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Mateus 25.6 da Meia-Noite www.chamada.com.br FEVEREIRO DE 2006 • Ano 37 • Nº 2 • R$ 3,50

Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 2

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• Sombras Emergentes do Martelo e da Foice • Um Milênio Literal - Como Ensinam as Escrituras • Uma análise dos filmes “Guerra dos Mundos” • Satanás, o imitador de Deus • Por que ainda faltava o Espírito Santo?

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Page 1: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 2

Mateus 25.6da Meia-Noite www.chamada.com.br FEVEREIRO DE 2006 • Ano 37 • Nº 2 • R$ 3,50

Page 3: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 2

Índice4

5

12

18

Prezados Amigos

Sombras Emergentes do Martelo e da Foice

9

Do Nosso Campo Visual• Uma análise dos filmes “Guerra dos Mundos” - 12

• Satanás, o imitador de Deus - 17

Publicação mensal

Administração e Impressão:Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

Endereço Postal:Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

Preços (em R$):Assinatura anual ................................... 31,50

- semestral ............................ 19,00Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00

Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992)

Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf

Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake

Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

Edições InternacionaisA revista “Chamada da Meia-Noite” é pu-blicada também em espanhol, inglês, ale-mão, italiano, holandês, francês, coreano,húngaro e cingalês.

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite”é uma missão sem fins lucrativos, com o obje-tivo de anunciar a Bíblia inteira como infalívele eterna Palavra de Deus escrita, inspiradapelo Espírito Santo, sendo o guia seguro paraa fé e conduta do cristão. A finalidade da“Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é:

1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares;

2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo;

3. preparar cristãos para Sua segunda vinda;4. manter a fé e advertir a respeito de falsas

doutrinas

Todas as atividades da “Obra MissionáriaChamada da Meia-Noite” são mantidas atra-vés de ofertas voluntárias dos que desejamter parte neste ministério.

Chamada da Meia-Noite

www.Chamada.com.br

Um Milênio Literal - ComoEnsinam as Escrituras

Aconselhamento Bíblico• Por que ainda faltava o Espírito Santo?

Page 4: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 2

4 Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

Alguém nos perguntou: “Gostaria de sabersobre a baixa auto-estima. Ainda não conseguiargumentos para combatê-la. De onde ela vem?Se amamos tanto a nós mesmos, como podemoster medo, nos considerar incapazes, diferentes,feios e tímidos? De onde vêm esses sentimentos,e por quê?” O grande exército de enfermosemocionais, depressivos e desesperados parececrescer descontroladamente.

Lemos no livro Aconselhamento – Integrando aPsicoterapia e a Bíblia?:

O aconselhamento secular começa e termina com oego; o aconselhamento profissional “cristão” começa etermina com cristianismo interpretado através deteorias do “ego”. O resultado de ambos é contrário aoque a Bíblia ensina. Não existe um versículo, deGênesis a Apocalipse, que dê uma alusão de apoioaos conceitos de “ego” da psicologia – até mesmo asversões cristianizadas que têm inundado o mercadoreligioso nas últimas décadas. O “ego” é o problema,e não há cura humana para ele, quer sejaconversando ou de qualquer outra maneira. Atravésde todas as suas páginas, a Palavra de Deus éimplícita e explícita sobre o assunto. Mateus 16.24ordena: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo senegue, tome a sua cruz e siga-me”.

A psicoterapia segue pelo caminhofrontalmente oposto, tentando com todos osmeios fortalecer o ego, o amor-próprio e aautovalorização dos que a buscam procurandoajuda. Por isso existe uma contradição e um fossotão grande separando irreconciliavelmente apsicoterapia do aconselhamento bíblico. Acosmovisão humanista parte da idéia de que emtodo ser humano existe algo de bom. OEvangelho afirma que somos pecadores edevemos nos arrepender, e que só recebemosnova vida pela graça de Deus. Trata-se deposições incompatíveis.

“A soberba precede a ruína, e a altivez doespírito, a queda” (Pv 16.18). Essa realidade nãoapenas foi experimentada por Golias, quedesprezou Davi, o ungido de Deus. O Senhormostrou ao profeta Isaías o que se passava nocoração de Lúcifer e provocou sua queda: “Tudizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acimadas estrelas de Deus exaltarei o meu trono...subirei acima das mais altas nuvens e sereisemelhante ao Altíssimo” (Is 14.13-14). Emrelação ao vindouro Anticristo também estáescrito que ele “se opõe e se levanta contra tudoque se chama Deus ou é objeto de culto...” (2 Ts2.4). A besta dos tempos finais será o auge do

culto ao eu! Percebemoscomo as pessoas vão sendopreparadas, como o enganoe a sedução nessa área têmcrescido assustadoramente e como a auto-estimae a realização própria estão em alta. As pessoasdos tempos finais são descritas de maneira muitoprecisa pelo apóstolo Paulo: “os homens serãoegoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes...” (2Tm 3.2). Pobres escravos do eu, viciados noentretenimento, aprisionados no círculo viciosoda autocomiseração, do egocentrismo e da auto-exaltação.

Diante disso precisamos tomar uma posiçãoclara, estando dispostos a nadar contra acorrenteza e decididos a não abrir as portas para oespírito da época em que vivemos. O profetaJeremias diz com todas as letras o que agrada aDeus na vida dos Seus filhos: “Não se glorie osábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força,nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar,glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu souo Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça naterra; porque destas coisas me agrado, diz oSenhor” (Jr 9.23-24). O apóstolo Paulo escreveunesse mesmo sentido aos cristãos em Corinto,sabidamente muito orgulhosos de seus donsespirituais: “vós sois dele, o qual se nos tornou, daparte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação,e redenção, para que, como está escrito: Aqueleque se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Co 1.30-31).

Quando ainda éramos crianças gostávamos decontar vantagem e de nos vangloriar diante dosoutros. Adultos deveriam ter deixado para trásesses costumes infantis. É de admirar muito oque lemos nas Escrituras sobre gloriar-se. Oapóstolo Paulo é um bom exemplo: “De boavontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas,para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2Co 12.9). Não surpreende que os não-cristãossacudam a cabeça, incrédulos por não entenderessa lógica divina!

Como cristãos, estamos na escola dodiscipulado, aprendendo a nos alegrar com aglória futura e com as tribulações do presente(Rm 5.3-4).

Unidos nAquele a quem tributamos toda aglória e toda a honra, saúdo de coração,

Dieter Steiger

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5Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

Elwood McQuaid

Agora que o comunismo está morto e a União Soviética dei-xou de ser uma ameaça (aliás, nem mesmo existe mais), como fi-ca sua interpretação de Ezequiel 38? Vocês têm muito o que ex-plicar.

Fizeram-me essa pergunta após uma mensagem proféticapregada no início de 1992. A União Soviética fora dissolvidaem dezembro de 1991 e estava supostamente num novo ca-minho de liberdade e democracia. A nova Rússia, diziam-nos, seria mais aliada do que inimiga [dos EUA].

Minha resposta ao interlocutor foi: “Essa história aindanão acabou”.

Realmente respondi com convicção. Em primeiro lugar, oataque apocalíptico a Israel vindo “dos lados do Norte” (Ez38.15), uma região claramente associada à Rússia, faz parteintegral do cenário bíblico para os dias finais. Pregar que es-se fato está profetizado nas Escrituras independe de manche-tes jornalísticas ou de uma escatologia amoldada aos aconte-cimentos de nossos dias.

Mas há um outro motivo fortíssimo para minha certeza: aRússia é essencialmente imperialista. O imperialismo é a mo-la propulsora de suas considerações políticas, sociais e reli-giosas, tanto a nível regional quanto global. Mesmo que essedesejo pelo poder hiberne periodicamente, seu ressurgimen-to é inevitável.

Foi imprudente pensar que, mesmo falida e desmotivadaapós a dissolução do bloco comunista, a Rússia aceitaria umpapel secundário na política global e dependeria da generosi-dade das nações ocidentais. O que começamos a observar re-centemente reforça esse fato.

Dias Felizes e Corações EsperançososEm 8 de junho de 1982, o presidente ameri-

cano Ronald Reagan fez seu famoso discursosobre o “Império do Mal” perante o parlamentoinglês:

Se a história nos ensina algo, é que negar fatosdesagradáveis é ilusório e imprudente. Cercam-noshoje as marcas de nosso terrível dilema – previsõesde fim-do-mundo, passeatas antinucleares, umacorrida armamentista da qual o Ocidente precisainvoluntariamente participar, para sua própria pro-teção. Ao mesmo tempo, vemos forças totalitáriasem diversas partes do planeta utilizando a subver-são e o conflito para perpetuar seu ataque bárbarocontra o espírito humano. Qual, então, deverá sernossa resposta? Deverá a civilização perecer numaonda de átomos incendiados? Deverá a liberdademurchar em mansa e insensível acomodação aomal totalitário?

O presidente Reagan entendia bem as ques-tões, e as alternativas potencialmente dolorosasnecessárias à estabilidade internacional, atémesmo por uma questão de sobrevivência.

Page 6: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 2

Cinco anos mais tarde, em 12 dejunho de 1987, Ronald Reagan co-locou-se diante do Portão de Bran-denburgo, que ainda pertencia àBerlim Oriental, e lançou seu desa-fio em tom de ultimato para o entãolíder soviético Mikhail Gorbachev:

Secretário-Geral Gorbachev: sebuscas a paz, se buscas prosperidadepara a União Soviética e a EuropaOriental, se buscas a liberalidade:Vem até este portão! Sr. Gorbachev,abre este portão! Sr. Gorbachev, der-ruba este muro!

Em 13 de junho de 1990, marre-tas começaram a destroçar o infameMuro de Berlim, que vinha man-tendo cativos os alemães orientaisdesde sua construção em 1961. Aabertura dos portões e a destruiçãodo muro, que eram símbolo daGuerra Fria entre a União Soviéticae o Ocidente, provocou um enormeotimismo. Ante os abraços de fami-liares reunidos, bem como da que-da do muro, tal otimismo pareciajustificado. Duas palavras caracteri-

zavam os benefícios da dissoluçãodo império comunista soviético:glasnost (transparência) e perestroika(reestruturação).

Para os milhões de judeus opri-midos por trás daquilo que WinstonChurchill apelidou de “Cortina deFerro”, a dissolução da União So-viética trouxe a oportunidade áureade abandoná-la. Assim, na décadade 90, um esforço maciço levoucentenas de milhares de judeus aimigrarem para Israel e outras na-ções ocidentais. Esse êxodo emmassa fez lembrar a histórica fugados israelitas do Egito, lideradospor Moisés, sendo que o êxodo mo-derno foi liderado por homens co-mo o dissidente soviético NatanSharansky, sobrevivente dos gulags(campos de prisioneiros) siberianos.

Para o Ocidente, esse colapsosoviético proporcionou acesso a umpovo desvencilhado do isolacionis-mo tecido por Karl Marx, VladimirLenin, e incentivado por JosephStalin e seus sucessores déspotas. Anova Rússia estava empobrecida,saqueada pelos 70 anos de corrup-ção comunista e engodo socialista.Conseqüentemente, para os que

desejavam recompor a nação, nãohavia outra opção a não ser esten-der suas mãos às democracias paracombaterem a anarquia e o caos.

Talvez a maior de todas as por-tas abertas nesse período foi para oscristãos, principalmente os evangé-licos. Finalmente encontraramabertura para penetrar nessa regiãoe ministrar a uma população espiri-tualmente faminta. Durante déca-das os soviéticos haviam deliberada-mente excluído a Deus, na entu-siasmada busca por seu nirvanaateu através do socialismo e do se-cularismo. O termo nirvana é des-crito corretamente no DicionárioWebster como um “objetivo deseja-do mas aparentemente inalcançá-vel”.

O que os comissários comunis-tas deixaram de considerar foi oinstinto de adoração inerente no co-ração humano, o desejo de ligar-seàquilo que é eterno. Era de se espe-rar que, diante da oportunidade deouvir a verdade divina, esse desejoaflorasse com força; e as oportuni-dades se multiplicaram. Os camposestavam maduros, e a colheita foiabundante.

6 Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

Ronald Reagan.

Em 13 de junho de 1990, marretas começaram a destroçar o infameMuro de Berlim, que vinha mantendo cativos os alemães orientais

desde sua construção em 1961.

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Sombras do PassadoMesmo assim, havia uma preo-

cupante realidade política, social ereligiosa que finalmente teria de serenfrentada. A idéia de permanecerindefinidamente num estado de de-pendência jamais fora opção viávelpara a Rússia. Afinal, o impériorusso havia sido um agente princi-pal no cenário mundial. O poder, oprestígio, seus territórios imensos, eo temível poderio militar geraramuma apreensão internacional en-quanto as nações buscavam saberqual seria o próximo passo do “ur-so” russo.

Os soviéticos detestavam todosos valores da democracia. Despre-zavam o cristianismo evangélico.Haviam expulsado da URSS oDeus do mundo judeu-cristão. E amilitância anti-semita e contra Is-rael tinha alta prioridade em sua lis-ta de passatempos nacionais.

Num dos impasses críticos en-tre Rússia e Israel, Moshe Dayan,o famoso general e líder políticoisraelense, fez a seguinte declara-ção: “A chave da guerra no Orien-te Médio está nas mãos dos sovié-ticos, enquanto que a chave da pazestá nas mãos dos Estados Uni-dos”.

Essas palavras sucintas resumema essência das principais questõesde uma Guerra “não tão Fria”.

Alguns fatos sobre acordos defornecimento de armas entre osmaiores inimigos de Israel demons-tram claramente as intenções árabese soviéticas para o Oriente Médio(veja o quadro abaixo).

O “Urso” Está DespertandoNo início de 2005 a Rússia ini-

ciou um empreendimento sério noOriente Médio para restabelecersua influência. Num acordo com ocriticado e atacado governo sírio, osrussos cancelaram a maior parte dadívida síria de 10 bilhões de dólarese, em declaração formal, restabele-ceram de vez seu relacionamentoíntimo de outrora. Essa aliança teveseu início em meados da década de50, nos dias da Guerra Fria, e ces-sou tão somente com o colapso daUnião Soviética há uma década.

No que se refere à Síria, essa foiuma grande conquista para [o pre-sidente sírio] Bashar Assad e seupaís. Assad voltou a ter um aliadoque provavelmente o protegerá dosEstados Unidos e que será seu pa-trocinador na arena internacional.

E para a Rússia, que vantagenshá? Orly Halpern respondeu no jor-nal The Jerusalém Post:

As ambições da Rússia estão che-gando às proporções da era soviética.Ela quer participar dos jogos interna-cionais que atualmente servem de re-creação para a União Européia e osEstados Unidos. Mas, no conflito ára-be-israelense, os Estados Unidos nãopermitem seu envolvimento, e ela pou-co pode dizer sobre a questão ira-quiana por ter-se recusado a partici-par da guerra contra um país que lhedevia muito dinheiro.

Ao renovar relações políticas e mili-tares com países antagônicos aos Esta-dos Unidos, a superpotência reduzidaquer restaurar a antiga glória da erasoviética, quando mobilizava as na-ções como se fossem peças de xadrez.1

Acrescente a esses motivos depreocupação por parte de Israel edos Estados Unidos as notícias deque a Rússia vendeu mísseis avan-çados à Síria. O primeiro-ministroisraelense, Ariel Sharon, alertouMoscou que tais mísseis poderiamcair nas mãos de terroristas e queseriam um grave perigo para Israel.Pelo histórico sírio, isso é pratica-mente certo.

Outro motivo de apreensão sãoos acordos de cooperação russo-

7Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

Num acordo com o criticado e atacadogoverno sírio, os russos cancelaram a

maior parte da dívida síria de 10 bilhões de dólares e, em declaração formal, restabeleceram de vez seu

relacionamento íntimo de outrora. Nafoto: os presidentes da Síria e da

Rússia.

Acordos de fornecimento de armas pelos soviéticos (adaptado de Russia Imperial Po-wer in the Middle East, publicado por Carta Press em Jerusalém, 1971, página 28.).

Ano do Acordo País Beneficiado Extensão da Ajuda Soviética

1955 Egito Fornecedor Principal

1955 Síria Fornecedor Principal

1958 Iraque Fornecedor Principal

1962 Argélia Fornecedor Principal

1967 Sudão Fornecedor Principal

1967 Terroristas iranianos Fornecedor Parcial

1970 Líbia Fornecedor Parcial

Page 8: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 2

iranianos em programas nucleares.Mesmo que a Rússia tenha prome-tido auxiliar o Irã a produzir apenasenergia nuclear para fins pacíficos,o Ocidente teme que o Estado tota-litário iraniano, que tem as mesmasambições de Saddam Hussein, odeposto tirano do Iraque, tenha ou-tros planos.

Além disso, o novo líder palesti-no, Mahmoud Abbas [Abu Mazen]fez questão, em sua primeira via-gem internacional, de passar pri-meiro por Moscou. Segundo ele,assim fez para demonstrar o respei-to dos palestinos pela Rússia, comoinfluência global, particularmenteno Oriente Médio.

No dia 13 de janeiro de 2005,vinte membros da Duma (CâmaraBaixa do Parlamento Russo) envia-ram uma carta ao procurador-geral,pedindo a investigação de suas ale-gações, e que, se confirmadas, fos-sem iniciados procedimentos paraproibir todas as organizações reli-giosas e étnicas judaicas na Rússia,declarando-as “extremistas”. Elesargumentaram que o povo judeu foiresponsável pelo ressurgimento doanti-semitismo em anos recentes. A

acusação fazia lembrar as an-tigas mentiras – fracas, masnem assim menos eficazes –que instigaram os ferozes “li-belos de sangue” e os Proto-colos dos Sábios de Sião, queno passado serviram tão bemaos propósitos dos anti-semi-tas russos.

Os cristãos evangélicos,tanto na Rússia quanto emalguns Estados da FederaçãoRussa, também sentiram-seameaçados. Não é segredoque a hierarquia ortodoxa-russa sente-se ofendida pelosgrandes avanços do cristia-nismo bíblico entre um povoespiritualmente raquítico, hátanto tempo reprimido pelo

formalismo árido do sistema orto-doxo. Conseqüentemente, a IgrejaOrtodoxa Russa vem estabelecendoalianças com os grupos políticosmais radicais, e declarando que osevangélicos pertencem a seitas quese aproveitam de cidadãos incautos.A maior preocupação ocorre hojepela visibilidade das igrejas evangé-licas (anteriormente “clandestinas”durante o comunismo), tornado-asalvos fáceis para as forças anticris-tãs, num caso de nova ação do mar-telo do ódio.

Tempos Perigosos, Medidas Desesperadas

Há muito temos sido avisadosde que nos últimos dias viriam tem-pos difíceis para o planeta. Para to-dos, menos para os que permane-cem no debilitado estado da hiber-nação espiritual para não terem deconsiderar os fatos, esses tempos já

chegaram. Os poderes internacio-nais estão caminhando implacavel-mente em direção às convulsões fi-nais preditas pelas Escrituras. Osacontecimentos no Norte do cená-rio profético são apenas uma peçado quebra-cabeças.

E mesmo que alguns argumen-tem que medidas desesperadas nãosejam uma boa descrição da respos-ta dos discípulos de Jesus a essa cri-se, ninguém pode questionar a de-sesperada necessidade de remir otempo (veja Ef 5.16) para se fazerdiferença; sem dúvida o tempo é damaior importância. Alguém disseque “o único ponto onde o tempo ea eternidade se interceptam é estemomento”.

Pondere: se isso for verdade, sig-nifica que aquilo que fazemos nestemomento pela causa de Cristo é omaior imperativo de nossas vidas.Reconheça: nossas oportunidadesde impactar a eternidade estão aca-bando. (Israel My Glory)

Elwood McQuaid é editor-chefe de TheFriends of Israel.

Nota:1. Orly Halpern, “Analysis: Russia’s ambitionsgrowing”, The Jerusalem Post, 27 de janeirode 2005.

8 Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

Ao renovar relações políticas e militares compaíses antagônicos aos Estados Unidos, a superpotência reduzida quer restaurar a antigaglória da era soviética, quando mobilizava asnações como se fossem peças de xadrez. Nafoto: o presidente soviético Vladimir Putin,junto com militares.

A Igreja Ortodoxa Russa vem estabelecendo alianças com os grupos

políticos mais radicais, e declarando que os evangélicos pertencem a seitas que se

aproveitam de cidadãos incautos.

Page 9: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 2

9Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

O longo conflito entre Deus eSatanás pelas almas dos homens es-tá chegando ao fim. Durante pelomenos 6.000 anos, desde que enga-nou a mãe Eva a respeito da fideli-dade de Deus em cumprir Sua pa-lavra, Satanás tem tentado iludir to-da a humanidade, perguntando: “Éassim que Deus disse...?”, e assegu-rando: “É certo que não morrereis!”(veja Gn 2.1,4). Desse modo, eletem levado a maioria das pessoas anão acreditarem em Deus e a faze-rem o que lhes dá na cabeça.

Mas o tempo da ilusão está seesgotando rapidamente. Se estamosrealmente nos “últimos tempos”, ouna “consumação do século”, comomuitos mestres em profecia acredi-tam, podemos estar a uma décadaou menos do período mais gloriosoque este mundo já viu desde o Jar-dim do Éden. Primeiramente, Cris-to precisa vir e arrebatar Sua Igrejalevando todos os “mortos em Cristo”(milhões de pessoas que se torna-ram crentes desde o dia de Pente-costes até o Arrebatamento) junta-

mente com os crentes vivos naquelemomento, “nós, os vivos, os que fi-carmos” (1 Ts 4.16 e 17) para a casade Seu Pai, como prometeu emJoão 14.1-3. Então, o mundo pas-sará pelos sete anos mais atribula-dos de sua história, “como desde oprincípio do mundo até agora não temhavido e nem haverá jamais” (Mt24.21). Ao final desses sete anos Je-sus Cristo voltará a esta terra compoder e grande glória, no que oapóstolo Paulo chamou de “mani-festação da glória do nosso grandeDeus e Salvador Cristo Jesus” (Tt2.13). Quando esse dia chegar, Eleestabelecerá Seu reino terreno quedurará mil anos.

As bênçãos que Deus derramarásobre a terra durante o reinado deCristo estão além da compreensãohumana. Você consegue imaginaruma época tão abençoada por Deusque a melhor palavra para defini-laseja “utopia”? Realmente, será umpedaço do céu na terra. Será umtempo de justiça, pois Cristo reina-rá sobre todo o mundo. A humani-

dade verá um tempo de bênçãosmateriais sem precedentes; os pro-fetas dizem que os ceifeiros segui-rão os semeadores. Quase todos jáouviram dizer que não haverá maisguerra. Os que afirmam isso fazemuso (geralmente inadequado) dapassagem profética que diz: “con-verterão as suas espadas em relhas dearados” (Is 2.4). É importante res-saltar que essa paz na terra, que omundo espera alcançar pelos seuspróprios esforços, só virá com achegada de Jesus a esta terra. Sata-nás, o grande enganador das almasdos homens, será encerrado noabismo durante todo o período demil anos.

Pretendo mostrar nesta série deartigos que a população da terradurante esse período será tão gran-de que, quando sua maioria se tor-nar cristã, isso representará a supre-ma vitória de Cristo sobre Satanás.Em outras palavras, mais pessoasterão ido para o céu do que para oinferno, se levarmos em considera-ção o número de cristãos de todas

Page 10: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 2

as eras mais o número de pessoasenvolvidas na grande colheita de al-mas durante o período da Tribula-ção.

Com meu entusiasmo, acabeiadiantando a história. Por ora, bas-ta dizer que nós cristãos não esta-mos do lado perdedor! A morte deJesus pelos nossos pecados e Suaressurreição, segundo as Escrituras,levarão mais pessoas para o céueterno que Deus preparou para osque O amam do que o número dosque perderão “tão grande salvação”(Hb 2.3). A Bíblia cita muitas co-lheitas de almas no futuro, inclusivea “grande multidão que ninguém po-dia enumerar”, que será salva du-rante a Grande Tribulação, confor-me Apocalipse 7.9-15. O fato é queo longo conflito pelas almas dos ho-mens, que vem se estendendo du-rante as eras, terminará, como nosgarante a Palavra da Deus, numasensacional vitória de Jesus Cristo.

Se o mundo conhecesse melhora história desse extraordinário reinomessiânico que Deus planejou paraa humanidade, creio que muitosoutros milhões de pessoas iriamquerer saber mais sobre a salvação,principalmente se compararmos osmaravilhosos planos que Deus tempara Seus filhos com qualquer ou-

tro ensino ou conceito filosófico domundo. Nenhum deles chega aospés daquilo que Deus preparou pa-ra nós! Como a reencarnação, o so-no da alma, o purgatório ou qual-quer outra doutrina sobre a vidaapós a morte, todas elas inventadaspelo homem, poderiam se compa-rar com o maravilhoso plano queDeus traçou para o nosso futuro, eque está exposto em detalhes na Bí-blia?

Infelizmente, esse plano maravi-lhoso é um dos segredos mais bemguardados no mundo. Com certezaessa é uma estratégia de Satanás pa-ra impedir que as pessoas sejam ins-piradas pelo plano profético queDeus tem para o futuro. Mas, queras pessoas o conheçam, quer não,ele vai se realizar, pois está garanti-do pela Palavra do Senhor. O mes-mo profeta de Deus (Daniel) que nopassado interpretou e descreveu aascensão e a queda dos quatro gran-des impérios mundiais que se suce-deram desde 606 a.C. até o finaldos tempos, também se referiu comabsoluta certeza à volta de Jesus, oMessias, a esta terra para estabele-cer o Seu reino. Mas, por que razãohouve apenas quatro impérios mun-diais desde os dias do Império Babi-lônico de Nabucodonosor, sucedido

pela Medo-Pérsia, Gréciae Roma? Porque Deus,através de Seu profetaDaniel, disse que seria as-sim! Gêngis Khan tentouconquistar o mundo e fra-cassou, assim como Na-poleão, o Kaiser Guilher-me, Adolf Hitler, JosefStalin, Mao Tsé-Tung eoutros. Todos eles falha-ram – e qualquer outroque surja com o mesmopropósito também falha-rá, até que venha o “ho-mem da iniqüidade” e setorne rei sobre dez reis,

após o que Cristo, a pedra cortadado monte sem o auxílio de mãosmencionada pelo profeta Daniel, re-duzirá a pó os reinos do mundo eSeu reino encherá toda a terra. Leiaesta profecia com atenção:

“Mas, nos dias destes reis, o Deusdo céu suscitará um reino que não serájamais destruído; este reino não passa-rá a outro povo; esmiuçará e consumi-rá todos estes reinos, mas ele mesmosubsistirá para sempre, como viste quedo monte foi cortada uma pedra, semauxílio de mãos, e ela esmiuçou o fer-ro, o bronze, o barro, a prata e o ouro.O Grande Deus fez saber ao rei o quehá de ser futuramente. Certo é o so-nho, e fiel, a sua interpretação. Então,o rei Nabucodonosor se inclinou, e seprostrou rosto em terra perante Daniel,e ordenou que lhe fizessem oferta demanjares e suaves perfumes. Disse orei a Daniel: Certamente, o vossoDeus é o Deus dos deuses, e o Senhordos reis, e o revelador de mistérios, poispudeste revelar este mistério” (Dn2.44-47).

Lembre-se que durante Seu mi-nistério terreno Jesus citou o profe-ta Daniel diversas vezes. Não hádúvida de que Daniel era o homemde Deus para sua geração. O reinovindouro de Cristo acontecerá exa-tamente como Daniel profetizou.Prova disso é que os quatro impé-rios previstos por ele são hoje fatoshistóricos, assim como é fato quenunca houve um quinto império!Da mesma forma que as profeciassobre esses quatro impérios se cum-priram literalmente, ocorrerá com ofuturo reino do Messias – e o Apo-calipse nos diz que ele durará “milanos”. Concordo com as palavrasde Clarence Larkin:

É lamentável, porém, que a pala-vra “milênio” tenha se tornado maisimportante que a palavra bíblica “rei-no”, pois não dependemos do capítulo20 de Apocalipse para entender a erado reino. Ela é mencionada e descrita

10 Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

Você consegue imaginar uma época tão abençoadapor Deus que a melhor palavra para defini-la seja“utopia”? Realmente, será um pedaço do céu naterra. Será um tempo de justiça, pois Cristo reinará sobre todo o mundo.

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11Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

tantas vezes pelos profetas hebreusque a Bíblia não faria sentido se essenão fosse um reino literal. De fato, senão há reino, não podemos confiar naPalavra de Deus, e muitas das promes-sas feitas por Ele, tanto a Israel quantoàs nações gentílicas, não se cumpri-rão. Mas isso é impossível! Deus nãodiz uma coisa querendo dizer outra.Devemos nos lembrar do que o anjofalou a respeito de Jesus após Sua res-surreição: “Ele não está aqui; ressusci-tou, como tinha dito”. Portanto, o rei-no está garantido, pois Jesus prometeuque voltaria, estabeleceria Seu domí-nio e faria com que Seus doze discípu-los se sentassem em tronos para jul-gar, assim como o farão todos os Seus“santos”, como veremos depois. Mes-mo que não houvesse nenhuma outragarantia, a promessa de Jesus já seriagarantia suficiente.1

Meu amigo Dr. Arnold G.Fruchtenbaum, profundo estudiosoda profecia bíblica, definiu o funda-mento para a crença no reino mes-siânico em seu excelente livro, TheFootsteps of the Messiah (Os Passosdo Messias). Embora a citaçãoabaixo – que estou usando compermissão – seja bastante longa, elamerece ser lida com toda a atenção:

Os pré-milenistas têm sido muitocriticados por basearem sua crença noMilênio numa única passagem da Es-critura, que é Apocalipse 20. Comoesse livro bíblico se caracteriza pelouso de uma grande quantidade desímbolos, os críticos afirmam que é to-lice interpretar literalmente a expres-são “mil anos”. Porém, essa críticanão é válida.

Para começo de assunto, emboraseja verdade que o Apocalipse empre-ga muitos símbolos, já foi demonstra-do que todos esses símbolos são expli-cados, ou no próprio Apocalipse, ounoutro trecho da Escritura. Além disso,anos nunca são usados de forma sim-bólica nesse livro. Se eles são simbóli-cos, seu simbolismo não está explica-

do em lugar nenhum. As expressões1.260 dias, 42 meses e 3 anos e meiosão todas literais e não simbólicas.Portanto, não há motivo para não in-terpretar os mil anos literalmente.Quando um intérprete deseja espiri-tualizar o texto, cabe a ele o ônus daprova. Sem uma prova objetiva, a in-terpretação será sempre subjetiva.

É claro que o número de mil anossó aparece em Apocalipse 20, masapenas essa única passagem o men-ciona seis vezes. A repetição é um re-curso que se usa para enfatizar algumponto, para salientar e ressaltar algumfato.

Entretanto, embora seja verdadeque o Milênio (isto é, 1.000 anos) só éencontrado em Apocalipse 20, a cren-ça na era messiânica não se baseiasomente nessa passagem. De fato,praticamente independe dela. A basepara crermos na era messiânica sãoas numerosas profecias do Antigo Tes-tamento que falam da vinda do Mes-sias para assentar-se no trono de Davie estabelecer um reino de paz. Hámuitas passagens no Antigo Testamen-to falando do reino do Messias. Acrença numa era messiânica baseia-sena interpretação literal dessas diversaspassagens.

A única contribuição real do Apo-calipse para o conhecimento do reinomessiânico é o fato de revelar quantotempo ele irá durar, ou seja, 1.000anos, motivo pelo qual se usa o termoMilênio. Esta é a única verdade-chaveconcernente ao reino não revelada noAntigo Testamento.2

Eu acrescentaria que existem trêsoutros importantes acontecimentosrelacionados com a Era do Reinoque são citados somente no Apoca-lipse: (1) o Anticristo e o Falso Pro-feta serão lançados diretamente nolago de fogo (inferno); (2) Satanásserá encerrado no abismo; e (3) Sa-tanás será solto quando “se comple-tarem os mil anos [...] e sairá a seduziras nações” (Ap 20.7-8).

Fruchtenbaum continua:Em vista disso, podemos entender

por que a Grande Tribulação ocupauma parte tão grande do livro, en-quanto o Milênio é tratado breve-mente. Embora muito do que está es-crito em Apocalipse 4 a 19 encon-tre-se espalhado pelas páginas doAntigo Testamento, é impossível colo-car esses eventos em ordem cronoló-gica usando apenas o Antigo Testa-mento. O Apocalipse fornece a estru-tura necessária para que isso sejafeito. Uma grande parcela do Apo-calipse foi escrita com esse propósi-to. Por outro lado, todas as caracte-rísticas e facetas da era messiânicajá tinham sido reveladas no AntigoTestamento. São descrições dos as-pectos gerais da vida no reino, o quenão gera nenhum problema de or-dem ou seqüência. Portanto, não ha-via razão para gastar muito tempofalando sobre a era messiânica noApocalipse. A maior parte do queprecisava ser revelado já era conhe-cida desde o Antigo Testamento.3

Tudo isso faz com que seja difí-cil entender como alguém pode seramilenista. (Pre-Trib Perspectives)[continua]

Notas:1. Clarence Larkin, Dispensational Truth. (Phi-

ladelphia: Clarence Larkin Publishing,1918), p. 92.

2. Arnold Fruchtenbaum, The Footsteps of theMessiah, Ariel Ministries Press, 1995. pp.267-269.

3. Ibid.

Recomendamos os livros :: A Verdade Sobre o Milênio:: A Verdade Sobre a Tribulação:: As Profecias de Daniel –

Perspectivas de Futuro:: Glorioso Retorno – o Final

dos Tempos.

Pedidos:0300 789.5152

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12 Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2006

O tempo passa, o tempovoa e a depravaçãohumana continua

numa “boa”

“...porque é mau o desígnioíntimo do homem desde a suamocidade...” (Gênesis 8.21b).

Permita-me começar com al-guns questionamentos provocati-vos:

Pegue o homem depravado ecoloque-o nas culturas mais refi-nadas, nas melhores universida-des, faça-o um poliglota, eduque-o nas mais sofisticadas normas so-ciais e ele deixará de ser umdepravado? Não! Você apenas te-rá um depravado culto e educado.

Faça uma plástica estética edeixe uma mulher depravada ex-tremamente linda, vista-a com asmelhores grifes e ela deixará deser depravada? Não! Você apenasterá uma depravada bonitinha,mas ordinária.

A Bíblia ensina que desdequando Adão pecou, o ser huma-no passou a ter seu desejo semprepara o mal e herdou a morte (1Coríntios 15.22 e Romanos 5.12).Ainda do ponto de vista bíblico, adepravação é total, inata, corre nonosso DNA espiritual, sempreexistiu e existirá. Isso explica porque um homem aparentemente“decente e de boa índole” cometeações pífias e torpes.

Sabemos, no entanto, que adepravação nunca esteve tão ex-plícita como atualmente. Pareceaté que ela cresce em progressão

geométrica em relação a cadaavanço tecnológico. A aparentepureza e ingenuidade de meio sé-culo atrás parece ser história dacarochinha.

Sem dúvida, o mundo e ocomportamento humano muda-ram bastante nos últimos 50 anos.Gostaria então, de analisar essaenorme mudança estudando duasversões diferentes de um mesmofilme. Entre a primeira versão dofilme “Guerra dos Mundos”(EUA – 1952-53) baseada noclássico de H. G. Wells e a deSteven Spielberg (EUA – 2005),muitas águas passaram sob aspontes das nossas vidas.

Eu não era nascido na décadade 50, por isso só tive acesso àversão original em 2005, emDVD. “Guerra dos Mundos” re-trata uma invasão marciana daTerra e a quase destruição totaldo nosso planeta. Porém, nesteartigo não vou comentar so-bre ETs e OVNIs (minhascolocações sobre esse tópicoestão à disposição na pales-tra em DVD: “Seduzidospor OVNIs e ETs”) mas so-bre o comportamento hu-mano.

Um resumo de “Guerrados Mundos” – 1952-53

O apologista cristão TalBrooke resumiu assim o fil-me:

Nas cenas iniciais, na ver-são de 1953 de “Guerra dos

Mundos”, um objeto ardente no céunoturno – um dos cilindros marcianosdisfarçados de meteoro – desce à dis-tância. No primeiro plano, uma igrejasolitária em uma pequena cidade doSul da Califórnia – um presságio dejustaposição.

Logo os personagens principais seaglomeram em torno desse evento –pessoas honestas e direitas que vivementre si em franca familiaridade e con-fiança. Existe uma dança de quadrilhaque termina assim que a eletricidadefalha. Até os relógios de pulso ficamparalisados. Poderia ser por causa dometeoro?

Tarde da noite, três testemunhasencarregadas de guardar o meteorovêem o grande topo metálico desapa-rafusar vagarosamente. Um pescoçometálico se projeta para fora, como sefosse um cobra com raios mortíferos ese agiganta sobre os homens. Elesaproximam-se daquela coisa balan-çando lenços em suas mãos como umsinal de paz e são vaporizados.

Em seguida, um famoso cientistachega à cratera. A polícia e outraspessoas estão de olho no cilindro en-quanto ele esfria. Uma atraente garotalocal logo junta-se ao cientista. A garo-

Uma análise dos filmes“Guerra dos Mundos”

Filme original: o “meteoro” marciano cai àdistância e no primeiro plano

uma igreja cristã impávida.

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ta está acompanhada do seu tio queestá disposto a cooperar. Ela anunciaestar esperando o famoso Dr. Forrestere divulga o seu conhecimento a respei-to dele. O famoso cientista, representa-do pelo ator Gene Barry, sem dúvida éo Dr. Clayton Forrester, que humilde-mente se apresenta à garota. Ela é sur-preendida, mas rapidamente se recom-põe. Muito linda, comprometida comum tipo de dignidade feminina comumem eras passadas, Ann Robinson re-presenta Sylvia Van Buren, sobrinhado reverendo local, um homem muitoestimado na comunidade. [...]

Após o abrigo militar, do lado defora da cidade, ter sido abandonado eo restante dos militares espalhados,Dr. Clayton Forrester e Sylvia Van Bu-ren assumem juntos uma missão emcomum. Ele a leva ao seu pequenoavião para escapar antes que as na-ves marcianas aniquilem a região. Éum passeio frenético, evitando os raiosda morte enquanto voa perigosamentebaixo, entre as árvores. Finalmentebate e cai em uma área campestre.Ambos estão exaustos e correm parase proteger. [...]

Mas, Clayton Forrester é separadode Sylvia em Los Angeles, enquanto amultidão fica desesperada, roubandoe despojando qualquer automóvel quepasse pelas ruas cheias de pessoas.Sylvia dirigia um ônibus escolar carre-gado de pessoas da própria cidadeque logo foi parado e saqueado. [...]

O cientista parte com um caminhãocarregado de materiais científicos criti-camente importantes, inclusive com al-guns itens da máquina de morte mar-ciana. Esta parece ser a última espe-rança para se alcançar uma soluçãocientífica. Porém, a multidão insana,sem dar atenção aos avisos do cientis-ta, saqueia o caminhão enquanto elepassa por uma rua de Los Angeles lo-tada de pessoas. Os seqüestradoreslevam seu caminhão, deixando o cien-tista jogado ao chão. [...]

Agora o foco da missão de Claytoné encontrar Sylvia, isto é, se ela aindaestiver viva. Ele está muito preocupa-do, pois viu os restos do ônibus esco-lar de Sylvia em uma rua de Los Ange-les onde o seu caminhão foi seqüestra-do. [...]

O jovem cientista sabe que, se qui-ser encontrar Sylvia, uma crente devo-ta, sua melhor chance é procurá-lanas igrejas. Ele encontra três igrejas.Cada cena é comovente. Então, entranuma igreja grande e vê Sylvia dedi-cada a atender alguém em um banco.Clayton Forrester e Sylvia se olham,apressam-se desesperadamente e seabraçam. O mundo está à beira de setransformar em ruínas e cada preciososegundo juntos é muito valorizado. Po-rém, existem necessidades maioresque as deles.

Fica muito claro que apenas UMmaior do que o homem é capaz desalvar a raça humana.

Nas igrejas as orações são apaixo-nadas e cada vez mais desesperadas,clamando a Deus por um milagre delibertação. Existe o medo de que asigrejas cairão como os outros prédios.No entanto, até aquele momento, elasestão em pé, como se estivessem pro-tegidas por uma mão invisível, en-quanto o olhar feroz dos raios marcia-nos, através dos vitrais, ilumina o san-tuário. O dirigente e a congregaçãocontinuam suas súplicas urgentes pe-dindo algum milagre de intervençãodivina. A humanidade está no limite.

De repente, surge um sentimentodiferente – um silêncio súbito. Os raiosmortíferos, que disparavam à distân-cia, não são mais ouvidos. A multidãotenta abrir caminho até chegar ao la-do de fora da igreja. As luzes colori-das das máquinas dos marcianos tor-nam-se escuras enquanto as espaço-naves voam vacilantemente e caem nochão. Através de um portal, um braçomarciano solitário estende-se para olado de fora da espaçonave. O Dr.

Forrester checa o pulso e descobre queo marciano está morto.

O cientista famoso então olha paraos céus e faz uma afirmação com te-mor: “Estávamos todos orando por ummilagre...” Nesse exato momento, avoz narrativa que iniciou o filme conti-nua com a observação de que as me-nores criaturas da terra, os micróbios,criados por Deus, destruíram os inva-sores. Os marcianos não tinham resis-tência aos germes terráqueos.[1]

O que se perdeu pelo caminho:

a) Um linguajar decente eum grande interesseem ajudar a família eao próximoUm linguajar indecente, atrevi-

do e condutas egoístas fazem par-te do cotidiano dos personagensda versão de 2005. Tal Brooke, ojá citado apologista, comenta:

O “Guerra dos Mundos” de 2005,de Steven Spielberg, é um passeio porum mundo feio, uma América bemmais escura que a do primeiro filme,no despertar de cinqüenta anos demudanças sociais. As pessoas sãoalienadas, cínicas e não-confiáveis en-quanto vivem em uma sopa eticamentediversificada e caótica. Ao contráriodo linguajar digno praticado no pri-meiro filme, obscenidades e uma con-versa podre aparecem desde o início.Tom Cruise, no papel de Ray Ferrier,xinga seu filho punk Robby (JustinChatwin), que também tem uma línguasuja e assim a história continua comvários encontros pelas ruas. A lingua-gem incorpora um realismo ínfimo.[...]

Ao contrário do cientista agradávele humilde no filme de 1953, o perso-nagem masculino principal representa-do por Tom Cruise é arrogante, egoís-ta, alienado dos seus filhos e da ex-es-posa (nem sabia que a filha tinhaalergia, desde quando nasceu, ao cre-

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me de amendoim e tampouco comoagir diante da síndrome do pânico dacriança), muito parecido com quasetodos e pronto para conquistar o mun-do.[2] (o texto em itálico foi acréscimomeu).

Não! Não quero fazer aqui umaapologia à suposta “pureza” dadécada de 50, pois isso não seriaverdadeiro. Até mesmo na versãooriginal presenciamos atos de sel-vageria quando a multidão saqueiaos carros que passam pelas ruas.No entanto, o que quero deixarclaro é que aqueles são temposidos e que a situação atual é bemmais grave e decepcionante.

Para exemplificar melhor, per-mita-me trazer à memória lem-branças telúricas de algumas dé-

cadas atrás. A rua re-cifense, de mais oumenos cem metrosde extensão, em quemorava quando eracriança ainda é amesma em que meuspais residem hoje. Naminha infância erauma rua tranqüila, opiso de barro, todosos muros das casaseram baixos, os pos-tes de iluminaçãoeram de madeira roli-

ça e os vizinhos se conheciam pelonome. Morávamos na casa de es-quina e a segunda casa após anossa era da mãe de dona Selma,a única da rua a ter linha telefôni-ca. Foi lá que falei ao telefone pe-la primeira vez. Era um daquelesaparelhos pretos, grandes, comum disco em que colocávamos oindicador e o girávamos (o leitorcom mais de quarenta anos sabeexatamente a que tipo de aparelhoestou me referindo). Hoje é umarelíquia.

Às noites, as pessoas coloca-vam cadeiras nas calçadas na fren-te da casa, sentavam, jogavam do-minó e conversa fora, alguns toca-vam violão, enquanto as meninasbem vestidas brincavam de ama-relinha, pulavam corda e canta-vam “Atirei o pau no gato...”.Nós, garotos, jogávamos bola narua, andávamos de bicicleta e depatins feitos com tábuas de ma-deira e rodas de rolimã e brincá-vamos de “trinta-e-um-alerta!”.

Bem, o tempo passa, e comopassa. Hoje aquela rua do final dadécada de 60 é apenas uma repre-sentação nostálgica de um tempoque não volta mais. Atualmente,ela está asfaltada, os muros estãocada vez mais altos, os portõescom travas eletrônicas, quase nin-

guém mais joga bola na rua commedo de ser atropelado, as pes-soas não conversam mais na cal-çada, na verdade pouco se falam,quando muito se cumprimentame não há nenhum “louco” que te-nha coragem de arriscar a própriavida se sentando em uma cadeirade balanço nas calçadas após asdezoito horas. Por quê? Porque oamor esfarelou, as pessoas estãomais frias e distantes, a iniqüidadeprosperou, o mundo ficou maisdepravado, perigoso e violento.

b) O amor à moda antigaentre um homem euma mulher

Sobre esse tópico, Tal Brookeescreve:

Um pouco distante do local ondeseu avião acidentou-se, o Dr. ClaytonForrester protege Sylvia em seus bra-ços enquanto ela dorme. O amor delesé espontâneo e não autoconsciente. Éum ato de beleza, um diamante rarono vasto cosmos. Da maneira maisconvincente, vemos como essa maisrara flor do amor humano é formadae sabemos que é algo de um valorinestimável.

Esse momento inocente de afeição,quando ele a protege em seus braços

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Versão de 2005: Ray Ferrier (Tom Cruise) passandocreme de amendoim no pão de sua filha, sem saberque ela era alérgica ao amendoim.

Filme original: O caminhão do cientistaClayton Forrester (Gene Barry) saqueado pela multidão.

Filme original: O Dr. Clayton Forresterprotege Sylvia Van Buren

(Ann Robinson).

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em uma área campestre, foi filmado egraciosamente preservado muito tem-po antes das vozes estridentes surgi-rem com a guerra dos sexos, o femi-nismo radical e grupos gays, transe-xuais e lésbicas degradarem o cenáriocom poder vituperador. [...] Nos filmesatuais a presença deles é obrigatória.

No entanto, ao contrário do panode fundo do conflito que vai aumen-tando de intensidade, vemos convin-centemente como o amor e a afeiçãose desenvolvem entre esse homem eessa mulher atraentes, enquanto ques-tões de risco de morte tornam-se inevi-táveis. Observamos o início do amorentre um homem e uma mulher comouma afirmação estimulante acerca dovalor humano e da intenção divina.[3]

Filmes, como a versão da déca-da de 50, que exibem o início deum namoro entre um homem euma mulher sem qualquer apela-ção sensual ou interesses carnais,honra, bravura, lealdade entre aspessoas da pequena cidade, desar-madas diante de um inimigo tene-broso vindo do espaço, mostramexemplos muito distantes da nos-sa época.

O que dizer do conceito de“amor” no século XXI? Como foidistorcido o amor bíblico! Hojetemos uma enxurrada de padrescatólicos pedófilos, pastores ava-rentos e adúlteros, uma Inglaterra(sim, a tão conservadora Grã-Bre-tanha) tornando-se mais uma na-ção européia a legalizar a união ci-vil de homossexuais, como tam-bém hindus indianos vivendo commacacas como se as mesmas fos-sem as suas supostas ex-esposasreencarnadas.

Se Jesus não voltar logo, comoserá o “amor” daqui a um século?Caminhamos a passos largos parauma sociedade globalizada ondenão existirá amor genuíno, peca-do, culpa e nem a necessidade de

arrependimento. Nesse ritmo, embreve, as gerações vindouras vãopresenciar a legalização do matri-mônio entre humanos e animais eentre dois animais irracionais. Mi-sericórdia!

c) O respeito ao pastor ea igreja como local dereferência e refúgio

Que simbolismo importante eque contraste com a versão da dé-cada de 50!

No filme da década de 50, oreverendo local é uma pessoa que-rida, corajosa, participativa, pres-tativa e bastante estimada pela co-munidade. Na versão de StevenSpielberg não existe o persona-gem do reverendo.

A película cinematográfica doséculo passado exibe, em umas desuas primeiras cenas, uma igrejaimpávida enquanto o “meteoro”cai à distância. Na do século XXIrevela que um dos primeiros pré-dios a serem destruídos é umaigreja cristã.

No filme de Spielberg (2005),o primeiro “meteoro” que caiu navizinhança de Nova Jersey foi emum cruzamento de duas ruas. Na

esquina de uma delas encontrava-se uma igreja cristã que foi inicial-mente rachada e partida ao meiopelo terremoto e em seguida tevea sua torre quebrada e jogada aochão.

Na película de mais cinqüentaanos atrás, até o final a igreja é olocal de refúgio, onde a populaçãose aconchega a clamar ao Senhorpor uma intervenção milagrosa. Éapropriada uma introspecção es-sencial acerca da América daquelaera. Onde as pessoas iam em bus-ca de segurança e consolo? Ondeelas iam buscar conforto e espe-rança? Resposta: na igreja.

No filme de Spielberg não hámais igreja no final.

d) Deus como soberano

A conclusão do filme originaldeu uma ênfase total à pessoa deDeus como o libertador.

d1) O final do filme de 1952-53:

O cientista Dr. Clayton Forrester,olhando para os céus: “Nós estáva-mos todos orando por um mila-gre”.[4]

O narrador: “Os marcianos nãotinham resistência contra as bac-térias da nossa atmosfera. Quando

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Versão de 2005: A igreja cristã é um dosprimeiros prédios a serem destruídospelos marcianos.

Filme original: Multidão se aglomeradentro das igrejas clamando a Deus poruma intervenção divina.

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respiraram nosso ar, germes ino-fensivos a nós os mataram. O finalfoi rápido. Por todo o mundo,suas máquinas pararam e caíram.Depois de todas as tentativas dohomem terem falhado, os marcia-nos foram destruídos e a humani-dade foi salva, pelas menores coi-sas que Deus, em Sua sabedoria,pôs nesta terra”.[5]

Enquanto isso, ouvimos um corocantando ao fundo: “Amém...”.

d2) O final do filme de 2005:Ninguém fala: “Nós estávamos

todos orando por um milagre”. Aênfase da narrativa é na pessoa deDeus e no próprio homem. Spiel-berg tem alguma coisa a mais paraa voz narrativa adicionar ao textooriginal. O homem passa a tercrédito e direito por ter sobrevivi-do:

O narrador: “Desde que os in-vasores chegaram, respiraram onosso ar, comeram e beberam, fo-ram condenados. Eles foram ani-quilados, destruídos, após todasas armas e equipamentos huma-nos falharem, pela menor criaturaque Deus, em sua sabedoria, pôsna Terra. Pelo preço de um bilhãode mortes, o homem ganhou suaimunidade e seu direito de sobre-viver entre os infinitos organismos

do planeta. E esse direito é nossocontra todos os desafios, porqueos homens não vivem nem mor-rem em vão”.[6]

A cura da depravação

Tal Brooke conclui sua análisecom um tom melancólico:

Sem dúvida, que a ode real na ver-são do filme de 2005 é para o huma-nismo e não para Deus. Não estoucerto que tipo de mundo os sobrevi-ventes de Spielberg vão reconstruir.Certamente não queria estar confina-do dentro desse mundo.

Também é verdade que a segundaversão de “Guerra dos Mundos” é umarquivo da América dos dias atuais,da mesma forma que o primeiro filmeregistrou a América do início da déca-da de 50. O triste é comparar os doismundos entre esses dois filmes. É umajornada descendente e a ruína ameri-cana nem sequer precisou dos marcia-nos”.[7]

Sem dúvida, a depravação hu-mana, seja na América, no Brasilou em qualquer outra latitude,continua numa “boa”. Esse qua-dro vem se agravando nos últimoscinqüenta anos e ainda vai piorar(2 Timóteo 3.1-9). Basta ler osjornais ou assistir aos noticiários

para constatarmos que estamosnuma depravação total. Porém,Deus não está com Suas mãos en-colhidas, elas estão estendidas eprontas para nos resgatar desse la-maçal.

O ser humano é totalmente de-pravado desde quando nasceu.Como uma carga genética espiri-tual, o pecado original de Adãonos tem sido passado através dosséculos e todos nós somos culpá-veis. Qualquer tentativa de sarar odepravado sem modificar a suanatureza pecaminosa é inútil. Sóquando o homem recebe uma no-va natureza, que só Cristo dá, elepode alcançar a cura.

“Mas Deus, sendo rico emmisericórdia, por causa dogrande amor com que nosamou, e estando nós mortosem nossos delitos, nos deu vi-da juntamente com Cristo, pe-la graça sois salvos” (Efésios2.4-5).

“Bem-aventurados aquelescujas iniqüidades são perdoa-das, e cujos pecados são co-bertos; bem-aventurado o ho-mem a quem o Senhor jamaisimputará pecado” (Romanos4.7-8).

“Porque o salário do peca-do é a morte, mas o dom gra-tuito de Deus é a vida eternaem Cristo Jesus, nosso Se-nhor” (Romanos 6.23).

“E assim, se alguém estáem Cristo, é nova criatura; ascoisas antigas já passaram; eisque se fizeram novas” (2 Co-ríntios 5.17).

Olhem como o tempo voa. Ashoras passam rapidamente. Estouficando mais velho a cada segun-do e a humanidade prossegue noseu rapel espiritual. “A iniqüida-de se multiplicará” (Mateus24.12).

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Filme original: Sylvia, o pastor e Dr.Clayton Forrester olhando para os céusapós o livramento divino. Os méritospela vitória são todos de Deus.

Versão de 2005: Apesar do final comovente onde Ray abraça seu filho, aênfase da narrativa é que os méritos pelavitória sobre os marcianos não são apenasde Deus.

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Do Nosso Campo Visual

Para aqueles ansiosos: “Por-tanto, não vos inquieteis com odia de amanhã, pois o amanhãtrará os seus cuidados; bastaao dia o seu próprio mal”(Mateus 6.34).

Para aqueles que ainda agemdepravadamente, recusando a gra-ça bendita de Jesus: “Não vosenganeis: de Deus não se zom-ba; pois aquilo que o homemsemear, isso também ceifará”(Galátas 6.7). Converta-se a Elehoje, enquanto ainda é tempo(Hebreus 3.13). “Deixe o per-verso o seu caminho, o iníquo,os seus pensamentos; conver-ta-se ao Senhor, que se com-padecerá dele, e volte-se parao nosso Deus, porque é ricoem perdoar” (Isaías 55.7).

Ah! Como o tempo passa, otempo voa.

Ao Deus, Senhor de todos ostempos, toda a glória, honra e do-mínio pelos séculos dos séculos,amém! (Dr. Samuel FernandesMagalhães Costa)

O Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa émédico gastroenterologista com parte de suaformação acadêmica nos EUA. Ele é um pes-quisador minucioso e há muito tempo se dedi-ca à análise e estudos de idéias controvertidasquanto à fé cristã. Samuel Costa reside comsua esposa e filhos na cidade de Recife/PE.

Bibliografia:

1. Artigo “War of The Worlds – 50 yearsapart”, por Tal Brooke. SCP Newsletter.Berkeley, Califórnia, summer 2005, volume29:4. páginas 4-7.

2. Id, página 8.3. Ibid, páginas 4-5.4. DVD do filme “Guerra dos Mundos”, basea-

do no livro de H.G. Wells, 1952, renovadoem 1980 pela Paramount Pictures. Cenasfinais.

5. Id.6. DVD do filme “Guerra dos Mundos”, um fil-

me de Steven Spielberg, 2005, ParamountPictures e Dreamworks Pictures. Cenas fi-nais.

7. Artigo “War of The Worlds – 50 yearsapart”, por Tal Brooke. SCP Newsletter. Pá-gina 16.

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Lutero teria chamado Satanásde “macaco de Deus” (“imitadorde Deus”). Realmente, em sua lutacheia de ódio contra Deus, ele imi-ta o amor divino de modo cruel.

O texto a seguir foi extraído deuma revista cristã:

O messias de SatanásPaulo escreve em 2 Coríntios 11.14

que Satanás pode se transformar emanjo de luz. Alguém disse: “O maiortriunfo de Satanás consiste em passara idéia de que ele não existe”.

Dessa forma Satanás conquistou omundo e estabeleceu a base para seumessias, o Anticristo, que subirá ao pal-co mundial como “anjo de luz” e como“homem da paz” para consumar a obrasatânica. Esse falso messias começarásua funesta carreira como pacificador etalvez até ganhe o prêmio Nobel da

Paz. No final, porém, ele revelará seuverdadeiro rosto e lançará a humanida-de num estado de miséria jamais visto.

Em Seu sermão profético (Mt 24,Mc 13, Lc 21 e Jo 16), Jesus alertaque o tempo do Anticristo será muitopior que qualquer coisa que o mundojá presenciou, começando pela des-truição de Jerusalém e do Templo peladispersão dos judeus por entre todosos povos. Quantas coisas a humanida-de já sofreu depois disso!

Há menos de dois mil anos, judeuse cristãos eram jogados nas arenas pa-ra servirem de alimento às feras. Oscristãos estavam recém se restabelecen-do e firmando, quando o hunos vierame os atacaram barbaramente. Nãomuito tempo depois, as hordas de Mao-mé caíram sobre a Europa e mataramtodos que encontraram pela frente.

Então, os cruzados almejaram con-quistar a Terra Santa. Mas antes que

“consagrassem” suas espadasao “Príncipe da Paz” na Igrejado Santo Sepulcro, mataram

todos os judeus e muçulmanos de Jeru-salém, fazendo o sangue escorrer pelassuas ruas.

Pouco depois veio a Inquisição comsuas câmaras de tortura; na Europa eno Novo Mundo ardiam as fogueiras.O povo recém voltava a respirar quan-do a peste irrompeu na Europa, ma-tando mais de 60% de sua população.Quem sobreviveu foi dizimado sem mi-sericórdia na Guerra dos Trinta Anos,em que católicos e protestantes se di-gladiaram. Uma disputa por razões defé transformou-se em vontade de matare de fazer o mal. Então veio o tempodo Iluminismo. Tudo seria mais huma-no, era a esperança na época. Mas,na prática, as espadas e os canhõesforam meramente substituídos pela gui-lhotina, que impiedosamente matouprimeiro os inimigos e depois os ami-gos. A Primeira Guerra Mundial eclo-diu, matando dez milhões de pessoas.

Satanás, o imitador de Deus

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Do Nosso Campo Visual

Vinte e um anos depois começava aSegunda Guerra Mundial, vitimando55 milhões de pessoas. Isso sem falardo Holocausto, com seis milhões de ju-deus massacrados, incluindo seiscentasmil crianças, assassinadas por pessoasque se arvoravam ser de raça superior.Jamais se saberá a quantidade de pes-soas que desapareceu na Sibéria, quefoi torturada e acabou morrendo.

Jesus disse que o Anticristo superaráem muito tudo o que a humanidade pre-senciou em matéria de crueldade. EmDaniel 8.25 lemos que o Anticristo pros-perará “por sua astúcia nos seus em-preendimentos”. Hitler também foi umhomem assim, ofuscando os olhos dopovo alemão ao usar expressões doagrado do público, por exemplo, Volks-wagen (Carro do Povo) ou Volksempfän-ger (Rádio do Povo) e seu programa deférias “Força Pela Alegria”. O que co-meçou de maneira tão amigável acabouem crueldade terrível – e o Anticristo su-perará tudo isso em termos de sadismo.

Para camuflar sua diplomacia demorte apregoando a paz, ele fará umaaliança de sete anos com o povo de Is-rael, que romperá na metade de suavigência, ou seja, depois de três anos emeio. Olhando para o Israel de hoje,vemos uma nação pronta a fazer con-cessões e disposta a selar compromis-

sos para alcançar, finalmente, a tão al-mejada paz. Assim, muitos judeus pen-sarão que o Anticristo é o esperadoMessias e o aceitarão (Jo 5.43). A par-tir do momento em que o Anticristo ti-ver o apoio de todas as nações, avan-çará contra Jerusalém (Zc 12). Hitlerfez o mesmo: a primeira metade deseu governo, de 1933 a 1939, foi umtempo de progresso econômico na Ale-manha. A segunda metade, de 1939 a1945, foi tempo de guerra.

Primeiro o Anticristo trará prosperi-dade ao mundo, acalmando os oposi-tores da globalização. Isso abrirá ca-minho para o governo mundial único,para a moeda unificada, para umapolícia mundial, para a religião global– e para a guerra mundial. (LudwigSchneider, Israel heute).

A luta de Satanás contraDeus. Satanás imita Deus:

– Assim como Deus instituiuSeu Messias pa-ra a salvação domundo, o Diabo também temseus messias, que oferece ao mun-do: um deles foi Hitler; o últimoserá o Anticristo.

– Assim como o Senhor é a sal-vação de Israel, o verdadeiro Re-

dentor, e os anjos nos campos emBelém disseram dEle: “...não te-mais... é que hoje vos nasceu o Sal-vador” (Lc 2.10-11), Satanás ofe-receu sua “salvação” (“Heil”) emHitler. Ele inspirou todo um povoa gritar “Heil Hitler!” e infundiupavor e medo ao mundo.

– Assim como Deus retirou “combraço estendido” Seu povo Israel doEgito (Êx 6.6), Satanás compeliuHitler a levantar o braço estendidopara a famosa saudação nazista epara aniquilar o povo judeu.

– Dentre todos os povos, Israelfoi o único povo escolhido porDeus (2 Sm 7.23-24). Hitler e osnazistas queriam erradicar essepovo e elevar a “raça ariana” àposição de raça escolhida.

– Por causa de Jesus, Deus co-locou Israel como cabeça das na-ções (Jr 31.7). Ao contrário, Hitlere seu reino almejavam ser a cabeçadas nações. (Norbert Lieth)

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A respeito, recomendamos os livros

: : Hitler, o Quase-Anticristo e : : A Verdade Sobre o Anticristo

e o Seu Reino.

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Pergunta: “Tenho dúvidas sobre Atos 8.14-17: em Samaria havia pessoas que cre-ram em Jesus depois de ouvirem a pregação de Filipe e foram batizadas no Nome deJesus. Mesmo assim, o Espírito Santo não havia descido sobre nenhuma delas. Elesomente foi recebido depois que Pedro e João impuseram as mãos aos novos con-vertidos. Portanto, será possível que o Espírito Santo ainda esteja faltando em minhavida, apesar de que sou crente há dez anos e batizada há seis anos? A partir de quemomento somos selados com o Espírito Santo? Gostaria tanto de estar preparadaquando Jesus voltar! E se eu morrer antes que Ele venha, gostaria que Ele me cha-masse pelo nome e me tomasse em Seus braços de Bom Pastor. Como posso ter acerteza de que tenho o Espírito Santo?”

Resposta: Em primeiro lugar, é preciso salientarque o livro de Atos não é doutrinário. Ele relata as

ações, os feitos dos apóstolos, sendo, portanto, em pri-meiro lugar, um livro histórico. Atos registra a históriados apóstolos que, obedecendo à ordem do Senhor Je-sus, começaram a propagar o Evangelho. Não devemosperder de vista que esse Evangelho era completamentenovo, algo que nunca havia existido antes! Até então, a

Por que ainda faltava oEspírito Santo?

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verdadeira adoração a Deus erapossível exclusivamente no Temploem Jerusalém. Um dos exemplosevidentes é o camareiro etíope, queveio adorar em Israel. Os judeus es-tavam bem conscientes desse privi-légio, inclusive os discípulos (vejaRm 9.4-5).

Mas, de repente a situação mu-dou completamente. A Bíblia diz:“Porque ele é a nossa paz, o qual deambos fez um; e, tendo derribado aparede da separação que estava nomeio, a inimizade, aboliu, na sua car-ne, a lei dos mandamentos na formade ordenanças, para que dos dois crias-se, em si mesmo, um novo homem, fa-zendo a paz, e reconciliasse ambos emum só corpo com Deus, por meio dacruz, destruindo por ele a inimizade”(Ef 2.14-16). Algo novo havia sur-gido: a Igreja de Jesus! Ela é forma-da das seguintes pessoas: “no qualnão pode haver grego nem judeu, cir-cuncisão nem incircuncisão, bárbaro,cita, escravo, livre; porém Cristo é tu-do em todos” (Cl 3.11).

Sabendo desses fatos, entende-mos que na ocasião surgiu um

grande problema: comoseria possível transmi-

tir essa passagem,essa transição do

antigo para onovo com cre-

dibilidade ede manei-

ra au-tênti-

c a ,

de forma que judeus e gentios a en-tendessem? Passo a passo, o próprioJesus havia preparado os Seus discí-pulos para essa mudança. Ele disse-lhes em João 10.16: “Ainda tenhooutras ovelhas, não deste aprisco; amim me convém conduzi-las; elas ou-virão a minha voz; então, haverá umrebanho e um pastor”. Mas até oapóstolo Pedro teve dificuldadescom essa completa novidade, levan-do o Senhor a explicar-lhe atravésde uma ilustração drástica: “...viu océu aberto e descendo um objeto comose fosse um grande lençol, o qual erabaixado à terra pelas quatro pontas,contendo toda sorte de quadrúpedes,répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Le-vanta-te, Pedro! Mata e come.” (At10.11-13, veja também vv.14-17).Para os judeus religiosos, os gentioseram como animais impuros, a sim-bologia da visão de Pedro demons-tra que Deus queria fazer algo no-vo, desconhecido até então.

Examinemos juntos a grande co-missão missionária. O Senhor dissea Seus discípulos (mais uma vez emAtos dos Apóstolos): “mas recebereispoder, ao descer sobre vós o EspíritoSanto e sereis minhas testemunhastanto em Jerusalém como em toda aJudéia e Samaria e até aos confins daterra” (At 1.8). Essa ordem deevangelizar o mundo inteiro come-ça com a vinda do Espírito Santo(ocorrida em Pentecostes, veja Atos2). Então Jesus enumera as quatroetapas da propagação do Evange-lho: Jerusalém, Judéia, Samaria e osconfins da terra. A expansão do

Evangelho passou a se estender portrês diferentes grupos de pessoas: osjudeus, os samaritanos e os demaispovos, ou seja, os gentios. Eles fo-ram enumerados individualmente, efoi exatamente nessa seqüência queforam alcançados pelo Evangelho,grupo por grupo (tudo pode ser ve-rificado em Atos). Nesse processoaconteceram diversos milagres de le-gitimação, dentre eles o derrama-mento especial do Espírito Santoque você menciona em sua pergun-ta (veja At 2.6-18; At 8.4-8,13-17;At 10.44-48). Esses eventos somen-te podem ser entendidos no contex-to da época em que ocorreram, ouseja: a partir desse momento o Rei-no de Deus não era mais formadoexclusivamente por Israel, pois a fépassou a ser a única condição paraa salvação de todas as pessoas, in-dependentemente de sua raça, corde pele, etc. O único pré-requisito:“Crê no Senhor Jesus Cristo” (At16.31)!

Portanto, o Evangelho veio deJerusalém, passou pela Judéia echegou a Samaria, sendo a cada vezautenticado publicamente porDeus. Isso aconteceu através do Es-pírito Santo, que dava as boas-vin-das por ocasião da chegada dos di-ferentes grupos (judeus, samarita-nos, gentios) à Igreja por meio dederramamentos especiais. Por isso,esses acontecimentos são únicos noPlano de Salvação. Hoje, todosaqueles que se convertem de cora-ção a Jesus são imediatamente sela-dos com o Espírito Santo. A Bíbliaé bem clara nesse sentido: “emquem também vós, depois que ouvistesa palavra da verdade, o evangelho davossa salvação, tendo nele também cri-do, fostes selados com o Santo Espíritoda promessa” (Ef 1.13). O mesmo étestificado em 2 Coríntios 1.22:“que também nos selou e nos deu o pe-nhor do Espírito Santo em nosso cora-ção”. (Samuel Rindlisbacher)

“...recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo...”