2
Vaerá Shemot 6:2 9:35 Nesta porção da Torá, Deus diz a Moisés e Arão para irem ao Faraó exigir liberdade para os israelitas da escravidão. O Faraó se recusa a libertar os escravos israelitas e Deus manda pragas sobre os egípcios, começando por transformar o Nilo e todos os seus afluentes num rio de sangue. Faraó promete libertar os israelitas e Moisés pede para parar cada praga, mas a cada vez, Deus endurece o coração de Faraó. A porção termina com a praga de uma tempestade de granizo sobre toda a Terra do Egito, a aceitação do Faraó e a mudança de ideia mais uma vez. Palavras de Andre Chouraqui No episódio da transformação do cajado de Arão em serpente, os feiticeiros da corte fizeram o mesmo através de ritos mágicos e de encantamentos. Através da magia tenta-se forçar a natureza a alcançar objetos inacessíveis. Utilizando gestos e fórmulas, o mágico pretende dominar as forças naturais, os demônios e até mesmo os deuses. Arão não diz nada; seu único gesto é o de lançar o cajado. O milagre acontece exclusivamente através da força de Deus, e não através de técnicas humanas. No início do processo, no palácio real, antes do envio das pragas, o Faraó tinha consultado seus mágicos para assegurar-se de que seu poder era tão grande quanto o de Deus, para medir as consequências da aceitação ou recusa da mensagem de Moisés. Mas quando se verifica que Deus é o mais forte, Faraó não segue mais sua própria lógica. Os mágicos intervirão com sucesso quatro vezes. Finalmente, eles se reconhecem vencidos, mas, o Faraó, que fora o próprio a escolher as armas de seu confronto com Deus, não aceitará a derrota de seus campeões. CJנEW םAno XV nº 635 12 de Janeiro de 2012 1 de Shevat de 5773 Shabat Vaera Shabat Rosh Chodedsh

CJ News - 12/01/2013

Embed Size (px)

DESCRIPTION

CJ News - 12/01/2013

Citation preview

Page 1: CJ News - 12/01/2013

Vaerá Shemot 6:2 – 9:35 Nesta porção da Torá, Deus diz a Moisés e Arão para irem ao

Faraó exigir liberdade para os israelitas da escravidão. O Faraó

se recusa a libertar os escravos israelitas e Deus manda pragas

sobre os egípcios, começando por transformar o Nilo e todos os

seus afluentes num rio de sangue. Faraó promete libertar os

israelitas e Moisés pede para parar cada praga, mas a cada vez,

Deus endurece o coração de Faraó. A porção termina com

a praga de uma tempestade de granizo sobre toda a Terra do

Egito, a aceitação do Faraó e a mudança de ideia mais uma vez.

Palavras de Andre Chouraqui

No episódio da transformação do cajado de Arão em serpente, os

feiticeiros da corte fizeram o mesmo através de ritos mágicos e de

encantamentos. Através da magia tenta-se forçar a natureza a

alcançar objetos inacessíveis. Utilizando gestos e fórmulas, o

mágico pretende dominar as forças naturais, os demônios e até

mesmo os deuses. Arão não diz nada; seu único gesto é o de

lançar o cajado. O milagre acontece exclusivamente através da

força de Deus, e não através de técnicas humanas.

No início do processo, no palácio real, antes do envio das pragas,

o Faraó tinha consultado seus mágicos para assegurar-se de que

seu poder era tão grande quanto o de Deus, para medir as

consequências da aceitação ou recusa da mensagem de Moisés.

Mas quando se verifica que Deus é o mais forte, Faraó não segue

mais sua própria lógica. Os mágicos intervirão com sucesso

quatro vezes. Finalmente, eles se reconhecem vencidos, mas, o

Faraó, que fora o próprio a escolher as armas de seu confronto

com Deus, não aceitará a derrota de seus campeões.

CJנEWם

Ano XV nº 635 12 de Janeiro de 2012 1 de Shevat de 5773

Shabat Vaera Shabat Rosh Chodedsh

Page 2: CJ News - 12/01/2013

O que define uma nação

Segundo a parashá desta semana, a

redenção não consiste em um ato único e

completo, mas em uma série de cinco

etapas que configuram um processo

histórico. A redenção e a liberdade não se produzem

geralmente de forma drástica, mas constituem o resultado

de distintos fatos que provocam uma mudança na situação

geral.

Ela se expressa mediante cinco conceitos expresso por Deus

em sua promessa a Moisés: os libertarei, os salvarei, os

redimirei, os considerarei, os levarei.

Ainda no Egito era necessário despertar no povo o desejo de

liberdade, já que as primeiras pragas não conseguiram

abrandar o coração do Faraó, provocando, ao invés disso,

um aumento das exigências com respeito ao trabalho dos

escravos. O povo começou a duvidar da possibilidade de que

efetivamente a redenção pudesse ocorrer. No início de nossa

parashá, o Criador trata de despertar e estimular o espírito

do povo e aumentar suas esperanças com respeito a

redenção.

Talvez as fases desta redenção não sejam únicas e próprias

da saída do Egito, já que se produziram de forma

semelhante também em outras situações relacionadas com a

redenção de Israel. Ao analisarmos, por exemplo, a tragédia

que assolou nossa geração em nossos dias, a Shoá, veremos

que também depois dela se produz um processo de “os

tirarei”, “os salvarei”, “os redimirei”, “os considerarei” e “os

levarei”. Mesmo assim, de forma consciente ou inconsciente,

todos os libertadores de escravos, desde Espártaco até

Lincoln, extraíram sua força e inspiração desta parashá, já

que a melodia da redenção do Egito segue ressonando em

nosso mundo...

Os três elementos do pacto: a liberdade, a Torá e Eretz

Israel, constituem, cada um a seu tempo, três etapas

distintas na história do povo de Israel: a saída do Egito, a

entrega da Torá e a chegada a Eretz Israel. Na relação com

cada um dos elementos do pacto, temos uma das três

festividades centrais: Pessach, em relação a saída do Egito.

Shavuot, ligada a entrega da Torá. E Sucot, em relação com

Eretz Israel. O judeu assume duas obrigações diante do

pacto: cumprir com as mitzvot da Torá e identificar-se com o

destino histórico de seu povo.

A grandeza da saída do Egito está não no fato histórico único

e excepcional de tirar um povo inteiro das garras de seus

opressores, que constituíam um império inteiro, mas se

tratava da primeira fase na vida de um povo, uma fase

especial em uma cadeia histórica que culminaria com a

formação do povo Judeu.

O plano Divino começou com a saída do Egito e finalizou com

a entrada em Eretz Israel.

(extraído do site da entidade Shavei Israel, texto do rabino Eliahu Birnbaum)

Shabat na sinagoga de A Hebraica

Prédica: Mauricio Mindrisz Chazan: David Kullock

Musicista: Marcello Frenkiel Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz

Texto: Mauricio Mindrisz Ilustrações: Rubem Castro