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Classes sociais e estratificação Todos sabemos, pela própria experiência do dia-a-dia, que nossa sociedade apresenta contradições: e desigualdades. Nas grandes cidades por' exemplo, ao lado de mansões luxuosas encontramos favelas e pessoas morando embaixo de viadutos. Vivemos, portanto, em uma sociedade profundamente desigual. Se quisermos fazer uma descrição desse tipo de sociedade, podemos trabalhar com o conceito de estratificação social.Mas se nosso objetivo for analisar historicamente os conflitos entre os diversos grupos que a compõem, devemos recorrer ao conceito de classes sociais. Seja qual for o método escolhido, é preciso levar em conta também que alguns indivíduos ou mesmo grupos de pessoas podem mudar de posição social. Para estudar esses casos utilizamos 0 conceito de mobilidade Social 1- ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL A expressão estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada. Por estratificação social entende-se a distribuição de indivíduos e grupos em camadas hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade. Essa distribuição se dá pela posição social dos indivíduos, das atividades que eles exercem e dos papéis que desempenham na estrutura social.

Classes Sociais e Estratificacao

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Classes sociais e estratificação

Todos sabemos, pela própria experiência do dia-a-dia, que nossa sociedade apresenta contradições: e desigualdades. Nas grandes cidades por' exemplo, ao lado de mansões luxuosas encontramos favelas e pessoas morando embaixo de viadutos.

Vivemos, portanto, em uma sociedade profundamente desigual. Se quisermos fazer uma descrição desse tipo de sociedade, podemos trabalhar com o conceito de estratificação social.Mas se nosso objetivo for analisar historicamente os conflitos entre os diversos grupos que a compõem, devemos recorrer ao conceito de classes sociais.

Seja qual for o método escolhido, é preciso levar em conta também que alguns indivíduos ou mesmo grupos de pessoas podem mudar de posição social. Para estudar esses casos utilizamos 0 conceito de mobilidade Social

1- ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

A expressão estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada. Por estratificação social entende-se a distribuição de indivíduos e grupos em camadas hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade. Essa distribuição se dá pela posição social dos indivíduos, das atividades que eles exercem e dos papéis que desempenham na estrutura social.

Na sociedade capitalista contemporânea, as posições sociais são determinadas basicamente pela situação dos indivíduos no desempenho de suas atividades produtivas (capitalistas X proletários).

Contudo, nessa mesma sociedade os indivíduos

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podem desempenhar outros papéis e alcançar novas posições sociais como na religião que praticam, o partido político em que militam, as funções sociais que desempenham, a profissão que exercem ( médico X pedreiro) .

PRINCIPAIS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL.

1- Estratificação política. Estabelecida pela posição de mando na sociedade ( grupos que têm poder e grupos que não têm).

2- Estratificação profissional. Baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. P.E., em nossa sociedade a profissão de médico é muito mais valorizada que a de pedreiro, motorista..

3- Estratificação econômica. É definida pela posse de bens materiais, cuja distribuição pouco eqüitativa faz com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária.

Estratificação econômica de uma sociedade capitalista

Dependendo do tipo de sociedade, esses estratos podem ser organizados em:

Castas Estamentos Classes sociais.

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Tipos de sociedades estratificadas

Castas sociais

Existem sociedades em que os indivíduos nascem numa camada social mais baixa e podem alcançar, com 0 decorrer do tempo, uma posição social mais elevada. Esse fenômeno conhecido como mobilidade social .

Em contrapartida, existem sociedades em que, mesmo usando toda a sua capacidade e empregando todos os esforços, 0 individuo não consegue alcançar uma posição social mais elevada. Nesses casos, a posição social lhe atribuída por ocasião do nascimento, independentemente de sua vontade. Ele carrega consigo, pelo resto da vida, a posição social herdada.

- A sociedade indiana estratificada dessa maneira. Há séculos, a população da Índia esta distribuída em um sistema de estratificação social rígido e fechado, que não oferece a menor possibilidade de mobilidade social. É o sistema de castas

Enquanto nas sociedades ocidentais pessoas de níveis sociais diferentes podem se casar - 0 que não raro possibilita a ascensão social de um dos cônjuges -, na Índia 0 casamento só é permitido entre pessoas da mesma casta.

As castas são grupos sociais fechados, cujos membros seguem rigorosamente as tradições familiares.

Um individuo nascido em determinada casta deve permanecer nela pelo resto da vida. Sua posição social é definida ao nascer. Além de direitos e deveres específicos, as pessoas não podem ascender socialmente mediante qualidades pessoais, rnérito ou realizações profissionais.

Pode-se esquematizar a estratificação social indiana por meio da

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seguinte pirâmide de castas:

No topo da pirâmide estão os brâmanes, que são os sacerdotes e os mestres da erudição sacra. Segundo sua crença, a eles compete preservar a ordem social, estabelecida por orientação divina.

A seguir, distribuídos pela segunda casta, vem os Xátrias guerreiros que formam a aristocracia militar.

A terceira grande casta – a dos vaixas - é formada pelos comerciantes, artesãos e camponeses.

Os sudras, por sua vez, executam os trabalhos manuais e diversas tarefas servis. São uma casta depreciada, tendo o dever de servir as três castas superiores.

Na base da pirâmide social ficam os parias, grupo de miseráveis, desprovidos de direitos e sem profissão definida. Totalmente desprezados pelas demais castas, vivem da caridade alheia. Os parias não podem banhar-se nas águas sagradas do rio Ganges ( o que é permitido as outras castas), nem ler os Vedas, que são os livros sagrados dos hindus.

Embora o sistema de castas tenha sido abolido oficialmente em 1947, quando a Índia conquistou a independência sob a liderança de Mahatma Gandhi , basta percorrer 0 pais para constatar que, na prática, 0 antigo regime sobrevive. Os indianos das castas superiores não aceitam perder seus privilégios, e os membros das castas inferiores e os "sem castas" continuam sendo excluídos, rejeitados, privados de educação formal e de outras oportunidades.

Cabem a eles as piores tarefas, como limpar fossas e lavar cadáveres.

Na segunda metade do século XX, reformas sociais e mudanças na economia da Índia, impulsionadas pela industrialização, começaram a romper 0 sistema de divisão em castas.

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Assim, nos grandes centros urbanos do pais, como Nova Delhi, Bombaim e Calcutá, a abolição do sistema vem ocorrendo gradativamente. Entretanto, ele ainda perdura na maior parte da Índia rural.

. Estamentos OU estados

Um exemplo típico de sociedade estratificada em estamentos pode ser encontrado na Europa ocidental durante a Idade Media (476-1453), sob a vigência do modo de produção feudal.

Estamento ou estado e uma camada social semelhante á casta, porém um pouco mais aberta. Na sociedade estamental, a mobilidade social é difícil mas não impossível, como na sociedade estratificada em castas.

Na sociedade feudal, a ascensão era possível nos raros casos em que a Igreja recrutava seus membros entre os mais pobres; quando os servos eram emancipados por seus senhores; no caso de 0 rei conferir um titulo de nobreza a um homem do povo; ou, ainda, se a filha de um rico comerciante se casasse com um nobre, tornando-se, assim, membro da aristocracia.

A pirâmide social da sociedade estamental durante 0 feudalismo europeu apresentava-se da seguinte maneira:

No vértice da pirâmide encontravam-se nobreza e no alto clero. Eram os donos da terra da qual obtinham renda explorando 0 trabalho dos servos. Os nobres dedicavam-se à guerra à caca, cuidavam da administração do feudo e exerciam 0 poder judiciário em seus feudos .

O alto clero (cardeais, arcebispos, bispos, abades) era uma elite eclesiástica e intelectual.

Seus membros vinham da nobreza. Constituíam também a única camada letrada na primeira a fase do período medieval,

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desempenhando importantes funções administrativas.

Abaixo da camada dos nobres, encontravam-se os comerciantes. Embora ricos, muitas vezes eles não tinham os mesmos privilégios da nobreza. Além disso, suas atividades sofriam uma serie de restrições legais. Tais restrições foram desaparecendo à medida que 0 feudalismo entrou em declínio.

Mais abaixo estavam os os artesãos, os camponeses livres e 0 baixo clero. Os artesãos viviam nas cidades, reunidos em associações profissionais, as corporações de ofício ; os camponeses livres trabalhavam a terra e vendiam seus produtos agrícolas nas vilas e cidades; 0 baixo clero, originário da população pobre, convivia com os pobres, com 0 povo, prestando-Ihe assistência religiosa

Abaixo de todos estavam os servos, que trabalhavam a terra para si e para seus senhores, vivendo em condições precárias; estavam ligados à terra, passando a ter novo se quando a terra mudava de dono.

A divisão da estrutura social em estamentos - tipo intermediário entre a casta e a classe – era encontrada na Europa até fins do século XVIII.

Classe social

Desenvolvido pelo pensador alemão Karl Marx, o conceito de classe social parte de premissas próprias, segue critérios específicos e sua aplicação leva a conclusões totalmente diferentes das que podem ser encontradas nos estudos que analisam a sociedade segundo o modelo descritivo da estratificação social.

Para Marx, a história da humanidade é "a historia da luta de classes". Segundo ele, portanto, a classe social é acima de tudo

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uma categoria histórica. Quando Marx se refere as duas grandes classes do capitalismo - a burguesia e o proletariado -, está designando duas forças motrizes e concretas do modo de produção capitalista, um sistema econ6mico historicamente determinado.

O próprio Marx, no entanto, não reivindicava a descoberta das classes sociais nem da luta de classes, mas sim a "demonstração de que a existência das classes só se liga a determinadas fases históricas de desenvolvimento da produção". Marx atribula uma importância particular aos conflitos entre as classes. Para ele, são esses conflitos que constituem 0 principal fator de mudança social. Esses movimentos, portanto, imprimiriam movimento e dinamismo à sociedade.

Por outro lado, as classes sociais mudam ao longo do tempo, conforme as circunstâncias econômicas, políticas e sociais. As contradições que mantêm entre si forjam e estruturam a própria sociedade. Quando os conflitos chegam a um ponto insuportável, ocorre uma revolução que transforma a sociedade, modificando 0 modo de produção.

Foi o que aconteceu, com o feudalismo: uma nova classe (a burguesia) derrubou um velho estamento (a nobreza), gerando a sociedade capitalista. A Revolução Francesa de 1789 foi uma das expressões dessa transtormação.

Mas a nova sociedade capitalista, na concepção de Marx, já começou dividida em duas grandes classes conflitantes: a burguesia (proprietária dos meios de produção) e o proletariado, ou classe operária, que só tem de seu a torça de trabalho.

Para Karl Marx, a classe capitalista (burguesia) precisa da classe operária (proletariado) para produzir, criar riquezas e

fazê-las circular. Existe, assim, uma relação de complementaridade entre as

duas grandes classes do modo de produção capitalista. Entretanto, essa relação é também de antagonismo, pois o

proletariado está, segundo Marx, em confronto aberto e permanente com a burguesia.

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Essa divisão baseada no regime de propriedade faz com que uma classe seja dominante, e a outra, dominada, numa relação sistemática de dominação e exploração.

Assim, a teoria das classes não se limita a descrever as divisões da sociedade em camadas, como faz o modelo da estratificação social, mas procura explicar como e por que elas ocorrem historicamente. As classes sociais só existem a partir da relação que estabelecem entre si. Nesse sentido, as classes são, além de antagônicas, necessariamente complementares. A burguesia, por exemplo, não pode existir sem o proletariado.

Complementares, porque são elas que fazem funcionar o sistema. Antagônicas, porque uma delas (a burguesia) se apropria do trabalho da outra (o proletariado), 0 que gera o conflito permanente.

As classes médias

Entre a burguesia e o proletariado existem outros grupos que se movem entre as duas classes fundamentais, oscilando de uma para a outra. Alguns desses grupos são denominados genericamente de classes medias, ou pequena burguesia.

A pequena burguesia constitui um setor muito numeroso, que abrange desde a dona de um pequeno armazém até os pequenos e médios proprietários de terra, passando por todos os assalariados que trabalham em escritórios, funcionários públicos e profissionais liberais.

Ao contrário da burguesia e do proletariado, que atuam diretamente na produção social entre as classes médias misturam-se múltiplos papeis. Não se trata, portanto, de uma classe política e socialmente homogênea.

Segundo Karl Marx, essa heterogeneidade das classes médias explica por que, nos conflitos sociais e políticos, elas oscilam tanto, ora apoiando os interesses da grande burguesia, ora apoiando os interesses dos trabalhadores.

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Mobilidade social Em maio de 1953, Lourenço Carvalho de Oliveira,

nascido na pequena aldeia de Vigia, no norte de Portugal, desembarcou no porto de Santos, no litoral de São Paulo, depois de onze dias de viagem na terceira classe do transatlântico Vera Cruz. Em sua terra, deixara a mulher e três filhos pequenos vivendo graças à solidariedade de parentes e vizinhos.

Foi morar de favor na casa de um primo e arrumou emprego como ajudante num bar. Economizou muito, mandou buscar a família e conseguiu, depois de anos de trabalho e privações, abrir uma pequena venda em sociedade com um amigo.

O negócio foi crescendo: primeiro uma mercearia, depois um mercado, a seguir um supermercado. Em 1988, 35 anos depois de chegar ao Brasil, o Sr. Lourenço era dono de uma grande rede de supermercados, tendo se tornado um dos mais influentes membros da Associação Comercial de São Paulo. Seus filhos têm curso superior e um deles é professor na Universidade de São Paulo.

Marx e a luta de classes

Uma classe oprimida é a condição vital de toda sociedade fundada no antagonismo entre classes.

A grande indústria aglomera num mesmo local uma multidão de pessoas que não se conhecem. A concorrência divide seus interesses. Mas a manutenção do salário, esse interesse comum que têm contra seu patrão, reúne-os num mesmo pensamento de resistência e coalizão (isto é, os trabalhadores se organizam em sindicatos e outras formas de associação para lutar

pelos seus direitos).

Portanto, a coalizão tem sempre um duplo objetivo: cessar a concorrência entre os trabalhadores e realizar uma concorrência geral contra o capitalista.

O primeiro objetivo da resistência é apenas a manutenção do salário. Mas, na medida em que os capitalistas se unem para reprimir a resistência dos trabalhadores, as coalizões também se

unificam. E a manutenção da resistência torna-se mais importante do que a manutenção do salário.

Nessa luta - verdadeira guerra civil - concentram-se e se desenvolvem todos os elementos necessários a uma batalha futura. E, uma vez que se chega a esse ponto, a associação adquire

um caráter político.

(Adaptado de: Karl Marx. Miséria da Filosofia. 2. ed. Rio de Janeiro, Leitura, 1965. p. 81, 83, 89.)

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Essa história de vida mostra que os indivíduos, numa sociedade capitalista, podem chegar a ocupar diferentes posições sociais - ou estratos - durante a vida. É possível que alguns deles, que integram o estrato de baixa renda (camada C), passem a integrar o de renda média (camada B) ou mesmo o de renda alta (camada A).

Por outro lado, alguns indivíduos da camada A podem ter sua renda diminuída, passando a integrar as camadas B ou C. Do ponto de vista sociológico, os dois fenômenos são caracterizados como manifestações de mobilidade social.

Mobilidade social é a mudança de posição social de uma pessoa (ou grupo de pessoas) num determinado sistema de estratificação social.

Tipos de mobilidade social

Quando as mudanças de posição social ocorrem no sentido ascendente ou descendente na hierarquia social, dizemos que a mobilidade social é vertical . Quando a mudança de uma posição social a outra se opera dentro da mesma camada social, diz-se que houve mobilidade social horizontal .

Mobilidade social vertical

A mobilidade social vertical pode ser: ascendente ou de ascensão social - quando a pessoa

melhora sua posição no sistema de estratificação social, passando a integrar um grupo economicamente superior a seu grupo anterior;

descendente ou de queda social- quando a pessoa piora de posição no sistema de estratificação, passando a integrar um grupo economicamente inferior.

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O filho de um operário que, por meio do estudo, passa a fazer parte da classe média é um exemplo de ascensão social. A falência e o conseqüente empobrecimento de um comerciante, em contrapartida, é um exemplo de queda social.

Assim, tanto a subida quanto a descida na hierarquia social são manifestações de mobilidade social vertical.

Em uma sociedade aberta e democrática, é comum pessoas de um grupo social passarem para outro grupo, mais ou menos elevado na escala social.

A esse fenômeno, que tanto pode ser ascendente como descendente, dá-se o nome de mobilidade social.

No Brasil, a chegada do ex-metalurgico Luiz lnacio Lula da Silva à Presidência da República, em janeiro de 2003, é expressão dessa mobilidade. Com ele, passaram a integrar o governo diversas pessoas provenientes das camadas mais baixas da sociedade. É o caso, por exemplo, de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, que foi seringueira no Acre e só pode estudar a partir dos 17 anos.

Mobilidade social horizontal

Uma pessoa se muda do interior para a capital. No interior, ela defendia idéias políticas conservadoras; agora, na capital, sob novas influências, passa a defender as idéias de um partido progressista. Seu nível de renda, porém, não se alterou substancialmente. A situação mostra uma pessoa que experimentou alguma mu- dança de posição social mas que, apesar disso, permaneceu no mesmo estrato social.

Assim, a mudança de uma posição social dentro da mesma camada social caracteriza-se como mobilidade social horizontal.

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Democracia e mobilidade social

O fenômeno da mobilidade social varia de uma sociedade para outra. Em algumas sociedades ela ocorre mais facilmente; em outras, praticamente inexiste no sentido vertical ascendente. É mais fácil ascender socialmente nos Estados Unidos, por exemplo, do que no interior da índia, ainda dominado pela estratificação social em castas.

A mobilidade social ascendente é mais freqüente numa sociedade democrática aberta, que enaltece a escalada rumo ao topo de indivíduos de origem humilde - como nos Estados Unidos -, do que numa sociedade de tradição aristocrática, como a Inglaterra.

Entretanto, é bom esclarecer que, mesmo numa sociedade capitalista mais aberta, a mobilidade social vertical não se dá de maneira igual para todos os indivíduos. A ascensão social depende muito da origem de classe de cada indivíduo.

Alguém que nasce e vive numa camada social elevada tem mais oportunidades e condições de se manter nesse nível, ascender ainda mais e se sair melhor do que os originários das classes inferiores.

Isso pode ser facilmente verificado no caso dos jovens que pretendem fazer o curso superior. Aqueles que, desde o início de sua vida escolar, freqüentaram boas escolas e, além disso, estudaram em cursinhos preparatórios = boa qualidade, têm mais possibilidades de aprovação nos vestibulares das universidades públicas e privadas do que os jovens provenientes das classes de baixa renda.