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1DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Lâmpadas de incandescência
Em virtude da temperatura muito elevada do filamento em funcionamento (até
2500 ºC) a sua resistência varia em grandes proporções conforme a lâmpada
está apagada ou acesa.
Sendo a resistência a frio baixa, tem como resultado uma ponta de corrente no
acendimento que pode atingir 10 a 15 vezes a corrente nominal durante
alguns ms a algumas dezenas de ms.
Esta solicitação diz respeito quer às lâmpadas de incandescência normais, quer
às lâmpadas de halogéneo; ela implica reduzir o número máximo de lâmpadas
que podem ser alimentadas por um mesmo dispositivo tal como um
telerruptor, um contactor modular ou um relé.
2DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Na prática intervêm diferentes factores para que este máximo teórico não seja
atingido: impedância não desprezável da fonte e dos elementos do circuito
(condutores, disjuntor, contactos do casquilho).
Por outro lado a constante de tempo do circuito opõe-se a que a corrente tome
instantâneamente um valor elevado, o que dá ao filamento o tempo necessário
para o seu aquecimento, implicando um aumento de resistência.
No entanto, a amplitude máxima atingida pela corrente é ainda um múltiplo
elevado da corrente nominal: 8 a 11 vezes.
Este fenómeno tem evidentemente uma curta duração pois que, num tempo
muito curto, o filamento atinge a sua temperatura normal de funcionamento.
Este efeito deve ser tomado em atenção quando da escolha de disjuntores para
a protecção de canalizações que alimentem um grande número de lâmpadas de
incandescência.
3DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Lâmpadas de halogéneo de tensão reduzida
Certas lâmpadas de halogéneo de potência baixa são alimentadas em tensão
reduzida (12 ou 24 Volt) por intermédio de um transformador ou de um
conversor electrónico.
Com um transformador, ao fenómeno da variação de resistência do filamento
acresce o fenómeno da magnetização. A corrente de ligação pode atingir 50 a
70 vezes a corrente nominal durante alguns ms.
A utilização de reguladores de fluxo colocados a montante reduz fortemente
esta solicitação.
Na protecção destes circuitos de alimentação de transformadores de tensão
reduzida devem ser utilizados disjuntores modulares com curva de disparo dos
relés electromagnéticos do tipo D (10 a 20 In).
4DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Lâmpadas fluorescentes
O balastro magnético
As lâmpadas fluorescentes necessitam de uma limitação da intensidade do
arco, sendo esta função realizada por uma indutância (balastro magnético)
colocado em série com a lâmpada (ver figura).
Esta disposição é a mais utilizada nas aplicações domésticas em que o número
de lâmpadas é limitado. Nenhuma solicitação particular é aplicada aos
interruptores.
5DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
O arrancador
A função do arrancador é dupla: assegurar o pré-aquecimento dos eléctrodos
da lâmpada, e gerar uma sobretensão para o arranque da descarga da
lâmpada. Esta sobretensão é gerada pela abertura de um contacto (lâmina
bimetálica) que interrompe a corrente que circula no balastro magnético.
Durante o funcionamento do arrancador (cerca de 1 s) a corrente absorvida
pela armadura é de cerca 2 vezes a corrente nominal.
6DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
A compensação
A corrente absorvida pelo conjunto lâmpada + balastro sendo essencialmente
indutiva, tem um factor de potência muito baixo (0,4 a 0,5).
Nas instalações com uma grande quantidade de lâmpadas fluorescentes é
necessário prever uma compensação para melhorar o factor de potência.
Para grandes instalações de iluminação pode ser prevista uma compensação
centralizada com baterias de condensadores, mas é mais frequente esta
compensação ser realizada ao nível de cada armadura mediante diferentes
esquemas (ver figura).
Os condensadores de compensação são então normalmente dimensionados de
forma a que o factor de potência global seja superior a 0.86.
No caso mais frequente, o da compensação paralela, a sua capacidade é em
média de 1 µF por 10 W de potência activa para qualquer tipo de lâmpada.
7DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
As solicitações da compensação
O esquema de compensação em paralelo implica solicitações no acendimento
da lâmpada. Estando o condensador inicialmente descarregado a colocação sob
tensão provoca uma sobreintensidade.
Aparece igualmente uma sobretensão, em virtude do circuito constituído pelo
condensador e pela indutância da alimentação.
Dá-se de seguida um exemplo:
Consideremos um conjunto de 50 lâmpadas fluorescentes de 36 W cada uma:
-Potência activa total = 1800 W;
-Potência aparente = 2 KVA;
-Corrente eficaz total = 9 A;
-Corrente de ligação = 13 A.
8DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Com:
-Capacidade total: C = 175 µF;
-Uma indutância de linha (correspondente a uma corrente de
curto-circuito de 5 kA): L = 150 µH;
A corrente de ligação máxima na colocação sob tensão é igual a:
A corrente de ligação teórica, quando da colocação sob
tensão, pode portanto atingir 27 vezes a corrente de pico em
funcionamento normal.
O andamento da tensão e da corrente no acendimento é dado na figura
seguinte para o fecho de um interruptor no máximo da tensão da rede.
AL
CVI
c350
10150
101752230
6
6
max=
×
×××==
−
−
9DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
10DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Há portanto um risco de soldadura dos contactos dos dispositivos
electromecânicos de comando (telerruptor, contactor, disjuntor).
O quadro seguinte apresenta as vantagens e desvantagens dos diferentes
esquemas de compensação.
11DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Na realidade, as solicitações são em geral menos severas, em virtude da
impedância dos cabos.
A norma CEI 60669-1 indica as capacidades a tomar em consideração na
concepção dos interruptores, para uma corrente de curto-circuito presumida
de 3 kA:
- calibre < 6 A: 70 µF;
- calibre >= 6 A: 140 µF.
Solicitação particular quando do acendimento de vários grupos de lâmpadas
fluorescentes
Quando um grupo de lâmpadas fluorescentes se encontra já ligado, os
condensadores de compensação destas lâmpadas, já sob tensão, participam na
corrente de ligação de um segundo conjunto de lâmpadas: eles amplificam o
pico de corrente no interruptor de comando no momento do acendimento do
segundo grupo.
12DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
O quadro seguinte indica a amplitude do primeiro pico de corrente, para
diferentes valores da corrente de curto-circuito presumida Icc:
Verifica-se que o pico de corrente pode ser multiplicado por 2 ou 3, conforme
o número de lâmpadas já em serviço no momento da ligação do último grupo
de lâmpadas.
O acendimento sequencial por grupo de lâmpadas é no entanto recomendado
para reduzir o pico de corrente no interruptor geral.
6326166161442
6246076071428
5755565581414
320250233140
Icc= 6000 AIcc = 3000 AIcc = 1500 A
Pico de corrente de ligação (A)Número de lâmpadas ligadas(2º grupo)Número de lâmpadas já em serviço
13DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Uma evolução tecnológica
Os balastros magnéticos mais recentes são de perdas reduzidas. O seu
circuito magnético foi optimizado mas o principio de funcionamento
permanece o mesmo.
A tabela seguinte indica a potencia máxima absorvida pelo conjunto lâmpada
+ balastro para cada uma das classes de balastros:
-B1 (magnéticos de muito baixas perdas);
-B2 (magnéticos de perdas reduzidas);
-C (magnéticos standard)
-D (magnéticos com altas perdas).
Uma Directiva da U.E., consequência directa do protocolo de Kyoto veio
estabelecer as disposições aplicáveis à eficiência energética dos balastros.
Por esta directiva os balastros do tipo D , de maior consumo energético
deixaram de poder ser utilizados a partir de 20 de Maio de 2002.
14DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
A directiva prevê ainda que em Novembro de 2005 passará a ser proibida a
venda de balastros da classe C (magnéticos standard).
Até ao fim de Dezembro de 2005 será realizado um inquérito junto dos
fabricantes de balastros. Se esse inquérito confirmar que a percentagem de
balastros electrónicos é inferior a 55% do total de balastros fabricados está
prevista a possibilidade dos balastros magnéticos de perdas reduzidas e de
muito baixas perdas serem igualmente proibidos.
A directiva considera ainda que a prazo o mercado dos balastros electrónicos
tenderá a ser composto unicamente por balastros electrónicos da classe A:
- classe A1: electrónicos com regulação de fluxo;
- classe A2: electrónicos com baixas perdas;
- classe A3: electrónicos standard;
Uma tabela mais adiante indica a potência máxima absorvida para o conjunto
lâmpada + balastro electrónico.
15DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
16DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Balastros electrónicos
Os balastros electrónicos são utilizados em substituição dos balastros
magnéticos para a alimentação das lâmpadas fluorescentes (incluindo aqui
as lâmpadas fluorescentes compactas) e algumas outras lâmpadas de
descarga. Asseguram igualmente a função de arrancador e não necessitam
de condensador de compensação. Apareceram em meados dos anos 80.
O principio do balastro electrónico (ver figura) consiste em alimentar o arco
da lâmpada por um dispositivo electrónico que gera uma tensão alternada
de forma rectângular.
Distinguem-se os dispositivos de baixa frequência ou híbridos, cuja
frequência está compreendida entre 50 e 500 Hz e os dispositivos de alta
frequência cuja frequência está compreendida entre 20 e 60 kHz.
A alimentação do arco por uma tensão de alta frequência permite eliminar
totalmente o fenómeno de cintilação e o efeito estroboscópico.
17DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Esquema de princípio de uma lâmpada alimentada por um balastro electrónico
18DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
O balastro electrónico é totalmente silencioso.
No decurso do período de pré-aquecimento da lâmpada de descarga este
balastro fornece à lâmpada uma tensão crescente, impondo uma corrente
quase constante. Em regime permanente, ele regula a tensão aplicada à
lâmpada independentemente das flutuações da tensão da rede.
Sendo o arco alimentado nas condições óptimas de tensão resulta uma
economia de energia de 5 a 10% e um aumento da duração de vida da
lâmpada. Por outro lado o rendimento de um balastro electrónico pode
ultrapassar os 93%, enquanto que o rendimento médio de um balastro
magnético anda à volta dos 85%.
O factor de potência é elevado (> 0,95).
O balastro electrónico permite igualmente assegurar a função de variação do
fluxo luminoso. A variação da frequência permite com efeito fazer variar a
amplitude da corrente no arco e portanto a intensidade luminosa.
19DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Solicitações
Corrente de ligação
A principal solicitação dos balastros electrónicos nas redes consiste na elevada
corrente de ligação na colocação sob tensão, ligada à carga inicial dos
condensadores de filtragem. O quadro seguinte dá-nos a ordem de grandeza
das correntes de ligação, dependente da tecnologia utilizada.
Na realidade, em virtude das impedâncias da cablagem, a corrente de ligação
para um conjunto de lâmpadas é bem inferior a estes valores, da ordem de 5
a 10 In durante menos de 5 ms. Contrariamente aos balastros magnéticos
esta corrente de ligação não é acompanhada de sobretensão.
20DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Distorção harmónica
Para os balastros associados às lâmpadas de descarga de maior potência a
corrente absorvida da rede apresenta uma fraca taxa de distorção harmónica
(< 20% em geral e <10% para os dispositivos mais evoluídos).
Por outro lado os dispositivos associados às lâmpadas de fraca potência, em
particular as lâmpadas fluorescentes compactas absorvem uma corrente muito
deformada (ver figura). A taxa de distorção harmónica pode atingir os 150%.
Nestas condições, a corrente eficaz absorvida da rede é igual a 1,8 vezes a
corrente correspondente à potência activa da lâmpada, o que corresponde a
um factor de potência de 0,55.
21DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Forma da corrente absorvida por uma lâmpada fluorescente compacta
22DEEC- Armínio Teixeira
A fim de equilibrar a carga entre as diferentes fases, os circuitos de iluminação
são em geral ligados entre as fases e o neutro de forma equilibrada. Nestas
condições, a forte taxa de harmónicas de ordem 3 e múltiplos de 3 pode
provocar uma sobrecarga do condutor neutro.
A situação mais desfavorável conduz a uma corrente de neutro que pode atingir
√3 vezes a corrente em cada fase.
Os limites de emissão harmónica para os sistemas de iluminação são fixados
pela norma CEI 61000-3-2 Por exemplo para os dispositivos de potência
superior a 25 W, a percentagem de harmónico de ordem 3 deve ser inferior a
30% da corrente fundamental.
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
23DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Correntes de fuga
Os balastros electrónicos dispõem em geral de condensadores colocados
entre os condutores de alimentação e a terra. Estes condensadores de anti-
parasitagem são responsáveis pela circulação de uma corrente de fuga
permanente da ordem de 0,5 a 1 mA por balastro. Isto leva a limitar o
número de balastros que é possível alimentar por um dispositivo diferencial.
Quando da colocação sob tensão, a carga inicial destes condensadores pode
provocar igualmente a circulação de um pico de corrente cuja amplitude pode
atingir alguns amperes durante 10 ms. Este pico de corrente pode provocar o
disparo intempestivo de dispositivos mal adaptados.
24DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Conclusão
Para o dimensionamento de circuitos com iluminação fluorescente, se nada for
especificado em contrário, deve-se considerar a potência dos balastros
magnéticos como sendo 25% da potência das lâmpadas.
Para os balastros electrónicos, esta potência é menor, da ordem dos 5 a 10%.
Deve também considerar-se o factor de potência do circuito considerado para o
cálculo da corrente máxima admissível na canalização.
Para o dimensionamento da protecção contra contactos indirectos temos de
considerar, além da corrente de fuga correspondente à classe de isolamento
das armaduras utilizadas, uma corrente de fuga da ordem de 0,5 a 1 mA por
balastro.
No caso de serem utilizados contactores para o comando de circuitos de
iluminação temos na tabela seguinte o máximo número de lâmpadas que
podem ser utilizadas com contactores de 16 A, 25 A, 40 A e 63 A.
25DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
26DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
27DEEC- Armínio Teixeira
CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO
Uma forma rápida de calcular a potência em VA de um circuito de iluminação
com lâmpadas de descarga, a partir da potência instalada em W, consiste em
multiplicar este valor por um factor 1,8 para se ter em atenção a potência da
lâmpada + potência do balastro, o factor de potência da montagem e a
influência da distorção harmónica.