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GESTÃO 2007/2009
Des. PAULO INÁCIO DIAS LESSA Presidente - TJMT
Des. RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO Vice-Presidente - TJMT
Des. ORLANDO DE ALMEIDA PERRI Corregedor-Geral da Justiça
COORDENADOR DA AÇÃO
DR. SEBASTIÃO ARRUDA DE ALMEIDA Juiz Auxiliar da Corregedoria–Geral da Justiça
LIDER DA AÇÃO
AURINEIDE MARIANO PEREIRA Analista Judiciário – CGJ
EQUIPE DE SERVIDORES
Alciane Rodrigues Alves de Assis Aurineide Mariano Pereira
Carlos Henrique F. Foz Doralice Mendonça faust
Ducineia dos Santos Morimã Gézica Pereira R. Oliveira
Guilhermina Machado Abade Heloísa Helena Soares de Siqueira
João Gualberto Neto Lúcia Helena Soares Leite
Mareli Grando Margareth Sulamirti Ferreira Paes
Marly Maria da Silva Garcia Maria Heloísa Micheloni Maria de Lourdes Duarte Natalíria Gouveia da silva
Ricardo Nogueira de Souza Rosmeire de Castilho Ribeiro
Thais Cristianne Ferreira Valcides Ferreira de Assis
Vera Maria Signori Vilma Carfane Zocal
Vitório César Munsignato
COLABORADORES:
EQUIPE DO DEPARTAMENTO DE APRIMORAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA
DAPI
INSTRUTORES INTERNOS
Aurineide Mariano Pereira Carlos Henrique F. Foz Doralice Mendonça faust Gézica Pereira R. Oliveira Guilhermina Machado Abade Heloísa Helena Soares de Siqueira João Gualberto Neto Lúcia Helena Soares Leite Mareli Grando Margareth Sulamirti Ferreira Paes Maria Heloísa Micheloni Maria de Lourdes Duarte Natalíria Gouveia da silva Ricardo Nogueira de Souza Rosmeire de Castilho Ribeiro Thais Cristianne Ferreira Vera Maria Signori Vilma Carfane Zocal Vitório César Munsignato
SUMÁRIO
01 - ALIMENTOS (LEI 5.478/68) ................................................................................... 11 02 - BENS DE AUSENTE (ART. 1.159/1.169)............................................................... 15 03 - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (RITO DO ART.732/CPC)................................... 17 04 - HERANÇA JACENTE (Art. 1.142/1.158) ............................................................... 20 05 - INVENTÁRIO .......................................................................................................... 22 06 - INCIDENTE DE REMOÇÃO DE TUTOR.............................................................. 28 07 - LEVANTAMENTO DE INTERDIÇÃO .................................................................. 29 08 - CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS........................................................ 30 09 - PROCEDIMENTO SEPARAÇÃO/DIVÓRCIO/DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE
E RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL.................................................... 33 10 - AÇÃO REVISIONAL E EXONERATÓRIA DE ALIMENTOS............................. 39 11 - ARROLAMENTO .................................................................................................... 41 12 - EMANCIPAÇÃO/SUPRIMENTO DE IDADE ....................................................... 45 13 - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (RITO DO ART. 733/CPC).................................. 49 14 - CURATELA DE INTERDITOS............................................................................... 52 15 - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE .................................................................. 59 16 - SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO CONSENSUAL........................................................ 64 17 - CONFIRMAÇÃO DE TESTAMENTO PARTICULAR.......................................... 68 18 - ABERTURA, REGISTRO E CUMPRIMENTO DE TESTAMENTO CERRADO -
ART. 1.125 A 1.127. ................................................................................................. 70 19 - AÇÃO REVISIONAL E EXONERATÓRIA DE ALIMENTOS............................. 79
01 - ALIMENTOS (LEI 5.478/68)
Sim
Sim Não
Petição Inicial
O credor necessita de Alimentos Provisórios?
Citação do Devedor
O Juiz fixará os alimentos provisórios
Oficiar à empresa empregadora do devedor para que efetue o desconto
dos alimentos provisórios em folha de pagamento
Audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento.
A partir desse momento, o devedor deverá pagar os
alimentos provisórios
O não comparecimento do autor determina o arquivamento do
pedido e a ausência do réu importa em revelia, além da confissão da
matéria de fato.
Sentença
A ação foi julgada procedente?
O devedor continuará pagando os alimentos até o julgamento
do recurso, se houver.
O juiz fixará os alimentos definitivos, que serão
cobrados desde a citação.
(...) alimentos são prestações destinadas a satisfazer
às necessidades vitais daqueles que não podem provê-
las por si. Compreendem, no mínimo, o necessário para
o sustento, a habitação e o vestuário. (...) Até que se
reconheça em ação própria, em caráter definitivo, o
direito do necessitado ao recebimento de alimentos,
deverá ele obter o necessário para a sua sobrevivência,
sob pena de tornar a medida inócua. (CARVALHO
FILHO, 2005, p. 102-103).
I – Inicial
Deve atender aos requisitos do art. 282 do Código de Processo Civil (CPC) e
vir instruída da prova do parentesco ou da obrigação de prestar alimentos.
A pretensão não precisa ser deduzida por advogado. O art. 2º da Lei
5.478/68 permite que o próprio credor, pessoalmente ou por intermédio de
advogado, formule as pretensões orais ao juiz, que serão reduzidas a
termo, seguindo-se nomeação de advogado, se não tiver. Assim, como a
petição inicial formulada por advogado, a pretensão deduzida pelo credor
deve expor as necessidades e apontar o ganho aproximado do devedor.
II – Despacho da Inicial
O juiz fixará os alimentos provisórios, salvo se o credor expressamente
afirmar deles não ter necessidade. Esses alimentos serão devidos a partir
da citação do devedor e, se estiverem sendo pedidos por cônjuge, casado
com comunhão universal de bens, envolverá metade dos rendimentos dos
bens comuns (art. 4º, parágrafo único).
II – Citação
A diligência será feita por intermédio do oficial de justiça. Impossibilitada a
citação do réu por qualquer outro meio, será ele citado por edital afixado na
sede do juízo e publicado 3 (três) vezes consecutivas no órgão oficial do
Estado, correndo a despesa por conta do vencido, ao final, sendo
previamente a conta juntada aos autos (§ 4º).
No despacho, o juiz deverá apontar o momento em que será apresentada a
defesa, uma vez que a lei tem redação duvidosa a respeito – veja que o art.
9º alude à leitura da defesa, se houver.
IV – Audiência
A audiência concentra todos os atos, devendo estar presentes autor e réu,
independentemente de intimação e de comparecimento de seus
representantes (art. 6º).
O não comparecimento do autor determina o arquivamento do pedido; a
ausência do réu importa em revelia, além de confissão quanto à matéria de
fato (art. 7º).
Nela se lerá a petição e a defesa, realizando-se uma tentativa de
conciliação. Se não ocorrer, será colhido o depoimento pessoal das partes
independentemente de requerimento, e das testemunhas. Se for
determinada perícia, ouvir-se-ão os peritos. Depois, feitas as alegações
finais, nova tentativa de conciliação é realizada, sendo, em seguida,
proferida sentença.
V – Sentença
Se a ação for julgada procedente, o juiz fixará os alimentos, que serão
devidos desde a citação. Se a ação for julgada improcedente – quer por não
ter o autor necessidade de alimentos, quer por não ter o réu condições de
prestá-los –, os alimentos provisórios continuam sendo exigíveis, até o
julgamento do recurso extraordinário, e não são repetíveis, isto é, se
confirmada a sentença de improcedência, o réu, que pagou os provisórios,
não pode reclamar sua devolução.
VI – Recurso e coisa julgada:
Da sentença caberá apelação no efeito devolutivo (art. 14). A decisão
judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo
ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados
(art. 15).
Dabliopeandrade
02 - BENS DE AUSENTE (ART. 1.159/1.169)
Notícia do desaparecimento
Arrecadação dos bens e nomeação de curador
Publicação dos editais (por um ano, de 2 em 2 meses) chamando o ausente
Interresados ou Ministério Público requerem abertura de sucessão provisória
Citação dos herdeiros e do curador (pessoalmente) e dos ausentes (por editais) para oferecerem artigos de habilitação
Se não houver habilitações
Se o ausente ou seu representante
comparece, extingue-se o processo: se ocorre certeza da
morte, transforma-se em inventário ou em
herança jacente
Passado um ano da primeira publicação, sem comparecimento
do ausente
Com habilitação
Sentença de abertura de sucessão provisória
Audiência, se necessária
Publicação pela imprensa
Sem testamento ou se julgadas improcedentes as habilitações
Herança jacente
Abertura do testamento, se houver
Inventário e partilha
Considera-se juridicamente ausente quem desaparece de seu domicílio, sem
deixar representante a quem caiba administrar-lhes os bens .
I- Pressupostos (art. 1159)
I – O desaparecimento da pessoa de seu domicílio;
II – A existência de bens do desaparecido;
III – A ausência de administrador para gerir esses bens.
II – Competência (art. 96 e 97)
A arrecadação dos bens do ausente é realizada no foro do seu último
domicílio (aquele em que desapareceu) – se o domicílio for incerto, fixará o
foro na localidade dos bens.
III – Fases e Procedimentos (art. 1160 e 1161)
I – Nomeação de curador ao ausente e arrecadação dos bens, bem como
edital de convocação do ausente para retomar a posse dos seus bens. (art.
1160 e 1.161)
II – Com o não comparecimento, procede-se a abertura da sucessão
provisória (art. 1.163 a 1.166)
III – O não comparecimento e a não comprovação de sua morte, destina-se
a conversão da sucessão provisória em definitiva (art. 1.167)
Observação:
Passados mais de 10 (dez) anos da sucessão definitiva, nenhum direito
mais poderá ser reclamado, pelo ausente, dos herdeiros beneficiados com a
partilha por presunção de morte.
Dabliopeandrade
03 - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (RITO DO ART.732/CPC)
Petição Inicial
Citação do Executado para pagar em 03 dias
O executado pagou?
Extinção da Execução
O Executado possui bens a serem penhorados?
O Exeqüente deverá pedir a suspensão da
Execução
O Executado apôs Embargos à Execução?
Os Embargos foram Julgados Procedentes?
Extinção da Execução
Avaliação dos Bens Penhorados
Praça ou Leilão
Arrematação
Extinção da Execução
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Não
Execução de Alimentos – Art. 732 do CPC
Os alimentos podem ser devidos de pais para filhos, de filhos para pais que
não possuam ascendentes e entre cônjuges e companheiros.
A prestação alimentícia é fixada por sentença em ações próprias de
alimentos ou em separações judiciais e divórcios. Pode, ainda, ser
convencionada em acordo extrajudicial, devendo este ser homologado para
que possibilite sua eventual execução.
A execução deve estar acompanhada de cópia da sentença onde os
alimentos foram fixados. Se o requerente não possuir a cópia, deve-se
requerer desarquivamento dos autos cuja prestação alimentícia foi
estipulada, para viabilizar a extração da cópia da decisão.
I - Inicial
A execução pelo rito da penhora (art. 732/CPC) é destinada à cobrança das
prestações alimentícias pretéritas, a título de indenização. Os cálculos
deverão ser demonstrados em planilha anexa à inicial.
II - DISTRIBUIÇÃO
A petição deverá ser distribuída por dependência à ação onde os alimentos
foram estipulados. Portanto, a execução será processada na mesma Vara
que determinou a prestação alimentícia.
III - CITAÇÃO
O réu é citado para que efetue o pagamento da dívida em vinte e quatro
horas ou para que indique bens suscetíveis à penhora.
Se o executado quitar seu débito, extingue-se a obrigação e a execução,
nos termos do art. 794, I do CPC.
IV - EMBARGOS (ART. 738/CPC)
O executado poderá apresentar Embargos do Devedor, apresentando
justificativa ou quitação da dívida mediante recibos anexos. Se os embargos
forem julgados improcedentes, extingue-se a ação.
V - EXECUTADO NÃO PAGA
Se não pagar, não oferecer embargos ou estes forem julgados
improcedentes, os bens indicados à penhora serão avaliados e vendidos em
praça pública ou leilão.
VI - EXTINÇÃO
Depois da arrematação dos bens, extingue-se a ação.
dabliopeandrade
04 - HERANÇA JACENTE (Art. 1.142/1.158)
Notícia
Juiz acompanhado do escrivão e de um curador, que nomeará no ato (se possível), e de um depositário, que nomeará sob compromisso, procede à arrecadação. Se puder, far-se-á
acompanhar, também, do órgão do Ministério Público e de um representante da Fazenda Pública (que serão intimados)
Auto de arrecadação e entrega de bens ao depositário ou curador; auto de diligências outras, inclusive de inquirição de testemunhas
Eventualmente, ordena outras diligências, v.g., arrecadação de
bens em outra Comarca
Compromisso do curador
Expedição de editais Se ao ato comparecer o cônjuge, herdeiro ou testamenteiro (e não
havendo oposição do curador ou do representante da Fazenda Pública) suspende-se a arrecadação, que se
converterá em inventário
Credores habilitam-
se
Vista ao Ministério Público e à
Fazenda Pública
Comparecendo herdeiros, cônjuge ou testamenteiro
Ninguém se habilita
Vista ao Ministério Público e à Fazenda Pública
Converte-se em inventário
Julgadas improcedentes as habilitações
Se o finado é estrangeiro, ordem de ofício ao respectivo Consulado
Julgadas procedentes as
habilitações
Sentenças declarando a
herança vacante
Segue o procedimento
das habilitações de créditos
Eventual saldo: herança vacante
1.145 e 1.150
1.152, § 2º
1.153
1.145, §§ 1º e 2º; 1.147 e 1.148
NOTA
A herança jaz, enquanto não se apresentam herdeiros para reclamá-la, não
se sabendo se tais herdeiros existem ou não. Os bens são arrecadados, na
forma dos artigos. 1.145 e seguintes do CPC e entregues a um curador que,
por efeito da investidura judicial, adquire poderes de administrador (CPC,
art. 1.144), cabendo-lhe, v.g., cobrar do locatário os aluguéis relativos a
imóvel arrecadado. Decorrido um ano da data da publicação do edital a que
se refere o art. 1.152 do CPC, sem habilitação de herdeiro, a herança deixa
de ser jacente. Torna-se vacante (CPC, art. 1.157, Cód. Civil, art. 1.820). E,
decorridos cinco anos da data da abertura da sucessão, os bens
incorporam-se ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados
nas respectivas circunscrições, e no da União, quando situados em território
federal (Cód. Civil, art. 1.822).
O art. 1.152 do Código de Processo Civil dispõe que, "ultimada a
arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será estampado três (3)
vezes, com intervalo de trinta (30) dias para cada um, no órgão oficial e na
imprensa da comarca, para que venham habilitarem-se os sucessores do
finado, no prazo de seis (6) meses, contados da primeira publicação."
Todavia, do decurso desse prazo de seis meses não decorre a perda do
direito de habilitação. Somente após o decurso do prazo de um ano é que a
herança é declarada vacante (CPC, art. 1.157) e com o trânsito em julgado
dessa sentença é que caduca o direito de habilitação, como deflui do art.
1.158 do Código de Processo Civil. Depois, o herdeiro que não se habilitou
pode ainda reclamar a herança, por ação direta, como diz o art. 1.158 do
CPC (ação de petição de herança), até que se complete o qüinqüênio
determinante da incorporação dos bens ao domínio público (Cód. Civil, art.
1.822). Em síntese, a herança jacente é administrada por um curador
nomeado pelo juiz; a herança vacante é administrada pelo Poder Executivo,
até sua incorporação ao domínio público. Também se considera vacante a
herança, quando a ela renunciam todos os chamados a suceder (Cód. Civil, art.
1.823). dabliopeandrade
05 - INVENTÁRIO
Assinatura do Termo de Compromisso
Impugnação das Primeiras Declarações
Em havendo impugnações o Juiz
decidirá
Cálculo do Imposto
Requerimento de abertura
Citação
Primeiras Declarações
O Juiz julgará as impugnações de plano; sendo o caso, remeterá à
parte as vias ordinárias
Avaliação dos bens
Pode ser dispensada a avaliação
Termo de Últimas Declarações
O inventariante poderá emendar, aditar ou
complementar as primeiras declarações
Ministério Público
Manifestação das partes
Havendo Impugnação pelas partes ou Fazenda
Pública
Não havendo Impugnação pelas partes ou Fazenda
Autos Remetidos para o contador
Retificado o Cálculo, e, após, a manifestação das partes
Sentença
Procedimento do inventário.
1 - requerimento de abertura (Art. 983 do CPC);
2 - despacho do pedido inicial;
3 - assinar Termo de Compromisso de Inventariante (no prazo de 5
dias – Art. 990 parágrafo único do CPC);
4 - apresentar as Primeiras Declarações (20 dias – Art. 993 do CPC),
assinar o termo;
5 - citação dos interessados, inclusive da Fazenda Estadual, do MP
(se houver herdeiro incapaz ou ausente) e do testamenteiro (se o
finado deixar testamento) – Art. 999 do CPC;
6 - manifestação das partes (no prazo de 10 dias comuns – Art.
1.000 do CPC);
7 - em havendo impugnações às primeiras declarações:
a) Juiz acolhe;
b) manda retificar as declarações, eventualmente nomeia outro
inventariante e decide as disputas sobre a qualidade dos herdeiros;
c) Juiz desacolhe;
8 - vista à Fazenda Pública;
9 - Se existirem herdeiros incapazes ou se os herdeiros são capazes:
a) avaliação;
b) manifestação das partes;
c) em havendo impugnações, o juiz decide;
d) últimas declarações;
10 – ao cálculo;
11 - manifestação das partes;
12 - manifestação da Fazenda;
13 - se houver impugnações, o Juiz decide, revertendo ou não ao
cálculo;
14 - julgamento do cálculo;
15 – recurso ou pagamento dos impostos e juntada das certidões
negativas; eventualmente, pagamento das dívidas;
16 - se os herdeiros são maiores e capazes, e lhes convier, partilha
amigável, por instrumento público (reduzida a termo) por escrito
particular (homologação);
17 - prova de pagamento do imposto “causa mortis” e certidões
negativas de dívidas fiscais – art. 1026;
18 - formais de partilha ou certidões de pagamento do quinhão
hereditário (art. 1027, parágrafo único);
19 - partes formulam pedidos de quinhões;
20 - juiz delibera a partilha;
21 - ao partidor, para o esboço - art. 1023;
22 - manifestação das partes;
23 - auto de planilha e folhas de pagamento – art. 1024;
24 - sentença da partilha;
25 - formais de partilha ou certidões de pagamento do quinhão
hereditário (1027, parágrafo único)
I - INICIAL
O prazo para se requerer o inventário é de 60 dias, contados da data de
falecimento do autor da herança, ultimando-se em 12 meses. Se o prazo
não for obedecido, acarretará a imposição de multa por lei estadual (art.
983, CPC e Súmula 542 do STF).
II – NOMEAÇÃO E COMPROMISSO DO INVENTARIANTE
O espólio será representado após a nomeação e compromisso do
inventariante no processo (art. 12, V e 990 e ss. do CPC). No entanto, até a
nomeação deste, será nomeado um administrador provisório, até que o
inventariante preste compromisso. Intimado da nomeação, o inventariante
prestará, dentro de 05 dias, o compromisso de desempenhar o cargo.
III– PRIMEIRAS DECLARAÇÕES
O inventariante tem a obrigação de prestar as primeiras declarações
judicialmente, podendo fazer na pessoa de procurador com poderes
especiais. Elas deverão ser apresentadas pelo inventariante, no prazo de 20
dias, contados da data de seu compromisso (art. 993/CPC). Das Primeiras
Declarações, lavrar-se-á o termo, devidamente assinado pelo juiz, pelo
escrivão e pelo inventariante.
IV – CITAÇÃO DOS INTERESSADOS
Após as primeiras declarações, o juiz mandará citar: o cônjuge ou
companheiro, os legatários, a Fazenda Pública, o Ministério Público – se
houver testamento ou herdeiro incapaz – e o testamenteiro, se houver
testamento (art. 999/CPC).
V– IMPUGNAÇÃO ÀS PRIMEIRAS DECLARAÇÕES
As partes poderão impugnar as primeiras declarações, no prazo de 10 dias,
podendo ser alegado (art. 1.000, caput/CPC):
a) erros e omissões;
b) inconformidade com a nomeação do inventariante;
c) inconformidade com a qualidade de quem foi incluído como herdeiro.
Se o juiz acolher a impugnação (art. 1.000, parágrafo único):
• de erro ou de omissão: mandará o inventariante retificá-las.
• inconformidade com a nomeação do inventariante: nomeará outro,
obedecendo a ordem estabelecida no art. 990 do CPC.
• inconformidade com a qualidade de quem foi incluído como herdeiro:
remeterá as partes às vias ordinárias para dirimirem a questão,
sobrestando, até o julgamento da mesma, o quinhão que couber ao
herdeiro admitido.
Pode ser que terceiro venha aos autos pleitear a sua admissão no inventário
como herdeiro. O interessado deverá manifestar-se antes da partilha. O juiz
ouvirá as partes, no prazo de 10 dias, e decidirá a respeito. Caso não acolha
seu pedido, remeterá o requerente às vias ordinárias, resguardando seu
quinhão até a decisão da lide (art. 1001/CPC). O excluído terá o prazo de
30 dias para ingressar com ação de petição de herança, sob pena de perder
sua eventual parte da herança.
VI – AVALIAÇÃO DOS BENS DO ESPÓLIO
Será feita pelo avaliador oficial ou perito nomeado pelo juiz (art. 1003/CP).
No entanto, poderá ser dispensado o especialista, nos seguintes casos:
a) se todas as partes forem capazes e a Fazenda Pública concordar com
o valor atribuído aos bens do espólio nas primeiras declarações (art.
1007);
b) se todos os herdeiros concordarem com o valor dos bens declarado
pela Fazenda Pública (art. 1008);
c) se houver avaliação recente em outro processo;
d) se o cálculo do tributo causa mortis incidente sobre bens imóveis
tenha sido realizado com base nos valores venais.
VII– IMPUGNAÇÃO DO LAUDO DE AVALIAÇÃO DOS BENS
O laudo poderá ser impugnado pelas partes no prazo de 10 dias, contados
da data de sua entrega, devendo o juiz julgar de plano. Se acolher a
impugnação, mandará ao perito para sua retificação ou repetição (arts.
1009 e 1010/CPC).
VIII – ÚLTIMAS DECLARAÇÕES
Aceito o laudo pelas partes ou decididas as impugnações, será lavrado o
termo de últimas declarações, podendo o inventariante emendar, aditar ou
completar as primeiras (art. 1011).
As partes serão ouvidas no prazo de 10 dias; não havendo impugnação,
proceder-se-á ao cálculo do imposto, que poderá ser impugnado pelas
partes no período de 05 dias.
Acolhida a impugnação pelo juiz, remeterá os autos ao contador,
determinando as alterações que deva fazer e, após, julgará o cálculo do
imposto (art. 1012 e 1013/CPC).
Observação:
Da sobrepartilha.
É a partilha de bens do espólio que, por algum motivo justificado, não
foram incluídos em inventário (ou arrolamento) já concluído:
Art. 1.040. Ficam sujeitos à sobrepartilha os bens:
I - sonegados;
II - da herança que se descobrirem depois da partilha;
III - litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;
IV - situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o
inventário.
Parágrafo único. Os bens mencionados nos nºs. III e IV deste artigo serão
reservados à sobrepartilha, sob a guarda e administração do mesmo ou de
diverso inventariante, a aprazimento da maioria dos herdeiros.
Art. 1.041. Observar-se-á na sobrepartilha dos bens o processo de
inventário e partilha.
Parágrafo único. A sobrepartilha correrá nos autos do inventário do autor da
herança.
Inventário negativo.
Adotado, embora sem previsão legal, quando necessário, em casos como o
de viúvo que deseje contrair novas núpcias (Cód. Civil, art. 1.523, I), ou de
herdeiro que receie responsabilidade além das forças da herança (Cód. Civil,
art. 1.792).
06 - INCIDENTE DE REMOÇÃO DE TUTOR
OU CURADOR - (ART. 1.194/1.198) NOTAS:
-Têm legitimidade para requerem a remoção: o órgão do ministério público ou quem
tenha legítimo interesse (art. 1.194).
-Em caso de extrema gravidade, poderá o Juiz suspender do exercício de suas funções o
tutor ou o curador, nomeando-lhe inteiramente substituto (art. 1.197).
Petição inicial
Contesta
Não contesta
Audiência, se necessária
Sentença
5 dias
803, par. único
5 dias
803
1.194
07 - LEVANTAMENTO DE INTERDIÇÃO (ART. 1.186, §§ 1º E 2º CPC).
NOTA:
-Em apenso aos autos de interdição (art. 1.186 § 1º).
Petição inicial
Sentença
Manifestação do Ministério Público
Compromissos e laudos
Interdito indica assistente técnico e formula quesitos
Juiz nomeia perito, manda intimar o Ministério Público para acompanhar
Audiência
1.186, § 2º
Publicação pela imprensa
Averbação no registro civil
1.186, § 1º
08 - CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS ART. 888, inc. VI do CPC, Art. 223 do CC e Art. 7º, 1º da Lei
6.515/77.
Petição Inicial
Conclusão
Mandado de citação e/ou afastamento (prazo de 5 dias) e alvará de separação de corpos
Sem contestação
Contestação
Audiência de Conciliação
Vista ao MP
Réplica
Acordo
Réplica
Vista ao MP
Sentença
Audiência de Conciliação, instrução e julgamento
Sentença
Contestação
NOTA:
A separação de corpos é uma providência preventiva ou preparatória
prevista preliminar ou concomitante ao processo de separação, e
procedimento de afastamento de um dos cônjuges do lar, ambas as
situações pleiteadas na forma cautelar.
ESPÉCIES:
Requerida por ambos os cônjuges, já separados de fato.
Requerida pelo autor para ele sair de casa.
Requerida pelo autor para retirada do réu do lar conjugal.
As duas primeiras modalidades requerem apenas a prova de casamento,
não havendo necessidade de alegar qualquer causa ou motivo. A última
hipótese leva em consideração a possibilidade de risco físico na manutenção
da vida conjugal, a ocorrência de risco irreversível.
Os Art. 1.562 do Código Civil e 7º, § 1º da Lei nº 6.515, detêm-se mais na
separação de corpos, enquanto o art. 888, inc. VI, do CPC cuida do
afastamento do cônjuge do lar.
Pode o Juiz conceder a liminar ou designar a audiência de justificação: o
autor e as testemunhas são ouvidos para se comprovar a necessidade da
liminar. Como a medida é cautelar, o agendamento da audiência é rápido.
O Réu pode contestar em 5 dias.
È preferível ter o Boletim de Ocorrência para comprovar as agressões
físicas.
O Autor tem 30 dias para entrar com a ação principal (separação litigiosa).
O cumprimento dos mandados judiciais, expedidos nos processos de Medidas
Cautelares, é dotado de força especial, posto que o Oficial de Justiça não
poderá vacilar, sob pena de causar grave transtorno à expectativa de solução
temporária imediata procurada pelo Autor. Uma vez deferida a Medida, a
responsabilidade e a celeridade do oficial é fator decisivo na sua eficácia, por
isso, este deverá cumprir o mandado expedido pelo Juiz, ainda que tenha de
recorrer ao arrombamento ou à solicitação de apoio policial (art. 842 e 843 do
CPC).
Dabliopeandrade
09 - PROCEDIMENTO SEPARAÇÃO/DIVÓRCIO/DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE E RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL
10 dias 10 dias
Petição inicial – art. 282 do CPC
Juiz indefere – art. 295, I a IV do CPC
Para emendar a inicial ou completar a inicial (10 dias) –
art. 284,CPC Apelação – prazo de 48 horas – Art. 296, CPC
Juiz não reconsidera Juiz reconsidera
Autos remetidos ao Tribunal – art. 296, §
único do CPC
Exceção – Art. 297 e 304 do CPC
Processamento em apenso – art. 299 do
CPC
Sem contestação
Contestação – 15 dias
Reconvenção – art. 315 do CPC
Contestação à reconvenção – 15 dias.
Art. 316 do CPC
Julgamento antecipado art. 330, I e II do CPC
Sentença de extinção do processo – arts. 267 a 269,
II a V
Audiência de conciliação – art. 331
do CPC
Saneador
Conciliação positiva
Homologação por sentença
Audiência de instrução e julgamento
Sentença
Separação Judicial Litigiosa - A separação litigiosa ocorre quando não houver consenso entre os cônjuges, é necessário que seja apresentada uma razão jurídica para a separação. Isso implica que haja um causador, ou culpado, pela separação.
Quando a separação for pedida por apenas um dos cônjuges, portanto litigiosa, há de ser observado o que dispõe o art. 100, I, do CPC.
A Separação litigiosa se dá por sentença do Juiz. A sentença é constitutiva,
porque altera a situação jurídica anterior, ou seja, dissolve a sociedade
conjugal.
O recurso contra a sentença que decreta a separação é recebido sempre
com suspensividade, os efeitos respectivos só estarão operando a partir do
trânsito em julgado.
Diferentemente da separação consensual, os conjugues não precisam
aguardar um ano para realização desse procedimento.
Na audiência de conciliação, quando não houver acordo, o juiz fixará os
pontos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes,
determinando as provas a serem produzidas, designando audiência de
instrução e julgamento, se necessário.
Divórcio - A Lei 6.515/77 estabelece que, para requerer o Divórcio Direto,
basta que o interessado prove a separação de fato, ou seja, que o casal não
mais compartilha o mesmo teto e não mais conviva maritalmente, por um
período de tempo igual ou superior a dois anos, ininterruptos.
Havendo litígio, o processo correrá pelo procedimento ordinário; isto quer
dizer: tudo será discutido, cada parte poderá produzir as provas que julgar
conveniente e as testemunhas poderão ser ouvidas para que o juiz venha
estabelecer se há culpa; e, se houver, a qual dos cônjuges deverá ser
imputada, Art. 40, I, II, III, IV § 3º.
Qualquer dos cônjuges separados judicialmente, há mais de um ano,
poderá, individualmente, postular em juízo a conversão da Separação em
Divórcio, art. 35, parágrafo único da Lei 6.515/77.
Quando o Divórcio for requerido na mesma comarca onde tenha ocorrido a
Separação, o processo será apensado ao da Separação.
Os processos de separação e de divórcio também tramitam sob segredo de
justiça, portanto, será lógico que este sigilo deva permanecer quando da
averbação do divórcio no Cartório do Registro Civil.
Na hipótese da Conversão do Divórcio ser requerida por um só dos
Cônjuges, o outro será citado para que possa oferecer contestação. A
contestação, entretanto, não poderá discorrer sobre os fatos do passado
que possam ter dado origem à separação, mas, exclusivamente, sobre
algumas poucas situações que o legislador relacionou na norma.
Quando não houver contestação, o Divórcio-Conversão será deferido, sem
audiência e sem qualquer formalidade maior, embora a lei fixe o prazo de
10 dias. É sempre oportuno lembrar que os prazos podem ser maiores,
dependendo da quantidade de serviços da comarca.
O Divórcio Direto também pode ser consensual ou litigioso, todavia, os
requisitos devem atender a um prazo de dois anos de separação de fato,
além dos demais requisitos previstos para a Separação Judicial, tanto
consensual quanto litigiosa.
O Juiz não decretará o divórcio se não houver ainda sentença definitiva da
separação judicial, mesmo que a demanda da separação já tenha
ultrapassado os dois anos que a lei exige de separação de fato. O Juiz
também não decretará o divórcio se a separação tiver sido decretada, mas
ainda pender decisão sobre a partilha de bens.
O divórcio somente produzirá efeitos jurídicos a partir do seu registro no
Cartório do Registro Público competente.
Quando houver sentença de Separação sem a partilha de bens, a
homologação do Divórcio, quando consensual, ou a sentença do divórcio,
quando litigioso, obrigatoriamente, disporá sobre ela.
Reconhecimento de União Estável - As matérias concernentes à união
estável foram regulamentadas com maior ênfase pela Constituição Federal,
em seu art. 226, § 3°, reconhecendo-a como entidade familiar. Seguindo,
foi editada a Lei n. 8.971 em 29/12/94, com objetivo de regular o direito
dos companheiros a alimentos e à sucessão.
Existirá união estável quando houver associação de homem e mulher,
ambos livres e desimpedidos, para o fim de constituir família, convivendo,
como se casados fossem, por um lapso temporal juridicamente razoável,
ininterrupto e não clandestino, gerando entre eles direitos e deveres de
respeito e consideração mútuos; assistência moral e material recíproca;
guarda, sustento e educação dos filhos comuns.
Esta mesma união poderá, a qualquer tempo, ser desfeita, seja pela
vontade de ambos os companheiros, seja pela pré-disposição unilateral
quando o outro descumprir seus deveres da convivência, seja, enfim, pela
superveniência do evento morte.
Em regra, a ação seguirá o rito ordinário, pois no pedido inicial deve constar
o pedido de reconhecimento de união estável para (?). A cumulação de
pedidos aqui é daquelas que, só se conhecerá do subseqüente, se proceder
o antecedente. Se houver provas bastantes e pré-constituídas da união,
pode-se valer do procedimento sumário, inclusive pedindo os alimentos
provisórios.
O artigo 8° da Lei n. 9.278/96 dispunha que os companheiros poderiam
requerer a conversão da união estável em casamento, a qualquer tempo, e
desde que estivessem de comum acordo, mediante requerimento ao Oficial
do Registro Civil. O Código Civil de 2002, no art. 1.726, acrescenta que
deve ser pedido ao juiz, além de assento no Registro Civil.
A união estável poderá converter-se em casamento, mediante requerimento
de ambos os companheiros ao Oficial do Registro Civil de seu domicílio,
processo de habilitação com manifestação favorável do Ministério Público
respectivo assento.
Dissolução de Sociedade - A convivência pode ser dissolvida por acordo
entre as partes, o que não é necessário de forma escrita, mas caso seja,
podem pedir homologação judicial, até mesmo quando estipular obrigação
alimentar; ou por decisão judicial.
Inexistindo acordo, pode qualquer das partes ajuizar ação ordinária de
dissolução da união estável, ficando imposto ao juiz decidir sobre guarda
dos filhos, alimentos, divisão de bens comuns, dentre outras questões
controvertidas.
A dissolução traz duas conseqüências: a necessidade de dividir o patrimônio
conquistado nesse período e o pagamento de pensão ao companheiro
necessitado (assim considerado aquele que não tem condições financeiras
de se sustentar).
A divisão do patrimônio, também conhecido como partilha de bens, decorre
do Código Civil que estabeleceu no caso de os companheiros não terem
estipulado contratualmente um regime de bens diferente, para eles será
considerado o regime da comunhão parcial de bens, no qual os bens de
cada companheiro adquiridos antes do relacionamento pertencem
exclusivamente a ele, mas os bens adquiridos após o relacionamento
pertencerão a ambos, com exceção das doações e heranças.
dabliopeandrade
10 - AÇÃO REVISIONAL E EXONERATÓRIA DE ALIMENTOS
Lei 5.478 de 25.07.1968 art. 15 e art. 1.606 do CC.
Petição inicial
Conclusão
Citação via correio, intimação do autor, nota de expediente e intimação do MP
Audiência de conciliação
Acordo
Sem acordo
Contestação
Réplica
Vista ao MP
Audiência de conciliação (Art. 331 do CPC)
Baixa
Diligências
Baixa
Audiência de conciliação, instrução e julgamento
NOTA:
Conceito – É o meio judicial adequado para se obter alteração do valor da
pensão alimentícia previamente arbitrado por decisão judicial.
Está sujeita às leis gerais do processo judicial contencioso, segundo o rito
comum, com o fim específico de redução, majoração ou extinção da
obrigação alimentar.
Distinção - Ação Revisional e exoneratória - juridicamente, revisão é a
modificação de regra, cláusula ou condições que devem ser atendidas ou
acomodadas a certas exigências legais, como por exemplo, a revisão de um
contrato, ou a modificação de cláusula de alimentos estabelecida na
separação consensual. Já o termo exoneração constitui o fato de
desobrigar-se alguém de um ônus.
dabliopeandrade
11 - ARROLAMENTO
Sumário Comum
Petição Inicial
Petição Inicial
Nomeação de Inventariante
Nomeação de Inventariante
Apresentação da partilha amigável ou
pedido de adjudicação dos bens
Primeiras Declarações
Homologação da partilha ou adjudicação
Expedição do formal de partilha ou carta de
adjudicação
Citação dos Interessados
Manifestação sobre as primeiras declarações
Sentença
Expedição do formal de partilha ou carta de
adjudicação
Procedimento do arrolamento sumário (art. 1.032 a 1.035, CPC) e do
arrolamento comum (art. 1.036, CPC). O arrolamento é um procedimento
simplificado do inventário e partilha.
O arrolamento é um procedimento simplificado do inventário e partilha. É
admissível nos seguintes casos: ·
a) os herdeiros optam pela partilha amigável - ARROLAMENTO SUMÁRIO;
b) o valor dos bens do espólio é igual ou inferior a 2.000 OTNs (Obrigações
do Tesouro Nacional) – ARROLAMENTO COMUM.
PROCEDIMENTO DO ARROLAMENTO SUMÁRIO (art. 1.032 a
1.035/CPC)
O ARROLAMENTO SUMÁRIO é previsto nos artigos 1.031 ao 1.035, do
CPC, e possibilita a partilha amigável, desde que as partes sejam maiores e
capazes, nos termos do artigo 1.773 do Código Civil, e será homologado de
plano pelo juiz, mediante a prova da quitação dos tributos relativos aos
bens do espólio e às suas rendas, conforme a previsão do artigo 1.031. O
procedimento a ser seguido é o previsto nos artigos 1.032 ao 1.035, do
Código de Processo Civil.
O ARROLAMENTO COMUM é cabível, mesmo quando existam herdeiros
menores e incapazes, desde que o valor dos bens do espólio não ultrapasse
o equivalente a 2.000 Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN-
, e será processado conforme os artigos 1.036 a 1.038 do CPC.
I – INICIAL
Os herdeiros apresentarão a inicial instruída com certidão de óbito e do comprovante de
recolhimento das custas.
II – NOMEAÇÃO DO INVENTARIANTE
Os próprios herdeiros indicarão o inventariante, que estará dispensado de prestar
compromisso. A Fazenda Pública e o Ministério Público serão cientificados.
II– PARTILHA OU ADJUDICAÇÃO DOS BENS
Após a nomeação do inventariante, será apresentada a partilha amigável ou o pedido de
adjudicação dos bens quando houver um único herdeiro.
IV– Homologação da Partilha ou da Adjudicação
Provada a quitação dos tributos, deverá o juiz homologar a partilha ou a
adjudicação, mandando expedir-se o formal ou a carta e, em seguida, o
arquivamento dos autos.
PROCEDIMENTO DO ARROLAMENTO COMUM (art. 1036/CPC)
I– INICIAL
A petição inicial deverá preencher os requisitos do art. 993 do Código de Processo Civil
e instruída com a certidão de óbito e comprovante de recolhimento das custas.
II – NOMEAÇÃO DO INVENTARIANTE
O inventariante será nomeado dentre as pessoas indicadas no art. 990 do CPC,
dispensado o compromisso.
III– PRIMEIRAS DECLARAÇÕES
O inventariante apresentará suas declarações no prazo de 20 dias, contados da
nomeação. As primeiras declarações versarão sobre o valor dos bens do espólio, o plano
de partilha e, se houver, inclusão de herdeiro.
IV – CITAÇÃO DOS INTERESSADOS
Os interessados serão citados e o Ministério Público e a Fazenda Pública intimados para
se manifestarem sobre as declarações.
V – MANIFESTAÇÃO SOBRE AS PRIMEIRAS DECLARAÇÕES
Impugnada a estimativa do valor dos bens do espólio, deverá o juiz nomear
avaliador para que apresente laudo, no prazo de 10 dias. Se na impugnação
das primeiras declarações as partes apresentarem questões de alta
indignação, o juiz remeterá os interessados às vias ordinárias (Ex.:
impugnação do plano de partilha, pagamento de dívidas, inclusão de
herdeiros).
VI – SENTENÇA
Provada a quitação dos tributos, deverá o juiz proferir sentença, julgando a partilha ou a
adjudicação e determinará, após trânsito em julgado, a expedição do formal de partilha
ou da carta de adjudicação; arquivando-se em seguida os autos.
Dabliopeandrade
12 - EMANCIPAÇÃO/SUPRIMENTO DE IDADE
Emancipação concede ao menor a aquisição da plena capacidade jurídica
antes da idade legal, tornando possível ao emancipado exercer atos civis.
A maioridade pode cessar antes, por emancipação, tendo o menor dezesseis
anos completos (Cód. Civil, art. 5º, parágrafo único, I), extinguindo-se o
poder familiar (Cód. Civil, art. 1.635, II).
Petição Inicial
Citação
Resposta
Manifestação do Ministério Público e da
Fazenda Pública, quando for o caso
Sentença
Recurso
Audiência, se necessária
1.104
10 dias
1.106
1.108
1.10710 dias
1.110
A emancipação dos menores sob pátrio poder pode ser concedida pelos
pais, conjuntamente, ou por um deles na falta do outro, por instrumento
público, independentemente de qualquer ato judicial.
Depende de sentença, proferida em procedimento de jurisdição voluntária,
a emancipação de menores sob tutela (Cód. Civil, art. 5º, parágrafo único,
I). O requerimento é formulado pelo próprio menor, representado por
advogado ou pelo curador de menores, em face de seu tutor, que deve ser
citado, podendo impugnar o pedido e produzir prova de suas alegações. A
resistência do tutor determina a existência de controvérsia, mas não de
lide, porque, em abstrato, supõe-se devida, ela própria, à intenção do tutor
de atender ao interesse do menor, que unicamente deve ser levado em
consideração.
A competência é do foro do domicílio do tutor .
A emancipação, quer por instrumento público, quer por sentença, deve ser
registrada no Registro Civil das Pessoas Naturais (Cód. Civil, art. 9º, II; Lei
6.015/73, art. 29).
Suprimento de Idade
São atos de jurisdição voluntária o suprimento judicial de idade para o
casamento; a outorga judicial de consentimento para idêntico fim: o
afastamento de menor autorizado a contrair casamento contra a vontade
dos pais.
a) Suprimento de idade para o casamento.
Não podem casar os menores de 16 anos (Cód. Civil, art. 1.517). Contudo,
a mulher menor de 16 anos, vítima de estupro ou sedução, pode casar com
o ofensor, em caso de gravidez, ou para evitar que se lhe imponha pena
criminal (Cód. Civil, art. 1.520). Para isso, será necessário obter-se o
suprimento judicial de idade.
b) Outorga judicial de consentimento para o casamento.
Não podem casar os sujeitos ao poder familiar, tutela ou curatela, sem o
consentimento, respectivamente, de ambos os pais, do tutor ou do curador,
os quais podem revogar sua autorização até a celebração do casamento
(Cód. Civil, arts. 1.517 e 1.518). Mas o juiz pode suprir a denegação do
consentimento, quando injusta (Cód. Civil, art. 1.519).
O pedido é formulado pelo próprio menor, representado por advogado ou
pelo curador de menores.
c) Afastamento de menor autorizado a contrair matrimônio.
O pedido de outorga judicial de consentimento para matrimônio pode ser
cumulado com o de afastamento do menor. Nada impede, porém, que seja
formulado após a autorização judicial.
Não se realizando o casamento, torna-se ineficaz a autorização do juiz
concedida para afastamento de seu representante legal, tornando-se, a
partir daí, ilegítima a permanência fora do lar.
dabliopeandrade
13 - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (RITO DO ART. 733/CPC)
Petição Inicial
Citação do Executado
O executado pagou?
Extinção do feito
O Executado justificou? Decretação da Prisão do Executado
Audiência de Conciliação, se
necessário
Houve acordo?
Extinção da ação
Prisão Civil do Executado
O Executado pagou?
Extinção da ação
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Não
Sim
Execução de Alimentos – Art. 733 do CPC
O fundamento da execução dos alimentos está prevista tanto no Código de Processo Civil (arts. 732 a 735) como na Lei de Alimentos (Lei 5.478/68, art. 16 a 19).
Os alimentos podem ser devidos de pais para filhos, de filhos para pais que
não possuam ascendentes e entre cônjuges e companheiros.
A prestação alimentícia é fixada por sentença em ações próprias de
alimentos ou em separações judiciais e divórcios. Pode, ainda, ser
convencionada em acordo extrajudicial, devendo este ser homologado para
que possibilite sua eventual execução.
A execução deve estar acompanhada de cópia da sentença onde os
alimentos foram fixados. Se o requerente não possuir a cópia, deve-se
requerer desarquivamento dos autos cuja prestação alimentícia foi
estipulada, para viabilizar a extração da cópia da decisão.
I - INICIAL
Por se tratar de execução de alimentos pelo rito da prisão civil (art.
733/CPC), deve-se executar apenas os três últimos meses de prestação
alimentícia em atraso, fazendo-se uma planilha demonstrativa da dívida,
especificando os juros de mora e a correção monetária.
II - DISTRIBUIÇÃO
A petição deverá ser distribuída por dependência à ação onde os alimentos
foram estipulados. Portanto, a execução será processada na mesma Vara
que determinou a prestação alimentícia.
III- CITAÇÃO
O réu é citado para que efetue o pagamento da dívida em três dias. No
entanto, o executado pode pagar, apresentar sua justificativa de não
pagamento ou proposta de parcelamento da dívida.
Se o executado quitar seu débito, extingue-se a obrigação e a execução,
nos termos do art. 794, I do CPC.
IV - IMPUGNAÇÃO À JUSTIFICATIVA
O autor deverá apresentar a Impugnação à Justificativa, sendo o caso,
dizendo que não concorda com a proposta de parcelamento e reiterando o
pedido de pagamento sob pena de prisão.
V- ACORDO
Havendo acordo entre as partes, extingue-se o processo nos termos do art.
794, II do CPC.
VI - SEM ACORDO
Não havendo acordo e o juiz julgando procedente o pedido, a prisão civil do
executado é decretada. O réu permanece preso até que quite a dívida ou,
então, até que cumpra a pena.
VII - EXTINÇÃO
Se o executado cumprir a pena sem saldar a dívida, a execução passará a
ser processada pelo rito da penhora (art. 732/CPC).
dabliopeandrade
14 - CURATELA DE INTERDITOS
Petição Inicial – art. 1.180
Citação do Requerido
Audiência de Interrogatório
Assinatura do termo de compromisso
Impugnação – 05 dias
Perícia (O laudo do Médico do INSS e o interrogatório podem substituir a perícia para que o Juiz decrete a
interdição)
Audiência de Instrução e Julgamento
Decretou a Interdição na Sentença?
Editais pela Imprensa Art. 1184
Registro da interdição no Registro de pessoas
naturais
Extingue o Processo
Nomeia Curador para o Interditando
Sim Não
I - Interdição – É um ato judicial pelo qual se declara a
incapacidade de determinada pessoa natural, maior, de praticar
certos atos da vida civil. Está regulada nos artigos 1.768 a 1.778 do
Novo Código Civil (Lei n.º 10.406/02). A interdição é prevista no art.
1.767 do CC e o seu procedimento nos art. 1.177 do CPC.
II - Curatela: é o encargo público que a lei comete a alguém para reger,
defender e administrar os bens de uma pessoa maior que, por si só, não
está em condições de fazê-lo, em razão de enfermidade física ou mental.
(DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. V.1 , p. 973) art. 1767 do CC.
Conceito, natureza jurídica, legitimidade ativa e passiva, competência,
petição inicial, procedimento e sentença, levantamento da interdição,
investidura e remoção do curador.
III- Conceito
O Código Civil estabelece em seu art. 1.767 que estão sujeitos à curatela
aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para os atos da vida civil; aqueles que, por outra
causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os deficientes
mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem
completo desenvolvimento mental; os pródigos (aqueles que gastam muito
dinheiro).
IV - Natureza Jurídica
É um procedimento de jurisdição voluntária no qual o juiz não julga para
sentenciar o interesse em conflito, mas sim, um único interesse, ou seja, o
do interdito.
Assim sendo, não se destina o juiz a formar coisa julgada entre as partes,
mas sim, uma eficácia erga omnes (abrange todos).
V- Legitimação
Poderá ser interditado, constituindo o pólo do legitimado passivo, o maior
de 18 anos, ou o menor entre 16 e 18 anos (relativamente incapaz), uma
vez que este já pode praticar atos jurídicos.
Reconhece o art. 1.777 do CPC, que podem requerer a interdição, ou seja,
constituem os legitimados ativos:
• pai, mãe ou tutor;
• cônjuge ou algum parente próximo;
• órgão do Ministério Público.
Com exceção do último, não há grau de preferência na enunciação dos
legitimados.
Importante observar que:
- O tutor só poderá requerer a interdição do órfão de mais de 16 anos
ou do tutelado que atinja os 18 anos;
- O cônjuge, independentemente do regime de bens instituído e da
condição de separado, poderá requerer a interdição, não podendo
entretanto, figurar como curador. Se houver a separação judicial ou
divórcio, desaparecerá o interesse.
- Parente próximo deverá enquadrar-se entre os sucessíveis será
somente os sucessíveis;
- O próprio incapaz pode tomar a iniciativa da interdição, se nenhum dos
legitimados a fazer, o fizer. Ao instaurar o processo, o MP será
convocado para interferir, nomeando curador ao requerente;
- O Ministério Público poderá requerer a interdição de qualquer incapaz
por anomalia psíquica, desde que haja a inércia dos familiares.
Segundo o art. 1.182, § 1°, do CPC, quando a interdição é requerida por
familiar, a posição do Ministério Público é a de defensor do legitimado
passivo. Quando, no entanto, o próprio MP requer a interdição, será
nomeado curador especial para o interditando.
VI - Competência
Não há regra expressa no CPC, mas deve prevalecer o foro do domicílio do
interditando, conforme a regra geral do art. 94 do CPC.
Essa competência, entretanto, é relativa, e poderá ser prorrogada, se não
houver exceção de incompetência em tempo hábil.
VII- Petição Inicial
Deverá ser subscrita por advogado e instruída com a prova de que o
requerente se acha legitimado a promover a interdição, como por exemplo:
a certidão de casamento, de nascimento, etc.
Nos fundamentos, serão elencados os fatos que revelam a anomalia do
interditando e que recomendem a sua incapacitação. Também seria
importante juntar atestado médico, para evitar procedimento sem
fundamento.
VIII - Procedimento
Será citado o interditando assim que despachada a inicial. A citação deverá
ser pessoal e o processo começará por audiência de interrogatório do
promovido, para que o juiz tenha um contato pessoal com o interditando e
venha a conhecer ao menos sua aparência e reações exteriores. Esse
interrogatório poderá se proceder na própria casa do interditando ou no
hospital onde se ache internado.
O interrogatório será reduzido a auto e fará parte importante do
procedimento, devendo-se entender que a ausência deste não acarreta a
nulidade do processo, uma vez que a perícia forneça dados preciosos sobre
a sua alienação mental.
O prazo de impugnação ao pedido é de 5 dias, a contar do interrogatório,
conforme o art. 1.182 do CPC.
A impugnação poderá ser feita:
• pelo órgão do MP;
• por advogado constituído pelo interditando;
• por curador à lide;
• por advogado constituído por parentes sucessíveis.
Após o decurso do prazo para impugnação ou após a própria, será realizada
a perícia médica na pessoa do interditando. O exame psiquiátrico é
essencial e sua omissão caracterizará a nulidade do processo.
Após o laudo da perícia médica, será designada a audiência de instrução e
julgamento, para esclarecimentos do perito, ouvida de depoimentos
pessoais e testemunhas.
Não é obrigatória a realização dessa audiência. Se os interessados não
acharem necessário o esclarecimento sobre o laudo e não requererem
testemunhas, o juiz poderá julgar a causa com base na perícia.
IX - Sentença
Segundo o art. 1.775 do CC, decretada a interdição, o juiz nomeará, na
sentença, o curador do incapaz. Os efeitos da sentença são imediatos,
mesmo que haja a interposição de apelação, como estabelece o art. 1.184
do CPC. A apelação é recebida sem efeito suspensivo.
Sendo esses efeitos:
• nomeação do curador e assunção da curatela;
• inscrição da sentença no Registro Civil;
• publicação de editais (um no jornal local e três no órgão oficial).
Poderá decretar o juiz, ao acolher o pedido, a interdição total ou parcial do
promovido. A publicação não dispensa a intimação normal dos que
participaram do procedimento.
A partir da sentença, o interdito só poderá praticar atos jurídicos por
intermédio de seu curador; e os atos praticados sem a representação deste
serão nulos. A sentença não tem efeito retroativo, e, por assim ser, apenas
anula os atos praticados antes da interdição e não os torna nulo.
X - Levantamento da Interdição
Conforme o art. 1.186, § 1°, do CPC, cessada a causa da interdição, o
próprio interdito poderá requerer seu levantamento. Este requerimento será
autuado em apenso aos autos da interdição e deverão ser ouvidos o MP e o
curador. São necessários, também, o exame pessoal pelo juiz, em
interrogatório, e a perícia médica.
Será realizada a audiência de instrução e julgamento apenas se houver
necessidade.
De acordo com o art. 1.186, § 2°, do CPC, a sentença que acolhe o pedido
de levantamento de interdição é constitutivo, já que desconstitui o efeito da
sentença anterior e seus efeitos não são imediatos, pois dependem de
trânsito em julgado.
XI - Investidura dos curadores
Deve o curador prestar o compromisso de bem e fielmente exercer o
encargo e, antes de entrar em exercício, como estabelece o art. 1.188 do
CPC, deverá especializar imóveis sobre os quais recairá a hipoteca legal que
assegurará sua gestão.
Segundo o art. 1.189 do CPC, enquanto não especializada a hipoteca,
incumbirá ao Ministério Público reger a pessoa do incapaz e administrar-lhes
os bens.
Poderá ser dispensada essa hipoteca pelo juiz, quando o curador for de
reconhecida idoneidade (art. 1.190 do CPC).
XII – Remoção de Curador
Pode ser movida a ação de remoção do curador pelo Ministério Público ou
por quem tenha o legítimo interesse. Essa ação pode ser promovida em
procedimento, com contraditório, segundo o rito das ações cautelares (art.
1.195 e 1.196 do CPC).
Após a contestação e a instrução, o juiz decidirá sobre a remoção. Se
decidir procedente o pedido, deverá nomear o substituto para exercer a
curatela.
Art. 1197 do CPC: "Em caso de extrema gravidade, poderá o juiz suspender
do exercício de suas funções o tutor ou curador, nomeando interinamente
substituto".
Os casos de remoção estão arrolados nos art. 1.735 e 1.766 do CC. De
maneira geral, será sempre cabível a remoção, quando o curador cometer
infração para com os deveres a ele instituídos por lei.
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15 - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
Lei nº 8.560/92 – Lei nº 5478/68 - art. 282 e ss do CPC – art.1607 ss do CC –
Audiência de conciliação
Sem acordo Acordo (filiação, guarda, direito de visitas,
alimentos)
Petição Inicial
Despacho inicial do juiz determinando: A)- citação do suposto pai para reconhecimento espontâneo ou contestação.
B)- data para audiência de conciliação.
Contestação
Reconhecendo a paternidade Não reconhecendo a paternidade
Fixação dos alimentos provisórios
Impugnação Exame Pericial – DNA
Realização do Exame Ausência das partes ao exame pericial
(efeito do artigo 231 e 232 do CC, STJ – súmula 301)
Sentença homologatória
Do(a) Investigado(a) Do(a) Investigante Entrega do laudo pericial
Inclusão de paternidade
Exclusão de paternidade
Alimentos provisórios
Alimentos provisórios Manifestação das partes
Despacho Saneador Fixação de data para realização de exame pericial
de Ácido Desoxirribonucléico – DNA: custos pelo requerente, fixação de data para audiência
de instrução e julgamento
CONTINUAÇÃO DO FLUXOGRAMA DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
Audiência de instrução e julgamento
Proposta de acordo preliminar
Acordo frutífero
Acordo infrutífero
Oitiva de testemunhas
Alegações finais/memoriais
Procedência do Pedido
Sentença
Determinação da inclusão da paternidade no Registro de Nascimento do investigante (guarda, direito de visitas e alimentos)
Improcedência do pedido
Sentença com trânsito em julgado formal
Investigação de Paternidade - O direito de ingressar com a Ação de
Investigação de Paternidade está previsto na Lei nº 8.560/92 e no art.
1.606 do CC. Havendo a cumulação com pedido de alimentos, será também
fundamentada no art. 1.694 do CC e na Lei de Alimentos nº 5.478/68.
I - Inicial
A ação de investigação de paternidade poderá ser proposta pelo legitimado,
que, quando for menor, será representado por sua mãe, ou outra pessoa
que o represente legalmente. De fato, o único legitimado, isto é, o detentor
do bem jurídico pleiteado é o menor:
“ Artigo 363 do Código Civil/1916”
Os filhos ilegítimos de pessoas que não caibam no art. 183, I a VI, têm
ação contra os pais e seus herdeiros, para demandar o reconhecimento da
filiação:
I - Se ao tempo da concepção a mãe estava concubinada com o pretendido
pai.
II - Se a concepção do filho reclamante coincidiu com o rapto da mãe pelo
suposto pai, ou suas relações sexuais com ela.
III - Se existir escrito daquele a quem se atribui a paternidade,
reconhecendo-a expressamente''.
II – Contestação
O requerido possui o prazo de 15 dias para, querendo, apresentar sua
contestação
II - Audiência
Na audiência de conciliação o requerido poderá reconhecer
espontaneamente a paternidade.
III – Perícia – DNA
A análise em DNA é o teste de paternidade mais preciso possível,
atualmente. A chance do teste em DNA por P.C.R. detectar um homem que
esteja sendo falsamente acusado de ser o pai biológico é superior a
99,99%, este é um teste absolutamente preciso. Um resultado de exclusão
significa com 100% de certeza que o suposto pai não é o pai biológico. Um
resultado de inclusão vem acompanhado da probabilidade de que o suposto
pai seja o pai biológico, que são números acima de 99,99%, resolvendo
inequivocamente todas as disputas.
IV – Audiência de Instrução e Julgamento
Com o resultado do Exame de DNA (positivo), embora a audiência sendo de
instrução e julgamento, o Juiz pode aceitar um acordo acerca do pagamento
dos alimentos, que já podem ter sidos fixados.
V – Sentença
Após o prazo para alegações finais de ambas as partes e Ministério Público,
o Juiz julga a ação.
VI – Averbação
A Ação de investigação de paternidade resultará na alteração do registro
civil, pois a Justiça tem reconhecido o direito dos pais que sempre se
mantiveram ao lado dos filhos, em verdadeira relação sócio-afetiva, a
manterem o registro dos filhos em seus nomes.
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16 - SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO CONSENSUAL
Audiência de Ratificação
Petição Inicial
A separação ou divórcio consensual quando obedecidos os requisitos do art. 1.124-A e seus parágrafos poderá ser realizada
por Escritura Pública.
Art. 1.120 a 1.124-A do CPC
Declarações são reduzidas a termo
Conciliação não é obtida
Ouve-se o Ministério Público
Sentença
Conciliação é obtida
Extingue o processo
Inscrição e Averbação no Registro Civil e Averbação no Registro de Imóveis se houver
A separação por mútuo consentimento encontra amparo na Lei n.º 6.515/77 e no Código Civil, especialmente os artigos 4.º e 1.574, respectivamente.
A separação é um dos meios de dissolução da sociedade conjugal. Embora
não rompa o vínculo matrimonial, ela faz cessar o complexo de direitos e
obrigações inerentes à vida comum dos cônjuges.
A separação judicial pode ser litigiosa (quando se atribui culpa a um dos
cônjuges) ou consensual (quando há mútuo consentimento dos cônjuges).
A separação judicial consensual é um dos meios de dissolução da sociedade
conjugal (art. 1571, III, do CC). Embora não rompa o vínculo matrimonial,
uma vez que este só se rompe pela morte ou pelo divórcio, a separação
consensual faz cessar o complexo de direitos e obrigações inerentes à vida
comum dos cônjuges.
O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, no
caso de incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente
ou pelo irmão (art. 1.576, parágrafo único, do CC).
O único requisito para o acolhimento do pedido é que os cônjuges estejam
casados há mais de um ano (art. 1.574 do CC). Indispensável, por isso, que
a petição inicial esteja instruída com a certidão de casamento.
O procedimento da separação consensual está previsto nos art. 1.120 a
1.124 do Código de Processo Civil, e, no que não foi revogado pelo Código
Civil, na Lei 6.515/77.
I- Petição Inicial
A petição inicial deve ser assinada por ambos os cônjuges. Se não puderem
ou não souberem escrever, poderá outra pessoa assinar o pedido deles.
Caso a separação consensual não seja assinada na presença do juiz, as
assinaturas serão reconhecidas por tabelião. O foro competente para
apreciar o pedido é o do domicílio do casal. Deverá ser instruída com a
certidão do casamento, realizado há mais de um ano, mais o contrato
antenupcial, se houver.
O art. 1.121 do Código de Processo Civil enumera aquilo que a inicial deverá
conter: "I - a descrição dos bens do casal e a respectiva partilha; II - o
acordo relativo à guarda dos filhos menores; III - o valor da contribuição
para criar e educar os filhos; IV - a pensão alimentícia do marido à mulher,
se esta não possuir bens suficientes para se manter".
Embora o inciso IV mencione pensão alimentícia do marido à mulher, nada
impede que seja o contrário, isto é, que a mulher se comprometa a dar
pensão ao marido que dela necessitar.
Não existindo acordo sobre a partilha dos bens, ela será feita depois de
homologada a separação.
II - Audiência
O juiz ouvirá pessoal e separadamente cada um, verificando se há
possibilidade de eles reconsiderarem a sua decisão. Caso as partes se
reconciliem, o acordo deverá ser formalizado.
Convencendo-se o juiz de que ambos, livremente e sem hesitação, desejam
separar-se, mandará reduzir a termo as declarações e, depois de ouvir o
Ministério Público, no prazo de 5 dias, a homologará. Não se convencendo o
juiz, marcará aos cônjuges dia e hora, com 15 a 30 dias de intervalo, para
que voltem, a fim de ratificar o pedido.
III - Termo de ratificação
Ratificado pelos interessados o pedido, o juiz só poderá negar-se a
homologá-lo se: a) não houver um ano desde a celebração do casamento;
h) a convenção não preservar suficientemente os interesses dos filhos ou de
um dos cônjuges (art. 1.574, parágrafo único do CC). Sempre que não for
ratificado o desejo de separação, ou quando os cônjuges não comparecerem
à audiência, o juiz mandará arquivar os autos.
IV - Sentença
Após ouvir o Ministério Público, o juiz proferirá sentença, homologando o
pedido.
V - Averbação no registro civil
Homologada a separação, a sentença será averbada no registro civil.
Havendo imóveis, também será necessário averbá-la no respectivo cartório
de registro.
Ainda será possível às partes, a qualquer tempo, no curso da separação
litigiosa, requerer a conversão para consensual. A partir de então, o
procedimento será o da jurisdição voluntária.
dabliopeandrade
17 - CONFIRMAÇÃO DE TESTAMENTO PARTICULAR
ART. 1.130/1.133
Petição do(s) interessado(s)
Juiz manda intimar os interessados e o Ministério Público para acompanharem a inquirição das
testemunhas testamentárias
Audiência
Manifestação dos interessados sobre o testamento
Vista ao Ministério Público sobre o testamento
Juiz confirma ou não o testamento
Art.1130 e parágrafo único
Art.1130
5 dias comuns
Art. 1132
5 dias comuns
Art. 1126/1127
Seguem os registros, compromissos do testamenteiro, arquivamento e execução do testamento, se for o caso
Os artigos 1.130 e seguintes do Código de Processo Civil regulam a
confirmação do testamento particular.
O disposto no artigo 1.133 deve ser complementado com a norma
superveniente do Código Civil: “Art. 1.789. Em circunstâncias excepcionais
declaradas na cédula, o testamento particular de próprio punho e assinado
pelo testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz”.
A confirmação ou negativa de confirmação judicial de testamento particular,
por constituir procedimento de jurisdição voluntária, não produz coisa
julgada, não impedindo o acesso dos interessados às vias contenciosas.
NOTAS:
Procedimento idêntico para a confirmação do testamento marítimo, militar e
nuncupativo e os codicilos (art. 1.134).
Serão intimados para a inquirição aqueles a quem caberia a sucessão
legítima, o testamenteiro, os herdeiros e os legatários que não tiverem
requerido a publicação, bem como o Ministério Público (art. 1.131, I a III).
As pessoas que não forem encontradas na Comarca serão intimadas por
edital (art. 1.131, parágrafo único).
18 - ABERTURA, REGISTRO E CUMPRIMENTO DE TESTAMENTO
CERRADO - ART. 1.125 A 1.127.
Apresentação
Exame, abertura e leitura do testamento e termo
Manifestação do Ministério Público
Sentença
Se não houver testamenteiro nomeado, se o testamenteiro nomeado não aceitar ou estiver ausente, o juiz nomeará
testamenteiro dativo
Registro no livro Próprio
Art.1125
Art.1126
1126
Art. 1127
Art. 1127
Compromisso do testamententeiro
Art.1125, I a IV
Remessa de cópia do testamento para a repartição fiscal
Remessa de cópia do testamento para os autos do inventário ou de arrecadação de
herança
1.127, parágrafo único
TESTAMENTO
(ART. 1.125/1.141 CPC)
Testamento é o ato pelo qual a pessoa dispõe de seu patrimônio e
estabelece providências, de caráter pessoal ou familiar, para que tudo seja
observado após sua morte. É um ato unilateral e suas disposições são de
última vontade, podendo ser revogado, incondicionalmente, pela vontade
do testador (C/C 2002, arts.1857, caput e 1858), inclusive por outro
testamento que disponha contrariamente ao anterior. Ato solene e formal
por excelência, a ponto de tê-las como inexistentes, se a forma
determinada não for seguida.
Os artigos 1.125 a 1.141 do Código de Processo Civil contêm disposições
relativas à tutela judicial dos testamentos. Resguardam-se, assim, os
direitos de herdeiros testamentários e de legatários, certos ou incertos. Não
se trata, porém, de processos tendentes a dirimir conflitos de interesses
entre herdeiros. Não há o pressuposto da lide em abstrato, que caracteriza
os processos de jurisdição contenciosa.
Os testamentos dividem-se em ordinários e especiais.
São testamentos ordinários o público, o cerrado e o particular (Cód. Civil,
art. 1.862).
O testamento público é escrito por tabelião, ou por seu substituto legal, em
seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, e lido em voz
alta pelo tabelião, ou pelo testador, na presença de duas testemunhas (Cód.
Civil, art. 1.864).
O testamento cerrado é escrito ou assinado pelo testador, ou por outra
pessoa, a seu rogo; o testador entrega-o ao tabelião, em presença de duas
testemunhas, declarando ser aquele seu testamento e que quer que seja
aprovado; o tabelião lavra o auto de aprovação, que é lido, em seguida, ao
testador e testemunhas, e assinado por todos (Cód. Civil, art. 1.868).
O testamento particular é assinado pelo testador e lido na presença de pelo
menos três testemunhas, que o subscrevem (Cód. Civil, art. 1.876). Em
circunstâncias excepcionais, declaradas na cédula, o testamento particular,
de próprio punho e assinado pelo testador, pode dispensar testemunhas
(Cód. Civil, art. 1.789).
São testamentos especiais o marítimo, o aeronáutico e o militar (Cód. Civil,
art. 1.886), como tal considerado o nuncupativo (Cód. Civil, art. 1.896).
O testamento marítimo pode ser feito por quem estiver em viagem, a bordo
de navio nacional, perante o comandante, em presença de duas
testemunhas, por forma que corresponda ao testamento público ou ao
cerrado (Cód. Civil, art. 1.888).
O testamento aeronáutico pode ser feito por quem estiver em viagem, a
bordo de aeronave, perante pessoa designada pelo comandante (Cód. Civil,
art. 1.889).
O testamento marítimo, assim como o aeronáutico, caduca, se o testador
não morre na viagem, nem nos noventa dias subseqüentes ao seu
desembarque (Cód. Civil, art. 1.891).
O testamento militar pode ser feito pelos militares e demais pessoas a
serviço das Forças Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele,
assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicação interrompida
(Cód. Civil, art. 1.893). De regra caduca, permanecendo, depois, o testador
por noventa dias seguidos em lugar onde possa testar na forma ordinária
(Cód. Civil, art. 1.895).
O testamento nuncupativo é verbal. A pessoa empenhada em combate, ou
ferida, confia a sua última vontade a duas testemunhas; não produz efeitos,
se o testador não morre na guerra ou convalesce do ferimento (Cód. Civil,
art. 1.896).
Codicilo é o documento escrito, datado e assinado por pessoa capaz de
testar, contendo disposições sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca
monta ou legados de móveis, roupas ou jóias, não muito valiosas, de seu
uso pessoal (Cód. Civil, art. 1.881).
Apresentação de testamento cerrado
Falecido o testador, o testamento cerrado será apresentado ao juiz, que o
abrirá e o fará registrar, ordenando seja cumprido, se não achar vício
externo que o torne eivado de nulidade ou suspeito de falsidade (Cód. Civil,
art. 1875).
A competência para a abertura de testamento cerrado é do juiz do lugar em
que se encontra o seu portador.
Ao receber testamento cerrado, o juiz, após verificar se está intato, abre-o
e manda que o escrivão o leia na presença de quem o entregou, lavrando-
se, em seguida, o auto de abertura (CPC, art. 1.125 e seu parágrafo único).
O procedimento de abertura de testamento cerrado não visa senão à
autenticação do estado em que o documento se encontrava, quando de sua
apresentação em juízo, daí a importância de o juiz indicar, no auto,
qualquer defeito ou vício da cédula, bem como, se for o caso, a declaração
de se achar intata, prevenindo, assim, possíveis modificações ou alterações
no documento (Idem, ibidem). Conflito entre os herdeiros, sobre a validade
do testamento, será objeto de ação própria, de caráter contencioso.
Conclusos os autos, o juiz, ouvido o órgão do Ministério Público, mandará
registrar e arquivar o testamento e, não havendo vício externo que o torne
suspeito de nulidade ou falsidade, determinará o seu cumprimento (CPC,
art. 1.126).
Mas, ainda que o testamento contenha o maior defeito, não poderá o juiz
dispensar o seu registro e arquivamento, pois seria absurdo que o
mandasse jogar fora. Assim, havendo defeito manifesto, o que cabe ao juiz
é omitir o habitual “cumpra-se” (Castro Filho, ibidem).
Determinado o cumprimento, o escrivão intima o testamenteiro a assinar,
no prazo de cinco dias, o termo da testamentária.
Incumbe ao juiz nomear testamenteiro dativo, não havendo testamenteiro
nomeado ou estando ele ausente ou recusando-se a aceitar o encargo (CPC,
art. 1.127).
Busca e apreensão de testamento
O artigo 1.129 do Código de Processo Civil dispõe: “O juiz, de ofício ou a
requerimento de qualquer interessado, ordenará ao detentor de testamento
que o exiba em juízo para os fins legais, se ele, após a morte do testador,
não se tiver antecipado em fazê-lo. Parágrafo único. Não sendo cumprida a
ordem, proceder-se-á à busca e apreensão do testamento, de conformidade
com o disposto nos art. 839 a 843”.
Havendo fundado receio de que o detentor destrua o testamento, expede-se
desde logo mandado de busca e apreensão, de ofício ou a requerimento de
qualquer interessado. A providência compete ao juiz do inventário. “Se não
existe o inventário, a intimação há de ser requerida ao juízo do lugar em
que se encontra o detentor, ou ao juízo competente para o inventário,
cumprindo instruir o pedido com certidão de falecimento do testador, bem
como indicar as razões que possam levar a crer que existe o testamento e
que este se encontra em poder do indicado”
O detentor que oculta ou destrói o testamento cerrado inibe ou obsta a
disposição da herança pelo testador, incidindo, pois, o artigo 1.814 do
Código Civil: pode, por ação própria, ser excluído da sucessão, se herdeiro
ou legatário.
A busca e apreensão de testamento, seja decretada de ofício ou a
requerimento de interessado, seja decretada incidentemente no curso do
inventário ou como medida preparatória de processo de abertura e registro
de testamento, constitui procedimento de jurisdição voluntária. Não se trata
de jurisdição contenciosa, por não se tratar de processo estruturado para a
composição de conflito de interesses entre o requerente e o requerido, o
que bem se evidencia da circunstância de que nem um nem outro precisam
ser herdeiros legais ou testamentários do testador. Trata-se de
procedimento voltado à tutela de interesses de pessoas incertas.
Não constitui ato administrativo, mesmo quando decretada de ofício, porque
voltada à tutela de interesses privados. A atividade administrativa, pelo
contrário, visa à tutela de interesse público.
Confirmação de testamento particular
Os artigos 1.130 e seguintes do Código de Processo Civil regulam a
confirmação do testamento particular.
A denominação não é adequada, pois não se cuida de uma confirmação,
mas de apurar se o testou livre e espontaneamente e se foram observadas
as formalidades legais. O procedimento, assim, é de apuração da
regularidade do testamento particular.
O disposto no artigo 1.133 deve ser complementado com a norma
superveniente do Código Civil: “Art. 1.789. Em circunstâncias excepcionais
declaradas na cédula, o testamento particular de próprio punho e assinado
pelo testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz”.
A confirmação ou negativa de confirmação judicial de testamento particular,
por constituir procedimento de jurisdição voluntária, não produz coisa
julgada, não impedindo o acesso dos interessados às vias contenciosas.
Prestação de contas do testamenteiro
Cumpridas as disposições testamentárias, deve o testamenteiro prestar
contas (CPC, art. 1.135), em forma mercantil, ouvido o órgão do Ministério
Público.
Se necessário, no interesse do espólio ou por dúvidas levantadas por
qualquer interessado, a prestação de contas pode ser determinada ainda no
curso do procedimento, enquanto a execução se desenvolve.
Essa prestação de contas constitui procedimento de jurisdição voluntária,
sem força de coisa julgada.
Pode ocorrer que sobrevenha ação contenciosa, contra o testamenteiro,
visando à cobrança de alegado alcance. Competente para essa ação é o foro
do domicílio do testamenteiro, segundo a regra geral do artigo 94 do CPC.
(Contra, afirmando a competência do foro do inventário.
Registro, pelo testamenteiro, de hipoteca legal
O artigo 1.136 do CPC tratava da inscrição da hipoteca legal em favor de
mulher casada, de menor ou de interdito, instituídos herdeiros ou
legatários.
A referência à mulher casada perdeu sua razão de ser com a Constituição
de 1988, cujo artigo 226, § 5º proclamou: “Os direitos e deveres referentes
à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”.
O restante do dispositivo restou derrogado pelo novo Código Civil, que já
não confere hipoteca legal às pessoas que não tenham a administração de
seus bens, sobre os imóveis de seus tutores ou curadores, como dispunha o
artigo 827, IV, do Código Civil de 1916.
Nas Disposições Transitórias do Código vigente previu-se, inclusive, o
cancelamento das hipotecas anteriormente inscritas, de conformidade com
o citado dispositivo.
Remoção de testamenteiro
O artigo 1.140 do CPC dispõe que o testamenteiro será removido e perderá
o prêmio: I – lhe forem glosadas as despesas por ilegais ou em discordância
com o testamento; II – não cumprir as disposições testamentárias.
Não se esclarece, aí, sobre o procedimento a observar. Não há que se
pensar em aplicação analógica dos dispositivos referentes à remoção de
tutor ou curador (CPC, art. 1.194-7), porque incide a regra geral do art.
1.103. A requerimento do interessado ou do Ministério Público, o
testamenteiro será citado para responder em dez dias. Produzidas as
provas, inclusive as determinadas de ofício, o juiz decidirá o pedido, sem
que esteja obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo
adotar a solução que reputar mais conveniente ou oportuna.
Havendo motivo grave, poderá o juiz suspender o testamenteiro do
exercício de suas funções, por medida liminar.
O procedimento de remoção de testamenteiro inscreve-se entre os de
jurisdição voluntária, por conceber-se a testamentária como encargo, e não
como direito subjetivo do testamenteiro.
dabliopeandrade
19 - AÇÃO REVISIONAL E EXONERATÓRIA DE ALIMENTOS
Lei 5.478 de 25.07.1968 art. 15 e art. 1.606 do CC.
Petição inicial
Conclusão
Citação via correio, intimação do autor, nota de expediente e intimação do MP
Audiência de conciliação
Acordo
Sem acordo
Contestação
Réplica
Vista ao MP
Audiência de conciliação (Art. 331 do CPC)
Baixa
Diligências
Baixa
Audiência de conciliação, instrução e julgamento
NOTA:
Conceito – É o meio judicial adequado para se obter alteração do valor da
pensão alimentícia previamente arbitrado por decisão judicial.
Está sujeita às leis gerais do processo judicial contencioso, segundo o rito
comum, com o fim específico de redução, majoração ou extinção da
obrigação alimentar.
Distinção - Ação Revisional e exoneratória - juridicamente, revisão é a
modificação de regra, cláusula ou condições que devem ser atendidas ou
acomodadas a certas exigências legais, como por exemplo, a revisão de um
contrato, ou a modificação de cláusula de alimentos estabelecida na
separação consensual. Já o termo exoneração constitui o fato de
desobrigar-se alguém de um ônus.
dabliopeandrade