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CHAMAM-ME LÍRICO! RESIGNO-ME E DEMONSTRO PORQUÊ (APETECE-ME ASSINAR ASSIM: HANS, ‘The Devoted Friend’)

Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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Livro de ideias para Portugal - IIIª Parte

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CHAMAM-ME

LÍRICO!

RESIGNO-ME E DEMONSTRO

PORQUÊ

(APETECE-ME ASSINAR ASSIM: HANS, ‘The Devoted Friend’)

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Interacção Universidades/Autarquias para actuar no emprego

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Uma amiga - que conheci em Mangualde no dia em que se iniciava o projecto

da JOHNSON CONTROLS, dado que se ocupava, ela, Leonor, com a

selecção de quadros para aquela nova unidade, enquanto psicóloga e

consultora de uma empresa de serviços local -, agora a trabalhar na

Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra, ligou-me dizendo que

tinha sido convidada para integrar a Direcção do Centro de Emprego de

Coimbra. Que não sabia se ia aceitar, mas que era bom estar perante um

desafio daqueles. Que já estava a pensar o que é que se poderia fazer…

Com esta chamada telefónica, fui eu que fiquei, de repente, grávido: já não pude,

durante os dias que se seguiram, pensar noutra coisa se não nisto: o que é que se

poderá fazer para criar condições para intervir aumentando o emprego? Estava a

gerar mais um filho… Como seria ele…?

Como não tenho dinheiro, parto sempre da premissa de que não deve ser este o

meio principal para conseguir seja o que for. O trabalho tem que ser um acto de

empenho, generoso, que, por isso, gere permanente motivação e seja benéfico não

apenas para mim mas para aqueles que me cercam e dele venham a beneficiar.

Assim, para gerar emprego, começo por pensar em criar as condições que levem

outro alguém a motivar-se apenas pela ideia, a trazer novas ideias, a ajustar

técnicas e métodos que ajudem ao seu desenvolvimento e exequibilidade, e, só

depois, avaliados os resultados, em remuneração para tal trabalho.

Aconteceu, outra vez.

Nas minhas voltas pelo país, lembro-me de encontrar zonas em que eram

necessários técnicos de especialidades que não se podiam encontrar ali; técnicos

de algumas especialidades, desempregados, porque a oferta, na sua região, era

superior à procura; casas vazias numa região; gente a precisar de uma casa, em

outra.

A ideia, nascida daquela gravidez, foi então a de encontrar um meio de adequação

da oferta e da procura, através de trabalho voluntário.

Já não sei se o facto de a Leonor estar a trabalhar numa Universidade influenciou

o que a seguir me ocorreu, mas, lá no fundo do subconsciente, deve ter operado

alguma ajuda.

Pensei, então, sobre quais seriam as pessoas mais motivadas para trabalhar

voluntariamente. A resposta, que me parece evidente, foi: estudantes

universitários.

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Lembro-me de mim mesmo, enquanto estudante universitário, e dos meus colegas

daquele tempo. Todos queríamos experimentar a vida activa, e, julgo, quase todos,

também, tínhamos receio de, acabados os cursos, não termos emprego.

Por outro lado, é uma fase bonita da vida: somos, maioritariamente, idealistas, e

muito voltados para o outro, estando de posse de uma capacidade de trabalho que

até a nós mesmos surpreende.

Pensemos agora na origem dos estudantes universitários: serão todos da cidade?:

Não!; serão todos das regiões mais ricas e industrializadas?: Não!

Há estudantes universitários provenientes das mais recônditas paragens, e, mesmo

que haja algumas delas que já os não possam fornecer, porque foram sendo

abandonadas, haverá ligações familiares e, quantas vezes, particulares, de

estudantes com elas.

A organização de gestão do território português tem como a sua célula mais

pequena a Junta de Freguesia, onde se representam todas as paragens recônditas

que queiramos imaginar.

Julgo que me estou a fazer seguir com clareza:

ideia = atenuar desequilíbrios entre oferta e procura por região;

apoio à ideia = gente motivada;

gente motivada = estudantes universitários;

estudantes universitários = origens diversificadas;

origens diversificadas = juntas de freguesia.

A ideia, assim formada, é, então, a de convidar os estudantes universitários deste

país a participarem nesta tarefa, nacional, de estudar as necessidades de mão-de-

obra por freguesia, no sentido de promover o emprego, por um lado, e o

desenvolvimento de oportunidades, por outro.

Vejamos tudo o que esta ideia me abre, agora que já tem movimentos próprios, e

um pulsar vital diferente do meu:

Informação a recolher:

1. Necessidades de mão-de-obra. Inclui-se aqui, a mais pequena necessidade

sentida por alguém que detenha algo a explorar, como seja ‘uma mãozinha

para regar e apanhar os legumes, que eu já não posso’;

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2. Qualificação de desempregados. Incluiria um questionário que despistasse

outros interesses do indivíduo: que actividade o interessaria, para lá daquilo

que são as suas qualificações actuais;

3. Ideias para a exploração de recursos naturais da zona. Criar uma linha

aberta à apresentação de ideias, só irrealizáveis em função da escassez, ou

inexistência, de fundos próprios para a sua exploração;

4. Serviços em falta na zona. Levantamento de necessidades sentidas no dia-a-

dia, sem oferta de serviços adequada;

5. Explorações desactivadas por falta de mão-de-obra. Lembro-me, de

imediato, de quintas e terrenos de cultivo, mas, ao mesmo tempo, de

pequenas unidades de serviços técnicos – carpintaria, serralharia,

canalização -, que ‘morrem’ com o seu proprietário, deixando um legado de

equipamentos abandonados e sem uso produtivo;

6. Oferta de habitação. Levantamento de situações de desocupação de

edifícios destinados a habitação;

7. Necessidades de habitação.

Haverá, estou certo, outras áreas para as quais esta actividade poderia orientar-

se, uma vez começada e encarada de forma empenhada e envolvida.

Basta que uma ideia comece a dar bons resultados, ainda que pequeninos, para se

gerarem mais ideias e novas motivações.

Penso que é disso que o meu país precisa, antes de mais: gerar o gozo por dele se

fazer parte, gerando, este gozo, a motivação para oferecer ainda mais empenho e

motivação.

Acredito que se ganhará muito com ideias congregadoras, que ofereçam a ideia de

que partilhar um país não significa abdicar da nossa individualidade natural, nem da

nossa conta bancária individual, não obrigatoriamente igual à dos outros.

O que é, então, que há que fazer?

1. Teremos que divulgar a ideia, junto das Universidades, para garantir o

interesse, antes de mais, dos estudantes;

2. Teremos que garantir o empenho dos poderes públicos em facultar, através

das Juntas de Freguesia, os meios para a centralização da informação;

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3. Teremos que conquistar o apoio do Ministério da Administração Interna

para o desenvolvimento de software que faça a gestão da base-de-dados

nacional que esta actividade vai gerar, eventualmente partindo daquele que

hoje é utilizado pelos próprios Centros de Emprego;

4. Teremos que promover a comunicação clara da ideia que baseia a nova

actividade, para que todos os portugueses se sintam, independentemente da

sua situação particular, envolvidos com ela;

Acredito que o resultado desta actividade possa proporcionar:

1. Melhor distribuição da população, de forma activamente mais eficaz,

através de todo o território nacional;

2. A noção de que a mobilidade das pessoas e famílias, dentro do território

nacional, tornada útil, é melhor para cada indivíduo do que a imigração;

3. Melhor aproveitamento do que a natureza nos oferece;

4. Um país mais cuidado, porque trabalhado, e, portanto, mais belo;

5. Pessoas mais informadas quanto à realidade do país em que vivem,

permitindo, assim, maior nível de geração de ideias úteis;

6. Maior consciência da necessidade de servir, para estar bem servido, por

parte, quer dos estudantes – que serão os líderes do futuro próximo -, quer

dos órgãos autárquicos;

7. Maior atractividade do país, quer enquanto destino turístico, quer enquanto

pólo de desenvolvimento industrial (as multinacionais estão atentas a

factores como o empenho das pessoas que, potencialmente, vão empregar

nos seus investimentos deslocalizados);

8. O sentimento de ‘ser Português’ vai passar de ‘somos um povo triste,

constituído por invejosos, que vive de um passado glorioso’ para ‘somos um

povo alegre, que gosta de partilhar, construtor de um futuro radioso, na

sequência de um passado grandioso’.

A tarefa pode parecer gigantesca. Eu não a vejo assim. Vejo, antes, a necessidade

de dar um passo de cada vez, solidamente, para a ir consolidando.

Teremos que apelar à paciência de todos os envolvidos, para que controlem a

expectativa de resultados que, naturalmente, demorarão a chegar.

A Leonor decidiu não aceitar o convite.

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Está a acabar o Doutoramento e, conhecendo-se, sabe que ou faz uma coisa ou a

outra, e não é mulher para deixar nada a meio.

O filho da gravidez que ela me provocou, ficou comigo. Nem ela sabe que ele existe.

Talvez, um dia…

Não é por isso que vou deixar de cuidar do crescimento da criança.

Se me quiser preparar para defender esta ideia tenho de encontrar os argumentos

com que possa demonstrar a sua validade. Passo, portanto, para esse estádio.

Perguntem-me coisas!

Em que tipo de estudantes universitários está a pensar? Nos de Humanísticas

apenas? Que interesse pode ter uma actividade destas, por exemplo, para um

estudante de Medicina?

Respondo: Todos! Não, não!: Todos! Qualquer que seja a área de estudo está

orientada para uma de duas coisas: as pessoas, ou o que as rodeia.

E argumento: Um estudante de medicina pretende ser rico, ou ser útil na

actividade de melhorar o nível de saúde de outros seres humanos? As duas coisas,

bem sei. Mas será que, dedicando a sua actividade a uma zona mais pobre, não

poderá conseguir os dois objectivos? A descoberta de padrões de doença por

zonas ou faixas etárias, em função de condições climáticas, envolvente geofísica e

tipo de alimentos a basear a alimentação, não podem, sendo estudadas, gerar

teorias e práticas que podem servir toda a humanidade? Não acredito que um

estudo desses não provoque dois tipos de riqueza, a material e a da consciência.

Continuo: Um arquitecto, não encontrará, na freguesia que escolheu, elementos

construtivos em número, diversidade e importância, suficientes para apoiar a sua

própria forma de produzir ideias novas e aumentar a sua capacidade de escolher

materiais, formas e organização de espaços? Claro que pode.

Continuo: Como pode ser útil a proximidade com a vida a um estudante de Biologia,

de Fisica, de Química ou de Psicologia. Todos podem beneficiar, querendo, da

actividade, aberta aos outros, que promovam.

Há mais perguntas?

Os mais ricos – falo de dinheiro, agora – encontrarão, seguramente, novas

oportunidades para, aplicando as suas riquezas, as aumentarem.

Vou ter um argumento positivo para cada questão! Prometo!

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2007 – Organização Política ‘Por Portugal - Partido Autárquico’

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Como julgo que já se percebeu, através da leitura dos textos anteriores, eu

não tenho filiação partidária. Melhor, porque em 1975 terei assinado uma

ficha de militância do extinto MRPP, movimento a que deixei de dar o meu

contributo e o meu crédito em 1976, já não tenho filiação partidária.

Creio, no entanto, que, da mesma forma que, estando vivo, sou um animal

económico, tenho, porque vivo em sociedade, um estatuto de animal político,

que é independente daquela eventual filiação.

Vejo-me de acordo com alguns políticos em muitas das suas intervenções,

mas não todas, sejam eles personagens de simples movimentos, do PS, do

PSD, do CDS, do PCP, dos Verdes ou do próprio Bloco de Esquerda.

Muitos serão os que, ao ler o que escrevo, me catalogarão como de direita

ou de esquerda, mas raramente se centrarão no catálogo original, em que se

dizia ser de direita quem estava no partido do governo, e de esquerda todos

aqueles que lhe faziam oposição. Estou a falar da Grécia antiga,

naturalmente. Por esse catálogo, eu quero estar sempre ao lado da direita,

isto é, de quem governa, dado que será esta a força capaz de ajudar os

meus propósitos.

Aquilo que me faz estar de acordo com os políticos, só tem a ver com uma

coisa: gostar de Portugal, acima de tudo, e querer ver o seu desenvolvimento

garantido por bons princípios.

Para que se saiba, tenho de esclarecer que de Portugal continental conheço,

por as ter calcorreado, quase toda as cidades – falta passear, cheirar, ouvir

e ver Castelo Branco e Beja -, não conhecendo, por razões que as minhas

contas bancárias poderiam explicar, mais do que o Funchal, e um perímetro

de cerca de 20 kms à volta desta cidade, da Madeira, se me referir às ilhas.

Não! Não tenho pena de não ter visitado, ainda, o Porto Santo, o Faial, o

Pico, a Terceira, S. Miguel, as Flores, Santa Maria,… : tenho, isso sim, a

vontade e o desejo de o fazer!

Nasci em Miramar, onde só vivi dois anos, mas onde fiz praia até por volta

dos 10; tendo a casa da família próxima no Porto, que foi a minha sede até

aos 29 anos, passei temporadas em Caldas de Arêgos e em Seixas, do Minho,

por ali ter, respectivamente, a minha bisavó paterna e os meus avós

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maternos; vivi cinco meses na Ponte de Sôr, enquanto professor do ensino

secundário; um mês e meio nas Caldas da Rainha, um ano e dois meses em

Lisboa – dormia em Caxias e passeava, preferencialmente, em Cascais -, no

tempo de serviço militar obrigatório; em Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia,

durante três anos; em Algerás, Nelas, durante seis; voltei ao Grande Porto,

primeiro para a freguesia de Pedrouços, Maia, morando, agora, em

Gondomar.

Devo ainda dizer que, enquanto animal político, tive, até hoje, duas

intervenções.

A primeira, enquanto militante do já referido MRPP, em que os resultados

próximos da minha actividade foram a implantação da Livraria Vento de

Leste, ali à Boavista, e o emprestar da minha caligrafia na produção de

cartazes com as comunicações definidas pelo ‘camarada-líder’ Arnaldo

Matos. (Nunca esqueci aquela intervenção de 2 de Agosto de 1975, em que

se dizia: ‘(…) a confraria neo-revisionista do ministro sem pasta, russo

branco, lambe-botas, Barreirinhas Cunhal, volta a modificar a sua política de

social-fascista para fascista-fascista, levantando, assim, as suas saias para

mergulhar, libidinosamente, nas águas da provocação (…)’, dado que se

falava, claramente, para o povo…).

A segunda, que não teve outros efeitos que não uma porção de insultos ao

promotor da ideia, foi um texto de apoio a uma eventual candidatura, como

independente, do Engº Nuno Cardoso à presidência da Câmara Municipal do

Porto, cidade em que eu não vivia, mas que centraliza a atenção de todas as

que cresceram à sua volta, por razões naturais. Defendia, na altura, que ele

me parecia ser a única personagem da vida política da cidade com um

projecto: não só conhecia, enquanto técnico, as várias questões que se

colocavam à gestão do município, como, pela sua actuação enquanto

Presidente, me dera a ideia de ter um projecto com que eu, na base, me

identificava. Estava, isso sim, era preso pela corrente que lhe era imposta

por um partido, o PS, que estava mais interessado na luta contra o PSD do

que na construção de uma nova realidade da cidade.

Já que não encontro nenhum exemplar do que escrevi, deixo apenas a ideia

que defendia:

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Se fizermos algo em que acreditamos, fá-lo-emos com paixão. Se o fizermos

com paixão, os resultados serão visíveis.

(Amamos o que fazemos; fazemo-lo com paixão; os resultados vêem-se!).

Quero, por uma vez, deixar claro que não escrevi aquele manifesto – chamei-

lhe ‘Manifesto pelo Porto’ – contra nada nem ninguém: fi-lo apenas pelo

Porto e pelas pessoas que, à sua volta, desenvolvem as suas vidas.

Dado que a noção de oposição vai contra os meus pressupostos (afinal estou

contra alguma coisa), desenvolvi alguma atenção para os exemplos que

encontrei, ao longo de vivências e leituras, e que eram ‘Por Portugal’.

Para falar de exemplos antigos, posso nomear Egas Moniz, D. Afonso

Henriques e todos os Reis portugueses (penso que se percebe que estou a

excluir os três Filipes) e D. Nuno Álvares Pereira. Em exemplos mais

contemporâneos, não para fugir a polémicas, que de facto julgo não

interessarem para aqui, mas porque a minha consciência política só se abriu

em 1973, não consigo encontrar outros exemplos que não os de um ou outro

político (salientando apenas dois nomes com cujas opiniões estive mais de

acordo: Adriano Moreira e Manuel Monteiro) e de alguns Presidentes de

Câmaras Municipais que, pelo empenho demonstrado na defesa das suas

convicções para o desenvolvimento dos seus pequenos territórios, me têm

provado a necessidade de fazer entender a cada um dos portugueses, o

objectivo da intervenção política: procurar e estabelecer as regras que

levem à melhoria da vida das populações no território em que coabitam.

Surgiu-me, então, após ter tomado conhecimento da existência de um fórum

de discussão que dá pelo nome de ‘Clube dos Pensadores’ e ter participado

num dos seus debates (em que convidaram Manuel Alegre), a noção de que,

de facto, todos os portugueses querem o mesmo que eu: ajudar a

desenvolver Portugal.

Falta é criar as condições que permitam que esse objectivo seja cumprido

com alguma facilidade.

Sou adepto do conceito de que, para ir seja onde for, não é o tamanho da

viagem que é importante: importante é levantar-me, da cama ou da cadeira,

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com um objectivo, e dar um passo de cada vez, com segurança, para poder

atingir tal objectivo, seja onde for que eu queira ir.

Traduzindo isto para política nacional: se eu quero um país melhor (a

viagem), tenho que ter melhores autarquias (os passos)!

Tal como nas empresas, um bom líder é, nas autarquias, fundamental.

Falo nas empresas porque estas são normalmente construídas a partir de

ideias, se calhar sonhos, a que alguém com visão e empenho juntou outros, a

quem explicou o que pretendia, e a que, com eles, deu corpo.

Nas autarquias passa-se o mesmo. Sem uma ideia e uma visão, e sem o apoio

de outros empenhos, não há resultados.

Os melhores resultados encontram-se em locais governados por alguém que,

mais do que amar obstinadamente um partido (veja-se a propósito, entre

outros, o caso de Ponte de Lima), ama verdadeiramente o território que

dirige.

Conheço, pessoalmente, outros casos de forte ligação pessoal, comprovada

antes e durante as suas lideranças, como o são o do Presidente da Câmara

de Carregal do Sal, Atílio dos Santos Nunes (do PSD), ou o do Presidente da

Câmara de Resende, Engº António Borges (do PS), terra em que se vota

maioritariamente PSD nas eleições legislativas. Basta visitar os seus

concelhos e verificarão que há amor verdadeiro pela terra, no que se tem

feito.

Há, por esse país fora, de que tenho notícia pelos jornais e televisão, muitos

outros casos como o de Resende: o partido mais votado para a Câmara é um,

e para as legislativas é outro. De que depende isto? Depende do facto de o

líder proposto ter mais ou menos aceitação directa dos seus conterrâneos,

que sabem quem será, no dia-a-dia, o mais empenhado de entre os

candidatos que se lhe apresentam.

Baseado nestes argumentos, surge-me então uma ideia nova: a criação de

uma figura política que, libertando das correntes de pensamento único, que

cada partido encerra, os candidatos naturais a cargos de liderança das

várias organizações autárquicas do país, permita criar as condições

efectivas de integridade e evolução que aqueles candidatos merecem ter.

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Chamar-lhe-ia ‘Por Portugal – Partido Autárquico’, até para, à nascença, lhe

inibir quaisquer tentações para a governação central.

Aquilo que proponho, tenho agora o cuidado de o sublinhar, não é, na

verdade, mais do que uma figura política: de facto não se pretende

uniformizar a forma de pensar de pessoas que hoje ligam o seu nome ao

CDS, ao PSD, ao PS, ao PCP ou ao BE. Têm convicções (eventualmente

paradigmas) de base que, alicerçados na sua vivência do sítio que governam,

estão, seguramente, adaptados e são os correctos no sentido de orientarem

a sua actuação enquanto líderes do desenvolvimento mais adequado para os

seus territórios.

Pretende-se é que essa diferença nos paradigmas (ou convicções) deixe de

ser realçada, fazendo-se antes notar o que os une: o amor verdadeiro pela

sua terra e o desejo de verem os seus conterrâneos com uma vida melhor.

Acredito que aquela governação central veria, assim também, facilitada a

sua missão: coordenar e controlar o geral e já não ter que se preocupar em

excesso com o particular.

Organização de um partido ‘Por Portugal – Partido Autárquico’

À semelhança do que acontece com os restantes, caberia a um núcleo

central, nascido do que esta ideia possa provocar, estudar que actuais

Presidentes de Câmara, e de Freguesia, correspondem ao perfil que, julgo,

deixei claro: pessoa da terra, motivada para o desenvolvimento do território

e das suas populações, com forte apoio e concordância por parte dos seus

conterrâneos.

Colocar-lhes a questão: concorda com esta ideia?

Convidá-los, e formalizar o nascimento do ‘partido’.

Depois de demonstrada a sua validade, em eleições, acredito que este

‘partido’ se alargaria, levando a um completo domínio do particular sobre o

geral, isto é, do amor pelo concreto sobre a gestão do teórico, que é, por

oposição, o que vejo fazer aos vários partidos da praça.

De entre as vantagens que entrevejo numa tal figura está, também, a

partilha de ideias e a adopção de boas práticas de uma por uma outra, entre

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autarquias governadas hoje, antes de mais, por representantes de partidos

opostos, que por isso, e a maior parte das vezes só por isso, não se mostram

de acordo com elas e a elas abertos.

Porque confundo, permanentemente, a governação política com a governação

das empresas, e porque o tema em questão ambas abrange, anexo um texto

que, não falando exactamente desta ideia, para ela aponta.

Foi apresentado ao já referido ‘Clube dos Pensadores’ (tendo sido publicado

no seu blog - http://clubedospensadores.blogspot.com/) e a Manuel Carvalho

da Silva, que considero honesto a pensar mas acorrentado no momento de

apresentar soluções, e que penso que esclarece a minha forma de ver as

relações entre governantes e governados e porque é que, aproximando-nos

das pessoas, em vez de lhes dizer o que pensar ou fazer, podemos ganhar,

TODOS ao mesmo tempo.

A resposta, que obtive, demonstrou que o que eu pressupunha estava certo:

as pessoas concordam comigo, mas as grilhetas (paradigmas partidários) que

lhes impõem são mais fortes do que aquela eventual concordância. Dá muito

trabalho tentar implementar ideias novas. É mais fácil criticar do que fazer.

É mais fácil fazer oposição do que criar soluções.

‘Caro Joaquim Jorge, Caro Sr. Carvalho da Silva, Caros Participantes

na vida do Clube dos Pensadores,

Tratando-se hoje de discernir sobre aquele que tem sido o tema de fundo

da minha carreira profissional, as Relações de Trabalho, não pude deixar de

decidir trazer, pelo menos a este público, a minha forma de ver a questão,

para mais num momento como o actual, para além de deixar uma pergunta ao

convidado, cuja resposta, pública ou privada, muito agradeço, desde já.

1. Os Meus Pressupostos:

Nascido em 1956, tinha 17 anos (adolescência, irreverência, pôr tudo em

causa) quando se deu o 25 de Abril. Licenciado em Filosofia, em 1980, tenho

trabalhado, desde 1983, na Direcção de Recursos Humanos de Empresas.

Tenho que confessar, desde já, que não gosto desta designação: a minha

empresa pessoal, adopta a designação ‘Desenvolvimento de Pessoas e

Empresas’, porque, aquela outra designação tem por base a ideia, que

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considero errada, de que as Pessoas são, para as empresas, um recurso,

como qualquer ferramenta descartável.

A primeira empresa em que colaborei, nacional, empregava mais de 1000

trabalhadores, que, ao longo dos anos, pela introdução de um clima de

participação e confiança, se foram transformando em colaboradores,

promoveu em mim a noção clara de que TODOS, nas empresas, são, de

facto, donos da empresa – só é preciso dar-lhes as ferramentas certas para

se envolverem positivamente com as coisas do dia-a-dia, para obtermos

enormes ganhos de produtividade, de intervenção positiva no

desenvolvimento da empresa, que culminam na enorme satisfação pessoal,

todos os dias da semana, a qualquer hora do dia, porque, uma vez sentindo-

se patrões de si próprios, são-no em todas as vertentes da sua vida: no

trabalho, em família, na comunidade em que vivem, nos seus hobbies. E não

carecem da intervenção de nenhuma instituição de defesa que lhes seja

exterior, como o são os sindicatos.

Aquilo que ali fizemos, porque fomos todos a fazê-lo, aconteceu porque

ninguém estava CONTRA nada: estávamos, isso sim, empenhados a favor da

Empresa enquanto empreendimento participado por todos.

O patrão, porque era, de facto, uma empresa de patrão, tinha apenas a 3ª

classe, e, na sua juventude, tinha trabalhado no campo, de onde saía para

distribuir jornais, no fim do que ia apanhar o comboio para o Porto para

trabalhar como encadernador por conta de outrem. Um dia, percebeu que o

gestor da vida dele era ele mesmo, e, por acidente, criou uma Empresa,

primeiro só com um ajudante, 10 anos depois já com 50 empregados, 20 anos

depois com 150, e, a partir dos finais dos anos 60, com cerca de 1000. A

empresa ainda vive, hoje dirigida (e tenho o cuidado de não dizer liderada)

por uma filha daquele patrão.

O que tudo isto serve para ilustrar é a minha convicção de que, na sua

maioria, os patrões de hoje, foram empregados ontem, ou trabalhadores, ou

colaboradores a quem não ouviam.

Na segunda empresa, uma multinacional americana, que actua em quatro

grandes áreas de negócio, e que iniciava os seus investimentos em Portugal,

em Nelas, com uma empresa de componentes para o sector automóvel,

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constatei rigorosamente o mesmo que na primeira quanto à facilidade de

transformar os trabalhadores em donos de si próprios, ou seja, em

colaboradores, não havendo, aqui, a figura de um patrão que sugerisse

aquela postura, pela sua história pessoal.

Em Maio de 1993, esta empresa recebeu, a partir da sua sede europeia, uma

sentença de morte: ou se produzia, em 1 dia útil, uma quantidade ‘impossível’

de peças, ou a fábrica fechava: nenhum dos colaboradores aceitou tal

sentença, mas, ao contrário de o demonstrar fazendo greve, empenharam-se

na tentativa de atingir o impossível, trabalhando durante 3 noites, o tal dia

útil, um sábado e a manhã de um domingo e conseguiram realizá-lo. No ano

passado, tornaram a dar-me a certeza de que as noções que ajudei a criar

ficaram com eles. A empresa decidiu encerrar a exploração em Portugal e,

ao contrário do que aconteceu, por exemplo, numa outra multinacional do

sector na Azambuja, decidiram não fazer greve, mas, antes, demonstrar a

sua própria dignidade, trabalhando até ao fim. Resultado? Viram aumentado

o valor das suas indemnizações, e chamaram a atenção de outra

multinacional, pela sua atitude, conseguindo novos empregos e minimizar o

efeito do encerramento da unidade que, demonstraram-no, foi um sucesso

devido a eles.

A terceira empresa, também criada de raiz, nasceu de um projecto pessoal,

meu, e, apesar de a minha sociedade com capitalistas não ter corrido como

eu esperava (desta vez, eram capitalistas, não empreendedores), sinto que

aquilo que passei aos meus colaboradores mantém a empresa como líder do

seu sector, viva e fiel aos princípios ‘o que falha são as pessoas, não as

empresas’, e ‘o meu mundo depende da minha intervenção, que tem que ser

positiva’.

Desde aí, tenho colaborado, fundamentalmente, como consultor de

organização e desenvolvimento de pessoas e empresas, e, posso dizê-lo,

todas as empresas por que passei adoptaram atitudes de envolvimento que

inibiu criação de momentos de fricção, de luta, inibindo, assim, a presença

de sindicatos, por desnecessários.

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2. A Minha Leitura, do mundo das Relações de Trabalho

De uma análise do que foi a minha vida nas empresas, não pode resultar

outra coisa senão:

A constatação de que as pessoas, em Portugal, gostam de trabalhar,

sempre que isso signifique participar no desenvolvimento das

empresas, sejam ouvidas nas questões práticas, se sintam gente.

As pessoas só se preocupam com ‘garantias dos trabalhadores’

quando, por falta de comunicação interna de objectivos e da visão da

empresa, não estão envolvidos com o projecto a que vendem, ou

alugam, as suas horas de trabalho, mas não a sua vontade de fazer

parte.

Da mesma forma que se comportam os ‘Patrões’, têm-se comportado

os sindicatos: ignorando o que o outro quer, de facto, mas não soube

comunicar, criam movimentos CONTRA… Contra seja o que for, desde

que a sua voz se ouça, por parte daqueles que dizem defender. E o

que é que isto provoca? Luta! O que significa que, no fim desta, uma

parte vai GANHAR, e a outra vai PERDER. Perguntaria: pode um País

ganhar, quando, no seu seio, uma parte dos agentes económicos ganha

e outra, seguramente significativa em número e importância, perde?

Respondo eu, como responderá seja quem for de bom senso: Não! E

repare-se que, quando se cria uma empresa, se diz e se sente que se

está a formar uma equipa: numa equipa todos ganham ou todos

perdem, ou, então não houve equipa.

Acredito, 25 anos depois de ter começado, que é possível fazer com

que as empresas sejam equipas, não importa por quantas pessoas e de

que extractos sociais se formem, e os exemplos que vivi comprovam-

no.

Da mesma forma olho para o País: Não encontro um único Inteiro ‘Por

Portugal’. Encontro Partidos, que defendem ideias importadas,

algumas com mais de um século, que criaram instrumentos com uma

função específica, muitas vezes louvável à partida, como seja o de

ajudar a tratar a Regulamentação do Trabalho, mas que acabam como

factores criadores de lutas, ao defenderem obstinadamente a

Page 18: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

18

filosofia política que lhes deu berço, em vez de perceberem a

necessidade de entender os vários pontos de vista que qualquer

discussão suscita e procurar pontos de consenso que sejam

provocadores de desenvolvimento e já não da manutenção de seja o

que for.

O resultado disto que exponho, de não haver uma consciência ‘Por

Portugal’, é aquele que encontramos quando abrimos os olhos para um

jornal, os ouvidos para qualquer conversa de rua, comboio, autocarro,

etc., ou ambos (olhos e ouvidos) para qualquer jornal da televisão: um

País que não tem identidade, não sabe para onde quer ir, o que quer

SER. Ouvimos e vemos críticas que ajudam a dividir, mas não ouvimos,

nem vemos, sugestões unificadoras.

3. A Minha Pergunta

Enquanto líder de uma tão importante organização como a que dirige, que

medidas entende deverem ser colocadas em prática pelos seus

representados, ‘Por Portugal’, para que o País em que os meus filhos e os

deles venham a crescer seja fonte de prosperidade e orgulho, e visto como

um bom exemplo pelo mundo: Luta ou cooperação? Expectativa ou

envolvimento? Greve ou soluções? Marchas CONTRA ou formação de um

espírito de cooperação e desenvolvimento? Solidariedade para com quem

sonhou e empreende, ou desprezo pelo resultado económico das empresas?

4. Nota final

Creiam que, ao contrário do que a muitos possa parecer, nada me move em

antagonismo ao Senhor Carvalho da Silva. Antes, o facto de reconhecer nele

a honestidade de pensamento, o enorme conhecimento, muito mais alto e

com bases bem mais profundas do que as minhas, desta matéria, e a sua

capacidade de análise, em conjunto com o facto de estar no Porto a convite

deste louvável movimento a que se chama Clube dos Pensadores, é que se

tornaram responsáveis pela minha decisão de escrever o texto que, se se

tratasse de alguém a quem não reconhecesse vontade de fazer, não teria

ganho corpo.

Page 19: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

19

Agradeço a resposta, qualquer que ela seja, não apenas por mim, mas ‘Por

Portugal’.

Obrigado.

Luís Cochofel

[email protected]

Curiosamente, hoje - no dia seguinte, relativamente à junção dos textos aqui

acima -, domingo, dia 19 de Outubro de 2008, comprei o JN (Jornal de

Notícias) para ver se há anúncios de emprego a que me pudesse candidatar,

e dei, na leitura do caderno principal do jornal, com várias notícias relativas

a um Colóquio ‘sobre o sistema de governo das autarquias locais’ realizado

ontem em Oeiras. ([email protected])

A notícia, que tem como títulos ‘Colóquio – Só alternativas devem censurar

executivos’ e ‘Marcelo classifica de surrealista ideia de Rio de eleições

isoladas’, começa com a informação de que ‘Jorge Sampaio defende a moção

de censura construtiva. Isto é: que uma Oposição só pode derrubar um

executivo camarário se estiver em condições de apresentar alternativa’.

A seguir pode ler-se que o ‘ex-chefe de Estado defendeu o reforço de

poderes das assembleias municipais’ e que ‘o presidente da Câmara do Porto

bateu-se pelos executivos monocolores’ justificando-se com o argumento ‘O

executivo tem de ser uma equipa’ homogénea, não ‘um conjunto de

vereadores com perspectivas diferentes’, e eu comecei a perguntar-me se

não estarão à procura da minha ideia, ambos, apesar de transparecer

antagonismo nas suas palavras: de facto, a figura que proponho está

alinhada com ambos os propósitos, e poderá suscitar, acredito, mais acção

do que discussão, cabendo nela, inclusivamente, a noção que Rui Rio a seguir

defende. Trata-se da possibilidade de, tal como no governo central, alterar

a equipa de gestão da autarquia; da noção de que ‘a Oposição deve estar

dentro dos executivos’; e, de a discussão das acções das autarquias ser

produzida em conjunto com tal ‘Oposição’ por razões de fiscalização e

formalismo.

Page 20: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

20

Esta última ideia, de Rui Rio, acabaria por levar a que as eleições

autárquicas fossem realizadas cada uma por si, isto é, em momentos

diferentes umas das outras no país. Marcelo Rebelo de Sousa, sempre

definitivo nas suas opiniões, considerou isto ‘surrealista’. Ora, eu até gosto

de Salvador Dali (a cadeira de ‘Estética’, que fiz, ostenta uma boa

classificação dada a qualidade da minha ‘leitura’ da obra ‘Premonición de La

Guerra Civil’), e consigo ver que, embora surrealista, produziu resultados

deliciosos, os quais todos podemos aproveitar.

Tentem ver, agora, o que eu vejo que aconteceria com cada uma destas

questões, se colocada a hipótese de existir, já, um ‘Por Portugal – Partido

Autárquico’:

- O ‘Partido’ que governa a Câmara Municipal, porque objectivamente

concentrado nas questões particulares do concelho, em clima de

participação, apesar de composto por vereadores ideologicamente

afastados, está aberto aos contributos de todos os interessados, passaria a

poder adaptar-se a cada momento às necessidades do concelho;

- A tendência de um tal ‘Partido’ seria o de gerar, cada dia, maior apoio e

participação;

- Só o descontentamento das populações relativamente à gestão do

território deveria levar, naturalmente, a uma demonstração tal que

provocasse novas eleições. Só aqui, portanto seriam necessárias eleições;

- As Assembleias Municipais, de que também se fala no texto da notícia,

seriam, antes de mais, um espaço de discussão e fiscalização em que o

suporte efectivo das actividades fosse demonstrado, fornecedoras ainda de

novos pontos de vista e orientações, ou daquela outra demonstração de

descontentamento e a exigência de procura de nova composição de

executivo.

O ‘Sistema ReDE’, de que falo noutra peça, ajudaria, muito, no

desenvolvimento desta nova forma de participação nas coisas que, afinal,

são as que influem directamente na vida de cada português.

E. ao ser levado até às freguesias, justificaria, enumeradas as necessidades

evidenciadas, a sua intervenção na Assembleia Municipal em pleno direito.

Page 21: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

21

Acredito, portanto, ainda mais depois da leitura desta notícia, que temos

soluções para por todos os interessados a concentrarem-se no que os une.

Noutra peça do mesmo jornal, que li porque gosto de cinema e me tenho

divertido com os filmes em que ele participa, nomeadamente este a que se

refere a entrevista aqui publicada - ‘My Blueberry Nights’, de Wong Kar-wai

-, lê-se que o actor ‘Jude Law termina a conversa confessando o que mais

aprendera com o realizador:

”Algo que estou sempre a dizer aos meus filhos: a paciência é uma grande

virtude”.’…

Fantástico, não é?

A meio da tarde, a ver um filme em que o adorável Walther Mathau encarna

Albert Einstein, ouço esta frase deliciosa que não pude deixar de copiar (da

forma como a recordo, não ‘sic’):

‘Prefiro que me chamem tolo por ser optimista do que me tornar num infeliz

por ser pessimista’.

Desculpem lá: estava alguém a falar comigo…?

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22

Última IDEIA - Aproveitamento da Biomassa pelas Autarquias – 2008

Page 23: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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IDEIAS – Uma solução para tempos difíceis

Entre as poucas alternativas que um pensamento negativo nos deixa ver,

tinha marcado o dia de ontem como bom para o suicídio, mas resolvi dar-me

mais uma hipótese: devo mais dinheiro do que o que confesso a mim próprio

e, apesar de ser herdeiro de bens que ultrapassam algumas vezes o que

devo, parece que não consigo encontrar uma solução para mim, que me

permita pagar amanhã o que é suposto ser pago amanhã. Pedi dinheiro a

alguém de quem sou amigo e que considero ser, também ele, meu amigo, e ele

disse-me que ia tentar saber quem me poderia ajudar e que entretanto me

dirá alguma coisa. Acredito nele. Resolvi esperar.

Enquanto espero, recebi uma chamada telefónica de um sócio de uma

Empresa que criei do nada em 1995 (foi a primeira a produzir aquilo em

Portugal), e que fui forçado a abandonar, fez ontem, exactamente, dez anos.

Tratava-se de me pedir que o ajudasse a obter informação importante para

aumentar a capacidade de ganhar um negócio. Disse-me, também, que, desde

Março, não tem falta de trabalho. Ao contrário, tem carteira de

encomendas que ocupa a fábrica até Dezembro, foram capazes de resolver o

passivo e estão muito bem, com obras em Angola, na Madeira e no Algarve.

Percebem as dificuldades em que o mercado se encontra, mas estão

confiantes. É claro que esta conversa me animou: o meu projecto continua a

provar que é bom e, quando precisam de mim, não hesitam em me contactar,

o que significa que acreditam na minha cooperação eterna.

De seguida, porque não tenho nenhuma tarefa profissional agendada, saí de

casa e estacionei o carro junto a uma zona arborizada, em Gondomar, pondo-

me a ler um livro que, embora comprado há três anos, ainda não tinha

começado a ler: ‘O poder do Pensamento Positivo nos negócios’, de Scott

W. Ventrella.

Numa paragem da leitura (para rever, sem outra ajuda, o que percebi ter

lido), dei por mim a olhar para o que está à minha volta e, por associação de

informações e impulsos diversos, volto a uma ideia que me tem surgido com

frequência, e que, agora, decidi passar a escrito:

Page 24: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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A Ideia

Organizar, por zonas geográficas (concelhos?, distritos?) a limpeza de

baldios e zonas florestais em situação de abandono, produzindo, com os

materiais recolhidos, devidamente secos e triturados, briquettes que

possam ser comercializados quer para a indústria (utilização em caldeiras),

quer para o consumo doméstico (lareiras).

Tal permitirá, quando viável, que a limpeza de matos de particulares deixe,

também, de ser, exclusivamente, um custo, passando a permitir até,

acredito, algum proveito uma vez utilizado o serviço que se preconiza

centralizado num órgão autárquico.

Estou certo de que é possível encontrar desempregados em número

suficiente, nos Centros de Emprego, para empregar em tal actividade.

(Sendo certo que é preciso fazer-lhes saber quais são os objectivos: trata-

se de aproveitar algo que a Natureza nos oferece, para promover todo o

país, e gerar receitas e bem estar; não se trata de ‘Pronto! Lembraram-se

disto e você é que tem que limpar esta porcaria, que até agora, por desleixo,

os donos deixaram crescer’).

Tenho a certeza de que o nosso ambiente, e as nossas paisagens, ganharão

muito com tal actividade de limpeza. (Um sítio limpo, para além de, desde

logo, limitar a projecção de lixo, ajuda as pessoas a sentirem-se melhor;

pessoas que se sentem bem, são mais simpáticas com os outros; locais

agradáveis com pessoas simpáticas são mais apetecíveis para turistas;

turistas agradados com a sua escolha promovem aumento de rendimento

àqueles que vivem nas zonas utilizadas para o turismo; a qualidade da oferta

turística é uma das prioridades portuguesas).

Estou seguro de que o produto obtido, continuamente fornecido, de forma

gratuita, pela Natureza, poderá ajudar as finanças, sempre débeis, das

nossas autarquias.

Acredito que os desempregados envolvidos na actividade, porque se tornam

activos, podem, ao perceber que afinal há dinheiro onde antes só viam

silvados, gerar novas ideias de aproveitamento dos recursos naturais, ou,

para uso da sua própria capacidade de trabalho, agora redescoberta.

Page 25: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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Gostava de ver (Sim! Sou um sonhador…, mas, acordado, cruzei-me esta

manhã com dois anúncios na EuroNews, sobre a energia do futuro, um da

Shell, e outro, que anda à procura de ideias, da Zayed Future Energy Prize)

uma equipa de cientistas a estudar a possibilidade de usar a matéria

orgânica recolhida e procurar uma forma de energia a partir dela. (Como se

forma o petróleo? Será possível provocá-lo fora do seu contexto

geológico?).

Acreditem que eu posso ter falhado na gestão económica da minha conta

particular, enquanto animal económico, mas sei que ajudei, ao longo dos

últimos 30 anos de actividade, pelo menos, centenas de outros portugueses

a descobrir que, com empenho, é possível construir resultados e desenvolver

uma vida melhor do que a que tinham até ali. (Apetece-me dar o exemplo de

um rapaz, sem formação de base, que servia cafés e sandes, a quem abri as

portas para uma carreira como programador informático; o de um servente

da indústria a quem ajudei a dedicar a sua vida a fazer o que desde sempre

o fazia vibrar: pintar, conseguindo viver materialmente bem, fazendo-o em

exclusivo; ou o de uma licenciada em área de que gostava, mas para a qual

não há empregos, e que concorria para empregada de armazém, que hoje

gere actividades logísticas em empresa de grande sucesso; ou, ainda, o de

um super-técnico de informática, com dificuldade de fazer aceitar o seu

feitio, que, antes de uma entrevista de emprego no Canadá, para gestor da

unificação da informação em empresa multinacional da extracção de ouro,

prata e cobre, me ligou dizendo que era eu a única pessoa, de que se

lembrava, capaz de o ajudar a controlar a ansiedade que o desejo de obter

tal posição lhe provocava: ficou com o lugar!, e estou certo de que tanto ele

como a empresa ganharão muito com o seu trabalho).

Se houver publicação deste texto, e caso esteja, de facto, interessado em

ajudar a desenvolver esta ideia, não hesite em contactar o jornal que o

publicou, ou enviar-me um email para [email protected] . Saberão como

me encontrar e eu terei muito prazer em participar no projecto.

Se, por outro lado, precisa de fazer gerar ideias no seio da sua empresa,

contacte-me igualmente, porque essa é a área onde me sinto mais à-vontade,

em função dos resultados obtidos nas empresas para quem trabalhei nos

últimos 30 anos.

Page 26: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

26

A melhor forma de evitar que a economia afecte negativamente a sua vida, é

evitar que as más notícias afectem a sua atitude. Depende de cada um de

nós, portanto, tentar, ou não, dar a volta a situações menos boas. Ter uma

ideia pode ser um óptimo começo!

Obrigado por ter lido até ao fim!

Nota: uso o anonimato na eventual publicação da presente ideia, porque, aos que não

tiverem interesse na ideia, também não interessará saber quem sou.

1 de Outubro de 2008

Enviei, por email claro!, esta ideia a 22 pessoas de quem sou amigo, e de

quem espero um mínimo de atenção quando me dirijo a eles, e a 8

representantes da imprensa portuguesa, e só recebi três respostas.

Uma, que acabou por dar o título a este livro, foi aquela em que tendo-me

identificado pela escrita, um daqueles meus amigos me chamou lírico.

Outra, a primeira a responder, devo dizer, dirigiu um outro email para a

minha conta conhecida perguntando-me se aquela ‘ideia muito interessante’,

não seria, por acaso minha. A forma de escrever…

Outra, merece ser transcrita, não apenas por demonstrar aquela atenção de

que falo acima, pelo interesse em participar na discussão de ideias, porque

provocou uma resposta que complementa e esclarece os propósitos da ideia

apresentada:

‘Bom dia;

Li tudo com atenção.

PF ver a minha resposta em anexo.

Um abraço,

(assinatura)

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Bom dia;

A mensagem da «última.ideia» faz parte daquele tipo de correio que fica de

quarentena até eu ter a certeza que o «attachment» não vai fazer mal a

coisa nenhuma.

Quando acabei de ler o documento «Word» já tinha identificado o autor da

«última.ideia», acreditando sinceramente que a «última.ideia» é muitas

vezes a do dia, ou da semana, ou da fase mais ou menos conturbada por onde

qualquer um de nós está sujeito a atravessar.

Sobre o tema do suicídio – mesmo que não diga: desta água não beberei –

recordo sempre um caso em linha directa familiar, em que as partes que

ficaram acabaram por encontrar o caminho das pedras e quem se «lixou» foi

quem partiu para a grande viagem. Recuperemos o grande Albuquerque, que

na hora da verdade dizia: Morrer, sim! Mas devagar.

Jardim Gonçalves, Oliveira Costa, Filipe Pinhal, e outros devem ou não

devem milhões? Algum deles trocará a vida por uma cédula fiduciária? Não

creio. Meu caro amigo, não está na moda perder a vida por esta ou aquela

divida.

Vamos à ideia. Esta, aquela e outras que não tardarão a vir.

A sua proposta encaixa nos muitos projectos ditos da «biomassa». Sejamos

francos: Já quase tudo foi proposto aos autarcas. Melhor do que esta ideia,

ou seja, com mais ampla cobertura por parte dos dinheiros da União

Europeia, estão as chamadas Centrais de Biomassa, das quais os melhores

exemplos estão construídos em Mortágua e Miranda do Corvo.

A fonte de combustível é exactamente a que o meu amigo propõe, ou seja,

os materiais retirados da limpeza das matas. Entretanto, estão aprovados

mais 10 ou 20 centrais desse tipo.

O argumento contra, quer face à «última.ideia» quer face às centrais de

biomassa é o período de tempo versus perímetro florestal que garanta

sustentabilidade no fornecimento de material combustível.

Vá lá, vamos a levantar a cabeça.

Se, passar ao alcance da minha mão uma oportunidade para aproveitar a sua

capacidade para gerar ideias, creia que não me esqueço de si.

Um abraço

(assinatura)

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28

Respondi assim:

‘Li com agrado, atenção e respeito, tudo o que me escreveu.

Devo, antes de mais salientar que, de entre 22 supostos amigos e 8

publicações a quem enviei o mail a que se refere, foi o 2º, de 3 amigos de

facto, a demonstrar que poderei sempre contar com a sua atenção.

Obrigado, por isso!

Quanto às questões que levanta, respondo o seguinte:

O suicídio físico não faz, de facto, parte de nenhuma boa solução para

qualquer problema. Mas, acredite, há momentos em que a razão se sobrepõe

ao optimismo, que me é intrínseco, e a realidade nos aparece como algo

absolutamente desinteressante para querer continuar a fazer parte dela.

Quanto ao facto de haver um enorme projecto na área de que falo na ideia,

o das centrais de Biomassa, respondo de três formas:

1. enviando-lhe em anexo um texto, em inglês, que, nem de propósito, acabo

de receber, sobre a necessidade de, de quando em vez, olharmos para as

coisas de uma perspectiva diferente. Eu sei que é isso que o meu amigo tem

feito ao longo da sua vida, mas, nunca é demais ler o que outros escrevem;

2. já conheço há algum tempo o projecto de aproveitamento de Biomassas,

até porque um bom amigo, com que participei no arranque de uma

multinacional do sector automóvel em Portugal, está ligado a ele e me tem

mantido ao corrente do que se passa;

3. aquilo para que aponto, assim, não sendo a descoberta do processo

alquimista, tem outras perspectivas:

a) utilizar a oferta de Biomassa que a Natureza insiste em nos dar é, de

facto o ponto de partida;

b) dar àqueles que, pobres e desempregados, puderem ser envolvidos de

forma comunicativa (quero dizer: a quem seja explicada a vantagem de

executar aquela tarefa de recolha, quais as aplicações e os resultados que

se vão obter - limpeza de matas, menos incêndios ou maior capacidade de os

debelar, aproveitamento das riquezas naturais, aumento das receitas da

autarquia responsável pelas infraestruturas do local onde aquele 'animal

económico' habita, maior potencial de desenvolvimento turístico...), uma

nova oportunidade de, ao verem o que ali está a acontecer, perceber que

estar activo é muito importante para todos, para os outros, mas, também

para si mesmo;

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c) reduzir a escala do que queremos fazer. O projecto que neste momento

está em curso é, provavelmente, megalómano. O que proponho é uma coisa

completamente diferente, quer em termos de investimento em

equipamentos, quer no produto final. Daria como exemplo comparativo o

seguinte: dou a doze pessoas diferentes a tarefa de irem a pé do Porto a

Lisboa - o projecto actual leva a que todos partam do Porto e todos

cheguem a Lisboa; a minha proposta é que um parta do Porto e vá até

Espinho, outro parta de Espinho e vá até Ovar, outro vá até Aveiro... A

tarefa seria muito mais fácil de acabar, demoraria muito menos, faria com

que cada um ficasse satisfeito com o atingir dos seus objectivos, e o

trabalho que tinhamos proposto inicialmente tinha sido conseguido sem

discussões que sempre surgem quando a tarefa é mais alta do que o

Kilimanjaro. É que, na verdade, hoje, com aquele enorme projecto já em

curso, encontramos uma mata abandonada a cada 5 kms.

d) apesar de perceber que os recursos naturais não são eternos, acredito

que, no decurso de tempo que se iniciou no momento em que comecei a

escrever estas linhas, a Natureza ofereceu a Portugal biomassa suficiente

para eu poder pagar as minhas contas todas!

Agradecendo, uma vez mais, a sua resposta que sinto interessada,

Receba um abraço’

Anexo a que me refiro no texto:

‘Embrace Other Points of View

By Jim Cathcart

Everything you know has come from within the limits of your life up to now.

You might be wrong about how things work. Explore and experiment with

other ways of looking at things. See things from someone else's

perspective. Take a different route to your usual places.

Read something outside your areas of interest. Listen to a radio station or

type of music that is not your usual one. Assume that the other point of

view was more enlightened than yours. What difference would that make in

how you think about others? Try to truly understand and appreciate others.

It is through the understanding of different perspectives that people

often grow. "Walking a mile in another's mocassins" will go a long way

toward understanding why people feel the way they do and are the way

Page 30: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

30

they are. Their perspectives come from life experiences that you have not

had. That doesn't make them wrong. It just makes them "different". It's

those differences that lead everyone to a deeper understanding of each

other.’

Que agora traduzo:

‘Abrace Outros Pontos de Vista

Por Jim Cathcart

Tudo o que v. conhece veio de dentro dos limites da sua vida até agora. V.

pode estar enganado quanto à forma como as coisas funcionam. Explore e

experimente outras formas de olhar para as coisas. Veja as coisas pela

perspectiva de outra pessoa qualquer. Tome diferentes caminhos para os

sítios que habitualmente frequenta.

Leia algo que esteja fora das suas áreas de interesse. Ouça uma estação de

rádio ou um tipo de música que não seja o habitual. Imagine que o outro

ponto de vista era mais esclarecedor do que o seu. Que diferença faria na

forma como pensa sobre os outros? Tente compreender e apreciar

realmente os outros.

É através da compreensão de perspectivas diferentes que, muitas vezes, as

pessoas crescem. ‘Andar uma milha nos sapatos dos outros (tradução livre)’

fará um longo caminho até à compreensão de porque é que as pessoas

sentem da forma como o fazem e são da forma que são. As suas

perspectivas (deles) vêm de experiências de vida que v. não teve. Isso não

os faz estar errados. Fá-los apenas ‘diferentes’. São essas diferenças que

levam toda a gente a uma mais profunda compreensão de cada um.’

Isto não vai acabar por aqui…

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Ideias para apoio ao desenvolvimento das pequenas empresas

Portuguesas, e a recuperação de activos humanos

1. MyStaff, organização de empresa de serviços para pequenas empresas

e start-ups (leia-se empresas novas, com pouca capacidade financeira

para criação imediata de empregos indirectos – pessoal

administrativo)

2. MyBack-up, organização de base nacional de consultores técnicos, em

situação de inactividade involuntária

Page 32: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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A ideia que agora apresento nasceu de um pedido, de dois jovens

empresários para cuja organização eu prestava os meus serviços, na

expectativa de os ver utilizados no desenvolvimento das pessoas e da

empresa,

Tal pedido, tinha a ver com a vontade de utilizar, com algum proveito, um

escritório que um deles possuía ali para a Maia, pretendendo criar-se uma

pequena organização para apoio a pequenas empresas, em fase de arranque

ou de emagrecimento.

Prestar serviços de contabilidade, processamento de salários e outros de

que eu me lembrasse, seria, assim, o objecto sobre o qual eu deveria partir

para apresentar uma ideia e, quando aprovada, criar.

Dado que, uns anos antes, ainda nos quadros da AMBAR, tinha imaginado

uma organização que, baseada no apoio dos quadros activos daquela empresa

e de ex-quadros com reconhecida capacidade técnica e estratégica, a

convidar, servisse para apoiar a criação de pequenas empresas por parte dos

colaboradores da empresa ou seus familiares, pus-me, de imediato, a

‘desenhar’.

Incluí: serviços legais; agenda (apoio de uma telefonista capaz de ajudar na

elaboração e controlo da agenda dos futuros Clientes) e serviço de

mensagens; serviços técnicos de informática; serviços de apoio à criação de

sites, ao marketing, e ao desenvolvimento de software de gestão; serviços

de aluguer e manutenção de equipamentos informáticos; serviços de limpeza

e manutenção de instalações; serviços de medicina no trabalho; serviços de

apoio à implementação e manutenção de sistemas da qualidade; serviços de

apoio à gestão de relacionamento bancário, contratação de operações de

leasing, factoring e apoio a projectos de investimento; serviços de gestão

de seguros; serviço de consulta de bases de dados de empresas.

Desenvolvi, então, uma folha de cálculo onde previa a distribuição de

necessidades destes serviços por empresa, concluindo que, incluindo uma

margem de 40% para a gestão de todos os serviços, e executando contratos

com especialistas, tipo ‘avença’, com pagamento antecipado, independente da

necessidade efectiva de prestação dos seus serviços, deveria cobrar a cada

um de 45 clientes, não mais do que 600,00 € por mês de calendário. Sendo

este valor inferior ao que corresponde a um salário mínimo, parece-me

possível concluir que esta ideia tem pernas para andar:

Um cliente pode ter, pelo preço de um indiferenciado, todas estas

especialidades, tratadas por especialistas!

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MyStaff e MyBack-up

O desenvolvimento da ideia a que chamo MyStaff, levou-me à concepção

desta outra empresa de serviços, dedicada à consultoria.

Trata-se, de facto, de uma actividade complementar da MyStaff: fornecer

serviços de consultores a pequenas empresas.

Conceito:

Fornecer Consultoria para as Empresas, em situações pontuais e específicas.

Que Consultores?

Técnicos das várias especialidades que, estando desempregados, inactivos

ou reformados, têm a vontade de permanecer activos na sua área de

especialização.

Regime de Contratação:

Uma actividade deste tipo é normalmente baseada num valor/hora. Os

contratos a realizar devem, assim, ser baseados nesse regime. O valor/hora

a definir deve ser competitivo com os valores de mercado e permitir que

haja mais-valias quer para os Clientes, quer para os Consultores, bem como

para a MyBack-up.

Distribuição das Remunerações

Terei como referência um valor/hora de 50,00€ + IVA, por me parecer

compatível com as várias coordenadas da ideia: é um valor que está bastante

abaixo da média praticada pelas multinacionais mais conhecidas, o que é bom

para o Cliente, e permite ao consultor um ‘salário potencial’ razoável –

35,00€/hora equivale a uma remuneração anual de 72.800,00€. Ao valor a

facturar deve ser acrescido o custo com deslocações e eventuais estadias.

A remuneração pela coordenação dos serviços, por parte da MyBack-up, deve

ser de 30% do valor/hora, sendo as restantes verbas pagas ao consultor

envolvido.

Recolha de Candidaturas para Consultor

Um anúncio nas páginas de Emprego do Jornal de Notícias e do Expresso,

pelo menos inicialmente, uma vez por mês.

Neste anúncio deve ser solicitada informação concreta quanto à área de

especialização do potencial consultor e informação detalhada quanto à

experiência profissional nessa área.

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A análise destas candidaturas permitirá obter uma base de dados de

recursos humanos técnicos que pode vir a servir outros interesses da

MyStaff.

Vantagens do Serviço

I – Para os Clientes

- Consultoria técnica a preços comportáveis;

- Possibilidade de conhecer, em situação de trabalho, eventuais futuros

colaboradores;

- Possibilidade de interromper a recepção de serviços sem custos (o serviço

será sempre pago em função das horas efectivamente utilizadas);

- Possibilidade de ter várias especialidades presentes para um mesmo

projecto, sem custos fixos.

II – Para os Consultores

- Possibilidade de se manterem activos e ‘visíveis’, recebendo uma

compensação equilibrada;

- Possibilidade de desenvolver conhecimento relativamente ao momento do

mercado;

- Possibilidade de encontrar um novo empregador, que já conhecem a partir

da sua participação num dos projectos daquele;

III – Para a MyStaff

- Alargamento da oferta de serviços a Clientes, beneficiando de desconto

(sobre a margem da MyBack-up);

- Aumento do nº de potenciais Clientes próprios (Clientes da MyBack-up, que

não conheciam a empresa).

- Fornecimento de serviço directamente à MyBack-up, empresa que, de

facto, não tem necessidade de quadros próprios.

7 de Novembro de 2007

Usei, como se pode ver nas páginas seguintes, o padrão da E-Myth (www.e-

myth.com) para a descrição dos projectos.

Page 35: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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COMEÇAR UM PLANO DE NEGÓCIO - MyBack-up

Se o seu PLANO DE NEGÓCIO vier a ter exactamente o impacto que você pretende que ele tenha,

como será esse impacto? Descreva como acha que o seu Cliente o deve ver, e sentir:

A MyBack-up fornece serviços de consultoria para pequenas empresas, permitindo aos seus Clientes

dispor de apoio de técnicos especialistas nas mais variadas áreas técnicas ou de gestão, a custos

controlados.

É um modelo que pode ser implementado em qualquer parte do mundo onde haja pequenas empresas,

ou um movimento crescente de criação de Novas Empresas, do tipo ‘Small Business’.

Qual é a sua VISÃO para o seu negócio?

Permitir aos Clientes a criação de um ambiente de empreendedorismo pelo acesso, a custos

controlados, a técnicos especializados – que podem vir a ser o seu consultor técnico ou de gestão, ou o

seu futuro quadro – num sistema que facilite o desenvolvimento de ideias e projectos para o

desenvolvimento de novos produtos e a evolução dos negócios.

Qual é o PROPÓSITO do negócio que você pretende que este PLANO de NEGÓCIO atinja?

Atingir o número de Clientes necessários à sua estabilidade (50 Clientes x 9 horas/mês).

Desenvolver uma base de dados de consultores de o maior número possível de áreas de especialização.

Escolha o horizonte temporal para este PLANO de NEGÓCIO.

O objectivo, em termos de nº de Clientes, deve ser atingido num prazo não superior a 6 meses.

O que é que precisa de fazer para poder dizer que está organizado?

Ter uma descrição de cada um dos serviços propostos.

Construir uma base de dados de consultores sólida (com conhecimento pessoal de cada potencial

consultor)

Como é que vai envolver outras pessoas na sua organização?

Identificando-os com a VISÃO (queremos ser a empresa de consultoria de referência para Start-ups

em Portugal), e definindo claramente: cada função e os seus objectivos; sistema de prémios e

incentivos; potencial de desenvolvimento de carreiras.

Page 36: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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COMEÇAR UM PLANO DE NEGÓCIO - MyStaff

Se o seu PLANO DE NEGÓCIO vier a ter exactamente o impacto que você pretende que ele tenha,

como será esse impacto? Descreva como acha que o seu Cliente o deve ver, e sentir:

A MyStaff fornece todos os tipos de serviço básicos para empresas, libertando os seus Clientes para

a concentração, em exclusivo, no negócio a que se dirigem.

É um modelo que pode ser implementado em qualquer parte do mundo onde haja pequenas empresas,

ou um movimento crescente de criação de Novas Empresas, do tipo 'Small Business'.

Qual é a sua VISÃO para o seu negócio?

Libertar os Clientes para a concentração no objecto do seu negócio, fornecendo serviços de

excelência que a tornem numa referência obrigatória para todas as Novas Empresas.

Qual é o PROPÓSITO do negócio que você pretende que este PLANO de NEGÓCIO atinja?

Atingir o número de Clientes necessários à sua estabilidade (50 Clientes).

Escolha o horizonte temporal para este PLANO de NEGÓCIO.

O objectivo, em termos de nº de Clientes, deve ser atingido num prazo não superior a 6 meses.

O que é que precisa de fazer para poder dizer que está organizado?

Ter uma descrição de cada um dos serviços propostos, e identificar os seus fornecedores.

Como é que vai envolver outras pessoas na sua organização?

Identificando-os com a VISÃO (queremos ser a empresa de serviços de referência para Start-ups

em Portugal), e definindo claramente: cada função e os seus objectivos; sistema de prémios e

incentivos; potencial de desenvolvimento de carreiras.

Page 37: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

37

As pessoas que me solicitaram que pensasse sobre o assunto a que chamei

MyStaff, cuja empresa actual se dedica à distribuição de produtos de

informática – o que a tornava, de imediato, fornecedora de uma série, larga,

dos serviços a vender -, não responderam a qualquer dos emails que lhes

enviei sobre o assunto, tendo, no entanto, no momento em que os questionei

sobre a efectividade, ou não, da recepção de tais emails, efectuado a

promessa de que ‘vamos falar nisso num jantar! Mas, esta semana não pode

ser…! Nós marcamos isso, deixe estar…).

Eu deixo estar…

Devo confessar que, para me ajudar a perceber o interesse deste tipo de

organizações para alguns amigos e conhecidos, fiz perguntas nesse sentido a

vários deles e, aproveitando as excelentes iniciativas da ANJE (‘Negócios ao

Pôr-do-Sol’) e da Câmara de Comércio Luso-Britânica (Informal Business

Drink), que apontam para o mesmo conceito de partilha – a formação de

parcerias entre empresas com objectivos complementares – tratei de

recolher o máximo de informação possível quanto à sua viabilidade (ao nível

do conceito – se este é ou não aceite -, que não ao nível dos resultados

económicos e financeiros).

Tenho, vistas as respostas obtidas em todas as iniciativas que tive ou em

que participei, a certeza de que este conceito é aceite!

Há-de dar resultado!

Page 38: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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Sistema ReDE – sistema de gestão da actividade corrente das empresas,

desenvolvido a partir da conjugação de boas práticas verificadas nas empresas

em que prestei serviços, directamente ou como Consultor (anexo apresentação)

Page 39: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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Estou a incluir como ‘ainda não posta em prática’, esta ideia tornada projecto, dado

que, no momento em que decidi avançar com esta compilação de textos a que

podemos chamar livro, ainda não ‘vendi’ nenhuma sessão de trabalho.

Apresentei-a, por email é certo, a cerca de 250 empresas da zona do Grande

Porto, e enviei-a à minha lista de ‘pessoas de quem sou amigo’, para que me

ajudassem a divulgá-la, mas, de facto, não recebi até agora nenhum pedido de

esclarecimento. Apenas recebi uma única demonstração de interesse, de uma

daquelas pessoas da minha lista - minha amiga, portanto -, em o dar a conhecer aos

responsáveis pela formação na empresa com que colabora.

É evidente que espero que, no momento em que esteja a ler estas linhas, já outras

35 empresas de consultoria em Portugal, estejam a fornecer às empresas um

programa similar a este, e que, eu mesmo, tenha conseguido, através da execução

de sessões de trabalho, ajudar várias das nossas empresas e os seus colaboradores

no caminho para a organização e o desenvolvimento.

Nascida da vivência de boas práticas - que levaram a bons resultados -, a

cujos alicerces foi acoplada uma boa base de conceitos e formas de coordenar

ideias, a ReDE está a ser apresentada como a seguir demonstro.

Dado que me parece importante, até para esclarecer que nada do que se vai ver é,

em absoluto, original, passo a referir as fontes que me trouxeram à criação deste

‘produto’,

Antes disso, tenho que esclarecer, agora, que o ‘produto’ que criei é de facto

original, isto é, aproveitando a minha experiência prática, algumas das minhas

leituras e aspectos retirados de programas de formação a que assisti, tenho a

convicção de que estou a produzir algo novo, complementar, e não concorrente,

àquilo que até agora fui conhecendo.

As minhas fontes foram, então, as boas práticas na AMBAR (1983-1992), na

JOHNSON CONTROLS, e na INCLASS, os programas de formação da DYNARGIE

e da CRESTCOM (aqui com o foco em Jim Cathcart, Bob Johnson e em Jim

Hennig), e a leitura regular de livros relacionados com o pensamento positivo nos

negócios e, mais recentemente, newsletters de Jim Cathcart, Jim Clemmer e da

equipa de E-Myth Insider.

Foi, inclusivamente, com base num texto publicado no blog desta última

referenciada (E-Myth Insider), que construí a introdução ao Sistema que agora vai

ler.

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SISTEMA ReDE – APRESENTAÇÃO

Como transformar empregados em COLABORADORES

Alguma vez deu consigo a alterar-se, irritado, com os seus empregados?

Esperava que fizessem uma coisa e, afinal, fizeram outra bem diferente…

Os problemas com as pessoas constituíam a frustração nº 1 em quase todas

as empresas com que trabalhámos. Ao longo dos anos, trabalhamos com

empresas industriais, nacionais e multinacionais, empresas comerciais, da

distribuição e dos serviços, e, ouvimos quase todos os donos da Empresa, ou

o seu máximo responsável, dizer: ‘Se eu pudesse fazer clones de mim

mesmo…!’

Será, realmente, que querem mesmo um clone seu a trabalhar no seu

negócio?

O que os nossos Clientes normalmente esquecem é que os Empreendedores não dão bons Técnicos. O resultado mais previsível, se se conseguissem

clonar, seria o de passarem a ter um concorrente, tão talentoso quanto eles

e a operar na mesma zona geográfica!

Conseguir que os seus empregados façam o que você espera deles

A questão central é: como conseguir que os seus empregados se

transformem, efectivamente, em seus colaboradores, e façam o que espera

que eles façam? E, como é que se consegue que o façam à primeira? Não é

isto que qualquer dono de empresa, ou empreendedor, pretende?: Técnicos

que não façam apenas o que lhes é pedido, mas que façam tudo o que se

espera deles, bem à primeira. E que o façam da forma que preconiza que

deve ser feito! Então, como é que consegue isto? Como é que consegue que

os seus empregados façam o que espera deles?

Não consegue?

Há quem diga que não se consegue fazer com que as pessoas façam nada: ‘se

quero isto feito, faço eu!’, ou ‘quem quer, faz; quem não quer, manda fazer!’,

são frases que todos ouvimos, muitas vezes com a audiência a murmurar um

‘sim, pois é…’ acompanhado de um movimento vertical da cabeça…

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Bom, já é difícil fazermos nós alguma coisa com que nos comprometemos,

quanto mais conseguir que outros o façam por nós. (Se não acredita nisto,

pense em alguma vez que se tenha determinado a seguir uma dieta, ou a

perseguir a consecução de um objectivo auto-definido, no ano novo.

Cumpriu?).

Depender de sistemas, e não de pessoas

Na verdade, tem que se fazer alguma coisa! Então o que é que você faz? Se

não consegue de outra forma que as pessoas façam o que espera delas, como

é que consegue que as coisas apareçam (bem) feitas?

É simples: a actividade da sua empresa deve basear-se em sistemas, não em

pessoas em particular.

Não estamos a dizer que as pessoas não contam: ao contrário, até

porque serão pessoas em concreto que gerirão os sistemas. O que queremos

dizer é que, se não criarmos ferramentas de gestão que as ajudem a

efectuar o seu trabalho, lhes será mais difícil realizá-lo bem e em tempo.

Damos um exemplo: imagine que, a um serralheiro da equipa de manutenção

da ponte D. Luís, é dada ordem para apertar todas as porcas existentes na

estrutura metálica, mas que nem ele nem a empresa dispõe de ferramentas

apropriadas, ou sabe sequer que elas existem. Imagine agora que ele,

percebendo o que tem que fazer, procura encontrar algo que o possa ajudar

e resolve usar quatro pequenas barras quadradas de ferro: provavelmente,

vai conseguir apertar alguma coisa, mas vai-se cansar fisicamente, vai

demorar, vai-se sentir desmoralizado com o tamanho da ponte, vai achar que

não é capaz de fazer aquele trabalho todo, vai começar a afrouxar o ritmo,

vai começar a pensar em abandonar aquele emprego e aquela profissão, e, se

algum dia conseguisse acabar a tarefa, teria demorado muito mais do que o

seu ‘patrão’ esperava.

É! É fundamental ter as melhores ferramentas, para se poder obter os

melhores resultados no tempo mais curto!

Por outro lado, achamos que é fundamental treinar, formar, as pessoas em

concreto. Porquê? Se calhar já pensou, ou ouviu outro empresário dizer:

‘Para que é que eu vou gastar aquele dinheiro todo em formação dos meus

empregados? Se eu lhes der a formação e eles forem embora, eles é que

lucram, não é a empresa!’. Pois é: mas agora pense nas consequências de não

DAR formação e eles ficarem na sua empresa…

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Os sistemas farão andar a actividade, as pessoas farão andar os

sistemas. Com uma implementação eficiente dos sistemas apropriados, vai

conseguir resultados excelentes através das pessoas que treinar. Sempre!

O ‘truque’ é o de criar no seio da organização um ambiente em que ‘FAZER

BEM’ é o mais importante. Tem que criar um ambiente em que ‘FAZER BEM’

seja a forma de viver dos seus empregados, e, simultaneamente, tem que

criar um ambiente em que a IDEIA que gerou a EMPRESA, cujo objecto

provoca o trabalho de cada dia, seja mais forte do que a ideia do trabalho

que tem que ser feito.

Estou certo de que compreende este conceito simples! Não é o trabalho

que é importante: o que é importante é o conceito que induz a

actividade, em primeiro lugar!

Não se trata de MEIOS, trata-se de RESULTADOS

As pessoas não vão a uma loja de ferramentas porque precisam de um

berbequim: elas vão lá porque precisam de fazer um buraco numa parede.

As pessoas não compram café porque querem beber uma chávena da bebida:

compram café porque querem ter em casa, à mão, um estimulante que lhes

saiba bem.

Ninguém vai a um hospital porque quer ver o médico, mas sim porque quer

curar uma doença que o apoquenta.

Não se trata dos meios, mas sim dos resultados. A IDEIA, que implica o

trabalho que há que realizar, é mais importante do que o trabalho em si

mesmo, e você terá que se assegurar que os seus empregados o

compreendem plenamente e vivem nesse espírito, todos os dias.

Um sistema simples para iniciar o processo

Apresentamos-lhe aqui uma ferramenta simples que poderá usar para iniciar

um processo de desenvolvimento no sentido de criar aquele ambiente.

Chamamos-lhe ‘Sistema de Reuniões de Desenvolvimento da Equipa’.

O Sistema (ReDE, como lhe chamamos), consiste na organização de um

pequena reunião semanal, de pouco mais do que 30 minutos, de cada uma das

equipas da Empresa: cada gestor ou chefe (de departamento, de sector, de

secção ou de equipa) estabelece a agenda, e usa a reunião como um fórum de

discussão organizado (é na forma com se organiza a discussão que o

Page 43: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiiª parte

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nosso treino incide), do que resultará uma acção de Resolução de

Problemas, Resolução de Conflitos, Planeamento e Acordo e Definição de

Prioridades.

A ReDE, constituirá uma oportunidade para fazer uma revisão do que foi

feito, bem e mal; estabelecer prioridades - quer em termos de objectivos

imediatos, quer para as tarefas de cada elemento da equipa-; encontrar

consensos acerca do que é preciso fazer; discutir situações de excepção;

trocar informação; e esclarecer resultados.

O efeito resultante da adopção do sistema ReDE, será o conhecimento

e a compreensão mais próximas da realidade – o que é que está a

acontecer no seu negócio, e o que é necessário fazer para obter o

reconhecimento positivo, constante, dos seus clientes, actuais e

potenciais -, por parte de cada um dos seus empregados, a quem, em

pouco tempo, se vai habituar a chamar ‘Colaboradores’.

Ao contrário do que parece, trata-se de uma forma extraordinária de

poupar tempo. Se tem empregados que estão sempre a interrompê-lo com

questões como: ‘E o que é que eu faço, agora?’; ou, ‘Acha que está bem,

assim?’, pode passar a perguntar-lhes se o assunto pode esperar pela

próxima ReDE. Nove em cada dez vezes, o assunto pode esperar, e o seu

próprio tempo útil, de que tanto precisa para dar novos horizontes ao seu

negócio, ficará disponível.

O que ainda é mais importante, é que um sistema como a ReDE é um

excelente meio para ajudar cada um dos seus colaboradores a confrontar e

ultrapassar obstáculos, em vez de os colocarem longe da vista, como

sabemos que tantas vezes acontece. A ReDE vai ajudar cada um a estar

sempre ao seu melhor nível, com pouco gasto de energia pessoal!

Não tem que acreditar nisto só porque lho dizemos, e até faz sentido. Meça

o seu actual sistema, primeiro: quantifique o número de problemas com, ou

causados por, pessoas da sua organização, que lhe surgem num mês, numa

semana, ou num dia. Depois, experimente a ReDE durante um mês. Meça de

novo os resultados. Apostamos que vai ficar agradavelmente surpreendido

com o que verificará!

Se decidir implementar a ReDE na sua organização, ela vai tornar-se a

espinha dorsal do seu sistema de gestão, e fará com que todos os outros

sistemas funcionem de modo mais eficaz. A ReDE, implementada

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eficazmente, vai ajudá-lo a criar um ambiente altamente motivador e

produtivo na sua Empresa.

Faltará pouco para, quando falar das pessoas que trabalham na sua Empresa,

passar a proferir, apenas, os melhores elogios.

Não hesite!

CONSULTE-NOS!

LUÍS COCHOFEL + DPE, Lda

Travª de Monte Crasto, 10 – 8º - 4420-211 GONDOMAR +351 91 946 25 96 [email protected]

Esta nota introdutória, está complementada por uma apresentação em PowerPoint

(MS), que aqui reproduzo, também.

DESENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES

SISTEMA ReDEGESTÃO DE EQUIPAS DE TRABALHO

LUÍS COCHOFEL + DESENVOLVIMENTO de PESSOAS e EMPRESAS,UNIPESSOAL, LDA

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DESENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES

DOTAR CADA PARTICIPANTE DE UMA FERRAMENTA DE APOIO À GESTÃO DA ACTIVIDADE

CORRENTE DA SUA ÁREA DE RESPONSABILIDADE, NOMEADAMENTE, QUANTO À GESTÃO DE

PENDENTES, AO AUXÍLIO NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E CONFLITOS, E À DEFINIÇÃO DE

PRIORIDADES NA SUA ACTIVIDADE E, NA DA EQUIPA QUE GERE.

SISTEMA ReDEOBJECTIVO

SISTEMA ReDEPRESSUPOSTOS

A necessidade de desenvolver os níveis de envolvimento dos Colaboradores, é uma verdade que todas as Empresasaceitam.

Sabemos que, para o conseguir, é necessário criar um ambiente propiciador da auto-motivação.

Sabemos, também, que para nos auto-motivarmos precisamos de ter confiança na informação de que dispomos,conhecer, compreender e aceitar como exequíveis os objectivos que nos propõem, e sentir que não nos faltarão osmeios de que necessitamos para atingir tais objectivos.

A Gestão do Desenvolvimento dos Colaboradores, é a resposta das empresas às alterações culturais sentidas nasúltimas duas décadas e está orientada para a criação de tal ambiente.

O SISTEMA ReDE, que agora lhe apresentamos, é uma das ferramentas que consideramos fundamentais para aspessoas e empresas, dado que estamos certos que lhes permitirá atingir melhorias importantes ao nível doenvolvimento na actividade do dia-a-dia da sua organização, e, porque um facto leva ao outro, uma franca melhorianos resultados obtidos.

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OBJECTIVO METODOLOGIA

Envolver os Responsáveis pelodesenvolvimento da actividade dasequipas de trabalho da empresanum sistema de gestão do dia-a-dia, que se baseia:

1. Na comunicação clara deproblemas;

2. Na criação de um clima quepropicie a apresentação desugestões para resoluçãodaqueles;

3. Na metodologia para a definiçãode prioridades por consenso;

4. No acompanhamento daactividade da empresa.

Envolvem-se, na 1ª sessão de treino:

DIRECTORES, OU RESPONSÁVEIS DE ÁREA FUNCIONAISDA EMPRESA

uma vez que se defende que será a eles que competirá dar vidaao Sistema, multiplicando esta sessão de treino, ao replicá-la juntodas equipas das Áreas Funcionais de que são os responsáveis, ecriando, dessa forma, uma verdadeira atmosfera de ReDE decomunicação e envolvimento.

Em fases posteriores, obtida a validação do sistema pela Direcção,envolvida na 1ª Sessão:

CHEFES DE SECTOR, DE SECÇÃO OU DE EQUIPA

1SISTEMA ReDE SESSÃO DE TREINO - QUEM PARTICIPA

METODOLOGIA

1. Apresentação dos pressupostos do Sistema.

2. Introdução ao método que baseia a organização das Reuniões de Desenvolvimento da Equipa (ReDE).

3. Sessão de Treino: participação dos envolvidos na:

a) Identificação de Problemas;

b) Definição de Prioridades;

c) Apresentação de Sugestões;

d) Definição, consensual, de ‘O Dono do Processo’ para cada questão tida como prioritária.

e) Preparação da acção. Método e exemplo de forma de comunicação.

4. Demonstração do princípio: ‘SABER, MAS NÃO TER FEITO, É, AINDA, NÃO SABER’.

Duração: 2 horas

2SISTEMA ReDE SESSÃO DE TREINO - AGENDA

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INVESTIMENTO

1ª SESSÃO*

EMPRESAS DE 3 A 10 COLABORADORES: EMPRESAS DE 11 A 35 COLABORADORES: EMPRESAS COM MAIS DE 36 COLABORADORES:* NA MAIORIA DOS CASOS TRATA-SE DA ÚNICA SESSÃO CONDUZIDA PELA LC+DPE

SESSÕES COMPLEMENTARESEMPRESAS DE 11 A 35 COLABORADORES: EMPRESAS COM MAIS DE 36 COLABORADORES:

APOIO À GESTÃO DO SISTEMAPOR DESLOCAÇÃO AO CLIENTE (MÍNIMO DE 2 HORAS, A FACTURAR) POR CADA HORA COMPLEMENTAR

NOTA: AOS VALORES APRESENTADOS SERÁ APLICADO O I.V.A. À TAXA DEFINIDA NA LEI (ACTUALMENTE = 20 %)

3SISTEMA ReDE INVESTIMENTO

500,00 €

1.000,00 €

1.500,00 €

500,00 €

1.000,00 €

150,00 €

75,00 €

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LUÍS COCHOFEL + DPE, Lda

Travª Monte Crasto, 10 – 8º

4420-211 Gondomar

+351 91 946 25 96

+351 22 464 55 14

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