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7/25/2019 Claudio Granzotto - EC Nº 46 - Art. 20 CF http://slidepdf.com/reader/full/claudio-granzotto-ec-no-46-art-20-cf 1/11 Emenda Constitucional nº 46 e sua amplitude  Texto extraído do Jus Navigandi http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11132 C l a u d i o  G e o r o y  G r a n z o t t o a d v o g a d o  d a   n i ! o  n o  

Claudio Granzotto - EC Nº 46 - Art. 20 CF

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Emenda Constitucional nordm 46 e sua amplitude

Texto extraiacutedo do Jus Navigandihttpjus2uolcombrdoutrinatextoaspid=11132

Claudio Geof f roy Gran

zotto

advoga

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io

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penalp

ela

)

1- INTRODUCcedilAtildeO

O presente artigo tem por objetivo decifrar a real amplitude da Emenda Constitucional nordm 46no que tange agraves ilhas costeiras situadas em sede de municiacutepio

sto porque embora ainda no haja posicionamento doutrinrio a respeito do tema uma s$riede conflitos judiciais se formaram amp( acerca do real alcance da emenda citada

)ara o perfeito entendimento do tema eporemos as posi+es divergentes e por fim posicionaremo-nos a fim de contribuir para o deslinde dessa celeuma em torno da nova reda+o doart amp da C012

2- A REDACcedilAtildeO ORIGINAacuteRIA DO ART 20 IV DA CRFB

Art 20 Satildeo bens da Uniatildeo

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limiacutetrofes com outros aiacuteses as raias mariacutetimasas ilhas ocenicas e as costeiras e$cluiacutedas destas as reas referidas no art 2amp II

)ela antiga reda+o do referido artigo a regra era que os bens situados em ilhas costeiras

pertenceriam agrave 3nio com as ressalvas do inciso do art 6 quais sejam

Art 2amp Incluem-se entre os bens dos stados

()

II - as reas nas ilhas ocenicas e costeiras ue estiverem no seu domiacutenio e$cluiacutedasauelas sob domiacutenio da Uniatildeo +uniciacuteios ou terceiros

)ela intelig5ncia do artigo amp inciso que fa aluso ao inciso do art 6 depreende-seque somente as reas que antes de 788 estivessem em domiacutenio dos Estados 9uniciacutepios e terceirosno pertenceriam agrave 3nio

ssim no havendo registro em nome de ente pblico tampouco de terceiro o bem

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pertenceria agrave 3nio face ao comando geral do art amp da C012

3- A NOVA REDACcedilAtildeO DO ART 20 IV DA CRFB

)ela nova reda+o do art amp o que era regra passou a ser ece+o melhor diendo a3nio em regra no mais possui o domiacutenio de bens imltveis situados em ilhas costeiras senovejamos

rt amp =o bens da 3nio

()

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limiacutetrofes com outros aiacuteses as raias mariacutetimasas ilhas ocenicas e as costeiras e$cluiacutedas destas as ue contenham a sede de +uniciacuteios e$ceto

auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 2amp IIgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

tualmente os bens imltveis situados em ilhas costeiras que continuam pertencendo agrave 3nioos so de maneira epliacutecita ou impliacutecita

Os primeiros so aqueles que se verificam apenas pelas ressalvas contidas no inciso doartigo amp Aessa forma as reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal continuam

pertencendo agrave 3nio

Bo que tange agraves reas que permanecem titulariadas pela 3nio de forma impliacutecita estasdecorrem do fato que a Constitui+o mormente os incisos do art amp amp( que aludem os bens da3nio no podem ser interpretados de forma isolada sob pena de se chegar a absurdos juriacutedicosque poderiam por em perigo at$ mesmo a seguran+a nacional

Bo se nega que ordinariamente a dominialidade dos bens nas ilhas costeiras com sede demuniciacutepio no mais pertence agrave 3nio odavia uma interpreta+o literal do inciso nos levaria acrer que somente suas ece+es teriam o condo de aduir o que continuaria pertencendo agrave 3nio oque no condi com uma interpreta+o sistemtica da 9agna Carta

4- A QUESTAtildeO TORMENTOSA DOS TERRENOS DE MARINHA SITUADOS DENTRODE ILHAS COSTEIRAS COM SEDE DE MUNICIO

D guisa de eemplo ponderemos acerca da titularidade dos terrenos de marinha e seusacrescidos situados em ilha costeira com sede de municiacutepio Continuam ou no pertencendo agrave3nio

Essa questo gerou inclusive uma batalha judicial entre ltrgos pblicos acerca do domiacuteniodos terrenos de marinha face agrave nova reda+o do inciso ampF(

O 9inist$rio )blico 1ederal no Espiacuterito =anto entende que frente agraves modifica+es do artamp somente as ece+es eplicitadas no citado inciso conferem dominialidade agrave 3nio

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Bo entendimento do citado ltrgo ministerial como os terrenos de marinha no esto contidosna parte final do inciso aludido os mesmos quando estiverem na por+o de ilhas costeiras com sedede municiacutepio no pertenceriam mais agrave 3nio )or outro lado os terrenos de marinhas situados na

parte continental permaneceriam sob o domiacutenio da 3nio

3nio atrav$s da consultoria juriacutedica do 9inist$rio do )lanejamento entende que al$mdas ece+es previstas de forma epliacutecita os terrenos de marinha onde quer que estejamcontinuam no domiacutenio da 3nio por for+a do inciso do art amp in verbis

Art 20 Satildeo bens da Uniatildeo

()

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos

41NOSSA OSICcedilAtildeO

ntes de posicionarmos acerca da questo devemos nos ater a algumas questes de sumaimportGncia para o deslinde deste tema histltrico das terras pblica e os fundamentos quemotivaram a altera+o do inciso

411B$ amp()amp+ ( amp amp+(amp + (+ amp 5amp+

trav$s de um breve histltrico das terras pblicas procuraremos demonstrar a importGnciados terrenos de marinha o que ser de grande valia para chegarmos a real amplitude da EC 46

Com o descobrimento do 2rasil fora incorporado pelo Estado portugu5s a propriedadesobre as novas terras

Aurante o periacuteodo colonial o 0ei de )ortugal permitiu a concesso de algumas sesmarias amp4( por interm$dio dos chefes das capitanias hereditrias e reais al sistema vigorou at$ a declara+o danossa independ5ncia em H de setembro de 8 quando foi etinto o regime de concesso de terras

por meio das sesmarias amp(

Em 8amp atrav$s da Iei 6amp foi reconhecida a propriedade dos particulares sobre assesmarias anteriormente concedidas bem como se legitimou a posse efetivada sob reas do domiacutenio

pblico desde que se realiasse a devida comprova+o no Iivro da )aroquial at$ hoje denominadocomo 0egistro do igrio

Cumpre salientar que desde o tempo colonial os terrenos de marinha amp6( sempre tiveram umtratamento diferenciado das demais terras do Estado em face de sua localia+o estrat$gica umainterface com o mar Aesta caracteriacutestica resulta a importGncia destes terrenos para defesa doterritltrio a eemplo do assentamento de fortes assim como para os servi+os pblicos em geral taiscomo os portos

)or isso a Ordem 0$gia de -amp-Hamp j vedava que as terras dadas em sesmariascompreendessem as terras de marinha as quais deveriam estar desimedidas ara ualuer

servio da oroa e de defesa da terra Enfim $ uma rea nobre que se reservou ao domiacutenio pblico como observamos na li+o de Jasparini ampH(

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A imortncia dos terrenos de marinha semre esteve liada 1 defesa do territrio e isso 3at3 intuitivo Sendo os terrenos de marinha fai$as de terras fronteirias ao mar era de interesse

reserv-las ara a construatildeo de obras ou imlantaatildeo de servios necessrios 1 defesa doterritrio ou uando natildeo destin-las aos servios do 4eino 5 o ue revia a 6rdem 43ia de27707870 ao vedar ue as terras dadas em sesmarias comreendessem as marinhas ue

deveriam estar desimedidas ara ualuer servio da oroa e de defesa da terra

Bessa esteira o legislador constituinte originrio de forma epressa aduiu que essesterrenos pertencem agrave 3nio conforme se depreende da leitura do art amp da C012

)or outro lado em suas regras transitltrias o constituinte originrio eplicitou no pargrafoFordm do art 4amp que K A enfiteuse continuar sendo alicada aos terrenos de marinha e seusacrescidos situados na fai$a de seurana a artir da orla mariacutetimaK

Aaiacute se infere que o domiacutenio til de tais bens podem ser transferido a particulares por$m odomiacutenio direito jamais deiar de pertencer agrave 3nio quer por aspectos poliacuteticos quer sob o Gngulo

patrimonial consoante LCretela Lr amp8( in verbis

atrimonial ela riueza de sua contribuiatildeo ara o domiacutenio blico renda arrecada elotesouro dos foros e laud9mios devidos elos concessionrios oliacutetico orue comreendendo a

fai$a mariacutetima a nossa fronteira com o 6ceano e$iste um interesse imediato em asseurar-se odomiacutenio direto dos aludidos terrenos elo stado a fim de oder ali construir as defesas ue setornarem necessrias 1 roteatildeo de nosso territrio (cf nosso livro os bens blicos 78lt

=lt2)

412 F5(+ EC46

M3E=NO AO 09EBO =OB9CO EB0E O= )0O)0EP0O= AE9QE= B )O0RNO COBBEBI E B )O0RNO AE IS

emenda constitucional teve o objetivo de igualar as rela+es obrigacionais dos moradoresda por+o oceGnica e da por+o de ilhas costeiras mantidas com o poder pblico

Enquanto os primeiros em regra detinham a propriedade plena de seus imltveis os segundosassim no tinham Estes possuiacuteam somente o domiacutenio til do imltvel enquanto a propriedade direta

pertencia agrave 3nio

sso causava uma rela+o no isonTmica o que no entender de nosso legislador constituinteno era amparada por aspectos lltgicos e raoveis

Aaiacute a elabora+o da emenda constitucional para via de regra colocar na mesma situa+o juriacutedica os proprietrios de terrenos na parte da ilha costeira em rela+o aos da parte continental

Bessa esteira traemos agrave cola+o o parecer do deputado Eni oltolini que aponta as raesda citada emenda

gtrise-se ainda que a presente Proposta de Emenda Constitucional visa resgatar tambeacutem

o pleno cumprimento do princiacutepio da isonomia hoje desrespeitado visto que os ocupantes de

imoacuteveis situados na aacuterea continental do Paiacutes natildeo estatildeo sujeitos ao mesmo tratamento conferidoaos habitantes das ilhas mariacutetimas()

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eja que em nenhum momento se infere qualquer tentativa do legislador constituinte emalterar a propriedade dos terrenos de marinha conforme $ depreendido das raes do pareceraludido

demais permaneceratildeo com a niatildeo bens que a Constituiatildeo epressamente lhe atribui

como os terrenos de marinha e seus acrescidos recursos minerais e siacutetios arueolicos entreoutros (gt art 20 VII I e ) 6u sea reserva-se o atrimnio da Uniatildeo dos stados dos +uniciacuteios e de articulares e no caso de terras devolutas a roriedade ser definida emconsonncia com os crit3rios estabelecidos nos arts 20 II e 2amp IV

BO== )O=RNO CE0C A BE0)0ERNO A EC 46

M3E=NO A =OBO9

erificamos quando do estudo das raes da citada emenda constitucional que a questo daisonomia foi fundamental para a altera+o do teto constitucional

Bor outro lado ao analisarmos a osiatildeo dos ue entendem ue os terrenos de marinha natildeo ertencem mais 1 Uniatildeo uando estiverem na oratildeo de ilha costeira com sede de municiacuteiocheamos 1 conclusatildeo ue essa interretaatildeo causa uma rofunda desiualdade entre os

rorietrios da oratildeo continental e os da oratildeo da ilha costeira Cal fato colocaria elo ralotodo o esforo do leislador constituinte ao elaborar a citada emenda constitucional

)ela equivocada posi+o os bens imltveis contidos na parte continental situados em reas demarinhas pertenceriam agrave 3nio tendo o proprietrio somente o domiacutenio til do bem L os bensimltveis contidos na parte de ilhas costeiras com sede de municiacutepio situados em terras de marinhateriam a propriedade plena do imltvel no se submetendo a nenhuma rela+o obrigacional com a3nio

Com a devida v5nia $ totalmente despropositada tal interpreta+o que ademais vai deencontro ao objetivo da citada emenda que $ de igualar a situa+o dos proprietrios de bens querestejam em ilhas costeiras quer estejam na parte continental

M3E=NO A =EJ30BR BCOBI

)or outro lado conforme j observado quando do estudo da origem das terras brasileirasverificamos que os terrenos de marinha sempre tiveram um tratamento especial por parte do

legislador

sso se deu por raes econTmicas e principalmente de seguran+a nacional conformealudido pelo professor 2andeira de 9elo amp7(

$s terrenos de marinha satildeo bens pampblicos de propriedade da niatildeo art( ) do decreto+lei

n( (-0( Esta eacute a legislaatildeo vigorante e tradicional no direito brasileiro desde os tempos

coloniais( Com efeito as cartas de data e concess1es de sesmaria + ponto de origem da

propriedade privada no 2rasil pois as terras eram de propriedade pampblica por direito de

conquista + natildeo incluiacuteram a poratildeo de terra correspondente a )3 braas craveiras contadas do

mar para o interior nem os terrenos ribeirinhos tambeacutem chamados reservados numa etensatildeo

de - braas craveiras( Eram havidos uns e outros como bens da Coroa( lceu 2arbedo bemanota que as marinhas 4satildeo bens do patrim5nio da 6aatildeo outrora pertencentes 7 Coroa8 e que o

49overno em tempo algum jamais abriu matildeo desses terrenos8 que ocupavam 4posiatildeo

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privilegiada na nossa secular legislaatildeo8( e fato jaacute em )-) rdem eacutegia de lt) de outubro

ordenava ao 9overnador do io de =aneiro prestasse informa1es e parecer sobre ocupaatildeo de

marinhas pois tivera El+ei cigtncia pelo Provedor da aenda eal que nelas haviam edificado

casas por particulares sendo conveniente derrubaacute+las conforme o sentir daquela autoridade(

Provedor natildeo procedera mais drasticamente aluindo as constru1es 4para evitar contendas8 e

aguardar soluatildeo da Coroa( Aem embargo entendia conforme registra a citada Carta eacutegia quea marinha deveria ficar 4desempedida para qualquer incidente e Beu servio e defensa de terra8(

questatildeo nascera de aforamentos concedidos pelo Aenado da Cmara do io de =aneiro que se

julgava com tais poderes em raatildeo de Carta de Aesmaria passada em seu favor e soacute teve

resoluatildeo definitiva por Carta eacutegia de )-( Esta decisatildeo real confirmava o entendimento

anterior jaacute epressado de resto tambeacutem na Carta eacutegia de )-lt que encarecia a necessidade

de manter as marinhas livres 4para boa defesa da Cidade8 e para que 4se possam socorrer as

partes atacadas8$

ejamos que no foi agrave toa que as citadas terras possuem disciplinamento prltprio noordenamento juriacutedico outorgado diretamente pelo poder constituinte originrio estando elencadas

corretamente como pertencente agrave 3nio ente federal responsvel pela questo da seguran+anacional

eja que a prltpria magna carta adu que

Art 27 omete 1 Uniatildeo

()

II - declarar a uerra e celebrar a az

III - asseurar a defesa nacional

Ora se o terreno de marinha devido agrave sua localidade tem como premissa a defesa doterritltrio no importa a localia+o daquele bem pois o mesmo ser sempre titulariado pela3nio ente competente agrave defesa da seguran+a nacional

)or outro lado no $ porque vivemos em tempo de pa ou porque a 3nio aufere renda pelouso privado do domiacutenio til dos citados bens que estaria desnaturada a fun+o de prote+oterritorial dos terrenos de marinha

eja que a qualquer momento pode a 3nio faer uso de suas prerrogativas quanto agrave defesanacional e assim a titularidade deste bem em nome de terceiros ainda que seja ente pblicosomente dificultaria a a+o da 3nio na defesa do territltrio nacional

Besse sentido traemos agrave cola+o a li+o de Carvalho =antos amp( aduindo acerca do uso privado de tais bens

6s terrenos de marinha ertencem 1 Uniatildeo or e$resso mandamento constitucional (art20 VII gt) ustificando-se o domiacutenio federal em virtude da necessidade da defesa de seurananacional

()

ntretanto alumas reas dos terrenos de marinha se tornaram urbanas ou urbanizveis

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

=gtttpusuolcobrdoutrinatetoaspAidB+++4 5cesso e abr 0

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aneiro

$

amp especialist

a em

ireito

(enale

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penalp

ela

)

1- INTRODUCcedilAtildeO

O presente artigo tem por objetivo decifrar a real amplitude da Emenda Constitucional nordm 46no que tange agraves ilhas costeiras situadas em sede de municiacutepio

sto porque embora ainda no haja posicionamento doutrinrio a respeito do tema uma s$riede conflitos judiciais se formaram amp( acerca do real alcance da emenda citada

)ara o perfeito entendimento do tema eporemos as posi+es divergentes e por fim posicionaremo-nos a fim de contribuir para o deslinde dessa celeuma em torno da nova reda+o doart amp da C012

2- A REDACcedilAtildeO ORIGINAacuteRIA DO ART 20 IV DA CRFB

Art 20 Satildeo bens da Uniatildeo

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limiacutetrofes com outros aiacuteses as raias mariacutetimasas ilhas ocenicas e as costeiras e$cluiacutedas destas as reas referidas no art 2amp II

)ela antiga reda+o do referido artigo a regra era que os bens situados em ilhas costeiras

pertenceriam agrave 3nio com as ressalvas do inciso do art 6 quais sejam

Art 2amp Incluem-se entre os bens dos stados

()

II - as reas nas ilhas ocenicas e costeiras ue estiverem no seu domiacutenio e$cluiacutedasauelas sob domiacutenio da Uniatildeo +uniciacuteios ou terceiros

)ela intelig5ncia do artigo amp inciso que fa aluso ao inciso do art 6 depreende-seque somente as reas que antes de 788 estivessem em domiacutenio dos Estados 9uniciacutepios e terceirosno pertenceriam agrave 3nio

ssim no havendo registro em nome de ente pblico tampouco de terceiro o bem

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pertenceria agrave 3nio face ao comando geral do art amp da C012

3- A NOVA REDACcedilAtildeO DO ART 20 IV DA CRFB

)ela nova reda+o do art amp o que era regra passou a ser ece+o melhor diendo a3nio em regra no mais possui o domiacutenio de bens imltveis situados em ilhas costeiras senovejamos

rt amp =o bens da 3nio

()

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limiacutetrofes com outros aiacuteses as raias mariacutetimasas ilhas ocenicas e as costeiras e$cluiacutedas destas as ue contenham a sede de +uniciacuteios e$ceto

auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 2amp IIgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

tualmente os bens imltveis situados em ilhas costeiras que continuam pertencendo agrave 3nioos so de maneira epliacutecita ou impliacutecita

Os primeiros so aqueles que se verificam apenas pelas ressalvas contidas no inciso doartigo amp Aessa forma as reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal continuam

pertencendo agrave 3nio

Bo que tange agraves reas que permanecem titulariadas pela 3nio de forma impliacutecita estasdecorrem do fato que a Constitui+o mormente os incisos do art amp amp( que aludem os bens da3nio no podem ser interpretados de forma isolada sob pena de se chegar a absurdos juriacutedicosque poderiam por em perigo at$ mesmo a seguran+a nacional

Bo se nega que ordinariamente a dominialidade dos bens nas ilhas costeiras com sede demuniciacutepio no mais pertence agrave 3nio odavia uma interpreta+o literal do inciso nos levaria acrer que somente suas ece+es teriam o condo de aduir o que continuaria pertencendo agrave 3nio oque no condi com uma interpreta+o sistemtica da 9agna Carta

4- A QUESTAtildeO TORMENTOSA DOS TERRENOS DE MARINHA SITUADOS DENTRODE ILHAS COSTEIRAS COM SEDE DE MUNICIO

D guisa de eemplo ponderemos acerca da titularidade dos terrenos de marinha e seusacrescidos situados em ilha costeira com sede de municiacutepio Continuam ou no pertencendo agrave3nio

Essa questo gerou inclusive uma batalha judicial entre ltrgos pblicos acerca do domiacuteniodos terrenos de marinha face agrave nova reda+o do inciso ampF(

O 9inist$rio )blico 1ederal no Espiacuterito =anto entende que frente agraves modifica+es do artamp somente as ece+es eplicitadas no citado inciso conferem dominialidade agrave 3nio

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Bo entendimento do citado ltrgo ministerial como os terrenos de marinha no esto contidosna parte final do inciso aludido os mesmos quando estiverem na por+o de ilhas costeiras com sedede municiacutepio no pertenceriam mais agrave 3nio )or outro lado os terrenos de marinhas situados na

parte continental permaneceriam sob o domiacutenio da 3nio

3nio atrav$s da consultoria juriacutedica do 9inist$rio do )lanejamento entende que al$mdas ece+es previstas de forma epliacutecita os terrenos de marinha onde quer que estejamcontinuam no domiacutenio da 3nio por for+a do inciso do art amp in verbis

Art 20 Satildeo bens da Uniatildeo

()

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos

41NOSSA OSICcedilAtildeO

ntes de posicionarmos acerca da questo devemos nos ater a algumas questes de sumaimportGncia para o deslinde deste tema histltrico das terras pblica e os fundamentos quemotivaram a altera+o do inciso

411B$ amp()amp+ ( amp amp+(amp + (+ amp 5amp+

trav$s de um breve histltrico das terras pblicas procuraremos demonstrar a importGnciados terrenos de marinha o que ser de grande valia para chegarmos a real amplitude da EC 46

Com o descobrimento do 2rasil fora incorporado pelo Estado portugu5s a propriedadesobre as novas terras

Aurante o periacuteodo colonial o 0ei de )ortugal permitiu a concesso de algumas sesmarias amp4( por interm$dio dos chefes das capitanias hereditrias e reais al sistema vigorou at$ a declara+o danossa independ5ncia em H de setembro de 8 quando foi etinto o regime de concesso de terras

por meio das sesmarias amp(

Em 8amp atrav$s da Iei 6amp foi reconhecida a propriedade dos particulares sobre assesmarias anteriormente concedidas bem como se legitimou a posse efetivada sob reas do domiacutenio

pblico desde que se realiasse a devida comprova+o no Iivro da )aroquial at$ hoje denominadocomo 0egistro do igrio

Cumpre salientar que desde o tempo colonial os terrenos de marinha amp6( sempre tiveram umtratamento diferenciado das demais terras do Estado em face de sua localia+o estrat$gica umainterface com o mar Aesta caracteriacutestica resulta a importGncia destes terrenos para defesa doterritltrio a eemplo do assentamento de fortes assim como para os servi+os pblicos em geral taiscomo os portos

)or isso a Ordem 0$gia de -amp-Hamp j vedava que as terras dadas em sesmariascompreendessem as terras de marinha as quais deveriam estar desimedidas ara ualuer

servio da oroa e de defesa da terra Enfim $ uma rea nobre que se reservou ao domiacutenio pblico como observamos na li+o de Jasparini ampH(

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A imortncia dos terrenos de marinha semre esteve liada 1 defesa do territrio e isso 3at3 intuitivo Sendo os terrenos de marinha fai$as de terras fronteirias ao mar era de interesse

reserv-las ara a construatildeo de obras ou imlantaatildeo de servios necessrios 1 defesa doterritrio ou uando natildeo destin-las aos servios do 4eino 5 o ue revia a 6rdem 43ia de27707870 ao vedar ue as terras dadas em sesmarias comreendessem as marinhas ue

deveriam estar desimedidas ara ualuer servio da oroa e de defesa da terra

Bessa esteira o legislador constituinte originrio de forma epressa aduiu que essesterrenos pertencem agrave 3nio conforme se depreende da leitura do art amp da C012

)or outro lado em suas regras transitltrias o constituinte originrio eplicitou no pargrafoFordm do art 4amp que K A enfiteuse continuar sendo alicada aos terrenos de marinha e seusacrescidos situados na fai$a de seurana a artir da orla mariacutetimaK

Aaiacute se infere que o domiacutenio til de tais bens podem ser transferido a particulares por$m odomiacutenio direito jamais deiar de pertencer agrave 3nio quer por aspectos poliacuteticos quer sob o Gngulo

patrimonial consoante LCretela Lr amp8( in verbis

atrimonial ela riueza de sua contribuiatildeo ara o domiacutenio blico renda arrecada elotesouro dos foros e laud9mios devidos elos concessionrios oliacutetico orue comreendendo a

fai$a mariacutetima a nossa fronteira com o 6ceano e$iste um interesse imediato em asseurar-se odomiacutenio direto dos aludidos terrenos elo stado a fim de oder ali construir as defesas ue setornarem necessrias 1 roteatildeo de nosso territrio (cf nosso livro os bens blicos 78lt

=lt2)

412 F5(+ EC46

M3E=NO AO 09EBO =OB9CO EB0E O= )0O)0EP0O= AE9QE= B )O0RNO COBBEBI E B )O0RNO AE IS

emenda constitucional teve o objetivo de igualar as rela+es obrigacionais dos moradoresda por+o oceGnica e da por+o de ilhas costeiras mantidas com o poder pblico

Enquanto os primeiros em regra detinham a propriedade plena de seus imltveis os segundosassim no tinham Estes possuiacuteam somente o domiacutenio til do imltvel enquanto a propriedade direta

pertencia agrave 3nio

sso causava uma rela+o no isonTmica o que no entender de nosso legislador constituinteno era amparada por aspectos lltgicos e raoveis

Aaiacute a elabora+o da emenda constitucional para via de regra colocar na mesma situa+o juriacutedica os proprietrios de terrenos na parte da ilha costeira em rela+o aos da parte continental

Bessa esteira traemos agrave cola+o o parecer do deputado Eni oltolini que aponta as raesda citada emenda

gtrise-se ainda que a presente Proposta de Emenda Constitucional visa resgatar tambeacutem

o pleno cumprimento do princiacutepio da isonomia hoje desrespeitado visto que os ocupantes de

imoacuteveis situados na aacuterea continental do Paiacutes natildeo estatildeo sujeitos ao mesmo tratamento conferidoaos habitantes das ilhas mariacutetimas()

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eja que em nenhum momento se infere qualquer tentativa do legislador constituinte emalterar a propriedade dos terrenos de marinha conforme $ depreendido das raes do pareceraludido

demais permaneceratildeo com a niatildeo bens que a Constituiatildeo epressamente lhe atribui

como os terrenos de marinha e seus acrescidos recursos minerais e siacutetios arueolicos entreoutros (gt art 20 VII I e ) 6u sea reserva-se o atrimnio da Uniatildeo dos stados dos +uniciacuteios e de articulares e no caso de terras devolutas a roriedade ser definida emconsonncia com os crit3rios estabelecidos nos arts 20 II e 2amp IV

BO== )O=RNO CE0C A BE0)0ERNO A EC 46

M3E=NO A =OBO9

erificamos quando do estudo das raes da citada emenda constitucional que a questo daisonomia foi fundamental para a altera+o do teto constitucional

Bor outro lado ao analisarmos a osiatildeo dos ue entendem ue os terrenos de marinha natildeo ertencem mais 1 Uniatildeo uando estiverem na oratildeo de ilha costeira com sede de municiacuteiocheamos 1 conclusatildeo ue essa interretaatildeo causa uma rofunda desiualdade entre os

rorietrios da oratildeo continental e os da oratildeo da ilha costeira Cal fato colocaria elo ralotodo o esforo do leislador constituinte ao elaborar a citada emenda constitucional

)ela equivocada posi+o os bens imltveis contidos na parte continental situados em reas demarinhas pertenceriam agrave 3nio tendo o proprietrio somente o domiacutenio til do bem L os bensimltveis contidos na parte de ilhas costeiras com sede de municiacutepio situados em terras de marinhateriam a propriedade plena do imltvel no se submetendo a nenhuma rela+o obrigacional com a3nio

Com a devida v5nia $ totalmente despropositada tal interpreta+o que ademais vai deencontro ao objetivo da citada emenda que $ de igualar a situa+o dos proprietrios de bens querestejam em ilhas costeiras quer estejam na parte continental

M3E=NO A =EJ30BR BCOBI

)or outro lado conforme j observado quando do estudo da origem das terras brasileirasverificamos que os terrenos de marinha sempre tiveram um tratamento especial por parte do

legislador

sso se deu por raes econTmicas e principalmente de seguran+a nacional conformealudido pelo professor 2andeira de 9elo amp7(

$s terrenos de marinha satildeo bens pampblicos de propriedade da niatildeo art( ) do decreto+lei

n( (-0( Esta eacute a legislaatildeo vigorante e tradicional no direito brasileiro desde os tempos

coloniais( Com efeito as cartas de data e concess1es de sesmaria + ponto de origem da

propriedade privada no 2rasil pois as terras eram de propriedade pampblica por direito de

conquista + natildeo incluiacuteram a poratildeo de terra correspondente a )3 braas craveiras contadas do

mar para o interior nem os terrenos ribeirinhos tambeacutem chamados reservados numa etensatildeo

de - braas craveiras( Eram havidos uns e outros como bens da Coroa( lceu 2arbedo bemanota que as marinhas 4satildeo bens do patrim5nio da 6aatildeo outrora pertencentes 7 Coroa8 e que o

49overno em tempo algum jamais abriu matildeo desses terrenos8 que ocupavam 4posiatildeo

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privilegiada na nossa secular legislaatildeo8( e fato jaacute em )-) rdem eacutegia de lt) de outubro

ordenava ao 9overnador do io de =aneiro prestasse informa1es e parecer sobre ocupaatildeo de

marinhas pois tivera El+ei cigtncia pelo Provedor da aenda eal que nelas haviam edificado

casas por particulares sendo conveniente derrubaacute+las conforme o sentir daquela autoridade(

Provedor natildeo procedera mais drasticamente aluindo as constru1es 4para evitar contendas8 e

aguardar soluatildeo da Coroa( Aem embargo entendia conforme registra a citada Carta eacutegia quea marinha deveria ficar 4desempedida para qualquer incidente e Beu servio e defensa de terra8(

questatildeo nascera de aforamentos concedidos pelo Aenado da Cmara do io de =aneiro que se

julgava com tais poderes em raatildeo de Carta de Aesmaria passada em seu favor e soacute teve

resoluatildeo definitiva por Carta eacutegia de )-( Esta decisatildeo real confirmava o entendimento

anterior jaacute epressado de resto tambeacutem na Carta eacutegia de )-lt que encarecia a necessidade

de manter as marinhas livres 4para boa defesa da Cidade8 e para que 4se possam socorrer as

partes atacadas8$

ejamos que no foi agrave toa que as citadas terras possuem disciplinamento prltprio noordenamento juriacutedico outorgado diretamente pelo poder constituinte originrio estando elencadas

corretamente como pertencente agrave 3nio ente federal responsvel pela questo da seguran+anacional

eja que a prltpria magna carta adu que

Art 27 omete 1 Uniatildeo

()

II - declarar a uerra e celebrar a az

III - asseurar a defesa nacional

Ora se o terreno de marinha devido agrave sua localidade tem como premissa a defesa doterritltrio no importa a localia+o daquele bem pois o mesmo ser sempre titulariado pela3nio ente competente agrave defesa da seguran+a nacional

)or outro lado no $ porque vivemos em tempo de pa ou porque a 3nio aufere renda pelouso privado do domiacutenio til dos citados bens que estaria desnaturada a fun+o de prote+oterritorial dos terrenos de marinha

eja que a qualquer momento pode a 3nio faer uso de suas prerrogativas quanto agrave defesanacional e assim a titularidade deste bem em nome de terceiros ainda que seja ente pblicosomente dificultaria a a+o da 3nio na defesa do territltrio nacional

Besse sentido traemos agrave cola+o a li+o de Carvalho =antos amp( aduindo acerca do uso privado de tais bens

6s terrenos de marinha ertencem 1 Uniatildeo or e$resso mandamento constitucional (art20 VII gt) ustificando-se o domiacutenio federal em virtude da necessidade da defesa de seurananacional

()

ntretanto alumas reas dos terrenos de marinha se tornaram urbanas ou urbanizveis

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

=gtttpusuolcobrdoutrinatetoaspAidB+++4 5cesso e abr 0

Page 3: Claudio Granzotto - EC Nº 46 - Art. 20 CF

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penalp

ela

)

1- INTRODUCcedilAtildeO

O presente artigo tem por objetivo decifrar a real amplitude da Emenda Constitucional nordm 46no que tange agraves ilhas costeiras situadas em sede de municiacutepio

sto porque embora ainda no haja posicionamento doutrinrio a respeito do tema uma s$riede conflitos judiciais se formaram amp( acerca do real alcance da emenda citada

)ara o perfeito entendimento do tema eporemos as posi+es divergentes e por fim posicionaremo-nos a fim de contribuir para o deslinde dessa celeuma em torno da nova reda+o doart amp da C012

2- A REDACcedilAtildeO ORIGINAacuteRIA DO ART 20 IV DA CRFB

Art 20 Satildeo bens da Uniatildeo

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limiacutetrofes com outros aiacuteses as raias mariacutetimasas ilhas ocenicas e as costeiras e$cluiacutedas destas as reas referidas no art 2amp II

)ela antiga reda+o do referido artigo a regra era que os bens situados em ilhas costeiras

pertenceriam agrave 3nio com as ressalvas do inciso do art 6 quais sejam

Art 2amp Incluem-se entre os bens dos stados

()

II - as reas nas ilhas ocenicas e costeiras ue estiverem no seu domiacutenio e$cluiacutedasauelas sob domiacutenio da Uniatildeo +uniciacuteios ou terceiros

)ela intelig5ncia do artigo amp inciso que fa aluso ao inciso do art 6 depreende-seque somente as reas que antes de 788 estivessem em domiacutenio dos Estados 9uniciacutepios e terceirosno pertenceriam agrave 3nio

ssim no havendo registro em nome de ente pblico tampouco de terceiro o bem

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pertenceria agrave 3nio face ao comando geral do art amp da C012

3- A NOVA REDACcedilAtildeO DO ART 20 IV DA CRFB

)ela nova reda+o do art amp o que era regra passou a ser ece+o melhor diendo a3nio em regra no mais possui o domiacutenio de bens imltveis situados em ilhas costeiras senovejamos

rt amp =o bens da 3nio

()

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limiacutetrofes com outros aiacuteses as raias mariacutetimasas ilhas ocenicas e as costeiras e$cluiacutedas destas as ue contenham a sede de +uniciacuteios e$ceto

auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 2amp IIgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

tualmente os bens imltveis situados em ilhas costeiras que continuam pertencendo agrave 3nioos so de maneira epliacutecita ou impliacutecita

Os primeiros so aqueles que se verificam apenas pelas ressalvas contidas no inciso doartigo amp Aessa forma as reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal continuam

pertencendo agrave 3nio

Bo que tange agraves reas que permanecem titulariadas pela 3nio de forma impliacutecita estasdecorrem do fato que a Constitui+o mormente os incisos do art amp amp( que aludem os bens da3nio no podem ser interpretados de forma isolada sob pena de se chegar a absurdos juriacutedicosque poderiam por em perigo at$ mesmo a seguran+a nacional

Bo se nega que ordinariamente a dominialidade dos bens nas ilhas costeiras com sede demuniciacutepio no mais pertence agrave 3nio odavia uma interpreta+o literal do inciso nos levaria acrer que somente suas ece+es teriam o condo de aduir o que continuaria pertencendo agrave 3nio oque no condi com uma interpreta+o sistemtica da 9agna Carta

4- A QUESTAtildeO TORMENTOSA DOS TERRENOS DE MARINHA SITUADOS DENTRODE ILHAS COSTEIRAS COM SEDE DE MUNICIO

D guisa de eemplo ponderemos acerca da titularidade dos terrenos de marinha e seusacrescidos situados em ilha costeira com sede de municiacutepio Continuam ou no pertencendo agrave3nio

Essa questo gerou inclusive uma batalha judicial entre ltrgos pblicos acerca do domiacuteniodos terrenos de marinha face agrave nova reda+o do inciso ampF(

O 9inist$rio )blico 1ederal no Espiacuterito =anto entende que frente agraves modifica+es do artamp somente as ece+es eplicitadas no citado inciso conferem dominialidade agrave 3nio

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Bo entendimento do citado ltrgo ministerial como os terrenos de marinha no esto contidosna parte final do inciso aludido os mesmos quando estiverem na por+o de ilhas costeiras com sedede municiacutepio no pertenceriam mais agrave 3nio )or outro lado os terrenos de marinhas situados na

parte continental permaneceriam sob o domiacutenio da 3nio

3nio atrav$s da consultoria juriacutedica do 9inist$rio do )lanejamento entende que al$mdas ece+es previstas de forma epliacutecita os terrenos de marinha onde quer que estejamcontinuam no domiacutenio da 3nio por for+a do inciso do art amp in verbis

Art 20 Satildeo bens da Uniatildeo

()

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos

41NOSSA OSICcedilAtildeO

ntes de posicionarmos acerca da questo devemos nos ater a algumas questes de sumaimportGncia para o deslinde deste tema histltrico das terras pblica e os fundamentos quemotivaram a altera+o do inciso

411B$ amp()amp+ ( amp amp+(amp + (+ amp 5amp+

trav$s de um breve histltrico das terras pblicas procuraremos demonstrar a importGnciados terrenos de marinha o que ser de grande valia para chegarmos a real amplitude da EC 46

Com o descobrimento do 2rasil fora incorporado pelo Estado portugu5s a propriedadesobre as novas terras

Aurante o periacuteodo colonial o 0ei de )ortugal permitiu a concesso de algumas sesmarias amp4( por interm$dio dos chefes das capitanias hereditrias e reais al sistema vigorou at$ a declara+o danossa independ5ncia em H de setembro de 8 quando foi etinto o regime de concesso de terras

por meio das sesmarias amp(

Em 8amp atrav$s da Iei 6amp foi reconhecida a propriedade dos particulares sobre assesmarias anteriormente concedidas bem como se legitimou a posse efetivada sob reas do domiacutenio

pblico desde que se realiasse a devida comprova+o no Iivro da )aroquial at$ hoje denominadocomo 0egistro do igrio

Cumpre salientar que desde o tempo colonial os terrenos de marinha amp6( sempre tiveram umtratamento diferenciado das demais terras do Estado em face de sua localia+o estrat$gica umainterface com o mar Aesta caracteriacutestica resulta a importGncia destes terrenos para defesa doterritltrio a eemplo do assentamento de fortes assim como para os servi+os pblicos em geral taiscomo os portos

)or isso a Ordem 0$gia de -amp-Hamp j vedava que as terras dadas em sesmariascompreendessem as terras de marinha as quais deveriam estar desimedidas ara ualuer

servio da oroa e de defesa da terra Enfim $ uma rea nobre que se reservou ao domiacutenio pblico como observamos na li+o de Jasparini ampH(

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A imortncia dos terrenos de marinha semre esteve liada 1 defesa do territrio e isso 3at3 intuitivo Sendo os terrenos de marinha fai$as de terras fronteirias ao mar era de interesse

reserv-las ara a construatildeo de obras ou imlantaatildeo de servios necessrios 1 defesa doterritrio ou uando natildeo destin-las aos servios do 4eino 5 o ue revia a 6rdem 43ia de27707870 ao vedar ue as terras dadas em sesmarias comreendessem as marinhas ue

deveriam estar desimedidas ara ualuer servio da oroa e de defesa da terra

Bessa esteira o legislador constituinte originrio de forma epressa aduiu que essesterrenos pertencem agrave 3nio conforme se depreende da leitura do art amp da C012

)or outro lado em suas regras transitltrias o constituinte originrio eplicitou no pargrafoFordm do art 4amp que K A enfiteuse continuar sendo alicada aos terrenos de marinha e seusacrescidos situados na fai$a de seurana a artir da orla mariacutetimaK

Aaiacute se infere que o domiacutenio til de tais bens podem ser transferido a particulares por$m odomiacutenio direito jamais deiar de pertencer agrave 3nio quer por aspectos poliacuteticos quer sob o Gngulo

patrimonial consoante LCretela Lr amp8( in verbis

atrimonial ela riueza de sua contribuiatildeo ara o domiacutenio blico renda arrecada elotesouro dos foros e laud9mios devidos elos concessionrios oliacutetico orue comreendendo a

fai$a mariacutetima a nossa fronteira com o 6ceano e$iste um interesse imediato em asseurar-se odomiacutenio direto dos aludidos terrenos elo stado a fim de oder ali construir as defesas ue setornarem necessrias 1 roteatildeo de nosso territrio (cf nosso livro os bens blicos 78lt

=lt2)

412 F5(+ EC46

M3E=NO AO 09EBO =OB9CO EB0E O= )0O)0EP0O= AE9QE= B )O0RNO COBBEBI E B )O0RNO AE IS

emenda constitucional teve o objetivo de igualar as rela+es obrigacionais dos moradoresda por+o oceGnica e da por+o de ilhas costeiras mantidas com o poder pblico

Enquanto os primeiros em regra detinham a propriedade plena de seus imltveis os segundosassim no tinham Estes possuiacuteam somente o domiacutenio til do imltvel enquanto a propriedade direta

pertencia agrave 3nio

sso causava uma rela+o no isonTmica o que no entender de nosso legislador constituinteno era amparada por aspectos lltgicos e raoveis

Aaiacute a elabora+o da emenda constitucional para via de regra colocar na mesma situa+o juriacutedica os proprietrios de terrenos na parte da ilha costeira em rela+o aos da parte continental

Bessa esteira traemos agrave cola+o o parecer do deputado Eni oltolini que aponta as raesda citada emenda

gtrise-se ainda que a presente Proposta de Emenda Constitucional visa resgatar tambeacutem

o pleno cumprimento do princiacutepio da isonomia hoje desrespeitado visto que os ocupantes de

imoacuteveis situados na aacuterea continental do Paiacutes natildeo estatildeo sujeitos ao mesmo tratamento conferidoaos habitantes das ilhas mariacutetimas()

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eja que em nenhum momento se infere qualquer tentativa do legislador constituinte emalterar a propriedade dos terrenos de marinha conforme $ depreendido das raes do pareceraludido

demais permaneceratildeo com a niatildeo bens que a Constituiatildeo epressamente lhe atribui

como os terrenos de marinha e seus acrescidos recursos minerais e siacutetios arueolicos entreoutros (gt art 20 VII I e ) 6u sea reserva-se o atrimnio da Uniatildeo dos stados dos +uniciacuteios e de articulares e no caso de terras devolutas a roriedade ser definida emconsonncia com os crit3rios estabelecidos nos arts 20 II e 2amp IV

BO== )O=RNO CE0C A BE0)0ERNO A EC 46

M3E=NO A =OBO9

erificamos quando do estudo das raes da citada emenda constitucional que a questo daisonomia foi fundamental para a altera+o do teto constitucional

Bor outro lado ao analisarmos a osiatildeo dos ue entendem ue os terrenos de marinha natildeo ertencem mais 1 Uniatildeo uando estiverem na oratildeo de ilha costeira com sede de municiacuteiocheamos 1 conclusatildeo ue essa interretaatildeo causa uma rofunda desiualdade entre os

rorietrios da oratildeo continental e os da oratildeo da ilha costeira Cal fato colocaria elo ralotodo o esforo do leislador constituinte ao elaborar a citada emenda constitucional

)ela equivocada posi+o os bens imltveis contidos na parte continental situados em reas demarinhas pertenceriam agrave 3nio tendo o proprietrio somente o domiacutenio til do bem L os bensimltveis contidos na parte de ilhas costeiras com sede de municiacutepio situados em terras de marinhateriam a propriedade plena do imltvel no se submetendo a nenhuma rela+o obrigacional com a3nio

Com a devida v5nia $ totalmente despropositada tal interpreta+o que ademais vai deencontro ao objetivo da citada emenda que $ de igualar a situa+o dos proprietrios de bens querestejam em ilhas costeiras quer estejam na parte continental

M3E=NO A =EJ30BR BCOBI

)or outro lado conforme j observado quando do estudo da origem das terras brasileirasverificamos que os terrenos de marinha sempre tiveram um tratamento especial por parte do

legislador

sso se deu por raes econTmicas e principalmente de seguran+a nacional conformealudido pelo professor 2andeira de 9elo amp7(

$s terrenos de marinha satildeo bens pampblicos de propriedade da niatildeo art( ) do decreto+lei

n( (-0( Esta eacute a legislaatildeo vigorante e tradicional no direito brasileiro desde os tempos

coloniais( Com efeito as cartas de data e concess1es de sesmaria + ponto de origem da

propriedade privada no 2rasil pois as terras eram de propriedade pampblica por direito de

conquista + natildeo incluiacuteram a poratildeo de terra correspondente a )3 braas craveiras contadas do

mar para o interior nem os terrenos ribeirinhos tambeacutem chamados reservados numa etensatildeo

de - braas craveiras( Eram havidos uns e outros como bens da Coroa( lceu 2arbedo bemanota que as marinhas 4satildeo bens do patrim5nio da 6aatildeo outrora pertencentes 7 Coroa8 e que o

49overno em tempo algum jamais abriu matildeo desses terrenos8 que ocupavam 4posiatildeo

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privilegiada na nossa secular legislaatildeo8( e fato jaacute em )-) rdem eacutegia de lt) de outubro

ordenava ao 9overnador do io de =aneiro prestasse informa1es e parecer sobre ocupaatildeo de

marinhas pois tivera El+ei cigtncia pelo Provedor da aenda eal que nelas haviam edificado

casas por particulares sendo conveniente derrubaacute+las conforme o sentir daquela autoridade(

Provedor natildeo procedera mais drasticamente aluindo as constru1es 4para evitar contendas8 e

aguardar soluatildeo da Coroa( Aem embargo entendia conforme registra a citada Carta eacutegia quea marinha deveria ficar 4desempedida para qualquer incidente e Beu servio e defensa de terra8(

questatildeo nascera de aforamentos concedidos pelo Aenado da Cmara do io de =aneiro que se

julgava com tais poderes em raatildeo de Carta de Aesmaria passada em seu favor e soacute teve

resoluatildeo definitiva por Carta eacutegia de )-( Esta decisatildeo real confirmava o entendimento

anterior jaacute epressado de resto tambeacutem na Carta eacutegia de )-lt que encarecia a necessidade

de manter as marinhas livres 4para boa defesa da Cidade8 e para que 4se possam socorrer as

partes atacadas8$

ejamos que no foi agrave toa que as citadas terras possuem disciplinamento prltprio noordenamento juriacutedico outorgado diretamente pelo poder constituinte originrio estando elencadas

corretamente como pertencente agrave 3nio ente federal responsvel pela questo da seguran+anacional

eja que a prltpria magna carta adu que

Art 27 omete 1 Uniatildeo

()

II - declarar a uerra e celebrar a az

III - asseurar a defesa nacional

Ora se o terreno de marinha devido agrave sua localidade tem como premissa a defesa doterritltrio no importa a localia+o daquele bem pois o mesmo ser sempre titulariado pela3nio ente competente agrave defesa da seguran+a nacional

)or outro lado no $ porque vivemos em tempo de pa ou porque a 3nio aufere renda pelouso privado do domiacutenio til dos citados bens que estaria desnaturada a fun+o de prote+oterritorial dos terrenos de marinha

eja que a qualquer momento pode a 3nio faer uso de suas prerrogativas quanto agrave defesanacional e assim a titularidade deste bem em nome de terceiros ainda que seja ente pblicosomente dificultaria a a+o da 3nio na defesa do territltrio nacional

Besse sentido traemos agrave cola+o a li+o de Carvalho =antos amp( aduindo acerca do uso privado de tais bens

6s terrenos de marinha ertencem 1 Uniatildeo or e$resso mandamento constitucional (art20 VII gt) ustificando-se o domiacutenio federal em virtude da necessidade da defesa de seurananacional

()

ntretanto alumas reas dos terrenos de marinha se tornaram urbanas ou urbanizveis

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

=gtttpusuolcobrdoutrinatetoaspAidB+++4 5cesso e abr 0

Page 4: Claudio Granzotto - EC Nº 46 - Art. 20 CF

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pertenceria agrave 3nio face ao comando geral do art amp da C012

3- A NOVA REDACcedilAtildeO DO ART 20 IV DA CRFB

)ela nova reda+o do art amp o que era regra passou a ser ece+o melhor diendo a3nio em regra no mais possui o domiacutenio de bens imltveis situados em ilhas costeiras senovejamos

rt amp =o bens da 3nio

()

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limiacutetrofes com outros aiacuteses as raias mariacutetimasas ilhas ocenicas e as costeiras e$cluiacutedas destas as ue contenham a sede de +uniciacuteios e$ceto

auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 2amp IIgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

tualmente os bens imltveis situados em ilhas costeiras que continuam pertencendo agrave 3nioos so de maneira epliacutecita ou impliacutecita

Os primeiros so aqueles que se verificam apenas pelas ressalvas contidas no inciso doartigo amp Aessa forma as reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal continuam

pertencendo agrave 3nio

Bo que tange agraves reas que permanecem titulariadas pela 3nio de forma impliacutecita estasdecorrem do fato que a Constitui+o mormente os incisos do art amp amp( que aludem os bens da3nio no podem ser interpretados de forma isolada sob pena de se chegar a absurdos juriacutedicosque poderiam por em perigo at$ mesmo a seguran+a nacional

Bo se nega que ordinariamente a dominialidade dos bens nas ilhas costeiras com sede demuniciacutepio no mais pertence agrave 3nio odavia uma interpreta+o literal do inciso nos levaria acrer que somente suas ece+es teriam o condo de aduir o que continuaria pertencendo agrave 3nio oque no condi com uma interpreta+o sistemtica da 9agna Carta

4- A QUESTAtildeO TORMENTOSA DOS TERRENOS DE MARINHA SITUADOS DENTRODE ILHAS COSTEIRAS COM SEDE DE MUNICIO

D guisa de eemplo ponderemos acerca da titularidade dos terrenos de marinha e seusacrescidos situados em ilha costeira com sede de municiacutepio Continuam ou no pertencendo agrave3nio

Essa questo gerou inclusive uma batalha judicial entre ltrgos pblicos acerca do domiacuteniodos terrenos de marinha face agrave nova reda+o do inciso ampF(

O 9inist$rio )blico 1ederal no Espiacuterito =anto entende que frente agraves modifica+es do artamp somente as ece+es eplicitadas no citado inciso conferem dominialidade agrave 3nio

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Bo entendimento do citado ltrgo ministerial como os terrenos de marinha no esto contidosna parte final do inciso aludido os mesmos quando estiverem na por+o de ilhas costeiras com sedede municiacutepio no pertenceriam mais agrave 3nio )or outro lado os terrenos de marinhas situados na

parte continental permaneceriam sob o domiacutenio da 3nio

3nio atrav$s da consultoria juriacutedica do 9inist$rio do )lanejamento entende que al$mdas ece+es previstas de forma epliacutecita os terrenos de marinha onde quer que estejamcontinuam no domiacutenio da 3nio por for+a do inciso do art amp in verbis

Art 20 Satildeo bens da Uniatildeo

()

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos

41NOSSA OSICcedilAtildeO

ntes de posicionarmos acerca da questo devemos nos ater a algumas questes de sumaimportGncia para o deslinde deste tema histltrico das terras pblica e os fundamentos quemotivaram a altera+o do inciso

411B$ amp()amp+ ( amp amp+(amp + (+ amp 5amp+

trav$s de um breve histltrico das terras pblicas procuraremos demonstrar a importGnciados terrenos de marinha o que ser de grande valia para chegarmos a real amplitude da EC 46

Com o descobrimento do 2rasil fora incorporado pelo Estado portugu5s a propriedadesobre as novas terras

Aurante o periacuteodo colonial o 0ei de )ortugal permitiu a concesso de algumas sesmarias amp4( por interm$dio dos chefes das capitanias hereditrias e reais al sistema vigorou at$ a declara+o danossa independ5ncia em H de setembro de 8 quando foi etinto o regime de concesso de terras

por meio das sesmarias amp(

Em 8amp atrav$s da Iei 6amp foi reconhecida a propriedade dos particulares sobre assesmarias anteriormente concedidas bem como se legitimou a posse efetivada sob reas do domiacutenio

pblico desde que se realiasse a devida comprova+o no Iivro da )aroquial at$ hoje denominadocomo 0egistro do igrio

Cumpre salientar que desde o tempo colonial os terrenos de marinha amp6( sempre tiveram umtratamento diferenciado das demais terras do Estado em face de sua localia+o estrat$gica umainterface com o mar Aesta caracteriacutestica resulta a importGncia destes terrenos para defesa doterritltrio a eemplo do assentamento de fortes assim como para os servi+os pblicos em geral taiscomo os portos

)or isso a Ordem 0$gia de -amp-Hamp j vedava que as terras dadas em sesmariascompreendessem as terras de marinha as quais deveriam estar desimedidas ara ualuer

servio da oroa e de defesa da terra Enfim $ uma rea nobre que se reservou ao domiacutenio pblico como observamos na li+o de Jasparini ampH(

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A imortncia dos terrenos de marinha semre esteve liada 1 defesa do territrio e isso 3at3 intuitivo Sendo os terrenos de marinha fai$as de terras fronteirias ao mar era de interesse

reserv-las ara a construatildeo de obras ou imlantaatildeo de servios necessrios 1 defesa doterritrio ou uando natildeo destin-las aos servios do 4eino 5 o ue revia a 6rdem 43ia de27707870 ao vedar ue as terras dadas em sesmarias comreendessem as marinhas ue

deveriam estar desimedidas ara ualuer servio da oroa e de defesa da terra

Bessa esteira o legislador constituinte originrio de forma epressa aduiu que essesterrenos pertencem agrave 3nio conforme se depreende da leitura do art amp da C012

)or outro lado em suas regras transitltrias o constituinte originrio eplicitou no pargrafoFordm do art 4amp que K A enfiteuse continuar sendo alicada aos terrenos de marinha e seusacrescidos situados na fai$a de seurana a artir da orla mariacutetimaK

Aaiacute se infere que o domiacutenio til de tais bens podem ser transferido a particulares por$m odomiacutenio direito jamais deiar de pertencer agrave 3nio quer por aspectos poliacuteticos quer sob o Gngulo

patrimonial consoante LCretela Lr amp8( in verbis

atrimonial ela riueza de sua contribuiatildeo ara o domiacutenio blico renda arrecada elotesouro dos foros e laud9mios devidos elos concessionrios oliacutetico orue comreendendo a

fai$a mariacutetima a nossa fronteira com o 6ceano e$iste um interesse imediato em asseurar-se odomiacutenio direto dos aludidos terrenos elo stado a fim de oder ali construir as defesas ue setornarem necessrias 1 roteatildeo de nosso territrio (cf nosso livro os bens blicos 78lt

=lt2)

412 F5(+ EC46

M3E=NO AO 09EBO =OB9CO EB0E O= )0O)0EP0O= AE9QE= B )O0RNO COBBEBI E B )O0RNO AE IS

emenda constitucional teve o objetivo de igualar as rela+es obrigacionais dos moradoresda por+o oceGnica e da por+o de ilhas costeiras mantidas com o poder pblico

Enquanto os primeiros em regra detinham a propriedade plena de seus imltveis os segundosassim no tinham Estes possuiacuteam somente o domiacutenio til do imltvel enquanto a propriedade direta

pertencia agrave 3nio

sso causava uma rela+o no isonTmica o que no entender de nosso legislador constituinteno era amparada por aspectos lltgicos e raoveis

Aaiacute a elabora+o da emenda constitucional para via de regra colocar na mesma situa+o juriacutedica os proprietrios de terrenos na parte da ilha costeira em rela+o aos da parte continental

Bessa esteira traemos agrave cola+o o parecer do deputado Eni oltolini que aponta as raesda citada emenda

gtrise-se ainda que a presente Proposta de Emenda Constitucional visa resgatar tambeacutem

o pleno cumprimento do princiacutepio da isonomia hoje desrespeitado visto que os ocupantes de

imoacuteveis situados na aacuterea continental do Paiacutes natildeo estatildeo sujeitos ao mesmo tratamento conferidoaos habitantes das ilhas mariacutetimas()

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eja que em nenhum momento se infere qualquer tentativa do legislador constituinte emalterar a propriedade dos terrenos de marinha conforme $ depreendido das raes do pareceraludido

demais permaneceratildeo com a niatildeo bens que a Constituiatildeo epressamente lhe atribui

como os terrenos de marinha e seus acrescidos recursos minerais e siacutetios arueolicos entreoutros (gt art 20 VII I e ) 6u sea reserva-se o atrimnio da Uniatildeo dos stados dos +uniciacuteios e de articulares e no caso de terras devolutas a roriedade ser definida emconsonncia com os crit3rios estabelecidos nos arts 20 II e 2amp IV

BO== )O=RNO CE0C A BE0)0ERNO A EC 46

M3E=NO A =OBO9

erificamos quando do estudo das raes da citada emenda constitucional que a questo daisonomia foi fundamental para a altera+o do teto constitucional

Bor outro lado ao analisarmos a osiatildeo dos ue entendem ue os terrenos de marinha natildeo ertencem mais 1 Uniatildeo uando estiverem na oratildeo de ilha costeira com sede de municiacuteiocheamos 1 conclusatildeo ue essa interretaatildeo causa uma rofunda desiualdade entre os

rorietrios da oratildeo continental e os da oratildeo da ilha costeira Cal fato colocaria elo ralotodo o esforo do leislador constituinte ao elaborar a citada emenda constitucional

)ela equivocada posi+o os bens imltveis contidos na parte continental situados em reas demarinhas pertenceriam agrave 3nio tendo o proprietrio somente o domiacutenio til do bem L os bensimltveis contidos na parte de ilhas costeiras com sede de municiacutepio situados em terras de marinhateriam a propriedade plena do imltvel no se submetendo a nenhuma rela+o obrigacional com a3nio

Com a devida v5nia $ totalmente despropositada tal interpreta+o que ademais vai deencontro ao objetivo da citada emenda que $ de igualar a situa+o dos proprietrios de bens querestejam em ilhas costeiras quer estejam na parte continental

M3E=NO A =EJ30BR BCOBI

)or outro lado conforme j observado quando do estudo da origem das terras brasileirasverificamos que os terrenos de marinha sempre tiveram um tratamento especial por parte do

legislador

sso se deu por raes econTmicas e principalmente de seguran+a nacional conformealudido pelo professor 2andeira de 9elo amp7(

$s terrenos de marinha satildeo bens pampblicos de propriedade da niatildeo art( ) do decreto+lei

n( (-0( Esta eacute a legislaatildeo vigorante e tradicional no direito brasileiro desde os tempos

coloniais( Com efeito as cartas de data e concess1es de sesmaria + ponto de origem da

propriedade privada no 2rasil pois as terras eram de propriedade pampblica por direito de

conquista + natildeo incluiacuteram a poratildeo de terra correspondente a )3 braas craveiras contadas do

mar para o interior nem os terrenos ribeirinhos tambeacutem chamados reservados numa etensatildeo

de - braas craveiras( Eram havidos uns e outros como bens da Coroa( lceu 2arbedo bemanota que as marinhas 4satildeo bens do patrim5nio da 6aatildeo outrora pertencentes 7 Coroa8 e que o

49overno em tempo algum jamais abriu matildeo desses terrenos8 que ocupavam 4posiatildeo

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privilegiada na nossa secular legislaatildeo8( e fato jaacute em )-) rdem eacutegia de lt) de outubro

ordenava ao 9overnador do io de =aneiro prestasse informa1es e parecer sobre ocupaatildeo de

marinhas pois tivera El+ei cigtncia pelo Provedor da aenda eal que nelas haviam edificado

casas por particulares sendo conveniente derrubaacute+las conforme o sentir daquela autoridade(

Provedor natildeo procedera mais drasticamente aluindo as constru1es 4para evitar contendas8 e

aguardar soluatildeo da Coroa( Aem embargo entendia conforme registra a citada Carta eacutegia quea marinha deveria ficar 4desempedida para qualquer incidente e Beu servio e defensa de terra8(

questatildeo nascera de aforamentos concedidos pelo Aenado da Cmara do io de =aneiro que se

julgava com tais poderes em raatildeo de Carta de Aesmaria passada em seu favor e soacute teve

resoluatildeo definitiva por Carta eacutegia de )-( Esta decisatildeo real confirmava o entendimento

anterior jaacute epressado de resto tambeacutem na Carta eacutegia de )-lt que encarecia a necessidade

de manter as marinhas livres 4para boa defesa da Cidade8 e para que 4se possam socorrer as

partes atacadas8$

ejamos que no foi agrave toa que as citadas terras possuem disciplinamento prltprio noordenamento juriacutedico outorgado diretamente pelo poder constituinte originrio estando elencadas

corretamente como pertencente agrave 3nio ente federal responsvel pela questo da seguran+anacional

eja que a prltpria magna carta adu que

Art 27 omete 1 Uniatildeo

()

II - declarar a uerra e celebrar a az

III - asseurar a defesa nacional

Ora se o terreno de marinha devido agrave sua localidade tem como premissa a defesa doterritltrio no importa a localia+o daquele bem pois o mesmo ser sempre titulariado pela3nio ente competente agrave defesa da seguran+a nacional

)or outro lado no $ porque vivemos em tempo de pa ou porque a 3nio aufere renda pelouso privado do domiacutenio til dos citados bens que estaria desnaturada a fun+o de prote+oterritorial dos terrenos de marinha

eja que a qualquer momento pode a 3nio faer uso de suas prerrogativas quanto agrave defesanacional e assim a titularidade deste bem em nome de terceiros ainda que seja ente pblicosomente dificultaria a a+o da 3nio na defesa do territltrio nacional

Besse sentido traemos agrave cola+o a li+o de Carvalho =antos amp( aduindo acerca do uso privado de tais bens

6s terrenos de marinha ertencem 1 Uniatildeo or e$resso mandamento constitucional (art20 VII gt) ustificando-se o domiacutenio federal em virtude da necessidade da defesa de seurananacional

()

ntretanto alumas reas dos terrenos de marinha se tornaram urbanas ou urbanizveis

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

=gtttpusuolcobrdoutrinatetoaspAidB+++4 5cesso e abr 0

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Bo entendimento do citado ltrgo ministerial como os terrenos de marinha no esto contidosna parte final do inciso aludido os mesmos quando estiverem na por+o de ilhas costeiras com sedede municiacutepio no pertenceriam mais agrave 3nio )or outro lado os terrenos de marinhas situados na

parte continental permaneceriam sob o domiacutenio da 3nio

3nio atrav$s da consultoria juriacutedica do 9inist$rio do )lanejamento entende que al$mdas ece+es previstas de forma epliacutecita os terrenos de marinha onde quer que estejamcontinuam no domiacutenio da 3nio por for+a do inciso do art amp in verbis

Art 20 Satildeo bens da Uniatildeo

()

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos

41NOSSA OSICcedilAtildeO

ntes de posicionarmos acerca da questo devemos nos ater a algumas questes de sumaimportGncia para o deslinde deste tema histltrico das terras pblica e os fundamentos quemotivaram a altera+o do inciso

411B$ amp()amp+ ( amp amp+(amp + (+ amp 5amp+

trav$s de um breve histltrico das terras pblicas procuraremos demonstrar a importGnciados terrenos de marinha o que ser de grande valia para chegarmos a real amplitude da EC 46

Com o descobrimento do 2rasil fora incorporado pelo Estado portugu5s a propriedadesobre as novas terras

Aurante o periacuteodo colonial o 0ei de )ortugal permitiu a concesso de algumas sesmarias amp4( por interm$dio dos chefes das capitanias hereditrias e reais al sistema vigorou at$ a declara+o danossa independ5ncia em H de setembro de 8 quando foi etinto o regime de concesso de terras

por meio das sesmarias amp(

Em 8amp atrav$s da Iei 6amp foi reconhecida a propriedade dos particulares sobre assesmarias anteriormente concedidas bem como se legitimou a posse efetivada sob reas do domiacutenio

pblico desde que se realiasse a devida comprova+o no Iivro da )aroquial at$ hoje denominadocomo 0egistro do igrio

Cumpre salientar que desde o tempo colonial os terrenos de marinha amp6( sempre tiveram umtratamento diferenciado das demais terras do Estado em face de sua localia+o estrat$gica umainterface com o mar Aesta caracteriacutestica resulta a importGncia destes terrenos para defesa doterritltrio a eemplo do assentamento de fortes assim como para os servi+os pblicos em geral taiscomo os portos

)or isso a Ordem 0$gia de -amp-Hamp j vedava que as terras dadas em sesmariascompreendessem as terras de marinha as quais deveriam estar desimedidas ara ualuer

servio da oroa e de defesa da terra Enfim $ uma rea nobre que se reservou ao domiacutenio pblico como observamos na li+o de Jasparini ampH(

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A imortncia dos terrenos de marinha semre esteve liada 1 defesa do territrio e isso 3at3 intuitivo Sendo os terrenos de marinha fai$as de terras fronteirias ao mar era de interesse

reserv-las ara a construatildeo de obras ou imlantaatildeo de servios necessrios 1 defesa doterritrio ou uando natildeo destin-las aos servios do 4eino 5 o ue revia a 6rdem 43ia de27707870 ao vedar ue as terras dadas em sesmarias comreendessem as marinhas ue

deveriam estar desimedidas ara ualuer servio da oroa e de defesa da terra

Bessa esteira o legislador constituinte originrio de forma epressa aduiu que essesterrenos pertencem agrave 3nio conforme se depreende da leitura do art amp da C012

)or outro lado em suas regras transitltrias o constituinte originrio eplicitou no pargrafoFordm do art 4amp que K A enfiteuse continuar sendo alicada aos terrenos de marinha e seusacrescidos situados na fai$a de seurana a artir da orla mariacutetimaK

Aaiacute se infere que o domiacutenio til de tais bens podem ser transferido a particulares por$m odomiacutenio direito jamais deiar de pertencer agrave 3nio quer por aspectos poliacuteticos quer sob o Gngulo

patrimonial consoante LCretela Lr amp8( in verbis

atrimonial ela riueza de sua contribuiatildeo ara o domiacutenio blico renda arrecada elotesouro dos foros e laud9mios devidos elos concessionrios oliacutetico orue comreendendo a

fai$a mariacutetima a nossa fronteira com o 6ceano e$iste um interesse imediato em asseurar-se odomiacutenio direto dos aludidos terrenos elo stado a fim de oder ali construir as defesas ue setornarem necessrias 1 roteatildeo de nosso territrio (cf nosso livro os bens blicos 78lt

=lt2)

412 F5(+ EC46

M3E=NO AO 09EBO =OB9CO EB0E O= )0O)0EP0O= AE9QE= B )O0RNO COBBEBI E B )O0RNO AE IS

emenda constitucional teve o objetivo de igualar as rela+es obrigacionais dos moradoresda por+o oceGnica e da por+o de ilhas costeiras mantidas com o poder pblico

Enquanto os primeiros em regra detinham a propriedade plena de seus imltveis os segundosassim no tinham Estes possuiacuteam somente o domiacutenio til do imltvel enquanto a propriedade direta

pertencia agrave 3nio

sso causava uma rela+o no isonTmica o que no entender de nosso legislador constituinteno era amparada por aspectos lltgicos e raoveis

Aaiacute a elabora+o da emenda constitucional para via de regra colocar na mesma situa+o juriacutedica os proprietrios de terrenos na parte da ilha costeira em rela+o aos da parte continental

Bessa esteira traemos agrave cola+o o parecer do deputado Eni oltolini que aponta as raesda citada emenda

gtrise-se ainda que a presente Proposta de Emenda Constitucional visa resgatar tambeacutem

o pleno cumprimento do princiacutepio da isonomia hoje desrespeitado visto que os ocupantes de

imoacuteveis situados na aacuterea continental do Paiacutes natildeo estatildeo sujeitos ao mesmo tratamento conferidoaos habitantes das ilhas mariacutetimas()

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eja que em nenhum momento se infere qualquer tentativa do legislador constituinte emalterar a propriedade dos terrenos de marinha conforme $ depreendido das raes do pareceraludido

demais permaneceratildeo com a niatildeo bens que a Constituiatildeo epressamente lhe atribui

como os terrenos de marinha e seus acrescidos recursos minerais e siacutetios arueolicos entreoutros (gt art 20 VII I e ) 6u sea reserva-se o atrimnio da Uniatildeo dos stados dos +uniciacuteios e de articulares e no caso de terras devolutas a roriedade ser definida emconsonncia com os crit3rios estabelecidos nos arts 20 II e 2amp IV

BO== )O=RNO CE0C A BE0)0ERNO A EC 46

M3E=NO A =OBO9

erificamos quando do estudo das raes da citada emenda constitucional que a questo daisonomia foi fundamental para a altera+o do teto constitucional

Bor outro lado ao analisarmos a osiatildeo dos ue entendem ue os terrenos de marinha natildeo ertencem mais 1 Uniatildeo uando estiverem na oratildeo de ilha costeira com sede de municiacuteiocheamos 1 conclusatildeo ue essa interretaatildeo causa uma rofunda desiualdade entre os

rorietrios da oratildeo continental e os da oratildeo da ilha costeira Cal fato colocaria elo ralotodo o esforo do leislador constituinte ao elaborar a citada emenda constitucional

)ela equivocada posi+o os bens imltveis contidos na parte continental situados em reas demarinhas pertenceriam agrave 3nio tendo o proprietrio somente o domiacutenio til do bem L os bensimltveis contidos na parte de ilhas costeiras com sede de municiacutepio situados em terras de marinhateriam a propriedade plena do imltvel no se submetendo a nenhuma rela+o obrigacional com a3nio

Com a devida v5nia $ totalmente despropositada tal interpreta+o que ademais vai deencontro ao objetivo da citada emenda que $ de igualar a situa+o dos proprietrios de bens querestejam em ilhas costeiras quer estejam na parte continental

M3E=NO A =EJ30BR BCOBI

)or outro lado conforme j observado quando do estudo da origem das terras brasileirasverificamos que os terrenos de marinha sempre tiveram um tratamento especial por parte do

legislador

sso se deu por raes econTmicas e principalmente de seguran+a nacional conformealudido pelo professor 2andeira de 9elo amp7(

$s terrenos de marinha satildeo bens pampblicos de propriedade da niatildeo art( ) do decreto+lei

n( (-0( Esta eacute a legislaatildeo vigorante e tradicional no direito brasileiro desde os tempos

coloniais( Com efeito as cartas de data e concess1es de sesmaria + ponto de origem da

propriedade privada no 2rasil pois as terras eram de propriedade pampblica por direito de

conquista + natildeo incluiacuteram a poratildeo de terra correspondente a )3 braas craveiras contadas do

mar para o interior nem os terrenos ribeirinhos tambeacutem chamados reservados numa etensatildeo

de - braas craveiras( Eram havidos uns e outros como bens da Coroa( lceu 2arbedo bemanota que as marinhas 4satildeo bens do patrim5nio da 6aatildeo outrora pertencentes 7 Coroa8 e que o

49overno em tempo algum jamais abriu matildeo desses terrenos8 que ocupavam 4posiatildeo

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privilegiada na nossa secular legislaatildeo8( e fato jaacute em )-) rdem eacutegia de lt) de outubro

ordenava ao 9overnador do io de =aneiro prestasse informa1es e parecer sobre ocupaatildeo de

marinhas pois tivera El+ei cigtncia pelo Provedor da aenda eal que nelas haviam edificado

casas por particulares sendo conveniente derrubaacute+las conforme o sentir daquela autoridade(

Provedor natildeo procedera mais drasticamente aluindo as constru1es 4para evitar contendas8 e

aguardar soluatildeo da Coroa( Aem embargo entendia conforme registra a citada Carta eacutegia quea marinha deveria ficar 4desempedida para qualquer incidente e Beu servio e defensa de terra8(

questatildeo nascera de aforamentos concedidos pelo Aenado da Cmara do io de =aneiro que se

julgava com tais poderes em raatildeo de Carta de Aesmaria passada em seu favor e soacute teve

resoluatildeo definitiva por Carta eacutegia de )-( Esta decisatildeo real confirmava o entendimento

anterior jaacute epressado de resto tambeacutem na Carta eacutegia de )-lt que encarecia a necessidade

de manter as marinhas livres 4para boa defesa da Cidade8 e para que 4se possam socorrer as

partes atacadas8$

ejamos que no foi agrave toa que as citadas terras possuem disciplinamento prltprio noordenamento juriacutedico outorgado diretamente pelo poder constituinte originrio estando elencadas

corretamente como pertencente agrave 3nio ente federal responsvel pela questo da seguran+anacional

eja que a prltpria magna carta adu que

Art 27 omete 1 Uniatildeo

()

II - declarar a uerra e celebrar a az

III - asseurar a defesa nacional

Ora se o terreno de marinha devido agrave sua localidade tem como premissa a defesa doterritltrio no importa a localia+o daquele bem pois o mesmo ser sempre titulariado pela3nio ente competente agrave defesa da seguran+a nacional

)or outro lado no $ porque vivemos em tempo de pa ou porque a 3nio aufere renda pelouso privado do domiacutenio til dos citados bens que estaria desnaturada a fun+o de prote+oterritorial dos terrenos de marinha

eja que a qualquer momento pode a 3nio faer uso de suas prerrogativas quanto agrave defesanacional e assim a titularidade deste bem em nome de terceiros ainda que seja ente pblicosomente dificultaria a a+o da 3nio na defesa do territltrio nacional

Besse sentido traemos agrave cola+o a li+o de Carvalho =antos amp( aduindo acerca do uso privado de tais bens

6s terrenos de marinha ertencem 1 Uniatildeo or e$resso mandamento constitucional (art20 VII gt) ustificando-se o domiacutenio federal em virtude da necessidade da defesa de seurananacional

()

ntretanto alumas reas dos terrenos de marinha se tornaram urbanas ou urbanizveis

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

=gtttpusuolcobrdoutrinatetoaspAidB+++4 5cesso e abr 0

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A imortncia dos terrenos de marinha semre esteve liada 1 defesa do territrio e isso 3at3 intuitivo Sendo os terrenos de marinha fai$as de terras fronteirias ao mar era de interesse

reserv-las ara a construatildeo de obras ou imlantaatildeo de servios necessrios 1 defesa doterritrio ou uando natildeo destin-las aos servios do 4eino 5 o ue revia a 6rdem 43ia de27707870 ao vedar ue as terras dadas em sesmarias comreendessem as marinhas ue

deveriam estar desimedidas ara ualuer servio da oroa e de defesa da terra

Bessa esteira o legislador constituinte originrio de forma epressa aduiu que essesterrenos pertencem agrave 3nio conforme se depreende da leitura do art amp da C012

)or outro lado em suas regras transitltrias o constituinte originrio eplicitou no pargrafoFordm do art 4amp que K A enfiteuse continuar sendo alicada aos terrenos de marinha e seusacrescidos situados na fai$a de seurana a artir da orla mariacutetimaK

Aaiacute se infere que o domiacutenio til de tais bens podem ser transferido a particulares por$m odomiacutenio direito jamais deiar de pertencer agrave 3nio quer por aspectos poliacuteticos quer sob o Gngulo

patrimonial consoante LCretela Lr amp8( in verbis

atrimonial ela riueza de sua contribuiatildeo ara o domiacutenio blico renda arrecada elotesouro dos foros e laud9mios devidos elos concessionrios oliacutetico orue comreendendo a

fai$a mariacutetima a nossa fronteira com o 6ceano e$iste um interesse imediato em asseurar-se odomiacutenio direto dos aludidos terrenos elo stado a fim de oder ali construir as defesas ue setornarem necessrias 1 roteatildeo de nosso territrio (cf nosso livro os bens blicos 78lt

=lt2)

412 F5(+ EC46

M3E=NO AO 09EBO =OB9CO EB0E O= )0O)0EP0O= AE9QE= B )O0RNO COBBEBI E B )O0RNO AE IS

emenda constitucional teve o objetivo de igualar as rela+es obrigacionais dos moradoresda por+o oceGnica e da por+o de ilhas costeiras mantidas com o poder pblico

Enquanto os primeiros em regra detinham a propriedade plena de seus imltveis os segundosassim no tinham Estes possuiacuteam somente o domiacutenio til do imltvel enquanto a propriedade direta

pertencia agrave 3nio

sso causava uma rela+o no isonTmica o que no entender de nosso legislador constituinteno era amparada por aspectos lltgicos e raoveis

Aaiacute a elabora+o da emenda constitucional para via de regra colocar na mesma situa+o juriacutedica os proprietrios de terrenos na parte da ilha costeira em rela+o aos da parte continental

Bessa esteira traemos agrave cola+o o parecer do deputado Eni oltolini que aponta as raesda citada emenda

gtrise-se ainda que a presente Proposta de Emenda Constitucional visa resgatar tambeacutem

o pleno cumprimento do princiacutepio da isonomia hoje desrespeitado visto que os ocupantes de

imoacuteveis situados na aacuterea continental do Paiacutes natildeo estatildeo sujeitos ao mesmo tratamento conferidoaos habitantes das ilhas mariacutetimas()

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eja que em nenhum momento se infere qualquer tentativa do legislador constituinte emalterar a propriedade dos terrenos de marinha conforme $ depreendido das raes do pareceraludido

demais permaneceratildeo com a niatildeo bens que a Constituiatildeo epressamente lhe atribui

como os terrenos de marinha e seus acrescidos recursos minerais e siacutetios arueolicos entreoutros (gt art 20 VII I e ) 6u sea reserva-se o atrimnio da Uniatildeo dos stados dos +uniciacuteios e de articulares e no caso de terras devolutas a roriedade ser definida emconsonncia com os crit3rios estabelecidos nos arts 20 II e 2amp IV

BO== )O=RNO CE0C A BE0)0ERNO A EC 46

M3E=NO A =OBO9

erificamos quando do estudo das raes da citada emenda constitucional que a questo daisonomia foi fundamental para a altera+o do teto constitucional

Bor outro lado ao analisarmos a osiatildeo dos ue entendem ue os terrenos de marinha natildeo ertencem mais 1 Uniatildeo uando estiverem na oratildeo de ilha costeira com sede de municiacuteiocheamos 1 conclusatildeo ue essa interretaatildeo causa uma rofunda desiualdade entre os

rorietrios da oratildeo continental e os da oratildeo da ilha costeira Cal fato colocaria elo ralotodo o esforo do leislador constituinte ao elaborar a citada emenda constitucional

)ela equivocada posi+o os bens imltveis contidos na parte continental situados em reas demarinhas pertenceriam agrave 3nio tendo o proprietrio somente o domiacutenio til do bem L os bensimltveis contidos na parte de ilhas costeiras com sede de municiacutepio situados em terras de marinhateriam a propriedade plena do imltvel no se submetendo a nenhuma rela+o obrigacional com a3nio

Com a devida v5nia $ totalmente despropositada tal interpreta+o que ademais vai deencontro ao objetivo da citada emenda que $ de igualar a situa+o dos proprietrios de bens querestejam em ilhas costeiras quer estejam na parte continental

M3E=NO A =EJ30BR BCOBI

)or outro lado conforme j observado quando do estudo da origem das terras brasileirasverificamos que os terrenos de marinha sempre tiveram um tratamento especial por parte do

legislador

sso se deu por raes econTmicas e principalmente de seguran+a nacional conformealudido pelo professor 2andeira de 9elo amp7(

$s terrenos de marinha satildeo bens pampblicos de propriedade da niatildeo art( ) do decreto+lei

n( (-0( Esta eacute a legislaatildeo vigorante e tradicional no direito brasileiro desde os tempos

coloniais( Com efeito as cartas de data e concess1es de sesmaria + ponto de origem da

propriedade privada no 2rasil pois as terras eram de propriedade pampblica por direito de

conquista + natildeo incluiacuteram a poratildeo de terra correspondente a )3 braas craveiras contadas do

mar para o interior nem os terrenos ribeirinhos tambeacutem chamados reservados numa etensatildeo

de - braas craveiras( Eram havidos uns e outros como bens da Coroa( lceu 2arbedo bemanota que as marinhas 4satildeo bens do patrim5nio da 6aatildeo outrora pertencentes 7 Coroa8 e que o

49overno em tempo algum jamais abriu matildeo desses terrenos8 que ocupavam 4posiatildeo

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privilegiada na nossa secular legislaatildeo8( e fato jaacute em )-) rdem eacutegia de lt) de outubro

ordenava ao 9overnador do io de =aneiro prestasse informa1es e parecer sobre ocupaatildeo de

marinhas pois tivera El+ei cigtncia pelo Provedor da aenda eal que nelas haviam edificado

casas por particulares sendo conveniente derrubaacute+las conforme o sentir daquela autoridade(

Provedor natildeo procedera mais drasticamente aluindo as constru1es 4para evitar contendas8 e

aguardar soluatildeo da Coroa( Aem embargo entendia conforme registra a citada Carta eacutegia quea marinha deveria ficar 4desempedida para qualquer incidente e Beu servio e defensa de terra8(

questatildeo nascera de aforamentos concedidos pelo Aenado da Cmara do io de =aneiro que se

julgava com tais poderes em raatildeo de Carta de Aesmaria passada em seu favor e soacute teve

resoluatildeo definitiva por Carta eacutegia de )-( Esta decisatildeo real confirmava o entendimento

anterior jaacute epressado de resto tambeacutem na Carta eacutegia de )-lt que encarecia a necessidade

de manter as marinhas livres 4para boa defesa da Cidade8 e para que 4se possam socorrer as

partes atacadas8$

ejamos que no foi agrave toa que as citadas terras possuem disciplinamento prltprio noordenamento juriacutedico outorgado diretamente pelo poder constituinte originrio estando elencadas

corretamente como pertencente agrave 3nio ente federal responsvel pela questo da seguran+anacional

eja que a prltpria magna carta adu que

Art 27 omete 1 Uniatildeo

()

II - declarar a uerra e celebrar a az

III - asseurar a defesa nacional

Ora se o terreno de marinha devido agrave sua localidade tem como premissa a defesa doterritltrio no importa a localia+o daquele bem pois o mesmo ser sempre titulariado pela3nio ente competente agrave defesa da seguran+a nacional

)or outro lado no $ porque vivemos em tempo de pa ou porque a 3nio aufere renda pelouso privado do domiacutenio til dos citados bens que estaria desnaturada a fun+o de prote+oterritorial dos terrenos de marinha

eja que a qualquer momento pode a 3nio faer uso de suas prerrogativas quanto agrave defesanacional e assim a titularidade deste bem em nome de terceiros ainda que seja ente pblicosomente dificultaria a a+o da 3nio na defesa do territltrio nacional

Besse sentido traemos agrave cola+o a li+o de Carvalho =antos amp( aduindo acerca do uso privado de tais bens

6s terrenos de marinha ertencem 1 Uniatildeo or e$resso mandamento constitucional (art20 VII gt) ustificando-se o domiacutenio federal em virtude da necessidade da defesa de seurananacional

()

ntretanto alumas reas dos terrenos de marinha se tornaram urbanas ou urbanizveis

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

=gtttpusuolcobrdoutrinatetoaspAidB+++4 5cesso e abr 0

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eja que em nenhum momento se infere qualquer tentativa do legislador constituinte emalterar a propriedade dos terrenos de marinha conforme $ depreendido das raes do pareceraludido

demais permaneceratildeo com a niatildeo bens que a Constituiatildeo epressamente lhe atribui

como os terrenos de marinha e seus acrescidos recursos minerais e siacutetios arueolicos entreoutros (gt art 20 VII I e ) 6u sea reserva-se o atrimnio da Uniatildeo dos stados dos +uniciacuteios e de articulares e no caso de terras devolutas a roriedade ser definida emconsonncia com os crit3rios estabelecidos nos arts 20 II e 2amp IV

BO== )O=RNO CE0C A BE0)0ERNO A EC 46

M3E=NO A =OBO9

erificamos quando do estudo das raes da citada emenda constitucional que a questo daisonomia foi fundamental para a altera+o do teto constitucional

Bor outro lado ao analisarmos a osiatildeo dos ue entendem ue os terrenos de marinha natildeo ertencem mais 1 Uniatildeo uando estiverem na oratildeo de ilha costeira com sede de municiacuteiocheamos 1 conclusatildeo ue essa interretaatildeo causa uma rofunda desiualdade entre os

rorietrios da oratildeo continental e os da oratildeo da ilha costeira Cal fato colocaria elo ralotodo o esforo do leislador constituinte ao elaborar a citada emenda constitucional

)ela equivocada posi+o os bens imltveis contidos na parte continental situados em reas demarinhas pertenceriam agrave 3nio tendo o proprietrio somente o domiacutenio til do bem L os bensimltveis contidos na parte de ilhas costeiras com sede de municiacutepio situados em terras de marinhateriam a propriedade plena do imltvel no se submetendo a nenhuma rela+o obrigacional com a3nio

Com a devida v5nia $ totalmente despropositada tal interpreta+o que ademais vai deencontro ao objetivo da citada emenda que $ de igualar a situa+o dos proprietrios de bens querestejam em ilhas costeiras quer estejam na parte continental

M3E=NO A =EJ30BR BCOBI

)or outro lado conforme j observado quando do estudo da origem das terras brasileirasverificamos que os terrenos de marinha sempre tiveram um tratamento especial por parte do

legislador

sso se deu por raes econTmicas e principalmente de seguran+a nacional conformealudido pelo professor 2andeira de 9elo amp7(

$s terrenos de marinha satildeo bens pampblicos de propriedade da niatildeo art( ) do decreto+lei

n( (-0( Esta eacute a legislaatildeo vigorante e tradicional no direito brasileiro desde os tempos

coloniais( Com efeito as cartas de data e concess1es de sesmaria + ponto de origem da

propriedade privada no 2rasil pois as terras eram de propriedade pampblica por direito de

conquista + natildeo incluiacuteram a poratildeo de terra correspondente a )3 braas craveiras contadas do

mar para o interior nem os terrenos ribeirinhos tambeacutem chamados reservados numa etensatildeo

de - braas craveiras( Eram havidos uns e outros como bens da Coroa( lceu 2arbedo bemanota que as marinhas 4satildeo bens do patrim5nio da 6aatildeo outrora pertencentes 7 Coroa8 e que o

49overno em tempo algum jamais abriu matildeo desses terrenos8 que ocupavam 4posiatildeo

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privilegiada na nossa secular legislaatildeo8( e fato jaacute em )-) rdem eacutegia de lt) de outubro

ordenava ao 9overnador do io de =aneiro prestasse informa1es e parecer sobre ocupaatildeo de

marinhas pois tivera El+ei cigtncia pelo Provedor da aenda eal que nelas haviam edificado

casas por particulares sendo conveniente derrubaacute+las conforme o sentir daquela autoridade(

Provedor natildeo procedera mais drasticamente aluindo as constru1es 4para evitar contendas8 e

aguardar soluatildeo da Coroa( Aem embargo entendia conforme registra a citada Carta eacutegia quea marinha deveria ficar 4desempedida para qualquer incidente e Beu servio e defensa de terra8(

questatildeo nascera de aforamentos concedidos pelo Aenado da Cmara do io de =aneiro que se

julgava com tais poderes em raatildeo de Carta de Aesmaria passada em seu favor e soacute teve

resoluatildeo definitiva por Carta eacutegia de )-( Esta decisatildeo real confirmava o entendimento

anterior jaacute epressado de resto tambeacutem na Carta eacutegia de )-lt que encarecia a necessidade

de manter as marinhas livres 4para boa defesa da Cidade8 e para que 4se possam socorrer as

partes atacadas8$

ejamos que no foi agrave toa que as citadas terras possuem disciplinamento prltprio noordenamento juriacutedico outorgado diretamente pelo poder constituinte originrio estando elencadas

corretamente como pertencente agrave 3nio ente federal responsvel pela questo da seguran+anacional

eja que a prltpria magna carta adu que

Art 27 omete 1 Uniatildeo

()

II - declarar a uerra e celebrar a az

III - asseurar a defesa nacional

Ora se o terreno de marinha devido agrave sua localidade tem como premissa a defesa doterritltrio no importa a localia+o daquele bem pois o mesmo ser sempre titulariado pela3nio ente competente agrave defesa da seguran+a nacional

)or outro lado no $ porque vivemos em tempo de pa ou porque a 3nio aufere renda pelouso privado do domiacutenio til dos citados bens que estaria desnaturada a fun+o de prote+oterritorial dos terrenos de marinha

eja que a qualquer momento pode a 3nio faer uso de suas prerrogativas quanto agrave defesanacional e assim a titularidade deste bem em nome de terceiros ainda que seja ente pblicosomente dificultaria a a+o da 3nio na defesa do territltrio nacional

Besse sentido traemos agrave cola+o a li+o de Carvalho =antos amp( aduindo acerca do uso privado de tais bens

6s terrenos de marinha ertencem 1 Uniatildeo or e$resso mandamento constitucional (art20 VII gt) ustificando-se o domiacutenio federal em virtude da necessidade da defesa de seurananacional

()

ntretanto alumas reas dos terrenos de marinha se tornaram urbanas ou urbanizveis

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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httpslidepdfcomreaderfullclaudio-granzotto-ec-no-46-art-20-cf 1011

amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

=gtttpusuolcobrdoutrinatetoaspAidB+++4 5cesso e abr 0

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privilegiada na nossa secular legislaatildeo8( e fato jaacute em )-) rdem eacutegia de lt) de outubro

ordenava ao 9overnador do io de =aneiro prestasse informa1es e parecer sobre ocupaatildeo de

marinhas pois tivera El+ei cigtncia pelo Provedor da aenda eal que nelas haviam edificado

casas por particulares sendo conveniente derrubaacute+las conforme o sentir daquela autoridade(

Provedor natildeo procedera mais drasticamente aluindo as constru1es 4para evitar contendas8 e

aguardar soluatildeo da Coroa( Aem embargo entendia conforme registra a citada Carta eacutegia quea marinha deveria ficar 4desempedida para qualquer incidente e Beu servio e defensa de terra8(

questatildeo nascera de aforamentos concedidos pelo Aenado da Cmara do io de =aneiro que se

julgava com tais poderes em raatildeo de Carta de Aesmaria passada em seu favor e soacute teve

resoluatildeo definitiva por Carta eacutegia de )-( Esta decisatildeo real confirmava o entendimento

anterior jaacute epressado de resto tambeacutem na Carta eacutegia de )-lt que encarecia a necessidade

de manter as marinhas livres 4para boa defesa da Cidade8 e para que 4se possam socorrer as

partes atacadas8$

ejamos que no foi agrave toa que as citadas terras possuem disciplinamento prltprio noordenamento juriacutedico outorgado diretamente pelo poder constituinte originrio estando elencadas

corretamente como pertencente agrave 3nio ente federal responsvel pela questo da seguran+anacional

eja que a prltpria magna carta adu que

Art 27 omete 1 Uniatildeo

()

II - declarar a uerra e celebrar a az

III - asseurar a defesa nacional

Ora se o terreno de marinha devido agrave sua localidade tem como premissa a defesa doterritltrio no importa a localia+o daquele bem pois o mesmo ser sempre titulariado pela3nio ente competente agrave defesa da seguran+a nacional

)or outro lado no $ porque vivemos em tempo de pa ou porque a 3nio aufere renda pelouso privado do domiacutenio til dos citados bens que estaria desnaturada a fun+o de prote+oterritorial dos terrenos de marinha

eja que a qualquer momento pode a 3nio faer uso de suas prerrogativas quanto agrave defesanacional e assim a titularidade deste bem em nome de terceiros ainda que seja ente pblicosomente dificultaria a a+o da 3nio na defesa do territltrio nacional

Besse sentido traemos agrave cola+o a li+o de Carvalho =antos amp( aduindo acerca do uso privado de tais bens

6s terrenos de marinha ertencem 1 Uniatildeo or e$resso mandamento constitucional (art20 VII gt) ustificando-se o domiacutenio federal em virtude da necessidade da defesa de seurananacional

()

ntretanto alumas reas dos terrenos de marinha se tornaram urbanas ou urbanizveis

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

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amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

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or auiesc9ncia do Doverno gtederal assando a ser ermitido o uso rivado

()

6 ato administrativo de ocuaatildeo or3m 3 discricionrio e recrio de modo ue a

Uniatildeo se recisar do imvel ode romover sua desaroriaatildeo sumria sem ue o ocuantetenha direito 1 erman9ncia

Ae forma derradeira por amor ao debate ainda que a interpreta+o literal do inciso do artamp prevale+a segundo a qual somente as ece+es ali previstas t5m o condo de conferirdominialidade agrave 3nio gte$ceto auelas reas afetadas ao servio blico e a unidade ambiental

federal) resta claro que o terreno de marinha $ rea afetada a uma esp$cie de servi+o pblico qualseja o de defesa da seguran+a nacional (

7- CONCLUSAtildeO

ssim consoante o escopo da Emenda Constitucional debatida fa-se mister afastar qualquer interpreta+o que v de encontro ao princiacutepio da isonomia Aestarte garantir-se- a manuten+odeste princiacutepio de modo que os moradores da por+o oceGnica e das ilhas costeiras tero umarela+o obrigacional de mesmo cunho com o )oder )blico

l$m disso uma ve constatado que o terreno de marinha insere-se na lttica da defesa daseguran+a nacional pela 3nio gtart C1 $ de salutar relevGncia sua prote+o na medida emque envolve interesses de ordem pblica resguardando-o outrossim da titularidade de terceirossejam eles entes pblicos ou particulares

BIBLIOGRAFIA

2BAE0 AE 9EIIO Celso ntTnio Os errenos de 9arinha forados e o )oder9unicipal in 0evista dos ribunais n F76

C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

C0EEI L0 Los$ Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77

1ISO Los$ dos =antos Carvalho 9anual de Aireito dministrativo Iumen Luris 8Uedi+o ampampH

J=)0B Aiogenes - KAireito dministrativo =araiva U ed ampampamp

N+(

amp Conforme veremos adiante o 9)1 e a J3 esto discutindo acerca do real alcance daEmenda Constitucional nordm 46

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

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amp rt amp =o bens da 3nio

- os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuiacutedosV

- as terras devolutas indispensveis agrave defesa das fronteiras das fortifica+es e constru+es

militares das vias federais de comunica+o e agrave preserva+o ambiental definidas em leiV

- os lagos rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domiacutenio ou que banhemmais de um Estado sirvam de limites com outros paiacuteses ou se estendam a territltrio estrangeiro oudele provenham bem como os terrenos marginais e as praias fluviaisV

- as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasVas ilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as reas referidas no art 6 V

as ilhas fluviais e lacustres nas onas limiacutetrofes com outros paiacutesesV as praias mariacutetimasV asilhas oceGnicas e as costeiras ecluiacutedas destas as que contenham a sede de 9uniciacutepios eceto

aquelas reas afetadas ao servi+o pblico e a unidade ambiental federal e as referidas no art 6 Vgt0eda+o dada pela Emenda Constitucional nordm 46 de ampamp

- os recursos naturais da plataforma continental e da ona econTmica eclusivaV

- o mar territorialV

- os terrenos de marinha e seus acrescidosV

- os potenciais de energia hidrulicaV

W - os recursos minerais inclusive os do subsoloV

W - as cavidades naturais subterrGneas e os siacutetios arqueolltgicos e pr$-histltricosV

W - as terras tradicionalmente ocupadas pelos iacutendios

ampF Bo Espiacuterito =anto o 9inist$rio )blico 1ederal por entender que os terrenos de marinhasituados nas ilhas costeiras com sede em municiacutepio no mais pertencem agrave 3nio ajuiou +o Civil)blica para que seja declarada a ineist5ncia de rela+o juriacutedica entre a 3nio e os ocupantes eforeiros desses bens a+o foi julgada procedente em U instGncia com deferimento inclusive de

antecipa+o dos efeitos da tutela Contudo atrav$s de uma a+o conjunta entre as )rocuradorias da3nio no Espiacuterito =anto e no 0io de Laneiro houve ingresso de medida administrativa de suspensoda eecu+o da senten+a que fora deferida pela presid5ncia do ribunal 0egional 1ederal da U0egio

amp4 Ae acordo com o teto das Ordena+es 9anuelinas igualmente reproduidas nas Ordena+es1ilipinas Sesmarias satildeo roriamente as dadas de terras casses casas de campo ou granjearias( ou ardieiros ue foram ou satildeo de aluns senhorios e ue em outro temo foram lavradas earoveitadas e aora natildeo satildeo Ordena+es 9anuelinas livro tiacutetulo 6H e Ordena+es 1ilipinaslivro tiacutetulo 4F

amp C0ISO frGnio de 0egistro de mltveis 4U ed 1orense 77H

amp6 Bo que tange aos terrenos de marinha e seus acrescidos inicialmente na prltpria legisla+o

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

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encontramos o seu conceito qual seja

Art 2E Satildeo terrenos de marinha em uma rofundidade de == (trinta e tr9s) metros medidoshorizontalmente ara a arte da terra da osiatildeo da linha do reamar-m3dio de 7F=7

a) os situados no continente na costa mariacutetima e nas marens dos rios e laoas at3 onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

b) os ue contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a influ9ncia das mar3s

Barrafo nico Bara os efeitos d9ste artio a influ9ncia das mar3s 3 caracterizada elaoscilaatildeo eridica de lt (cinco) centiacutemetros elo menos do niacutevel das uas ue ocorra emualuer 3oca do ano

Art =E Satildeo terrenos acrescidos de marinha os ue se tiverem formado natural ouartificialmente ara o lado do mar ou dos rios e laoas em seuimento aos terrenos de marinha

ampH J=)0B Aiogenes - ireito Administrativo =araiva U ed ampampamp

amp8 Comentrios agrave Constitui+o de 788 1orense 3niversitria U ed 77 p 4F-44

amp7 6s Cerrenos de +arinha Aforados e o Boder +unicial in 0evista dos ribunais n F76 p

amp 9anual de Aireito dministrativo 8U edi+o Iumen Lris p amp4amp-amp4

Carvalho =antos adu com propriedade que o servi+o de defesa nacional $ um servi+o pblicoindelegvel gtop cit ) 7

Sobre o autor

Claudio Geoffroy Granzotto eacute autor do livro Investigaccedilatildeo direta pelo Ministeacuterio Puacuteblicoincopatibilidade co o processo penal constitucional ditora etra egal$ E-mail E( +((+

Sobre o textoampeto inserido no (us )avigandi n+-+ -0$laborado e 0

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConfore a )12 34 da 5ssociaccedilatildeo 1rasileira de )oras ampeacutecnicas 51)amp$6 este teto cient7fico publicado e peri8dicoeletr9nico deve ser citado da seguinte fora

G25)ampamp6 Claudio Geoffroy enda Constitucional n -3 e sua aplitude Jus Navigandi6amperesina6 ano +6 n +-+6 abr 0 ltispon7vel e

=gtttpusuolcobrdoutrinatetoaspAidB+++4 5cesso e abr 0