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FILHO, Álvaro Divino Dias; SOUSA, Murillo Pereira de Oliveira; CASTANHEIRA, Paulo Henrique de Rezende. Trabalho de Conclusão de Curso (2010) 1-9 1 ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: HUMANIZAÇÃO NOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA Reception with risk classification: humanization in the emergency services FILHO, Álvaro Divino Dias 1* , SOUSA, Murillo Pereira de Oliveira 1 , CASTANHEIRA, Paulo Henrique de Rezende 1 , SANTANA, Régis Rodrigues 2 1 Discentes do Curso de Enfermagem da Universidade Salgado de Oliveira 2 Enfermeiro especialista em Terapia Intensiva, Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Salgado de Oliveira, Campus Goiânia. RESUMO – A saúde é um direito de todos e responsabilidade do Estado prover acesso universal. O Programa Nacional de Humanização é uma realidade que veio para melhorar o sistema de atendimento nas unidades de emergência com a diminuição de filas e menor tempo de espera aos pacientes mais graves atendendo o usuário de uma forma mais humana. O objetivo é demonstrar a relevância do acolhimento com classificação de risco nos serviços de emergência para os cidadãos que procuram esses serviços e para os profissionais de saúde que ali trabalham em especial os enfermeiros. Foram utilizados, de acordo com a temática escolhida, onze artigos científicos, livros, publicações do Ministério da Saúde e leis publicadas entre janeiro de 1988 a março de 2010. A Humanização, como programa de ações do governo, valoriza o ser humano e os profissionais da saúde. Nas urgências, viabiliza a rápida resolutividade e atendimento das necessidades dos cidadãos através da classificação de risco. Concluímos que a classificação de risco é um meio de se humanizar o atendimento nas unidades de atendimento às urgências, pois diminui o tempo de espera, diminui filas de pacientes e melhora a qualidade do ambiente de trabalho dos profissionais. Lembrando que o sucesso da classificação de risco depende da ação e do comportamento dos indivíduos e do coletivo envolvidos. Palavras chaves: Humanização, classificação de risco, acolhimento. ABSTRACT – Healthcare is every citizen’s right and a state’s responsibility to provide universal access to it. The National Humanization Program is a reality that was implanted to improve the emergency room reception of patients with the reduction of queues and less waiting time for patients with more severe conditions giving the user a more humane condition, among other things. The main goal of this article is to demonstrate the relevance of the reception with the risk classification in the emergency services for citizens who seek such services and to health professionals involved in it, especially the registered nurses. Eleven articles, books, Ministry of Health publications and laws published from January 2002 to March 2010 were used in accordance to the chosen theme. Humanization, as a government action’s program, values the human being and health professionals. In the emergencies, it gives fast resolution and attends to the citizens needs through the risk classification. The reception with risk classification is a means of humanizing the patients’ treatment in the emergency rooms since it reduces the waiting time, the queues, and it improves the quality of the health professionals’ work environment. Furthermore, its success depends in the actions and behaviors of all individuals and groups involved. Keywords: Humanization, risk classification, reception. * Autor correspondente: [email protected]

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  • FILHO, lvaro Divino Dias; SOUSA, Murillo Pereira de Oliveira; CASTANHEIRA, Paulo Henrique de Rezende. Trabalho de Concluso de Curso (2010) 1-9

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    ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAO DE RISCO: HUMANIZAO NOS SERVIOS DE EMERGNCIA

    Reception with risk classification: humanization in the emergency services

    FILHO, lvaro Divino Dias1, SOUSA, Murillo Pereira de Oliveira1, CASTANHEIRA, Paulo Henrique de Rezende1, SANTANA, Rgis Rodrigues 2

    1Discentes do Curso de Enfermagem da Universidade Salgado de Oliveira 2 Enfermeiro especialista em Terapia Intensiva, Docente do Curso de Enfermagem da

    Universidade Salgado de Oliveira, Campus Goinia.

    RESUMO A sade um direito de todos e responsabilidade do Estado prover acesso universal. O Programa Nacional de Humanizao uma realidade que veio para melhorar o sistema de atendimento nas unidades de emergncia com a diminuio de filas e menor tempo de espera aos pacientes mais graves atendendo o usurio de uma forma mais humana. O objetivo demonstrar a relevncia do acolhimento com classificao de risco nos servios de emergncia para os cidados que procuram esses servios e para os profissionais de sade que ali trabalham em especial os enfermeiros. Foram utilizados, de acordo com a temtica escolhida, onze artigos cientficos, livros, publicaes do Ministrio da Sade e leis publicadas entre janeiro de 1988 a maro de 2010. A Humanizao, como programa de aes do governo, valoriza o ser humano e os profissionais da sade. Nas urgncias, viabiliza a rpida resolutividade e atendimento das necessidades dos cidados atravs da classificao de risco. Conclumos que a classificao de risco um meio de se humanizar o atendimento nas unidades de atendimento s urgncias, pois diminui o tempo de espera, diminui filas de pacientes e melhora a qualidade do ambiente de trabalho dos profissionais. Lembrando que o sucesso da classificao de risco depende da ao e do comportamento dos indivduos e do coletivo envolvidos. Palavras chaves: Humanizao, classificao de risco, acolhimento.

    ABSTRACT Healthcare is every citizens right and a states responsibility to provide universal access to it. The National Humanization Program is a reality that was implanted to improve the emergency room reception of patients with the reduction of queues and less waiting time for patients with more severe conditions giving the user a more humane condition, among other things. The main goal of this article is to demonstrate the relevance of the reception with the risk classification in the emergency services for citizens who seek such services and to health professionals involved in it, especially the registered nurses. Eleven articles, books, Ministry of Health publications and laws published from January 2002 to March 2010 were used in accordance to the chosen theme. Humanization, as a government actions program, values the human being and health professionals. In the emergencies, it gives fast resolution and attends to the citizens needs through the risk classification. The reception with risk classification is a means of humanizing the patients treatment in the emergency rooms since it reduces the waiting time, the queues, and it improves the quality of the health professionals work environment. Furthermore, its success depends in the actions and behaviors of all individuals and groups involved. Keywords: Humanization, risk classification, reception.

    Autor correspondente: [email protected]

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    I Introduo

    O bem estar fsico e mental uma preocupao desde a antiguidade, como j dizia o provrbio latino cuja autoria atribuda ao filosofo Juvenal "Mens Sana in Corpore Sano", ou seja, "Mente s em corpo so". Em Esparta na Grcia antiga a criana que nascia com algum tipo de malformao era sacrificada aps o nascimento. Na atualidade a preocupao com o

    tema uma constante. Sade um direito de todos os cidados e um bem pblico. Todo esforo, individual ou coletivo, para assegur-la pode ser considerado um exerccio de cidadania (SO PAULO, 2002).

    A sade um direito de todos os cidados e obrigao estatal prover as condies

    necessrias para que o exerccio desse direito seja universal, integral e que todos os cidados tenham acesso aos servios de sade sem nenhuma discriminao (BRASIL, 1988). E para que esses princpios fossem observados em todas as circunstncias do exerccio da busca por sade, o governo federal elaborou, entre outras polticas, a Poltica Nacional de Humanizao PNH (BRASIL, 2003).

    Essa poltica nada mais do que uma tentativa de resgatar o que os profissionais atuantes na sade tm de melhor: tratar o prximo (usurios, sociedade e/ou os prprios profissionais da sade) da mesma forma que todos gostariam de ser tratados e que as necessidades dos cidados fossem atendidas na medida em que elas fossem surgindo. Da, a exigncia de uma abordagem tica e humana da relao usurio-profissional e profissional-profissional.

    Desta forma, um dos objetivos principais do PNH por um fim s situaes desumanizantes como, por exemplo, ... longas esperas e adiamentos de consultas e

    exames... a despersonalizao (do usurio), a falta de privacidade, a aglomerao e a falta de tica de alguns profissionais... e a melhoria de condies de trabalho para os profissionais e trabalhadores da sade em nosso pas (DESLANDES; MITRE, 2009; CASATE; CORRA, 2005).

    No que diz respeito ao atendimento das urgncias e emergncias, para que se possa atingir o objetivo da Constituio Federal e do PNH, foi implantado o Acolhimento e classificao de risco nos servios de urgncia (BRASIL, 2009). E de acordo com Passos (2006) isso significa prestar atendimento com resolutividade e responsabilizao... restabelecer o princpio da universalizao do acesso... A Classificao de risco realizada nas unidades de servios de urgncia (USU) de Goinia funciona de acordo com a Portaria GM/ MS n. 2048 (BRASIL, 2002):

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    ... a classificao de risco deve ser realizada por profissional de sade, de nvel superior, mediante treinamento especfico e utilizao de protocolos pr-estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgncia das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento.

    Seguindo as recomendaes do Ministrio da Sade, o acolhimento com

    classificao de risco reduz as filas e o tempo de espera com ampliao do acesso e atendimento acolhedor e resolutivo (BRASIL, 2008).

    No obstante, a classificao de risco visa um acolhimento humanizado do usurio,

    para isso, o enfermeiro deve levar em considerao as percepes do usurio (e de sua rede social) acerca do seu processo de adoecimento (BRASIL, 2008). Desta forma, o Enfermeiro deve, de acordo com Brasil (2008):

    ... estar atento tanto ao grau de sofrimento fsico quanto psquico, pois muitas vezes o usurio que chega andando, sem sinais visveis de problemas fsicos, mas muito angustiado, pode estar mais necessitado de atendimento e com maior grau de risco e vulnerabilidade do que outros pacientes aparentemente mais necessitados.

    Para que se possa alcanar um acolhimento dos usurios nas USU de maneira humanizada e eficiente, todos os profissionais da sade, em especial os enfermeiros,

    necessitam entender como o fluxo de atendimento funciona e se conscientizar de que se deve assumir um compromisso com o usurio para que suas necessidades sejam atendidas. Caso isso no seja possvel de ser feito no momento em que o usurio procura a unidade, o profissional ter o dever de direcionar de maneira tica e resolutiva, com segurana de acesso... o usurio ao local ou servio apropriados (BRASIL, 2008). Ou seja, de acordo com o acolhimento com classificao de risco, o usurio no pode deixar estas unidades sem ter suas necessidades atendidas. Como mostra Azevedo e Barbosa (2007), o agendamento de consultas especializadas para datas distantes e encaminhamentos para outras unidades so

    fortes indicadores de insatisfao dos usurios que buscam atendimento na rede pblica e nas USU.

    Outro ponto importante que trata o PNH as relaes interpessoais e multiprofissionais que trabalham nas USU. A Poltica Nacional de Humanizao busca a mudana de atitude entre os profissionais que trabalham com o acolhimento humanizado e

    classificao de risco. Sabe-se da dificuldade em se ter profissionais das mais diversas formaes trabalhando juntos em um ambiente de alto nvel de estresse e de tomadas rpidas de decises que lidam com a vida e a morte (MONTANHOLI; OLIVEIRA; TAVARES,

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    2006; BITTENCOURT; HORTALE, 2009). Assim, o PNH preconiza o bom relacionamento entre os profissionais envolvidos e

    que as tomadas de decises sejam feitas de forma coletiva no intuito de diminuir o nvel de estresse e carga de trabalho. Com a mudana no processo de trabalho, o resultado final :

    profissionais atuando melhor, mais satisfeitos, interagindo melhor entre si e resolvendo problemas dos usurios de forma correta e eficaz (PANIZZON, LUZ, FENSTERSEIFER, 2008).

    O objetivo deste trabalho demonstrar a relevncia do acolhimento com classificao de risco nos servios de emergncia para os cidados que procuram esses servios e para os profissionais de sade que ali trabalham em especial os enfermeiros.

    II Materiais e Mtodos

    Este estudo caracteriza-se em uma reviso bibliogrfica de cunho qualitativo que se dividiu em dois momentos: primeiramente, realizou-se busca de artigos cientficos indexados nas bases de dados bibliogrficos da Biblioteca Virtual em Sade (BVS): Lilacs, Scielo, CidSade e produes literrias do Ministrio da Sade produzidos no perodo de janeiro de 1988 maro de 2010, utilizando os seguintes descritores: humanizao, classificao de risco, enfermagem, acolhimento. Foram encontrados 660 trabalhos dos quais 11 artigos cientficos foram utilizados e esses artigos foram selecionados de acordo com suas relevncias quanto temtica deste trabalho (Fig.1). Alm desses artigos, livros, portarias e manuais do Ministrio da Sade que ditam as regras para a prtica da humanizao nos servios de emergncia, tambm, foram usados. Os dados foram analisados aps leitura e interpretao

    dos artigos cientficos e outros materiais selecionados.

    III Anlise e Discusso

    O termo humanizao complexo, pois envolve vrios conceitos e enfoques. Uma definio dada por Ferreira (2007) diz que humanizao ato ou efeito de humanizar: tornar humano; dar condio humana a; tornar benvolo, afvel; fazer adquirir hbitos sociais polidos; civilizar. O processo de humanizao em Marx compreendido e analisado fundamentalmente a partir da categoria trabalho. O trabalho caracterstica distintiva importante do homem em relao aos demais animais (SILVA, 2000). Humanizar , ainda, garantir palavra a sua dignidade tica. Ou seja, o sofrimento humano, as percepes de dor

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    ou de prazer no corpo para serem humanizadas precisam tanto que as palavras com que o sujeito as expressa sejam reconhecidas pelo outro, quanto esse sujeito precisa ouvir, do outro, palavras de seu reconhecimento (COLLET; OLIVEIRA; VIEIRA, 2006).

    A humanizao se fundamenta no respeito e valorizao da pessoa humana, e

    constitui um processo que visa transformao da cultura institucional por meio da construo coletiva de compromissos ticos e de mtodos para as aes de ateno sade e

    de gesto dos servios (RIOS, 2008). um movimento com crescente e disseminada presena, assumindo diferentes sentidos segundo a proposta de interveno eleita. Aparece, primeira vista, como a busca de um ideal, pois, surgindo em distintas frentes de atividades e com significados variados, segundo os seus proponentes, tem representado uma sntese de

    aspiraes genricas por uma perfeio moral das aes e relaes entre os sujeitos humanos envolvidos (CECLIO; PUCCINI, 2004). Humanizao uma das poucas sadas para conseguirmos a evoluo necessria para que nos revitalize e capacite para sermos

    considerados uma sociedade vivel (SILVA, 2004). Dentro do enfoque sade, no ano 2000, o Ministrio da Sade, criou Programa

    Nacional de Humanizao da Assistncia Hospitalar (PNHAH) devido ao interesse de melhora no sistema de atendimento. Nesse enfoque, entendemos que humanizao a valorizao dos diferentes sujeitos implicados no processo de produo de sade. Os valores que norteiam esta poltica so a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vnculos solidrios, a participao coletiva no processo de gesto e a indissociabilidade entre ateno e gesto (BRASIL, 2003).

    O PNH um conjunto de propostas que isolado no transmite um resultado satisfatrio, necessrio espelhar-se nos princpios do SUS, mais especificamente: a

    integralidade do atendimento ao cidado desde a ateno bsica at a alta complexidade; a equidade d-se prioridade queles mais necessitados e mais desprovidos; universalidade todo cidado tem direito ao acesso sade. Dessa feita, O SUS um programa que, diferentemente de outros, transmite resultados concretos e atravs desse esforo conjunto pode-se ento disseminar uma poltica humanizada de sade, pois se torna uma poltica de aes unificadas e fortes.

    Dentro das aes propostas pelo PNH a Classificao de Risco (CR) ganha importante destaque na organizao do atendimento das urgncias e emergncias dentro das instituies pblicas. CR visa priorizar o atendimento levando em considerao o risco de morte, ou agravos sade e, tambm o grau de sofrimento.

    A avaliao com CR pressupe a determinao de agilidade no atendimento a partir

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    da anlise, sob a ptica de protocolo pr-estabelecido, do grau de necessidade do usurio, proporcionando ateno centrada no nvel de complexidade e no na ordem de chegada (BRASIL, 2009).

    A CR uma ferramenta que, alm de organizar a fila de espera e propor outra ordem

    de atendimento que no a ordem de chegada, tem tambm outros objetivos importantes como: garantir o atendimento imediato do usurio com grau de risco elevado; informar o paciente

    que no corre risco imediato, assim como a seus familiares e sobre o tempo provvel de espera, diminuir a superlotao dessas unidades (BITTENCOURT, 2009). Para os profissionais envolvidos no processo a CR tem o objetivo de promover o trabalho em equipe por meio da avaliao contnua do processo; dar melhores condies de trabalho para os

    profissionais pela discusso de ambincia e implantao do cuidado horizontalizado, aumentar a satisfao dos usurios e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuao e a

    construo de redes internas e externas de atendimento (BRASIL, 2009). As atribuies do enfermeiro de nvel superior na classificao de risco, de acordo

    com o Ministrio da Sade (2009) e resoluo n 159 do Cofen (1993), so as mesmas da consulta de enfermagem e se baseiam em seus conhecimentos cientficos e em consensos com a equipe multidisciplinar para uma avaliao da gravidade ou grau de sofrimento de uma pessoa sem exclu-la do atendimento ou realizar diagnstico mdico prvio. bom lembrar que o enfermeiro no pode deixar de incluir, em suas atribuies na CR, o ouvir e o sentir, o respeito e o dilogo aberto com as pessoas para que sua avaliao seja bem sucedida.

    Entretanto, a realizao da CR, isoladamente, no garante uma melhoria na qualidade da assistncia. necessrio construir pactuaes internas e externas para a viabilizao do processo, com a construo de fluxos claros por grau de risco, e a traduo destes na rede de ateno (BRASIL, 2009). Alm disso, para que a CR seja uma prtica efetiva, necessrio que haja um trabalho multidisciplinar durante todo o seu processo para garantir populao e queles profissionais envolvidos no processo o bem-estar fsico, psicolgico e social.

    IV Consideraes Finais

    A Humanizao como poltica de sade nada mais do que uma luta a favor da ateno integral sade da populao. Dessa forma, a necessidade da realizao do acolhimento com classificao de risco se torna essencial para a populao que busca os

    servios de urgncia e emergncia em nosso pas. Para que alcancemos esse objetivo cada

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    profissional da sade deve ter o compromisso de acolher, receber cada usurio de uma forma humana e garantindo resolutividade de suas necessidades atravs de uma relao usurio-profissional. Essa relao se desenvolve de tal forma que todos os indivduos envolvidos passam a se conhecer pelo prprio nome e sabem da (s) necessidade (s) de cada um. Para os profissionais de sade, como os enfermeiros, a valorizao profissional, a relao de respeito entre todos os profissionais e um sistema de fluxos que garanta a resoluo dos problemas da

    populao imprescindvel para que a dinmica de trabalho no venha a ser mais estressante do que j .

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    V Referncias Bibliogrficas

    AZEVEDO, Jane Mary Rosa e BARBOSA, Maria Alves. Triagem em servios de sade: percepes dos usurios. Revista de enfermagem: UERJ, jan./mar. 2007, v.15, n. 1, p. 33-39. BITTENCOURT, Jos Roberto; HORTALE, Virgnia Alonso. Intervenes para solucionar a superlotao nos servios de emergncia hospitalar: uma reviso sistemtica. Caderno de Sade Pblica, Rio de Janeiro, jul, 2009 v. 7 n 25 p.1439-1454

    BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de ateno sade. Poltica nacional de Humanizao da ateno e Gesto do SUS. Acolhimento e classificao de risco nos servios de urgncia / Ministrio da sade, secretaria de ateno sade, Poltica nacional de Humanizao da ateno e Gesto do SUS. Braslia: Ministrio da Sade, 2009. 56 p.: il. color. (srie B. textos Bsicos de sade)

    __________. Constituio Federal. Disponvel em: Acesso em: 15 abr 2010.

    __________. Acolhimento nas prticas de produo de sade. 2 Edio. Braslia: Editora MS, 2008, p. 44.

    __________. Acolhimento o pensar, o fazer, o viver. Secretaria Municipal de Sade, So Paulo: 2002, Ed. Palas Athena, 1Edio, p.44.

    __________. Ministrio da Sade. Secretaria Executiva. Ncleo Tcnico da Poltica Nacional de Humanizao. HumanizaSus: Poltica Nacional de Humanizao/ Ministrio da Sade, Secretaria Executiva, Ncleo Tcnico da Poltica Nacional de Humanizao. Braslia: Ministrio da Sade, 2003. 20 p. (Srie B. Textos Bsicos de Sade)

    __________. Portaria GM/MS n 2048, de 5 de novembro de 2002. Dispe sobre o Regulamento Tcnico dos Sistemas Estaduais de Urgncia e Emergncia. Braslia, 2002.

    CECLIO, Luiz Carlos de Oliveira; PUCCINI, Paulo de Tarso. A humanizao dos servios e o direito sade. Caderno de sade pblica. 2004 set- out.

    COELHO, Mrcia Oliveira; JORGE, Maria Salete Bessa. Tecnologia das relaes como dispositivo do atendimento humanizado na ateno bsica sade na perspectiva do acesso, do acolhimento e do vnculo. Cinc. sade coletiva, Rio de Janeiro, 2010. Disponvel em: . Acesso em 30 Ago. 2010.

    COFEN. Resoluo n 159. Rio de Janeiro: 1993.

    COLLET, Neusa; OLIVEIRA, Beatriz Rosana Gonalves; VIEIRA, Cludia Silveira. A humanizao na assistncia sade. Revista Latino Americana de Enfermagem. v.14m n.2, p.277-84, maro-abril, 2006.

    DESLANDES, Suely Ferreira; MITRE, Rosa Maria de Arajo. Processo comunicativo e humanizao em sade. Interface - Comunicao, Sade, Educao, v.13, supl. 1, p.641-649, 2009.

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    FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Dicionrio Aurlio. 7 ed. So Paulo: Editora Positivo, 2005.

    MONTANHOLI, Liciane Langona; OLIVEIRA, Gabriela Ribeiro de; TAVARES, Darlene M. dos Santos. Estresse: Fatores de risco no trabalho do Enfermeiro Hospitalar. Revista Brasileira Enfermagem, v.59, n.5, p.661-665, set-out; 2006.

    PANIZZON, Cristiane; LUZ, Ana Maria Hecker; FENSTERSEIFER, Lsia Maria. Estresse da equipe de enfermagem de emergncia clnica. Revista Gacha de Enfermagem, Porto Alegre (RS), v.29, n.3, p.391-399, set; 2008.

    PASSOS, Eduardo (org.). Formao de apoiadores para a poltica nacional de humanizao de gesto e da ateno sade. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006. v.2.

    RIOS, Izabel Cristina, Humanizao: A Essncia da Ao Tcnica e tica nas Prticas de Sade. Revista Brasileira de Educao Mdica. v.33, n.2, p.253261, 2009.

    SANTOS-FILHO, Serafim Barbosa. Perspectivas da avaliao na Poltica Nacional de Humanizao em Sade: aspectos conceituais e metodolgicos. Cinc. sade coletiva, Rio de Janeiro, v.12, n.4, Aug. 2007. Disponvel em: . Acesso em 30 Ago. 2010.

    SILVA, Maria Lcia Teixeira. Nesse Corpo tem Gente. 1ed. So Paulo: editora casa do psiclogo, 2004.

    SILVA, Vande Pinto. Trabalho e Formao Humana no Marxismo e na Educao. Boletim Brasileiro de Educao Fsica, So Paulo, v.9, n.72, p. 2, jan-fev 2008.

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    Anexo 1 - Fig. 1

    Ttulo Ano Autor Revista ou Local de publicao

    Triagem em servios de sade: percepes dos usurios.

    2007 (jan/mar)

    AZEVEDO, Jane Mary Rosa e BARBOSA, Maria Alves.

    Revista de Enfermagem: UERJ

    Intervenes para solucionar a superlotao nos servios de emergncia hospitalar: uma reviso sistemtica.

    2009 (jul)

    BITTENCOURT, Jos Roberto; HORTALE, Virgnia Alonso

    Caderno de Sade Pblica, Rio de Janeiro.

    A humanizao dos servios e o direito sade.

    2004 CECLIO. Luiz Carlos de Oliveira, PUCCINI, Paulo de Tarso

    Caderno de Sade Pblica.

    Tecnologia das relaes como dispositivo do atendimento humanizado na ateno bsica sade na perspectiva do acesso, do acolhimento e do vnculo.

    2010 COELHO, Mrcia Oliveira; JORGE, Maria Salete Bessa.

    Cincia Sade Coletiva, Rio de Janeiro.

    A humanizao na assistncia sade.

    2006 COLLET, Neusa, OLIVEIRA, Beatriz Rosana Gonalves, VIEIRA, Cludia Silveira

    Revista Latino Americana de Enfermagem.

    Processo comunicativo e humanizao em sade.

    2009 DESLANDES, Suely Ferreira; MITRE, Rosa Maria de Arajo

    Interface Comunicao, Sade, Educao.

    Fatores de risco no trabalho do Enfermeiro Hospitalar.

    2006 MONTANHOLI, Liciane Langona; OLIVEIRA, Gabriela Ribeiro de; TAVARES, Darlene M. dos Santos

    Revista Brasileira de Enfermagem.

    Estresse da equipe de enfermagem de emergncia clnica

    2008 PANIZZON, Cristiane; LUZ, Ana Maria Hecker; FENSTERSEIFER, Lsia Maria

    Revista Gacha de Enfermagem.

    Formao de apoiadores para a poltica nacional de humanizao de gesto e da ateno sade.

    2006 PASSOS, Eduardo. FIOCRUZ (2 Volume).

    Humanizao: a essncia da ao tcnica e tica nas prticas de sade.

    2008 RIOS, Izabel Cristina Revista Brasileira de Educao Mdica.

    Perspectivas da avaliao na Poltica Nacional de Humanizao em Sade: aspectos conceituais e metodolgicos

    2007 SANTOS-FILHO, Serafim Barbosa.

    Cincias de Sade Coletiva, Rio de Janeiro.