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CHAMAM-ME LÍRICO! RESIGNO-ME E DEMONSTRO PORQUÊ (APETECE-ME ASSINAR ASSIM: HANS, ‘The Devoted Friend’)

Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parte

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Livro de Ideias para Portugal - IIª Parte

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Page 1: Chamam me lírico - resigno-me e demonstro porquê - iiª parte

CHAMAM-ME

LÍRICO!

RESIGNO-ME E DEMONSTRO

PORQUÊ

(APETECE-ME ASSINAR ASSIM: HANS, ‘The Devoted Friend’)

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Ideias para a Recuperação do Património familiar e a sua abertura a

turistas

Exposições permanentes sobre „Comunicação Humana‟, „A vida nas Quintas, antes da

mecanização‟, e, „A Casa da Torre da Lagariça e o Romance de Eça‟

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Ideia para a reabilitação da

CASA DA TORRE DA LAGARIÇA

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EXPOSIÇÃO PERMANENTE SOBRE A HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO

HUMANA

CASA DA TORRE DA LAGARIÇA

S.CIPRIANO – RESENDE

VISEU - PORTUGAL

Génese da Ideia

Sou co-proprietário da Casa da Torre da Lagariça, da quinta que a

acompanha para Nascente e de um terreno, cuja função era servir de pasto

ao gado da quinta e desenvolvimento de pinhal para lenhas, situado a uns 3

Kms a Nascente.

A Torre terá sida construída entre os séculos X e XII, não havendo uma

opinião unânime, e está classificada como imóvel de Interesse Público.

A Casa está na família, de apelido Cochofel, pelo menos desde 1538.

É dado como certo que foi na Casa, e na família, que Eça de Queiroz se

inspirou para o romance a que deu, ou se deu, o nome de „A Ilustre Casa de

Ramires‟, estando ela referenciada no Roteiro Queirosiano, nomeadamente

nos folhetos informativos produzidos pela Fundação Eça de Queiroz.

Na impossibilidade de fazer face aos custos da sua manutenção TODOS os

co-proprietários, incluindo eu, aceitaram vender a propriedade à Câmara

Municipal de Resende, que mandou fazer uma Avaliação Oficial. Esta

decisão, de vender à Câmara, foi tomada em consciência; isto é, pretende-se

que a Casa fique no domínio público, e não no domínio de um qualquer outro

privado, que, por muito respeito que por este tivesse, haveria sempre de

fazer algo de que nenhum de nós gostaria.

Aquando da apresentação desta Avaliação, em Julho de 2006, foi-nos dada

liberdade de aceitar o seu valor ou não, e, aconselhada a revisão daquela

Avaliação, para nos sentirmos confortáveis com a proposta feita.

Procedemos, então, a uma reavaliação de que demos conhecimento ao

Presidente da Câmara Municipal de Resende, em finais de Outubro de 2006.

Os valores agora apresentados, correspondendo a mais cerca de 80 % do

valor inicial, inviabilizariam a venda, mas nós, os co-proprietários, deixamos

claro que, mantendo-se o interesse da Câmara, aceitaríamos vender pelo

valor da 1ª Avaliação. Dado que, após esta reunião, não voltamos a ter

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notícias da parte da Câmara, voltei, eu, a dirigir-me pessoalmente àquela, a

22 de Janeiro de 2007, no sentido de esclarecer o ponto da situação, e,

reforçar a certeza de que a família aceitaria o valor inicialmente proposto.

Em finais de Abril, o Sr. Presidente daquela Câmara ligou-me, pessoalmente,

para me dar conta de que tinha surgido uma nova hipótese de aquisição do

património, mas que tal não poderia ocorrer antes da regulamentação

completa do novo Quadro Comunitário de Apoio.

No passado dia 5 de Junho de 2007, recebi, na caixa de email da empresa

para que trabalho, um mail da Junta de Freguesia de Massarelos, que está a

tentar implementar um serviço de ajuda de procura de emprego /

empregados para as pessoas / empresas da sua área de jurisdição – que

aproveito para saudar e sublinhar -, que tinha como primeira chamada de

atenção o link para a „Primeira estratégia europeia para a cultura‟, que,

imediatamente, me fez imaginar o projecto que agora estou a apresentar.

As primeiras ideias foram apresentadas aos outros co-proprietários, em

mail que transcrevo aqui:

„Meus queridos Filho e Irmãos,

Acabei de receber este link num mail, que me fez imaginar o que a seguir

descrevo:

link:

http://www.aeportugal.pt/Inicio.asp?Pagina=/Aplicacoes/Noticias/Noticia&

Menu=MenuHome&Codigo=9933

Ideia: Abrir a Casa da Torre para uma exposição permanente sobre meios

de comunicação através dos tempos

Porquê?:

A Torre foi construída para servir como central de informação (servidor):

recolhia informação, através de sinais - fumo ou fogo, movimentação de

grupos de pessoas - e, a partir dessa informação, gerava novos meios de

comunicação - envio de mensageiros a postos distintos no sentido de fazer

chegar, com antecedência, informações sobre o que se devia esperar ou

fazer.

A génese do correio, por carta, começa também aí, mas evolui para um

sistema de que a Casa faz parte - já não haverá mensageiros específicos

para situações específicas, mas, antes, 'servidores' de correio que o vão

fazer distribuir por coordenadas, como sejam, inicialmente as casas mais

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importantes da terra, a aldeia, etc.- e convém não esquecer aqui que a Casa

era a sede da Capitânia-Mor de Arêgos.

As necessidades de comunicação são já diferentes: há que passar

informação sobre o que se passa na região, ou comunicar com familiares e

amigos sobre o que se vai passando.

Mais tarde chegaria o telefone e, não tendo a certeza, arrisco-me a dizer

que a Casa foi um dos primeiros locais da região a possuir um. As

necessidades de comunicação são agora diferentes: trata-se de resolver

pequenas questões com fornecedores ou de ouvir familiares e amigos.

Chegará a electricidade e com ela a televisão e a rádio...

Chegou a Internet... e a Gbit, que como vos disse produz, sob marca própria

computadores pessoais e portáteis, entre outros produtos electrónicos,

pretende ser um sponsor da Casa, sem, até este momento, ter exactamente

uma ideia sobre como utilizar aquela imagem.

O que quero propor é, então, (...) uma reunião (...) para

acrescentarmos conteúdo a esta ideia e estabelecermos uma forma de

contacto com outras entidades potencialmente interessáveis para o

projecto a quem haveremos de dirigir o convite para ser 'sponsor', mas já

com algo para oferecer em troca: a exposição permanente do seu nome e

dos seus produtos, associada ao objecto do seu interesse: a comunicação.‟

Daqui, passei para a fase de construção do projecto, recolhendo, de vários

familiares e amigos, opiniões sobre dificuldades e oportunidades, que me

ajudaram a ver obstáculos e detalhes que era necessário prever. Chegamos,

assim, à proposta que a seguir descrevo para a Exposição, recuperação dos

edifícios da Quinta e da Casa.

Pretendo que se entenda como claro que:

1. Este projecto não é contra nada, nem contra ninguém.

2. Sendo „concorrente‟ da pretensão da Câmara Municipal, pretende-se que

seja, sobretudo, parceiro daquela instituição, até porque o seu actual

Presidente é, por mim e pelos outros co-proprietários, visto como um

Homem empenhado em desenvolver o seu Concelho e, desde os tempos em

que, jovem ainda, dirigia o Jornal de Resende, sempre foi considerado como

um Amigo da Casa da Torre.

3. Entendo que o projecto que estou a apresentar, se recolher os apoios de

que necessita e vier a tornar-se em realidade, beneficiará o Concelho pelo

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menos tanto quanto aquele que o Presidente da Câmara terá previsto, com a

vantagem, para mim, obviamente, de que permite que o património

permaneça na posse da família, que cuidou dele e o manteve até agora, e vem

diminuir a necessidade de intervenção de fundos públicos que podem ser

utilizados em tantas outras benfeitorias de que o Concelho carece,

permitindo um ainda mais amplo usufruto de tudo o que aquele património

tem para oferecer a quem o visitar.

4. No caso de, até à regulamentação do Quadro de apoio à Cultura, não vir a

conseguir os apoios que pressuponho como fundamentais, deixarei este

projecto, bem quieto, na prateleira dos meus sonhos não realizados e lá

estarei para assinar o contrato de venda da Casa da Torre e da sua Quinta

(para o outro terreno, de que falo logo no início deste preâmbulo, tenho

outro sonho, de que darei conta em complemento a este projecto).

Para acabar estas notas introdutórias quero deixar um provérbio chinês,

aqui traduzido livremente a partir da versão inglesa, que pode bem servir

para ilustrar o que eu espero da vida:

Se quiseres um ano de prosperidade, faz crescer grão;

Se quiseres dez anos de prosperidade, faz crescer árvores;

Se quiseres uma vida próspera, faz crescer pessoas.

Pressupostos

1. Uma exposição pensada para estudantes, que podem começar por ser da

primária, tem que ter características que não promovam enfado. Assim,

cada estação deve demorar, no máximo, 30 minutos, divididos por dois

'momentos': 15 minutos de informação, fornecida por monitor e passagem

de vídeos complementares, seguido de outro período igual, livre, de

permanência numa sala do tipo exposição não acompanhada. Cada 'pavilhão'

deve, assim, dispor de duas salas, para além de, pelo menos, uma casa de

banho (para se perceber porque pode haver só uma casa de banho,

exemplifico: a primeira c/b para sexo feminino no fim do 1º pavilhão, a

segunda c/b no início do 2º pavilhão para sexo masculino, e por aí adiante

com a mesma sequência).

2. O nº de estações não deve ser superior a 7, porque, como se torna

evidente, não é possível numa única manhã ou tarde, fazer mais do que isto :

7 estações x 30 m = 3 h 30 m.

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3. A estação Central, a 7ª, deve ser aquela que contém um bar /

restaurante, devendo escolher-se para ela uma localização que permita ter

espaço de esplanada, com vistas para a Casa. (Preconiza-se, aqui, um espaço

do tipo Fórum FNAC, que permita a leitura de forma calma, a realização de

pequenas palestras e colóquios, etc..).

4. Deve ser necessário colocar a possibilidade de os visitantes apenas

utilizarem a sala de exposição livre de cada estação.

5. As primeiras 6 estações devem ficar posicionadas de tal modo que não

interfiram no horizonte visual, quer a partir da Aldeia, quer a partir da

Casa, o que é possível dada a geografia da Quinta, em socalcos, por um lado,

e pela presença das várias árvores que estão tão profusamente plantadas

nos vários terrenos, por outro.

6. Não havendo ainda um projecto para estas construções, há, no entanto,

valores de referência que foram tomados para uma análise prévia de

viabilidade do projecto, e suas necessidades de financiamento inicial e de

manutenção, anual, posterior, que pode ser enviado para aqueles que

demonstrem interesse de facto em ajudar a construí-lo.

Estrutura da Exposição

Proposta Prévia

O INÍCIO DE TUDO: A COMUNICAÇÃO CARA-A-CARA

a linguagem gestual

a fala

as diferentes línguas

A GÉNESE DA ESCRITA

as gravuras

os hieroglifos

os sinais - o exemplo da música

os alfabetos

AS VIAS DE COMUNICAÇÃO

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dos caminhos às estradas e às auto-estradas de hoje

as pontes e os túneis

a segurança: das torres de vigia às fronteiras

o mar (a importância das descobertas portuguesas)

a conquista do ar (de Da Vinci até ao Vaivém espacial)

O TEXTO ESCRITO

o objectivo da escrita: demonstração de autoridade e poder - as leis

da narrativa à crónica e aos jornais

do teatro ao romance e ao guião do filme

da poesia à letra de música

DO FIO À TRANSMISSÃO POR ONDAS

do código morse ao telegrama

do telefone ao telex e ao fax

da rádio à televisão

A COMUNICAÇÃO POR SATÉLITE

a televisão por satélite

o telefone móvel

a internet (o computador portátil)

o desenvolvimento de equipamentos individuais de comunicação

O HOMEM COMO AGENTE DE COMUNICAÇÃO

(a Casa da Torre utilizada como exemplo:)

de servidor de informação à gestão do território

importância da preservação da sua arquitectura

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Vista Aérea da Quinta

Da entrada na Quinta, até ao Tanque das Murtas

• Entrada a Norte, a partir de pequeno ramal de acesso da Estrada Regional

nº .

• À entrada, e do lado direito (Oeste), vemos o conjunto de casas dos

caseiros, composto por: duas casas de habitação, sob as quais encontramos

„lojas de animais‟ e armazéns; um armazém para lenhas com pocilga; e uma

azenha, a recuperar, dado que contém, ainda, todas as peças tradicionais,

desde a nora, a mover por gado vacum, até às mós em pedra;

• À esquerda, a nascente, vemos dois grandes campos que se destinam às

grandes produções necessárias para a manutenção dos caseiros: Milho,

batatas, hortaliças;

• Aproveitando a estrada que nos levará até à casa encontramos a plantação

de aveleiras, a nascente e campos, onde se vêm árvores de fruto diversas,

ladeados por videiras, a poente;

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• No topo, a nascente, encontramos a chamada „Eira Velha,‟ colocada

estrategicamente no ponto mais alto da quinta, onde, diz-se, se sentava Eça

para se inspirar enquanto escrevia o seu romance.

• Na Mata vamos encontrar dois caminhos: um circundante, para puro passeio,

e um outro que nos leva ao seu interior até um largo, rodeado de „sofás‟ e

„cadeiras‟, em pedra, vigiados por uma réplica da Torre que havemos de

encontrar na Casa, e que, aqui, tinha a função de Pombal.

• Descendo, agora, em direcção à Casa, veremos, abertos no muro que nos

está à direita, os nichos de uma Via-sacra

• À nossa esquerda passaremos pelo cipreste que parece querer rivalizar com

a Torre, e, em frente, podemos ver já o Tanque das Murtas, no qual, estou

certo, não vão resistir à prova da água que para ele não pára de ser jorrada.

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Do Tanque das Murtas, até ao Terreiro da Casa

• Aqui chegados temos duas hipóteses: ou optamos por seguir a „estrada‟, ou

optamos pelo passeio pelo caminho desenhado no jardim, romântico, que,

segundo se diz, será a miniatura de um outro que um Paisagista Português

produziu num palácio Francês;

• Seja qual for a opção chegaremos, à sombra, ao terreiro que envolve os

muros exteriores da Casa;

• Não resistiremos, acredito, antes de entrar no espaço da Casa, de ir ver

aquela pequena mas bela construção que serviu, até há pouco, de alambique.

É outra das instalações que se preconiza dever ser restaurada com rigor,

para servir como documento vivo de o que era um alambique nesta zona do

Douro;

• Deste terreiro, temos acesso a uma única divisão da Casa, neste caso, e

naturalmente, a Adega;

• À esquerda desta vemos um portão, em ferro, que dá acesso a um caminho

de lajes de pedra, ascendente, que nos pode levar a três entradas situadas

na fachada sul da Casa: uma para o corredor de quartos secundários e para

o salão; outra para o armazém da casa, a „tulha‟, a que hoje se chamaria a

dispensa; e, subindo as escadas de pedra que nos viraram as costas, a da

Cozinha;

• À direita temos uma reentrância, que foi aproveitada para a colocação de

mobiliário típico da região, em pedra e que serve para descansar depois do

passeio e antes de nos aventurarmos a qualquer das subidas para a Casa: a

de sul, de que já falei; e a principal, a norte, que nos mostra os seus três

lanços de escadas, que teremos que vencer se, antes de entrar na casa

propriamente dita, quisermos perceber porque é que no Século X alguém se

lembrou de colocar aqui uma Torre de vigia;

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Entrando na Muralha, rodeando a Casa e a Torre

• Subido um primeiro lanço de escadas passamos o Portão e após mais oito

degraus temos acesso ao terraço do salão, orientado a nascente, onde

vemos: a porta de acesso ao salão, voltada a norte, na fachada que recebeu

o Brasão da Família dos Pintos; um portão de acesso ao que, quando a Casa

foi sede da Capitânia-Mor de Arêgos, seria a prisão para gente do povo; e

uma janela, com gradeamento em ferro, que serviria de aposento de nobre

em situação de detido. Hoje, aquela prisão para o povo está transformada

em zona de lagares, talhados em pedra, como qualquer lagariça, prevendo-se

a reabilitação do quarto-prisão do nobre para eventual utilização turística;

• Após a primeira parte do segundo lanço de escadas, temos um patamar que

nos dá acesso ao quarto-prisão do nobre;

• A segunda parte leva-nos a um pequeno terraço, virado a norte, de onde sai

o último lanço, que nos levará à varanda a norte e à capela;

• Resistindo a subir esse último lanço de escadas, vamos então passar para a

zona a oeste, ladeada por muralha, de onde podemos ver o ribeiro Cabrum, e

o leito de uma pequena barragem que lhe impuseram no século XX,

percebendo-se que a ideia era vigiar de perto o caminho romano que, neste

ponto, ligaria Brácara Augusta a Conímbriga. A ponte da Lagariça, romana,

ainda está ali como testemunha da sua função, havendo apenas vestígios da

estrada romana que ali passava. Deste ponto, vê-se, em noites sem nuvens, a

luz do Grande Porto, apesar de estarmos a mais de cem quilómetros de

distância…;

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• Mais tarde, em outro documento, falaremos da Casa, porque, sendo a

necessidade da sua recuperação que gerou a ideia, será uma peça das mais

importantes do projecto que desenhei, mas chegou a hora de falar deste,

que lhe pode devolver vida.

Vista desde a Mata, à esquerda, até à Casa, salientando-se a Torre, tomada

de Norte:

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Complementos

Capa da edição da Lello & Irmão, Editores, do romance de Eça de Queiroz, „A

Ilustre Casa de Ramires‟, sendo imediata a identificação da varanda, a Norte, com

a Torre por trás, ainda que, aqui, imaginadas pelo ilustrador de forma naturalmente

diversa da real.

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Outros sonhos com esta terra como fundo

• Para quem chegou até aqui, deixo mais dois sonhos:

• O primeiro pode ser conhecido no Blog:

http://ideiaaregos.blogspot.com/ e refere-se à recuperação das

Caldas de Arêgos, aldeia onde cresci, como centro de

desenvolvimento de Turismo Residencial, para aqueles que querem

viver com qualidade os anos que a vida lhes reserva.

• O segundo, complementar aos dois anteriores, é o de promover a

construção de um resort turístico nos cerca de 35.000 m2, do

terreno que antes era de pasto e abastecimento de lenha para a Casa

da Torre.

• Neste momento, não há uma ideia completamente definida para este

resort, mas, desde há uns 7 anos, que venho imaginando a hipótese de

construir 35 suites independentes, cada uma delas com o seu jardim,

desenhadas por outros tantos diferentes arquitectos, de preferência

oriundos de cada um dos países da Europa, como exemplos do estado

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actual da arquitectura europeia e do que se espera para alojamento

turístico de qualidade.

• Um sonho de cada vez, dirão.

• Todos realizados, gostava eu.

• „...é quando um homem sonha, que o mundo pula e avança...‟

Entretanto, e como se pode ver no blog

(http://imaginarcriartentarfazer.blogspot.com) que entretanto criei para ir

alimentando esta ideia, acrescentei duas outras exposições permanentes.

Refiro-me, já agora, às razões que me levaram a escolher um nome tão

complexo para um blog:

1. Não queria que o blog fosse outra coisa que não um bloco de notas e

uma pasta de arquivo, meus, para as ideias que queria deixar;

2. Uso aquilo a que eu chamaria „o processo de realização‟: primeiro

tenho uma ideia, imagino; depois, componho a ideia, crio; de seguida

experimento, no sentido de verificar se é possível; por fim faço,

realizo.

II - EXPOSIÇÃO PERMANENTE SOBRE A AGRICULTURA E A

INDÚSTRIA AGRÍCOLA ANTERIOR À MECANIZAÇÃONO DOURO SUL

1. Dos hábitos e rituais dos camponeses:

A distribuição das águas

A organização da entreajuda

Os rituais associados às colheitas

A utilização dos terrenos e o pousio

A função do gado

2. A indústria:

O fabrico do Azeite

A produção do Vinho

A produção de Aguardente

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III - A VIDA EM AMBIENTE RURAL ANTES DO SÉCULO XX

1. Dos hábitos e rituais dos camponeses

Os rituais associados às colheitas

2. Da vida dos Senhores da Terra

A Religião – (A Capela e a Via Sacra)

As Matinés culturais

Os Jardins e sua utilização

3. O Romance de Eça de Queiroz

Enquadramento geográfico

Retrato da Vida Social Portuguesa no fim do Século XIX

Pressupostos

1. Uma exposição pensada para estudantes, que podem começar por ser da

primária, tem que ter características que não promovam enfado. Assim,

cada estação deve demorar, no máximo, 30 minutos, divididos por dois

'momentos': 15 minutos de informação, fornecida por monitor e passagem

de vídeos complementares, seguido de outro período igual, livre, de

permanência numa sala do tipo exposição não acompanhada. Cada 'pavilhão'

deve, assim, dispor de duas salas, para além de, pelo menos, uma casa de

banho (para se perceber porque pode haver só uma casa de banho,

exemplifico: a primeira c/b para sexo feminino no fim do 1º pavilhão, a

segunda c/b no início do 2º pavilhão para sexo masculino, e por aí adiante

com a mesma sequência).

2. O nº de estações não deve ser superior a 7, porque, como se torna

evidente, não é possível numa única manhã ou tarde, fazer mais do que isto :

7 estações x 30 m = 3 h 30 m

3. A estação Central, a 7ª, deve ser aquela que contém um bar /

restaurante, devendo escolher-se para ela uma localização que permita ter

espaço de esplanada, com vistas para a Casa. (Preconiza-se, aqui, um espaço

do tipo Fórum FNAC, que permita a leitura de forma calma, a realização de

pequenas palestras e colóquios, etc..)

4. Deve ser necessário colocar a possibilidade de os visitantes apenas

utilizarem a sala de exposição livre de cada estação.

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5. As primeiras 6 estações devem ficar posicionadas de tal modo que não

interfiram no horizonte visual, quer a partir da Aldeia, quer a partir da

Casa, o que é possível dada a geografia da Quinta, em socalcos, por um lado,

e pela presença das várias árvores que estão tão profusamente plantadas

nos vários terrenos, por outro.

6. Não havendo ainda um projecto para estas construções, há, no entanto,

valores de referência que foram tomados para uma análise prévia de

viabilidade do projecto, e suas necessidades de financiamento inicial e de

manutenção, anual, posterior, que pode ser enviado para aqueles que

demonstrem interesse de facto em ajudar a construí-lo.

7. Para as duas últimas exposições, que vivem fundamentalmente do

testemunho da quinta e da Casa, gostava de poder contar com Teatro de

Rua, em fins-de-semana e feriados, e em casos de marcação prévia, a

efectuar por estudantes das escolas de teatro do país. Pequenas cenas do

quotidiano da aldeia, que encontramos em tantos romances portugueses,

podem ser livremente adaptados a eventos deste tipo, não nos esquecendo

de que o próprio romance de Eça nos fala da vida aqui mesmo...

A Casa vista de Ramires

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Visitas à Casa

Para quem possa estar interessado em visitar a Casa, quero que saiba que as

visitas são sempre possíveis.

Este mês de Fevereiro estão previstas 4, das quais 3 a efectuar por Escolas

Secundárias (nos dias 13, 20 e 27, 4ªs feiras, pelas 14,30 horas), e a 4ª pela

Universidade Popular, do Porto, no dia 16, sábado, pelas 16 horas.

Querendo participar em alguma das visitas, avise-me pelo email:

[email protected].

Obrigado.

Agradecimentos

Quero. com este artigo, agradecer várias coisas:

1. Comentários recebidos

Os, poucos, comentários recebidos neste blog, demonstram interesse pela

causa, e, por isso, agradeço-os. Gostava era de pedir que, por mail, os que

realmente se interessam, me façam saber: a) quem são; b) se apoiam ou não

o meu projecto de recuperação, que envolve a criação de, pelo menos, uma

exposição permanente na Quinta; c) em caso positivo (apoio da ideia),

porquê.

Devo explicar que, tais mails, que podem ser cartas, vão ser apresentados a

quem é responsável pelo estudo de viabilidade do projecto, uma vez que

ajudarão a demonstrar o interesse da divulgação deste património em

particular.

Quero evitar que aconteça à Casa da Torre da Lagariça o que aconteceu a

tantas outras por esse país fora: demolição (como o exemplo dado da Torre

de Chã); adulteração para albergar turistas; descaracterização; etc..

Só peço apoio.

MUITO OBRIGADO!

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2. Visitas de Fevereiro

Aos alunos das escolas de Resende, pela magnífica lição de comportamento,

traduzido no interesse em saber todos os detalhes, na audição atenta de

tudo o que lhes foi dito e no cuidado manifestado com tudo o que não está

em bom estado ou é delicado.

MUITO OBRIGADO!

Aos alunos da Universidade Popular do Porto, pelo interesse e pelos

comentários de apoio ao projecto de recuperação, que percebi muito

concretos.

MUITO OBRIGADO!

Aos associados da Associacão dos Antigos Alunos da Escola Industrial e

Comercial de Braga, pelo interesse manifestado e comentários de

agradecimento por 'uma casa destas abrir as suas portas'.

MUITO OBRIGADO!

3. COLABORADORAS do Museu de Resende

O Vosso interesse, genuíno, e a dedicação com que trataram destas visitas

obrigam-me a publicar este agradecimento, que, pedindo desculpas aos

demais, saliento:

MUITÍSSIMO OBRIGADO!

Bem hajam todos!

Não posso, agora que falei nas vistas efectuadas por Alunos de Escolas

Preparatórias e Secundárias, por Universidades Sénior e por Associações

deste meu querido país, deixar de apresentar aqui alguns dos comentários

que recolhi, em formulário de avaliação da visita, que criei, ou em outros

suportes em que os encontrei.

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Vou começar por uma nota de Miguel Torga (não, não estive com ele nesse

dia…), por me parecer suficientemente forte para o interessar a si, leitor, a

uma visita a esta minha casa cujas portas abro, gratuitamente.

COMENTÁRIOS ÀS VISITAS À CASA DA TORRE

Exemplo de notas sobre uma visita à Casa.

Visita de Miguel Torga, em 1953, à Casa da Torre da Lagariça

"Torre da Lagariça, freguesia de S. Cipriano, Resende, 30 de

Setembro de 1953 - Ainda bem que vim a este desterro tirar a prova real

às minhas conclusões de ontem(1).

Aqui o cenário natural corresponde inteiramente ao literário de A Ilustre Casa de Ramires. Desde o título da obra, tirado do nome da pequena

povoação que fica em frente, à famigerada torre, sólida e carrancuda diante

de mim, a Craquede, que é o arruinado mosteiro de Cárquere a dois passos, a

Oliveira, caiada e tangível lá em baixo, quanto no livro é susceptível de

identificação pode ser identificado. E no entanto... Chega a parecer

feiteçaria: temos tudo e falta o essencial. Ou melhor: os lugares e as coisas

estão animados de uma vida que a auscultação física não confirma. Uma

presença oculta por detrás da realidade fá-la pulsar, sem que ela na verdade

se mova. E essa força secreta não é senão o génio do romancista. É Eça a

cometer façanhas encarnado em Tructesinho e a contá-las na pele de

Gonçalo. Por isso, para que o romance se encontre, é preciso sabê-lo

primeiro, trazê-lo de memória, colar cada página a cada pormenor da

paisagem, que só então fica palpitante e habitada."

(1) Refere-se à visita a Santa Cruz do Douro/Tormes

Domingo, 29 de Janeiro.

Manhã cultural queirosiana.

Depois de uma noite repousante e bem dormida e de um substancial

pequeno-almoço, partimos em busca de uma manhã cultural.

Sendo este grupo na sua maioria admirador do grande escritor português

José Maria Eça de Queirós e estando nós bem perto de lugares por ele

vividos e referenciados nos seus livros, fomos senti-lo e recordá-lo.

Eça de Queirós, nome pelo qual é mais conhecido na nossa literatura, nasceu

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na Póvoa de Varzim em 1845. Tendo sido educado pelos seus avós paternos,

fez os seus primeiros estudos no Porto, no colégio da Lapa cujo director era

Ramalho Ortigão de quem foi aluno e também amigo. Prosseguindo os seus

estudos na Universidade de Coimbra, formou-se em Direito em 1866,

fazendo apenas uma breve passagem pela advocacia. A sua maior ambição

era seguir a carreira diplomática e esse sonho veio a realizar-se exercendo

o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e mais tarde em Paris.

Casou em 1886 com D. Emília de Castro Pamplona, irmã do conde de

Resende, seu companheiro de viagem ao Oriente e também seu amigo.

Estreando-se como escritor na “Gazeta de Portugal”, com o folhetim “Prosas

Bárbaras”, deixou-nos uma vasta obra da qual iremos destacar “A Ilustre

Casa de Ramires”.

Famoso pela sua mestria na arte narrativa, utilizando uma linguagem rica,

com sarcasmo e ironia, retratava muito bem o ambiente burguês que naquela

época se vivia na sociedade portuguesa e que ele tão bem conhecia.

Faleceu em Paris em 1900, cidade onde passou grande parte da sua vida.

Dando então início à nossa viagem, num mini autocarro cedido pela Câmara

Municipal de Resende e conduzido pelo motorista Sr. Modesto, dirigimo-nos

em primeiro lugar às Caldas de Aregos, estância termal situada junto do rio

Douro e cuja antiguidade remonta ao tempo dos romanos. Nesta pequena vila

fizemos uma paragem para a olharmos e conhecermos, pois, além de ser

conhecida pelas suas termas, é também rica em casas cuja arquitectura é

inspirada no estilo brasileiro.

Continuando estrada fora, subimos até ao penedo de S. João, um ponto

muito elevado e panorâmico de onde se pode avistar, bem lá no fundo o rio

Douro e ao longe serras que circundam toda esta região. É sabido que neste

local existe um recinto megalítico ainda por explorar, uma zona castreja à

qual Eça de Queirós faz referência nas suas cartas.

Daqui seguimos para um lugar muito esperado. Fomos visitar e conhecer a”

Torre da Lagariça”,na freguesia da Mata, a qual integra um velho casarão

que deu nome ao romance do Eça,”A Ilustre Casa de Ramires”.

O caseiro da quinta, que hoje pertence a familiares do fidalgo da Torre,

amavelmente abriu o portão que lhe dá acesso permitindo assim a nossa

entrada.

Pelo caminho abaixo, até chegarmos à velha casa, íamos admirando todo o

ambiente envolvente, encantados com este lugar pela sua história.

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Quando lá chegamos ,rodeámos a casa, os jardins, todos os espaços, e até

imaginámos ali bem perto de nós, o fidalgo da Torre, D. Gonçalo Mendes

Ramires. Parecia que estava a espreitar por detrás da velha janela,

admirado pela nossa curiosidade e ousadia, ouvindo até, nas escadas das

traseiras onde um sol tímido nos aquecia, alguém ler algumas linhas do livro

a esta casa dedicado. Era a Teresa, senhora das letras, com a voz bem

colocada, alto e bom som nos lia: ”Desde as quatro horas da tarde, no calor e

silêncio do domingo de Junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma

quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa,

trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires ( que naquela sua velha aldeia de Santa

Ireneia, e na vila vizinha, a asseada e vistosa Vila-Clara, e mesmo na cidade,

em Oliveira, todos conheciam pelo “Fidalgo da Torre”) trabalhava numa

novela histórica,”A Torre de D. Ramires”,etc, etc….

Depois desta pequena homenagem ao Fidalgo da Torre, feita através de Eça

de Queirós, rumámos a um lugar histórico ligado à fundação de Portugal, a

Santa Maria de Cárquere. onde existe um mosteiro. Segundo dados

históricos, este mosteiro pertenceu aos “Cónegos Regrantes” de Santo

Agostinho também conhecidos por “Crúzios” por estarem ligados ao

mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

Em 1541 foi oferecido aos Jesuítas por D. João III tendo estes monges

instalado aqui um hospício para tratar pessoas pobres .Mais tarde(1578),

por bula do Papa Gregório XIII, os seus bens ficaram subordinados ao

colégio dos Jesuítas de Coimbra.

No ano de 1759, o Marquês de Pombal expulsou-os de Portugal e toda a

riqueza que estava espalhada por várias localidades foi doada à

Universidade de Coimbra.

Sendo Cárquere um lugar cheio de lendas e tradições, conta-se que aqui,

outrora, aconteceu um milagre, o qual, cronistas do século XVII são

unânimes em afirmar e narrar.

A Rainha D. Teresa, filha do rei de Castela, deu à luz um filho, Afonso

Henriques, que nasceu com as pernas aleijadas. Quando D. Egas Moniz viu a

criança, teve pena da Rainha, tomou conta dela e criou-a confiando em Deus

que lhe poderia dar saúde.

Estando D. Egas a dormir, apareceu-lhe em sonhos Nossa Senhora, a Virgem

Maria, que o mandou a tal lugar onde cavando a terra encontraria uma igreja

que noutro tempo foi começada em seu nome e também uma imagem sua.

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Disse-lhe para levar o menino e colocá-lo sobre o altar para que ficasse

curado das pernas, o que aconteceu, dando-se assim o milagre.

D. Egas agradeceu à Nossa Senhora por tão grande graça e por causa deste

acontecimento foi construído nesta igreja o “Mosteiro de Santa Maria de

Cárquere”.

Há dúvidas sobre a veracidade deste milagre porque as crónicas que o

narram foram escritas quatro ou cinco séculos depois do acontecido. Pensa-

se que a narração do “milagre” se deve à imaginação dos monges do mosteiro

para engrandecer a sua Ordem e atrair mais romeiros àquele lugar.

( Esta narração vem na crónica de D. Afonso Henriques, escrita por Duarte

Galvão publicada e impressa em 1726).

Resumidamente, fica aqui um pouco da história deste lugar cujas festas e

romarias se realizam periodicamente em honra de Santa Maria.

Estando assim terminada a nossa rota, dirigimo-nos para a quinta da Graça

onde um bom almoço nos esperava.

Almoçámos, convivemos, despedimo-nos até breve agradecendo também aos

organizadores Ricardo e Sofia, pelo trabalho que tiveram, pela boa escolha

dos locais que visitámos e pelos momentos de convívio que nos

proporcionaram.

Maria José Fernandes Vasconcelos Machado

In: http://ecoturimindelo.wordpress.com/arquivos/

À descoberta do Património

No passado dia 29 de Setembro incluído nas

Jornadas Europeias do Património, o Seminário de

Nossa Senhora de Lourdes percorreu dois locais de

referência do concelho de Resende tais como, o

Museu Municipal e a casa da Torre da Lagariça, em

S. Cipriano, mais conhecida como casa de Ramires

descrita numa das obras de Eça de Queirós.

A Torre da Lagariça, situada bem perto da via Romana que vinha de

Conímbriga em direcção a Bracara Augusta, foi local de vigia, prisão e por

fim casa de habitação dos fidalgos da Torre da Lagariça. Enquadra-se, por

isso, numa das paisagens mais deslumbrantes da região embebida de uma

serena paz que nos eleva e transcende.

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O dia amanheceu um pouco nublado e chuvoso, mas com ajuda de Deus,

possibilitou que seminaristas e formadores visitassem e adquirissem novos

conhecimentos das tradições, história e cultura deste povo.

Pela manhã invadimos o Museu de Resende para visualizarmos um filme: As pontes sobre o Douro, de Edgar Cardoso, um engenheiro civil, professor

catedrático e excelente projectista de pontes.

À tarde, e juntamente com algumas pessoas que agradavelmente nos

acompanharam, rumamos até S. Cipriano, onde, com muita gentileza fomos

recebidos por um dos descendentes da casa de Ramires. O Sr. Luís Cochufel

explicou-nos as origens e a razão de ser de todo aquele espaço. O silêncio,

que se fazia naquele lugar, tornou atractivo as suas palavras. Percorremos

as zonas mais importantes: eira, mata com zonas de piquenique e de convívio,

Via-sacra, jardins e fonte. Por fim entramos na casa. Todos os pormenores

eram maravilhosos. Vislumbrámos a torre que data do séc. X, uma das

maravilhas da idade medieval e património nacional.

Cada pedra que admiramos traz a marca do trabalho humano, a sabedoria de

um povo, a voz das gentes e o suor de tantos homens que desenvolveram e

fizeram crescer aquele local. O tempo deixou as suas marcas e, por isso,

podemos contemplar dez séculos de história e de vida. Todos ficamos

satisfeitos e agradecidos à Câmara Municipal de Resende que nos

possibilitou a oportunidade de conhecer mais um pouco do concelho,

explicado e dinamizado pela Drª Susana Gomes.

Os seminaristas pedem e desejam que a beleza daquele recanto não caia no

esquecimento e abandono, mas que surjam projectos novos e ousados que

dignifiquem o trabalho e o desenvolvimento que outros homens nos

deixaram.

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Joel Pedro, 11º ano

In: http://www.seminarioderesende.com/actividades1.htm

APRESENTAÇÕES:

1ª PARTE - A ENVOLVENTE DA CASA: QUINTA E MATA

QUE COMENTÁRIOS / SUGESTÕES GOSTARIA DE FAZER SOBRE A

APRESENTAÇÃO:

* Gostaria que se fizessem os possíveis pela sua preservação.

* Achei excelente.

* Deve todo o espaço ser recuperado ao ponto de lhe dar a dignidade que já

teve e merece.

* Dói ver o que se podia e devia fazer.

* A apresentação foi boa.

* Carece de algumas beneficiações. Era excelente a colaboração / mecenato

de entidades , no sentido de preservar, melhorando , as condições existentes.

* A apresentação foi feita com a simplicidade que é conferida a quem é

grande.

* Precisa limpeza da mata.

* A apresentação foi bastante interessante, com comentários bastante vivos

e interessantes, também.

* Restauro de tudo e corte das acácias.

* Restauro de tudo.

* Restauro da Casa, senão em 20 anos não há Casa de Ramires

* Renovação total da Casa e Quinta.

* Renovação total de tudo.

* Apresentação comentada, foi boa.

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2ª PARTE - VISITA DO INTERIOR

QUE COMENTÁRIOS / SUGESTÕES GOSTARIA DE FAZER SOBRE A

APRESENTAÇÃO:

* Gostaria que alguém, Estado ou (outros), pegassem neste património e

ajudassem a recuperar.

* O castelo devia ter outra perspectiva de vista e torná-lo mais seguro.

* Gostaria de encontrar tudo em melhor estado de conservação.

* Precisa urgente restauro.

* Carece de algumas beneficiações. Era excelente a colaboração / mecenato

de entidades , no sentido de preservar, melhorando , as condições existentes.

(repetição de comentário da 1ª parte)

* É de louvar o esforço de manutenção.

* O conjunto é de extrema importância documental (como Património natural

e edificado), para que não possa ser conservado como merece; entendo que a

família proprietária deve ter todo o apoio público, pois é um património que,

pelo seu valor, história e beleza, constitui um bem de que todos nós podemos

usufruir.

* Deve todo o espaço ser recuperado ao ponto de lhe dar a dignidade que já

teve e merece. (repete 1ª parte)

* Não tenho comentários a fazer, achei excelente.

* Gostaria que se fizessem os possíveis pela sua preservação. (repete 1ª

parte)

* Dá pena ver o estado em que se encontra a Casa. É preciso fazer alguma

coisa. Mecenato? Porque não?

* É de louvar o esforço de manutenção.

* Ficámos a conhecer melhor tudo o que não sabíamos.

E, já agora um comentário que surgiu no blog:

Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "Génese da Ideia":

Estimado Senhor (e Família),

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É com imenso agrado que verifico (eu, e certamente os meus sócios - já

direi o propósito da sua referência, abaixo, no rodapé! -) que se encontrou

um projecto para viabilização (e não alienação!) do património familiar.

Também o faço com admiração, da análise do projecto, e do empenho que

"transpira" do seu conteúdo.

Considero também que, contrariamente a uma das expressões constantes no

texto, o que será preciso; o que urge, mesmo a nível nacional, é o

"envolvimento", e não tanto o "desenvolver"... para além de suprimir de vez a

dicotomia ou tendência unidireccional de reforço do património público em

detrimento do privado. Antes, deveria haver (e para isso, começa-se

exactamente onde o Luís o fez...) processos de exploração alternativos e/ou

complementares (de preferência...), capazes de imprimir uma real "orgânica"

à vida e às "coisas".

Por último, seria "maravilhoso", poder encontrar-se´"fórmulas" equilibradas

de vivência do local, que necessariamente assumissem a pedagogia (mais

"pura e dura" da formação, do que do mero "turismo" ou "deambulação"),

articulando-a com o carácter também assumidamente familiar e "particular"

(na verdadeira acepção do termo!), permita-me a expressão: "sem

avacalhar" ou "escancarar" o património (isto, por terceiros, obviamente...),

fugindo também da excessiva "renovação".

Para "remate", seria excelente que se pudesse manter/recuperar este

património familiar, por aquilo que ele é, em primeira instância: uma família

(espero que se dêem bem entre si?).

Cumprimentos, verdadeiramente entusiásticos,

(assinatura)

(sócio da "Ilustre Casa de Ramires", elle même! e d'"A Cidade e as Terras", e outras - a

primeira, um atelier de arquitectura, desde 1997, e a segunda, uma consultora imobiliária, desde 1998 -).

Publicada por Anónimo em imaginar, criar ... tentar... fazer! a 13 de Abril de

2008 17:55

Solicitei, a 18 de Junho de 2008, a uma Fundação com sede no Porto, a

análise da possibilidade de me ajudar, e à família, a levar por diante esta

ideia. A resposta chegou-me a 7 de Outubro. Devidamente fundamentada,

foi negativa.

Não desistirei!