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Vayikrá Vayikrá 1:1 6:7 Nesta porção da Torá, Deus descreve as leis do sacrifício animal. Ele explica os diferentes sacrifícios diferentes para a expiação de culpas ou pecados, e distingue entre pecados cometidos inadvertidamente e pecados cometidos de forma proposital. Para muitos crimes, o sacrifício de animais é uma forma de obter o perdão de Deus. O mês de Nissan Semana passada, quando fizemos o anúncio do mês de Nissan, não tivemos espaço para falar mais do mês, por isso fazemos agora. É o primeiro dos meses, conhecido como "o mês da primavera" (chodesh ha'aviv) e dos milagres (nissim), por conta da saída do Egito. Mês da primavera, Nissan permite a todos sair do Lugar Estreito (mitsraim) para um lugar mais amplo. Assim como as pessoas saem de suas casas e os animais de suas tocas depois do inverno, a sensação é de libertação. Aquele que passou pelo mar de escuridão e frio do inverno e olha desde a outra margem, emerge em gratidão e canto. Anualmente a experiência do fim do inverno traz memórias da historia de libertação coletiva, quando saímos da grande noite e nos descobrimos diante de um novo dia cheio de possibilidades. Renovar-se é deixar para trás coisas que não se pode esperar até que "fermentem" plenamente. Este ato de desapego e de rompimento é que permite a passagem a novos espaços mais amplos, menos restritos. Aqueles que temem seguir adiante até que tudo esteja pronto e resolvido, nunca saem. Marcam passo quando a vida, a primavera ou o Criador estendem convites para que sigamos em frente. CJנEW םAno XV nº 645 16 de Março de 2013 5 de Nissan de 5773 Shabat Vayikrá

CJ News 22 - 16/03/2013

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CJ News 22

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Page 1: CJ News 22 - 16/03/2013

Vayikrá Vayikrá 1:1 – 6:7

Nesta porção da Torá, Deus descreve as leis do sacrifício

animal.

Ele explica os diferentes sacrifícios diferentes para a expiação

de culpas ou pecados, e distingue entre pecados cometidos

inadvertidamente e pecados cometidos de forma proposital.

Para muitos crimes, o sacrifício de animais é uma forma de obter

o perdão de Deus.

O mês de Nissan

Semana passada, quando fizemos o anúncio do mês de Nissan, não

tivemos espaço para falar mais do mês, por isso fazemos agora.

É o primeiro dos meses, conhecido como "o mês da primavera"

(chodesh ha'aviv) e dos milagres (nissim), por conta da saída do Egito.

Mês da primavera, Nissan permite a todos sair do Lugar Estreito

(mitsraim) para um lugar mais amplo. Assim como as pessoas saem de

suas casas e os animais de suas tocas depois do inverno, a sensação é

de libertação. Aquele que passou pelo mar de escuridão e frio do

inverno e olha desde a outra margem, emerge em gratidão e canto.

Anualmente a experiência do fim do inverno traz memórias da historia

de libertação coletiva, quando saímos da grande noite e nos

descobrimos diante de um novo dia cheio de possibilidades.

Renovar-se é deixar para trás coisas que não se pode esperar até que

"fermentem" plenamente. Este ato de desapego e de rompimento é que

permite a passagem a novos espaços mais amplos, menos restritos.

Aqueles que temem seguir adiante até que tudo esteja pronto e

resolvido, nunca saem. Marcam passo quando a vida, a primavera ou o

Criador estendem convites para que sigamos em frente.

CJנEW ם

Ano XV nº 645 16 de Março de 2013 5 de Nissan de 5773

Shabat Vayikrá

Page 2: CJ News 22 - 16/03/2013

O que os sacrifícios tem a nos dizer A parashá dessa semana,Vaykrá, inicia um novo livro da Torá, de mesmo nome. Esse livro, em português, é chamado de Levítico devido ao seu principal assunto: os rituais que aconteciam no mishkan, administrados pelos sacerdotes, da tribo de Levi. A parashá de Vaykrá em si fala sobre cinco tipos de sacrifício que eram oferecidos no mishkan: olá (animal sacrificado e queimado como oferta de elevação voluntária, para se aproximar de D’us), minchá (um sacrifício de farinha de trigo e azeite, parte queimado, parte doado aos sacredotes, geralmente acompanhando a olá), shlamim (sacrifício de pazes, geralmente oferecido em agradecimento), chatát (sacrifício de pecado, oferecido como expiação para um erro involuntário) e asham (sacrifício de delito, que buscava o perdão por uma transgressão consciente). Naturalmente, todos eram formas de comunicação com D’us, que envolvia, além dos animais, um for te sentimento do ofertante.

Como sabemos, nenhum desses sacrifícios é mais oferecido desde a destruição do segundo Templo; aos poucos, as orações foram ocupando o lugar das ofertas. Ainda assim, esses sacrifícios nos transmitem uma mensagem que, tanto tempo depois, continua extremamente atual e relevante: a importância da comunicação do homem com D’us e o reconhecimento de Sua presença em todos os aspectos da vida e do mundo. Este é, aliás, um dos fundamentos do judaísmo e talvez do monoteísmo de forma geral. Quando nos comunicamos com o Criador, seja em agradecimento, louvor ou pedido, reconhecemos que Ele é a fonte primordial do mundo, admitindo que tudo o que existe e acontece de alguma forma vem de Sua força única.

Ao contrário de muitos povos da antiguidade, que veneravam astros ou forças da natureza através de objetos fabricados (ídolos), os israelitas reconheciam que tais forças eram apenas instrumentos e obra de um único D’us, bem como tudo mais no mundo, inclusive a vida.

Daí podemos entender o sentido dos sacrifícios. A dedicação de uma posse, ainda mais um ser vivo, a um D’us invisível e

abstrato, muitas vezes aparentemente oculto, mostra o reconhecimento de Seu poder e Sua existência como D’us da vida e Criador de tudo. Claro que o mais importante, principalmente hoje em dia, não é o sacrifício em si, mas esse forte sentimento de reconhecimento que o acompanha e que deve permanecer até hoje.

A haftará lida nesta semana também explica essa ideia. D’us fala ao profeta Isaías de seu aborrecimento com a idolatria do povo; os israelitas deixavam de trazer sacrifícios para D’us, venerando ídolos fabricados por suas próprias mãos. Uma ideia muito importante por trás disso é o problema de venerar os feitos humanos dissociados de D’us, acreditando que tudo que nossas mãos conquistam é apenas nosso mérito próprio, uma ideia que é totalmente negada com o sentimento em redor dos sacrifícios.

Assim, Vaykrá nos conscientiza sobre a importância de vermos D’us presente em todos os aspectos de nossas vidas, desde o sustento, os estudos, as orações, o alimento e as pessoas a nossa volta, a fim de que possamos levar vidas cheias de sentido e carregadas da nossa eterna missão como companheiros de D’us no aprimoramento do mundo. Shabat shalom!

Shabat Shalom David Rosenberg Krausz

Shabat na sinagoga de A Hebraica

Prédica: Ocir Gerson Gorenstein

Chazan: David Kullock Musicista: Marcello Frenkiel

Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz

Cultura Judaica News

Texto: Mauricio Mindrisz e David Rosenberg Krausz Ilustrações: Rubem Castro

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