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12 / NOVO JORNAL / NATAL, SEXTA-FEIRA, 1º DE OUTUBRO DE 2010 Cultura Editor Franklin Jorge E-mail [email protected] Fones 84 3201.2443 / 3221.3438 AUMENTANDO AINDA MAIS a oferta de eventos, o Buraco da Catita, na Ribei- ra, começou a apresentar na noite da última quarta-feira o Toque de Colher Poemas, um projeto criado pelo poeta Carlos Gurgel, em parceria com Civone Medeiros, Carito, Renata Mar e Pedro Quilles. O salão do bar estava lotado, o público reverente, a iluminação incre- mentada e os poetas afiados, ao menos enquanto o álcool, consumido ao longo de toda a hora da performance, não co- meçava a fazer efeito. Mas até o tropeço nas palavras aju- dou a manter um clima de proximidade com o público, que parecia se divertir com as aliterações e trocadilhos decla- mados com variado grau de intensida- de. A apresentação do grupo dividiu-se em três partes: “Inclassificáveis”, “Mesa Confessional” e “À Cinco Bocas”. A pri- meira mostra os cinco em pé, entre o público e a mesa colocada rente à pare- de onde costuma ficar a banda de cho- rinho tradicional da Catita. Cada um declamou seus próprios poemas e a pri- meira parte foi acompanhada de fole e trompete, executados por Petit das Vir- gens e Flávio Freitas. Em “Mesa Confessional”, os cinco se sentaram ao redor da mesa e continua- ram a declamar os poemas individual- mente. Civone era, de longe, a mais tea- tral. Gesticulando e gritando, ela por ve- zes acertava o timming da sua poesia, que fala de amor e memória, e provoca- va reações positivas imediatas no públi- co. Em outros momentos de arroubos, cava o constragimento do verso clímax, que não impactava como esperado. Renata foi a mais comedida. Sendo a mais nova do grupo e poetisa inician- te, seus versos, felizmente, fogem da fa- cilidade dos trocadilhos que Carito e Gurgel tanto prezam. Renata declamou versos que pareciam uma prosa extre- mamente metafórica, criados com um esmero que vai além da livre associação de “órbita” e “óbito”. RECITAL MENSAL O texto de divulgação do evento diz que o programa, “em alguns momentos, lembra jogral”. A última parte, “Á Cinco Bocas”, é a que mais se aproxima dessa definição. Os cinco ficam em pé, cada um de frente a um microfone. Os versos declamados não possuem uma auto- ria específica, segundo Renata, e alguns são pronunciados em uníssono, em ou- tros, um poeta atravessa a fala de quem está do lado, provocando uma confusão intencional que, ao final, atinge o ápice, com os cincos repetindo diversas vezes o nome do projeto. Renata diz que a idéia é continu- ar com o projeto em outros lugares e, no Buraco da Catita, sempre às últi- mas quartas-feiras do mês. “Mas o Gur- gel ainda está vendo isso, não tem nada certo”. Por ela, que ficou bastante satis- feita com o resultado da noite, o projeto continua. O produtor cultural Wlamir Cruz também fez um registro visual do evento, com o auxílio de duas câmeras. A estudante Luana Ferreira apro- vou o formato e o local em que o proje- to foi executado. “O Buraco da Catita é um ótimo lugar para esse tipo de even- to. A gente fica pertinho dos artistas, eles nem precisam de microfone. Dá uma intimidade maior”. Ela espera que o projeto, por ter sido bem sucedido em sua estréia, continue por muito mais tempo. “Só espero que não acabe antes da hora, como quase tudo do tipo em Natal”. Se depender dos idealizadores e do público, Luana vai continuar colhen- do o que os poetas estão plantando. POESIA / EVENTO / PROJETO TOQUE DE COLHER POEMAS ESTRÉIA EM NOITE DA CATITA POLIFÔ NICA TIAGO LOPES DO NOVO JORNAL O BURACO DA CATITA É UM ÓTIMO LUGAR PARA ESSE TIPO DE EVENTO. A GENTE FICA PERTINHO DOS ARTISTAS, ELES NEM PRECISAM DE MICROFONE” Luana Ferreira Estudante Apresentação de poetas performáticos desperta a curiosidade do público presente ao Buraco da Catita FOTOS: ARGEMIRO LIMA / NJ

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12 / NOVO JORNAL / NATAL, SEXTA-FEIRA, 1º DE OUTUBRO DE 2010

Cultura Editor Franklin Jorge

[email protected]

Fones84 3201.2443 / 3221.3438

AUMENTANDO AINDA MAIS a oferta de eventos, o Buraco da Catita, na Ribei-ra, começou a apresentar na noite da última quarta-feira o Toque de Colher Poemas, um projeto criado pelo poeta Carlos Gurgel, em parceria com Civone Medeiros, Carito, Renata Mar e Pedro Quilles. O salão do bar estava lotado, o público reverente, a iluminação incre-mentada e os poetas afi ados, ao menos enquanto o álcool, consumido ao longo de toda a hora da performance, não co-meçava a fazer efeito.

Mas até o tropeço nas palavras aju-dou a manter um clima de proximidade com o público, que parecia se divertir com as aliterações e trocadilhos decla-mados com variado grau de intensida-de. A apresentação do grupo dividiu-se em três partes: “Inclassifi cáveis”, “Mesa Confessional” e “À Cinco Bocas”. A pri-meira mostra os cinco em pé, entre o público e a mesa colocada rente à pare-de onde costuma fi car a banda de cho-rinho tradicional da Catita. Cada um declamou seus próprios poemas e a pri-meira parte foi acompanhada de fole e trompete, executados por Petit das Vir-gens e Flávio Freitas.

Em “Mesa Confessional”, os cinco se sentaram ao redor da mesa e continua-ram a declamar os poemas individual-mente. Civone era, de longe, a mais tea-tral. Gesticulando e gritando, ela por ve-zes acertava o timming da sua poesia, que fala de amor e memória, e provoca-va reações positivas imediatas no públi-co. Em outros momentos de arroubos, fi cava o constragimento do verso clímax, que não impactava como esperado.

Renata foi a mais comedida. Sendo a mais nova do grupo e poetisa inician-te, seus versos, felizmente, fogem da fa-

cilidade dos trocadilhos que Carito e Gurgel tanto prezam. Renata declamou versos que pareciam uma prosa extre-mamente metafórica, criados com um esmero que vai além da livre associação de “órbita” e “óbito”.

RECITAL MENSALO texto de divulgação do evento diz

que o programa, “em alguns momentos, lembra jogral”. A última parte, “Á Cinco Bocas”, é a que mais se aproxima dessa defi nição. Os cinco fi cam em pé, cada um de frente a um microfone. Os versos declamados não possuem uma auto-ria específi ca, segundo Renata, e alguns são pronunciados em uníssono, em ou-tros, um poeta atravessa a fala de quem está do lado, provocando uma confusão intencional que, ao fi nal, atinge o ápice, com os cincos repetindo diversas vezes o nome do projeto.

Renata diz que a idéia é continu-ar com o projeto em outros lugares e, no Buraco da Catita, sempre às últi-mas quartas-feiras do mês. “Mas o Gur-gel ainda está vendo isso, não tem nada certo”. Por ela, que fi cou bastante satis-feita com o resultado da noite, o projeto continua. O produtor cultural Wlamir Cruz também fez um registro visual do evento, com o auxílio de duas câmeras.

A estudante Luana Ferreira apro-vou o formato e o local em que o proje-to foi executado. “O Buraco da Catita é um ótimo lugar para esse tipo de even-to. A gente fi ca pertinho dos artistas, eles nem precisam de microfone. Dá uma intimidade maior”. Ela espera que o projeto, por ter sido bem sucedido em sua estréia, continue por muito mais tempo. “Só espero que não acabe antes da hora, como quase tudo do tipo em Natal”. Se depender dos idealizadores e do público, Luana vai continuar colhen-do o que os poetas estão plantando.

POESIA / EVENTO / PROJETO TOQUE DE COLHER POEMAS ESTRÉIA EM NOITE DA CATITA

POLIFÔNICATIAGO LOPESDO NOVO JORNAL

O BURACO DA

CATITA É UM ÓTIMO

LUGAR PARA ESSE

TIPO DE EVENTO.

A GENTE FICA

PERTINHO DOS

ARTISTAS, ELES

NEM PRECISAM DE

MICROFONE”

Luana FerreiraEstudante

▶ Apresentação de poetas performáticos desperta a curiosidade do público presente ao Buraco da Catita

FOTOS: ARGEMIRO LIMA / NJ