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Meios de Comunicação de Massa Cinema – Gêneros de filmes (1895-200?) Professor Fernando Cunha

Cinema e Seus Generos

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Meios de Comunicação de Massa

Cinema – Gêneros de filmes (1895-200?)

Professor Fernando Cunha

O Cinema como uma mercadoria

• Um filme deve apresentar-se com determinadas qualidades que motivem o potencial espectador a ir ao cinema, a escolher este filme em detrimento de outros, isto sem conhecê-lo.

• “Dos 8 aos 80” – expressão que marca o filme como uma mercadoria, neste raciocínio, o filme deve conter ingredientes suscetíveis de agradar o público dos 8 aos 80 anos, e não conter nada suscetível de desagradar. Para conquistar a maior quantidade possível de espectadores, para ser um filme de massa, o filme não pode se dar ao luxo de despreza nenhum espectador em potencial.

• Neste ínterim, a necessidade do lucro a homogeneizar produtos e homogeneizar os públicos. Logo as diferenciações religiosas (católicos, protestantes, budistas, islâmicos, por exemplo), políticas nacionais (o alvo é o mercado internacional), comportamentais, de idade, de sexo, de ideologia, de estética, de ética, etc., tendem a ser contornadas (ou subtendidas) em favor da homogeneização).

• A classificação de filmes em gêneros encontra-se em consonância com esta lógica comercial: dado que facilita as decisões de produtores, comercialização de títulos, além de servir de modelos para roteiristas.

• Exemplos de estúdios que se especializaram e um gênero na primeira metade do século XX: Universal (horror), Warner Bros (gangster), MGM (musical) e Paramont (comédia).

• Há a questão na qual o público associou certos tipos de filme aos seus astros, ainda que nos dias atuais isso seja algo flexível o público ainda realiza algumas associações: Bruce Willis e Sylvester Stallone a filmes de ação; Jim Carrey a comédias e J. Chan a artes marciais.

• Existem ainda diretores especializados em certos gêneros: Wes Craven em horror (A hora do pesadelo – 1984, Pânico – 1996); John Woo em ação (A outra face – 1997, Missão impossível 2).

“Quando um filme é rotulado como faroeste, musical ou comédia romântica, isso cria no público expectativas no que tange ao gênero ou tipo de filme que verá. Ainda que alguns aspectos variem dentro de cada categoria, eles tem padrões reconhecíveis em termos de tema, época, ambientação e trama, além da iconografia e os tipos de personagens

retratados”. R. Bergan In. Cinema

Gêneros de filmes - Ação/aventura- Animação- Filme biográfico- Comédia- Filme de época- Desastre- Documentário- Èpico- Gangster

- Horror- Artes marciais- Melodrama- Musical- Propaganda- Ficção científica e fantasia- Série- Adolescente- Suspense/Thriller- Guerra- Faroeste

Ação / Aventura • Os filmes de ação – em geral vinculados a

aventuras – costuma cativar o grande público com sua combinação de tramas eletrizantes, proezas físicas e efeitos especiais.

• Há ação/aventura em diversos gêneros: faroeste, filmes de guerra, policiais, e mesmo comédias, tal estilo associa-se à ação ininterrupta – perseguições, tiroteios e explosões – muitas vezes centrada na figura do herói masculino que enfrenta tudo e todos.

Filmes de ação / aventura

Animação

• Os filmes de animação abrangem diversos estilos, temas e técnicas. Dos mais simples desenhos à mão a imagens feitas com a mais nova tecnologia digital, seu objetivo é sempre atrair a maior faixa etária possível.

• O primeiro grande sucesso data de 1937, de Walt Disney, “A Branca de Neve e os sete anões”, que demorou 4 anos para ser produzido a um investimento de US$ 1,5 milhão – valor altíssimo para a época. Um divisor de águas, a este sucesso seguiram-se Fantasia (1940) e Pinóquio (1940). Dumbo (1941) e Bambi (1942).

Filmes de Animação

Filme Biográfico

• Por sua natureza o filme biográfico freqüenta todos os gêneros, guerra, épico e até melodrama, porém algumas características fazem deste um gênero próprio.

• Em geral, é um retrato dramatizado e enfeitado de alguém conhecido, riscado sob certos princípios narrativos; o protagonista arrisca tudo por seus objetivos e, antes de alcançar o sucesso enfrenta a solidão, conflitos pessoais ou outra aflição. Tipicamente o herói cai do pedestal da fama, mas retorna triunfante,

Filmes Biográficos

Comédia

• Em sua várias formas, do pastelão aos diálogos sarcásticos, a comédia faz parte do cinema desde a travessura do menino que pisou na mangueira em “O regador regado” (1895). A partir de então muitos foram os métodos para se fazer rir.

• Genero teatral dos mais antigos a comédia encontrou no cinema mudo um meio natural, predominando no início o pastelão -, nome decorrente da tradicional torta na cara – visto que era eficiente mesmo sem som.

• A partir de 1912 há o lançamento de comédias de ação acelerada, movimento reverso e outros truques de filmagem e edição, com

perseguições quase mortais muitas peripécias.

• Somado a estes dois ainda há a comédia que se caracteriza por trapalhadas visuais, isto se deu com a chegada do som ao cinema em 1927 (inicialmente gravações sobrepostas com sincronia labial), com personagens estabanados.

• Há ainda a comédia de costumes, que pauta-se por um humor irreverente, ação e diálogos ligeiros e personagens excêntricos.

• As sátiras também se encaixam neste gênero, que podem ir de comédia românticas, de humor negro, paródias (ex:

Austin Powers – 1999-2002) e humor doido (ex: Corra que a polícia vem aí – 1981-83).

• Nos anos 80 e 90 destacaram-se os comediantes estadunidenses Eddie Murphy, Steve Martin e Jim Carrey.

Filmes de comédia

Filmes de Época • O filme de época clássico – ou drama de costumes – deriva

de fontes literárias. Os melhores ostentam cenários e figurinos que captam meticulosamente o ambiente do período em que se passam.

Desastre

• Nos anos 1970 esse subgênero dos filmes de ação atingiu o auge, sendo lançado diversos títulos com elencos ameaçados por terremotos, naufrágios, incêndios, desastres aéreos, maremotos ou outras catástrofes.

• O primeiro sucesso foi “Aeroporto” (1970) – uma ameaça de bomba a uma companhia aérea – inaugurou a onda de filmes de desastres, todavia o gênero decaiu quando foi lançado em 1978 “O Enxame”. Nos anos 90 o tema ressurge com “Independence Day”(1996), “Titanic” (1997), Armageddon (1998) e “O dia depois de amanhã”(2004).

• As narrativas de tradição épica extrapolam a experiência comum

Filmes de desastres

Épico

• As narrativas de tradição épica extrapolam a experiência comum e ganham proporções heróicas. O mesmo vale para esse gênero no cinema, que costuma exibir grandes panoramas com centenas de figurantes e prefere relatos históricos ou bíblicos com cenas espetaculares.

• A primeira mega-produção foi “ O nascimento de uma nação” em 1916, que tratava da guerra civil estadunidense de 1861-65, tendo180 min.

Filmes Épicos

Horror

• Os filmes de horror exploram os medos e ansiedades mais profundos, e muitas vezes o implícito assusta mais que o revelado.

• O chamado terror classico tem seu auge nos anos 1930 com “Frankenstein” e “Drácula” (ambos filmados em 1931) pela universal Studios.

• Nos anos 1950, já em Technicolor (nome genérico de qualquer

filme colorido a partir dos anos 30), há diversas refilmagens de “Drácula” e “Frankenstein”. Em 1970 há o lançamento de filmes repletos de zumbis como “A noite dos mortos vivos” (1968).

• Anda na década de 1970 há o estabelecimento do terror sangrento, com “O Massacre da serra elétrica” (1974), “O exorcista” (1973) e “Hallowen – A noite do terror” (1978). Sendo que nos anos 80 se proliferaram com “Sexta-fera 13” (1980) e “ A hora do pesadelo”, estes últimos com adolescentes aterrorizados, geraram incontáveis continuações tecnicamente inferiores.

• O Japão é considerado o maior produtos de filmes de terror do mundo, tendo praticamente redefinido o gênero com um terror de âmbito psicológico, perturbador, implícito e misterioso, sendo que no Ocidente os mais conhecidos são refilmagens como “O Grito” (2005) e o “O chamado” (2002).

Filmes de terror

Artes marciais • O interesse pela filosofia oriental e a presença de Bruce

Lee aumentaram no início dos anos 70 e a popularidade dos filmes de artes marciais.

• Filmes de artes marciais incluem sempre bela coreografias de lutas em que o mocinho, cercado por vários inimigos com facas ou bastões, os derrota de mãos limpas. As tramas costumam ser simples confrontos entre o bem e o mal.

• O maior expoente foi Bruce Lee, na década de 70, sendo que nos anos 80 surgem diversos filmes e atores: Jean-Claude Van Damme, C.Norris, Steven Seagal e Jackie Chan e Jet Lee.

Filmes de artes marciais

Cult• O termo cult denota qualquer filme que, por motivo

desvinculado de sua qualidade artística , atrái a devoção obsessiva de fãs. Muitos cult são definidos: é tão ruim, que é bom”.

Ficção científica e fantasia

• Filmes de ficção científica e fantasia tem cenários e mundos imaginários – em geral com ajuda de efeitos especiais, que permitem o improvável. Seus temas incluem formas de vida alienígenas, viagens ao espaço e no tempo, e tecnologias futurísticas.

• A ficção científica e fantasia vão “audaciosamente onde o homem jamais esteve” (lema de Jornada nas estrelas). Ou seja, mais do que qualquer gênero, dependem de efeitos especiais, com Star Wars (então Guerra nas Estrelas, 1977) e imagens geradas por computador (CGI Common Gateway Interface) , sendo que há filmes totalmente dependentes deles como Matrix (1999).

Filmes de Ficção científica e fantasia

Adolescente • Os produtores começaram a identificar nos anos 50 esse

mercado crescente que estourou 30 anos mais tarde. Muitas vezes ambientados em escolas, os filmes retratam jovens de atrair o sexo oposto e livrar-se do controle dos adultos.

• Entre os anos 30 e 40 adolescentes eram ridicularizados ou disciplinados em filmes. Entre 50 e 70 surgem filmes de “veraneio”, motos e LSD, isto acompanhado com a inserção dos chamados “ritos de passagem”.

Suspense / Thriller• Os Thrillers são sessões eletrizantes de suspense e criam

tensão pondo os personagens em situações de perigos dos quais eles precisam escapar. Esse tipo de filme permeia diversos gêneros, existindo suspense em ação, ficção científica e mesmo faroeste.

Guerra

* Cenas de batalhas freqüentam o cinema desde o seu inicio. Como gênero, esses filmes atingiram a maturidade durante a I Guerra Mundial. Em geral contrários aos conflitos, podem, contudo, obter apoio popular e servir como propaganda.

Faroeste

• Uns dos gêneros mais antigos, o faroeste é também a única arte totalmente americana. Dos anos 20 ao inicio dos anos 60, sua popularidade consolidou o domínio de Hollywood sobre o mercado global de filmes.

• A tradição do faroeste ambienta-o historicamente em 1850-90, época da corrida do ouro na California e em Dakota, da Guerra Civil, da construção da ferrovia transcontinental, das lutas contra os índios., da expansão das fazendas de café e da viagem de colonos, fazendeiros e imigrantes rumo ao Oste. Época também do quase extermínio dos búfalos e das tribos indígenas.

• Alguns filmes ainda remontam ao período colonial, outros chegam a meados do século XX, e as locações costumam ser a oeste do rio Mississipi, ao norte do Rio Grande e ao sul ate a fronteira com o México.

• O tema central é a civilização do agreste, domando a natureza, os marginais e os “selvagens” 9em geral “peles-vermelhas”. São icônicos os fortes e as grandes fazendas isoladas, cidades pequenas com uma saloon, uma cadeia e uma rua – cenário do inevitável duelo entre herói e vilão.

Faroeste

Propaganda • Produzidos para persuadir espectadores de alguma crença

ou ideologia, os filmes de propaganda forma usados por governos de todo o mundo desde o início do século XX. Sua forma mais popular é o documentário, mas o drama também transmite a “mensagem”.

• O poder manipulador do cinema sempre foi reconhecido, sendo que parte dessa eficácia parte da crença de que o cinema não mente.

Gangster

• Nos anos 210, quando os marginais prosperam nos EUA da lei Seca, os filmes de gangsteres tornaram-se gênero próprio. E os que focalizavam mafiosos, 1920-30, forma atualizados com efeitos dramáticos em 70 e 90.

• Filmes de gangsteres conquistaram espaço com a introdução do som – tiros, derrapagens de carros e diálogos rápidos e rudes -, mas desde os primórdios a criminalidade urbana foi tema do cinema.

Gângster

Bibliografia • BERGAN, Ronald. Guia Ilustrado Zahar: cinema. Rio de Janeiro:

Zahar, 2007

• NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.

• BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema. São Paulo: Brasiliense, 2000.

• ALMEIDA, Claudio. O cinema como agitador de almas: Argila, uma cena do Estado Novo. São Paulo: Annablume/Fapesp, 1999.

• Secretaria da educação. Caderno de cinema do professor: dois. São Paulo:FDE, 2009.