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Ciclo Biogeoquímico do N
Era uma vez....
• Universo 15G anos• 300 000 anos depois do Big Bang......criar átomos H, He,...• N: formado nas estrelas por nucleosíntese
– Fusão estrela de He temperatura e pressão: N
– N sólido (temperatura no espaço -270°C)
– Nsol convertido N2: gás vulcânico mais abundante (2Tg N/ano)
G = 109
Destino dos gases• Atmosfera vs. deposição... ciclagem geoquímica
• Transferência: reatividade– Pouco reativos: nobres (Ne, Ar) ainda estão na atm, não sofreram transferência
– Muito reativos: 99% C, S hidrosfera ou crosta
– Intermediário: N (2/3 está na atm e 1/3 na crosta)• Ligação tripla: radiação solar e descarga elétrica
Terra com N2 e sem vida
Schelesinger, 2005
• N2 Nr: N reativo
– Compostos de N: biologicamente ativos, fotoquimicamente reativos ou N radioativo
Schelesinger, 2005
Quem é o Nr?
– Formas inorgânicas reduzidas: NH3 e NH4+
– Formas inorgânicas oxidadas: NOx, HNO3, N2O, NO3
-,
– Compostos orgânicos (uréia, aminas e proteínas)
1. Atmosfera redutora com pouco NH3
2. NH3 é necessário para formação de MO3. Gerar NH3: ciclagem da água do mar através do vulcanismo.
5. 3,5G anos: organismos procariontes sobrevivem sem O2 e produzir NH3
Schelesinger, 2005
6. Cianobactérias começam a fazer fotossíntese
Como esse processo ocorreu........
7. 1,5-2 Ga O2 se acumula na atmosfera
4. NH3 + CH4, H2, H2O + descarga elétrica/UV = moléculas orgânicas
8. 0,5 Ga concentração de O2 atingiu níveis atuais
Hoje
• N2 = 80% atm
• Não reativo: ligação tripla entre os átomos N– Radiação solar e descargas elétricas (NO)
• 2% N2 atm disponível para biota:
– N2 fixado NH4+
• N várias funções importantes:– Elemento biolimitante PP– Controle do clima– Sedimentos biogênicos– Água do mar
• Alteração antrópica– Eutroficação– Efeito estufa– Destruição da camada de ozônio na estratosfera– 2050: 90% DIN fluvial tenha origem antrópica
Bianchi, 2007
Estados de oxidação
-3* 0 +1 +2 +3 +4 +5
NH3
Amônia
NH4+
Íon amônio
RNH2
Aminas orgânicas
N2 N2O
Óxido
nitroso
NO
Óxido
nítrico
NO2-
Nitrito
NO2
Dióxido de nitrogênio
HNO3
Ácido Nítrico
NO3-
Nitrato
Ciclo controlado por reações redox: plâncton e bactéria
Importantes na osmoregulação; * todos os compostos orgânicos
Principais Processos do ciclo do N
ATMOSFERAN2 NO
HNO3
NH3/NH4+ NO3
-
orgN
BIOSFERA
LITOSFERA
combustãolightning
oxidação
deposição
Assimilação
decaimento
nitrificação
denitri-ficaçãobiofixação
enterramento intemperismo
Reações biogeoquímicas: atmosfera
1.1 Nitrogênio inorgânico reduzido:
- NH3, NH4+
- estado de valência -3
• Processos físicos + químicos
• Biota: pouca interferência
• 4 grupos de espécies de N
-NH3: é a principal espécie emitida para atm produzida no processo de decomposição da MO- Emissão: pressão parcial no solo, água ou planta > pressão na atm
NH3 aerossol: reação ácido-base
• NH3(g) + HNO3(g) NH4NO3(s)
• NH3(g) + H2SO4(s) NH4HSO4(s)
• NH3(g) + NH4HSO4(s) (NH4)2SO4(s)
Removidoda atm por deposição
NH3: removido por deposição seca
NH4+: removido por deposição úmida (núcleo de
condensação)
1.2 Nitrogênio inorgânico oxidado
- várias espécies e estados de valência
- NOy: NO(g) + NO2 (g) + HNO3 (g) + ....
NOx
Espécies reativas: baixa meia vida na atm
NO: espécie mais comum
- N2 NO: combustíveis fósseis e descargas elétricas
- Nr NO: incêndio e atividade microbiana
Uma vez na atm o NO.....
NO + O3 NO2 + O2
NO2 + OH HNO3
HNO3+ NH3 NH4NO3 (aerossol)
Um ciclo importante envolvendo hidrocarbonetos e ozônio tem sérias implicações na capacidade oxidativa da atm
• N2O: não está incluído no NOy
– Produzido: nitrificação e denitrificação– 100 anos de residência na atm, ampla dispersão– Pouco reativo na troposfera– Estratosfera: radiação UV
N2O + O(1D) 2NO destruição do ozônio
Assim.... o NO produzido vai destruir o ozônio estratosférico
NO + O3 NO2 + O2
O3 O2 + O
NO2 + O NO + O2
A reação líquida é:
2O3 3O2
N2O: Efeito estufa e destruição da camada de ozônio
1.3 Nitrogênio orgânico reduzido (R-NH2)
• Bactéria, material particulado e espécies solúveis• Processos de baixa (turbulência) e alta temperatura
(queima de biomassa)• Espécies solúveis (aminoácidos, uréia) são as mais
reativas
1.4 Nitrogênio orgânico oxidado• Formados na atm• Produto final de reação de hidrocarbonetos com NOx
Reações biogeoquímicas: biosfera
Schesinger, 2005
Etapas
Fixação do N2
Redução do N2 para NH4+ ou NH3 ou compostos orgânicos
Processo caro: poucos organismos foto ou heterotrófico Cianobactéria: Oscilllatoria ssp
Ampla distribuição, gde abundância em águas tropicais
Libes, 1992
- Fixação de N2 em águas rasas- Zona eufótica: microzonas anóxicas
Etapas
Assimilação da amônia ou amônio Incorporação do NH4
+ ou NH3 na biomassa de organismos na forma de um composto orgânico nitrogenado.
A assimilação de N é mais barata para as espécies reduzidas, mas uréia, nitrito e nitrato tbém podem ser assimilados
Nitrificação
Processo aeróbico de oxidação de NH4+ por bactérias
nitrossomas e oxidação do nitrito em nitrato (nitrobacter):
2NH4+ + 3O2 2NO2
- + 2H2O + 4H
2NO2- +O2 2NO3
-
Decomposição do fito(N orgânico particulado)
N refratárioLibes, 1992
Etapas Denitrificação:
- Redução do nitrato para qualquer espécie de N gasoso.
- Águas sub-saturadas em O2, o nitrato (oxidante) é usado para obter energia. Gde qde de MO necessária
5CH2O + 4H+ + 4NO3- 2N2 + 5CO2 + 7H2O
NO3- NO2
- NO N2O N2
Regiões de ressurgência, baixa circulação, sedimentos costeiros
TO2N2ONH4
+
PO43-
NO2-
NO3-
Libes, 1992
Perfis verticais do Pacífico Norte: zona tropical leste
Denitrificaçãona presença de O2
Etapas
Amonificação Processo que converte nitrogênio orgânico
reduzido (R-NH2) para nitrogênio inorgânico reduzido (NH4
+)
Processo de decomposição da MO
Processos envolvidos na ciclagem do N
• Variação espacial: zona costeira vs oceano – Condições redox– Cargas de C orgânico– Cargas antrópicas
SEDIMENTOS
Bianchi, 2007
Distribuição geográfica do N fixado
Sedimentos das zonas costeiras: aporte fluvial, fixação bêntica de N
Libes, 1992
• Altas taxas de N: pequenas cadeias alimentares• N reciclado rapidamente na água e sedimento• Remineralização do N no sedimento é importante para PP
• Nitrificação no sedimento: sumidouro de O2, regula a posição vertical da camada redox;
• Heterogeneidade redox: nitrificação e denitrificação
• Taxas de nitrificação e denitrificação:– Atividade de micróbios– Aporte de POM– Aporte de O2 (circulação água e PP bentônica)– Denitrificação e sulfato redução
Algas suprimem taxas de nitrificação, pois competem por amônio, excretando toxinas e elevando o pH água intersticial.
Nitrato & mineralização
Remineralização
N:P 16:1
Fosfato (mol/kg)
Nitr
ato
(m
ol/k
g)
Sarmiento & Gruber, 2006
Denitrificação
N:P 104:1
Fixação N2
N:P 40-125:1
N* como traçador de denitrificaçãoN* = efeito de denitrificação e remineralização da
MO rica em N de organismos fixadores de N2
N* = N –16 . P + 2,9 mmol/m3
Maior fonte de nitrato via fixação de N2
Maior sumidouro de nitrato
2,9 mmol/m3 é usado para fazer a média de N* = 0
Decréscimo do N*
Máxima Mín
Denitrificação na coluna d’água e sedimento
Zonas de oxigênio mínimo: gde perda de nitrato por denitrificação
Zonas de sombra da termoclina: ventilação, apenas difusão, alto tempo de residência
Sarmiento & Gruber, 2006Escuros<0, claros>0Densidade da água sub-tropical modal (200-400m)
Zonas na termoclina que ocorre perda de nitrato por denitrificação
N* < 0
Impactos das regiões anóxicas
• Atlântico Norte: – importante fixação de N2 (balanço pela perda de N fixado por
denitrificação na coluna d’água e sedimento)
– Porque? Alto aporte de Fe por poeira
– Fixadores de N2: demandas de Fe > outros organismos
• MO com alta razão N:P (pico de N* sub-superfície)
N* como traçador de fixação de N2
Balanços de N
T = 1012
• Fontes sumidouros não pode persistir por muito tempo: N fixado teria acabado em 5000 anos– Eventos esporádicos, alteração antrópica
• Hipótese de Gruber é mais provável
• Denitrificação e nitrificação: distribuição espacial P e N– N fixado: 3000 anos tempo de residência– P: 30,000-50,000 anos tempo de residência
• Razão N:P controla a homeostase a longo prazo– Esta razão liga os processos de fixação de N2 e denitrificação
• Denitrificação: nicho para fixadores de N– Aproveitam o excesso de P
Óxido Nitroso (N2O)
• Fluxo oceânico: 4 Tg N2O/ano – 40% pré-antropogênico
• Importante gás estufa
• Grande variação natural nos últimos 100,000 anos
• Aumento de origem antrópica: 200 anos
p N2O (valores positivos indicam saturação)Fluxo atm: áreas de ressurgência e altas latitudes
Altos fluxos para atm das zonas ressurgência/ altas latitudes
N2O: nitrificação (NH4+ N2O) e denitrificação (- importante)
–Nitrificação inibida pela luz: N2O formado zona afótica
•Águas da zona afótica chegam na superfície: ressurgência ou mistura vertical (convecção profunda)
Relação AOU e N2O na termoclina:
- AOU N2O - AOU = nitrificação
Mas só isso explica?
25mol/m3
50mol/m3
N2O mol/m3
N2O mol/m3
Atlântico
Pacífico
40°S
60°S
40°N
10°N
Eq
Eq
0m
0m
1400m
1400m
AOU (mmol/m3) AOU (mmol/m3) AOU (mmol/m3) N
2O (m
mol
/m3 )
(1) Se a produção de N2O fosse resultado apenas da nitrificação:relação linear entre N2O e AOU N2O deve aumentar com o aumento do AOU (decréscimo de O2);
N2O é consumido quando baixa-se muito os teores de O2
(2) Todo N2O é produzido por “mecanismo de baixo O2” (nitrificação + denitrificação, dependente do nível de O2 in situ)
(3) ½ nitrificação e ½ “mecanismo de baixo O2” ***best fit
(1) (2) (3)
Impactos antrópicos no ciclo do N
1. Produção de ozônio troposférico e aerossóis: doenças respiratórias, câncer
2. Nr e deposição excessiva: produtividade e biodiversidade
3. Nr (+S): acidificação e perda de diversidade
4. Nr: eutroficação, hipoxia, perda de habitat
Considerado o maior problema de poluição costeira!
5. Mudança climática e depleção do ozônio na estratosfera
Cascata do N: problemas interligados; fonte torna-se irrelevante
Características de diferentes sistemas em função da cascata de N
Sistema Acumulação Produção N2 Potencial transferência
Efeito
Atm Baixa 0 Muito alto Humano, clima,
ecossistema
Floresta Alta Baixa Moderado Biodiversidade, PP,
mortalidade, água
Amb. Marinho
Baixa-moderada
Alta Moderado Biodiversidade, ecologia, peixes, PP
Referências
• ******Sarmiento & Gruber (2006) Ocean Biogeochemistry Dinamics.
• S. Libes (1992) An Introduction to Marine Biogeochemistry. Wiley, UK, 752p.
• F. Millero (1996) Chemical Oceanography. 2nd Edition. CRC Press, USA, 469p.
• W. Schesinger (2004) Biogeochemistry (Treatise on Geochemistry V. 8).Elsevier, UK, 702p.