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CIÊNCIA DA LITERATURA Período letivo 2020.1 PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA DISCIPLINA: Teoria literária e ciências humanas PROFESSOR: Beatriz Resende Siape: 8360503 CÓDIGO: LEL 810 PROFESSOR: Siape: PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada HORÁRIO: quarta-feira, às 14h TÍTULO DO CURSO: Literatura e feminismo: escritoras contemporâneas de Língua Portuguesa. As inscrições estão encerradas Ementa: A literatura, a arte e a cultura brasileira contemporâneas propõem, hoje, questionamentos sobre suportes, relações territoriais, linguagem, incluindo uma estética da periferia, que refletem a busca por uma arte que se realize na intersecção entre questões de raça, gênero, sexualidade e classe. Na produção ficcional de mulheres, em diversos países de Língua Portuguesa, tais questões aparecem de forma especialmente enfáticas. O debate mais agudo sobre esta literatura, explicitamente feminista ou não, é trabalho urgente a ser feito. Para tratarmos dos temas, das formas que as obras tomam, da linguagem usada, é preciso recorrer a novas epistemologias, novos estudos, novas teorias. O pensamento teórico feminista interseccional, a reflexão decolonial, a ressignificação de conceitos como marginalidade e subalternidade são instrumentos de leitura necessários à análise de tais contra-narrativas de resistência. O curso vai se ocupar de escritoras brasileiras, portuguesas e africanas que se tornam ainda mais importantes num momento em que o patriarcalismo, o racismo, a homofobia e outros recursos autoritários ressurgem de forma ameaçadora. BIBLIOGRAFIA Bibliografia básica: ANZALDÚA Gloria. “Falandoemlínguas: umacartapara as escritoras do Terceiro Mundo. Online. ARRUZZA, C. ;BHATTCHARYA, T e FRASER, N. Feminismoparaos 99%: um manifesto BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. ---------- . Quadros de guerra. Quando a vida é passível de luto. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015 ----------- e SPIVAK, G. C. Quem canta o Estado-Nação. Brasília: UNB, 2007 CRESHAW, Kimberle .On Intersectionality: Essential Writins. On line DAVIS, Angela Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016

CIÊNCIA DA LITERATURA Período letivo 2020.1 PROGRAMA: … · 2020. 7. 21. · monolinguismo do outro, de Derrida. In: Imagens de pensamento: reflexões os escritores da Escola de

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  • CIÊNCIA DA LITERATURA

    Período letivo 2020.1

    PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA

    DISCIPLINA: Teoria literária e ciências humanas

    PROFESSOR: Beatriz Resende Siape: 8360503 CÓDIGO: LEL 810

    PROFESSOR: Siape:

    PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D

    ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada

    HORÁRIO: quarta-feira, às 14h

    TÍTULO DO CURSO: Literatura e feminismo: escritoras contemporâneas de Língua

    Portuguesa.

    As inscrições estão encerradas

    Ementa:

    A literatura, a arte e a cultura brasileira contemporâneas propõem, hoje, questionamentos

    sobre suportes, relações territoriais, linguagem, incluindo uma estética da periferia, que

    refletem a busca por uma arte que se realize na intersecção entre questões de raça, gênero,

    sexualidade e classe.

    Na produção ficcional de mulheres, em diversos países de Língua Portuguesa, tais questões

    aparecem de forma especialmente enfáticas. O debate mais agudo sobre esta literatura,

    explicitamente feminista ou não, é trabalho urgente a ser feito.

    Para tratarmos dos temas, das formas que as obras tomam, da linguagem usada, é preciso

    recorrer a novas epistemologias, novos estudos, novas teorias. O pensamento teórico

    feminista interseccional, a reflexão decolonial, a ressignificação de conceitos como

    marginalidade e subalternidade são instrumentos de leitura necessários à análise de tais

    contra-narrativas de resistência.

    O curso vai se ocupar de escritoras brasileiras, portuguesas e africanas que se

    tornam ainda mais importantes num momento em que o patriarcalismo, o racismo, a

    homofobia e outros recursos autoritários ressurgem de forma ameaçadora.

    BIBLIOGRAFIA

    Bibliografia básica:

    ANZALDÚA Gloria. “Falandoemlínguas: umacartapara as escritoras do Terceiro

    Mundo. Online.

    ARRUZZA, C. ;BHATTCHARYA, T e FRASER, N. Feminismoparaos 99%: um

    manifesto

    BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de

    Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

    ---------- . Quadros de guerra. Quando a vida é passível de luto. Rio de Janeiro:

    Civilização Brasileira, 2015

    ----------- e SPIVAK, G. C. Quem canta o Estado-Nação. Brasília: UNB, 2007

    CRESHAW, Kimberle .On Intersectionality: Essential Writins. On line

    DAVIS, Angela Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016

  • -----------. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018

    FEDERICI SILVIA. Calibã e a bruxa:mulheres, corpo e acumulação primitive. São

    Paulo: Martins Fontes, 2017 ok livroBrasil

    GIUNTA, A. Feminismo y arte latinoamericano. Buenos Aires: SigloVeintiuno. 2018

    HILL COLLINS, Patricia.“ A Construção Social do Pensamento Feminista Negro.

    Online

    HOLLANDA, Heloisa Buarque. Explosão feminista. São Paulo: Cia das Letras, 2018

    ------------. (Org.) Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar

    do Tempo, 2019

    ------------. (Org) Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro:

    Bazar do Tempo, 2019

    KILOMBA, Grada. Memórias da plantação. Episódios de racismo cotidiano.Rio de

    Janeiro: Cobogó, 2019

    RAGO, Margareth. A Aventura de contar-se. Feminismos, escrita de si e invenções da

    subjetividade. São Paulo: Unicamp, 2014

    RESENDE, Beatriz. Poéticas do contemporâneo. São Paulo:e-galáxia, 2019 E.book

    RUBIN Gayle. Políticas do sexo. São Paulo: Ubu, 2017 (OK. LivroBrasil)

    As leituras de ficção serão decididas em conjunto no início do curso.

  • PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA

    DISCIPLINA: Teoria e crítica literária

    PROFESSOR: Danielle Corpas Siape: 3303029 CÓDIGO: LEL 819

    PROFESSOR: Siape:

    PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D

    ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada

    HORÁRIO/ DINÂMICA DO CURSO: A disciplina será ministrada de forma remota,

    com recursos da plataforma Google Sala de Aula, vídeos com apresentação dos tópicos da

    programação e debates on-line (às quintas-feiras, 14:30 às 16:30, pela plataforma Google

    Meet). Vídeos, links para filmes e material bibliográfico referentes a cada tópico serão

    disponibilizados antes dos encontros, cuja duração e periodicidade poderão ser redefinidas

    em conjunto pela turma. A programação prevista encontra-se disponível no link:

    Estrategias_Criticas_CORPAS_2020.1.pdf

    TÍTULO DO CURSO: Estratégias críticas em tempos de razão turva

    Ementa:

    No início da década de 1930, Walter Benjamin estava decidido a redigir um ensaio em

    torno da tarefa do crítico, um programa para a crítica literária que enfrentasse o “horizonte

    limitado e abafado” da Alemanha à época da ascensão do nazismo. As anotações para esse

    projeto nunca concluído sinalizam problemas e propostas que permanecem relevantes para

    o debate contemporâneo, inclusive no Brasil tomado por forças conservadoras extremistas

    que não disfarçam suas intenções genocidas. Em contextos nefastos como esses, que tipo

    de tarefa cabe ao crítico de literatura? Que estratégias podem ser mais eficazes para

    “exercer a inteligência crítica na luta contra as irracionalidades e as brutalidades deste

    mundo” (CANDIDO, 2004, p. 108)?

    Este curso busca inspiração para lidar com inquietações dessa ordem na multifacetada

    obra de Siegfried Kracauer (1889-1966), crítico pioneiro da cultura de massas, atento às

    transformações da sociabilidade e da sensibilidade modernas num momento em que a ratio

    capitalista convergia para o obscurantismo totalitário. Assim como seu amigo Benjamin,

    Kracauer indagou-se sobre a tarefa do crítico em tempos de “razão turva” e trilhou um

    caminho a seu modo combativo. Seus artigos dos anos 1920-30 exercitam procedimentos

    inovadores para lidar com os problemas específicos de sua época, para desvendar nas

    formas da cultura “segredos rudes” da vida social, conciliando ou alternando análise

    estética e observação de “discretas manifestações de superfície” (fenômenos da vida

    cotidiana nos quais se reconhecem determinações gerais da ordem social). Serão discutidas

    suas estratégias críticas a partir da leitura de artigos dedicados à cultura urbana, cinema e

    literatura.

    BIBLIOGRAFIA

    ADORNO, Theodor. O curioso realista. Novos estudos, São Paulo: CEBRAP, v. 85, pp.

    5-22, nov. 2009.

    https://drive.google.com/file/d/1jjIj0sDx-VhfoxhYZ8E5BJr803X3UuI7/view?usp=sharing

  • ALAMBERT, Francisco. Arte como mercadoria: crítica materialista desde Benjamin. III

    Seminario Internacional Politicas de la Memoria: Recordando a Walter Benjamin.

    Justicia, Historia y Verdad. Escrituras de la Memoria. Buenos Aires: Centro Cultural de

    la Memoria Haroldo Conti, 2010. Disponível em:

    http://conti.derhuman.jus.gov.ar/2010/10/mesa-42/alambert_mesa_42.pdf.

    ALLEN, John. The cultural spaces of Siegfried Kracauer: The many surfaces of Berlin.

    New Formations, n. 61, pp. 20-33, Summer 2007.

    ALBUQUERQUE, Fernando. Coletânea de textos traduzidos de Siegfried Kracauer. In:

    10 x Kracauer. Tese de doutorado apresentada ao PPG de Ciência da Literatura da

    UFRJ, 2018. pp. 27-130.

    BENJAMIN, Walter. Linguagem, tradução, literatura (filosofia, teoria e crítica).

    Edição e tradução de João Barrento. Lisboa: Assírio & Alvim, 2015. pp. 113-137.

    ______. “Proibido colar cartazes!”. In: Rua de mão única. Trad. Rubens Rodrigues

    Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. São Paulo: Brasiliense, 2000. Obras

    escolhidas, v. 2.

    _____. Briefe an Siegfried Kracauer. Ed. Th. W. Adorno Archiv. Marbach am Neckar:

    Deutsche Schillergesellschaft, 1987.

    CANDIDO, Antonio. O gosto pela independência. In: Recortes. 3ª ed. revista pelo

    autor. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004. pp. 106-108.

    CHICOTE, Francisco Manuel García. Objeto y sujeto em Siegfried Kracauer,

    PandaemoniumGermanicum,São Paulo, v. 23, n. 39, pp. 182-198, 2020.

    DESPOIX, Philippe; PERIVOLAROPOULOU, Nia (Org.). Culture de masse et

    modernité: Siegfried Kracauer sociologue, critique, écrivain. Paris: Les Maison

    des Sciences de l’Homme, 2001.

    GAY, Peter. Weimar Culture. The outsider as insider. New York; London: W.W.

    Norton, 2001.

    GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, emblemas,

    sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. pp. 143-

    179.

    HANSEN, Mirian. Film, medium of a disintegrating world. In: Cinema and Experience:

    Siegfried Kracauer, Walter Benjamin and Theodor W. Adorno. Berkeley; Los

    Angeles; Londres: California University Press, 2012.

    KRACAUER, Siegfried. Essays, Feuilletons, Rezensionen. Werke,v. 5. Berlin:

    Suhrkamp, 2011. 4v.

    _____. De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema alemão. . Rio de

    Janeiro: Zahar, 1988.

    _____. O ornamento da massa. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

    _____. Os empregados. Lisboa: Antígona, 2015.

    _____. Estética sin territorio. Murcia: Fundación Cajamurcia, 2006.

    _____. Rues de Berlin et d’ailleurs. Paris: Gallimard, 1995.

    ______. Os suspensórios: um estudo histórico. Serrote. São Paulo: Instituto Moreira

    Salles, nº 6, pp. 189-191, 2010.

  • KREBS, Claudia. Siegfried Kracauer: un regard photographique. In: FÜZESSÈRY,

    Sthéphane; SIMAY, Philippe (Org.). Le choc des metrópoles: Simmel, Kracauer,

    Benjamin.Paris: Édition de l’éclat, 2008. pp.175-189.

    KOCH, Gertrude.Siegfried Kracauer: an introduction. Princeton: Princeton University

    Press, 2000.

    MACHADO, Carlos Eduardo Jordão. Notas sobre Siegfried Kracauer, Walter Benjamin

    e a Paris do Segundo Império – pontos de contato. História, São Paulo, v. 25, n. 2,

    pp. 48-63, 2006.

    _____. O asilo para os sem-teto e a construção da “falsa consciência” – segundo

    Siegfried Kracauer. Verinotio, n. 14, ano 8, pp. 60-70, jan. 2012.

    MACHADO, Carlos Eduardo Jordão; VEDDA, Miguel (Org.). Siegfried Kracauer: un

    pensador más allá de lasfronteras. Buenos Aires: Gorla, 2010.

    New German Critique. Duke University Press, nº 54, Special Issue on Siegfried

    Kracauer, Autumn 1991.

    RICHTER, Gerhard. Imagens sem lar: a extraterritorialidade de Kracauer, o

    monolinguismo do outro, de Derrida. In: Imagens de pensamento: reflexões os

    escritores da Escola de Frankfurt a partir da vida danificada. São Paulo: Nankin,

    2017. pp. 125-169.

    SANTOS, Patrícia Silva.Sociologia e superfície: uma leitura dos escritos de Siegfried

    Kracauer até 1933. São Paulo: Unifesp, 2016.

    _____. Benjamin e Kracauer: elementos de uma epistemologia de “trapeiros”,

    Sociologia & Antropologia, v. 03.06, nov. 2013, pp. 489-508.

    TRAVERSO, Enzo. Siegfried Kracauer: itinerario de un intelectual nómada. Edicions

    Alfons El Magnànim: València, 1998.

    VEDDA, Miguel. La irrealidad de la desesperación: estudios sobre Siegfried Kracauer

    y Walter Benjamin. Buenos Aires: Gorla, 2011.

    WAIZBORT, Leopoldo. O verdadeiro no mais próximo. Novos estudos, São Paulo:

    CEBRAP, v. 85, pp. 47-81, nov. 2009.

    WITTE, Bernd. Crise e Crítica (1929-1933). In: Walter Benjamin: uma biografia.

    Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

    WIZISLA, Erdmut. Crise e Crítica. In: Benjamin e Brecht: história de uma amizade.

    São Paulo: Editora da USP, 2013. pp. 113-157.

  • PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA

    DISCIPLINA: Modelos ideológicos de enunciação

    PROFESSOR: Eduardo Coelho Siape: 2478182 CÓDIGO: LEL 833

    PROFESSOR: Siape:

    PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D

    ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada

    DINÂMICA: A metodologia consistirá no uso de uma série de instrumentos: vídeo de

    orientação acerca das atividades semanais (10 min); leituras (todas disponibilizadas on-

    line); conferências e palestras disponíveis no Youtube relacionadas às questões do curso

    (desde que tenham o recurso da legenda, de modo que alunos surdos possam acompanhar);

    encontros pelo Zoom, com periodicidade a definir com os inscritos (os encontros podem ser

    entrevistas, debates, oficinas, atividades em equipe por meio da organização de salas

    simultâneas via Zoom). A forma de avaliação será definida com os alunos, no primeiro

    encontro: 4 de agosto, terça-feira, às 19h.

    TÍTULO DO CURSO: Poesia e política literária

    Ementa:

    As funções de poeta, editor, artista gráfico, distribuidor, livreiro e crítico se

    embaralhavam notavelmente desde pelo menos os anos 1970, quando surgiram edições

    mimeografadas e iniciativas editoriais independentes, como a Nuvem Cigana e a

    Quilombhoje. Ao mesmo tempo, a indústria cultural crescia a passos largos, incorporando,

    ao mercado, algumas tendências alternativas que por fim abandonaram o embaralhamento

    de funções na escala de produção e pós-produção do livro.

    A partir dos anos 2000, o surgimento da cibercultura e as tecnologias digitais de

    baixo custo restabeleceram não apenas o embaralhamento de funções, mas também

    diversificaram seus atores, remodelando prioridades do chamado “sistema literário”. Além

    disso, as redes sociais se tornaram um meio imprescindível à divulgação tanto da poesia e

    de “novas” formas da crítica, quanto de posicionamentos relacionados à política

    especificamente literária, que se apresentam muitas vezes ao lado do “patrulhamento

    ideológico” e da autoexposição narcísica de poetas e de críticos, sem esquecer da atuação de

    leitores. Trata-se da política especificamente literária mobilizada pelas questões ditas

    “identitárias”.

    Em oposição, tendências formalistas se mantêm apegadas ao específico literário e

    demonstram um estado de inflexibilidade inadequado à problematização de impasses e da

    complexidade do nosso tempo.

    Nesse processo, a indústria cultural tem se pautado mediante polêmicas, de modo a

    recompor-se dentro do sistema ao incorporar, ao mercado, poetas reativos ao status quo.

    Enquanto a história da poesia e do mercado se repete, a crítica acadêmica se vê desidratada

    e sobretudo não lida, ocupando sobretudo a função de prestadora de serviços da indústria

    cultural ou confinada ao espaço estritamente universitário, sem interlocutores para além de

    si mesma.

  • Este curso pretende discutir a política especificamente literária dos anos 70 ao dias

    atuais através da leitura de poemas, cartas, entrevistas, ensaios, artigos, resenhas, memórias,

    depoimentos e postagens de poetas e críticos em redes sociais, com ênfase nas

    transformações e contradições do sistema reveladas nesse período.

    BIBLIOGRAFIA RESUMIDA

    AGUIAR, Vera Teixeira de; CECCANTINI, João Luís (organizadores). Teclas e

    dígitos: leitura, literatura & mercado. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

    ARRAES, Jarid. “Uma mulher negra escrevendo em busca de casa”. In BRAVO, Taís;

    MELO, Seane; ROSA, Estela; SILVA, Natasha. Mulheres que Escrevem: ensaio. Rio

    de Janeiro: Mulheres que Escrevem, 2018.

    COELHO, Eduardo; PEDROSA, Celia. “Entrevista com a Oficina Experimental de

    Poesia”, Revista Alere, Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários– PPGEL,

    ano 11, vol. 18, no 2, p. 337-368, dez. 2018.

    COHN, Sergio (org.). Nuvem Cigana: poesia & delírio no Rio dos anos 70. Rio de

    Janeiro: Beco do Azougue, 2007.

    DOMENECK, Ricardo. “Ideologia da percepção ou algumas considerações sobre a

    poesia contemporânea no Brasil”, Inimigo Rumor, no 18, 2

    o semestre de 2005/1

    o

    semestre de 2006.

    GALVÃO, Walnice Nogueira. “Indústria cultural e globalização”. As musas sob

    assédio. Literatura e indústria cultural no Brasil. São Paulo: Editora SENAC São

    Paulo, 2005. Coleção Série Livre Pensar, 18, p. 15-40.

  • GASPARI, Elio; HOLLANDA, Heloisa Buarque de; VENTURA, Zuenir. Cultura em

    trânsito: da repressão à abertura. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.

    HOLLANDA, HeloisaBuarque de; PEREIRA, Carlos Alberto Messeder. Patrulhas

    ideológicas: arte e engajamento em debate. São Paulo: Brasiliense, 1980.

    ______. Impressões de viagem: CPC, vanguarda e desbunde, 1960/1970. Rio de

    Janeiro: Rocco, 1992.

    ______ (org.). 26 poetas hoje. 4aedição. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001.

    ______ (org.). Esses poetas. 2aedição. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001.

    ______. Onde é que eu estou? Heloisa Buarque de Hollanda 8.0. Organização de André

    Botelho, Cristiane Costa, Eduardo Coelho e Ilana Strozenberg. Rio de Janeiro: Bazar do

    Tempo, 2019.

    LEONE, Luciana di. Poesia e escolhas afetivas: edição e escrita na poesia

    contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2014. Coleção Entrecríticas.

    LOPES, Silvina Rodrigues. “Impróprio para consumo”. A anomalia poética. Belo

    Horizonte: Chão de Feira, 2019. p. 125-141.

    LÓPEZ WINNE, Hernán; MALUMIÁN, Víctor. Independentes ¿de qué? Hablan los

    editores de América Latina. México: FCE, 2016. Coleção Libros sobre Libros.

    MOISÉS, Carlos Felipe. Poesia para quê? A função social da poesia e do poeta. São

    Paulo: Editora Unesp, 2019.

    MORICONI, Ítalo. “Entrevista com Ítalo Moriconi” [por Márcio Junqueira, Lucas

    Matos e Luciana di Leone], Bliss: revista de poesia,organização de Lucas Matos,

    Clarissa Freitas e Márcio Junqueiro, Rio de Janeiro, 7Letras, p. 55-77, 2009.

    PEDROSA, Celia; MATOS, Cláudia; NASCIMENTO, Evando (org.). Poesia hoje.

    Niterói: EdUFF, 1998. Coleção Ensaios, 13.

    PUCHEU, Alberto. Apoesia contemporânea. Rio de Janeiro: Azougue, 2014.

    RESENDE, Beatriz. “A indisciplina dos Estudos Culturais”. Apontamentos de crítica

    cultural. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2002. p. 9-54.

    REZENDE, Renato. Poesia brasileira contemporânea: crítica e política. Rio de

    Janeiro: Azougue, 2014. Coleção Invenção e Crítica.

    RISÉRIO, Antonio. Sobre o relativismo pós-moderno e a fantasia fascista da esquerda

    identitária. Rio de Janeiro: Topbooks, 2019.

    ZARVOS, Guilherme. Branco sobre branco: Centro de Experimentação Poética

    20.000. Centro de Experimentação Pensamento: uma rota possível. Rio de Janeiro:

    Editora NONOAR, 2009.

  • PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA

    DISCIPLINA: Poesia e modernidade

    PROFESSOR: EDUARDO

    GUERREIRO BRITO LOSSO

    Siape: 1721533 CÓDIGO: LEL 852

    PROFESSOR: Siape:

    PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D

    ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária

    HORÁRIO/ DINÂMICA DO CURSO: Quinta-feira, 17h. O curso será dado de forma

    remota e pretende se utilizar de novas ferramentas acesso e de interação da rede, com

    videoaulas de 20 a 40 minutos, conversas no horário já estipulado e disponibilização de

    esquemas, textos e links de diversas naturezas. Será usada a plataforma google classroom e

    google meet. Os textos a serem lidos serão disponibilizados em pdf.

    TÍTULO DO CURSO: Tradição delirante: aspiração de liberdade na linguagem e no

    comportamento

    Ementa:

    Em diferentes momentos da história, poetas, utopistas e místicos manifestaram o desejo de

    libertação de convenções da linguagem e de comportamento. Frequentemente uma ousadia

    estética esteve diretamente ligada a um desejo de desembaraço de coerções sociais e um

    gesto pessoal de ruptura cedo ou tarde contribui para um estímulo de transformação social.

    Considerado por muitos como o primeiro movimento feminista europeu, a associação das

    beguinas foi um movimento de mulheres que dedicavam sua vida tanto a ajudar

    desamparados quanto a labores intelectuais e práticas espirituais. Uma das mais

    importantes, Marguerite Porete (1250-1310), foi queimada publicamente em Paris em

    1310, sob acusação de heresia. As visões que se traduziam em escritos extravagantes e

    reflexões poéticas, para além da doutrinação e da racionalidade, orientavam-se para um

    novo modo de vida, diferenciado do patriarcalismo eclesiástico. A partir daí,toda uma

    tradição neoplatônica do uso da analogia vai radicalizar o pensamento filosófico

    renascentista com o uso de associações poéticas que buscam uma experiência mágica com

    a natureza.

    Em tempos modernos, simbolistas e surrealistas herdam o desejo de experimentar

    alucinações com a linguagem, aquilo que Benjamin chama de iluminação profana, e

    pretendem secularizar a prática das correspondências num mundo metropolitano e laico. É

    nesse contexto que vai surgir, de um simbolista como Cruz e Sousa (o nosso Dante negro),

    da simbolista feminista Gilka Machado, de modernistas como Murilo Mendes, Cecília

    Meireles e Jorge de Lima, da geração paulista de Roberto Piva e Claudio Willer, até as

    tendências psicodélicas do tropicalismo e da geração marginal, desembocando na poética

    contemporânea que retoma relações com a poesia e o pensamento ameríndio.

    O curso pretende explorar não só a dimensão estética da linguagem extravagante, como

    também sua busca por uma arte de viver diferente das normas e hábitos dominantes -

    nobres, burgueses ou eclesiásticos - contra a tecnocracia racionalista e em direção a uma

    outra relação com o ambiente e a natureza. É no exercício de um permanente estudo de si

    mesmo para elaborar a solidão, a convivência com outros próximos e com a sociedade em

    geral que escritoras e escritores subversivos propõem modos de vida diferentes, nos quais o

    curso vai se debruçar.

  • Suplemento para a mudança de calendário: A reflexão sobre a solidão, já explicitada acima,

    servirá de base para refletir sobre as novas implicações da relação entre recolhimento

    voluntário e confinamento necessário, interiorização individual e emparedamento social. A

    maior parte do conteúdo será motivo de reflexão sobre a situação contemporânea, que

    renova o olhar sobre a prática ascética e suas implicações ambientais.

    BIBLIOGRAFIA

    ADORNO, Theodor. Dialética negativa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

    BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e

    cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

    BORGES, Jorge Luis. Prólogos: com um prólogo dos prólogos. Rio de Janeiro: Rocco,

    1985.

    CERTEAU, Michel de. A fábula mística séculos XVI e XVII: volume 1. Rio de Janeiro:

    Forense, 2015.

    DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. São Paulo: 34, 1999.

    FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas.Uma arqueologia das ciências humanas.

    São Paulo: Martins Fontes, 2000.

    LÖWY, Michael. Reden e ut ia uda s li ert ri na ur a entral: um

    estudo de afinidade eletiva. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

    LÖWY, Michael. estrela da an : surrealismo e marxismo. Rio de Janeiro:

    Civilização Brasileira, 2002.

    PAZ, Octavio. s il s d arr d r antis an uarda. Rio de Janeiro: Nova

    Fronteira, 1984.

    VELOSO, Caetano. Verdade Tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

  • PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA

    DISCIPLINA: Obra, interpretação e ética

    PROFESSOR: João Camillo

    Penna

    Siape:1311027 CÓDIGO: LEL 862

    PERÍODO: 2020.1 NÍVEL:

    Mestrado/Doutorado

    ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária, Literatura Comparada.

    HORÁRIO / DINÂMICA: A disciplina será ministrada de forma remota. São previstos

    encontros on-line às quintas-feiras, às 14:00 horas, com duração média de 2 horas, pela

    plataforma Zoom. De forma assíncrona será aberta uma “turma” na plataforma Google Sala

    de Aula com o objetivo de constituir um fórum do curso. A bibliografia do curso será

    disponibilizada em arquivos no formato pdf. Blog: joaocamillopenna.wordpress.com

    TÍTULO DO CURSO: Os contos de Clarice Lispector

    EMENTA: Leitura conjunta e contínua dos contos de Clarice Lispector sob a forma de

    grupo de discussão. Os contos de Clarice entendidos como dispositivos de escuta abertos

    ao acidente e à contingência, de forma a possibilitar a interpolação de temas do cotidiano

    atual, político e afetivo. Ética, etologia, ontologia: os contos como modos de existência. O

    conto, o aforisma, o romance, a crônica clariciana: leitura relacional dos textos como

    sistema de processos e práticas. Construção dos textos como espaço rizomático. Teoria e

    prática da leitura. Interferência teóricas sincronizadas ao fluxo de leituras e temas.

    Metodologia variada de avaliação: capítulo de tese ou dissertação, artigo, diário crítico,

    resenha, resumo e/ou fichamento, escritas de gêneros e em mídias diversas

    (correspondência, escrita criativa, vídeos).

    Bibliografia básica

    Borelli, Olga. Esboço para um Possível Retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

    1981.

    Deleuze, Gilles. Cursos sobre Spinoza (Vincennes, 1978-1981). Trad. Emanuel

    Fragoso et alii. 3ª. Edição. Fortaleza: EdUECE, 2019.

    Deleuze, Gilles e Guattari, Félix. “Introdução: rizoma”. In: Mil platôs. Capitalismo e

    esquizofrenia, vol 1. Rio de Janeiro: ed. 34, 1995.

    Deleuze, Gilles. Espinosa. Filosofia prática. Trad. Daniel Lins e Fabien Pascal Lins.

    São Paulo: Escuta, 2002.

  • Espinosa. Ética. Tradução: Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

    Gotlib, Nádia Battella Clarice. Uma vida que se conta. São Paulo: Editôra Ática, 1995.

    Lacan, Jacques. O seminário: Livro I: Os escritos técnicos de Freud. Trad. Betty

    Milan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986.

    Lispector, Clarice. A cidade sitiada. Digitalizado por Susana Cap. Rio de Janeiro:

    Editora Sabiá, 3a edição. Projeto democrático de Leitura. www.portaldetonando.com.br.

    Lispector, Clarice. A descoberta do mundo [recurso digital]. Rio de Janeiro: Rocco

    digital, s/d.

    Lispector, Clarice. Água viva. Leticia Beze (digitalização). Rio de Janeiro: Rocco, s/d.

    Lispector, Clarice. A maçã no escuro. [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Rocco

    Digital, 2015.

    Lispector, Clarice. A paixão segundo G.H. (romance). Rio de Janeiro: Editora do autor,

    1964.

    Lispector, Clarice. O lustre. [ recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2015,

    1a edição.

    Lispector, Clarice. Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco/Le livros, s/d.

    Lispector, Clarice. Todos os contos [recurso eletrônico]. Benjamin Moser (org.). Rio

    de Janeiro: Rocco Digital, 2016.

    Nodari, Alexandre. “O indizível manifesto: sobre a inapreensibilidade da coisa na ‘dura

    escritura’ de Clarice Lispector”. Revista Letras, UFPR,

    2019.https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/66898

    Viveiros de Castro, Eduardo. “Rosa e Clarice, a fera e o fora”. Revista Letras, UFPR,

    2019.https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/65767

    Wisnik, José Miguel. “Diagramas para uma trilogia de Clarice”. Revista Letras, UFPR,

    2019. https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/69666

    http://www.portaldetonando.com.br/http://www.portaldetonando.com.br/https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/66898https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/65767https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/69666https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/69666

  • PROGRAMA: Ciência da Literatura

    DISCIPLINA: Poesia: sagrado e mito CÓDIGO: LEL 859

    PROFESSOR: Marco Lucchesi

    e Walter Boechat SIAPE: 0365916

    PERÍODO: 2020.1 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria

    Literária/Literatura comparada

    NÍVEL: M/D

    TÍTULO DO CURSO: Onirocrítica: As metáforas do Sonho e a Linguagem Poética

    do Inconsciente.

    Horário: terça-feira 9:00

    EMENTA: O mundo onírico e suas vertentes. Perspectivas junguianas do universo

    literário. Poéticas do Inconsciente. O Sonho e a parcela mítica. O desenvolvimento do

    psiquismo no campo literário.

    Pré-requisito: não há

    BIBLIOGRAFIA BÁSICA

    ASSIS, Machado de. Um sonho e outro sonho. In: Relíquias de casa velha. Rio de

    Janeiro: W.M.Jackson, 1938.

    BACHELARD, Gaston. A poética do devaneio.São Paulo: Martins Fontes, 2006.

    BOECHAT, Walter. A mitopoese da psique. Petrópolis: Vozes, 2008.

    BORGES, Jorge Luis& FERRARI, Osvaldo.Sobre sonhos e outros diálogos. São Paulo:

    Hedra, 2009.

    BRANDÃO, Junito. Mitologia gregavol II. Petrópolis: Vozes, 1987.

    __________. Cap. III: O mito de apolo: epidauro e o oráculo de delfos.

    CARROLL, Lewis. Alice: edição comentada e ilustrada.Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

    FARIA, D. L., FREITAS, L. V., GALBACH, M. Sonhos na psicologia junguiana. São

    Paulo: Paulus, 2014.

    FUENTES, Lygia - Imagens absurdas e paradoxais nos sonhos. Rio de Janeiro: texto

    em pdf.

    HILLMAN, James. O sonho e o mundo das trevas. Petrópolis: Vozes, 2013.

    JUNG, C. G. O uso prático da análise dos sonhos. In: A Prática da Psicoterapia. Obras

    completas,vol. 16/2. Petrópolis: Vozes, 2011.

    JUNG, C. G.Aspectos gerais da psicologia do sonho. In: A Natureza da Psique. Obras

    completas, v. 8/2. Petrópolis: Vozes, 2011.

  • JUNG, C. G. Da essência dos sonhos. In: A Natureza da Psique. Obras completas, vol

    8/2. Petrópolis: Vozes, 2011.

    JUNG, C.G. et al. Chegando ao inconsciente. In: O Homem e Seus Símbolos. Rio de

    Janeiro: HarperCollins Brasil, 2016.

    KAST, Verena.Sonhos: a linguagem enigmática do inconsciente. Coleção reflexões

    junguianas. Petrópolis: Vozes, 2010.

    KOPENAWA, Davi, ALBERT Bruce. A queda do céu. Palavras de um xamã

    yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

    LOBATO, Monteiro. O saci-pererê:resultado de um inquérito. São Paulo: Globo

    Livros, 2008.

    SILVEIRA, Nise da. Jung: vida e obra. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

    BIBLIOGRAFIA DE CONSULTA

    BENJAMIN, Walter.Magia, técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994.

    BORGES, Jorge Luís. El aleph. Buenos Aires: Ed. Emecé, 2007.

    BRANDÃO, Junito. Dicionário mítico-etimológico. Petrópolis: Vozes,1991.

    BRANDÃO, Junito. Teatro grego: tragédia e comédia.Petrópolis: Vozes, 1978.

    DODDS, E. R. Os gregos e o irracional.São Paulo: Escuta, 2002.

    CASTRO, Eduardo Viveiros de. Tão humanos quanto animais. texto em pdf.

    ÉSQUILO. Coéforas.Trad. JaaTorrano. São Paulo: Iluminuras, 2004.

    EURÍPEDES. Medéia. Rio de Janeiro: Martin Claret, 2005.

    GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças à deus. Rio de Janeiro: Companhia das Letras,

    2009.

    HESÍODO. Teogonia. Trad. JaaTorrano. São Paulo: Iluminuras, 2006.

    HOMERO. Ilíada. Trad. Haroldo de Campos. São Paulo: Editora Arx, 2002.

    _________. Odisseia. Trad. Donaldo Schüler. Porto Alegre: L&PM, 2007.

    VIEIRA,Maressa de Freitas. O saci na tradição local no contexto da mundialização e

    da diversidade cultural. Tese de Doutorado, da Faculdade de Filosofia, Letras eCiências

    Humanas, São Paulo, 2009. Acesso em 11 de novembro de 2011 noendereço

    https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde- 22022010-145342/ptbr.php

    https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-%2022022010-%20145342/pt%20br.php

  • VON FRANZ, Marie-Louise. Sonhos : um estudo dos sonhos de jung, sócrates,

    decartes e outras figuras históricas. Coleção Reflexões Junguianas. Petrópolis: Vozes,

    2011.

    ZAMBRANO, María. O sonho criador. Lisboa: Assírio & Alvim, 2006.

    COLONNA, Francesco (atrib.) Batalha de amor em sonho de Poliphilo. Tradução de

    Cláudio Giordano. São Paulo: Imprensa Oficial, 2013.

    FERENCZI, Sandor. Thalassa. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

    FREUD, Sigmund. Obras completas. (trad de Luis Lopez-Ballesteros y De Torres).

    Madrid: Biblioteca Nueva, 1973.

    HARRIS, William V.Dreams and experience in classical antiquity. Harvard: Harvard

    University Press, 2009.

    JASPERS, Karl. Strindberg y van Gogh. (trad. Manuel Vargas). Barcelona: Nuevo Arte

    Thor, 1986.

    SILVEIRA, Nise. Imagens do inconsciente. Petrópolis: Vozes, 2016.

    SILVEIRA, Nise. O mundo das imagens. São Paulo: Ática, 1998.

    VON FRANZ. Marie Louise. Os sonhos e a morte. Tradução de Roberto Gambini.

    São Paulo: Cultrix, 1990.

    WINNICOTT , D.W. Playing and reality. Florence: Routledge, 2005.

  • PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA

    DISCIPLINA: Literatura e modernidade

    PROFESSOR: Priscila Matsunaga Siape: 2544259 CÓDIGO: LEL 809

    PROFESSOR: Siape:

    PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D

    ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada

    HORÁRIO: Quarta-feira, 10h30

    TÍTULO DO CURSO: Fetiche(s): sob a pele das palavras há cifras e códigos

    As inscrições estão encerradas

    Ementa: O curso prevê a leitura, também em sala, de textos para o debate em torno do

    “fetiche”. Interessa percorrer os desdobramentos da noção “fetiche” que conforme,

    Agamben derivaria da palavra portuguesa feitisso. Bruno Latour, ao inventar um diálogo

    entre os colonizadores portugueses e os “fetichistas” da Guiné em Reflexão sobre o culto

    moderno dos deuses fe(i)tiches, argumenta que os “modernos” portugueses imputaram aos

    “bárbaros” africanos a denominação de fetichistas sem reconhecer que seus próprios ícones

    eram fetiches. Para os colonizadores portugueses, e comerciantes franceses, não é possível

    cultuar objetos fabricados por mãos humanas e manter seu caráter verdadeiramente divino,

    há que se escolher- sendo a escolha imputada apenas ao outro, ao colonizado. Para Latour,

    o fetiche, sendo um objeto que fala e também que é fabricado, reúne em uma só expressão

    dois sentidos: um artifício que se apresenta enquanto tal e também uma coisa encantada. O

    fetiche seria um fazer-falar. Ao tomar a perspectiva de Latour, o curso pretende

    problematizar que o desenvolvimento da terminologia não se refere apenas ao objeto mas a

    um modo de apreensão do objeto quando derivado para “fetichismo”. O “erro

    interpretativo”, segundo Vladimir Safatle, de Charles de Brosses em Du culte des dieux

    fétiches ou Parallèle de l'ancienne religion de l'Égypte avec la religion actuelle de Nigritie,

    que colocou a noção em termos de um “problema ligado à imanência da crença” é ponto de

    partida para percorrermos seus usos e recorrências nos estudos literários em articulação

    com a antropologia, sociologia e a psicanálise. O curso prevê a participação de professores

    e pesquisadores convidados.

    BIBLIOGRAFIA INICIAL

    (outras obras serão apresentadas durante o curso)

    De Brosses, Charles. Du culte des dieux fétiches ou Parallèle de l'ancienne religion de

    l'Égypte avec la religion actuelle de Nigritie (1760).

    Latour, Bruno. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)ches. Tradução Sandra

    Moreira. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2002.

    Morris, Rosalind; Leonard, Daniel. The returns of fetishism: Charles de Brosses and the

    afterlives of an idea. Chicago; London: The University of Chicago Press, 2017.

    Safatle, Vladimir. Fetichismo: colonizar o outro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

    2010.

  • PROGRAMA de Pós-Graduação em Ciência da Literatura

    DISCIPLINA: Literatura e História

    Prof.: Paulo Roberto Tonani do Patrocínio Siape: 2144382 CÒDIGO: LEL

    807

    PERÍODO: 2020/1 NÍVEL:

    Mestrado e

    Doutorado

    Área de Concentração/Linha de Pesquisa:

    Literatura Comparada / Comparatismo e diálogos interculturais

    HORÁRIO / DINÂMICA DO CURSO: A disciplina será ministrada de forma remota. São

    previstos encontros on-line às terças-feiras, às 14:00 horas, com duração média de 2 horas,

    pela plataforma Google Meet. De forma assíncrona será aberta uma “turma” na plataforma

    Google Sala de Aula com o objetivo de constituir um fórum do curso. A bibliografia do

    curso será disponibilizada em arquivos no formato pdf.

    TÍTULO DO CURSO: Entre a rua e a janela, modos de ler a cidade.

    Ementa:

    O presente curso tem como objetivo examinar as representações da experiência urbana a

    partir de dois dispositivos: a rua e a janela. A rua e a janela são duas matrizes que se

    tornaram imagens recorrentes na literatura para a representação da cidade moderna e suas

    derivas pós-modernas. Busca-se, assim, produzir uma cartografia das obras literárias que

    utilizam tais matrizes enquanto recurso para a representação da cidade. O curso também tem

    como objetivo atualizar um quadro teórico que, numa perspectiva comparatista, permita ler

    as imagens e representações da cidade na literatura, seus limites e (im)possibilidades e suas

    relações com o universo mais amplo da cultura.

    Cronograma preliminar:

    1) 04/08 - Apresentação do curso. 2) 11/08 - Todas as cidades, a cidade e “De rua e de janela”, Renato Cordeiro

    Gomes.

    3) 18/08 - “O homem da multidão”, Edgar Alan Poe e A janela de esquina do meu primo, E.T.A. Hoffmann.

    4) 23/08 – Sobre a modernidade, Charles Baudelaire. 5) 01/09 - A alma encantadora das ruas, João do Rio. 6) 08/09 - “A arte de andar nas ruas do Rio de Janeiro”, Rubem Fonseca. 7) 13/09 - Eles eram muitos cavalos, Luiz Ruffato. 8) 22/09 - Cidade aberta, Teju Cole 9) 29/09 - Passageiro do fim do dia, Rubens Figueiredo 10) 06/10 - Enquanto os dentes, Carlos Eduardo Pereira 11) 13/10 - O sol na cabeça, Geovani Martins 12) 20/10 - Um exu em Nova York, Cidinha da Silva 13) 27/10 – O corpo encantado das ruas, Luiz Antonio Simas 14) 03/11 – Encerramento

    Avaliação:

    Ao término do curso os alunos inscritos irão elaborar uma resenha crítica de uma das obras

    literárias analisadas ao longo do curso.

    Pré-requisito: Não há.

    Bibliografia básica

    BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas III: Charles Baudelaire, um lírico no auge do

    capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989.

    CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano 2: Morar e Cozinhar. Petrópolis, Rio de

  • Janeiro: Ed. Vozes, 1996.

    DEALTRY, Giovanna. “Diante de janelas: fronteiras entre público e privado na pós-

    modernidade.” In: Estudos & Pesquisas em Psicologia. Volume 7. N.2.

    FELICE, Massimo Di. Paisagens pós-urbanas. O fim da experiência urbana e as formas

    comunicativas do habitar. São Paulo: Annablume, 2009. (Coleção ATOPOS).

    GOMES, Renato Cordeiro. Todas as cidades, a cidade: literatura e experiência urbana. 2 ed.

    Rio de Janeiro: Rocco, 2008.

    ______. De rua e de janela. In: Semear, Rio de Janeiro, n. 6, 2002.

    JACOBS, Janice. Morte e vida de grandes cidades. Tradução de Carlos S. Mendes Rosa.

    São Paulo: WMF Martins Fontes, 2017.

    SARLO, Beatriz. A cidade vista: mercadorias e cultura urbana. Tradução de Monica Stahel.

    São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.

    SENNETT, Richard. Construir e habitar. Ética para uma cidade aberta. Tradução de Clovis

    Marques. Rio de Janeiro: Editora Record, 2018.

  • PROGRAMA de Pós-Graduação em Ciência da Literatura

    DISCIPLINA: Arte, crítica e história

    Prof.: Ricardo Pinto de Souza Siape: 2373968 CÒDIGO:LEL

    847

    PERÍODO: 2020/1 NÍVEL:

    Mestrado e

    Doutorado

    Área de Concentração:

    Teoria Literária / Literatura Comparada

    HORÁRIO: quinta-feira 18h

    HORÁRIO / DINÂMICA DO CURSO: A disciplina ocorrerá através de três ‘modos’

    mais ou menos concomitantes. O curso será em módulos não sincrônicos, de maneira que

    qualquer um dos 4 módulos poderá ser trabalhado a qualquer momento. O curso se inicia em

    setembro.

    -O primeiro modo é através da disponibilização do material de referência do curso (livros,

    filmes, áudios etc), com um comentário pontual sobre uma parte do material nos encontros

    coletivos quinzenais. O objetivo dos encontros será mais trocar informações de leitura e

    troca de dúvidas do que propriamente uma explicação teórica do material. O comentário

    eventual do material se dará mais através de intervenções em vídeo e áudio (tanto do

    professor quanto dos alunos)

    -O segundo modo se dará através de encontros coletivos e individuais, de maneira que a

    cada duas semanas haverá uma conversa com a turma completa e a cada duas semanas uma

    conversa/consulta individual ou com um grupo pequeno, de maneira que se intercalem

    encontros individuais e coletivos. Os encontros coletivos ocorrerão a princípio duas vezes na

    semana durante 1h30min, preferencialmente à noite.

    -O terceiro modo se dará através de um projeto longo (a ser desenvolvido em alguns meses)

    a ser definido logo no início do curso, que pode incluir uma das três opções: tradução para

    publicação de material referido ou utilizado no curso; produção de uma prática estética

    situacionista/psicogeográfica (a conferir…) a ser registrada em vídeo, texto, coletânea,

    dinâmica, jogo etc; organização de um evento acadêmico relativo aos temas do curso.

    TÍTULO DO CURSO: Enclaves do novo mundo: experiências anarquistas e as artes

    EMENTA

    O curso tentará pensar a relação entre insurgências identificadas historicamente com o

    anarquismo e as expressões artísticas que estão no seu entorno, partindo da hipótese de que

    a prática e a teoria política que permitiram estas insurgências são possíveis (e

    simultaneamente alimentam) em um campo expandido de práticas libertárias de vida onde

    uma espécie de ideal estético de autonomia, e, mais especificamente, uma práxis do fazer

    artístico são uma referência importante.

    Serão 4 módulos

    I. Anarquismo ucraniano durante a revolução Módulo centrado na reflexão sobre o legado de Nestor Makhno e do Território Livre

    Ucraniano; as relações conflituosas entre campo e cidade, bloco ‘letrado’ e bloco

    camponês; vanguarda política + tradicionalismo cultural/ vanguarda política +

    vanguarda cultural.

    II. A guerra civil espanhola Módulo sobre a experiência anarquista durante a guerra civil espanhola e sua marca

  • em uma política da memória e uma melancolia de esquerda

    III. Situacionismo e o 1968 global Módulo centrado no situacionismo, nos entornos de 1968 e na vida e obra de Guy

    Debord

    IV. Últimas insurgências: anticapitalismo e combate à crudelização da vida Módulo sobre o renascimento da ideia de anarquismo em movimentos como o

    Exército Zapatista de Libertação Nacional, os Movimentos Anticapitalistas e Antifas

    e as Zonas Autônomas Temporárias

    Bibliografia básica

    ARSHINOV, P. History of the Makhnovist movement, (1918-1921). Tradução Paul Avrich

    Collection (Library of Congress). London: Freedom Press, 1987.

    BEI, Hakim. TAZ, Zona Autônoma Temporária. [S.l: s.n.], [S.d.].

    DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo: comentários sobre a sociedade do espetáculo.

    Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 2003.

    FARAMELLI, Anthony. Resistance, revolution and fascism: Zapatismo and assemblage

    politics. [S.l: s.n.], 2018.

    GLEASON, Abbott; GOLDSMITH, Jack; NUSSBAUM, Martha Craven (Org.). On

    nineteen eighty-four: Orwell and our future. Princeton, N.J: Princeton University Press,

    2005.

    GRAEBER, David. Fragments of an anarchist anthropology. Chicago: Prickly Paradigm

    Press : Distributed by University of Chicago Press, 2004. (Paradigm, 14).

    GRAEBER, David. Possibilities: essays on hierarchy, rebellion, and desire. Oakland, CA:

    AK Press, 2007.

    GRAEBER, David. Revolutions in reverse: essays on politics, violence, art, and

    imagination. Brooklyn, NY: Autonomedia, 2011. (Minor Compositions).

    GRAEBER, David. Toward an anthropological theory of value: the false coin of our own

    dreams. New York: Palgrave, 2001.

    HOME, Stewart (Org.). What is situationism? a reader. Edinburgh, Scotland ; San

    Francisco, CA: AK Press, 1996.

    INTERNACIONAL SITUACIONISTA (FRANÇA); JACQUES, Paola Berenstein.

    Apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade. Rio de Janeiro (RJ): Casa da

  • Palavra, 2003.

    JAPPE, Anselm. Guy Debord. Berkeley, Calif: University of California Press, 1999.

    LÖWY, Michael. A estrela da manhã: surrealismo e marxismo. Rio de Janeiro: Civilização

    Brasileira, 2002.

    MAKHNO, Nestor Ivanovich. The struggle against the state & other essays. Tradução

    Alexandre Skirda. San Francisco, CA: AK Press, 1996.

    MARCOS; LEBOT, Yvon. El sueño zapatista. Barcelona: Anagrama, 1997. Disponível em:

    . Acesso em: 21 jul. 2020.

    MARCUSE, Herbert. Eros e civilização: uma interpretação filosófica do pensamento de

    Freud. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999.

    MARCUSE, Herbert. O homem unidimensional: estudos da ideologia da sociedade

    industrial avançada. Tradução Robespierre De Oliveira; Deborah Christina Antunes; Rafael

    Cordeiro Silva. São Paulo: Edipro, 2015.

    Nuestra arma es nuestra palabra. New York: [s.n.],

    ORWELL, George. Lutando na Espanha: homenagem à Catalunha, recordando a guerra

    civil espanhola e outros escritos. Tradução Ana Helena Souza; Peter Davidson; Ronald

    Polito. São Paulo: Globo, 2006.

    VOLIN. The unknown revolution: 1917-1921. 2019 edition ed. Oakland, CA: Jura Books,

    PM, 2019.

    Zapatistas!: documents of the New Mexican Revolution (December 31, 1993 - June 12,

    1994). New York: Autonomedia, 1994.

    http://books.google.com/books?id=EaF6AAAAMAAJ