológico é superior a

99,99%, este é um teste absolutamente preciso. Um resultado de exclusão

significa com 100% de certeza que o suposto pai não é o pai biológico. Um

resultado de inclusão vem acompanhado da probabilidade de que o suposto

pai seja o pai biológico, que são números acima de 99,99%, resolvendo

inequivocamente todas as disputas.

IV – Audiência de Instrução e Julgamento

Com o resultado do Exame de DNA (positivo), embora a audiência sendo de

instrução e julgamento, o Juiz pode aceitar um acordo acerca do pagamento

dos alimentos, que já podem ter sidos fixados.

V – Sentença

Após o prazo para alegações finais de ambas as partes e Ministério Público,

o Juiz julga a ação.

VI – Averbação

A Ação de investigação de paternidade resultará na alteração do registro

civil, pois a Justiça tem reconhecido o direito dos pais que sempre se

mantiveram ao lado dos filhos, em verdadeira relação sócio-afetiva, a

manterem o registro dos filhos em seus nomes.

dabliopeandrade

Page 58: CGJ Vara e Família

16 - SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO CONSENSUAL

Audiência de Ratificação

Petição Inicial

A separação ou divórcio consensual quando obedecidos os requisitos do art. 1.124-A e seus parágrafos poderá ser realizada

por Escritura Pública.

Art. 1.120 a 1.124-A do CPC

Declarações são reduzidas a termo

Conciliação não é obtida

Ouve-se o Ministério Público

Sentença

Conciliação é obtida

Extingue o processo

Inscrição e Averbação no Registro Civil e Averbação no Registro de Imóveis se houver

Page 59: CGJ Vara e Família

A separação por mútuo consentimento encontra amparo na Lei n.º 6.515/77 e no Código Civil, especialmente os artigos 4.º e 1.574, respectivamente.

A separação é um dos meios de dissolução da sociedade conjugal. Embora

não rompa o vínculo matrimonial, ela faz cessar o complexo de direitos e

obrigações inerentes à vida comum dos cônjuges.

A separação judicial pode ser litigiosa (quando se atribui culpa a um dos

cônjuges) ou consensual (quando há mútuo consentimento dos cônjuges).

A separação judicial consensual é um dos meios de dissolução da sociedade

conjugal (art. 1571, III, do CC). Embora não rompa o vínculo matrimonial,

uma vez que este só se rompe pela morte ou pelo divórcio, a separação

consensual faz cessar o complexo de direitos e obrigações inerentes à vida

comum dos cônjuges.

O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, no

caso de incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente

ou pelo irmão (art. 1.576, parágrafo único, do CC).

O único requisito para o acolhimento do pedido é que os cônjuges estejam

casados há mais de um ano (art. 1.574 do CC). Indispensável, por isso, que

a petição inicial esteja instruída com a certidão de casamento.

O procedimento da separação consensual está previsto nos art. 1.120 a

1.124 do Código de Processo Civil, e, no que não foi revogado pelo Código

Civil, na Lei 6.515/77.

I- Petição Inicial

A petição inicial deve ser assinada por ambos os cônjuges. Se não puderem

ou não souberem escrever, poderá outra pessoa assinar o pedido deles.

Caso a separação consensual não seja assinada na presença do juiz, as

assinaturas serão reconhecidas por tabelião. O foro competente para

apreciar o pedido é o do domicílio do casal. Deverá ser instruída com a

Page 60: CGJ Vara e Família

certidão do casamento, realizado há mais de um ano, mais o contrato

antenupcial, se houver.

O art. 1.121 do Código de Processo Civil enumera aquilo que a inicial deverá

conter: "I - a descrição dos bens do casal e a respectiva partilha; II - o

acordo relativo à guarda dos filhos menores; III - o valor da contribuição

para criar e educar os filhos; IV - a pensão alimentícia do marido à mulher,

se esta não possuir bens suficientes para se manter".

Embora o inciso IV mencione pensão alimentícia do marido à mulher, nada

impede que seja o contrário, isto é, que a mulher se comprometa a dar

pensão ao marido que dela necessitar.

Não existindo acordo sobre a partilha dos bens, ela será feita depois de

homologada a separação.

II - Audiência

O juiz ouvirá pessoal e separadamente cada um, verificando se há

possibilidade de eles reconsiderarem a sua decisão. Caso as partes se

reconciliem, o acordo deverá ser formalizado.

Convencendo-se o juiz de que ambos, livremente e sem hesitação, desejam

separar-se, mandará reduzir a termo as declarações e, depois de ouvir o

Ministério Público, no prazo de 5 dias, a homologará. Não se convencendo o

juiz, marcará aos cônjuges dia e hora, com 15 a 30 dias de intervalo, para

que voltem, a fim de ratificar o pedido.

III - Termo de ratificação

Ratificado pelos interessados o pedido, o juiz só poderá negar-se a

homologá-lo se: a) não houver um ano desde a celebração do casamento;

h) a convenção não preservar suficientemente os interesses dos filhos ou de

um dos cônjuges (art. 1.574, parágrafo único do CC). Sempre que não for

ratificado o desejo de separação, ou quando os cônjuges não comparecerem

à audiência, o juiz mandará arquivar os autos.

Page 61: CGJ Vara e Família

IV - Sentença

Após ouvir o Ministério Público, o juiz proferirá sentença, homologando o

pedido.

V - Averbação no registro civil

Homologada a separação, a sentença será averbada no registro civil.

Havendo imóveis, também será necessário averbá-la no respectivo cartório

de registro.

Ainda será possível às partes, a qualquer tempo, no curso da separação

litigiosa, requerer a conversão para consensual. A partir de então, o

procedimento será o da jurisdição voluntária.

dabliopeandrade

Page 62: CGJ Vara e Família

17 - CONFIRMAÇÃO DE TESTAMENTO PARTICULAR

ART. 1.130/1.133

Petição do(s) interessado(s)

Juiz manda intimar os interessados e o Ministério Público para acompanharem a inquirição das

testemunhas testamentárias

Audiência

Manifestação dos interessados sobre o testamento

Vista ao Ministério Público sobre o testamento

Juiz confirma ou não o testamento

Art.1130 e parágrafo único

Art.1130

5 dias comuns

Art. 1132

5 dias comuns

Art. 1126/1127

Seguem os registros, compromissos do testamenteiro, arquivamento e execução do testamento, se for o caso

Page 63: CGJ Vara e Família

Os artigos 1.130 e seguintes do Código de Processo Civil regulam a

confirmação do testamento particular.

O disposto no artigo 1.133 deve ser complementado com a norma

superveniente do Código Civil: “Art. 1.789. Em circunstâncias excepcionais

declaradas na cédula, o testamento particular de próprio punho e assinado

pelo testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz”.

A confirmação ou negativa de confirmação judicial de testamento particular,

por constituir procedimento de jurisdição voluntária, não produz coisa

julgada, não impedindo o acesso dos interessados às vias contenciosas.

NOTAS:

Procedimento idêntico para a confirmação do testamento marítimo, militar e

nuncupativo e os codicilos (art. 1.134).

Serão intimados para a inquirição aqueles a quem caberia a sucessão

legítima, o testamenteiro, os herdeiros e os legatários que não tiverem

requerido a publicação, bem como o Ministério Público (art. 1.131, I a III).

As pessoas que não forem encontradas na Comarca serão intimadas por

edital (art. 1.131, parágrafo único).

Page 64: CGJ Vara e Família

18 - ABERTURA, REGISTRO E CUMPRIMENTO DE TESTAMENTO

CERRADO - ART. 1.125 A 1.127.

Apresentação

Exame, abertura e leitura do testamento e termo

Manifestação do Ministério Público

Sentença

Se não houver testamenteiro nomeado, se o testamenteiro nomeado não aceitar ou estiver ausente, o juiz nomeará

testamenteiro dativo

Registro no livro Próprio

Art.1125

Art.1126

1126

Art. 1127

Art. 1127

Compromisso do testamententeiro

Art.1125, I a IV

Remessa de cópia do testamento para a repartição fiscal

Remessa de cópia do testamento para os autos do inventário ou de arrecadação de

herança

1.127, parágrafo único

Page 65: CGJ Vara e Família

TESTAMENTO

(ART. 1.125/1.141 CPC)

Testamento é o ato pelo qual a pessoa dispõe de seu patrimônio e

estabelece providências, de caráter pessoal ou familiar, para que tudo seja

observado após sua morte. É um ato unilateral e suas disposições são de

última vontade, podendo ser revogado, incondicionalmente, pela vontade

do testador (C/C 2002, arts.1857, caput e 1858), inclusive por outro

testamento que disponha contrariamente ao anterior. Ato solene e formal

por excelência, a ponto de tê-las como inexistentes, se a forma

determinada não for seguida.

Os artigos 1.125 a 1.141 do Código de Processo Civil contêm disposições

relativas à tutela judicial dos testamentos. Resguardam-se, assim, os

direitos de herdeiros testamentários e de legatários, certos ou incertos. Não

se trata, porém, de processos tendentes a dirimir conflitos de interesses

entre herdeiros. Não há o pressuposto da lide em abstrato, que caracteriza

os processos de jurisdição contenciosa.

Os testamentos dividem-se em ordinários e especiais.

São testamentos ordinários o público, o cerrado e o particular (Cód. Civil,

art. 1.862).

O testamento público é escrito por tabelião, ou por seu substituto legal, em

seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, e lido em voz

alta pelo tabelião, ou pelo testador, na presença de duas testemunhas (Cód.

Civil, art. 1.864).

O testamento cerrado é escrito ou assinado pelo testador, ou por outra

pessoa, a seu rogo; o testador entrega-o ao tabelião, em presença de duas

testemunhas, declarando ser aquele seu testamento e que quer que seja

aprovado; o tabelião lavra o auto de aprovação, que é lido, em seguida, ao

testador e testemunhas, e assinado por todos (Cód. Civil, art. 1.868).

Page 66: CGJ Vara e Família

O testamento particular é assinado pelo testador e lido na presença de pelo

menos três testemunhas, que o subscrevem (Cód. Civil, art. 1.876). Em

circunstâncias excepcionais, declaradas na cédula, o testamento particular,

de próprio punho e assinado pelo testador, pode dispensar testemunhas

(Cód. Civil, art. 1.789).

São testamentos especiais o marítimo, o aeronáutico e o militar (Cód. Civil,

art. 1.886), como tal considerado o nuncupativo (Cód. Civil, art. 1.896).

O testamento marítimo pode ser feito por quem estiver em viagem, a bordo

de navio nacional, perante o comandante, em presença de duas

testemunhas, por forma que corresponda ao testamento público ou ao

cerrado (Cód. Civil, art. 1.888).

O testamento aeronáutico pode ser feito por quem estiver em viagem, a

bordo de aeronave, perante pessoa designada pelo comandante (Cód. Civil,

art. 1.889).

O testamento marítimo, assim como o aeronáutico, caduca, se o testador

não morre na viagem, nem nos noventa dias subseqüentes ao seu

desembarque (Cód. Civil, art. 1.891).

O testamento militar pode ser feito pelos militares e demais pessoas a

serviço das Forças Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele,

assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicação interrompida

(Cód. Civil, art. 1.893). De regra caduca, permanecendo, depois, o testador

por noventa dias seguidos em lugar onde possa testar na forma ordinária

(Cód. Civil, art. 1.895).

O testamento nuncupativo é verbal. A pessoa empenhada em combate, ou

ferida, confia a sua última vontade a duas testemunhas; não produz efeitos,

se o testador não morre na guerra ou convalesce do ferimento (Cód. Civil,

art. 1.896).

Codicilo é o documento escrito, datado e assinado por pessoa capaz de

testar, contendo disposições sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca

Page 67: CGJ Vara e Família

monta ou legados de móveis, roupas ou jóias, não muito valiosas, de seu

uso pessoal (Cód. Civil, art. 1.881).

Apresentação de testamento cerrado

Falecido o testador, o testamento cerrado será apresentado ao juiz, que o

abrirá e o fará registrar, ordenando seja cumprido, se não achar vício

externo que o torne eivado de nulidade ou suspeito de falsidade (Cód. Civil,

art. 1875).

A competência para a abertura de testamento cerrado é do juiz do lugar em

que se encontra o seu portador.

Ao receber testamento cerrado, o juiz, após verificar se está intato, abre-o

e manda que o escrivão o leia na presença de quem o entregou, lavrando-

se, em seguida, o auto de abertura (CPC, art. 1.125 e seu parágrafo único).

O procedimento de abertura de testamento cerrado não visa senão à

autenticação do estado em que o documento se encontrava, quando de sua

apresentação em juízo, daí a importância de o juiz indicar, no auto,

qualquer defeito ou vício da cédula, bem como, se for o caso, a declaração

de se achar intata, prevenindo, assim, possíveis modificações ou alterações

no documento (Idem, ibidem). Conflito entre os herdeiros, sobre a validade

do testamento, será objeto de ação própria, de caráter contencioso.

Conclusos os autos, o juiz, ouvido o órgão do Ministério Público, mandará

registrar e arquivar o testamento e, não havendo vício externo que o torne

suspeito de nulidade ou falsidade, determinará o seu cumprimento (CPC,

art. 1.126).

Mas, ainda que o testamento contenha o maior defeito, não poderá o juiz

dispensar o seu registro e arquivamento, pois seria absurdo que o

mandasse jogar fora. Assim, havendo defeito manifesto, o que cabe ao juiz

é omitir o habitual “cumpra-se” (Castro Filho, ibidem).

Page 68: CGJ Vara e Família

Determinado o cumprimento, o escrivão intima o testamenteiro a assinar,

no prazo de cinco dias, o termo da testamentária.

Incumbe ao juiz nomear testamenteiro dativo, não havendo testamenteiro

nomeado ou estando ele ausente ou recusando-se a aceitar o encargo (CPC,

art. 1.127).

Busca e apreensão de testamento

O artigo 1.129 do Código de Processo Civil dispõe: “O juiz, de ofício ou a

requerimento de qualquer interessado, ordenará ao detentor de testamento

que o exiba em juízo para os fins legais, se ele, após a morte do testador,

não se tiver antecipado em fazê-lo. Parágrafo único. Não sendo cumprida a

ordem, proceder-se-á à busca e apreensão do testamento, de conformidade

com o disposto nos art. 839 a 843”.

Havendo fundado receio de que o detentor destrua o testamento, expede-se

desde logo mandado de busca e apreensão, de ofício ou a requerimento de

qualquer interessado. A providência compete ao juiz do inventário. “Se não

existe o inventário, a intimação há de ser requerida ao juízo do lugar em

que se encontra o detentor, ou ao juízo competente para o inventário,

cumprindo instruir o pedido com certidão de falecimento do testador, bem

como indicar as razões que possam levar a crer que existe o testamento e

que este se encontra em poder do indicado”

O detentor que oculta ou destrói o testamento cerrado inibe ou obsta a

disposição da herança pelo testador, incidindo, pois, o artigo 1.814 do

Código Civil: pode, por ação própria, ser excluído da sucessão, se herdeiro

ou legatário.

A busca e apreensão de testamento, seja decretada de ofício ou a

requerimento de interessado, seja decretada incidentemente no curso do

inventário ou como medida preparatória de processo de abertura e registro

de testamento, constitui procedimento de jurisdição voluntária. Não se trata

de jurisdição contenciosa, por não se tratar de processo estruturado para a

Page 69: CGJ Vara e Família

composição de conflito de interesses entre o requerente e o requerido, o

que bem se evidencia da circunstância de que nem um nem outro precisam

ser herdeiros legais ou testamentários do testador. Trata-se de

procedimento voltado à tutela de interesses de pessoas incertas.

Não constitui ato administrativo, mesmo quando decretada de ofício, porque

voltada à tutela de interesses privados. A atividade administrativa, pelo

contrário, visa à tutela de interesse público.

Confirmação de testamento particular

Os artigos 1.130 e seguintes do Código de Processo Civil regulam a

confirmação do testamento particular.

A denominação não é adequada, pois não se cuida de uma confirmação,

mas de apurar se o testou livre e espontaneamente e se foram observadas

as formalidades legais. O procedimento, assim, é de apuração da

regularidade do testamento particular.

O disposto no artigo 1.133 deve ser complementado com a norma

superveniente do Código Civil: “Art. 1.789. Em circunstâncias excepcionais

declaradas na cédula, o testamento particular de próprio punho e assinado

pelo testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz”.

A confirmação ou negativa de confirmação judicial de testamento particular,

por constituir procedimento de jurisdição voluntária, não produz coisa

julgada, não impedindo o acesso dos interessados às vias contenciosas.

Prestação de contas do testamenteiro

Cumpridas as disposições testamentárias, deve o testamenteiro prestar

contas (CPC, art. 1.135), em forma mercantil, ouvido o órgão do Ministério

Público.

Page 70: CGJ Vara e Família

Se necessário, no interesse do espólio ou por dúvidas levantadas por

qualquer interessado, a prestação de contas pode ser determinada ainda no

curso do procedimento, enquanto a execução se desenvolve.

Essa prestação de contas constitui procedimento de jurisdição voluntária,

sem força de coisa julgada.

Pode ocorrer que sobrevenha ação contenciosa, contra o testamenteiro,

visando à cobrança de alegado alcance. Competente para essa ação é o foro

do domicílio do testamenteiro, segundo a regra geral do artigo 94 do CPC.

(Contra, afirmando a competência do foro do inventário.

Registro, pelo testamenteiro, de hipoteca legal

O artigo 1.136 do CPC tratava da inscrição da hipoteca legal em favor de

mulher casada, de menor ou de interdito, instituídos herdeiros ou

legatários.

A referência à mulher casada perdeu sua razão de ser com a Constituição

de 1988, cujo artigo 226, § 5º proclamou: “Os direitos e deveres referentes

à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”.

O restante do dispositivo restou derrogado pelo novo Código Civil, que já

não confere hipoteca legal às pessoas que não tenham a administração de

seus bens, sobre os imóveis de seus tutores ou curadores, como dispunha o

artigo 827, IV, do Código Civil de 1916.

Nas Disposições Transitórias do Código vigente previu-se, inclusive, o

cancelamento das hipotecas anteriormente inscritas, de conformidade com

o citado dispositivo.

Remoção de testamenteiro

O artigo 1.140 do CPC dispõe que o testamenteiro será removido e perderá

o prêmio: I – lhe forem glosadas as despesas por ilegais ou em discordância

com o testamento; II – não cumprir as disposições testamentárias.

Page 71: CGJ Vara e Família

Não se esclarece, aí, sobre o procedimento a observar. Não há que se

pensar em aplicação analógica dos dispositivos referentes à remoção de

tutor ou curador (CPC, art. 1.194-7), porque incide a regra geral do art.

1.103. A requerimento do interessado ou do Ministério Público, o

testamenteiro será citado para responder em dez dias. Produzidas as

provas, inclusive as determinadas de ofício, o juiz decidirá o pedido, sem

que esteja obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo

adotar a solução que reputar mais conveniente ou oportuna.

Havendo motivo grave, poderá o juiz suspender o testamenteiro do

exercício de suas funções, por medida liminar.

O procedimento de remoção de testamenteiro inscreve-se entre os de

jurisdição voluntária, por conceber-se a testamentária como encargo, e não

como direito subjetivo do testamenteiro.

dabliopeandrade

Page 72: CGJ Vara e Família

19 - AÇÃO REVISIONAL E EXONERATÓRIA DE ALIMENTOS

Lei 5.478 de 25.07.1968 art. 15 e art. 1.606 do CC.

Petição inicial

Conclusão

Citação via correio, intimação do autor, nota de expediente e intimação do MP

Audiência de conciliação

Acordo

Sem acordo

Contestação

Réplica

Vista ao MP

Audiência de conciliação (Art. 331 do CPC)

Baixa

Diligências

Baixa

Audiência de conciliação, instrução e julgamento

Page 73: CGJ Vara e Família

NOTA:

Conceito – É o meio judicial adequado para se obter alteração do valor da

pensão alimentícia previamente arbitrado por decisão judicial.

Está sujeita às leis gerais do processo judicial contencioso, segundo o rito

comum, com o fim específico de redução, majoração ou extinção da

obrigação alimentar.

Distinção - Ação Revisional e exoneratória - juridicamente, revisão é a

modificação de regra, cláusula ou condições que devem ser atendidas ou

acomodadas a certas exigências legais, como por exemplo, a revisão de um

contrato, ou a modificação de cláusula de alimentos estabelecida na

separação consensual. Já o termo exoneração constitui o fato de

desobrigar-se alguém de um ônus.

dabliopeandrade