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Mateus 25.6 da Meia-Noite www.chamada.com.br JUNHO DE 2007 • Ano 38 • Nº 6 • R$ 3,50

Chamada da Meia-Noite - Ano 38 - Nº 6

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• Experimentando a Direção de Deus • A Psicologia Predita na Profecia • Quem é o “Anjo do Senhor”? • Descobrindo o “filho da noite” • A trombeta de Deus e a última trombeta

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Page 1: Chamada da Meia-Noite - Ano 38 - Nº 6

Mateus 25.6da Meia-Noite www.chamada.com.br JUNHO DE 2007 • Ano 38 • Nº 6 • R$ 3,50

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Índice4

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Prezados Amigos

Experimentando a Direção de Deus

11A Psicologia Predita na Profecia

16Quem é o “Anjo do Senhor”?

Do Nosso Campo Visual• Descobrindo o “filho da noite” - 17

Aconselhamento Bíblico• A trombeta de Deus

e a última trombeta

Publicação mensal

Administração e Impressão:Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

Endereço Postal:Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

Preços (em R$):Assinatura anual ................................... 31,50

- semestral ............................ 19,00Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00

Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992)

Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf

Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake

Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

Edições InternacionaisA revista “Chamada da Meia-Noite” é pu-blicada também em espanhol, inglês, ale-mão, italiano, holandês, francês, coreano,húngaro e cingalês.

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite”é uma missão sem fins lucrativos, com o obje-tivo de anunciar a Bíblia inteira como infalívele eterna Palavra de Deus escrita, inspiradapelo Espírito Santo, sendo o guia seguro paraa fé e conduta do cristão. A finalidade da“Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é:

1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares;

2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo;

3. preparar cristãos para Sua segunda vinda;4. manter a fé e advertir a respeito de falsas

doutrinas

Todas as atividades da “Obra MissionáriaChamada da Meia-Noite” são mantidas atra-vés de ofertas voluntárias dos que desejamter parte neste ministério.

Chamada da Meia-Noite

www.Chamada.com.br

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4 Chamada da Meia-Noite, junho de 2007

Creio que todos nós já tivemos momentos emnossas vidas em que o anseio por uma comunhãomais profunda com o Senhor tomou conta denosso ser, momentos em que o desejo de maiorproximidade com Deus pesou sobre nós comoum fardo. Para nos despertar, talvez o EspíritoSanto tenha usado uma mensagem que ouvimosna igreja ou nossa leitura bíblica diária, um livroedificante ou o testemunho de um cristãoavivado, fazendo nosso coração sentir fome pela“intimidade do Senhor” (Sl 25.14). Mas assimque esse desejo sincero se torna perceptível, osadversários se mobilizam.

Em nossos dias experimentamos umreavivamento da antiga gnose, com a qual osapóstolos já se defrontaram quando essa filosofiapagã cortejava a Igreja Primitiva. Nosso jornaldiário comentou o lançamento de um livro daEditora Nova Era com estas palavras: “O autordesafia as interpretações ortodoxas sobre a Bíbliaao apresentar o que ele acredita ser a verdadeiramensagem cristã: a que valoriza o Cristo interior,sempre presente e renovado”. Pobrescontemporâneos nossos, que procuram para sium Cristo místico e acabam achando apenas umAdão perdido e completamente corrompido pelopecado! A assim chamada “presença de Cristo”em todas as religiões e em cada pessoa é umamentira satânica, desmascarada, por exemplo,pelas duas guerras mundiais que o mundo jáexperimentou. Onde estava então a “presença deCristo”?

Como soa diferente a mensagem do apóstoloJoão: “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele,para que, quando ele se manifestar, tenhamosconfiança e dele não nos afastemosenvergonhados na sua vinda” (1 Jo 2.28).“Permanecei nele...” durante o trabalho, naescola, debaixo de pressão e no meio dasexigências da vida, viajando ou em casa; essa é aordem. Mas sejamos sinceros: temos nossasdificuldades com ela! Por essa razão, observemosem João 15 quatro situações em que devemos“permanecer”:

– Permanecer debaixo dos cuidados do pai,que nos limpa para que demos fruto (Jo 15.1-2).Meu Pai é o agricultor é uma expressãoanimadora, que podemos tomar de formapessoal, pois Ele quer ser nosso agricultorparticular. Portanto, se Ele cuida de nós e noslimpa, não estamos entregues à própria sortenem precisamos vegetar espiritualmente

abandonados. Quandosentimos o desejo deaprofundar nossorelacionamento com Jesus, o Agricultor celestialnos apoiará nesse propósito limpando-nos ecortando o que não presta em nossa vida.

– Permanecer na Videira (Jo 15.5) é uma viade mão dupla: pertinência e dependência. MeuSenhor me vê como pertencente a Ele, hoje epara todo o sempre. Somente vinculados eorganicamente ligados à Videira podemos teruma vida espiritual plena e produziremos muitofruto.

– Permanecer na Sua Palavra (Jo 15.7). OSenhor não busca um relacionamento místico eexaltado conosco. Ele não deseja umrelacionamento que seja movido pelas emoções.Ele quer se relacionar conosco com base na SuaPalavra. Permanecer na Palavra caracteriza umverdadeiro discípulo. Para que Sua Palavrapermaneça em nós, lemos a Bíblia diariamente,nos encontramos nos cultos da igreja, nosreunimos nas casas e fazemos devocional emfamília. Essas práticas deveriam ter prioridademáxima na nossa agenda.

– Permanecer na oração (Jo 15.7). Assimcomo respirar é um ato natural, que não exigeesforço algum, nossa ligação com o Senhoratravés da oração deve permear nosso cotidiano.Oramos quando, em meio ao nosso trabalho,levantamos nossos olhos para Jesus, quandoagradecemos por alguma bênção, quandoabençoamos nosso marido ou nossa esposa.Cada detalhe de nosso dia-a-dia, cada alegria,cada problema podem ser compartilhados comnosso Senhor. Podemos começar o dia comoração, podemos passar o dia em comunhãocom Ele e adormecer com nossa mente voltadapara Ele. Por isso, a admoestação aos discípulos:“permanecei nele” é tão significativa!

Com saudações cordiais,

Dieter Steiger

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Muitas vezes os filhos de Deus já se perguntaram se há como reconhecer a dire-ção do Senhor, a vontade de Deus para suas vidas. Em minha opinião, essa é umadas coisas mais difíceis. Mesmo assim, um cristão pode experimentar a direção doEterno, de uma ou outra forma.

A seguir vamos meditar a respeito de duas possibilidades que temos para reco-nhecer a vontade ou a orientação de Deus.

Orienta ªo pela atua ªo da Palavra de DeusUm cristão que deseja experimentar a condução de Deus precisa, em primeiro

lugar, estar cheio de uma confiança profunda e infantil na Palavra revelada deDeus. Se você procura por certeza absoluta, então nunca deixe de pegar a sua Bí-blia! O salmista ora assim: “Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teusmandamentos” (Sl 119.66). Ele quer receber “juízo e conhecimento”, o que signifi-ca receber a orientação divina. Mas como isso acontece? Por meio da Palavra deDeus: “...creio nos teus mandamentos”.

Por que a Palavra de Deus tem condições de permitir que experimentemos amaravilhosa direção do Senhor? Porque não é apenas a palavra do Eterno, mas

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porque o próprio Cristo é a Palavra!Entretanto, é justamente isso quecausa tanta dificuldade a muitoscristãos. Não são poucos os que di-zem: “Ah!, se eu pudesse escutar oSenhor assim como os discípulos etantas outras pessoas O escutaramnaquela época – então eu creriamais!” Mas esse argumento não éconsistente. Tais irmãos na fé deve-riam entender o que significa escu-tar a Palavra de Deus – então elesperceberiam que a leitura da Bíblianada mais é que ouvir Jesus falan-do! O Evangelho de João é muitoclaro ao falar desse fato: “No princí-pio era o Verbo, e o Verbo estava comDeus, e o Verbo era Deus. Ele estavano princípio com Deus (...) E o Verbo

se fez carne e habitou entre nós, cheiode graça e de verdade, e vimos a suaglória, glória como do unigênito doPai” (Jo 1.1-2,14). Esse texto falade Jesus – e como Ele é chamado?“O Verbo”! É verdade: Jesus Cristoé o Verbo encarnado de Deus! Porisso o último livro da Bíblia tam-bém O trata pelo mesmo significati-vo nome: “[Jesus] Está vestido comum manto tinto de sangue, e o seu no-me se chama o Verbo de Deus” (Ap19.13). Mesmo que o Senhor tenhanos dado inteligência e até mesmoSeu Espírito Santo (àqueles quecrêem em Jesus), durante a leiturada Palavra de Deus às vezes surgemtermos, verdades e contextos quenão conseguimos entender, seja

parcial ou total-mente. Não sãopoucos os que en-frentam dificulda-des até com aafirmação “o Ver-bo (a Palavra) sefez carne”. Masjustamente quan-do encontramospalavras e passa-gens na Bíblia quenão entendemoshá somente umafórmula segura:podemos e deve-mos crer naquiloque está escrito!Pois a Palavra deDeus é a verdade!Em outras pala-vras: se você tiverdiante de si umtexto que não dápara entender,minimize sua in-teligência e maxi-mize a sua fé!

Em Jó 8.9 ou-vimos Bildade, osuíta, dizer: “Por-que nós somos de

ontem e nada sabemos...”. Será quenós também não deveríamos con-fessar isso mais vezes? Não seriatempo de reconhecer que não sabe-mos nem entendemos muitas coi-sas? Será que não deveríamos pas-sar a ser cada vez mais honestosnesse ponto? – Se fizermos isso, va-mos experimentar uma libertaçãointerna; uma libertação que nos le-vará à fé infantil! Quem reconhecea sua falta de conhecimento veráque sua fé começa a crescer.

A propósito: também nas nossasorações volta e meia somos con-frontados com a falta de conheci-mento, não é mesmo? Sim, é exata-mente assim; por isso o apóstoloPaulo escreveu: “Também o Espírito,semelhantemente, nos assiste em nossafraqueza; porque não sabemos orar co-mo convém, mas o mesmo Espírito in-tercede por nós sobremaneira, com ge-midos inexprimíveis” (Rm 8.26).Portanto, quando oramos, confia-mos no Espírito Santo, porque nofim das contas somos incapazes deorar da forma que agrada a Deus. Épreciso fazer o mesmo quando setrata de verdades bíblicas que nãopodemos compreender com nossainteligência. Vamos devotar con-fiança completa à Palavra de Deus,deixando tudo aos cuidados do Es-pírito Santo!

Como cristãos renascidos cre-mos de todo o coração que Jesus éa Palavra encarnada de Deus. Porisso, as afirmações do Antigo e doNovo Testamento nos permitemexperimentar constantemente aorientação divina. Pois quando aPalavra do Eterno fala a nós, o pró-prio Cristo fala conosco. O próprioSenhor confirmou isso quando dis-se: “Examinais as Escrituras, porquejulgais ter nelas a vida eterna, e sãoelas mesmas que testificam de mim”(Jo 5.39). Ao falar de “Escrituras”,Ele se referia ao Antigo Testamentoe, no meu entendimento, profetica-

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Em Jó 8.9 ouvimos Bildade, o suíta, dizer: “Porque nós somos de ontem e nada sabemos...”. Será que nós tambémnão deveríamos confessar isso mais vezes? Não seria tempode reconhecer que não sabemos nem entendemos muitascoisas? Será que não deveríamos passar a ser cada vezmais honestos nesse ponto? – Se fizermos isso, vamos experimentar uma libertação interna; uma libertação que nos levará à fé infantil!

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mente também ao Novo Testamen-to, que seria divinamente completa-do cerca de cem anos depois de Seunascimento. E como toda a Escritu-ra Sagrada testemunha de Cristo, ahistória dos discípulos de Emaúsrelata: “E, começando por Moisés,discorrendo por todos os Profetas, [Je-sus] expunha-lhes o que a seu respeitoconstava em todas as Escrituras” (Lc24.27). Também nisto Jesus testifi-ca de forma muito clara: na Escri-tura vocês encontram a Mim. E issosignifica: a Escritura fala as minhaspalavras; Eu sou a Escritura!

Quem ler sua Bíblia com essa fé,receberá por meio da Palavra deDeus uma força permanente, umaindestrutível fonte de bênção. Poiso Senhor Jesus, que é a verdade empessoa, deu o seguinte testemunhoem relação às Suas palavras: “Pas-sará o céu e a terra, porém as minhaspalavras não passarão” (Mt 24.35).Nós, que pertencemos a Jesus, de-veríamos confiar e crer muito mais

na Palavra de Deus, sabendoque por meio dela podemos eiremos experimentar a Suaorientação! Afinal, a palavrana Bíblia não é “apenas” pa-lavra escrita, mas é o próprioCristo! Por isso vamos consi-derar com seriedade a exor-tação de nosso Pai celeste,que envia a seguinte ordemdo céu: “Este é o meu Filhoamado; a ele ouvi” (Mc 9.7).Por isso: ouça-O se vocêquiser experimentar a orien-tação de Deus. Na práticafunciona assim: abra mais asua Bíblia, leia-a em espíritode oração. Só isso é suficien-te para que você trilhe o ca-minho da salvação de formasempre nova, que sempre es-colha o caminho estreito,pois está escrito: “Lâmpadapara os meus pés é a tua pala-vra e luz para os meus cami-

nhos” (Sl 119.105). Aqui as pala-vras maravilhosas falam da orienta-ção divina, pois Cristo, a Palavraencarnada, disse a respeito de simesmo: “Eu sou a luz do mundo;quem me segue não andará nas trevas;pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo8.12). Essa é a condução divina ex-perimentada por todos aqueles quededicam total confiança à Palavrade Deus – isto é, Jesus Cristo!

Alguns exemplos podem esclare-cer como experimentar na prática aorientação de Deus na Palavra epor meio da Palavra: há algunsanos, meu pai nos contou que al-guém tinha lhe oferecido uma par-ceria que no fundo girava em tornodo dinheiro. Como tinha muitasdúvidas a respeito, ele clamou aoSenhor em sua angústia, abriu a Bí-blia e Deus dirigiu seu olhar para aspalavras: “...teremos todos uma sóbolsa” (Pv 1.14), às quais seguia aadvertência: “Filho meu, não te po-nhas a caminho com eles; guarda das

suas veredas os pés” (v.15). Essaspalavras deram a ele uma respostatão clara naquele momento, que re-cusou a parceria sem qualquer hesi-tação. Mais tarde, as circunstânciasmostraram que essa tinha sido aúnica decisão correta a tomar.

Talvez agora você se pergunte:podemos usar a Bíblia desse jeito,do mesmo jeito que Wim Malgofez? Bem, meu pai não forçou a si-tuação para encontrar essa direção,ele simplesmente a recebeu. Emoutras palavras: ele experimentou aclara orientação de Deus por meioda Palavra.

Outra experiência da vida domeu pai foi a seguinte: ele e minhamãe viajavam por conta do ministé-rio. Estavam na estrada, a caminhodo próximo compromisso, em umcarro bastante “velho”. De repentemeu pai disse à minha mãe: “Estoume sentindo estranho e com muitatontura; precisamos parar o maisrapidamente possível”. Graças aDeus, depois da curva seguinte ha-via um espaço para descanso à beirada estrada, onde eles puderam pa-rar. A “tontura” do meu pai pioravacada vez mais. Ele acabara de esta-cionar o carro quando uma das ro-das traseiras se soltou do eixo. Ime-diatamente eles perceberam de on-de vinha a tontura do meu pai: aroda tinha estado a ponto de se sol-tar. Como o carro não tinha condi-ções de seguir viagem, ele foi guin-chado e levado a uma oficina para oconserto. Nesse meio tempo, elesforam obrigados a pernoitar em umhotel. Quando chegaram ao quarto,meu pai espontaneamente pegou aBíblia e leu a maravilhosa promes-sa: “Sabei, pois, que o SENHOR se-parou para si aquele que lhe é querido”(Sl 4.3, RC). Esta palavra confir-mou aos meus pais que haviam es-tado sob a clara orientação do Se-nhor! Do contrário, o fim da histó-ria poderia ter sido terrível.

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“Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”.

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Tenho certeza de que muitos denossos leitores já experimentaramsituações e proteção semelhantes.

Podemos confiar piamente na-quilo que Deus nos diz em Sua Pa-lavra, e assim voltar a experimentara Sua clara orientação dia após dia.Se o Senhor lhe der uma palavra,não permita que o inimigo a roubede você semeando dúvidas.

Certa vez li algo a respeito emum dos livros do abençoado servode Deus Oswald Chambers, que ci-to aqui livremente: “Se você leruma palavra de Deus na Bíblia oualguém lhe citar uma afirmação deDeus, e ela atingir seu coração co-mo um raio, por ser uma respostaclara a uma pergunta que você ti-nha apresentado ao Senhor, entãonão hesite em crer firmemente na-quilo que Ele acabou de lhe dizer.Deixe todas as dúvidas para trás, le-vante-se e aja de acordo com aquiloque lhe foi dito! Pois Deus faloucom você, como se um anjo tivessedescido do céu para lhe dar essaspalavras”.

George Müller demonstrou daforma mais clara possível que Deuscumpre a Sua palavra. Afinal, eledirigiu – somente com base naspromessas da Escritura Sagrada –um orfanato em Bristol, com maisde 2.000 órfãos.

Também há testemunhos demulheres que confiaram completa-mente na Palavra de Deus e não fo-ram envergonhadas. Certa vez tiveo privilégio de visitar na Holandauma senhora judia de mais de oi-tenta anos, crente em Jesus. Ela jáhavia chegado à fé em Jesus Cristoquando criança e tinha sobrevividoao Holocausto. Ela me disse o se-guinte em relação à Bíblia: “Primei-ro, eu sempre leio o que está escri-to, depois aceito o que está escrito eem terceiro lugar faço o que está es-crito”. Na época mais difícil de suavida, essa mulher experimentou deforma maravilhosa como Deus aorientava por meio de Sua Palavra.Deus honra a Sua aliança para comaqueles que dedicam sua total con-fiança à Sua Palavra em qualquer

situação, e permite que estes expe-rimentem a Sua maravilhosaorientação. Por que isso acontece?

A Escritura Sagrada é:• a única revelação de Deus• a única forma pela qual Deus

fala diretamente• o único apoio inabalável• a única autoridade infalível.Só a Escritura Sagrada é:• digna de confiança• imutável• incorruptível.Por isso podemos experimentar

a maravilhosa direção de Deus emnossa vida quando nos apropria-mos das palavras e promessas daEscritura Sagrada.

Dire ªo debaixo das vistas de Deus

Uma passagem bíblica que re-trata e exemplifica de forma mara-vilhosa como acontece a direção deDeus em nossa vida está no Salmo32.8, onde o Senhor diz: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que devesseguir; e, sob as minhas vistas, te dareiconselho”. O Senhor promete aosSeus que vai conduzi-los dirigindoa eles os Seus olhos. Meditando arespeito, lembrei-me do relaciona-mento cheio de amor entre um paie o filho que ele vê diante de si. Opai conduz a criança pela mão, en-quanto seus olhos vigiam continua-mente o filho.

Quando um jovem questionou oSenhor Jesus sobre a vida eterna(Mc 10.17) e confirmou que desdecriança cumpria todos os manda-mentos (v. 20), lemos: “E Jesus, fi-tando-o, o amou...” (v. 21). Por queJesus olhou para ele? Para guiá-lo;para tomá-lo pela mão para que re-conhecesse o caminho certo parasua vida. O jovem rico recebeu aoportunidade de ser guiado pelopróprio Jesus. Os olhos do Senhorjá pousavam cheios de amor sobre

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Abra mais a sua Bíblia, leia-a em espírito de oração. Só isso é suficiente para que você trilhe o caminho da salvação de forma sempre nova.

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ele – mas o homem não atendeu aoapelo. Que tragédia! É uma provailimitada do Seu amor que os Seusolhos repousem sobre nós, para queEle nos aconselhe e guie desse jeito.

Se tomarmos consciência dequão maravilhosos são os olhos querepousam sobre nós, então só pode-mos adorar, dizendo: que grandeSenhor é o nosso! Pois a Bíblia des-creve dessa forma os Seus olhos,com os quais Ele quer nos guiar:“A sua cabeça e cabelos eram brancoscomo alva lã, como neve; os olhos, co-mo chama de fogo” (Ap 1.14). Issosignifica que os Seus olhos atraves-sam a mais profunda escuridão.Nada Lhe está oculto. Quando nósjá perdemos qualquer perspectivahá muito tempo, Ele ainda enxerga.O que é totalmente incompreensí-vel para nós, está completamenterevelado diante dEle. O salmista ti-nha plena consciência desse fatoquando orou: “Para onde me ausen-

tarei do teu Espírito? Para onde fugireida tua face? Se subo aos céus, lá estás;se faço a minha cama no mais profun-do abismo, lá estás também; se tomoas asas da alvorada e me detenho nosconfins dos mares, ainda lá me haveráde guiar a tua mão, e a tua destra mesusterá” (Sl 139.7-10). Sim, o Se-nhor quer que Seus filhos experi-mentem Sua direção também dessaforma: Ele os guia à medida queSeus olhos estão sobre eles dia enoite, em todas as circunstâncias desuas vidas, onde quer que estejam.E onde quer que Ele tenha essaoportunidade de guiar, conduzir eaconselhar uma pessoa, ali uma luzbrilhará mesmo na mais profundaescuridão. Por isso, não desanime,o que quer que você tenha de en-frentar, ou qualquer que seja a suasituação: o Senhor Jesus, que oconduz com Seus olhos, sempre vêuma saída!

Uma pessoa sobre cuja vidaDeus mantémos olhos aber-tos, que per-mite queDeus a guiedessa forma, éespiritual. Emoutras pala-vras: a atua-ção do Espíri-to Santo é oalicerce da vi-da dela. O Es-pírito Santo étambém omotor que aimpulsiona afazer as coisascorretas e aescolher o ca-minho certo.Vamos olharmais uma vezpara o textode Romanos8.26, que fala

sobre nossa incapacidade na oraçãoe então aborda a ajuda que o Espí-rito Santo dá: “Também o Espírito,semelhantemente, nos assiste em nossafraqueza; porque não sabemos orar co-mo convém, mas o mesmo Espírito in-tercede por nós sobremaneira, com ge-midos inexprimíveis”. Afinal, por queo Espírito Santo intercede por nós,para que saibamos orar da formacerta? Qual é a Sua motivação? Seráque Ele foi encarregado por alguéma fazer isso? Sim, exatamente: o Es-pírito Santo nos representa na ora-ção da forma como o Pai deseja. Éo que vemos no versículo seguinte:“E aquele que sonda os corações sabequal é a mente do Espírito, porque se-gundo a vontade de Deus é que ele [oEspírito Santo] intercede pelos san-tos” (v. 27). Deus, o Pai, quer queoremos de determinada forma. Elequer nos aconselhar, mantendoSeus olhos dirigidos para nós, e de-seja nos guiar conforme a Sua von-tade. Então, o Espírito Santo pro-duz essa vontade de Deus em nós.

O mesmo acontece, por exem-plo, com o fato de que o EspíritoSanto deseja nos guiar em toda a ver-dade, como diz Jesus. Por que o Es-pírito Santo quer e faz isso? Porqueo próprio Senhor o deseja, porqueSeus olhos estão sobre nós e porqueEle deseja nos conduzir em toda averdade. O Senhor Jesus diz a esserespeito: “quando vier, porém, o Espí-rito da verdade, ele vos guiará a toda averdade”. Por que o Espírito Santofaz isso? A resposta é: “porque nãofalará por si mesmo, mas dirá tudo oque tiver ouvido... porque há de receberdo que é meu e vo-lo há de anunciar”(Jo 16.13-14). Quando o EspíritoSanto deseja nos guiar “em toda averdade” isso está relacionado àquiloque o Senhor Jesus quer de nossavida: “...porque há de receber do que émeu e vo-lo há de anunciar”.

São os olhos do Senhor, quedescansam incansavelmente sobre

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Assim como o pai guia seu filho, Deus também quer nos conduzir pela mão.

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nós, que nos guiam e conduzem.Mas é o Espírito Santo que – comoum tradutor – nos explica e esclare-ce a vontade de Deus.

Naturalmente ainda fica a se-guinte questão: como o EspíritoSanto produz tudo isso em nós?Como acontece esse processo, peloqual o Espírito Santo nos represen-ta na oração “com gemidos inexpri-míveis”? Como Ele nos revela osmotivos pelos quais devemos orar?Bem, Ele não chama um anjo docéu para nos entregar uma lista demotivos. Mas como isso tudo fun-ciona de verdade? Não de formamilagrosa ou espetacular, comomuitos irmãos certamente já deseja-ram. Não, o Espírito Santo simples-mente coloca o motivo em nossocoração. Ou, em outras palavras:desperta em nós o pensamento deorar por este ou aquele motivo.

Da mesma forma acontece com aprincipal incumbência do EspíritoSanto, isto é, a glorificação de Jesusem nós e por meio de nós. Jesus diz:“Ele [o Espírito Santo] me glorificará”(Jo 16.14). Isso significa que Ele não

fala por meio de uma experiência es-petacular e extraordinária. Não, oEspírito Santo faz Jesus crescer emnós. Ele nos impulsiona a pensar nE-le. Ele desperta em nós o desejo deter comunhão com Jesus e a Sua pa-lavra. Ou Ele produz em nós um im-pulso interior de, por exemplo, fazeruma declaração de amor ao nossoSenhor, como Davi fazia: “Eu teamo, ó SENHOR, força minha” (Sl18.1). Davi não orou dessa formaporque teve alguma revelação espe-cial, mas porque sentia isso em seucoração. Ele simplesmente ficou comvontade de louvar ao Senhor dessaforma. O mesmo acontece comaqueles que se tornaram propriedadede Jesus. De uma hora para outranosso coração nos mostra o que de-vemos fazer ou não fazer.

Os olhos do Senhor voltados pa-ra nós e a atuação do Espírito Santoem nós às vezes produzem o desejode fazer algo ou deixar de fazer ou-tra coisa. Em outras palavras: temosa forte sensação ou até mesmo acerteza de que este caminho é ocerto, e o outro, errado.

Mas os olhos do Senhor não re-pousam sobre todas as pessoas, semexceção. Da mesma forma, nem to-das as pessoas experimentam aatuação do Espírito Santo que des-crevemos acima. Há uma condição,que é a seguinte: “Porque, quanto aoSENHOR, seus olhos passam por todaa terra, para mostrar-se forte para comaqueles cujo coração é totalmente dele”(2 Cr 16.9). Portanto, Deus quernos ensinar e mostrar o caminhoem que devemos andar; Ele quernos aconselhar, Ele quer dirigirSeus olhos para nós (Sl 32.8) – massó quando nós também o quere-mos, quando nosso “coração é total-mente dele”. Somente filhos de Deusconsagrados vivem essa direção es-pecial de Deus; só eles experimen-tam isto: os olhos de Deus sobreeles, a atuação do Espírito Santodentro deles!

Por isso, certifique-se de que acada novo dia todos os obstáculosentre você e o Senhor sejam remo-vidos; só assim você experimentaráessa extraordinária direção do Se-nhor! Faça isso, e você experimen-tará a direção especial de Deus con-forme descrita em Isaías 30.21:“Quando te desviares para a direita equando te desviares para a esquerda,os teus ouvidos ouvirão atrás de ti umapalavra, dizendo: Este é o caminho,andai por ele”.

10 Chamada da Meia-Noite, junho de 2007

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos”.

Recomendamos:

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

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Recentemente usei o título deste artigo como tema deuma das minhas preleções e informei-o à pessoa queorganizava uma conferência profética. Quando men-

cionei o tema durante nossa conversa pelo telefone, houveuma pausa de silêncio do outro lado da linha, o que paramim era sinal de que meu interlocutor tentava imaginar deque maneira o assunto da psicologia poderia ter alguma re-lação e conexão com a reconstrução do templo dos judeus,a Grande Tribulação, a batalha do Armagedom, o Anticris-to e o Falso Profeta, bem como outros eventos e personali-dades que são temas comuns em conferências proféticas.Quando a falta de resposta dele chegou naquele ponto em-baraçoso, eu intencionalmente citei, bem devagar, o textode 2 Timóteo 3.1-2: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, so-brevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas...” [ou“amantes de si mesmos”, conforme a versão Almeida Revistae Corrigida].

“Excelente! Pregue sobre isso!”, foi a sua reação imedia-ta ao ouvir o texto. Embora o organizador daquela confe-rência não soubesse exatamente a maneira pela qual euabordaria o tema, ele imediatamente reconheceu a relaçãode encaixe pelas frases: “últimos dias [...] tempos difíceis[...] amantes de si mesmos”. É tremendamente preocupante

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(todavia compreensível, conforme veremos) quea maioria dos evangélicos (principalmente ospastores) não tenha percebido a relação entre aadvertência clara e, até mesmo, aguda do após-tolo Paulo acerca dos perigos do amor-próprio,e a psicologia nos “últimos dias”.

Para que possamos entender melhor quaiseram as preocupações de Paulo, é necessárioque iniciemos pela definição do termo “ego”.Significa simplesmente a pessoa em si mes-ma. Quer dizer eu – e tudo o que compreendeo meu ser. Nesse caso, ser um amante de mimmesmo significa que eu me amo em primeirolugar e acima de tudo. O ego domina, por com-pleto, o meu coração, a minha mente, a minhavontade e a minha consciência. O ego, antes deexperimentar a salvação em Cristo, é um ser au-tônomo que pratica o que lhe apraz em rebeliãocontra Deus. Mas para os crentes em Jesus, quesão novas criaturas em Cristo (2 Coríntios5.17), o ego deve estar submisso ao Senhor.Um crente verdadeiro, diariamente, nega-se a simesmo; toma a sua cruz; está crucificado comCristo – e, contudo, ainda está vivo, de modoque a vida que ainda tem na carne é vivida emCristo pela fé (Mateus 16.24; Gálatas 2.20).

Por que Paulo enfatizou o ego como umaquestão altamente preocupante nos “últimosdias”? O “ego” não tem sido o problema de to-da a humanidade desde o primeiro ato de deso-bediência a Deus no Jardim do Éden? (Gênesis3). A tentação sedutora de Satanás para Evanão era uma proposta mentirosa que exaltava o“ego” dela? Afinal, Satanás lhe disse: “PorqueDeus sabe que no dia em que dele comerdes se vosabrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedoresdo bem e do mal” (Gn 3.5). E não foi por causadas mentiras satânicas de auto-realização e auto-divinização que Eva caiu em pecado? Além dis-so, a autopreservação não foi uma conseqüênciaevidente do pecado de Adão e Eva constatada

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no momento em que cada um delestransferiu a sua culpa para outro?Adão disse: “A mulher que me destepor esposa, ela me deu da árvore, e eucomi” (Gn 3.12). Eva alegou: “Aserpente me enganou, e eu comi” (Gn3.13). É óbvio que o ego passou aser o personagem principal no cen-tro do palco da vida humana desdea primeira prática do pecado na ter-ra e daí por diante.

Entretanto, Paulo designa umaênfase especial para o ego nos “últi-mos dias”. Embora o egoísmo inte-resseiro e o oportunismo conve-niente sejam traços dominantes dogênero humano desde a Queda, so-mente com o surgimento da modernapsicologia é que o ego passou a serproclamado como a solução para to-

dos os nossos ma-les mentais, emo-cionais e compor-tamentais. Trata-se de um novodesdobramento doque aconteceu noséculo XIX e quese tornou inevitá-vel quando “cien-tistas” darwinistascomeçaram a pro-mover sua própriateoria da origemdo homem. Porque se tornou ine-vitável? Ora, comoDeus “perdeu”Sua posição deCriador da huma-nidade, no finaldas contas foicomple tamentesubstituído. A teo-ria evolucionistaeliminou qualquernecessidade deDeus, visto que,segundo nos disse-ram, todos os se-res vivos vieram a

existir através de processos naturais.Ao excluir-se Deus do cenário davida, resta-nos apenas o “ego” (oumelhor, o deus “Ego”), de modoque a humanidade passa a ser o refe-rencial de todas as coisas. Porém,isso deixa os evolucionistas/huma-nistas num dilema.

Por um lado, o ser humano foi“aliviado” da responsabilidade deprestar contas ao seu Criador; poroutro lado, o homem é deixado aosseus próprios cuidados para que re-solva todos os seus problemas porconta própria. Essa crença evolu-cionista e humanista postula que noíntimo do ser humano encontra-seo potencial completo e necessáriopara que surjam as soluções de taisproblemas. The Humanist Manifesto

I [O Manifesto Humanista I] decla-ra: “O homem finalmente estácônscio de que somente ele é res-ponsável pela concretização domundo de seus sonhos, de que pos-sui dentro de si mesmo o poder pa-ra tal façanha”. Se as soluções nãose encontrarem dentro do ego, ohomem sem Deus não tem mais aquem recorrer, e, conseqüentemen-te, não há esperança para a huma-nidade. Mas, hoje em dia, os psico-terapeutas nos garantem que a curapara os males da humanidade de fa-to se encontra no íntimo do ser hu-mano. Assim, a advertência proféti-ca de Paulo, a qual se refere aos“últimos dias” como “tempos difí-ceis” caracterizados principalmentepor “homens amantes de si mes-mos”, enquadra-se mais nos nossosdias do que a qualquer outro perío-do da história.

A substituição de Deus pelo egoleva ao dogma central da religião dapsicologia, a saber: o ser humano éinerentemente bom. Se a bondadeinata não residir no cerne mais pro-fundo da natureza humana, segue-se que a psicoterapia é uma práticainútil. Eis a razão: se o ser humanopossui uma natureza pecaminosa,como a Bíblia demonstra, é impos-sível que consiga mudar por si mes-mo. Em outras palavras, se sou ine-rentemente mau, eu sempre sereimau, visto que não há nada dentrode mim que me capacite a mudar.Contudo, se sou inerentementebom, mas enfrento problemas emmeu viver, ao fazer uso de váriosmétodos ou técnicas psicológicas,eu deveria ser capaz de extrair, uti-lizar ou perceber essa bondade ina-ta para, dessa forma, curar ou solu-cionar os problemas que me afli-gem. Todos os “egocentrismos”psicoterapêuticos, a partir do amor-próprio para a auto-estima, à auto-imagem, à autoconcretização, à au-to-realização – até chegar à autodi-

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Ser um amante de mim mesmo significa que eu me amoem primeiro lugar e acima de tudo. O ego domina, porcompleto, o meu coração, a minha mente, a minha vontade e a minha consciência.

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vinização – são atribuídos com basena bondade intrínseca da naturezada pessoa.

A psicologia humanista – à qualtodas as psicoterapias estão visceral-mente relacionadas – é o sistema decrença pseudocientífico do Anticris-to, este que é a personificação damaldade humana. Os fundamentosda religião do Anticristo foramapresentados à humanidade por Sa-tanás, na ocasião da tentação deEva (quando ela foi desviada do ca-minho de obediência a Deus na di-reção de seus próprios interesses,até mesmo o de ser divinizada –conforme Gênesis 3), e culminarãonum homem, o Anticristo, o qual seassentará no templo de Deus paraser adorado como se fosse Deus (2Tessalonicenses 2.4). Tudo gira emtorno da adoração do ego.

Essa religião humanista-egocên-trica do Anticristo não apareceráem cena de repente, quando o Anti-cristo for revelado. Como se podeobservar, a religião do egocentrismotem se desenvolvido desde o tempodo Jardim do Éden. Além disso, talreligião pode ser identificada noepisódio da torre de Babel e na ido-latria das nações gentílicas em todoo Antigo Testamento, bem comoem todas as religiões do mundo naatualidade.

Somente o cristianismo bíblicose coloca contra a exaltação do ego,exaltação essa que amarra num sófeixe todas as religiões do mundo.A Bíblia declara que o ego é malig-no e, por si mesmo, é incorrigível:“Enganoso é o coração, mais do quetodas as coisas, e desesperadamentecorrupto; quem o conhecerá? Eu, o Se-nhor, esquadrinho o coração, eu provoos pensamentos...” (Jeremias 17.9-10). A Bíblia também declara que asalvação do homem só pode vir deDeus, a partir do momento que érecebida exclusivamente pela fé emJesus, Aquele que satisfez as exigên-

cias da justiça divina, mediante opleno pagamento pelos pecados dahumanidade, segundo as Escrituras.Todas as demais religiões confiamno ego para obter salvação, basica-mente, por meio dos próprios esfor-ços do indivíduo, seja por rituais,seja por sacramentos, seja por me-ditação, seja por liturgias, seja por“boas” obras, e assim por diante.Empreendimento humano versuscumprimento divino – essa é a dife-rença crucial entre o caminho hu-mano de salvação e o caminho deDeus para a salvação.

A admoestação do apóstolo Pau-lo sobre os “últimos dias” dirige-se

aos crentes em Cristo para adverti-los e mostrar-lhes o perigoso resul-tado da prática de amarem a simesmos. Por essa razão, é um tantochocante ser testemunha da in-fluência que exercem concepçõeshumanístico-egocêntricas da reli-gião apóstata do Anticristo no cris-tianismo evangélico, de forma nun-ca dantes vista. No artigo publicadona edição do mês passado, citamosas palavras de um famoso psicólogocristão que enaltecia os psicólogoshumanistas e adeptos da Nova Era,Carl Rogers e Abraham Maslow,por ajudarem os evangélicos a iden-tificarem sua “necessidade deamor-próprio e auto-estima”. Cer-tamente isso não provém dos auto-res das Escrituras Sagradas! Apesardisso, muitas pessoas influentes,que professam ser crentes em Cris-to, têm semeado, sem intenção oupropositalmente, as sementes dosensinos humanistas acerca doamor-próprio. Essa influência entreos crentes em Cristo chegou a talextensão e por tanto tempo, que asheresias se enraizaram e seu frutoletal tem sido avidamente consumi-do em toda a Igreja.

Norman Vincent Peale é geral-mente identificado como o pioneiroque fundiu a teologia com a psico-logia para formar aquilo que se tor-nou conhecido como “psicologiacristã”. De acordo com suas cren-ças humanistas, difundidas atravésde seus sermões transmitidos pelorádio e de sua revista altamente po-pular intitulada Guideposts, Pealeexplicou que as pessoas “são ine-rentemente boas; as reações más[pecados?] não procedem da essên-cia”. Robert Schuller, cujo “Pensa-mento da Possibilidade” vem a serum reflexo do “Pensamento Positi-vo” de Peale (o mentor de Schul-ler), enviou 250 mil cópias de seulivro intitulado Self-Esteem: TheNew Reformation [Auto-Estima: A

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Os fundamentos da religião do Anticristo foram apresentados à

humanidade por Satanás, na ocasião da tentação de Eva, e culminarão num

homem, o Anticristo, o qual se assentará no templo de Deus para ser adorado como se fosse Deus.

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Nova Reforma] aos pastores por to-da parte nos Estados Unidos. Tan-to Peale quanto Schuller refletemos ensinos da seita Mind Science[Ciência da Mente]. O programa detelevisão “Hour of Power” [Horado Poder], apresentado por Schul-ler, é o programa de cunho religiosomais assistido no mundo. Entretan-to, para milhões de pessoas, as con-cepções humanistas de RobertSchuller, empanadas com uma lin-guagem evangélica, não são identi-ficadas por suas blasfêmias: “Jesusconhecia o Seu valor; o sucesso delealimentava Sua auto-estima [...] Elesuportou a cruz para santificar Suaauto-estima. E ele carregou a cruzpara santificar a auto-estima de vo-cês. De modo que a cruz santificaráa viagem do ego!” [N. do T., a ex-pressão viagem do ego significa “atoou comportamento que satisfaz opróprio ego da pessoa”].1 Será queo próprio Anticristo falaria algomais antibíblico do que isso?

Lamentavelmente, muitos pasto-res, professores e conferencistasevangélicos conservadores de reno-me, tais como, Charles Swindoll,Charles Stanley, Josh McDowell,

Anthony Hoekema, Norman Geis-ler e outros, compraram essa idéia epassaram a ensinar, cristianizar e,mais adiante, popularizar, os con-ceitos de amor-próprio, auto-esti-ma, autovalorização e auto-ima-gem. É o “novo sacerdócio” dospsicólogos cristãos, porém, comcredenciais que contêm falsamentea unção da ciência, sacerdócio esseque convenceu tanto pastoresquanto ovelhas da legitimidade dasteorias e métodos da psicologia hu-manista. Dentre o abarrotado gru-po de profissionais altamente gra-duados e reconhecidos que ensinamà Igreja o que debulharam e reco-lheram “no conselho dos ímpios”,está o Dr. James Dobson, o qual,sem dúvida, tem sido a personalida-de mais influente entre os evangéli-cos nos últimos 25 anos. No quediz respeito ao amor-próprio e à au-to-estima, Dobson escreve:

Num sentido real, a saúde de todauma sociedade depende da facilidadecom a qual seus membros individual-mente podem obter aceitação pessoal.Assim, sempre que as chaves para aauto-estima parecem estar fora do al-cance de um grande percentual da po-

pulação, como se verifica nos EstadosUnidos do século XX, certamente ocor-rerão “doenças mentais” em larga es-cala, neuroses, ódio, alcoolismo, usoabusivo de drogas, violência e desor-dem social...2

Se pudesse fazer uma prescriçãopara as mulheres do mundo, receitariapara cada mulher uma dose saudávelde auto-estima e valor pessoal (paraser tomada 3 vezes ao dia até que ossintomas desaparecessem). Não tenhodúvida de que essa é a maior necessi-dade delas.3

Logo atrás de Dobson, em ter-mos de influência na Igreja da atua-lidade, vem Rick Warren. Embora,ultimamente, tenha se distanciadode Robert Schuller, um de seus pri-meiros mentores (na década de1990, Warren freqüentemente eraum dos conferencistas no InstituteFor Successful Church Leadership[Instituto Para o Sucesso na Lide-rança da Igreja] dirigido por RobertSchuller), o artigo Learn to LoveYourself [Aprenda a Amar a si Mes-mo], escrito por Warren e publica-do no Ladie’s Home Journal, tem “acara” de Schuller, além de ser purapsicologia humanista. Rick Warrenalista “cinco verdades”, nenhumadas quais é “verdade”, muito me-nos, verdade bíblica: (1) Aceite a simesmo; (2) Ame a si mesmo; (3)Seja verdadeiro consigo mesmo; (4)Perdoe a si mesmo; e (5) Creia emvocê mesmo. Porém, tais doutrinashumanistas antibíblicas têm sidoensinadas com tanta freqüência ede tantos púlpitos, que a maioriados crentes em Cristo, quando sedepara com aquilo que a Bíbliarealmente ensina acerca do ego edos egocentrismos, ou fica chocadapor ter sido enganada, ou se ofendeamargamente por ouvir a verdade.

Embora, neste breve artigo, nãopossamos tratar, adequadamente,dos detalhes de quão perturbadorae destrutiva é a psicologia humanis-

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A Palavra de Deus nos diz que os caminhos do homem, isto é, todas as suas concepções egocêntricas e humanistas, são “caminhos de morte”, uma morte que separa o crente da verdade e espolia sua fé e frutificação em Cristo.

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ta para os cristãos que crêem na Bí-blia (principalmente quando seapresenta recoberta pelo manto dapsicologia “cristã”), aqui vão algu-mas preocupações que todos nósprecisamos considerar com serieda-de e em oração:

Em primeiro lugar, as teoriasda psicologia humanista procedemdos fundadores ateus e anticristãosda psicoterapia, cujas concepçõesencontram-se na categoria do queas Escrituras condenam como “oconselho dos ímpios” (Salmo 1.1).

Em segundo lugar, a ênfasehumanista no amor-próprio e naauto-estima despreza o mandamen-to bíblico de “negar a si mesmo”,que Jesus nos ordenou em Mateus16.24.

Em terceiro lugar, o enfoquecada vez mais evidente na auto-esti-ma de uma pessoa, distorce paulati-namente o discernimento que umcrente possui da verdade sobre a na-tureza pecaminosa do homem e es-conde a convicção de pecado num pân-tano de racionalizações humanistas.

Em quarto lugar, a subjetivaorientação de sentimentos da psico-logia humanista corrói gradativa-mente os absolutos da verdade ob-jetiva de Deus.

Em quinto lugar, à medidaque o fermento do humanismo bro-ta e se desenvolve na mente de umcrente em Cristo, sua interpretaçãodas Escrituras gradualmente sofreuma mudança daquilo que Deusrealmente disse (Gênesis 3.1) paraaquele “caminho que ao homem pare-ce direito” (Provérbios 14.12). A Pa-lavra de Deus nos diz que os cami-nhos do homem, isto é, todas assuas concepções egocêntricas e hu-manistas, são “caminhos de mor-te”, uma morte que separa o crenteda verdade e espolia sua fé e frutifi-cação em Cristo.

Quão “difícil” tudo isso se tor-nará “nos últimos dias”? Considere

o seguinte e chore por seus filhos,caso o Senhor tarde em voltar. Emgeral, os jovens evangélicos identifi-cam a pseudociência e os mitos dateoria da evolução, graças à instru-ção esclarecedora proporcionadapor organizações como o InstituteFor Creation Research [Instituto dePesquisa da Criação], o Answers InGênesis [Respostas em Gênesis],bem como de muitos outros minis-térios de apologética cristã, cientis-tas criacionistas, mestres capacita-dos e assim por diante. Apesar decontinuarmos no meio de uma im-placável batalha nessa área, não sãomuitos os jovens evangélicos quesaem das universidades com a in-tenção de se tornarem “evolucionis-tas”.

No entanto, o que dizer da pseu-dociência e dos mitos da psicologia?Quem, atualmente, ensina e escla-rece nossos filhos a respeito disso?Por certo não são os mais de 50 milmembros da Associação Americanade Conselheiros Cristãos, cujo nú-mero de associados cresce rapida-mente e que tem como alvo princi-pal a “integração” entre a psicotera-pia e o cristianismo. Até que pontoessa ignorância dos perigos da psi-cologia é perigosa para os nossos jo-vens? A revista de grande prestígiointitulada Princeton Review [Rese-nha de Princeton] informa que psi-cologia é a segunda carreira maisescolhida entre todos os universitá-rios. Além disso,ainda é a carreiramais popular emu n i v e r s i d a d e sque professamser cristãs, da Li-berty University[Unive r s idadeLiberty] na Cos-ta Leste até oFuller Theologi-cal Seminary[Seminário Teo-

lógico Fuller] na Costa Oeste e,praticamente, em todas as universi-dades cristãs que se localizem noterritório americano entre essasduas instituições.

Quem está falando a verdade pa-ra nossos filhos? Não o Dr. JamesDobson com seu ministério Focuson the Family [Família em Foco], oqual ironicamente aconselha: “Apsicologia cristã é uma profissãohonrada para um jovem crente, des-de que sua fé seja forte o suficiente pa-ra resistir aos conceitos humanistas aosquais será exposto... [grifo do au-tor]”.4 Chore e ore por nossa próxi-ma geração de evangélicos que temsido conduzida ao sacerdócio hu-manista daquela que, trágica e en-ganosamente, se denomina psicolo-gia cristã. (TBC)

T.A. McMahon é diretor-executivo do ministé-rio The Berean Call. Ele é co-autor (com DaveHunt) do bestseller A Sedução do Cristianis-mo.

Notas:1. Robert Schuller, Living Positively One Day

at a Time, Revell, 1981, p. 201; Self-Es-teem, The New Reformation, Word Books,1982, pp. 14-15.

2. James Dobson, Hide or Seek, Revell, 1974,pp. 12-13.

3. James Dobson, What Wives Wish TheirHusbands Knew About Women, TyndaleHouse, 1975, p. 60.

4. James Dobson, Dr. Dobson Answers YourQuestions, Wheaton, IL: Tyndale, 1989, p.497.

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Recomendamos:

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Algumas pessoas dizem que oAnjo do Senhor citado nas Escritu-ras hebraicas não é diferente dos ou-tros anjos. Mas ele é bem diferente.De fato, ele é o próprio Deus.

: : Ele fala como Deus“Multiplicarei sobremodo a tua descen-dência” (Gn 16.10); “Agora sei quetemes a Deus, porquanto não me ne-gaste o filho, o teu único filho” (Gn22.12); “Então, o Anjo do SENHOR

lhe disse [a Balaão]: [...] Eis que eusaí como teu adversário, porque o teucaminho é perverso diante de mim”(Nm 22.32).

: : Ele é identificado como Deus

Gênesis 16.11 diz que “o Anjo doSENHOR” falou com Hagar, a servaegípcia de Sara. “Então, ela invocouo nome do SENHOR, que lhe falava: Tués Deus que vê” (v. 13).

Entretanto, a prova mais clara dadivindade desse Ser especial é a pas-sagem que narra o momento em queMoisés encontrou o Anjo do Senhor“numa chama de fogo, no meio deuma sarça” (Êx 3.2). Aqui, o “anjo”se identificou de forma inequívoca:

“Eu sou o Deus de teu pai, o Deusde Abraão, o Deus de Isaque e o Deusde Jacó. Moisés escondeu o rosto, por-que temeu olhar para Deus” (Êx 3.6).

Depois, nesse encontro, o “anjo” é chamado de “o Senhor”,e revela seu nome pactual: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14),também conhecido como Iahweh ou Javé.

: : Ele aceita adoraçãoEm hipótese alguma o homem pode adorar qualquer pessoa oucoisa, exceto o Deus vivo e verdadeiro (Êx 20.3-5; Mt 4.10). Osanjos de Deus rejeitam a adoração. Mas o Anjo do Senhor aaceita, indicando que ele é Deus.

Quando Josué encontrou um homem que se identificou como“príncipe do exército do SENHOR”, ele “se prostrou com o rosto emterra, e o adorou” (Js 5.14).

Balaão fez o mesmo ao ver o “Anjo do Senhor” (Nm 22.31).Manoá, o pai de Sansão, e sua esposa “caíram com o rosto em ter-ra” (Jz 13.20); e Manoá disse a sua esposa: “Certamente, morre-remos, porque vimos a Deus” (Jz 13.22).

Antes da EncarnaçãoAs Escrituras afirmam muito claramente que Jesus existia

antes de Seu nascimento físico na manjedoura de Belém. Al-gumas vezes, Ele aparecia na terra com propósitos específicos.Essas aparições singulares são chamadas de teofanias ou cris-tofanias. Ambos os termos se referem a manifestações visíveisde Jesus, a Segunda Pessoa do Deus triúno, anteriores à Suaencarnação.

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: : CriadorEle agiu na formação do mundo:“Todas as coisas foram feitas por in-termédio dele, e, sem ele, nada do quefoi feito se fez” (Jo 1.3). O apóstoloPaulo chamou Jesus de “a imagemdo Deus invisível”, e disse: “Pois, ne-le, foram criadas todas as coisas, noscéus e sobre a terra” (Cl 1.15-16).

: : O EternoO próprio Jesus declarou Sua divin-dade quando disse: “Antes que

Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8.58).E o profeta Miquéias anunciou queo Messias de Israel seria o próprioEterno:

“E tu, Belém-Efrata, pequena de-mais para figurar como grupo de mi-lhares de Judá, de ti me sairá o que háde reinar em Israel, e cujas origens sãodesde os tempos antigos, desde os diasda eternidade” (Mq 5.2).

Jesus, o Eterno, que veio à terrapara nascer em Belém, esteve en-volvido em todos os aspectos da

criação e da história de Israel. Elefoi aquele com quem Jacó lutou, eque mudou seu nome (Gn 32.28).

Jacó disse ao Anjo do Senhor:“Não te deixarei ir se me não aben-çoares” (Gn 32.26). O Anjo, então,mudou o nome de Jacó para Israel(Gn 32.28), que significa “aqueleque luta com Deus” ou “um prínci-pe de Deus”. Depois disso, Jacó de-clarou: “Vi a Deus face a face” (v.30).

: : Verbo VivoO Evangelho de João começa as-sim: “No princípio era o Verbo, e oVerbo estava com Deus, e o Verbo eraDeus”. Jesus era, é, e sempre será oVerbo Vivo de Deus. Antes que aPalavra de Deus aparecesse na for-ma escrita, a Palavra definitiva, quedepois se tornou carne (Jesus), fre-qüentemente providenciava a reve-lação necessária, aparecendo comoAnjo do Senhor. (Israel My Glory)

Thomas C. Simcox é diretor de The Friends ofIsrael nos estados do Nordeste dos EUA.

> > “Todas as coisas foramfeitas por inter-médio dele, e,sem ele, nadado que foi feitose fez” (Jo 1.3).

O ator Tom Cruise, fervorosoadepto da Cientologia (seita de ficçãocientífica), foi declarado o novo “cris-to” pelos líderes do movimento. Ele de-verá espalhar a mensagem de L. RonHubbard (fundador da seita) pelomundo.

Tom Cruise, quesempre foi uma grandeatração nos cinemas,passou a ser considera-do “maluco” depois decertas atitudes estra-nhas, e agora foi decla-

rado o “messias” da Cientologia.David Miscavige, um dos princi-

pais dirigentes da Cientologia, estáfirmemente convencido de que em bre-ve Tom Cruise será “adorado comoJesus Cristo” em todo o mundo, poisestaria sendo considerado cada vez

mais como “grande profeta da reli-gião”.

Uma fonte da seita disse ao tablói-de britânico “The Sun”: “Tom foi infor-mado que ele é a figura de Cristo daCientologia. Como Jesus, ele está sen-do criticado pela sua visão das coisas,mas futuras gerações reconhecerãoque ele tinha razão – como aconteceucom Cristo”. (www.bluewin.ch)

Para que não haja nenhummal-entendido: não estamos di-zendo neste artigo que Tom Crui-se será o vindouro Anticristo!

Descobrindo o “filho da noite”

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Apesar disso, gostaríamos deapontar para as tendências dosacontecimentos em nossa época.Fica cada vez mais claro que a hu-manidade está buscando o grande“líder mundial”, pelo qual será fi-nalmente seduzida.

O vindouro governante mun-dial e o Falso Profeta serão revela-dos depois que Satanás e seus de-mônios forem lançados sobre aterra pelo arcanjo Miguel (vejaApocalipse 12.7-12; Apocalipse13.1ss.).

A filiação de Jesus Cristo – o pri-meiro e grande Filho de Israel, o Fi-lho de Deus – é copiada por Sata-nás e transferida ao Anticristo. Eleserá o “filho de Satanás”, o filho ge-rado por uma humanidade ímpia.

Satanás foi o “filho da alva”:“Como caíste do céu, ó estrelada manhã, filho da alva! Co-mo foste lançado por terra, tuque debilitavas as nações!”(Isaías 14.12).

Quando o Diabo for lançadodo céu sobre a terra, ele se mani-festará através do Anticristo. Pormeio deste, aparecerá quase como“filho da alva” e se apresentará na“semelhança de Jesus”, que é “a

estrela da alva”, “a brilhanteEstrela da manhã”, “o sol dajustiça” e “o sol nascente dasalturas” (veja 2 Pedro 1.19;Apocalipse 22.16; Malaquias4.2; Lucas 1.78). A respeito,existem alguns tipos que represen-tam o Anticristo:

1. Filho da perdição

Essa é uma das denominaçõesdo Anticristo. O apóstolo Paulo es-creve: “Ninguém, de nenhummodo, vos engane, porque istonão acontecerá sem que primei-ro venha a apostasia e seja reve-lado o homem da iniqüidade, ofilho da perdição” (2 Tessaloni-censes 2.3).

Esse vindouro “filho da perdição”foi representado pelo traidor Judas,que é chamado da mesma maneira:“Quando eu estava com eles,guardava-os no teu nome, queme deste, e protegi-os, e nenhumdeles se perdeu, exceto o filho daperdição, para que se cumprissea Escritura” (João 17.12). Judas –um dos doze apóstolos judeus –transformou-se em cruel traidor deJesus. Ele andou por muito tempocom o Senhor, fez sinais e maravilhas(veja Lucas 9.1-6), mas mesmo as-sim era um grande hipócrita de duascaras, um ladrão com modos de ben-feitor (veja João 12.5-6).

Da mesma forma, inicialmente oAnticristo se apresentará muito reli-gioso. Depois, ele se revelará comoo maior dos traidores.

2. Filho do pai

Também Barrabás, que foi liber-tado em lugar de Jesus, é uma re-presentação profética do Anticristo.Apesar de ter sido um rebelde e as-sassino, o povo exigiu a liberdadedele, enquanto pediu a morte na

cruz para Jesus, o verdadeiro Filhode Deus: “De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dosdois quereis que eu vos solte?Responderam eles: Barrabás!”(Mateus 27.21). “E era-lhe for-çoso soltar-lhes um detento porocasião da festa. Toda a multi-dão, porém, gritava: Fora comeste! Solta-nos Barrabás! Bar-rabás estava no cárcere porcausa de uma sedição na cidadee também por homicídio. Dese-jando Pilatos soltar a Jesus, in-sistiu ainda. Eles, porém, maisgritavam: Crucifica-o! Crucifi-ca-o!” (Lucas 23.17-21).

Através de Barrabás fica muitoclaro o princípio anticristão “no lu-gar de” e certamente esse aconteci-mento na paixão de Cristo não foiuma coincidência. Barrabás signifi-ca “filho do pai” – ele foi solto nolugar de Jesus, o verdadeiro Filhodo Pai. A rejeição de Jesus teve porconseqüência a escolha do homemBarrabás, e assim será no fim dosdias: a rejeição de Jesus Cristo, oFilho de Deus, levará à escolha deum outro filho por parte do mundo.

3. Filho da noite

Lemos em Jonas 4.10: “Tornouo SENHOR: Tens compaixão daplanta que te não custou traba-lho, a qual não fizeste crescer,que numa noite nasceu e numanoite pereceu”. O rícino (ou ma-moneira) sob o qual Jonas se abri-gou, é descrito como “filho de umanoite” em algumas traduções.

Uma enciclopédia bíblica diz so-bre o rícino: “...uma planta de cres-cimento muito rápido... As folhassão muito grandes... das sementes,cobertas por uma capa com espi-nhos, é extraído o conhecido óleode rícino”. O Anticristo surgirá ra-pidamente. Ele será muito grande e

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Do Nosso Campo Visual

Tom Cruise, declarado o“messias” da Cientologia.

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trará um óleo diferente do de Jesus(a oliveira).

O rícino deu a Jonas sombra sópor um dia (passageira e irreal). OAnticristo trará apenas uma sombrade paz passageira, pois exclusiva-mente Jesus dá verdadeira paz.

Jonas, que é uma representaçãode Israel, estava fugindo de Deus.Ele irritou-se por causa da conversãodos ninivitas, aos quais tinha anun-ciado o vindouro juízo de Deus, erebelou-se contra o Senhor. Nessascondições, ele se alegrou mais pelasombra que a planta lhe forneceudurante o calor do dia do que poraquilo que o Todo-Poderoso pode-ria lhe dar. O mesmo acontecerácom Israel: os israelenses buscam asombra da falsa paz, o conforto nolugar errado – e esse anseio seráatendido passageiramente pelo Anti-cristo. Depois, entretanto, seu sofri-mento será tanto pior, como foi nocaso de Jonas (veja Jonas 4.8).

4. O filho da estrela

Em 70 d.C. Jerusalém foi con-quistada pelos romanos, o templofoi destruído e grande parte da po-pulação judaica foi levada cativa.Pouco depois que o imperador ro-mano Adriano (76 a 138 d.C.), queodiava os judeus, proibiu a circun-cisão sob pena de morte e anunciouque no lugar do templo destruídoseria edificado um santuário a Júpi-ter, ocorreu uma nova revolta con-tra os romanos. Sob a liderança deSimon bar Kochba e Akiba ben Jo-sef, um dos mais influentes rabinosdo seu tempo, os judeus enfrenta-ram a potência mundial romana em132 d.C. Como revelam documen-tos encontrados em Qumran, pro-vavelmente o nome original de barKochba era “bar Kosiba”. Mas orabino Akiba ben Josef, que consi-derava ser ele o Redentor, mudou

seu nome para “bar Kochba” (“Fi-lho da Estrela”). Ele o fez com baseem Números 24.17: “Vê-lo-ei,mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estre-la procederá de Jacó, de Israelsubirá um cetro que ferirá astêmporas de Moabe e destruirátodos os filhos de Sete”. Após aconquista de Jerusalém, Simon barKochba, o “Filho da Estrela”, foiproclamado messias. Mas seu go-verno em Jerusalém não durou nemtrês anos. Os romanos juntaramuma força poderosa e, após longas eduras lutas, reconquistaram e des-truiram Jerusalém no ano 134 d.C.

Bar Kochba retirou-se para afortaleza Betar, nas montanhas acerca de 10 quilômetros a sudestede Jerusalém. Ali ele resistiu, atéque em 135 d.C. a cidade caiu nasmãos dos romanos através de umatraição e ele foi morto. Segundo atradição judaica, isso aconteceu nodia 9 do mês de Av (Tisha b’Av),exatamente no dia da destruição doprimeiro e do segundo templos.Nessa guerra teriam morrido noscombates mais de meio milhão dejudeus e, a seguir, por causa da fo-me e de doenças, maismeio milhão. Após seufracasso, o falso messiasbar Kochba (“Filho daEstrela”) teve seu nomemudado na literatura ra-bínica para bar Kozba(“Filho da Mentira”).

De modo semelhan-te, a história se repetirános tempos finais, sebem que em proporçõesmuito mais terríveis. Ofalso messias (Anticris-to), que será inicialmen-te escolhido por Israel,no final provocará inten-sa destruição na terra. Arespeito, o profeta Zaca-

rias fala de modo impressionante:“Em toda a terra, diz o SENHOR,dois terços dela serão elimina-dos e perecerão; mas a terceiraparte restará nela. Farei passara terceira parte pelo fogo, e apurificarei como se purifica aprata, e a provarei como se pro-va o ouro; ela invocará o meunome, e eu a ouvirei; direi: émeu povo, e ela dirá: O SENHOR

é meu Deus” (Zacarias 13.8-9).Vemos, atualmente, como o ho-

rizonte está ficando cada vez maisescuro e que a área de atuação do“filho da noite” está sendo prepara-da. Mas, no final, Jesus aparecerácomo o Filho do Homem, a bri-lhante Estrela da manhã e o sol dajustiça, para acabar com a noite,trazendo a luz eterna: “Eu, Jesus,enviei o meu anjo para vos testi-ficar estas coisas às igrejas. Eusou a Raiz e a Geração de Davi,a brilhante Estrela da manhã...Aquele que dá testemunho des-tas coisas diz: Certamente, ve-nho sem demora. Amém! Vem,Senhor Jesus!” (Apocalipse22.16,20). Maranata! (NorbertLieth)

Do Nosso Campo Visual

O Anticristo surgirá rapidamente. Ele será muitogrande e trará um óleo diferente do de Jesus

(a oliveira). O rícino (ou mamoneira, na foto) deu aJonas sombra só por um dia (passageira e irreal). O

Anticristo trará apenas uma sombra de paz passagei-ra, pois exclusivamente Jesus dá verdadeira paz.

19Chamada da Meia-Noite, junho de 2007

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Resposta: Em minha opinião, asétima trombeta em Apocalipse11.15 não é a “última trombeta” de1 Coríntios 15.51-52, pelas seguin-tes razões:

1. A sétima trombeta citada emApocalipse 11.15 é uma trombetade juízo.

2. Ao mesmo tempo, essa sétimatrombeta anuncia o estabelecimen-to do governo de Jesus.

3. Os vinte e quatro anciãos, quesão citados em Apocalipse 11.16, jáse encontram no céu, onde adoramo Senhor. Eles já se encontram ládesde Apocalipse 4. Como os vintee quatro anciãos são uma clara refe-

rência à Igreja dentre judeus e gen-tios (Ef 2.14) – doze tribos de Israel= judeus – doze apóstolos = Igreja(12 + 12 = 24) –, a sétima trombetanão pode ser a trombeta do Arreba-tamento.

4. A sétima trombeta será toca-da depois que o Anticristo tiver ini-ciado seu governo e matado as duastestemunhas (Apocalipse 11.1-13).Conforme os versículos 2-4, as duastestemunhas agirão durante os últi-mos 1.260 dias. A citação desse pe-ríodo, conforme comparação comoutras passagens dos livros de Da-niel e do Apocalipse, refere-se sem-pre à última metade dos sete anos(70ª semana de anos de Daniel), is-to é, aos últimos três anos e meio(veja Apocalipse 12.6,14; Apocalip-se 13.5; Daniel 12.7).

5. Ao ser tocada a sétima trom-beta não é descrito o mistério doArrebatamento, e sim o que foianunciado aos profetas: “mas, nosdias da voz do sétimo anjo, quando eleestiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, o mistério de Deus, segun-do ele anunciou aos seus servos, os pro-fetas” (Apocalipse 10.7). Qual amensagem transmitida aos profetas?Não foi o mistério da Igreja; pois es-te foi revelado apenas no Novo Tes-tamento. Pelo contrário, aos profe-tas foi anunciado o vindouro reinode Cristo, o Messias. Apocalipse11.15 fala da im-plantação desse rei-no (compare Amós3.7; Atos 3.21;Mateus 13.11; Lu-cas 8.10). Nessetempo tornar-se-áreal o reino dos

céus na terra, como os profetas – atée inclusive João Batista – anuncia-ram: “Arrependei-vos, porque está pró-ximo o reino dos céus” (Mateus 3.2).

6. O apóstolo Paulo encontrava-se em meio ao ambiente culturalgrego. Ele escreveu sobre o Arreba-tamento à igrejas de Tessalônica eCorinto – localizadas na Grécia. Na-quele tempo, a Grécia era dominadapor Roma. Todos conheciam os mi-litares romanos, as paradas romanas,etc. Por isso, posso imaginar quePaulo, ao se referir à última trombe-ta, pensou na trombeta militar ro-mana. Ela era conhecida de todas enão seria necessário explicá-la me-lhor a ninguém. Com a “primeiratrombeta”, ou seja, com o primeirotoque de trombeta, os soldados eramchamados para fora das tendas, parase prepararem para a ação. No se-gundo toque de trombeta eles ti-nham que entrar em formação. Oterceiro e último toque significava:marchem! Essa me parece uma boadescrição do Arrebatamento.

7. Em 1 Coríntios 15.51 é reve-lado o mistério do Arrebatamento(transformação) e não o mistério daIgreja. No caso da sétima trombetanão se trata do mistério da transfor-mação, mas da finalização da men-sagem da salvação. Essas realidadesdeveriam ser mantidas claramentedistintas. (Norbert Lieth)

Pergunta: “Recentemente li algo na Bí-blia que até agora não tinha chamadominha atenção:

Em 1 Coríntios 15.51-52 está escri-to: “Eis que vos digo um mistério: nemtodos dormiremos, mas transformadosseremos todos, num momento, numabrir e fechar de olhos, ao ressoar daúltima trombeta. A trombeta soará, osmortos ressuscitarão incorruptíveis, enós seremos transformados”. Aqui sefala do momento do Arrebatamento –“ao ressoar da última trombeta”. Por-tanto, trata-se de apenas uma trombetaque ressoará.

Em 1 Tessalonicences 4.16 tambémse fala de uma trombeta. Ela é chamadade “trombeta de Deus”: “Porquanto oSenhor mesmo, dada a sua palavra deordem, ouvida a voz do arcanjo, e res-soada a trombeta de Deus, descerá doscéus, e os mortos em Cristo ressusci-tarão primeiro”.

A partir de Apocalipse 8 são citadassete trombetas. Portanto, a sétimatrombeta seria a última. Isso, porém,contrariamente à sua e à minha convic-ção, significaria que a Igreja passarápelos juízos dos selos”.

A trombeta de Deus e a última trombeta

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