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Departamento de Engenharia Mecânica Climatização e Energias Renováveis Relatório de estágio apresentado para a obtenção do grau de Mestre em Equipamentos e Sistemas Mecânicos Autor Bruno da Cruz Almeida Orientadores: João Carlos Antunes Ferreira Mendes Professor Adjunto, ISEC Pedro António Quinta Ferreira Miraldo Professor Adjunto, ISEC Orientador na empresa: Nuno Miguel Augusto Tomás Eng. Electromecânico, Sócio Gerente, Enernatura, Lda Coimbra, Dezembro, 2011

Climatização e Energias Renováveis...Departamento de Engenharia Mecânica Climatização e Energias Renováveis Relatório de estágio apresentado para a obtenção do grau de Mestre

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  • Departamento de Engenharia Mecânica

    Climatização e Energias Renováveis Relatório de estágio apresentado para a obtenção do grau de Mestre em

    Equipamentos e Sistemas Mecânicos

    Autor

    Bruno da Cruz Almeida

    Orientadores:

    João Carlos Antunes Ferreira Mendes Professor Adjunto, ISEC

    Pedro António Quinta Ferreira Miraldo Professor Adjunto, ISEC

    Orientador na empresa:

    Nuno Miguel Augusto Tomás Eng. Electromecânico, Sócio Gerente, Enernatura, Lda

    Coimbra, Dezembro, 2011

  • Agradecimentos

    Bruno Almeida I

    Agradecimentos

    Ao longo de todo o período de estágio, recebi vários apoios que me auxiliaram

    nomeadamente nas actividades realizadas, e na elaboração do presente relatório. Por este

    motivo, desejo expressar os agradecimentos a todas as pessoas e instituições que

    possibilitaram a realização de todas as tarefas que me foram propostas, a integração no

    mercado de trabalho, e que contribuíram de forma directa ou indirecta para o meu

    crescimento como profissional da área.

    Apesar de me sentir muito grato com toda a ajuda recebida, pretendo prestar um

    agradecimento especial às seguintes individualidades e entidades:

    à empresa Enernatura, pela oportunidade de realização de um estágio que possibilitou

    a minha integração no mercado de trabalho. Em particular ao meu orientador na

    empresa, o Eng.º Nuno Miguel Augusto Tomás pelo apoio e orientação ao longo do

    estágio, e aos colaboradores da empresa que também proporcionaram condições para

    o desempenho das tarefas;

    aos professores do mestrado e orientadores, João Carlos Antunes Ferreira Mendes e

    Pedro António Quinta Ferreira Miraldo, por todo o apoio prestado na elaboração do

    presente relatório, por toda a disponibilidade, atenção e apoio durante todo o período

    do estágio curricular;

    ao Eng.º Francisco Barros, colaborador da empresa, que apesar de não possuir

    qualquer papel de orientação, contribuiu de forma significativa para a minha

    integração nas actividades propostas e no mercado de trabalho. Por toda a

    colaboração, pela forma critica como foram abordadas todas as actividades, e pelo

    apoio constante em todos os sentidos no período de estágio;

    Por fim, aos meus familiares e amigos por todo o apoio e dedicação ao longo de toda

    esta etapa.

  • Resumo

    Bruno Almeida II

    Resumo

    O presente relatório pretende descrever as actividades realizadas durante o período de estágio

    curricular no âmbito do Mestrado em Equipamentos e Sistemas Mecânicos, no seio da

    empresa Enernatura, Lda. Pretende-se demonstrar, desta forma, que o conjunto de

    experiências e actividades desenvolvidas contribuíram para a aquisição de conhecimentos e

    crescimento profissional do autor, dentro das áreas de Aquecimento, Ventilação e Ar

    Condicionado (AVAC), de Certificação Energética e de Sistemas Solares Térmicos.

    Após o capítulo 1, de introdução, surgem os capítulos 2 e 3 "Certificação Energética" e

    "Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado", onde são apresentadas breves noções

    relativamente às áreas abrangidas pelas tarefas concretizadas.

    O capítulo 4, "Actividades Realizadas", descreve o conjunto de todas as actividades

    realizadas. Também aí se discutem as considerações de projecto, as condições de cálculo e a

    selecção/especificação de equipamentos relativas a um projecto de AVAC realizado.

    No sentido de apurar conclusões sobre o conjunto de experiências obtidas surge o capítulo 5

    de conclusões.

    Palavras-chave: Certificação Energética; Energia Solar Térmica;

    AVAC; Orçamentação.

  • Abstract

    Bruno Almeida III

    Abstract

    The present report aims to describe the performed activities during the curricular internship

    period in the scope of the Master in Mechanical Equipment and Systems at Enernatura, Lda

    Company. It is intended to demonstrate that the whole experiences and developed activities

    contributed to acquire knowledge and professional growth of the intern within the areas of

    Heating, Ventilation and Air Conditioning (HVAC), Energetic Certification and Solar

    Thermal Systems. After the first introductorily chapter, came the chapters two and three of

    “Energetic Certification” and “Heating, Ventilation and Air Conditioning”, where are

    presented brief notions relatively to the areas addressed by the tasks performed.

    The chapter four, “Performed Activities”, describes all the performed activities. Still there, are

    discussed the project considerations, calculus conditions and the specification/selection of

    equipment relative to a HVAC project performed.

    In the sense of gathering conclusions about the whole experiences obtained, comes the fifth

    chapter of conclusions.

    Keywords: Energetic Certification, Solar Thermal Energy,

    HVAC, Budgeting.

  • Índice

    Bruno Almeida IV

    ÍNDICE

    Índice ........................................................................................................................................ iv

    Índice de Figuras ...................................................................................................................... v

    Índice de Tabelas ..................................................................................................................... vi

    Simbologia e Abreviaturas ..................................................................................................... vii

    Capítulo 1. Introdução ......................................................................................................... 1

    1.1. Âmbito .................................................................................................................................................. 1

    1.2. Apresentação da empresa ..................................................................................................................... 1

    1.3. Objectivos............................................................................................................................................. 3

    Capítulo 2. Certificação Energética .................................................................................... 5

    2.1. Introdução............................................................................................................................................. 5

    2.2. Categorias dos Edifícios e Regulamentos Aplicáveis........................................................................... 6

    2.3. Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios ...................................... 8

    Capítulo 3. Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado .............................................. 10

    3.1. Introdução........................................................................................................................................... 10

    3.2. Tipos de sistemas ............................................................................................................................... 10

    3.2.1. Classificação dos sistemas ........................................................................................................ 11

    3.2.2. Equipamentos terminais ............................................................................................................ 18

    Capítulo 4. Actividades realizadas .................................................................................... 23

    4.1. Introdução........................................................................................................................................... 23

    4.2. Orçamentação ..................................................................................................................................... 25

    4.3. Análise Técnico-Económica entre sistemas de Climatização ............................................................. 28

    4.3.1. Estudo comparativo entre caldeiras .......................................................................................... 29

    4.4. Levantamentos de informação em edifícios residenciais ................................................................... 41

    4.4.1. Orientação do edifício ............................................................................................................... 42

    4.4.2. Levantamento Dimensional ...................................................................................................... 42

    4.4.3. Sistemas de AQS e Climatização .............................................................................................. 43

    4.5. Projecto de AVAC.............................................................................................................................. 45

    4.5.1. Projecto para Lar Residencial ................................................................................................... 45

    4.6. Concepção e Dimensionamento de Sistemas Solares Térmicos ......................................................... 76

    4.6.1. Sistema de águas quentes sanitárias para Lar Residencial ........................................................ 76

    Capítulo 5. Conclusões ....................................................................................................... 85

    Capítulo 6. Referências bibliográficas .............................................................................. 88

  • Índice de Figuras

    Bruno Almeida V

    ÍNDICE DE FIGURAS

    Figura 3.1: Diagrama esquemático de uma instalação VAC. HAP4.51/Carrier .................................................... 13

    Figura 3.2: Diagrama esquemático de uma instalação de VAC. HAP4.51/Carrier ............................................... 15

    Figura 3.3: Conjunto de unidade interior e exterior de Ar Condicionado. Daikin Emura ..................................... 17

    Figura 3.4: Diagrama esquemático de sistema VRC. Daikin ................................................................................ 18

    Figura 3.5: Emissores em chapa de aço (à esquerda) e de alumínio ( direita). BaxiRoca ..................................... 18

    Figura 3.6: Ventiloconvectores. Modelo de chão à esquerda e modelo de tecto à direita. Daikin ........................ 19

    Figura 3.7: Diagrama esquemático de instalação de um ventiloconvector. HAP4.51/Carrier ............................... 19

    Figura 3.8: Definição de Zona Ocupada segundo a EN13779............................................................................... 21

    Figura 3.9: Difusor rotacional e grelha de insuflação ............................................................................................ 22

    Figura 4.1: Folha de cálculo para dimensionamento de radiadores ....................................................................... 27

    Figura 4.2: Vistas dos alçados principal (à esquerda) e lateral do edifício (à direita) ........................................... 29

    Figura 4.3: Vistas de planta do piso 0 (à esquerda) e do piso 1 (à direita) ............................................................ 30

    Figura 4.4: Folha de cálculo dos radiadores de alumínio ...................................................................................... 32

    Figura 4.5: Desempenho do sistema solar térmico ................................................................................................ 33

    Figura 4.6: Esquema de princípio do sistema de aquecimento central e do sistema de AQS ................................ 34

    Figura 4.7: Caldeira a Pellets (à esquerda) e Caldeira a Gasóleo (à direita) .......................................................... 36

    Figura 4.8: Tempo de retorno do investimento ..................................................................................................... 38

    Figura 4.9: Emissões anuais de kg de CO2 para atmosfera.................................................................................... 39

    Figura 4.10: Registo fotográfico da envolvente exterior. ...................................................................................... 42

    Figura 4.11: Registo fotográfico da medição das envolventes envidraçadas e opacas. ......................................... 43

    Figura 4.12: Sistemas de AQS e Climatização ...................................................................................................... 44

    Figura 4.13: Vista de alçado principal do edifício ................................................................................................. 47

    Figura 4.14: Vista de planta do piso 0 do edifício ................................................................................................. 47

    Figura 4.15: Caracterização das envolventes. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier) ....................................... 51

    Figura 4.16: Caracterização dos sistemas. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier) ............................................ 52

    Figura 4.17: Caracterização dos equipamentos centralizados. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier) .............. 53

    Figura 4.18: Folha de cálculo de diâmetro de tubagens ........................................................................................ 66

    Figura 4.19 : Folha de cálculo de diâmetros das condutas de ar ............................................................................ 67

    Figura 4.20: Valores máximos admissíveis de velocidade do ar no interior de condutas. Fichas Técnicas Soler &

    Palau ...................................................................................................................................................................... 68

    Figura 4.21: Vista da Planta da Cobertura com a instalação dos colectores solares .............................................. 78

  • Índice de Tabelas

    Bruno Almeida VI

    ÍNDICE DE TABELAS

    Tabela 1: Classificação dos Edifícios de acordo com a data do pedido de licenciamento ...................................... 6 Tabela 2: Regulamentos aplicáveis às categorias dos edifícios ............................................................................... 7 Tabela 3: Constituição dos pisos da habitação ...................................................................................................... 29 Tabela 4: Temperaturas interiores para os espaços da habitação .......................................................................... 31 Tabela 5: Cargas Térmicas da Habitação .............................................................................................................. 31 Tabela 6: Consumos diários de AQS ..................................................................................................................... 32 Tabela 7: Cálculo da potência da caldeira ............................................................................................................. 34 Tabela 8: Consumos do sistema de aquecimento central. Relatório HAP4.51 (Carrier) ....................................... 35 Tabela 9: Consumos energéticos anuais globais da caldeira ................................................................................. 36 Tabela 10: Consumos e custos energéticos associados à caldeira a pellets ........................................................... 37 Tabela 11: Consumos e custos energéticos associados à caldeira a gasóleo ......................................................... 37 Tabela 12: Análise dos custos de aquisição e consumo das caldeiras ................................................................... 38 Tabela 13: Análise do número de abastecimentos mensais do equipamento......................................................... 40 Tabela 14: Espaços constituintes da área destinada a servir como Lar Residencial e Centro de Actividades

    Ocupacionais ......................................................................................................................................................... 46 Tabela 15: Descrição do edifício quanto às áreas e tipologia ................................................................................ 47 Tabela 16: Condições exteriores de projecto ......................................................................................................... 48 Tabela 17: Condições ambiente de referência ....................................................................................................... 48 Tabela 18: Caudais mínimos de ar novo................................................................................................................ 49 Tabela 19: Valores globais de carga térmica do edifício ....................................................................................... 52 Tabela 20: Especificação dos ventiloconvectores ................................................................................................. 62 Tabela 21: Especificações da unidade de tratamento de ar novo da cozinha ......................................................... 70 Tabela 22: Especificações das unidades de tratamento de ar novo das zonas 1, 2 e 3 .......................................... 71 Tabela 23: Especificações das unidades de tratamento de ar ................................................................................ 72 Tabela 24: Especificações dos ventiladores de extracção ..................................................................................... 73 Tabela 25: Especificações do ventilador de extracção para a cozinha .................................................................. 73 Tabela 26: Especificação das características da Bomba 1 ..................................................................................... 74 Tabela 27: Especificação das características da Bomba 2 ..................................................................................... 74 Tabela 28: Especificação das características da Bomba 3 ..................................................................................... 75 Tabela 29: Especificação das características da Bomba 4 ..................................................................................... 75 Tabela 31: Considerações para cálculo das necessidades de consumo de AQS .................................................... 77 Tabela 32:Valores de consumo diário por utilizador (solução alternativa) ........................................................... 77 Tabela 33: Considerações para o cálculo das necessidades de consumo de AQS (solução alternativa)................ 78 Tabela 34: Especificação das características dos colectores solares ...................................................................... 79 Tabela 35: Especificações das características dos depósitos de acumulação ........................................................ 80 Tabela 36: Especificações da caldeira de apoio..................................................................................................... 81 Tabela 37: Especificação das características das bombas do sistema solar térmico .............................................. 82 Tabela 38: Espessuras mínimas de isolamento para tubagens de transporte de fluidos quentes ........................... 83 Tabela 39: Especificações das espessuras de isolamentos ..................................................................................... 84

  • Simbologia e Abreviaturas

    Bruno Almeida VII

    SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS

    Simbologia

    Sist. - Sistemas

    P- Potência

    U - Coeficiente de transmissão térmica superficial

    ψ - Coeficiente de transmissão térmica linear

    c - Calor Específico

  • Simbologia e Abreviaturas

    Bruno Almeida VIII

    Abreviaturas

    AQS - Águas Quentes Sanitárias

    AVAC - Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    SCE - Sistema de Certificação Energética

    RCCTE - Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios

    RSECE - Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização nos Edifícios

    CE - Certificado Energético

    DCR - Declaração de Conformidade Regulamentar

    HsC - Habitações Sem Climatização

    HcC - Habitações Com Climatização

    PESsC - Pequenos Edifícios de Serviços Sem Climatização

    PEScC - Pequenos Edifícios de Serviços Com Climatização

    GES - Grandes Edifícios de Serviços

    QAI - Qualidade do Ar Interior

    Nic - Necessidades nominais anuais de energia útil para aquecimento

    Nvc - Necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento

    Nac - Necessidades nominais anuais de energia para produção de águas quentes sanitárias

    Ntc - Necessidades nominais globais de energia primária

    Nt - Valor limite máximo regulamentar para as necessidades anuais globais de energia primária para

    climatização e águas quentes.

    Rph - Renovações por hora

    GD - Graus-dia

    PQ - Perito Qualificado

    VAC - Volume de Ar Constante

    CAV - Constant Air Volume

    VAV - Volume de Ar Variável

    UTA - Unidade de Tratamento de Ar

    UTAN - Unidade de Tratamento de Ar Novo

    VRV - Volume de Refrigerante Variável

    HAP - Hourly Analysis Program

  • Introdução

    Bruno Almeida 1

    Capítulo 1. INTRODUÇÃO

    1.1. Âmbito

    O Mestrado em Equipamentos e Sistemas Mecânicos, ministrado pelo Instituto Superior de

    Engenharia de Coimbra, consiste num curso de especialização com a duração de dois anos

    lectivos. O primeiro ano integra dez unidades curriculares leccionadas e o segundo ano

    integra uma única unidade curricular que é integralmente destinada à execução de um projecto

    ou à realização de um estágio de natureza profissional, com apresentação de um relatório

    final.

    No âmbito da unidade curricular do segundo ano de Mestrado, mais concretamente, na área de

    especialização de Projecto, Instalação e Manutenção de Equipamentos Térmicos, surgiu a

    oportunidade de realização de um estágio curricular na empresa Enernatura, Lda.

    Tratando-se de uma empresa que tem como mercado, as energias renováveis, certificação

    energética de edifícios e a climatização, a Enernatura apresentou-se como sendo uma empresa

    dinâmica e bem situada no seu mercado que poderia proporcionar ao aluno actividades que se

    enquadrassem perfeitamente na área de especialização do presente mestrado.

    Com o devido interesse, o aluno efectuou um primeiro contacto com a empresa. Contacto esse

    que numa fase posterior com a concordância do Conselho Técnico-Científico resultou num

    acordo entre ambas a instituições.

    Desta forma, foi apresentada à empresa, uma proposta de estágio curricular com a duração de

    1560 horas.

    1.2. Apresentação da empresa

    A empresa que acolheu o autor para a realização do estágio, foi fundada em 2008, por quatro

    sócios, entre os quais, se encontram actualmente o Eng.º Nuno Miguel Augusto Tomás, e o

    Sr. Luís Miguel Duarte Dias.

    Tendo numa fase inicial, a infra-estruturas da empresa localizadas num pequeno escritório no

    centro de Coimbra, o rápido crescimento obrigou a uma mudança para instalações maiores.

    No momento, a empresa Enernatura dispõe de um edifício administrativo localizado na Rua

    Alto das Forcadas, Fracção D - 1º Esq, 3020-323, Ponte de Eiras. Além da sede, a empresa

  • Introdução

    Bruno Almeida 2

    dispõe igualmente de um armazém localizado na Urbanização da Pedrulha, nomeadamente na

    Rua do Cardal, lote 13, 3025-007 Coimbra.

    A Enernatura faz parte de um grupo formado duas empresas, no qual se engloba também a

    empresa WattMondego. A primeira é uma empresa de instalação de sistemas de energias

    renováveis, consultadoria energética, e certificação energética no âmbito do Regulamento das

    Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE). No seu portfólio possui

    actualmente inúmeras instalações de sistemas de microprodução com painéis solares

    fotovoltaicos, bem como a instalação de inúmeros sistemas de energia solar térmica, tanto a

    nível residencial, com a nível de Instituições Particulares de Solidariedade Social.

    Realizaram-se ainda algumas instalações de sistemas de climatização, e a execução de muitos

    processos de certificação energética para edifícios de habitação.

    A segunda, é uma empresa dedicada à área de projectos de grandes edifícios, no qual tem na

    vertente de projectos de AVAC, Auditorias Energéticas e Certificação Energética no âmbito

    do Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE), a área

    com maior experiência. Da sua actividade resultaram, projectos de AVAC para edifícios de

    serviços novos e Auditorias Energéticas de edifícios de serviços existentes, e Certificação

    Energética de ambos os tipos de edifícios.

    O grupo de empresas apresentado, tem como missão promover a eficiência energética através

    da elaboração de projectos abrangidos pelo RCCTE e RSECE, caracterizados pela escolha de

    soluções tecnológicas e construtivas de elevado grau de eficiência. Promover a certificação

    energética de edifícios, sugerir e apoiar na implementação de opções de melhoria do seu

    desempenho energético. Promover o aproveitamento e a utilização das fontes de energia

    renovável disponíveis, contribuindo para a redução da dependência energética externa do país

    e fomentando a criação de novas actividades económicas, tal como a microprodução, e

    produção de águas quentes por intermédio de fontes renováveis. Participar no alcance da meta

    relativa a edifícios neutros em termos de emissões de gases com efeito de estufa e de

    utilização de energia, através da introdução de eficiência energética e da integração de

    sistemas de energias renováveis em edifícios, contribuindo assim para o desenvolvimento

    sustentável da região e do país.

    O estágio curricular foi realizado na empresa Enernatura, no entanto, no âmbito das

    actividades que surgiram, houve a necessidade de prestar serviços para a WattMondego.

    Desta forma, todas as actividades descritas no presente documento relacionadas com a área de

  • Introdução

    Bruno Almeida 3

    projecto, e de certificação energética de grandes edifícios de serviços, foram serviços

    prestados para a empresa WattMondego.

    1.3. Objectivos

    O presente estágio curricular teve como objectivo principal aprofundar e consolidar os

    conhecimentos académicos em contexto do trabalho, e desta forma dotar o aluno das

    ferramentas necessárias para uma melhor integração no mercado de trabalho.

    Assim sendo, no seio da empresa Enernatura foi estabelecido um conjunto de objectivos que

    se encontram distribuídos pelas várias áreas de actividade da empresa.

    As actividades previstas na vertente de certificação energética foram nomeadamente

    levantamentos no âmbito de edifícios de habitação. Com esta actividade o objectivo seria a

    aquisição de conhecimentos relativamente à vertente energética de edifícios que lhe

    permitisse prestar um apoio ao departamento de certificação energética. Não obstante, a

    mesma actividade pretendia também possibilitar ao estagiário a aquisição de experiências, que

    lhe permitiriam fazer uma análise do panorama da gama residencial tanto de soluções

    construtivas, como de equipamentos.

    Relativamente à área de AVAC, as actividades planeadas foram nomeadamente, a elaboração

    de estudos de viabilidade de instalação de sistemas, estudo de necessidades térmicas dos

    edifícios, e colaboração em projectos de execução. O pretendido com as actividades previstas

    seria que o aluno adquirisse conhecimento e desenvolvesse competências que lhe permitissem

    tanto projectar novas soluções, identificar problemas, e estudar soluções tendo em conta a

    respectiva viabilidade económica e fiabilidade dos sistemas.

    No âmbito do aquecimento de águas sanitárias, foi previsto um conjunto de actividades entre

    as quais se apresentaram levantamentos e estudos de viabilidade dos sistemas. Relativamente

    a esta área, os objectivos seriam similares aos apresentados anteriormente para os sistemas de

    AVAC.

    Por fim, a actividade prevista como sendo a principal actividade do aluno na empresa, foi

    efectivamente a orçamentação. Esta actividade teria a intenção de possibilitar ao mesmo, a

    capacidade para efectuar estimativas orçamentais para propostas de sistemas efectuadas por

    clientes, e em simultâneo, o contacto com fornecedores, com os custos praticados e gamas de

    equipamentos existentes no mercado. Com isto, pretendia-se a aquisição de conhecimento e

  • Introdução

    Bruno Almeida 4

    experiências que possibilitassem o estudo e comparação de produtos, a nível de custos,

    características, fiabilidade, modo de fornecimento, entre outros parâmetros.

    Com o estágio curricular no realizado, pretendia-se uma boa integração do autor na empresa,

    bem como em todas as actividades propostas durante o período estabelecido.

  • Certificação Energética

    Bruno Almeida 5

    Capítulo 2. CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA

    2.1. Introdução

    O aumento da preocupação a nível mundial, com factores de carácter poluente, levou a que as

    comunidades internacionais tivessem a necessidade de analisar os seus contributos a nível de

    emissões de gases poluentes para atmosfera. Facto que se encontra directamente relacionado

    com áreas como a indústria, transportes, sector residencial, entre outros.

    Estima-se que em 2002, o sector residencial e terciário, sector constituído maioritariamente

    por edifícios, absorvia mais de 40 % do consumo final de energia da Comunidade Europeia.

    Desta forma, verificou-se ser importante reduzir os consumos de energia, e consequentemente

    reduzir as emissões de gases poluentes para atmosfera associados a esses consumos.

    O consumo energético necessário para obter as condições consideradas adequadas num

    edifício e a poluição associada dependem da concepção dos sistemas, dos equipamentos

    escolhidos, da utilização do sistema e da sua manutenção. Desta forma, para garantir uma

    utilização de energia minimamente aceitável é necessário impor restrições no tipo de

    materiais e fluidos que podem ser utilizados. Esta necessidade leva a que seja necessária a

    implementação de regulamentos que limitem as soluções possíveis às tecnicamente aceitáveis

    e que possibilitem consumos energéticos minimamente aceitáveis.

    A publicação da directiva europeia 2002/91/CE, veio estabelecer os requisitos para a

    elaboração de um sistema de certificação para estado membro, consoante as condições

    climáticas externas e as condições locais, bem como as exigências em matéria de clima

    interior e rentabilidade económica.

    A legislação nacional encontra-se suportada por três decretos de lei que estabelecem os

    requisitos que devem ser verificados relativamente à eficiência energética, qualidade do ar

    interior, ensaios de recepção de sistemas após a conclusão da sua construção, manutenção e

    monitorização do funcionamento dos sistemas de climatização, inspecções periódicas e

    responsabilidade pela condução dos sistemas. O Decreto-lei 79/2006 denominado de

    Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios e o Decreto-lei

    80/2006 denominado de Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos

  • Certificação Energética

    Bruno Almeida 6

    Edifícios constituem a legislação em vigor que enquadra os critérios de conformidade a serem

    observados nas inspecções a realizar no âmbito do Decreto-lei 78/2006.

    Assim sendo, o Sistema de Certificação Energética (SCE) tem como objectivo assegurar a

    aplicação regulamentar em todos os edifícios de habitação e de serviços de acordo com as

    exigências e disposições contidas no RCCTE e RSECE, certificar o desempenho energético e

    qualidade do ar interior, e identificar medidas de melhoria de desempenho aplicáveis aos

    edifícios e respectivos sistemas energéticos.

    2.2. Categorias dos Edifícios e Regulamentos Aplicáveis

    Uma vez que os consumos variam significativamente consoante o tipo de edifício e sistemas

    de climatização, os edifícios abrangidos pelo SCE encontram-se classificados com base na

    área útil, função ao qual se destina o edifício, e na potência térmica dos sistemas

    implementados ou preconizados.

    A partir desta categorização, cada um é associado a um determinado regulamento tendo em

    conta a área útil e categorias do edifício, e a data de entrada do pedido de licenciamento ou

    autorização de construção.

    Na tabela 1, encontram-se classificados os edifícios em novos ou existentes, consoante a data

    de entrada do pedido de licenciamento ou pedido de construção, segundo a portaria nº

    461/2007, para efeitos de aplicação do SCE."

    Tabela 1: Classificação dos Edifícios de acordo com a data do pedido de licenciamento

    Tipo Data de entrada do pedido de licenciamento ou autorização de construção

    Edifícios Novos

    Posterior a 1 de Julho de 2007, GES e Edifícios de Habitação com uma área útil

    superior a 1000m2;

    Posterior a 1 de Julho de 2008, PES e Edifícios de Habitação com uma área útil

    inferior a 1000m2.

    Edifícios Existentes

    Anterior a 1 de Julho de 2007, GES e e Edifícios de Habitação com uma área

    útil superior a 1000m2;

    Anterior a 1 de Julho de 2008, PES e Edifícios de Habitação com uma área útil

    inferior a 1000m2.

  • Certificação Energética

    Bruno Almeida 7

    Na tabela 2, encontra-se a classificação dos edifícios e seu enquadramento relativamente aos

    referidos regulamentos.

    Tabela 2: Regulamentos aplicáveis às categorias dos edifícios

    Tipo Categorias dos Edifícios

    Regulamentos Aplicáveis

    Edifícios de Habitação

    Novos sem Sist. de Climatização - P ≤ 25kW (HsC)

    RCCTE

    Novos com Sist. de Climatização - P > 25kW (HcC)

    RCCTE e RSECE

    Existentes sem Sist. de Climatização - P ≤ 25kW (HsC)

    RCCTE

    Existentes com Sist. de Climatização - P > 25kW (HcC)

    RCCTE

    Edifícios de Serviços

    Pequenos* (PES) Ap < 1000 m2

    Novos com P ≤ 25kW (PESsC)

    RCCTE

    Novos com P > 25kW (PEScC)

    RCCTE e RSECE (E e QAI)

    Existentes com P ≤ 25kW (PESsC)

    RCCTE

    Existentes com P > 25kW (PEScC)

    RSECE

    Grandes* (GES) Ap ≥ 1000 m2

    Novos (≤ 3 anos de uso)

    RSECE- Energia e QAI

    Novos após 1ª AE (>3 anos de uso)

    RSECE- Energia e QAI

    Existentes

    RSECE- Energia e QAI

    Equipamentos e Sistemas de Climatização com P ≥ 25 kW

    Novos

    RSECE

    Existentes

    RSECE

    Edifícios como centros comerciais, hipermercados e piscinas aquecidas cobertas, com uma

    área útil superior a 500m2, são igualmente considerados GES, independentemente de dispor

    ou não de sistema de climatização.

    Para os edifícios grandes de serviços existentes, o processo de certificação implica uma

    auditoria energética e à qualidade do ar interior (QAI).

  • Certificação Energética

    Bruno Almeida 8

    2.3. Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios

    O RCCTE é o regulamento que estabelece as regras a observar no projecto de todos os

    edifícios de habitação e dos edifícios de serviços sem sistemas de climatização.

    O método proposto pressupõe uma análise do comportamento do edifício face aos consumos

    inerentes à sua utilização, nomeadamente de aquecimento, arrefecimento e de AQS. Factor

    esse, que é caracterizado consoante um conjunto de índices e parâmetros, tal como o das

    necessidades anuais de energia útil para aquecimento (Nic), o das necessidades nominais

    anuais de energia útil para arrefecimento (Nvc), as necessidades nominais anuais de energia

    para produção de águas quente sanitárias (Nac), e as necessidades globais de energia primária

    (Ntc). A quantificação destes é efectuada com base num conjunto de parâmetros

    complementares, entre os quais se enumeram os coeficientes de transmissão térmica

    superficiais (U) e lineares (ψ) dos elementos da envolvente, a inércia térmica do edifício ou

    fracção autónoma, factor solar dos envidraçados, taxa de renovação do ar e o zoneamento

    climático do edifício. Não obstante, para garantir a qualidade do ar interior e conforto térmico,

    e produção de água quente sanitária são também utilizados valores de referência. Segundo o

    artigo 14.º do RCCTE, o valor de referência de temperatura do ar ambiente interior é de 20ºC

    para a estação de aquecimento. Para a estação de arrefecimento os valores de referência para

    garantir boas características termo-higrométricas do ar no interior são de 25ºC e uma

    humidade relativa de 50%. Relativamente à qualidade do ar interior, o regulamento fixa um

    valor mínimo de 0,6 renovações por hora. Por fim, relativamente à produção de AQS, o

    consumo de referência é de 40 litros de água quente a 60ºC por habitante e por dia.

    Nos certificados abrangidos pelo RCCTE, a classe energética do edifício é obtida a partir da

    razão entre as Ntc e o valor limite máximo regulamentar para as necessidades globais de

    energia primária para climatização e águas quentes. O Nt difere de edifício para edifício, uma

    vez que este parâmetro é calculado com base no factor de forma1e dos graus-dia

    2 do edifício.

    1 Factor de Forma é o quociente entre o somatório das áreas da envolvente exterior e interior do edifício ou

    fracção autónoma com exigências térmicas e o respectivo volume interior correspondente. 2 Graus-dias de aquecimento de base 20ºC, é um número que caracteriza a severidade de um clima durante a

    estação de aquecimento e que é igual ao somatório das diferenças positivas registadas entre uma dada

    temperatura de base (20°C) e a temperatura do ar exterior durante a estação de aquecimento.

  • Certificação Energética

    Bruno Almeida 9

    Figura 2.1: Classificação Energética

    Para emitir a DCR de um projeto de edificação ou para se proceder à certificação de um

    edifício é necessário efectuar a recolha de informação de todos os parâmetros relacionados

    com o edifício.

    Nesta fase, o perito qualificado deve recorrer sempre à informação que melhor reflicta a

    realidade de construção, equipamentos utilizados e sistemas instalados. No entanto, tal

    informação deverá encontrar-se devidamente suportada por evidências recolhidas e

    verificadas pelo próprio, tal como catálogos de equipamentos e soluções instaladas, relatórios

    fotográficos, projecto de arquitectura, entre outros.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 10

    Capítulo 3. AQUECIMENTO, VENTILAÇÃO E AR CONDICIONADO

    3.1. Introdução

    Com o objectivo de garantir o conforto térmico e QAI no interior dos edifícios, naturalmente

    são instalados, embora na sua maioria em GES, sistemas de AVAC. No entanto, com a

    entrada em vigor do SCE, a implementação destes sistemas deve obedecer a um conjunto de

    requisitos impostos pelo RSECE que visam estabelecer condições mínimas para a obtenção de

    um conforto térmico e QAI, com a maior eficiência possível. Assim sendo, deve existir

    imediatamente na fase de projecto a preocupação em garantir o cumprimento desses requisitos

    e a concepção de um sistema o mais eficiente possível, dentro das possibilidades do projecto.

    Deste modo, pode-se facilmente ter uma percepção da influência que os regulamentos

    atingem nos projectos de AVAC. De seguida serão apresentados numa perspectiva geral os

    principais tipos de sistemas de AVAC.

    3.2. Tipos de sistemas

    Actualmente, com o aumento progressivo de novas soluções para climatização no mercado,

    existem várias formas de caracterizar os sistemas, e por vezes a classificação de um sistema

    pode-se tornar uma tarefa algo complexa devido ao conjunto de parâmetros existentes nos

    novos sistemas de climatização. No entanto, neste contexto serão apresentados os dois tipos

    de classificação que são mais utilizados e que no entender do estagiário parecem ser mais

    pertinentes.

    Entre os tipos de caracterização dos sistemas de climatização, encontram-se a classificação

    tendo em conta a área servida pelos sistemas e tendo em conta o tipo de fluido térmico

    existente.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 11

    3.2.1. Classificação dos sistemas

    Em função da área servida pelos sistemas

    Segundo a área servida pelos sistemas de climatização, os sistemas podem ser classificados

    por sistemas centralizados ou sistemas individuais.

    Entende-se por um sistema centralizado, um sistema que serve a totalidade, ou pelo menos,

    uma grande parte do edifício. Neste tipo de sistemas existe um elemento produtor, que se

    encontra normalmente instalado numa área técnica do edifício, no qual apenas os técnicos

    responsáveis pela manutenção têm acesso, e a climatização dos espaços é assegurada a partir

    de um circuito primário que transporta o fluido térmico desde o equipamento até aos espaços

    a climatizar.

    Por sua vez, um sistema individual é um sistema que serve apenas um espaço do edifício, ou

    seja, um sistema no qual o sistema produtor normalmente não se encontra instalado em áreas

    técnicas, mas em áreas mais próximas dos espaços a climatizar, onde seja possível a sua

    instalação. Os sistemas do tipo Split3, são sistemas que normalmente são considerados do tipo

    individual.

    Este tipo de classificação torna-se importante no que toca ao cumprimento de requisitos

    impostos pelo RSECE. Segundo o artigo 14.º do Capitulo V, "O recurso a unidades

    individuais de climatização para aquecimento ou arrefecimento em edifícios de serviços

    licenciados posteriormente à data da entrada em vigor do Decreto-Lei nº 118/98, de 7 de

    Maio, ou em cada uma das suas fracções autónomas, só é permitido nos espaços que

    apresentem cargas térmicas ou condições interiores especiais em relação às que se verificam

    na generalidade dos demais espaços da fracção autónoma ou edifício, ou não ultrapassarem 12

    kW de potência instalada de ar condicionado por edifício ou fracção autónoma, ou quando

    houver dificuldades técnicas ou impedimentos fortes de outra qualquer natureza devidamente

    justificados e aceites pela entidade licenciadora."

    3 Denomina-se comercialmente por unidades do tipo Split, as unidades individuais de ar condicionado. A

    tradução da palavra da Língua Inglesa, Split, significa divisão, pelo que remete para um sistema adequado para

    uma divisão.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 12

    Em função do fluido térmico

    Sistemas "Tudo-Ar"

    Nos sistemas do tipo "tudo ar", o ar é acondicionado e filtrado numa unidade de tratamento de

    ar, e o mesmo é transportado por intermédio de redes de condutas até aos espaços a

    climatizar. A este tipo de instalações estão normalmente associadas condutas de grandes

    dimensões, uma vez que o transporte do ar é realizado a baixas velocidades. Pelo que este

    aspecto exige alguma compatibilidade por parte da especialidade de Arquitectura que deverá

    prever a existência de "courettes", e tectos falsos.

    Estes sistemas encontram-se subdivididos por sistemas de conduta simples e sistemas de

    dupla conduta. Os sistemas de dupla conduta são sistemas constituídos por duas condutas,

    onde uma é responsável pelo transporte do fluido "frio" e a outra responsável pelo fluido

    "quente" que posteriormente são misturados numa caixa de mistura para obter as condições

    desejadas e os do conduta simples, onde o ar é transportado nas condições desejas por uma

    única conduta. No entanto, os sistemas de dupla conduta, devido ao grande volume que

    ocupam e elevado custo, não são muito utilizados.

    Os sistemas de conduta simples mais utilizados são os sistemas VAC e os VAV.

    Relativamente ao primeiro, o caudal de ar insuflado é constante, e a alteração das condições

    de insuflação do ar apenas se consegue a partir de uma variação da temperatura. Nestes casos,

    o controlo é efectuado directamente sobre a potência das baterias da unidade de tratamento de

    ar (UTA), que varia conforme a variação da carga térmica dos espaços. Por sua vez, nos

    sistemas de VAV a temperatura de insuflação é constante, variando apenas o caudal de ar de

    forma a garantir a remoção das cargas térmicas dos espaços. Nestes casos, o controlo é

    efectuado directamente sobre os ventiladores de insuflação.

    Uma instalação de VAC, pode ser ainda classificada por sistema com uma só zona ou sistema

    com várias zonas. Num sistema de uma só zona, o ar distribuído para os espaços a climatizar

    não sofrerá nenhuma alteração de condições até entrar no espaço, pelo que em todos os

    espaços será insuflado ar com as mesmas características.

    Este tipo de instalações é adequado para edifícios onde não se verifique grande variação de

    cargas térmicas, uma vez que não permite o controlo de temperatura individual em cada

    divisão.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 13

    Uma vez que, normalmente as cargas térmicas num edifício não variam de forma semelhante

    durante todo o ano, existe a possibilidade de instalar uma UTA para cada uma das zonas com

    condições diferentes. Deste modo, passamos a ter um sistema de VAC com várias zonas.

    Apesar de não ser uma solução que permita um controlo individual das condições interiores

    em cada divisão, permite um controlo de temperatura em cada um das zonas climatizadas.

    Uma instalação deste género poderá apresentar-se como uma solução efectiva para um

    edifício com fachadas com orientações opostas, onde seria de esperar a instalação de uma

    UTA para a zona que correspondesse a uma orientação e a instalação de outra UTA para a

    zona que correspondesse à orientação oposta.

    Não obstante, no caso de não existir grandes flutuações de cargas térmicas, a utilização de

    baterias de reaquecimento terminal poderá ser uma alternativa viável.

    Associados a estes sistemas existe naturalmente um sistema de extracção. Apesar de este tipo

    de sistemas ser o mais utilizado, apresenta-se como uma solução com grandes consumos de

    ventilação, pelo que começa a surgir a tendência na diminuição de instalações com este tipo

    de sistema.

    Na figura 3.1, encontra-se representado o diagrama esquemático de um sistema de VAC, com

    a opção de baterias de reaquecimento terminal.

    Figura 3.1: Diagrama esquemático de uma instalação VAC. HAP4.51/Carrier

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 14

    Como referido anteriormente, numa instalação de VAV, a temperatura de insuflação é

    constante, sendo desta maneira, o caudal de ar o parâmetro que sofre ajustes consoante a

    variação da carga térmica. De modo a garantir uma compensação da carga térmica local, o

    controlo do caudal é efectuado a partir de registos terminais que em função da temperatura do

    espaço regulam o caudal insuflado no espaço. Para evitar variações de pressão indesejáveis é

    imperativo que o sistema de extracção siga a modulação do sistema de insuflação. Este tipo de

    sistema apresenta a vantagem de obter menores consumos de ventilação relativamente ao

    anterior, uma vez que o mesmo tem a capacidade de diminuir o caudal com a diminuição das

    cargas térmicas, no entanto, este apresenta algumas limitações quando as cargas térmicas são

    muito reduzidas, porque o sistema deve assegurar um caudal mínimo de insuflação.

    É importante referir que este tipo de sistema está associado normalmente a instalações com

    "tudo ar novo". Uma vez que, para cargas térmicas muitos baixas o sistema de controlo actua

    no sentido de diminuir o caudal insuflado, a taxa de ar novo insuflado nos espaços diminui

    também. No entanto, o sistema deverá garantir os caudais mínimos de ar novo impostos pelo

    RSECE, e muitas vezes para regimes de cargas térmicas muito baixas o sistemas não

    conseguem garantir esse caudal. Deste modo, é mais frequente a instalação destes sistemas

    recorrendo a unidades de tratamento de ar novo, no entanto, para evitar a perda total de

    energia associada ao ar rejeitado, as unidades de tratamento de ar novo (UTAN's) são

    normalmente providas de recuperação de calor, ou é instalado exteriormente um recuperador

    de calor.

    Este sistema tem como principais vantagens um baixo custo de funcionamento relativamente

    aos sistemas de VAC, uma vez que os caudais de ar se ajustam à variação de cargas térmicas e

    um controlo de temperatura ambiente localizado, mesmo que com limitações. Contudo, essa

    maior capacidade de modelação face às solicitações obriga à concepção de um sistema de

    maior complexidade, e com maior número de elementos de controlo, o que reporta para

    maiores custos iniciais, e maiores custos e rigor de manutenção.

    Na figura 3.2, encontra-se representado o diagrama esquemático de um sistema de VAV, com

    várias opcionais.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 15

    Figura 3.2: Diagrama esquemático de uma instalação de VAC. HAP4.51/Carrier

    Sistemas "Tudo-Água"

    Nos sistemas do tipo "tudo-água", a energia utilizada para compensar as cargas térmicas é

    transportada a partir de água aquecida, no caso do aquecimento, e por água arrefecida no caso

    do arrefecimento. Neste caso, a energia é dissipada por equipamentos existentes em cada

    local, seleccionados com as potências térmicas de acordo com as cargas térmicas previstas

    para cada local a ser climatizado. Os equipamentos terminais podem ser de natureza

    convectiva, radiativa, ou mistos.

    As concepções mais usuais de transporte de energia são nomeadamente, os sistemas com dois

    tubos, e sistemas com quatro tubos. O primeiro sistema permite apenas a circulação de água

    quente, ou água arrefecida, pelo que um sistema de climatização com este tipo de sistema de

    transporte apenas poderá realizar aquecimento, ou arrefecimento. Por sua vez, o segundo

    sistema, permite a circulação de água arrefecida e água aquecida em simultâneo, pelo que

    permite ao sistema de climatização associado o aquecimento e arrefecimento em simultâneo.

    No local, a climatização é realizada por intermédio de um equipamentos terminais a partir da

    circulação de ar que pode ser natural, ou forçada.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 16

    Uma das grandes vantagens deste tipo de sistemas é efectivamente a possibilidade de controlo

    individual. Para este tipo de situações o equipamento terminal é seleccionado de acordo com a

    carga térmica do local, o que possibilita a instalação de um equipamento que possui

    características adequadas para espaço em questão, e além dessa característica ainda permite

    uma regulação conforme as variações de carga térmica.

    Sistemas "Ar-Água"

    Em sistemas do tipo "Ar-Água", os dois fluidos são utilizados como fluidos térmicos. Como

    exemplo de um sistema deste tipo, pode ser apresentada uma solução de climatização e

    ventilação, onde é preconizado um sistema de climatização do tipo "Tudo-Água", e um

    sistema de ventilação com tratamento de ar, onde o ar é apenas tratado com o intuito de ser

    insuflado a uma temperatura e humidade, denominadas como neutras 4. Não obstante, sendo

    ambos sistemas servidos pelo mesmo elemento produtor de calor ou frio. Este sistema, é no

    fundo um sistema combinado dos sistemas "tudo-ar" e "tudo-água", mas alimentados pela

    mesma fonte de energia. Todavia existem inúmeras concepções possíveis deste tipo de

    sistemas.

    Sistemas de Expansão Directa

    Os sistemas de expansão directa, são sistemas no qual a climatização se efectua a partir da

    expansão directa do fluido térmico, que neste tipo de sistemas se trata de fluido frigorigéneo.

    Neste tipo de equipamentos a unidade interior absorve ou rejeita calor para o espaço a

    climatizar.

    Como se trata de um sistema onde existe manipulação de fluido frigorigéneo, isto é, um fluido

    tóxico e em grande parte, altamente poluente, as instalações deste tipo devem garantir todas a

    condições de segurança e protecção ambiental. A norma EN 378-1 define os requisitos de

    segurança e protecção ambiental relativamente a sistemas frigoríficos e bombas de calor.

    4 Entende-se como ar com temperatura e humidades neutras, ar que é insuflado em condições de temperatura e

    humidade de referência para conforto térmico. A insuflação de ar neste caso não terá o propósito de climatizar

    um espaço, mas apenas ventilar sem que para o efeito sejam adicionadas quaisquer cargas térmicas ao local.

    Segundo o RCCTE, os valores de referência para o ar ambiente são nomeadamente, 20ºC para a estação de

    aquecimento e de 25ºC e 50% de humidade relativa para a estação de arrefecimento.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 17

    A este tipo de sistemas estão associados equipamentos como splits, multi-splits, VRV's,

    rooftop, entre outros, não obstante, serão apenas abordados os equipamentos mais presentes

    no âmbito das tarefas do estagiário.

    Em edifícios residenciais, cada vez se verifica ser mais comum a instalação de sistemas

    individuais do tipo split ou multi-split. A fiabilidade, eficiência, e baixo custo inicial deste

    tipo de sistemas torna estes equipamentos bastante atractivos do ponto de vista do consumidor

    a nível residencial. A maioria dos sistemas do tipo split é do tipo reversível, pelo que é um

    equipamento que tem a capacidade de funcionar para aquecimento e arrefecimento ambiente.

    Os sistemas do tipo split, são sistemas que possuem uma unidade exterior a alimentar apenas

    uma única unidade interior. Por sua vez, os sistemas do tipo multi-split, possuem uma

    máquina exterior com capacidade de alimentar várias máquinas, apresentando no entanto,

    sempre alguma limitação, uma vez que na maior parte dos casos, os sistemas permitem a

    ligação a um máximo de cinco máquinas interiores.

    Figura 3.3: Conjunto de unidade interior e exterior de Ar Condicionado. Daikin Emura

    Em edifícios de serviços, os sistemas de expansão directa mais usuais, são os sistemas de

    volume de refrigerante variável, denominados de forma abreviada por sistemas VRV.

    Ao contrário dos sistemas multi-split, estes permitem a ligação a muitas máquinas interiores,

    pelo que permitem a climatização centralizada de um grande edifício, por inteiro.

    O princípio de funcionamento dos sistemas VRV é semelhante aos sistemas individuais e do

    tipo multi-split com a vantagem de poder realizar o aquecimento e o arrefecimento em

    simultâneo se necessário. Contudo, para o efeito será necessário adoptar uma configuração de

    três tubos, ao invés de dois tubos, que é a configuração adoptada normalmente.

    Comparativamente aos sistemas a água, estes sistemas apresentam-se como sistemas de

    grande eficiência, fácil instalação, manutenção reduzida, e permitem um controlo individual

    da temperatura ambiente. No entanto, não são tão versáteis, no que trata a alterações.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 18

    Figura 3.4: Diagrama esquemático de sistema VRC. Daikin

    3.2.2. Equipamentos terminais

    Unidades Terminais de Água

    Actualmente existem imensos tipos de equipamentos terminais no mercado para este tipo de

    sistemas, no entanto em edifícios residenciais, os equipamentos mais comuns são os

    emissores de alumínio, chapa de aço ou ferro fundido. Comercialmente designados por

    radiadores, estes surgem como sendo equipamentos pouco dispendiosos e de fácil instalação e

    regulação. A regulação é realizada por intermédio de uma válvula de regulação que pode ser,

    ou não, termostática. No entanto o seu funcionamento é restrito ao aquecimento, com

    temperaturas da água na ordem dos 80/90 ºC. Este facto limita a sua utilização associada a

    fontes térmicas com potências mais altas, e com capacidade de aquecer água a temperaturas

    altas, tal como caldeiras. De qualquer modo, é possível associar este tipo de equipamentos a

    fontes de calor do tipo bomba de calor de baixa temperatura, associadas a temperaturas da

    água na ordem dos 45ºC, mas esses casos implicam equipamentos com dimensões bastante

    maiores.

    Na figura 3.5, encontram-se representados emissores em chapa de aço, e em alumínio.

    Figura 3.5: Emissores em chapa de aço (à esquerda) e de alumínio ( direita). BaxiRoca

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 19

    Por sua vez em edifícios comerciais ou de serviços, com este tipo de sistemas é mais usual a

    utilização de ventiloconvectores. Este tipo de equipamentos apresenta algumas vantagens

    relativamente aos anteriores, entre as quais a possibilidade de funcionar em aquecimento e

    arrefecimento, cujas temperaturas funcionamento são em modo geral, nomeadamente de 45ºC

    para modo de aquecimento, e de 7ºC para modo de arrefecimento.

    Figura 3.6: Ventiloconvectores. Modelo de chão à esquerda e modelo de tecto à direita. Daikin

    Tal, como os equipamentos anteriores, existem inúmeros formatos e modelos, mas estes estão

    divididos basicamente em modelos de chão e modelos de tecto. Naturalmente são

    equipamentos um pouco mais dispendiosos, pela maior complexidade, mas apresentam

    igualmente uma instalação relativamente simples.

    A regulação deste equipamento do lado da água é efectuada normalmente por intermédio de

    válvulas de duas ou três vias que são comandadas por intermédio de termóstato ambiente.

    Todavia, os ventiloconvectores são providos de comando para controlo do ventilador,

    geralmente até três velocidades.

    Na figura 3.7, é possível visualizar um esquema de um equipamento terminal do tipo ventilo-

    convector, com controlo regulado a partir de termóstato aplicado em parede.

    Figura 3.7: Diagrama esquemático de instalação de um ventiloconvector. HAP4.51/Carrier

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 20

    Além dos equipamentos terminais apresentados anteriormente, nomeadamente, os emissores e

    os ventiloconvectores, existem também disponíveis no mercado uma grande quantidade de

    soluções para os sistemas de água. Entre outros, surgem equipamentos como

    injectoconvectores, vigas arrefecidas, sistemas de pavimento radiante, tecto arrefecido e

    paredes radiantes. No entanto, estes não serão descritos em tanto pormenor, uma vez que, no

    seio das actividades do estagiário, não se apresentaram equipamentos tão comuns como os

    apresentados anteriormente.

    Unidades Terminais de ar

    À semelhança das unidades terminais de água existem imensos modelos e tipos de unidades

    terminais de ar.

    Estes equipamentos têm a função de garantir a difusão do ar quando este entra no espaço ao

    qual é destinado. Todavia, existe um conjunto de parâmetros que deverão ser controlados para

    garantir o conforto dos ocupantes no espaço, entre os quais o nível de ruído, a velocidade do

    ar no volume de controlo do espaço e as temperaturas do ar a insuflar.

    Além da função que desempenham, estes equipamentos possuem um aspecto visual bastante

    atractivo que pode conjugado consoante a arquitectura de cada edifício.

    Tendo em conta a preocupação crescente na redução dos consumos energéticos associados

    aos sistemas de AVAC, importa preconizar soluções com uma alta eficiência da ventilação. A

    eficiência da ventilação define-se como a razão entre o caudal de ar novo que efectivamente

    chega à zona ocupada e o caudal de ar novo insuflado no mesmo. Quanto maior for a

    eficiência da ventilação, menor será a necessidade de agravar os valores do caudal de ar novo

    a insuflar, para garantir os caudais mínimos de ar novo insuflado impostos pelo RSECE, o que

    resulta num consumo menor de energia por parte dos ventiladores.

    Além da preocupação a nível energético, o regulamento impõe um valor máximo de 0,2m/s

    para a velocidade do ar no interior da zona ocupada de um espaço. Segundo a norma

    EN13779, a zona ocupada encontra-se definida de acordo com o representado na figura 3.8.

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 21

    Figura 3.8: Definição de Zona Ocupada segundo a EN13779

    Uma boa estratégia de difusão do ar conduz a estratificação e velocidades do ar e adequadas,

    pelo que apenas uma correcta selecção de um difusor possibilita a insuflação do caudal de ar

    sem qualquer ruído nem velocidades do ar que possam ser incómodos para os ocupantes.

    A insuflação do ar tratado no espaço ambiente pode ser feita de acordo com duas estratégias, a

    difusão por mistura e a difusão por deslocamento. Na primeira o ar novo é misturado com o ar

    existente na sala arrastando desta forma o ar ambiente e todas as partículas em suspensão,

    acabando por ser extraído. Esta apresenta a vantagem de garantir uma taxa de poluentes e uma

    temperatura homogéneas em todo o espaço. Por sua vez, na segunda o ar novo é insuflado a

    nível do pavimento a uma velocidade baixa de modo a não se misturar com o ar ambiente, o

    que forma uma zona de ar fresco junto ao solo em todo o espaço. Á medida que o ar vai

    aquecendo toda a superfície de ar sobe e arrasta todas as partículas poluentes, acabando estas

    por extraídas. Esta estratégia tem a vantagem de manter a zona ocupada constantemente com

    baixo teor de poluentes, contudo, o método apenas funciona para regimes de arrefecimento,

    uma vez que em regimes de aquecimento o ar teria a tendência de subir directamente para a

    zona de extracção. Por outro lado, o segundo método não permite uma boa estratificação da

    temperatura no espaço.

    A selecção deste tipo de equipamentos é normalmente realizada através de manuais de

    selecção disponibilizados pelos fabricantes. Consoante o tipo de utilização e do tipo de espaço

    são seleccionados os equipamentos terminais capazes de realizar uma insuflação do ar com a

  • Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

    Bruno Almeida 22

    maior eficiência possível, garantindo os níveis adequados de ruído e velocidade do ar. Na

    figura 3.9, encontram-se ilustrados dois tipos de unidades terminais de difusão.

    Figura 3.9: Difusor rotacional e grelha de insuflação

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 23

    Capítulo 4. ACTIVIDADES REALIZADAS

    4.1. Introdução

    Neste capítulo, é realizada uma descrição das actividades realizadas pelo estagiário, entre as

    quais, surgem trabalhos no âmbito de climatização em edifícios de habitação, sistemas de

    energia solar térmica, certificação energética de edifícios, AVAC e orçamentação. Como já

    foi referido no Capitulo 1, dado ao mercado onde se insere a empresa, houve uma grande

    diversidade de tarefas. No entanto, nem todas as tarefas tiveram o mesmo grau de intervenção

    nem a mesma regularidade de execução. Desta forma, a divisão e subdivisão de capítulos, e

    subcapítulos, respectivamente apresentados, encontra-se relacionada directamente com o

    relevo e o peso que as várias actividades tiveram durante o período de estágio curricular.

    O período de estágio teve início com actividades de baixa responsabilidade, e portanto, apenas

    com carácter introdutório aos procedimentos da empresa. Na altura, encontrava-se em fase de

    planeamento a execução de um conjunto de obras de solar térmico para Instituições Privadas

    de Solidariedade Social. Tratava-se de obras que resultaram da candidatura ao programa do

    governo de energia solar térmica de 2010. Neste âmbito, surgiu assim, a primeira tarefa, que

    consistiu na análise de soluções preconizadas para os sistemas, com intuito de verificação,

    complemento das listas de material, ou realização de listas de material para execução das

    obras. À medida que foram surgindo pedidos para cotação para sistemas de aquecimento

    central no âmbito residencial, começaram a surgir tarefas de dimensionamento dos sistemas e

    elaboração de medições. Devido ao carácter introdutório da tarefa, a sua orçamentação ficaria

    ainda a encargo do orientador de estágio. Contudo, ao fim de um determinado período de

    tempo, o mesmo viria a ser progressivamente mais integrado, até que passou a ser incluído de

    forma total nesta actividade.

    Assim sendo, o dimensionamento e estudo de viabilidade de sistemas de climatização e AQS,

    para residências e respectiva orçamentação tornou-se a principal actividade ao longo de todo o

    estágio. Este foi o tipo de actividade corrente, que se realizaram todos dias, e chegou a incluir

    todas as vertentes da empresa, inclusivamente o orçamento de sistemas solares fotovoltaicos.

    Todavia, como não se verificou uma aquisição de conhecimentos substancial relativamente ao

    dimensionamento de sistemas de microgeração, estes não se encontram referenciados no

    presente documento. No subcapítulo 4.2, encontra-se descrita uma actividade concreta

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 24

    relacionada com o dimensionamento e estudos de viabilidade económica para pequenos

    sistemas de climatização.

    Como apoio ao departamento de certificação energética, foram realizadas algumas saídas

    pontuais para realizar levantamentos dimensionais e descritivos de edifícios residenciais. Este

    conjunto de serviços foi realizado num período que corresponde à primeira metade do período

    de estágio, apresentando-se como uma actividade pontual e restrita a esse período de tempo.

    No subcapítulo 4.3, é realizada uma descrição da actividade relacionada com a certificação

    energética.

    Com abertura dos concursos para candidaturas a incentivos do QREN, surgiu uma

    oportunidade para as pequenas e médias empresas requalificarem as suas instalações com o

    apoio de incentivos provenientes do fundo social europeu. Nesse sentido, a empresa realizou

    os diagnósticos energéticos para um conjunto de entidades que procederam à respectiva

    candidatura.

    No âmbito destes programas, foram realizadas tarefas como a análise da facturação energética

    dos edifícios, levantamento dimensional e caracterização das envolventes. Contudo a maioria

    das acções realizadas nesta actividade foram igualmente realizadas nas actividades de

    projecto, com a excepção da análise de facturação energética, pelo que a aquisição de

    conhecimentos relacionadas com esta tarefa não demonstrou acrescentar grande valor

    relativamente às restantes actividades já descritas. Por este motivo, a descrição desta

    actividade não será realizada no presente documento.

    À semelhança do sucedido na actividade de apoio à certificação energética, surgiu na segunda

    metade do período de estágio, uma actividade de projecto para grandes edifícios.

    Apresentando-se como uma actividade pontual foram prestadas colaborações em vários

    processos, e foi elaborado um projecto de AVAC para um edifício destinado a servir como

    Lar Residencial. O capítulo 4.4, descreve todas as actividades relacionadas com área de

    projecto.

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 25

    4.2. Orçamentação

    A realização de estudos orçamentais, apresenta-se como a actividade realizada pelo aluno, ao

    qual foi dedicada mais horas de trabalho.

    Como referido no subcapítulo 4.1, inicialmente, a actividade residia na realização de

    medições e dimensionamento de sistemas de climatização. Numa fase posterior, o autor foi

    sendo gradualmente integrado na actividade de orçamentação.

    A orçamentação é uma actividade com elevado grau de importância para todo o tipo de

    serviços. Esta permite informar o potencial cliente, do custo de venda de determinado serviço

    ou artigo de determinada empresa, indivíduo, ou organização. Deste modo, o cliente obtém

    uma informação relativamente ao serviço prestado, e pode consoante as suas pretensões

    compará-las com outros potenciais prestadores de serviços ou vendedores de artigos. Um

    mercado cada vez mais competitivo, leva a que o papel dos estudos orçamentais tenha cada

    vez mais importância.

    Existem muitas abordagens possíveis a esta temática, no entanto, no presente documento, será

    apresentada uma abordagem adaptada ao mercado e ao tipo de negócio em que se insere a

    empresa.

    Sendo a empresa Enernatura, uma empresa instaladora, apresenta-se como uma empresa

    prestadora de serviços. Assim sendo, fazer uma previsão dos custos de uma obra, o mais

    aproximadamente possível do custo real efectivo, reporta vários benefícios, entre os quais, o

    aumento da margem de lucro, e uma maior competitividade relativamente aos concorrentes

    mais directos, assim como uma maior flexibilidade a nível negocial de propostas realizadas.

    A actividade de orçamentação neste caso, pressupõe quantificar todos os custos inerentes à

    execução de uma obra, do material, de deslocações, entre outros.

    Durante o presente estágio, houve a necessidade de realizar tarefas de nível orçamental, em

    vários sistemas, desde pequenos sistemas de climatização, sistemas de aquecimento de águas

    sanitárias, sistemas fotovoltaicos, entre outros. Contudo, não faz parte do presente documento

    nenhuma informação relativamente à vertente de microgeração, uma vez que, o contacto com

    este tipo de sistemas ainda não até ao momento suficiente para possibilitar a aquisição de

    conhecimentos no sentido de poder ser realizada uma descrição com sentido crítico por parte

    do estagiário.

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 26

    Nestes casos em particular foram fornecidas listas de material, a partir do qual foram

    solicitadas aos fornecedores cotações de material.

    As actividades de carácter orçamental tivera iniciaram com a solicitação de propostas para

    instalação ou fornecimento de um determinado tipo de sistemas.

    Após a entrada de cada processo, foram analisados de forma pormenorizada, e caso não se

    verificasse a necessidade de solicitar informação para a realização de uma proposta, os

    mesmos passariam a ser classificados consoante o grau de prioridade.

    Desta forma, todos os processos foram registados e foram executados conforme a prioridade

    estabelecida.

    Uma estimativa orçamental de determinado sistema, pressupõe o dimensionamento e a

    selecção de equipamentos, tarefas que se encontram descritas posteriormente no presente

    documento, nomeadamente no subcapítulo 4.3, e 4.6. Dado ao mercado para o qual se

    encontram direccionadas estas actividades, o tempo de resposta pode determinar a

    adjudicação de um processo, uma vez que na maior parte dos casos os requerentes solicitam

    cotações a várias empresas. Por outro lado, em edifícios em construção é necessário em

    alguns casos trabalhar em colaboração com outras especialidades da obra, e

    consequentemente compatibilizar os tempos de actuação, pelo que um tempo de resposta

    demasiado longo pode ditar a adjudicação de uma proposta a outra empresa.

    Assim sendo, consoante o grau de dificuldade que envolvia cada processo, houve uma procura

    incessante por responder de uma forma breve e concisa. Para tal, foi necessário agilizar

    processos, e criar uma documentação padrão para a realização de orçamentos, como é o

    exemplo de folhas de cálculo com todo o material normalmente usado em cada sistema,

    devidamente classificado de acordo com a sua função, e de folhas de cálculo rápido para

    dimensionamento dos sistemas, conforme o exemplo demonstrado na figura 4.1.

    Após o dimensionamento dos sistemas e selecção dos equipamentos a utilizar, são realizadas

    as medições e cotação dos materiais e acessórios, incluindo os custos complementares de

    transporte.

    Ao custo do material, são adicionados os restantes custos relacionados com todo o serviço

    prestado, nomeadamente o trabalho de engenharia, o trabalho dos instaladores, trabalhos de

    construção civil, transportes, instalação e arranque dos sistemas preconizados, trabalhos

    comerciais e por fim a margem comercial da empresa.

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 27

    Todas as tarefas desenvolvidas neste âmbito implicaram uma pesquisa constante, tanto dos

    produtos como das soluções existentes no mercado. Para isso foram realizadas várias reuniões

    com fornecedores com o intuito de adquirir informação relativamente aos produtos, ao seu

    princípio e regime de funcionamento, e formas de aplicação. Este tipo de informação é

    essencial para realizar um bom dimensionamento dos sistemas e disponibilizada normalmente

    em catálogos, tabelas de preços, fichas técnicas, manuais, entre outros.

    Figura 4.1: Folha de cálculo para dimensionamento de radiadores

    A actividade de orçamentação veio deste modo proporcionar contacto directo com

    fornecedores que no âmbito da tarefa, permitiu a aquisição de informação relativamente à

    vertente económica de todos os processos, assim como preços praticados no mercado tanto

    para materiais como para serviços prestados, custos de transporte, modos de fornecimentos e

    modos pagamento no acto de encomendas.

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 28

    4.3. Análise Técnico-Económica entre sistemas de Climatização

    A actividade que se segue representa um conjunto de tarefas correntes que surgem de um

    modo bastante frequente e em paralelo com a tarefa de orçamentação. Esta consiste no

    dimensionamento e na selecção de pequena dimensão, para moradias, ou pequenos edifícios.

    Desta forma, e com intuito de acrescentar suporte técnico às propostas realizadas foram

    efectuados estudos de viabilidade económica, estudos de comparação entre sistemas, e foram

    realizados documentos com especificações dos equipamentos para acompanhar os orçamentos

    entregues aos clientes.

    Neste tipo de atividades, não é em alguns casos efetuado um dimensionamento rigoroso como

    é feito em outras actividades, tal como em projecto, e em obras de maior complexidade.

    Devido à baixa complexidade, e dimensão dos sistemas, já existem muitos sistemas

    normalizados, que muitas vezes são inclusivamente fornecidos pelos fornecedores. Pelo que,

    muitas vezes, o tempo dispendido para realizar um dimensionamento completo em toda

    amplitude da obra, acarreta custos, que podem colocar em risco a competitividade das

    propostas realizadas. Assim sendo, em certos casos, algumas decisões foram tomadas tendo

    por base a experiência adquirida com o dimensionamento realizado noutros processos e

    também pela experiência transmitida pelos instaladores com participação activa nas obras.

    Devido ao facto de se tratar de obras com uma dimensão bastante menor é possível ter um

    acompanhamento mais próximo do cliente final, e proceder a alterações pontuais de modo a ir

    ao encontro da total satisfação do mesmo.

    Embora este tipo de actividade tenha estado relacionada, na sua grande maioria, com edifícios

    existentes de habitação, também foram preconizadas algumas soluções para edifícios novos.

    Para este tipo de edifícios, além do levantamento de informação das envolventes e dos

    equipamentos, foram solicitados outros documentos, nomeadamente, a declaração de

    conformidade regulamentar (DCR) e projeto de comportamento térmico. Estes documentos

    assumem uma grande importância, uma vez que especificam ou não, um tipo de sistema de

    climatização. Pelo que existe a necessidade de preconizar um sistema de climatização que

    contribua de forma superior, ou igual, para a classe energética prevista para o edifício. Assim

    sendo, não existe uma liberdade total para preconizar uma solução, uma vez que o RCCTE

    impõe que seja preconizado um sistema de climatização que prejudique a classe energética

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 29

    prevista para edifício. O não cumprimento desse requisito impossibilita o cliente de receber a

    licença de habitação.

    4.3.1. Estudo comparativo entre caldeiras

    No capítulo que se segue, é apresentada uma actividade que surgiu no âmbito do tema

    referido, onde foi solicitada uma proposta para a instalação de um sistema de aquecimento

    central e de aquecimento de águas sanitárias. Foi também pedido que a proposta fosse

    acompanhada de um estudo comparativo entre uma solução com uma caldeira a gasóleo e

    outra solução com uma caldeira a pellets.

    Descrição do Edifício

    A primeira tarefa consistiu no dimensionamento dos sistemas de climatização e do sistema

    solar térmico. Desta forma, foi realizado o levantamento das envolventes do edifício.

    O edifício que se segue, encontra-se localizado numa zona rural no concelho de Coimbra e é

    constituído por três pisos, que se desenvolvem segundo o demonstrado na tabela 3.

    Tabela 3: Constituição dos pisos da habitação

    Designação dos pisos Designação dos espaços

    Cave Garagem

    Piso 0 Hall de Entrada, Instalações Sanitárias, Cozinha e Sala Comum

    Piso 1 Circulação, Instalações Sanitárias e Quartos

    Nas figuras 4.2 e 4.3 encontram-se ilustradas as vistas dos alçados e das plantas da moradia.

    Figura 4.2: Vistas dos alçados principal (à esquerda) e lateral do edifício (à direita)

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 30

    Figura 4.3: Vistas de planta do piso 0 (à esquerda) e do piso 1 (à direita)

    Cálculo das necessidades térmicas

    Para realizar o cálculo das cargas térmicas do edifício foi utilizado o software Hourly

    Analysis Program 4.51 da Carrier (HAP 4.51).

    Para o efeito, tal como referido no ponto anterior, foi efectuado o levantamento de todas as

    envolventes assim como calculados os coeficientes de transmissão térmica. Uma vez que,

    para o presente edifício, não foram disponibilizadas todas as informações relativamente à

    envolvente, foram adoptados os valores padrão dos coeficientes, das envolventes

    envidraçadas e opacas, referidos no livro de Coeficientes de Transmissão Térmica de

    Elementos da Envolvente dos Edifícios - ITE 50, do Laboratório Nacional de Engenharia

    Civil (LNEC). No entanto, foram respeitados os valores de coeficientes máximos previstos

    pelo RCCTE. Além do cálculo dos coeficientes de transmissão foram especificadas as

    temperaturas interiores para cada espaço. Tendo em conta os diferentes tipos de utilização,

    foram definidas temperaturas interiores para três tipos de espaço. Na tabela 4, encontram-se

    especificadas as temperaturas interiores para os diversos tipos de espaço a climatizar.

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 31

    Tabela 4: Temperaturas interiores para os espaços da habitação

    Designação Temperatura Interior (ºC)

    Quartos e Salas 20

    Instalações Sanitárias 24

    Circulações 18

    Os valores obtidos no cálculo das cargas térmicas são os apresentados na tabela 5.

    Tabela 5: Cargas Térmicas da Habitação

    Ref. Designação dos espaços Área (m2) Potência Aquecimento (W)

    RCH.02 Hall de Entrada 10,4 1000,0

    RCH.03 I.S. 6,3 900,0

    RCH.04 Cozinha 23,7 1600,0

    RCH.05 Sala Comum 31,8 1800,0

    P1.08 Circulação 7,0 700,0

    P1.09 I.S. 5,6 800,0

    P1.10 Quarto 13,3 1000,0

    P1.11 Quarto 15,3 1300,0

    P1.12 Quarto Privativo 14,3 1300,0

    P1.14 I.S. Privativa 4,9 500,0

    Concepção do sistema de aquecimento central e de AQS

    Sistema de aquecimento

    Após o cálculo das cargas térmicas, foram dimensionados os radiadores de alumínio, cálculo

    que foi efectuado por intermédio do catálogo do fabricante. Nesta fase a escolha dos

    elementos de radiadores, teve em conta vários critérios, entre os quais, o aspecto visual, as

    dimensões e a emissão calorífica. Desta forma, foram seleccionados os modelos e foi

    calculado o número de elementos e o modelo de toalheiros necessários para suprir a carga

    térmica de cada espaço. Na figura 4.4, encontra-se ilustrada a selecção dos radiadores e

    toalheiros.

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 32

    Figura 4.4: Folha de cálculo dos radiadores de alumínio

    Sistema de AQS

    O dimensionamento do sistema de aquecimento de águas para uso sanitário, foi realizado

    tendo por base a ocupação do edifício e os consumos indicados no artigo 14º do capítulo V do

    RCCTE. Na tabela 6, encontram-se especificados os consumos diários previstos para o

    edifício.

    Tabela 6: Consumos diários de AQS

    Nº de Pessoas 4

    Consumo diário unitário de água a 60ºC 40 Litros

    Consumo diário de água a 60ºC 160 Litros

    Consoante os consumos diários calculados, foi preconizado para acumulação de águas

    sanitárias um depósito com o volume de 200 litros. Por sua vez, para realizar o aquecimento

    do volume de água previsto, foi idealizada a instalação de dois colectores solares com uma

    área de aproximadamente 2 m2, perfazendo uma área total de 4 m

    2.

    Após a selecção dos equipamentos foi realizada uma simulação, por intermédio do software

    Solterm 5.0, com a finalidade de verificar o desempenho do sistema solar térmico, conforme

    se pode verificar na figura 4.5.

    Te(ºC) 80

    Modelo Dubal W (€) Ts(ºC) 60

    Dubal 70 130,0 16,0 Ta(ºC) 20

    Tm (ºC) 70

    Modelo PT W (€) ΔTágua (ºC) 20

    PT D-800-H1350mm 1057,9 125,0 ΔTrad-ar (ºC) 49

    Modelo PT W (€)

    PT B-500-H1350mm 696,9 98,0

    Ref. m2

    W W/m2

    W/Elem. Nº Elem. Pot. Instalada (W)

    RCH.02 10,4 1000,0 96,2 130 8 1040

    RCH.03 6,3 900,0 144,0 1058 1 1058

    RCH.04 23,7 1600,0 67,5 130 13 1691

    RCH.05 31,8 1800,0 56,6 130 14 1821

    P1.08 7,0 700,0 100,0 130 6 780

    P1.09 5,6 800,0 142,9 1058 1 1058

    P1.10 13,3 1000,0 75,5 130 8 1040

    P1.11 15,3 1300,0 85,0 130 10 1300

    P1.12 14,3 1300,0 91,2 130 10 1300

    P1.14 4,9 500,0 102,0 697 1 697

    132,5 10900,0 82,3 72 11786Total

    HALL DE ENTRADA

    I.S. PRIVATIVA

    QUARTO PRIVATIVO

    QUARTO

    QUARTO

    CIRCULAÇÃO

    Radiadores de Elementos

    Toalheiro 1 (x)

    Toalheiro 2 (xx)

    Tabela Resumo

    Designação - Espaço

    I.S.

    Dimensionamento Radiadores

    SALA COMUM

    COZINHA

    I.S.

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 33

    Figura 4.5: Desempenho do sistema solar térmico

    Com a simulação do desempenho do sistema solar térmico foi possível verificar que com o

    sistema preconizado se obteve uma fracção solar de 69,5%, pelo que indica que o sistema

    solar consegue satisfazer quase 70% das necessidades globais do sistema ao longo de todo

    ano.

    Após o dimensionamento de ambos os sistemas foi possível realizar o esquema de princípio

    de todo o sistema. Na figura 4.6, encontra-se a representação do esquema de princípio da

    presente instalação, um sistema de aquecimento central por intermédio de radiadores com

    uma caldeira e um sistema solar de aquecimento de águas sanitárias com o apoio de uma

    caldeira.

  • Actividades Realizadas

    Bruno Almeida 34

    Figura 4.6: Esquema de princ�