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Dicas para promover a participação de
adolescentes nos municípios do Semiárido
Cidadania
dos
adolesce
ntes
REALIZAÇÃO
APOIO
Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
Dicas para promover a participação de adolescentes nos municípios do Semiárido
Cidadania dos Adolescentes
FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA
UNICEF
Brasília, 2010
1 Ediçãoa
Cidadania dos adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
3
Realização
Cidadania dos AdolescentesDicas para promover a participação de adolescentes nos municípios
do SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
Fundo das Nações Unidas
para a Infância - UNICEF
Marie-Pierre Poirier
Representante do UNICEF no Brasil
Escritório da Representante
do UNICEF no Brasil oSEPN 510 - Bloco A - 2 andar
Brasília / DF - 70750-521 www.unicef.org.brwww.selounicef.org.br
Edição de textoNadja Vladi
Projeto gráfico e diagramaçãoKDA Design
FotosJoão RipperManuela Cavadas
RevisãoKDA Design
A reprodução desta publicação,
na íntegra ou em parte, é permitida
desde que citada a fonte.
Brasília, 2010
Créditos
É no município onde cada criança e adolescente nasce, cresce e
se desenvolve. O município é o local onde os meninos e
meninas vivem com suas famílias e, portanto, onde podem
acontecer mudanças concretas para melhorar sua situação de
vida. Com esse objetivo, o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) lançou o Programa Selo UNICEF Município
Aprovado. A proposta é mobilizar gestores, técnicos,
conselheiros de direito, conselheiros tutelares, lideranças
comunitárias, comunicadores, além dos próprios adolescentes e crianças, para
avançar – todos juntos – na garantia dos direitos de cada criança e adolescente. Os
municípios que demonstram maior esforço em melhorar essa realidade recebem o
reconhecimento do UNICEF.
A ideia nasceu no Ceará em 1999. Depois, ampliou-se para todo o Semiárido e em,
2009, chegou à Amazônia Legal Brasileira. Neste momento,
mais de de brasileiros participam
do Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012.
O ponto de partida é a adesão assinada pelo prefeito ou
prefeita. A partir daí, o município inicia um amplo processo
de mobilização, de desenvolvimento de capacidade
técnica, além de monitoramento de indicadores
sociais. Tudo isso para conhecer melhor a
situação da infância e adolescência, fortalecer as
políticas públicas locais e avançar na garantia dos
direitos de cada criança e adolescente.
Mas os municípios não estão sozinhos nesse
desafio. O Selo UNICEF faz parte do Pacto Nacional
Um mundo para a criança e o adolescente do
Semiárido, compromisso firmado em junho de 2004 e renovado em 2007 pelo
presidente da República, ministros de Estado, 11 governadores, organizações da
sociedade civil, organismos internacionais e empresas. Na Amazônia, por sua vez, o
Selo é uma contribuição para a Agenda Criança Amazônia, compromisso pactuado
pelos governadores da Amazônia Legal Brasileira com o objetivo de assegurar os
1.800 municípios 19 Estados
Semiárido
Amazônia
O que é o S
elo UNICEF
Município Apr
ovado?
O que é o S
elo UNICEF
Município Apr
ovado?
Cidadania dos adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
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direitos de cada uma das crianças e adolescentes da região. A Agenda Criança
Amazônia está em sintonia com o compromisso Mais Amazônia pela Cidadania,
assinado em 2008 pelo presidente Lula e os governadores da Amazônia Legal.
Com o Selo, o UNICEF busca contribuir para que o Brasil torne realidade
o que está garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal
8.069/90), reduza suas disparidades regionais e alcance os
Como o mun
icípio
marca ponto
s com a
sua participa
ção ?
A avaliação dos municípios para conquista do Selo UNICEF Município Aprovado
acontece em três eixos. O eixo do Impacto Social avalia as condições de vida de
meninos e meninas por meio de 13 indicadores das áreas de saúde, educação,
proteção e meio ambiente. O eixo da Gestão de Políticas Públicas, por sua vez,
avalia o avanço nas políticas públicas, ações e programas realizados pelo município
por meio de 19 indicadores quantitativos e qualitativos. Para completar, o Eixo da
Participação Social avalia a capacidade do município de promover e qualificar a
participação social.
Neste eixo, será incentivada e avaliada a capacidade dos municípios de mobilizar
setores da comunidade para realizar fóruns comunitários e atividades temáticas.
Na avaliação, serão consideradas: a diversidade dos envolvidos; a forma como
foram conduzidos os processos de mobilização social; os produtos resultantes das
atividades temáticas; e a sustentabilidade das ações de participação realizadas.
Sobretudo, a sua participação será levada em consideração. Ganha pontos o
município que demonstra sua capacidade de valorizar e incluir as próprias crianças
e adolescentes em processos participativos.
O CMDCA vai enviar informações sobre a participação dos adolescentes nas
atividades do Selo aos escritórios do UNICEF nos Estados e, com essas informações,
será calculada a pontuação.
Objetivos de
Desenvolvimento
do Milênio (ODM).
Erradicar a extrema pobreza e a fome;Atingir o ensino básico universal;Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres;Reduzir a mortalidade infantil;Melhorar a saúde materna;Combater o HIV/aids, a malária e
outras doenças;Garantir a sustentabilidade ambiental;Estabelecer uma parceria mundial
para o desenvolvimento.
O governo do Brasil e de outros 188 países-
membros da Organização das Nações Unidas
(ONU) assumiram no ano de 2000 o
compromisso de alcançar até 2015 os seguintes
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio:
Por que participar do Selo UNICEF?
Como o município vaipromover minha participação no Selo?
Mobilizando e participando das ações do Selo
Organizando núcleos e escolhendo representantes
Conhecendo a situação dascrianças e adolescentes no município
Desenvolvendo seu projetos e atividades no Selo
10
11
14
16
21
25
9
sumário
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Boas-vindas
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
9
Este guia também está disponível em versão eletrônica
no site e www.unicef.org.br www.selounicef.org.br
Boa leitura!Marie-Pierre Poirier
Representante do UNICEF no Brasil
Olá,
Seja bem-vinda, seja bem-vindo ao Selo UNICEF Município Aprovado Edição
2009-2012!
O Selo UNICEF é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) e tem por objetivo contribuir com os municípios para que eles sejam,
cada vez mais, um lugar melhor para meninas e meninos viverem. Para atingir a
esse objetivo, contamos com o apoio de vários parceiros. Agora, esperamos
contar com sua participação também.
Queremos muito que esta publicação seja uma oportunidade para você conhecer
melhor seus direitos, a realidade de seu município e as pessoas com quem você
convive. Desta forma, poderemos juntos avançar na garantia dos direitos de cada
criança e cada adolescente que vivem na sua região.
Este manual traz dicas e exemplos sobre como organizar e promover processos
participativos; como conhecer melhor a situação das crianças e adolescentes do
seu município; como realizar oficinas e desenvolver produtos de comunicação;
como identificar as expressões culturais que fazem parte da diversidade da sua
região, como por exemplo as expressões culturais de origem africana ou indígena;
e como promover eventos culturais, sociais e esportivos em favor dos direitos da
criança e do adolescente do seu município.
Aqui, você vai compreender melhor a importância de expressões como
participação social, mobilização, organização de grupos, ação política,
democracia, diversidade e transformação social. Sua participação poderá abrir
novas janelas para você ver seu município e o mundo com outros olhos.
Esperamos que este aprendizado possa ser divertido e desafiador.
Chegou a vez de mostrar toda energia, criatividade e determinação dos
adolescentes. Contamos com você!
boas-vindas
A participação é um direito de todos, e não só dos adultos. Sendo adolescente,
você também tem direito de expressar sua opinião, ser ouvido e participar de
decisões que lhe dizem respeito. Sobre isso, um documento muito importante
chamado Convenção sobre os Direitos da Criança, diz em seu Artigo 12:
Quase todos os países, inclusive o Brasil, foram signatários, ou seja, assinaram
o documento. Aqui, a proposta da Convenção se transformou em lei, com
o surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990. O Brasil
reconheceu que cada criança e adolescente tem muitos direitos, incluindo o
direito a participar.
Mas o direito à participação não foi um presente: ele teve de ser conquistado.
Crianças e adolescentes do País inteiro tiveram que se organizar – e se organizam
até hoje – para expressar suas ideias e anseios sobre temas que afetam sua vida,
como educação, saúde, sexualidade, lazer, preservação de sua história e cultura,
entre outros tantos. Nas várias regiões do Brasil, gente da sua idade participa de
atividades para discutir e fazer mobilização pelos seus direitos.
O objetivo da sua participação no Selo UNICEF é tornar mais forte a sua voz
dentro do município, aproximando você das pessoas responsáveis por defender,
promover e proteger os direitos da criança e do adolescente.
Participando, você pode ser um importante e fazer valer as leis que já
existem para protegê-lo e quem sabe até ajudar a melhorá-las. Por isso, convide
seus amigos, colegas, vizinhos, parentes – chame todo mundo que você conhece
para participar.
“Os países signatários devem garantir o direito de toda criança
que for capaz de formar opiniões próprias de expressar-se
livremente sobre toda e qualquer questão que lhe diz respeito
e que sua opinião deve ser levada em consideração sempre de acordo
com o seu desenvolvimento”
ator social
Por que part
icipar
do Selo UNIC
EF?
ATOR SOCIAL não é alguém que interpreta peças de teatro, mas
é quem realiza ações em prol da sociedade. Assim como o ator de
dramaturgia tem um papel em um espetáculo, o ator social tem um
papel a cumprir na sua comunidade.
o qUÊ?
10 Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
11
Como o mun
icípio
vai promover
minha
participação
no Selo? 1 2
O artigo 227 da Constituição Federal determina que os direitos da criança e do
adolescente são de responsabilidade do Estado, da sociedade e da família. Quando
surgiu o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 13 de julho de 1990),
ele definiu que esses direitos vão ser assegurados com uma forte participação da
sociedade por meio dos Conselhos de Direitos e dos Conselhos Tutelares.
Conselhos de Direitos
Com o objetivo de elaborar as políticas de promoção, garantia e defesa dos direitos
das crianças e dos adolescentes, o Estatuto criou os Conselhos de Direitos. Eles são
responsáveis por sugerir, formular e fiscalizar políticas que ajudem a União, os
Estados e os municípios a garantir os direitos estabelecidos no Estatuto. Por isso, no
nível federal, existe o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
(CONANDA); em cada Estado, existe um Conselho Estadual dos Direitos da Criança e
do Adolescente (CEDCA); e em cada município, existe o Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).
Todos esses Conselhos de Direitos são compostos por
metade de representantes do governo e outra metade de
representantes da sociedade civil. É muito importante
que você conheça o Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente da sua cidade e converse com os
conselheiros do seu município sobre a melhor forma de
garantir a participação dos adolescentes.
Uma tarefa importante dos Conselhos de Direitos é organizar as conferências
municipais, estaduais e nacional sobre os direitos da criança e do adolescente.
Essas conferências são encontros organizados a cada dois anos. Nelas são
tomadas importantes decisões sobre políticas para a infância e adolescência.
Para fazer parte do Selo UNICEF, o prefeito ou prefeita do seu município assinou
um termo de adesão e se comprometeu a melhorar a situação de vida de cada
criança e adolescente que mora na sua cidade. O primeiro passo foi indicar um
articulador ou articuladora municipal do Selo. Outro compromisso foi criar (caso
não existisse) e garantir o funcionamento do
e do
Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente (CMDCA) Conselho Tutelar.
o qUe são os conselhos ?
Marque no
calendár
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da criança
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Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
1312
Tanto o articulador ou articuladora municipal do Selo como representantes do
CDMCA fazem parte da Comissão Municipal Pró-Selo. O UNICEF recomenda que
essa comissão seja criada para fortalecer as parcerias e articulações em torno dos
objetivos do Selo. Ela deve ser diversa e representativa dos diferentes setores e
instituições do município, incluindo de maneira especial as lideranças adolescentes.
Após o primeiro encontro de capacitação com os articuladores e representantes
do CMDCA, seu município se comprometeu em organizar um processo de
no intuito de escolher dois adolescentes mobilizadores – um
menino e uma menina, entre 12 e 17 anos – para fazer parte da Comissão
Municipal Pró-Selo. Para essa participação se ampliar e se fortalecer, pode ser
organizado inclusive um Núcleo de Mobilização de Adolescentes.
Com a sua ajuda e de outros adolescentes, o CMDCA e a Comissão Pró Selo vão
realizar um estudo sobre a situação dos meninos e meninas do município. Esse
estudo, chamado de Diagnóstico Participativo, será apresentado e validado no 1
Fórum Comunitário do Selo UNICEF.
mobilização
o
MOBILIZAÇÃO é chamar outras pessoas para participar de uma
determinada ação.
o qUÊ?
O 1 Fórum Comunitário do Selo UNICEF
deverá acontecer nos municípios até o dia
30 de setembro de 2010. Os mais variados
representantes da comunidade são
chamados a refletir sobre os direitos de
crianças e adolescentes. É uma ótima
oportunidade de os adolescentes marca-
rem presença na discussão. Participe!
o
DICA
Você receberá apoio do município para:um Núcleo de Mobilização de Adolescentes;
representação na Comissão Pró-Selo;para investigar a situação dos meninos e meninas do município por meio de um Diagnóstico Participativo;
dos Fóruns Comunitários e da construção do Plano Municipal de Ação; seus próprios projetos em temas
específicos para os quais receberá orientações.
Compor
Ter
Contribuir
Participar
Desenvolver
RESUMÃO
Durante o processo do Selo UNICEF, estão
previstos dois fóruns comunitários. Eles
fazem parte do eixo da Participação
Social e serão uma oportunidade
valiosa para a comunidade conhecer
melhor a realidade das crianças e
adolescentes no município, dar
sugestões e avaliar os projetos e
políticas sociais já realizados. É um
espaço de diálogo que estimula a
participação da população e fortalece
o compromisso de gestores públicos com a garantia dos
direitos das crianças e adolescentes.
Para completar as atividades do Eixo da Participação Social, o seu município será
convidado a desenvolver atividades em três temas: (1) Educação para Convivência
com o Semiárido; (2) Cultura e Identidade: Comunicação para a Igualdade Étnico-
racial; e (3) Esporte e Cidadania.
Em todos eles, o seu envolvimento será essencial. E você encontrará dicas sobre
como participar dessas atividades na última parte deste guia.
Diversos segmentos da sociedade envolvidos na luta pelos seus
direitos participam desse momento inclusive você pode participar.
Na Conferência Nacional de 2009, estiveram presentes cerca de
600 adolescentes do Brasil inteiro, eleitos em seus municípios e
Estados como delegados.
Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar é um colegiado formado por cinco pessoas
escolhidas pela comunidade para fiscalizar a aplicação do
Estatuto da Criança e do Adolescente e atuar de
forma imediata para encaminhar os casos de
ameaça ou violação dos direitos de crianças e de
adolescentes. A maioria das cidades tem um
Conselho Tutelar. Cidades maiores podem ter mais
de um Conselho Tutelar.
É papel do Conselho Tutelar, entre outros: aplicar
medidas de proteção previstas no Estatuto; atender e
aconselhar os pais ou responsável; requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; requisitar certidões de
nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário; e assessorar o
Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
–
Seu município contribuirá criando e desenvolvendo espaços de diálogo
entre você e os atores sociais respon-
sáveis pela garantia de seus direitos.
Procure saber quem é o (a) articula-
dor (A) do selo unicef no seu município
14
O para participar das atividades do Selo UNICEF é procurar o
Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) do seu município. Lá,
você será informado sobre como fazer parte das ações do Selo no município.
PRIMEIRO PASSO
O CMDCA será seu principal aliado para
de outros adolescentes para participar nos espaços de discussão e decisão sobre os
direitos das crianças e adolescentes do seu município.
organizar o processo de mobilização
Mobilizando
e
participando
das
ações do Se
lo3
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
15
Os grêmios escolares e os grupos que existem na sua cidade são pontos de partida
perfeitos para começar a convocar as pessoas. Mas o mais importante é não ficar
só entre amigos: é convidar outros adolescentes para que, assim, possamos ter
diversidade. Adolescentes da zona rural e da zona urbana; das comunidades
indígenas e quilombolas; com deficiência ou não; sem esquecer de equilibrar o
número de meninos e meninas – quanto mais variado for o grupo, mais força e
mais ideias ele terá. O UNICEF acredita que é fundamental garantir a
da participação social no Selo.
diversidade
o qUÊ?
DIVERSIDADE é uma característica importante da vida em sociedade. A
presença de pessoas com diferentes culturas, religiões, origens étnicas e
raciais, diferentes orientações sexuais, opiniões políticas, visões de mundo
constitui uma riqueza para toda a sociedade. A diversidade da sociedade
brasileira está na presença dos negros, dos brancos, dos povos indígenas,
dos ribeirinhos, dos ciganos... das várias religiões, crenças, ritmos, tradições
e de tudo aquilo que constitui o nosso jeito de ser e de se expressar. Nesse
sentido, a diversidade é um valor que precisa ser respeitado, pois é a base de
uma sociedade democrática que respeita os direitos humanos.
Você vai contr
ibuir
com as ações
de mobilização
,
participando e
chamando
mais gente par
a participar.
Imagine que você vai dar uma festa para todos os seus
amigos – os da escola, os da rua e os parentes. Como você
faz para convidar tanta gente? É bem provável que seja
de várias formas. Aqueles que você encontra sempre,
certamente, vai convidar pessoalmente. Para os outros,
você mandará recados, e vai telefonar, ou até mesmo
enviar um e-mail ou uma mensagem no Orkut. Na
mobilização, o processo é o mesmo. Só que, desta vez, o
convite é para garantir os seus direitos e de todos os
adolescentes e crianças.
DICA
Como organ
izar um
processo d
e mobilizaçã
o?
Pergunte na sua casa, na escola ou na prefeitura onde está
o CMDCA. Caso não o encontre, entre em contato com o Conse-
lho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA)
ou até mesmo com o Conselho Nacional dos Diretos da Criança
e do Adolecente pelo email
. Na mensa-
gem, não se esqueça de dizer seu nome e a cidade onde vive.
DICA
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
17
Eis aqui algumas orientações de como realizá-lo:
Escolha um tema de interesse de todos a ser apresentado e debatido;
Convide alguém que saiba falar sobre o tema: um professor, um
funcionário público, alguém do CMDCA, o articulador do Selo ou
outro especialista;
Além do palestrante, convide também alguém para ser o
coordenador da mesa. A tarefa do coordenador será abrir o evento
falando sobre o objetivo do seminário e apresentar ao público o
palestrante, que em seguida dará início à sua fala;
Um terceiro convidado para a mesa deve exercer o papel de
facilitador. O facilitador é quem fica responsável por encontrar
maneiras de organizar as perguntas que o público tem para
o palestrante. Ele pode, por exemplo, passar uma folha, durante
o seminário, para as que pessoas que queiram fazer perguntas
coloquem o seu nome. Ao final da exposição, ele pode chamar essas
pessoas pelo nome, para que elas se levantem e perguntem. O
facilitador pode também pedir que as pessoas lhe enviem perguntas
em pedaços de papel e, ao final da palestra, ele mesmo lê as
perguntas para o palestrante;
Uma vez tendo as três pessoas que formarão a mesa do seminário,
escolha o local e a data do evento e convide o maior número de
pessoas possível;
Ao fim do seminário, o coordenador convida os presentes a participar
do Núcleo de Mobilização.
Sugestões de tema para as atividades:
Direitos da Criança e do Adolescente; Educação de Qualidade; Violência;
Gravidez na Adolescência; Meio ambiente e Mudança Climática.
1
2
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4
5
6
MÃOS À OBRA
Organizar um Seminário
Se o grupo tem mais de 30 PESSOAS,
faça um seminário.
16
Organizando
núcleos e es
colhendo
representan
tes
Agora que estão todos convidados a participar do Selo UNICEF, é hora de começar
a nossa trajetória. É hora de reunir os interessados para compor um time, o Núcleo
de Mobilização.
É fazendo parte do Núcleo de Mobilização que você poderá contribuir com as
atividades do Selo. Cada município deverá ter no mínimo 15 integrantes dentro do
seu núcleo. No entanto, não existe um número máximo. Quanto mais gente,
melhor para enfrentar os desafios que virão.
Organizado pelo CMDCA, o primeiro encontro do Núcleo deve ser marcante
e empolgante. Por isso, a sugestão é que se realize alguma atividade especial.
Pode ser uma oficina, uma assembleia, seminário ou qualquer outro tipo de
atividade de mobilização.
4
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
1918
MÃOS À OBRA
Organizar uma oficina
Reúna todos e divida-os em pequenos grupos. Cada grupo deverá
elaborar tarefas relacionadas a um tema que escolher;
A primeira tarefa pode ser: coloque em um papel tudo que o grupo
sabe sobre o tema escolhido; em outra folha, escreva todas as
dúvidas que o grupo tem sobre o tema. Duas pessoas do grupo
podem ser responsáveis por escrever;
Estime um tempo específico para cada tarefa, mas oriente o grupo a
ser democrático, permitindo que cada integrante tenha o mesmo
tempo para se expressar que os outros. Uma pessoa do grupo pode
ser responsável por controlar o tempo da tarefa;
Ao fim da tarefa, cada grupo escolhe um representante para
apresentar aos demais um resumo do que foi escrito;
Após a apresentação de cada grupo, estimule um tempo para que
todos possam falar o que aprenderam sobre cada tema. Estime um
tempo para esta atividade.
Ao fim da oficina, passe uma lista para que aqueles que tiverem
interesse em participar do Núcleo de Mobilização possam assinar.
1
2
3
4
5
6
Se o grupo tem entre 15 e 30 PESSOAS,
uma oficina é uma boa pedida.
MÃOS À OBRA
Organizar uma reunião
Convide o articulador da Comissão Municipal Pró-Selo ou outro
representante do CMDCA para um bate-papo sobre como será o
processo de participação dos adolescentes no Selo UNICEF;
É importante que o representante convidado explique que o
propósito deste primeiro encontro é o de formar um Núcleo de
Mobilização, cuja função é mobilizar mais adolescentes para
participarem das ações do Selo UNICEF na cidade;
Selecione também alguém para ser o facilitador e um outro para ser o
relator da reunião. O facilitador deve orientar os participantes a
manter uma ordem na hora de fazer perguntas ou dar sugestões
sobre o que foi dito. O relator deve anotar tudo para, no fim, haver
um informe da reunião contando tudo o que foi discutido;
Ao final do encontro, com todas as dúvidas e sugestões dos
participantes devidamente dadas, passe uma lista para quem tiver
interesse em fazer parte do Núcleo de Mobilização possa assinar e
colocar seus contatos.
1
2
3
4
Se o grupo tem o número mínimo de participantes, isto é, 15,
a maneira mais fácil de integrá-lo pode ser com uma reunião.
Após a formação do Núcleo de Mobilização, os participantes podem escolher quem
irá representar o grupo na Comissão Municipal Pró-Selo. No mínimo, deverão ser
dois adolescentes, um menino e uma menina, chamados de “adolescentes
mobilizadores”. Quem tiver interesse em ser representante pode apresentar ao
núcleo as suas propostas para mobilizar outros adolescentes da cidade. Esta é uma
boa maneira de observar quem se sairá melhor no papel.
Uma vez conhecendo os nomes dos candidatos, é preciso organizar um processo de
escolha democrático, no qual o desejo da maioria vença.
É importante que os representantes:
Tenham entre 12 e 17 anos de idade;
Possam dialogar e representar bem o grupo que os elegeu;
Sejam responsáveis e não faltem às atividades que assumirem;
Estejam matriculados na escola e façam parte de um grupo organizado por adolescentes;
Tenham o compromisso de repassar aos demais colegas do núcleo as informações que recebem.
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
2120
Conhecendo a
situação das
crianças
e adolescent
es
no município
Com o Núcleo de Mobilização formado, procure o Conselho Municipal de Direitos
da Criança e do Adolescente do seu município para combinar de que forma os
adolescentes vão participar do estudo que eles estão fazendo sobre a situação dos
direitos da criança e do adolescente no seu município.
O técnico do time é o CMDCA, o principal responsável pela elaboração desse
estudo, chamado de Diagnóstico Participativo. Portanto, cabe ao CMDCA
distribuir as funções dentro do grupo que fará parte da elaboração deste estudo.
É muito importante que o Diagnóstico leve em consideração como você e seu
grupo vêem as condições em que vivem no município. Portanto, dê sua opinião e
coopere com vontade na construção desse estudo.
Para ajudar no diagnóstico, você e seu grupo podem construir com o CMDCA um
roteiro que responda às seguintes perguntas:
Isto vai depender da situação que despertará
maior interesse no grupo. Pode ser que queira colaborar com informações
sobre o acesso à educação; à saúde; ao esporte e ao lazer; sobre a situação do
trabalho infantil; o acesso à água de qualidade e a coleta de lixo – ou mesmo
investigar outras políticas sociais, programas, planos e leis relativos a situações
diferentes dessas. Fica a critério do grupo.
Busque a população, os beneficiários das políticas,
e também funcionários públicos, gestores, políticos, organizações sociais,
associações, sindicatos etc.
As entrevistas só podem ser realizadas depois que
o roteiro de perguntas já estiver pronto, por isso, o seu grupo deve saber antes
exatamente quais serão as informações necessárias. Isso vai depender da
situação pesquisada e das pessoas a ser entrevistadas.
Faça perguntas que ajudem o
grupo a entender como uma determinada política pública chega até a vida das
pessoas. Por exemplo: Quais os serviços de atendimento disponível? Quantas
pessoas são atendidas por esse serviço? Como e quanto chega de dinheiro para
execução da política ou de um determinado programa?
Que dados vamos coletar?
Com quem vamos falar?
O que vamos perguntar?
Como fazer um roteiro de entrevista?
5MÃOS À OBRA
Escolher seus representantes
Usando cartões coloridos – Esta opção é a mais adequada para um grupo
de mais de 30 adolescentes. Cada candidato é associado a um cartãozinho
colorido, feito de cartolina ou lápis de cor. Em seguida, um a um, os
candidatos se apresentam à frente do grupo para dizer por que consideram
importante a participação dos adolescentes no município. Assim que todos
encerrarem suas falas, cada participante levanta ao mesmo tempo o cartão
na cor do seu candidato preferido. Uma pessoa neutra conta o número de
votos para cada candidato e, se houver empate, o processo se repete, mas
agora para decidir apenas entre aqueles que empataram.
Usando uma urna – Esta opção é a mais adequada para um grupo de 15 a
30 adolescentes. Os candidatos se apresentam e colocam seu nome em um
quadro ou papel na frente do grupo, de forma que todos possam visualizar.
Depois, cada candidato apresenta três propostas concretas para mobilizar
os adolescentes no município. Após apresentarem seus planos, os
participantes podem escrever os nomes dos candidatos que tiveram as
melhores propostas em pedaços de papel e depositar em uma urna. Ao
final, uma pessoa que não está envolvida no processo de escolha abrirá a
urna e outra contará os votos na frente de todos os participantes.
Usando quadradinhos – Esta opção é ideal para uma reunião com até 15
adolescentes. Cada candidato apresenta três propostas para mobilizar os
adolescentes do município. Os demais participantes podem votar em
voz alta em um primeiro e um segundo lugar, por ordem
de preferência com relação as propostas
apresentadas. Alguém anota os nomes de
cada candidato em uma lousa ou em um papel
à frente do grupo e cada voto é anotado como o
lado de um quadrado. Ao final, alguém conta
número de quadrados que cada candidato
A escolha dos adolescentes mobilizadores pode ser feita de
várias formas, mas sempre democrática!
Aqui, você tem algumas sugestões para organizar as eleições.
O que vale é combinar
tudo democraticamente,
respeitando as regras
estabelecidas pelo grupo.
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
2322
Levantando informações: Reúna todas as informações que você consiga coletar
sobre determinada situação, organize-as a partir de uma ordem de importância.
Lembre-se: quanto mais pessoas forem afetadas pelo assunto mais importante
ele é. Considere também como informações valiosas todas aquelas que foram
comprovadas com documentos oficiais e aquelas que são novidade.
Em órgãos públicos, escolas,
pontos de cultura, unidades do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
(PETI), Projovem, associações comunitárias, conselhos tutelares e onde mais
achar conveniente. Divida o grupo para coletar os dados iniciais e para
realização de entrevistas.
É importante que o grupo
faça encontros periódicos para avaliar a tarefa e trocar informações durante
todo o processo. Por isso, faça uma agenda desses encontros. Ao final, junte o
material, discuta com o grupo o que foi levantado e defina em conjunto qual o
diagnóstico geral da situação com base nas coletadas.
Fica a critério do grupo
escolher que informações vão entrar e como elas vão entrar no relatório a ser
entregue ao CMDCA. O ideal é que alguém seja eleito responsável por coordenar
a redação, que pode ser feita por tópicos, cada membro do grupo ajudando a
fazer uma parte. O importante é que, ao final, esse único responsável reúna
todas as partes e dê unidade ao texto, isto é, encaixe todos os tópicos de
maneira que o relatório não fique confuso a um leitor de fora do grupo.
Onde buscar as informações e dados?
Como reunir e analisar os dados coletados?
Como planejar a elaboração do relatório?
informações
O Diagnóstico
Participativo servirá
de base para a
construção de um
Plano de Ação
com projetos
pensados para
melhorar a
qualidade de vida
dos meninos e
meninas do
seu município.
Troque informações com o CMDCA durante
todo o processo de investigação. Pode ser que
o CMDCA já tenha disponível parte das informa-
ções de que o grupo precisa.
DICA
Uma opção para contribuir de forma criativa com o diag-
nóstico é realizar um mapeamento da situação da infância e
adolescência no município. Além de ser divertido, o mapeamento
permite que você e outros meninos e meninas relatem como é a vida em
relação aos espaços que fazem parte da sua cidade, do lugar onde você
mora, onde estuda e aonde vai para brincar.
Para a produção do mapeamento, você vai precisar de canetas coloridas,
papéis e um mapa do município ou comunidade onde mora. Existem
diversos modos de se conseguir um mapa do seu município: uma opção é
pedi-lo na sua escola, na Prefeitura Municipal ou até nas companhias de
água ou de eletricidade. Outra opção é imprimir do site do Google
Earth/Maps (www.googleearth.com). Você pode, ainda, querer desenhar
seu próprio mapa, sinta-se livre para fazê-lo.
Em seguida, será preciso reunir grupos de crianças e adolescentes que
vivem em diferentes lugares da cidade. Eles participarão de duas oficinas.
Na primeira oficina, cada grupo de crianças e adolescentes constrói o que
chamamos de árvore dos desejos. Peça para que cada grupo desenhe uma
árvore. Depois cada um, individualmente, pode desenhar ou escrever na
árvore um desejo, uma expectativa, um sonho e/ou esperança sobre a
comunidade ou a cidade.
Na segunda oficina, os desejos, expectativas, sonhos e esperanças
levantados devem ser transferidos em forma de desenhos para um mapa do
município, da comunidade ou do bairro. A partir dos desenhos, é possível
identificar onde essas crianças e adolescentes vivem, estudam, brincam ou
trabalham; e também se faltam escolas, postos de saúde, médicos e
medicamentos, espaços de lazer e esporte, etc.
Após o preenchimento do mapa, o grupo elabora um documento final
composto pelo mapa, legendas explicativas do que foi colocado nele e
também as declarações dos participantes por escrito. A ideia é que o texto
complemente as informações visuais do mapa e vice-versa. Deixe o mapa
bem colorido e as legendas, fáceis de entender.
MÃOS À OBRA
Fazer um mapeamento
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
2524
É muito importante que o Diagnóstico Participativo leve em consideração como
você e seu grupo veem as condições em que vivem no município. Portanto, dê sua
opinião e coopere com vontade na construção desse estudo.
Independente da forma que você e seu grupo escolham
para contribuir com o Diagnóstico Participativo, o
resultado dessa ajuda fará parte da apresentação
sobre a situação da infância e adolescência a ser orealizada durante o 1 Fórum Comunitário.
Sua presença é
fundamental nos
fóruns comunitários.
Combine com o
CMDCA como será a
participação do seu
grupo.
Desenvolven
do
seus projeto
s e
atividades no
Selo
Depois de mobilizar outros adolescentes; ter se organizado em Núcleos; ter
escolhido seus representantes; ter contribuído para a realização de um
diagnóstico sobre a infância e adolescência; ter participado ativamente do 1º
Fórum Comunitário; chegou a hora de desenvolver seus próprios projetos e ações
concretas em relação aos temas de Participação Social do Selo UNICEF.
Você vai participar de diálogos, debates e pesquisa sobre educação, meio
ambiente, esporte, arte e cultura. Vai produzir vídeos, programas de rádio, jornal
mural e blogs. Vai conhecer melhor o mundo das políticas públicas e – o mais
importante – vai poder influenciar nas decisões que são tomadas no seu município
para melhorar a vida das crianças e adolescentes.
Três temas foram definidos para o desenvolvimento de projetos e atividades na
região do Semiárido:
Educação para a convivência com o Semiárido
Esporte e Cidadania
Cultura e Identidade: Comunicação para a Igualdade Étnico-racial
O UNICEF enviará guias específicos para a realização de ações
em cada um dos temas, e o município vai formar um grupo
mobilizador para acompanhar cada um deles. É importante que
as ações realizadas em cada tema contem com a participação
ativa das crianças e adolescentes.
DICAAs escolas serão suas principais
aliadas para desenvolver projetos
e ações nos temas, mas as ativi-
dades podem (e devem) ir além
da escola. Use sua criatividade e
busque outras parcerias!
6
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
27
DICA
Para desenvolver seus projetos neste tema,
você pode formar uma Comissão de Meio
Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA) na
sua escola, se ela já não tiver uma. Veja como
fazer na cartilha elaborada pelo Ministério
da Educação (MEC), disponível no site:
Você também pode fazer parte de um Coletivo
Jovem pelo Meio Ambiente. Esses coletivos
existem em todo o País e estão ligados
nacionalmente pela Rede da Juventude pelo
Meio Ambiente e Sustentabilidade. Saiba onde
há um Coletivo Jovem mais próximo de você
pe lo endereço
http://portal.mec.gov.br/secad/CNIJMA/arquiv
os/com_vida.pdf
www.re juma.org .br
26
Enquanto você aguarda orientações detalhadas dos guias específicos sobre cada um
dos temas, aqui vão algumas dicas, orientações e sugestões de atividades e projetos:
|
A geografia da sua região, a identidade cultural e a própria qualidade da
educação podem ser temas estudados. Desse modo, meninas e meninos podem
descobrir novas maneiras de conviver com o Semiárido e colaborar no desen-
volvimento da região.
Uma forma possível de se trabalhar este tema é propor discussões e debates nas
escolas e comunidades sobre assuntos como acesso a água de qualidade, a
diversidade e as potencialidades do Semiárido. Vale procurar se existe alguma
entidade que já trabalhe com o assunto no seu município.
Tema 1 EDUCAÇÃO PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO
Toda Escola do Semiárido com
Água, Banheiro e Cozinha
Você sabia que existem muitas escolas
no Semiárido sem água, banheiro
ou cozinha? Por isso, o UNICEF, junto
os demais parceiros do Pacto Um mundo
para a criança e o adolescente do
Semiárido, lançou a iniciativa Toda Escola
do Semiárido com Água, Banheiro
e Cozinha. Para colaborar com o
projeto, verifique se existe alguma
escola no seu município e arredores
sem esses serviços.
com
DICAComeçando pelas escolas, pode ser
feito um mapeamento da rede de
distribuição de água ou do sistema
de coleta de lixo do município. Os
alunos podem visitar as escolas locais
para saber se nelas há fornecimento
de água de qualidade ou para saber
se possuem um bom sistema de
coleta de lixo.
Você pode ajudar a promover o patrimônio artístico e cultural do seu município
descobrindo poetas, artesãos, repentistas, músicos, atores, artistas, grupos
folclóricos, quituteiras, religiosos, dançarinos, capoeristas, entre outros que
exerçam atividades simbólicas para a cidade.
Você precisará conhecer os grupos culturais e as tradições folclóricas do seu
município. Para isso, converse com as pessoas mais velhas da comunidade e
busque informações nas escolas e centros comunitários sobre as atividades
desenvolvidas por cada grupo.
Ao final, coloque essas informações em forma de desenhos em um mapa que
mostre onde estão esses grupos e quais são suas atividades. Ah, não se esqueça de
fazer a legenda e de encontrar um lugar bem legal para divulgar o mapa cultural
da sua cidade.
Uma outra boa atividade na qual você também pode ajudar é na identificação e
reconhecimento dos diversos grupos étnicos-raciais que habitam o seu município.
Por exemplo, as comunidades indígenas ou quilombolas.
Para desenvolver essa atividade, a ideia é marcar no mapa do município onde
vivem todos os grupos étnicos-raciais que você conhece, relatando na legenda
suas diversas formas de vida e seus costumes.
Tema 2 CULTURA E IDENTIDADE: COMUNICAÇÃO PARA A
IGUALDADE ÉTNICO-RACIAL
|
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
2928
Fazendo comunicação
Em todos os temas, seu grupo também pode
fazer comunicação. Saiba que, da mesma forma
que você tem direito a receber informação de
qualidade, você também pode comunicar a visão
de mundo do seu grupo. Você vai gostar muito
de ouvir o outro, conhecer outras cabeças, mas é
importante estar aberto ao novo, superando
qualquer tipo de preconceito.
Os produtos de comunicação são bons instrumentos
para mobilizar pessoas e organizações para participar
das atividades e projetos no Selo UNICEF. Nesse
caso, o produto deve dialogar principalmente com
crianças e adolescentes sobre seus direitos, portanto,
o formato e a linguagem devem estar adaptados para
alcançar esse público.
A comunicação
é um direito e,
além do mais,
abre as portas
para que se
conquistem
muitos outros
direitos.
MÃOS À OBRA
Fazer um programa de rádio
O seu grupo pode discutir e planejar o conteúdo de um programa de rádio
e dividir as tarefas:
A primeira coisa a se fazer é escolher o conteúdo que o programa de
rádio terá, por exemplo, a importância da participação de adolescentes
para o fortalecimento da democracia.
Busque informações sobre a situação no seu município. Por exemplo:
Quantos adolescentes eleitores existem no seu município?
Depois de coletar todas as informações que conseguir, o grupo deve
pensar em como estruturar o programa. O ideal é que o programa seja
dividido em três ou quatro blocos de 5 minutos cada. Para cada bloco,
reserve um elemento especial. Um pode conter uma entrevista; outro,
uma reportagem. E música à vontade, ao final de cada bloco.
Busque parcerias para gravar e veicular o seu programa. Procure a
direção das principais emissoras da sua cidade, comerciais ou
comunitárias. Explique que o programa tem conteúdo de interesse
público. (Vale lembrar que as rádios são concessões públicas e que, por
lei, devem destinar espaço para programas dessa natureza).
Batalhe um horário de maior audiência na grade de programação, como
meio dia e final da tarde. Tente exibir o programa também em escolas e
outros espaços comunitários; e disponibilize-o também na internet, por
meio de sites e blogs.
Na hora de escrever o roteiro (o texto a ser gravado) do seu programa de
rádio, tenha em mente:
Use sempre palavras simples e fáceis de entender.
Caso seja preciso usar algum termo técnico, explique-o em seguida.
Procure colocar os verbos no presente. “A campanha começa hoje”.
As frases devem ser curtas. Frases longas atrapalham a compreensão
do assunto.
A locução deve ser natural, sem modificar totalmente a maneira de falar.
Não precisa, por exemplo, mudar o sotaque da sua região.
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
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MÃOS À OBRA
Fazer um jornal mural
O jornal mural é um veículo muito popular e de fácil produção. É também
uma opção de baixo custo que costuma dar certo quando o espaço em que
ele é afixado é bem localizado. O jornal-mural fica mais atraente se for
atualizado regularmente.
Para montar um:
O grupo deve escolher o local de instalação do jornal-mural em comum
acordo com a comunidade.
Defina o material que vai servir de base para o painel. Pode ser papelão,
cartolina, cortiça, madeira, isopor, plástico e até metal.
A produção de conteúdo do jornal-mural é praticamente a mesma do
jornal impresso. O que muda é que, aqui, o texto deve ser ainda mais direto
e simples, pois é um veículo feito para pessoas que estão de passagem.
Ilustre os textos utilizando recortes com matérias de jornais, revistas,
desenhos, ilustrações, fotos, etc.
30
MÃOS À OBRA
Fazer um jornal
Seu grupo pode optar também por fazer um jornal ou boletim impresso.
Basta começar:
Escolha o nome do jornal/boletim.
O grupo pode discutir o conteúdo do jornal/boletim e dividir as tarefas.
O conteúdo das notícias pode conter os resultados, a repercussão e a
importância de uma ação, uma atividade ou projeto desenvolvido pelos
adolescentes. Projetos em desenvolvimento também contam.
Agora é hora de montar o jornal/boletim. Em uma folha de ofício (frente
e verso) pode caber muita coisa: notícias curtas, entrevistas, uma
reportagem ou artigo, fotos, ilustrações, quadros, gráficos, etc. Tudo
depende da diagramação – isto é, de dispor todo o conteúdo no espaço
da página. A diagramação pode ser feita por um ou mais participantes
do grupo; ou por alguém da comunidade que possua habilidade e tenha
condições de ajudar voluntariamente.
Uma vez montado, é hora de imprimi-lo. Pode-se utilizar impressora ou
fotocopiadora. Caso a tiragem (o número de cópias feitas) seja grande,
pode-se procurar o serviço e a parceria de alguma gráfica. Essa tiragem
deve ser definida de acordo com o público que vai receber o produto.
Na distribuição, é importante reparar a maneira como as pessoas
recebem o jornal/boletim para que não seja mais um papel entre-
gue na rua. Vale observar se houve leitura imediata, agradecimentos,
elogios e comentários.
Na hora da diagramação, atente:
Não deixe uma matéria continuar em outra página.
Não coloque um corpo de letra
muito pequeno. No mínimo,
utilize o tamanho 8.
Fotografias, ilustrações, gráficos
ou quadros devem ocupar espaços
proporcionais ao texto.
Cidadania dos Adolescentes - SemiáridoSelo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012
3332
MÃOS À OBRA
Usar alto-falante
O alto-falante é um veículo utilizado tanto em pequenas como em grandes
comunidades, dependendo da estrutura que se tem. O seu alcance
depende da quantidade de bocas de alto-falante e da potência do som. A
sua programação é semelhante à de uma emissora de rádio, com mais
liberdade e leveza, uma vez que é um meio de comunicação bem popular e
flexível, pois qualquer pessoa pode participar ao vivo, sem muita
dificuldade, o que poderia ser mais difícil numa emissora. O conteúdo
geralmente é informativo, de entretenimento e de utilidade pública.
Seu grupo pode se reunir para definir se aproveita algum serviço de alto-
falante existente em seu município ou se monta seu próprio serviço. Neste
último caso, é preciso procurar um local adequado para instalar as bocas de
alto-falante. É importante observar que a instalação de um alto-falante só
deve ser feita em comum acordo com a população e as autoridades locais.
Os equipamentos necessários para montar um sistema de alto-falante são:
Um amplificador de som de boa qualidade
Uma ou mais bocas de alto-falante
Um ou mais microfones
O grupo deve discutir as condições de funcionamento, como os
melhores dias e horários para levar sua mensagem ao ar. O ideal
é fazer programas diários ou semanais.
Tema 3 ESPORTE E CIDADANIA|
Cada criança e adolescente tem o direito de se divertir, de brincar e praticar atividades
físicas. As atividades do Selo UNICEF sobre o esporte não são para preparar atletas
para competições, mas para abordar o esporte como instrumento de educação,
socialização, inclusão social e que ajuda no desenvolvimento de meninos e meninas.
O esporte deve ser uma oportunidade para promover a solidariedade, a aprendi-
zagem e o desenvolvimento saudável, bem como a redução da violência, do racismo e
de qualquer tipo de discriminação. Afinal, o esporte também é um espaço de
convivência com pessoas diferentes e pode ajudar a valorizar e respeitar a diversidade.
DICA
Meninas e meninos em idade escolar,
educadores, lideranças da comunidade e
outros atores envolvidos no tema podem
desenvolver um conjunto de ações para
lembrar que o esporte é um direito das
crianças e adolescentes e é im
portante na
construção da cid
adania. Essas atividades
podem ser gincanas, caravanas e outras
modalidades que serão sugeridas no guia
específico sobre o tema.
O mais importante em participar das ações propostas
neste guia não é só ajudar seu município a ganhar o Selo
UNICEF Município Aprovado, mas também contribuir
para que a participação das crianças e adolescentes passe
a ser um processo permanente no município.
Para que isso aconteça de verdade, os conselhos, as
escolas, os órgãos públicos e organizações comunitárias
do município deverão abraçar a proposta de que meninos
e meninas tenham presença contínua e permanente nos
seus espaços de participação. A ideia é ocupar esses
espaços de modo que sua opinião seja considerada na
hora de tomar decisões com relação aos seus direitos – e
que, portanto, lhe dizem respeito.
O UNICEF vem desenvolvendo diversas formas de apoio a
você e ao seu município por meio do Selo UNICEF
Município Aprovado. Nós estamos torcendo por você e
por seu município. Todos juntos vamos construir um
município melhor onde cada criança e cada adolescente
tenham seus direitos assegurados.
Uma mensagem especial
Conheça os escritórios
do UNICEF que atuam
no Semiárido Brasileiro
UNICEF Brasília - Escritório da Representante do UNICEF no Brasil
oSEPN 510 - Bloco A - 2 andar
Brasília / DF - 70750-521 Caixa Postal: 08584 - CEP 70312-970 Telefone: 61 3035 1900Fax: 61 3349 0606E-mail: [email protected] do UNICEF no Brasil: Sra. Marie-Pierre Poirier
UNICEF Fortaleza - Escritório responsável pelos projetos no Ceará, Piauí e Rio Grande do NorteSecretaria de PlanejamentoCentro Administrativo do Estado do Ceará - Ed. Seplan/1Cambeba - MessejanaFortaleza / CE - 60839-900 Telefone: 85 3306 5700fax: 85 3306 5709e-mail: [email protected]
UNICEF Recife - Escritório responsável pelos projetos em
Pernambuco, Alagoas e ParaíbaRua Henrique Dias - S/N – Ed. do IRH Térreo - DerbyRecife / PE - 52010-100 Telefone: 81 3059 5700Fax: 81 3059 5719 E-mail: [email protected]
UNICEF Rio de Janeiro - Escritório responsável pelos projetos
no Rio de Janeiro e Espírito Santo Avenida Rio Branco - 135 - 6 andar - CentroRio de Janeiro / RJ - 20040-006Telefone: 21 3147 5700Fax: 21 3147 5711E-mail: [email protected]
UNICEF Salvador - Escritório responsável pelos projetos
na Bahia e em Sergipe Alameda Benevento - n 103 - Edifício Empresarial 14 BIS 5º andar - PitubaSalvador / BA - 41830-595Telefone: 71 3183 5700Fax: 71 3183 5710E-mail: [email protected]
UNICEF São Luís - Escritório responsável pelos projetos
no Maranhão Rua Santo Antônio - 246 - CentroSão Luís / MA - 65010-590 Telefone: 98 4009 5700Fax: 98 4009 5708E-mail: [email protected]
UNICEF São Paulo - Escritório responsável pelos projetos
em São Paulo, Minas Gerais e Região Sul Rua Pedro de Toledo - 1529 - Vila ClementinoSão Paulo / SP - 04039-034Telefone: 11 3728 5700Fax: 11 3728 5777E-mail: [email protected]
o
o
o
Conte cono
sco!
Como utilizar este material?
Para saber mais...
http://www.selounicef.org.br
Este material é dirigido aos adolescentes. Seu objetivo é promover o direito de cada
menino e menina de participar dos espaços de discussão e processos de tomada de
decisão sobre temas que lhes dizem respeito.
Cada município participante do Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-
2012 receberá alguns exemplares desta publicação para circular entre os
adolescentes. É importante que os adultos envolvidos, especialmente o articulador
local do Selo e o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, possam conversar com os adolescentes sobre a iniciativa do Selo e o
processo vivido pelo município, bem como sobre o conteúdo deste guia. As
sugestões e dicas propostas poderão ser seguidas e adaptadas de acordo com a
etapa de trabalho desenvolvida por cada município.
Consulte no site outros materiais de
referência do Selo:
Guia Metodológico Selo UNICEF Município Aprovado Edição
2009-2012
Guia do 1 Fórum Comunitário Selo UNICEF Município Aprovado
Edição 2009-2012
Guias temáticos específicos (disponíveis no site acima a partir do
2 semestre de 2010)
o
o