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NOVA SCHOOL OF BUSINESS AND ECONOMICS
CÁLCULO I – 1º Semestre 2011/2012
EXAME 1ª ÉPOCA - Correcção
02 Janeiro 2012
Duração: 2 horas e 30 minutos
• Não é permitido o uso de calculadoras. • Não pode desagrafar as folhas do enunciado.
• Responda de forma justificada a todas as questões, apresentando sempre os cálculos efectuados.
• Simplifique sempre os resultados ao máximo. • Responda a cada grupo na respectiva secção.
• Não se esclarecem dúvidas.
NOME: _____________________________________________________
NÚMERO: ___________
NÚMERO: ___________
GRUPO 1 (3 valores)
Considere a função real de variável vectorial 3 3
1),(
yxyxf
+= .
a) (1 valor) Indique o seu domínio e represente-o graficamente. b) (1 valor) Encontre a expressão analítica da curva de nível de cota -1.
c) (1 valor) Prove pela definição que 2
1)0,(lim
2=
→xf
x. Explique em que medida é que a
relação de infinitésimos a que chegou comprova que o limite é realmente 2
1.
Resolução
a) { } { }323 32 :),(0:),( xyRyxyxRyxDf −≠∈=≠+∈=
b) 11111
1),( 333 3
3 3−−=⇔−=+⇔−=+⇔−=
+⇔−= xyyxyx
yxyxf
c) 2
11lim
0
1lim)0,(lim
23 322==
+=
→→→ xxxf
xxx
Para provar o limite pela definição, temos que demonstrar que:
εδεδε <−⇒<−>∃>∀2
112:0)(,0
xx
εεεεε 222
2
2
2
2
2
2
2
2
11<−⇒<
−<
−⇔<
−⇔<
−⇔<− x
x
x
x
x
x
x
x
x
Seja εεδ 2)( = . Notar que se está a escolher uma vizinhança de raio 1 para fazer a
majoração.
x
y
É possível garantir que o limite da função em 2=x é 2
1se existirem objectos na
vizinhança de 2 cujas imagens estejam tão próximas de 2
1
tanto quanto se pretenda.
Definida a distância ε a que se pretende estar do limite, bastará encontrar objectos a uma distância menor que ε2 de 2 para que as suas imagens estejam a menos de ε do
limite. E assim se prova que é possível estar tão perto de 2
1 tanto quanto se pretenda
em redor de 2=x . É precisamente a relação de infinitésimos εεδ 2)( = que prova a
existência de limite no ponto em estudo.
GRUPO 2 (2 valores)
1- Calcule, se existirem, os limites das seguintes sucessões:
a) (0,5 valores) ( ) nn
1
35lim +
b) (0,5 valores)
12
12
2lim
−
+
n
n
n
Resolução
a) ( ) n nnn 35lim35lim1
+=+
Segundo um dos resultados importantes sobre limites de sucessões:
aUaU
Un
n
n
n =⇒=+ limlim 1
Designando 35 += n
nU , temos:
b)
ee
ne
nn
nnnn
n
n
nnnn
11
12
11lim
12
11lim
12
11lim
12
11lim
12
11lim
12
11lim
12
2lim
12
1212
21222121212
=×=
+−×=
+−×
+−=
=
+−=
+−=
+−=
+
−
−
−
−+
−+−+−−−
535lim55
5.5lim
5
5lim
35
35limlim
111 =+⇒===
+
+=
++
+ n n
n
n
n
n
n
n
n
n
U
U
2- Estude a convergência das seguintes séries e calcule a respectiva soma nos casos em
que for possível o seu cálculo. Justifique.
a) (0,5 valores) ∑+∞
=−
+
11
13
nn
n
π
b) (0,5 valores) ∑+∞
= −13
3
2
7
n n
n
Resolução
a) πππ
333
111
1
∑∑+∞
=
+∞
=−
+
=
n
n
nn
n
Trata-se de uma série geométrica de razão π
3 . Como 1
3<
π podemos afirmar que
a série é convergente e que é possível calcular a sua soma. Seja ππ
33
n
na
= .
3
93
1
33
1
3
1
1
1 −=
−
=−
=
=∑
∞+
= π
π
π
ππ
π r
aS
n
n
b) ∑+∞
= −13
3
2
7
n n
n
Não se trata de uma série geométrica.
Seja 3
3
2
7
n
nbn
−= . Como 07
7lim
2
7limlim
3
3
3
3
≠−=−
=−
=n
n
n
nbn , pelo Critério
Geral de Convergência podemos garantir que a série é divergente. Não é possível calcular a soma da série.
GRUPO 3 (4 valores)
Seja A o subconjunto de R definido por { }11: 2 <−∈= xRxA .
a) (1 valor) Será A um conjunto fechado? E aberto? Justifique.
b) (1 valor) Indique o ínfimo, o máximo e o conjunto derivado do conjunto QA \ .
c) (1 valor) Seja [ ]1;0=B . Represente graficamente o conjunto BAC ×= e
escreva analiticamente a sua fronteira e exterior.
d) (1 valor) Será C um conjunto convexo? E conexo? Justifique.
Resolução
a) { }11: 2 <−∈= xRxA
002111111 22222 >∧<−⇔−>−∧<−⇔<− xxxxx
] [2;2022 −∈⇔<− xx
002 ≠⇔> xx
{ } ] [ { }0\2;211: 2 −=<−∈= xRxA
] [ { }0\2;2int −=A
{ }2;0;2−=Afront
[ ]2;2−=Aader
Como o conjunto A coincide com o seu interior é aberto. Como o conjunto A não coincide com a sua aderência não é um conjunto fechado.
b) ] [ { }[ ] ( )QRQA \0\2;2\ ∩−=
Como o número real 0 não é um número irracional, podemos escrever:
] [ ( )QRQA \2;2\ ∩−=
O ínfimo é o maior dos minorantes, dado por 2− .
O máximo é o supremo ( 2 ) caso pertença ao conjunto. Apesar de 2 ser um número irracional, não pertence ao conjunto QA \ , logo não existe máximo.
O conjunto derivado é formado por todos os pontos de acumulação, sendo dado
pelo conjunto de números reais [ ]2;2− . Todos os racionais e irracionais deste
intervalo são pontos de acumulação. Notar que um ponto de acumulação pode não pertencer ao conjunto.
c) ] [ { } [ ]1;00\2;2 ×−=×= BAC
{ } [ ] [ ] { }1;02;21;02;0;2 ×−∪×−=Cfront
[ ] [ ]( )1;02;2\2 ×−= RCext
y
x
2 2−
d) O conjunto C não é convexo pois não é possível ligar quaisquer dois elementos do conjunto através de um segmento de recta sem passar por pontos não pertencentes ao conjunto. Basta tentar ligar um elemento de C que pertença ao 1º quadrante do referencial com um que pertença ao 2º quadrante. Também não é um conjunto conexo pois não é possível ligar quaisquer dois elementos do conjunto passando apenas por elementos do conjunto, seja através de um segmento de recta, uma curva, etc.
GRUPO 4 (3,5 valores)
De uma função f diferenciável e estritamente monótona crescente em R sabe-se a seguinte informação:
x 0 1 2 3 )(xf -7 -4 1 6 )(' xf 1 3 4 2
a) (0,5 valores) Prove que a equação 3)( −=xf tem exactamente uma solução. b) (1 valor) Mostre, através do Teorema de Lagrange, que existe pelo menos um
ponto c no intervalo ]1,2[ tal que 5)(' =cf . c) (1 valor) Seja xxg ln)( = . Calcule ( ) )3('gof . d) (1 valor) Seja )(xw a função inversa de )(xf . Calcule )1('w .
Resolução a) Uma função ser diferenciável em R é condição suficiente para ser contínua em R,
logo f é contínua em R e, por conseguinte, contínua em qualquer subconjunto de R. Sendo f
contínua em [1;2] e verificando-se a condição )2(3)1( ff <−< , então
pelo Teorema de Bolzano podemos garantir a existência de pelo menos uma solução para a equação 3)( −=xf no intervalo [1;2]. Como a função é estritamente monótona crescente em R, é injectiva, logo garantimos a existência de exactamente uma solução da equação 3)( −=xf em R, que ocorrerá necessariamente no intervalo [1;2].
b) A partir da alínea anterior, sabe-se que a função f
é contínua em [1;2] e diferenciável em ]1,2[. Sabe-se ainda que o declive da recta secante ao gráfico de
f e que passa nos extremos deste intervalo é dado por: [ ] 512
)1()2(2;1 =
−
−=
fftmv .
Assim, pelo Teorema de Lagrange, garante-se a existência de pelo menos um ponto c em ]1,2[ tal que 5)(' =cf , ou seja, tal que a derivada nesse(s) ponto(s) é
igual ao declive da recta secante ao gráfico que passa pelos pontos ))1(,1( f e
))2(,2( f . O facto da função ser injectiva em R não obriga a que exista um só ponto c em ]1,2[ nestas condições. Poderão existir vários pontos em ]1,2[ cuja derivada é 5.
c) ( ) ( ) ( ) 26')3(')3(')3(' ×=×= gffggof
( )x
xxg1
'ln)(' ==
( ) ( )3
12
6
126')3(' =×=×= ggof
d) Sendo a função f injectiva em R será possível definir a sua função inversa,
denominada de função w . De seguida convém descobrir o ponto no qual vai recair toda a nossa atenção nesta alínea. Sabemos que a função w tem como objectos as imagens da função f , logo
1 é uma imagem de pelo menos um ponto da função f . Como é uma função injectiva
sabemos que 1 será imagem de apenas um ponto da função f . Trata-se do ponto )1;2( .
Assim, pela regra da derivada da função inversa:
4
1
)2('
1)1(' ==
fw
GRUPO 5 (4,5 valores)
Considere a função real de variável real xexf
2)( −= .
a) (0,5 valores) Considere a sucessão )(nfWn = . Prove pela definição que nW é um
infinitésimo. b) (1 valor) Usando o Teorema das Sucessões Enquadradas, calcule o limite da
sucessão )arccos()( nnfU n −= .
c) (1 valor) Escreva a fórmula de Mac-Laurin de 2ª ordem relativa à função f . d) (1 valor) No contexto da alínea anterior, encontre um majorante para o módulo do
resto de Lagrange quando se estima ( )5,0f .
e) (1 valor) Seja xxg ln)( = . Calcule ( )( )∫−
2
1
dxxfog e diga se o integral é convergente
ou divergente.
Resolução a) n
enf2)( −=
Mostrar pela definição, que a sucessão é um infinitésimo corresponde a provar que:
εεεε <−⇒>∀∃>∀ − 0)(:)(,0 2nennn
2
lnln20 22
−>⇔<−⇔<⇔<− −− ε
εεε nneenn
2
ln)(
−=
εεn
Para qualquer distância ε a que se queira estar do limite 0, existe uma ordem a partir da qual todos os termos da sucessão distam de 0 menos que ε . Está assim provado que a sucessão é um infinitésimo, é possível encontrar termos tão próximos de 0 quanto se possa imaginar.
b) n
n
ne
nnennfU
22 )arccos(
)arccos()arccos()(−
=−=−= −
Sabemos que π≤≤ )arccos(0 n , logo 0)arccos( ≤−≤− nπ , logo, pelo Teorema das Sucessões Enquadradas:
nnn ee
n
e 222
0)arccos(≤
−≤
− π
0)arccos(
lim00
lim)arccos(
limlim2222
≤−
≤⇔≤−
≤−
nnnn e
n
ee
n
e
π
Logo, 0)arccos(
lim2
=−
ne
n
c) xexf
2)( −= Fórmula de Mac-Laurin (2ª ordem):
6
8221)(
!3
)('''
!2
421)(
!2
)0)(0('')0)(0(')0()(
322
32
2
2
xexxxf
xcfxxxf
Rxf
xffxf
c−
−+−=⇔
⇔++−=⇔
⇔+−
+−+=
5,00 << c
d) ( )6
5,085,025,0215,0
322 ×
−×+×−=− ce
f
c
c
e
eR
2
332
2 3
5,04
6
5,08 ×=
×−=
−
com
Para majorar o módulo do resto de Lagrange vamos substituir c por 0, obtendo-se:
6
1
3
5,0
3
5,0402
3
==×
×e
e) ( )( ) ∫∫∫∫∫−−
−
−−
−
−
====−
2
12
2
1
22
1
ln2
1
ln22
1
12
dxx
dxxdxedxedxxfogxx
Notar que a função 2
1
xy = não está definida para x=0 logo trata-se de um integral
impróprio. Usemos a devida notação.
+∞=
−=
+−−=
=
−+
−=+=
→→
−
−→
+
−
−→
−
∫∫∫
2
32lim
1
2
11
1lim
11lim
11lim
1
00
2
10
2
02
0
120
2
12
εεε εε
ε
ε
εε
ε
ε xxdx
xdx
xdx
x
O integral é divergente.
GRUPO 6 (3 valores)
1- (1 valor) Seja f contínua em [ ]ba, e diferenciável em ] [ba, . Seja )(2)( xfxg x= com [ ]bax ,∈ . Mostre que se 0)()( =+ bfaf e 0)()( =× bfaf existe ] [bac ,∈
tal que
×=
2
1ln)()(' cfcf .
2- Considere a função real de variável real xxf arctan)( = .
a) (1 valor) Calcule
( )
20
2
0lim
x
dttf
x
x
∫→
.
b) (1 valor) Seja Rxdttfxg
x
x
∈∀= ∫+
,)()(1
2
2
. Calcule )0(''g .
5,00 << c
Resolução:
1- Se 0)()( =+ bfaf e 0)()( =× bfaf então 0)()( == bfaf .
Como )(2)( xfxg x= então se 0)()( == bfaf temos 0)()( == bgag .
Dada a função f ser contínua em [ ]ba, e diferenciável em ] [ba, , também a função g é
contínua em [ ]ba, e diferenciável em ] [ba, , visto resultar do produto de duas funções
diferenciáveis. Assim, pelo Teorema de Rolle, podemos concluir que a função g tem pelo menos um
ponto ] [bac ,∈ tal que 0)(' =cg . Assim:
( ))(')(2ln2)('2)(2ln2)(' xfxfxfxfxg xxx +=+=
( )
)(2
1ln)('
)(2ln)('0)(')(2ln0)(')(2ln20)('
cfcf
cfcfcfcfcfcfcgx
=⇔
⇔−=⇔=+⇔=+⇔=
2-
a)
( )( )
01
lim2
1
2
lim2
)arctan(lim
2
)(limlim
40
22
0
0
0
2
0
2
0
0
020
2
0=
+=
+===
→→
→→
→
∫x
xx
x
x
x
x
xf
x
dttf
xxRC
xxRC
x
x
b) ∫+
=
12
2
)()(x
x
dttfxg
( )( ) ( ) ( ) ( )224222 21221)(' xfxxxfxfxxfxg −×++=−×+=
( ) ( ) ( ) ( )( )
( ) ( )( )
( )
( )( )
( )4
2442
23
424
224
33
224243
1
212arctan2
11
442
1
212arctan2
121
44244
'arctan122212'44)(''
x
xxx
x
xxx
x
xxx
xx
xxxxx
xxxfxxxfxxxg
+−+++
++
+=
=+
−++++++
+×+=
=−+++×+++=
( )2
1arctan2)0(''π
==g