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Grupo de Comunicação e Marketing
CLIPPING 31 de Janeiro 2019
GRUPO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING
2
Grupo de Comunicação e Marketing
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................. 3
Receita com royalties de petróleo em SP pode subir para R$5 bi em 2019, diz secretário ....................... 3
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE .............................................................. 5
Todas as praias de Ilhabela estão com águas poluídas ....................................................................... 5
Prefeitura de Cajati se reúne com mineradora para reforçar as ações de segurança nas barragens na cidade ................................................................................................................................................... 6
Monte Mor solicita avaliação de barragem de baixo risco .................................................................... 7
Barragem da década de 1920 entre São Bernardo e Cubatão passa por vistoria .................................... 8
Mogi tem 16 barragens de minério; três delas estão inscritas na Política Nacional Sobre Barragem .......... 9
Ilhabela tem todas praias monitoradas classificadas como impróprias para banho ............................... 11
Ilhabela cobra melhorias no fornecimento de energia ....................................................................... 13
Cetesb e CPFL negam água contaminada na represa ........................................................................ 14
VEÍCULOS DIVERSOS ............................................................................................................... 15
Editorial O Globo: Desastre revela controle ineficaz de barragens ...................................................... 15
Moradores não são informados sobre barragem de alto risco na Zona Norte de SP .............................. 16
O IMPACTO DA TRAGÉDIA ............................................................................................................ 18
Petrobras fecha a venda de Pasadena, alvo da Lava-Jato, para Chevron ............................................. 20
MG perderá R$300 mi/ano com parada da Vale para desmontar barragens ......................................... 21
ONS volta a registrar recorde de carga de energia no Brasil .............................................................. 22
Governo busca diagnóstico ainda em 2019 sobre oferta de energia de hidrelétricas ............................. 23
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................. 25
Painel ........................................................................................................................................ 25
Mônica Bergamo: Partido do vice-presidente deve anunciar filiação de nove parlamentares .................. 27
ESTADÃO .................................................................................................................................. 29
Mineradoras foram alertadas em 2014 sobre ‘perda de estabilidade’ da barragem de Mariana, diz investigação ............................................................................................................................... 29
Aneel cria força-tarefa para fiscalizar 130 barragens de hidrelétricas até maio .................................... 32
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................. 33
CPFL escolhe Jaguariúna para testar tecnologia ............................................................................... 33
O imbróglio da cessão onerosa ...................................................................................................... 34
O mercado elétrico e a reestruturação institucional .......................................................................... 36
3
Grupo de Comunicação e Marketing
ENTREVISTAS Data: 30/01/2019
Veículo1: Reuters
Veículo2: UOL Economia
Veículo3: Extra
Veículo4: DCI
Veículo5: Notícias Agrícolas
Veículo6: Bol
Veículo7: Mix Vale
Veículo8: Terra
Veículo9: Notícias Legais
Veículo10: UDOP
Veículo11: Capadocianas
Receita com royalties de petróleo em SP pode subir para R$5 bi em 2019, diz
secretário
Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A arrecadação do
Estado de São Paulo e seus municípios com
royalties e participações especiais sobre a
produção de petróleo e gás pode saltar mais de
20 por cento em 2019, para até 5 bilhões de
reais, após um crescimento de mais de 60 por
cento no ano passado, disse à Reuters o
secretário paulista de Infraestrutura e Meio
Ambiente, Marcos Penido.
O salto nas receitas acontece em maio à
importância cada vez maior da produção na
Bacia de Santos, que ainda em 2017
ultrapassou pela primeira vez a Bacia de
Campos como principal região produtora no
Brasil, impulsionada pelo pré-sal. A Bacia de
Santos também cobre importante região da
costa do Rio de Janeiro.
Em novembro passado, a produção na Bacia de
Santos foi de 1,29 milhão de barris por dia, ante
1,13 milhão em Campos, segundo os últimos
dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Nesse caso tem a questão da produtividade...
e também, claro, influência muito a questão do
valor, do preço do petróleo”, disse Penido, que
assumiu o cargo neste ano, com o início da
gestão do governador João Doria (PSDB).
Os preços do petróleo Brent, referência
internacional, eram negociados nesta quarta-
feira pouco acima de 60 dólares por barril,
contra preços entre 50 e 55 dólares na maior
parte de 2017. Em 2016, as cotações chegaram
a ficar meses abaixo dos 40 dólares, depois de
tocarem mínimo de 27,88 dólares no início
daquele ano.
“Estamos esperando entre 4,5 bilhões e 5
bilhões para o ano de 2019”, projetou Penido.
A produção de petróleo e gás natural de São
Paulo é oriunda de seis campos de exploração:
Merluza, Lagosta, Mexilhão, Baúna, Lapa e
Sapinhoá, sendo esse último o maior,
responsável por 72 por cento da produção em
2018, que gerou 4,1 bilhões em royalties e
participações especiais para o Estado e
municípios.
Desse valor, cerca de 2,4 bilhões de reais
ficaram com o Estado e o restante com
municípios, com destaque para Ilhabela, com
358 milhões e São Sebastião com 138 milhões.
A receita estadual deverá crescer cerca de 11
por cento em 2019, segundo Penido.
O secretário, que assumiu o cargo após a fusão
pelo governo Doria das pastas estaduais de
Infraestrutura, Meio Ambiente, Saneamento e
Energia, disse que a meta da atual gestão é
buscar parcerias público-privadas.
“Nós teremos muitas parcerias, PPPs, em vários
projetos”, afirmou, ressaltando as áreas de
eficiência energética e energias renováveis
como possíveis campos para os negócios.
https://br.reuters.com/article/topNews/idBRKCN
1PO2PJ-OBRTP
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/20
19/01/30/receita-com-royalties-de-petroleo-em-
sp-pode-subir-para-r5-bi-em-2019-diz-
secretario.htm
https://extra.globo.com/noticias/economia/receit
a-com-royalties-de-petroleo-em-sp-pode-subir-
para-r5-bi-em-2019-diz-secretario-rv1-1-
23414245.html
https://www.dci.com.br/politica/receita-com-
royalties-de-petroleo-em-sp-pode-subir-para-r-
5-bi-em-2019-diz-secretario-1.776350
https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/po
litica-economia/229348-receita-com-royalties-
de-petroleo-em-sp-pode-subir-para-r5-bi-em-
2019-diz-secretario.html#.XFK6c83J2Uk
4
Grupo de Comunicação e Marketing
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/30
/receita-com-royalties-de-petroleo-em-sp-pode-
subir-para-r5-bi-em-2019-diz-secretario.htm
https://www.mixvale.com.br/2019/01/30/receita
-com-royalties-de-2/
https://www.terra.com.br/economia/receita-
com-royalties-de-petroleo-em-sp-pode-subir-
para-r5-bi-em-2019-diz-
secretario,fb1419fab176e59daf0c526702c69930i
u9k3s1m.html
https://noticiaslegais.com/receita-com-royalties-
de-petroleo-em-sp-pode-subir-para-r5-bi-em-
2019-diz-secretario/
http://www.udop.com.br/index.php?item=noticia
s&cod=1175446
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?c=
0&n=17725785&e=577
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5
Grupo de Comunicação e Marketing
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: Folha de S. Paulo
Data: 31/01/2019
Todas as praias de Ilhabela estão com
águas poluídas
Todas as praias de Ilhabela, no litoral norte de
São Paulo, amanheceram com bandeiras
vermelhas nesta quarta-feira (30). Isso
significa que elas estão impróprias para banho
devido a alta concentração de poluição fecal,
segundo a Cetesb (Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo).
Desde o início do verão, tem sido um desafio
escolher a melhor praia para passar o dia no
arquipélago. A sinalização na cor verde,
indicativo de que a água está própria para
banho, tem aparecido em poucas praias.
Já a indicação de água poluída está presente
em pontos famosos, como as praias da
Feiticeira e da Ilha das Cabras, na parte sul de
Ilhabela.
Não é a primeira vez que todas as praias ficam
impróprias na ilha. Já houve situações
semelhantes nos verões de 2017 e 2018,
segundo a Cetesb. A piora da balneabilidade
está associada às chuvas intensas de novembro
a final de janeiro —só no último sábado (26) e
domingo (27), Ilhabela registrou cerca de 50
mm de chuva.
De acordo com o órgão estadual, os temporais
carreiam para a praia as águas difusas
[poluídas] com dejetos gerados pelo esgoto não
coletado, a exemplo das áreas irregulares com
lançamento de esgoto em cursos d’água, que
aumentaram junto com o crescimento
populacional da ilha —de 15 mil para 40 mil
pessoas, nos últimos 15 anos.
Mesmo o esgoto coletado não recebe o
tratamento indicado, consequência direta do
saneamento deficiente do arquipélago. No
balneário, os rejeitos passam apenas pela
primeira de três fases de tratamento e retira
somente os resíduos sólidos mais grosseiros,
como fraldas e absorventes.
O restante recebe cloro e é jogado na água do
mar por emissário submarino localizado a cerca
de 800 metros da praia de Itaquanduba, no
norte da ilha.
Ela ocupa o segundo lugar no ranking de praias
que passaram mais tempo impróprias para
banho em 2018, e foi reprovada em 46% das
análises feitas pela Cetesb.
Em 2017, o órgão estadual contabilizou apenas
uma praia em Ilhabela que passou de 25 a 50%
do ano com bandeira vermelha. No ano
passado, a medição apontou quatro praias
nessa situação: Itaquanduba, Itaguaçu,
Perequê, Ilha das Cabras e Portinho.
No total, mais de metade das praias de Ilhabela
foi considerada imprópria para o banho ao
longo de quatro semanas em 2018, distribuídas
nos meses de fevereiro, novembro e a lista
aumentou agora, entre dezembro e janeiro,
períodos que coincidem com o aumento da
população devido a chegada dos turistas, que
"também contribui negativamente nas
condições de balneabilidade", segundo nota da
Cetesb.
De acordo com a Prefeitura de Ilhabela, sob
gestão de Márcio Tenório (MDB), faz 20 anos
que as bandeiras vermelhas se multiplicam
neste período e "não é justo atribuir a falta de
atenção com o saneamento e o abastecimento
ao aumento de turistas".
A gestão municipal diz estar construindo novas
Estações de Tratamento (ETE) de esgoto, e que
aguarda o licenciamento da Cetesb para
construção de uma adutora —tubulação que
alimentará de água do norte ao sul do
arquipélago.
A prefeitura diz ainda que "recentemente
obteve o compromisso do ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, da secretaria
estadual, Sabesp e Cetesb, para agilizar
todos os projetos e investimentos voltados à
universalização do saneamento na cidade".
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019
/01/todas-as-praias-de-ilhabela-estao-com-
aguas-poluidas.shtml
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6
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Jornal Notícias de Cananéia
Data: 31/01/2019
Prefeitura de Cajati se reúne com
mineradora para reforçar as ações de segurança nas barragens na cidade
Nessa segunda-feira, 28 de janeiro, a Prefeitura
de Cajati convocou uma reunião com
representantes da Mosaic Fertilizantes para
reforçar a importância dos controles de
segurança nas barragens do município.
'Ressaltamos que essas medidas são
fundamentais para assegurar a tranquilidade
dos nossos moradores, que se sentem
inseguros após o rompimento da barragem da
mineradora Vale, em Brumadinho (MG), na
última sexta-feira, 25 de janeiro', salienta o
prefeito de Cajati, Vavá Cordeiro.
A Prefeitura de Cajati também adiantou uma
solicitação de fiscalização da atividade da
empresa para a Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (CETESB) e uma
inspeção nas barragens à Agência Nacional de
Mineração (ANM). No período da noite, o
prefeito Vavá Cordeiro ainda acompanhou a
reunião que a Mosaic Fertilizantes fez com a
comunidade que vive ao redor das barragens
para explicar a situação desses locais e
apresentar as ações de segurança. Situação
das Barragens As quatro barragens de Cajati
estão incluídas no Plano Nacional de Segurança
de Barragens (PNSB), na listagem da Agência
Nacional de Mineração (ANM) e são
administradas pela Mosaic Fertilizantes desde
janeiro de 2018. São elas: um depósito de
calcário sólido, uma barragem de calcário com
baixo volume de água, uma barragem de
rejeito do beneficiamento mineral e uma
barragem de água.
De acordo com a Mosaic Fertilizantes, o
material armazenado é basicamente calcário,
resultante do beneficiamento de fosfato. Todas
têm declaração de estabilidade e passam por
inspeções quinzenais. Os controles são
auditados por empresas especializadas de
engenharia e acompanhadas pelos órgãos de
fiscalização competentes. As barragens,
segundo a empresa, apresentam categoria de
risco baixo e Dano Potencial Associado (DPA)
alto. 'A classificação é definida por vários
critérios. Não é apenas o volume que define o
nível de risco, é necessário considerar também
o método construtivo, material armazenado,
altura do barramento, bem como as medidas de
manutenção e segurança que a empresa adota
para definir esses níveis. Quanto melhores
forem as ações de segurança e manutenção,
menores os riscos, mesmo que tenham um alto
potencial de dano', explica gerente geral do
complexo minero químico de Cajati, Juliano
Rezende.
O gerente informou que a última inspeção nas
barragens em Cajati foi em 26 de janeiro deste
ano. 'O histórico de controle é estável e, nessa
última verificação, não foram identificadas
anomalias que coloquem em risco a
estabilidade desses locais', afirma. O GRAC e as
ações para 2019 Desde 2018, existe em Cajati
o Grupo de Ações Coordenadas (GRAC), que faz
reuniões periódicas para planejar ações de
emergência para a população. Para este ano,
está prevista a instalação de um sistema sonoro
de alerta pela Mosaic Fertilizantes e a realização
de treinamentos e simulados com a
comunidade. Os integrantes do GRAC são:
Prefeitura de Cajati, Defesa Civil, Polícia Militar,
Polícia Rodoviária Federal, CETESB, Corpo de
Bombeiros, Polícia Ambiental, SABESP, Elektro,
Polícia Civil, entre outros.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=17729056&e=577
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7
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Tribuna Liberal
Data: 31/01/2019
Monte Mor solicita avaliação de
barragem de baixo risco
Apesar de não ser considerada de alto ou médio
risco pela ANA (Agência Nacional de Águas) ou
pela ANM (Agência Nacional de Mineração),
uma barragem de pequeno porte, com cerca de
8 metros de profundidade e situada em uma
mineração de areia e argila em Monte Mor tem
preocupado moradores e autoridades da
cidade. Segundo a Prefeitura, em função dos
acontecimentos recentes, e 'mesmo não
havendo riscos imediatos, serão encaminhados
ofí cios aos órgãos fiscalizadores estaduais e
federais solicitando novas vistorias no local'.
Em nota, a Prefeitura confirmou que a
Secretaria Municipal de Obras vistoriou na
quarta-feira (30) as barragens da empresa TBK
Mineração, que estão localizadas entre os
bairros São Sebastião e Par que Residencial São
Clemente. 'Além da vistoria a Prefeitura
encaminhará ofícios junto a Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, Cetesb
(Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo) e para a Agência Nacional de Águas
para que as barragens sejam fiscalizadas',
adiantou.
Durante a visita nas barragens o secretário
municipal de Obras, Vilson Amaral, destacou
que a empresa realiza a extração de areia e o
resíduo encaminhado para as barragens é
formado apenas por argila.
'As barragens de Monte Mor são totalmente
diferentes daquela que se rompeu na cidade de
Brumadinho. Lá em Minas Gerais a barragem
recebe rejeitos da mineração que extrai o ferro
e manganês. O rejeito é altamente perigoso e
pode contaminar o meio ambiente. Aqui em
Monte Mor a areia bruta passa por um processo
de separação. Eles aproveitam a areia e
rejeitam apenas a argila. Nessas barragens a
argila seca em camadas. Ou seja, não é uma
barragem de liquido. Por conta disso as últimas
vistorias realizadas colocam o local como risco
baixo', explicou o secretário.
Os locais que recebem a argila ficam com uma
camada fina de água, o que para leigos pode
dar a falsa impressão de se tratar de uma
grande lagoa. 'A profundidade chega a 8
metros, só que são praticamente 8 metros de
argila. Em determinadas épocas do ano a
barragem fica completamente seca', disse o
secretário.
Os ofí cios aos órgãos federais e estaduais de
fiscalização serão encaminhados mesmo diante
do resultado da vistoria. 'Atestamos para a
comunidade que as barragens não representam
riscos, mas indicaremos as fiscalizações para
reforçar ainda mais a nossa análise.
Destacamos que a empresa mantém todos os
documentos, inclusive de vistoria em dia e, face
ao desastre de Brumadinho é compreensivo
que a população fique preocupada e é por isso
que estamos agindo neste sentido para
tranquilizar os moradores', finalizou Vilson.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=17747528&e=577
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8
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Metro Jornal
Data: 31/01/2019
Barragem da década de 1920 entre
São Bernardo e Cubatão passa por vistoria
Longe do interesse das mineradoras, a Grande
São Paulo também conta com barragens
capazes de dizimar cidades. É o caso da
barragem Rio das Pedras, na divisa entre São
Bernardo e Cubatão, construída na década de
1920. A estrutura, administrada pela Emae
(Empresa Metropolitana de Águas e
Energia S.A.), recebeu ontem vistoria da
Defesa Civil e prefeitos das duas cidades. Ela é
responsável por represar a água para formação
da Billings, que abastece 1,6 milhão de
pessoas. Rio das Pedras é parte também do
complexo Usina Hidrelétrica Henry Borden.
O sistema é formado por outras quatro
barragens. Mas, de acordo com o prefeito de
São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), a Rio
das Pedras é a que demanda mais atenção.
“Traz preocupação porque, se essa barragem
rompesse, acabaria com toda a cidade de
Cubatão. Para São Bernardo, haveria o
problema de ficar sem água. Estamos
acompanhando a tragédia de Brumadinho (MG)
e por isso nos trouxe essa preocupação.”
O prefeito de Cubatão, Ademário Oliveira
(PSDB), afirma que projeções da década de
1980 indicavam que o rompimento levaria água
até o Gonzaga, em Santos. “A estrutura é
antiga. Temos ciência da segurança dela, é uma
muralha. Mas só especialistas para ter um
laudo preciso.”
A análise preliminar da Defesa Civil de São
Bernardo não encontrou sinais de risco na
barragem. O diretor do órgão, Marcos Cayres,
contou que foi acionado no ano passado pela
Emae, que solicitou laudo para acelerar o
processo de supressão de mata que crescia na
base da barragem. “A vegetação atrapalhava o
acesso dos fiscais”, diz ele.
Os prefeitos solicitaram à Emae laudos que
comprovem a segurança no local. Ademário
Oliveira afirma que cobrará também plano de
emergência para Cubatão,. “Vamos citar isso
no relatório, é muito importante ter um plano.”
A Emae foi procurada pela reportagem, mas
não se pronunciou até a conclusão desta
reportagem.
https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/0
1/31/barragem-sao-bernardo-cubatao-
vistoria.html
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9
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: G1 – Mogi das Cruzes e Suzano
Data: 30/01/2019
Mogi tem 16 barragens de minério;
três delas estão inscritas na Política Nacional Sobre Barragem
Três das 16 barragens de rejeito de minério de
Mogi das Cruzes estão inscritas no Plano
Nacional Sobre Barragem (PNBS), porque
apresentam níveis médio ou alto para o poder
de destruição em caso de um rompimento. O
plano tem por objetivo manter a segurança
desses locais a fim de reduzir a possibilidade de
acidente.
Duas delas estão situadas no bairro da Pedreira
e exploram granito. A possibilidade de um
rompimento delas, segundo relatório publicado
em 23 de janeiro pela Agência Nacional de
Mineração (ANM), é baixa, mas o poder de
destruição, classificado como dano potencial
associado, é alto.
Uma delas tem 27,36 metros de altura e 375
mil m³ de volume atual armazenado, enquanto
a outra mede 9,64 metros de altura e tem
154.433 mil m³ armazenados.
Já a terceira explora argila arenosa no distrito
do Taboão. Ela tem 12 metros de altura e
armazena quase 332 mil m³ de material. Tanto
a categoria de risco quanto o dano associado
são médios.
Em nota, a Empresa de Minério JBS,
responsável por esta terceira unidade,
informou que a barragem JBS1 tem por
finalidade a disposição de rejeitos provenientes
da produção de areia e é composta por argila e
silte, materiais inertes. A estrutura, segundo a
empresa, encontra-se em fase final de
operação e será desativada em breve. Ela foi
construída pelo método de alteamento em linha
de centro.
"A empresa realiza inspeções de campo
quinzenais, todas reportadas à ANM, além de
acompanhamento topográfico mensal. Para
tanto, a empresa conta com profissionais
qualificados para este tipo de serviço. A última
vistoria feita pela ANM foi no segundo semestre
de 2018. Não sabemos informar a periodicidade
das vistorias, são aleatórias e sem comunicação
prévia", destacou a nota enviada ao G1.
A mineradora informou ainda que, além de
programar a desativação da mesma, a empresa
promoveu, no final de 2018, estudos de
estabilidade da barragem que envolveram
levantamentos topográficos e
aerofotogramétricos de detalhe, entre outras
ações incluindo novo projeto de drenagem para
evitar “surpresas” nas épocas chuvosas.
O G1 questionou e espera contato da
mineradora responsável pelas barragens da
Pedreira.
As outras 13 não estão na PNSB porque não
apresentam os seguintes requisitos:
Altura do maciço, contada do ponto mais
baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15
metros;
Capacidade total do reservatório maior ou
igual a 3 milhões de m³;
Reservatório que contenha resíduos
perigosos conforme normas técnicas aplicáveis;
Categoria de dano potencial associado,
médio ou alto, em termos econômicos, sociais,
ambientais ou de perda de vidas humanas.
Em consulta via telefone, o assessor da Agência
Nacional de Mineração (ANM) informou que as
informações referentes às barragens de Mogi
que não estão inscritas no PNSB deveriam ser
solicitadas ao Governo do Estado, já que o
órgão federal fiscaliza apenas as que fazem
parte do plano.
No entanto, em entrevista via telefone ao G1, o
professor de engenharia geotécnica da PUC-
Rio, Alberto Sayão, disse que toda a barragem
de mineração deve ser fiscalizada pela ANM. A
reportagem voltou a questionar a ANM sobre as
demais barragens, mas não recebeu retorno
até o fechamento desta matéria.
O Departamento de Águas e Energia
Elétrica (Daee) esclareceu também que não
atua na área das barragens de mineradoras ou
rejeitos, o órgão do Estado dá outorga para
usos múltiplos da água, para abastecimento ou
irrigação, ou para obras de interferência em
cursos d'água, como canalização,
desassoreamento, barragens de usos múltiplos
da água, construção de uma ponte etc.
A Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb) lembrou que não há no Estado
jazidas de minério de ferro para extração. Por
isso, não há represas de rejeitos com as
10
Grupo de Comunicação e Marketing
características da barragem da Mina do Feijão,
em Brumadinho.
"Além disso, a Cetesb não licencia as barragens
de mineração, mas a atividade industrial de
mineração. Ao Estado compete a regulação
ambiental das atividades, e aos municípios a
autorização para o exercício local dessas
atividades", destacou a nota.
O professor Alberto Sayão é um dos principais
especialistas em barragens do país. Nesta
terça-feira (29), quando conversou com o G1,
ele participava de um workshop sobre as
condições de segurança das barragens da
Bahia. O evento era em Salvador e foi
agendado em dezembro, antes do rompimento
da barragem de Brumadinho. Nesta quarta, a
tragédia já somava mais de 80 mortos.
Na ocasião, segundo Sayão, foi pontuada a
série de acidentes que ocorrem não só no Brasil
com barragens construídas no método de
alteamento a montante, que é um dos que
apresenta menor custo.
"Não há como dizer que a partir de amanhã não
pode mais existir este tipo de barragem. Isso
inviabilizaria o serviço já existente em diversos
pontos e causaria inúmeros problemas,
sobretudo às cidades que vivem da mineração.
O que se deve fazer é buscar alternativas que
reforcem a segurança dessas estruturas",
pontuou.
Depois do acidente em Brumadinho, porém, a
Vale informou que vai fazer o
descomissionamento das barragens feitas com
este método. Na prática, isso quer dizer que a
empresa pretende "acabar" com as barragens
desse tipo.
Segundo o professor, um estudo mostra que a
maior parte dos acidentes com barragens deste
tipo acontece porque dá problema no sistema
de drenagem da água. "Uma alternativa é
tentar usar um menor volume de água
descartada no rejeito", destacou.
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-
suzano/noticia/2019/01/30/mogi-tem-16-
barragens-de-minerio-tres-delas-estao-
inscritas-na-politica-nacional-sobre-
barragem.ghtml
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11
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: G1 – Vale do Paraiba
Data: 30/01/2019
Ilhabela tem todas praias monitoradas classificadas como impróprias para banho
Ilhabela, um dos principais destinos turísticos
de verão do litoral paulista, está com todas as
praias monitoradas classificadas como
impróprias para banho. O balanço foi divulgado
na quarta-feira (30) pela Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb). As 19 praias monitoradas estão
sinalizadas com bandeira vermelha.
De acordo com a Cetesb, a piora nas condições
de balneabilidade das praias no arquipélago
está associada às chuvas intensas desde
novembro até agora. Com a chuva, são levados
para o mar o esgoto não coletado e detritos
jogados no solo e que são arrastados para o
mar.
Além disso, a companhia apontou que a
ocupação em áreas irregulares, com
consequente lançamento irregular de esgoto
em cursos d’água, também contribui para a
poluição marinha.
Com menos da metade do esgoto produzido no
município coletado, o lançamento de resíduos
no mar é agravado durante a temporada pela
'população flutuante'. "No verão, o aumento da
população flutuante [turistas] também
contribui negativamente nas condições de
balneabilidade", disse a Cetesb em nota. A
prefeitura contesta a justificativa. (leia abaixo)
A cidade tem cerca de 40 mil habitantes, mas
no réveillon, por exemplo, recebeu cerca de
140 mil turistas. Na primeira semana de
janeiro, 18 das 19 praias monitoradas, também
já tinham sido classificadas como impróprias.
A prefeitura reconheceu em nota que tem um
problema de saneamento, agravado, segundo o
atual governo, pela falta de investimentos no
setor nos últimos 20 anos. A Sabesp opera na
cidade com um contrato precário desde 1976,
sem um acordo formal.
A administração municipal contesta, no
entanto, o argumento da Cetesb, sobre a
contribuição negativa da 'população flutuante'
na balneabilidade.
"O problema de saneamento de Ilhabela não é
culpa dos turistas. Não é justo atribuir a falta
de atenção com o saneamento ao aumento de
turistas. Eles não moram na cidade 365 dias,
nem tão pouco contribuem efetivamente para o
crescimento populacional - de 15 mil para 40
mil pessoas nos últimos 15 anos - e,
consequentemente, com o aumento das
residências, que exige ampliação dos sistemas
de redes de água e esgoto", disse o governo. A
prefeitura acredita que, mesmo que não
recebesse turistas, a situação seria a mesma.
Sobre as medidas para resolver o problema, a
prefeitura disse que montou uma comissão
para fiscalizar, monitorar e tomar todas as
medidas legais para coibir lançamentos
clandestinos de esgotos, principalmente em
locais onde não exista ainda sistema público de
coleta e tratamento. De acordo com a lei, a
disposição de esgoto nestes locais é de
responsabilidade dos proprietários.
"Outras ações a médio e longo prazo estão em
andamento para regularização fundiária e
implantação de redes de coleta, elevatórias e
cinco estações de tratamento de esgotos",
disse a prefeitura.
O governo disse que, desde 2017, 10% dos
royalties que recebe do petróleo estão
reservados para obras de saneamento, e que
aprovou um orçamento anual superior a R$ 41
milhões para a área e que teve a iniciativa de
propor à Sabesp fixar para seis anos o prazo de
universalização do tratamento de esgoto.
"Estão em andamento obras, projetos e
licenciamento ambientais, como: construção de
quatro Estações de Tratamento (ETE), sendo
três unidades nos bairros da Feiticeira (já
licenciada), Praia Grande e Siriúba e a ETE do
Itaquanduba", disse a nota enviada pela
assessoria de imprensa de Ilhabela ao G1.
Em nota sobre o saneamento em Ilhabela, a
Sabesp disse, na última semana, que está em
fase de tratativas para investimentos na
cidade. Informou ainda que há 8% de ligações
que podem ser feitas em áreas que precisam de
licença ambiental ou regularização fundiária.
A prefeitura diz que há um projeto de
regularização em andamento e que, com o
apoio do Ministério Público, pretende congelar
a expansão ilegal e regularizar a moradia de
pelo menos 4 mil pessoas na cidade – hoje 6
mil moram em áreas consideradas irregulares.
12
Grupo de Comunicação e Marketing
Além das 19 praias monitoradas em Ilhabela, o
relatório da Cetesb aponta que outras 20 estão
sem condições para banho no Litoral Norte de
São Paulo.
Em São Sebastião, dez praias estão
classificadas como impróprias para banho: São
Francisco, Pontal da Cruz, Porto Grande,
Arrastão, Deserta, Preta do Norte, Saí, Una e
Boracéia (em dois trechos).
Já em Ubatuba, são oito praias sem condições
adequadas para banho: Picinguaba, Félix,
Perequê-Açu, Perequê-mirim, Lázaro,
Toninhas, Iperoig e Itaguá (em dois pontos).
Em Caraguatatuba, estão com bandeira
vermelha as praias Indaiá e Prainha.
https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-
regiao/noticia/2019/01/31/ilhabela-tem-todas-
praias-monitoradas-classificadas-como-
improprias-para-banho.ghtml
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13
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Costa Norte
Data: 30/01/2019
Ilhabela cobra melhorias no
fornecimento de energia
Os problemas enfrentados com o serviço de
distribuição de energia elétrica em Ilhabela
foram apresentadas pelo prefeito Márcio
Tenório a diretores da Elektro em reunião na
terça-feira, 29. No encontro, foram cobradas
melhorias no serviço público que, de acordo
com o Procon, bateu recordes de reclamações
devido as interrupções no fornecimento, no
período de dezembro de 2018 a janeiro de
2019.
Na reunião, realizada no Paço Municipal, o
prefeito reiterou cobranças anteriores e
destacou que a cidade vive uma situação
deficitária nessa área, que se agrava
principalmente nesse período de alta
temporada, quando o número populacional
cresce de 40 mil para até 400 mil. Conforme
salientado pela prefeitura, somente no
Réveillon a cidade recebeu 120 mil pessoas.
Tenório destacou que o sistema de
abastecimento de água também necessita de
energia para produzir e distribuir água tratada
pela Sabesp às regiões altas do arquipélago.
Disse ele: “Essa situação prejudica também o
sistema de saneamento existente. As
constantes interrupções no fornecimento de
energia exigiram que fossem disponibilizados
geradores nas Estações Elevatórias de Esgotos,
a fim de evitar a interrupção do funcionamento
dos conjuntos moto-bombas”.
Para que o problema seja solucionado com
efetividade, o chefe do Executivo cobrou a
modernização das técnicas, dos equipamentos
e das instalações, bem como a melhoria e
expansão dos serviços para ampliação da
capacidade da rede de energia elétrica,
intensificação e contínuo serviço de podas da
vegetação existente nas proximidades das
redes nas vias públicas e adequação das
demandas de consumo sazonais à energia
ofertada. Todas essas reivindicações constam
em ofício entregue pelo prefeito à Elektro.
O gerente de Relações Institucionais da Elektro,
Milton Pontes, prometeu intensificar as práticas
de atendimento, aumentar o número de
funcionários e fazer um investimento de R$ 1
milhão, em 2019. Já o gerente de Distribuição,
Ivan Toledo, disse que os investimentos
começaram, com a aquisição de um veículo
novo, no valor de R$ 380 mil, para fazer podas
de vegetação nos locais críticos.
Além do prefeito e dos gerentes da empresa,
estiveram presentes à reunião: os vereadores
Gabriel Rocha e Thiago Souza, o gerente da
Sabesp na Ilha, José de Oliveira Paulo, o
secretário de Planejamento Urbano, Obras e
Habitação, Rogério De Lucca, o advogado geral
do Município, Vinícius Julião, e o consultor em
saneamento, Marcus Pineda.
http://d.costanorte.com.br/geral/26618/ilhabe
la-cobra-melhorias-no-fornecimento-de-
energia
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14
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Todo Dia
Data: 31/01/2019
Cetesb e CPFL negam água
contaminada na represa
DENÚNCIA VIRAL NAS REDES, SOBRE
"VENENO EXPERIMENTAL", NÃO PROCEDE,
SEGUNDO EMPRESAS
Beatriz Costa
A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo) concluiu as análises da água
coletada durante vistoria Represa de Salto
Grande, em Americana, na última semana de
dezembro, quando houve mortandade de
peixes no reservatório.
A companhia estatal informou ontem que não
identificou a presença de qualquer substância
contaminante na água.
Também a CPFL Renováveis, responsável pela
central hidroelétrica composta pela represa,
negou ontem que tenha usado métodos
químicos para a retirada dos aguapés que
tomam boa parte do reservatório.
A informação de ambas as empresas, portanto,
nega a veracidade de uma denúncia que
viralizou em Americana nos últimos dias via
redes sociais, na qual um texto de autoria
desconhecida faz um 'alerta' aos moradores de
que as 'Praias Azul e dos Namorados cheiram a
morte'.
Segundo o relato, espalhado via Facebook e
WhatsApp, as 'autoridades' estariam
empenhadas em esconder a 'verdadeira
situação' da represa, que teria a água
contaminada por um 'veneno experimental'
desenvolvido para exterminar aguapés e que
estaria, também, levando os peixes à morte e
causando o mau odor.
O texto destaca ainda que a população estaria
'consumindo água envenenada' e, em tom
alarmista, relata que 'a situação já fugiu do
controle'.
FAKE NEWS
Para o fundador da Associação Barco Escola da
Natureza, João Carlos Pinto, que sempre circula
pela represa, o material divulgado não traz um
retrato fiel da situação do reservatório.
'Não é real o que está ali. Claro que a situação
é preocupante, mas isso é fake news. Nesta
semana (o cheiro) está até bom, por incrível
que pareça, ainda mais depois das chuvas',
afirmou ele ontem.
A última inspeção dos técnicos da Cetesb nas
águas do Salto Grande ocorreu em 26 de
dezembro. De lá para cá, a companhia não
recebeu mais relatos de morte de animais.
Fontes emissoras de poluentes também não
foram identificadas pelo órgão estadual. Apesar
disso, a Cetesb segue recomendando que as
pessoas não entrem em contato nem
consumam a água da represa.
O diretor do DAE (Departamento de Água e
Esgoto) de Americana, Carlos Zappia, informou
à época que técnicos da autarquia realizam
análises qualitativas e operacionais da água do
Rio Piracicaba, que abastece a população de
Americana.
'Se houver qualquer alteração na qualidade,
nós vamos ser os primeiros a paralisar o
processo ou a achar uma solução química ou
bioquímica', disse.
Ontem, por meio de assessoria de Imprensa, o
departamento reiterou que garante a qualidade
da água captada e distribuída à população.
37 CAMINHÕES DE AGUAPÉ/DIA
A retomada da remoção mecânica dos aguapés
da Represa de Salto Grande completou um mês
no último domingo. O serviço havia sido
paralisado em janeiro de 2017 para a realização
de estudos sobre o comportamento e ciclo de
vida das plantas aquáticas no reservatório em
Americana. A análise deve ser concluída até o
fim de janeiro e, em seguida, apresentada à
sociedade.
Nos primeiros 15 dias de reinício do trabalho de
remoção mecânica das plantas, foram retirados
do reservatório em média 37 caminhões de
aguapés por dia - o que corresponde a quase
dois hectares de Macrófitas removidos
diariamente, segundo a CPFL.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=17755285&e=577
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Data: 31/01/2019
15
Grupo de Comunicação e Marketing
VEÍCULOS DIVERSOS
Veículo: O Globo
Editorial O Globo: Desastre revela controle ineficaz de barragens
É positiva decisão da Vale de esvaziar
reservatórios construídos com método
semelhante ao de Brumadinho
Quatro dias após o rompimento da Barragem
da Mina do Feijão, que já deixou 99 mortos e
quase 260 desaparecidos, a Vale anunciou que,
em até três anos, acabará com todos os
reservatórios de rejeitos de mineração
construídos pelo mesmo método do de
Brumadinho (alteamento a montante),
considerado inseguro e banido de países como
o Chile. Desde o desastre de Mariana, em 2015,
nove já foram esvaziados, restando ainda dez.
Embora o processo estivesse em andamento, a
decisão de acelerá-lo é fundamental para
preservar a segurança junto a essas represas.
Medida acertada, sem dúvida. Mas é apenas
parte do problema. Após a tragédia de
Brumadinho, é certo que políticas de
segurança, sistemas de fiscalização e planos de
contingência foram todos soterrados pela
enxurrada de lama que vazou sexta-feira.
Parece evidente que o monitoramento dessas
estruturas é tão frágil quanto as próprias.
A barragem do Feijão era classificada, nos
relatórios da Agência Nacional de Mineração
(ANM) como “de baixo risco” e “alto dano
potencial”. Significa que a probabilidade de
rompimento era pequena, mas, se ele
acontecesse, a destruição seria grande. A
segunda parte ficou comprovada. Mas, a esta
altura, pergunta-ses e era mesmo debaixo
risco. Na terça-feira, apolíci aprendeu
funcionários da Vale e engenhei rosque
atestaram a segurança da barragem.
Investigadores apuram se houve negligência na
elaboração dos laudos.
Independentemente da exatidão desses
diagnósticos, o cadastro da ANM mostra que
existem 175 barragens de mineração
classificadas da mesma for maque ade
Brumadinho. E há situações ainda mais graves.
Pelo menos dois reservatórios de rejeitos de
minério de ouro em Rio Acima (MG), nos
arredores de Belo Horizonte, têm o nível de
alerta máximo (risco e dano potencial altos).
Duas bombas-relógio.
A situação evidentemente preocupa porque, em
caso de rompimento, essas estruturas se
tornam extremamente letais. Daí a importância
dos planos de contingência para retirada da
população vulnerável. Mas eles também
parecem ter sucumbido na maré de negligência
em Brumadinho. Sobreviventes relatam que as
sirenes não soaram.
Ao menos agora, parece haver um consenso
sobre a urgência de se mudarem todos esses
procedimentos. Na terça-feira, o governo
federal anunciou um conjunto de medidas
nessa área. Uma delas, a fiscalização de 3.386
barragens com alto potencial de danos — o país
tem quase 24 mil reservatórios.
De fato, o momento exige respostas à altura.
Mas o passado assombra. Depois do desastre
de Mariana, que matou 19 pessoas e deixou um
rastro de destruição sem precedentes, muito se
anunciou, e pouco se fez. Apenas 3% das
barragens foram vistoriadas. E os projetos que
tramitavam na Câmara e no Senado, com
objetivo de tornara legislação mais rigorosa,
não avançaram.
Se depois de Mariana já não havia margem
para erros, agora existe menos ainda. Ou se
aumenta, de uma vez por todas, o controle
sobre a segurança de barragens, ou a próxima
tragédia será apenas uma questão de tempo.
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Data: 31/01/2019
16
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Rádio CBN SP
Moradores não são informados sobre barragem de alto risco na Zona Norte
de SP
Classificação foi determinada depois de
fiscalização apontar inconsistências nos planos
de segurança e de emergência. Quem mora na
região do Perus, na capital, está preocupado e
alega nunca ter recebido informações sobre
como agir em caso de acidente.
Moradores que vivem em Perus, na Zona Norte
de São Paulo, não têm acesso aos protocolos de
emergência em caso de acidentes em duas
barragens classificadas como de alto potencial
de danos.
A Barragem de Clarificação contém rejeitos da
extração do mineral feldspato. Embora tenha
25 metros de altura, quem vive lá perto não
sabia nem mesmo da existência da estrutura. A
doméstica Joadi Costa Santos mora a menos de
um quilômetro da entrada da área de extração
e disse nunca ter recebido qualquer orientação.
- Até onde eu sei, por aqui, nunca
(informaram).
- Vocês sabiam que existe uma barragem aqui
perto?
- Não, tô sabendo agora.
A fiscal de caixa Rosália Alípio estranhou nunca
ter recebido, em mais de dez anos, nenhuma
informação sobre como agir em caso de
acidente.
- Não, a gente nunca recebeu nenhuma
informação.
- Te preocupa?
- Pelo que a gente está vendo na televisão o
que está acontecendo, sim. Mas eu, por ser
moradora daqui, eu nem sabia que aqui existia
uma barragem.
A cerca de dois quilômetros dali está a
barragem da Pedreira de Juruaçu, que explora
granito, areia e argila. A pedreira está do outro
lado da rua de uma área residencial, onde a
comerciante Rosa Santiago mora há mais de
vinte anos.
"Depois dessa tragédia todo mundo agora fica
preocupadíssimo. Se acontecer qualquer coisa,
ninguém sabe de nada, o que fazer. E sempre
convivendo com a barragem aqui do lado",
contou a moradora.
A preocupação é a mesma do comerciante José
Francisco.
- Orientação da empresa, sirene, o que falar, o
que fazer conosco, até agora ninguém sabe de
nada disso. Então, se por acaso for um negócio
grande aí, se estourar de uma vez, vai vir muita
água pra cá.
- E é pertinho, uns quinhentos metros?
- É, atravessa a avenida aqui. Do outro lado
desse barranco aqui.
As duas barragens estão a cerca de quatro
quilômetros do Parque Estadual da Cantareira,
uma das maiores áreas de mata tropical nativa
do mundo.
Em outubro de 2017, uma fiscalização do antigo
Departamento Nacional de Produção Mineral,
hoje Agência Nacional de Mineração, resultou
na alteração de baixo para alto o dano potencial
na Barragem de Clarificação e de baixo para
médio o risco de segurança da estrutura.
A fiscalização era um pedido do Ministério
Público Federal e só foi feita depois de uma
liminar da Justiça.
Na época, foram identificadas 14
inconsistências entre o Plano de Segurança e os
dados colhidos pelos fiscais. A empresa não
havia informado, por exemplo, que o próprio
escritório está localizado em terreno
possivelmente afetado em caso de ruptura.
Outra inconsistência foi a ocorrência de
vazamentos no sistema de drenagem que
poderiam causar um rompimento. Ainda assim,
a ANM disse que o plano atendia às
recomendações legais.
Já o relatório de vistoria da outra barragem, a
Pedreira de Juruaçu, também em Perus,
apontou quatro exigências adicionais e concluiu
que a operação poderia ser considerada segura.
Mas ela oferecia potencial alto de dano por
estar em meio à natureza e perto de casas.
Nenhuma das barragens tinha um mapa de
inundação, considerado fundamental para uma
avaliação detalhada.
O estado de São Paulo tem 96 barramentos
enquadrados como de risco alto ou com dano
potencial associado alto. O governo federal
quer que as estruturas tenham a fiscalização
imediata priorizada. A Agência Nacional de
Mineração foi procurada pela reportagem, para
Data: 31/01/2019
17
Grupo de Comunicação e Marketing
responder sobre quando essas novas inspeções
devem ser feitas, mas não respondeu aos
contatos.
A reportagem fez contatos e aguarda
posicionamentos da Territorial São Paulo
Mineração Limitada, responsável pela
Barragem de Clarificação e da Embu S. A
Engenharia e Comércio, responsável pela
Barragem Pedreira de Juruaçu.
https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio
/242696/moradores-nao-sabem-da-
existencia-de-barragem-de-a.htm
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Data: 31/01/2019
18
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: O Globo
O IMPACTO DA TRAGÉDIA
Produção menor da Vale afetará desempenho
da economia, preço do minério e siderúrgicas
“O preço maior do minério vai elevar o custo
para as siderúrgicas não só no Brasil como no
mundo todo” _ Felipe Beraldi, especialista em
mineração da Tendências
A redução da produção de minério de ferro,
com a decisão da Vale de paralisar a extração
em minas onde estão barragens a montante
que serão desativadas, afetará a arrecadação
de municípios e do estado de Minas Gerais,
atingindo o desempenho da balança comercial
brasileira. Também elevará os preços da
commodity no mercado internacional, fazendo
subir os custos da siderurgia em todo o mundo.
Minas, que já vive grave crise fiscal, vai perder
cerca de R $220 milhões ao ano de tributos
estaduais da mineração, além de R$ 79 milhões
em royalties. Especialistas avaliam que a Vale
terá perdas de receita entre US$ 3 bilhões e
US$ 3,5 bilhões ao ano. Atragédia em
Brumadinho, como rompimento da barragem
na mina Córrego do Feijão, em Minas Gerais,
deverá ter impacto negativo na economia
brasileira e repercussão nos preços no mercado
internacional. A decisão da Vale de fechar 19
barragens com técnica amontante, ames made
Brumadinho, o que significa suspendera
produção no local, vai reduzira produção em 40
milhões de toneladas. Os desdobramentos
docas o devem afetara arrecadação de
municípios e do estado de Minas, o
desempenho da indústria extrativa, elevar
preços do minério de ferro no mercado
internacional, aumentar custos da siderurgia
global e impactara competitividade da própria
Vale, a maior produtora global de minério de
ferro.
A quedana produção da Vale afetará em cheio
Minas Gerais, que atravessa grave crise fiscal.
A suspensão das operações nas barragens vai
resultar em queda de 30% na arrecadação de
tributos estaduais do setor de mineração,
segundo a Secretaria de Estado de Fazenda de
Minas. O impacto anual deve ficar em torno de
R$ 220 milhões. O estado também deve ter
queda de R $79 milhões em royalties da
mineração. O cálculo não leva em consideração
os impactos indiretos da crise da mineradora no
estado.
— Essa paralisação vai prejudicar Minas Gerais,
em crise fiscal. E não é só por causa da
arrecadação menor, mas por toda a cadeia
produtiva que está no entorno da produção de
minério de ferro. O estado vai precisar de
socorro, assim como os municípios
dependentes — explicou Cláudio Frischtak,
economista da Inter.B Consultoria.
‘QUEREMOS NEGOCIAR’
O anúncio da Vale também preocupa
municípios mineiros que serão diretamente
afetados pelo descomissionamento das 19
barragens. Brumadinho, Itabirito, Nova Lima,
Congonhas e Ouro Preto temem ficar sem
receber os royalties pela exploração da
atividade, diz Waldir Salvador, consultor de
Assuntos Institucionais da Associação de
Municípios Mineradores de Minas Gerais e do
Brasil (Amig). Do total arrecadado com
royalties de minério de ferro, 75% são divididos
entre os municípios, 15% ficam com o estado e
10% com a União. Juntas, essas cinco cidades
receberam, em 2018, R$ 345 milhões, segundo
dados da Amig. Segundo o IBGE, 35 cidades no
país, das quais 15 ficam em Minas, são
economicamente dependentes da atividade
minerária.
—Onde há mineração, a diversificação da
atividade econômica é dificílima porque tudo
passa a se desenvolver para servi-la. Não
vamos aceitar ficar sem receber. Todas as
cidades fazem seu orçamento anual contando
com isso. Queremos negociar — diz Salvador,
que vai a Brasília na próxima semana para
buscar informações sobre o pagamento de
royalties junto ao Ministério de Minas e Energia
eà Agência Nacional de Mineração.
PREÇO DO MINÉRIO EM ALTA
Os efeitos não se restringem a questões fiscais.
Analistas já preveem impacto negativo nas
receitas da mineradora. A XP prevê recuo no
faturamento entre US$ 3 bilhões e US$ 3,5
bilhões por ano. A Vale ontem anunciou que vai
adiar a divulgação dos resultados do quarto
trimestre para o dia 27 de março.
Segundo Felipe Beraldi, especialista em
mineração da consultoria Tendências, a
redução na atividade da Vale vai se refletir na
queda da produção da indústria extrativa, que
representa 11% do resultado geral da indústria.
De janeiro a novembro do ano passado, o setor
Data: 31/01/2019
19
Grupo de Comunicação e Marketing
acumulava alta de 0,9%. Em Minas, o setor
representa um quarto da economia.
— A mineração terá impacto negativo no setor
em 2019. É difícil repor 40 milhões de toneladas
no curto prazo—destacou ele.
A tragédia envolvendo a Vale fez bancos e
consultorias reavaliarem o preço do minério
para 2019. Ontem, o preço da commodity
fechou em alta de 3,92%, para US $88,44 por
tonelada. A Tendências elevou a expectativa de
cotação, por tonelada, para o fim do ano de US$
60 para uma faixa entre US$ 65 e US$ 70. O
Goldman também aumentou as previsões para
os próximos 12 meses de US$ 60 para US$ 65.
Acurto prazo, par aos próximos três meses, o
preços ubiu de US $70 para US $80.
—O preço maior do minério vai elevar o custo
para as siderúrgicas não só no Brasil como em
todo o mundo —afirmou Beraldi.
Como o minério é um dos principais produtos
de exportação da balança comercial brasileira,
a Vale deve deixar de exportar US$ 2 bilhões
por ano, durante o período dedes
comissionamento das barragens, segundo o
presidente da Associação de Comércio Exterior
do Brasil (AEB), José Augusto de Castro:
— Não é bom para o Brasil porque já temos
previsão de um superávit comercial menor esse
ano, devido ao risco de quebra de safra da soja
e desaquecimento da demanda global. Com
esse movimento da Vale, o resultado deve ser
menor ainda.
Além disso, analistas apontam o risco de a Vale
perder o posto de maior exportadora global de
minério de ferro, uma vez que um salto nos
preços da commodity após o desastre poderia
levar compradores a buscar rivais, como Rio
Tinto e BHP, em busca de minério mais barato.
— Podem surgir outras ações coletivas além
das duas já protocoladas, nos EUA, e um
endurecimento do marco regulatório da
mineração. Isso tem potencial para aumentar o
custo da extração de minério para todo o setor
—disse Alvaro Bandeira, economista-chefe da
corretora Modalmais.
Já o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco
Polo, minimizou os efeitos da redução na
produção da Vale. Para ele, as empresas
siderúrgicas se verticalizaram e passaram a ter
suas próprias minas.
Procurada, a Vale não comentou se vai
continuar pagando royalties a outras cidades
afetadas, além de Brumadinho, para a qual a
companhia já anunciou que continuará a pagar.
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Data: 31/01/2019
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Veículo: O Globo
Petrobras fecha a venda de Pasadena, alvo da Lava-Jato, para Chevron
Depois de investir US$ 1,18 bilhão em refinaria
nos EUA, estatal consegue se desfazer do
negócio por US$ 562 milhões
OConselho de Administração da Petrobras
aprovou ontem a venda da refinaria de
Pasadena, nos Estados Unidos, para af rances
a Chevron por US$ 562 milhões, cerca de R $2
bilhões. Ova loré a metade doque a estatal
investiu narefinaria. Éo capítulo final de um dos
projetos mais polêmicos da estatal, alvo da
Operação Lava-Jato.
O negócio inclui todo o sistema de
infraestrutura, tanques com capacidade de
armazenamento de 5,1 milhões de barris de
petróleo e derivados, estoques associados e um
terminal marítimo, considerado o principal
atrativo por sua localiza çãovantajosa.
Aunidade tem capacidade de processar 110 mil
barris por dia.
IRREGULARIDADES
A venda de Pasadena é o desfecho de um
projeto cercado de irregularidades que
causaram um prejuízo milionário à estatal,
segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).
A Petrobras comprou, em 2006, uma fatia de
50% na refinaria da belga Astra Oil por US$ 360
milhões. O valor era bem superior ao pago, um
ano antes, pela Astra Oil para ficar com toda a
unidade: US$ 42,5 milhões. Os gastos com a
refinaria aumentariam anos depois, quando a
Petrobras se desentendeu com a Astra, e uma
decisão judicial a obrigou a comprar a
participação da sócia. No total, Pasadena
custou à Petrobras US$ 1,18 bilhão, cerca de
R$ 4,4 bilhões no câmbio de ontem.
O caso ganhou repercussão nacional porque a
compra foi realizada quando a ex-presidente
Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa
Civil, era presidente do Conselho da Petrobras.
O negócio fazia parte de uma estratégia da
Petrobras dese internacionalizar no mercado de
combustíveis, e Dilma disse ter dado o aval ao
negócio baseada em um resumo executivo
falho apresentado pelo ex-diretor Internacional
Nestor Cerveró, preso na Lava-Jato.
À Justiça, Cerveró disse que Dilma sabia de
todos os detalhes do negócio, que envolveu a
arrecadação de propina para políticos. Ela
sempre negou.
Em comunicado, a Petrobras informou que fez
o pagamento de US$ 682,6 milhões (cerca de
R$ 2,5 bilhões) para um fundo que investirá em
projetos anticorrupção, no âmbito de acordo
firmado com o Ministério Público Federal em
setembro de 2018. A cifra representa 80% do
valor do acordo firmado pela estatal com
autoridades dos EUA para cessar ações ligadas
ao esquema de corrupção revelado pela Lava-
Jato.
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Data: 31/01/2019
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Veículo: Reuters
MG perderá R$300 mi/ano com parada da Vale para desmontar barragens
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A suspensão das
operações pela Vale devido ao anunciado
desmonte de barragens a montante em Minas
Gerais tem potencial de complicar ainda mais a
situação financeira do Estado, que previu nesta
quarta-feira queda de cerca de 300 milhões de
reais na arrecadação anual com tributos de
mineração.
No caso de tributos estaduais do setor de
mineração, formado em sua maioria por ICMS,
o Estado calcula uma redução de 30 por cento,
ou o equivalente a 220 milhões de reais ao ano.
No caso do tributo federal, a CFEM, conhecida
como royalty da mineração, a redução anual do
montante que é encaminhado ao Estado deverá
ser de cerca de 79 milhões de reais.
Não foram calculados os impactos nas
arrecadações dos municípios, em função de
medidas da Vale após o desastre de
Brumadinho.
Na esteira do rompimento da barragem, a Vale
anunciou na véspera que aprovou
investimentos de 5 bilhões de reais para
descomissionar todas as 10 barragens a
montante da companhia em Minas, todas elas
já fora de operação.
Para acelerar o processo de
descomissionamento de barragens, medida que
prevê a retirada todo o rejeito de minério de
ferro e recuperação ambiental do local, a
companhia terá que parar temporariamente
produção de minério de ferro nas áreas
próximas das unidades situadas em Minas
Gerais.
As operações afetadas serão Abóboras, Vargem
Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no
complexo Vargem Grande, e as operações de
Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto
Bandeira, no complexo Paraopebas, incluindo
também a paralisação das plantas de
pelotização de Fábrica e Vargem Grande.
“As operações nas unidades paralisadas serão
retomadas à medida que forem concluídos os
descomissionamentos”, disse a empresa.
O design a montante custa cerca de metade de
outras barragens, mas apresenta maior risco de
segurança, porque suas paredes são
construídas sobre uma base de resíduos, em
vez de em material externo ou em terra firme.
Esse tipo de tecnologia era utilizado na
barragem da Vale em Brumadinho, que se
rompeu na semana passada, deixando dezenas
de mortos e quase 300 desaparecidos.
A estrutura, que continha 12 milhões de metros
cúbicos de rejeitos de minério de ferro,
despejou uma onda de lama que atingiu área
administrativa da Vale com refeitório, na hora
do almoço, além de rios e comunidades.
A tecnologia a montante também era utilizada
na barragem da Samarco (joint venture da Vale
com a BHP), que se rompeu em Mariana (MG)
em novembro de 2015 e matou 19 pessoas,
deixou centenas de desabrigados e poluiu o rio
Doce, no maior desastre ambiental do Brasil.
Segundo a Vale, o impacto estimado das
paralisações sobre a produção é da ordem de
40 milhões de toneladas de minério de ferro ao
ano, incluindo neste número o “pellet feed”
necessário para a produção de 11 milhões de
toneladas de pelotas, impacto este que será
parcialmente compensado com aumento de
produção em outros sistemas produtivos da
companhia.
IMPACTOS REGULATÓRIOS
Em nota, o governo de MG pontuou que o corpo
técnico da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente (Semad), responsável pelo
licenciamento das estruturas, é favorável a
empreendimentos que façam uso de
tecnologias alternativas à disposição de rejeitos
em barragens.
“Tais técnicas já estavam disponíveis e
passíveis de utilização dependendo de decisões
operacionais por parte das empresas”, afirmou.
O governo explicou que a secretaria publicou na
terça-feira resolução suspendendo todas as
análises de licenciamento de barragens,
independentemente do modo construtivo, até
que novas regras sejam estabelecidas pelos
órgãos federais competentes.
https://br.reuters.com/article/topNews/idBRK
CN1PO2PJ-OBRTP
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Data: 31/01/2019
22
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Reuters
ONS volta a registrar recorde de carga de energia no Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia
elétrica no Brasil teve nova máxima nesta
quarta-feira, diante das altas temperaturas em
boa parte do país, informou o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em nota.
Puxada pelo calor, que aumenta o uso de
aparelhos de ar condicionado, a carga máxima
no sistema interligado do país registrou na
tarde desta quarta-feira 90.525 megawatts.
O recorde anterior era de 89.114 MW, no dia 23
de janeiro de 2019.
O subsistema Sul também registrou recorde de
carga, por dois dias consecutivos.
No dia 29 de janeiro, foi registrado um pico de
18.554 MW, às 14h28, e nesta quarta-feira foi
visto novo recorde de 18.883 MW, às 14h08,
segundo o ONS.
O operador do sistema verificou várias
máximas de carga em janeiro, que quebraram
marcas vistas em 2014, antes de o país
enfrentar uma recessão que reduziu o consumo
de eletricidade.
https://br.reuters.com/article/topNews/idBRK
CN1PO2PJ-OBRTP
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Data: 31/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Reuters
Governo busca diagnóstico ainda em 2019 sobre oferta de energia de
hidrelétricas
Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O governo pretende
concluir ainda em 2019 um diagnóstico sobre a
necessidade de reavaliar a chamada garantia
física das hidrelétricas do país, um critério
técnico que busca representar quanto em
energia cada usina pode gerar mesmo diante
de chuvas escassas, disse à Reuters o
Ministério de Minas e Energia.
O movimento vem após anos seguidos de
produção fortemente abaixo das garantias
físicas no parque hidrelétrico brasileiro, o que
levou diversos especialistas a apontarem que a
oferta de energia desses empreendimentos
está hoje superestimada nos modelos
computacionais que calculam preços e definem
a expansão do sistema elétrico.
O tema é considerado tão crucial quanto
sensível no setor porque mudanças
impactariam diretamente as receitas dos
investidores, uma vez que a garantia
representa na prática o volume de energia que
cada usina pode comercializar no mercado.
“O ministério buscará a conclusão do
diagnóstico e das medidas necessárias para
reavaliar a necessidade de revisão das
garantias físicas ainda neste ano, mas sua
viabilidade dependerá de alterações legislativas
e uma adequada previsibilidade, fazendo com
que o início de sua implementação seja uma
meta a ser perseguida ao longo da atual
gestão”, disse a pasta em nota.
Se a decisão for pela revisão, o trabalho será
realizado “de forma transparente, previsível e
com amplo diálogo... buscando maior acurácia
nos dados de entrada, aprimoramento da
metodologia de cálculo, mitigação de impactos
e promoção de uma transição suave, se
necessário”, acrescentou.
As mudanças nos números de garantia são
necessárias por questões como acúmulo de
sedimentos nos reservatórios ao longo do
tempo e a mudança climática, que reduziu
significativamente as chuvas nos reservatórios
hídricos do Nordeste nos últimos 20 anos,
explicou o professor da Universidade de São
Paulo (USP) e consultor em energia Dorel
Ramos.
“Para os proprietários dos empreendimentos
isso é vital, porque mexe no bolso diretamente.
Para quem a garantia aumentar,
favoravelmente, e para quem diminuir, reduz
receita”, afirmou ele, que defendeu a visão do
governo de propor um período de transição no
caso de mudanças.
“Elas estão defasadas... mas é um tema
sensível. É importante o governo mostrar que
está consciente do problema, querer olhar e
corrigir. Dá um sinal positivo para o mercado o
fato de que o governo não sinaliza que vai fazer
nada de forma totalmente autocrática,
impositiva”, analisou.
TEMA POLÊMICO
A legislação prevê que as garantias físicas
deveriam ser recalculadas a cada cinco anos,
mas com limites de variação negativa de 5 por
cento por usina a cada ciclo ou de 10 por cento
ao longo de cada contrato de concessão.
Mas consecutivas gestões ignoraram o
espinhoso tema —houve apenas uma revisão
parcial em 2003, válida a partir de 2008, e uma
em 2017, que não conseguiu garantir todo o
corte necessário devido aos limites legais,
escreveu o presidente da consultoria PSR, Luiz
Barroso, em artigo no final do ano passado.
“Embora a metodologia... fosse absolutamente
pública e estivesse sendo discutida com os
agentes há anos, a mesma foi imediatamente
judicializada por geradores que tiveram suas
garantias reduzidas”, apontou ele, que na
época do processo presidia a estatal Empresa
de Pesquisa Energética (EPE).
Na ocasião, Barroso chegou a propor que fosse
feito um corte adicional de garantia em
hidrelétricas antigas da Eletrobras e em Itaipu
para equilibrar o sistema, dado que essas
usinas não têm a receita atrelada à garantia,
mas a ideia também enfrentou resistência e
acabou engavetada.
Para o presidente do Fórum de Associações do
Setor Elétrico (FASE), Mário Menel, uma forma
de o governo evitar resistências seria colocar a
discussão em um “pacote” que inclua também
mudanças no chamado Mecanismo de
Realocação de Energia (MRE), sistema que visa
mitigar riscos para geradores hídricos.
Data: 31/01/2019
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Atualmente há uma briga judicial bilionária no
mercado de energia porque geradores
obtiveram liminares para evitar custos
causados pela baixa geração hídrica dos
últimos anos que não conseguiram ser
mitigados pelo MRE, o que vem sendo chamado
de “risco hidrológico”.
“Isso pode ser conduzido em bloco, daí tem um
pacote, com pontos negativos a serem
enfrentados, mas com algum ponto de
compensação. Se só revisar a garantia física,
vai ter uma gritaria geral”, sugeriu Menel.
Em café da manhã com jornalistas na semana
passada, o ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque, deu sinais de que deve seguir
esse caminho.
Ele colocou o fim da disputa sobre o risco
hidrológico como prioridade e sinalizou que o
tema será discutido em duas frentes, incluindo
a reavaliação das garantias físicas como parte
de uma “solução estrutural” para a questão.
https://br.reuters.com/article/businessNews/i
dBRKCN1PO2Q4-OBRBS
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Data: 31/01/2019
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FOLHA DE S. PAULO
Painel
Depoimentos reforçam suspeita do Ministério
Público de conluio em barragem de Brumadinho
No rastro da lama Depoimentos colhidos pelo
Ministério Público Federal ampliaram as suspeitas
de procuradores de que a Vale e a empresa alemã
que deveria auditar a estrutura da barragem de
Brumadinho (MG) atuavam em conluio para omitir
problemas na obra. Os investigadores veem
indícios de que a mineradora apresentou
documentos incompletos e maquiados. E a Tüv
Süd, por sua vez, pode não ter cumprido todo o
protocolo de verificação da segurança do
empreendimento.
Entreouvido Relatos colhidos pelo MPF no último
fim de semana deram conta de que, internamente,
circulou na Vale a informação de que havia uma
liquefação na barragem de Brumadinho.
Calma nessa hora A apreensão que, após o
desastre, se criou em torno da barragem de
Congonhas, também em Minas, fez integrantes da
CSN ressaltarem que 1) a edificação não é do
mesmo modelo que a de Brumadinho e 2) laudo
do Ministério Público atestou a segurança da obra
há nove meses.
Voto de ouro O ministro-chefe da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, deputado federal eleito, vai ser
exonerado temporariamente para votar na eleição
para a presidência da Câmara na sexta (1º).
Pede pra sair Uma ala do dividido PSL articula a
expulsão do deputado General Peternelli (SP), que
se lançou candidato à presidência da Câmara
apesar de o partido ter declarado apoio à reeleição
de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Pede pra sair 2 Integrantes da sigla se
preparavam para pedir que Peternelli se retirasse
da disputa antes de levar a proposta extrema
adiante.
Volte atrás A Transparência Brasil vai divulgar
carta aberta à Controladoria-Geral da União, nesta
quinta (31), na qual questiona o decreto do
governo que alterou a Lei de Acesso à Informação
e ampliou o número de servidores que podem
colocar documentos públicos sob sigilo.
Luz acesa A entidade pede que a próxima reunião
do Conselho de Transparência Pública da CGU, que
acontecerá em março, discuta a revogação da
medida e formas de “aprimorar a transparência e
tornar o sigilo realmente uma exceção”.
Mundo afora A defesa de Lula vai registrar em
manifestação que apresentará à ONU, em
fevereiro, as diversas negativas que o petista
recebeu ao pedido para deixar temporariamente a
prisão para velar seu irmão, Vavá, em São
Bernardo do Campo (SP).
Mundo afora 2 Para aliados de Lula, o episódio
evidenciou que o ex-presidente “não tem direito
nenhum”. A saída está prevista em lei, mas a
Polícia Federal argumentou que teria dificuldades
de garantir a logística e a segurança de Lula e da
população –argumento acatado pela Justiça
Federal.
Idas e vindas Do primeiro pedido da defesa de
Lula até a decisão de Dias Toffoli, do STF, que
liberou o petista para ver a família em uma base
aérea militar oito minutos antes de o corpo de
Vavá ser enterrado, advogados, polícia, Ministério
Público e juízes se manifestaram por 20 vezes nas
diversas instâncias.
Poucas palavras Às vésperas de Toffoli dar a
decisão a favor da saída de Lula, o ministro Sergio
Moro (Justiça) foi perguntado sobre o que faria
nesse cenário. “Decisão da Justiça se cumpre. Se
vier, vamos dar as condições necessárias”, ele
respondeu. E só.
Em papel timbrado Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi
orientado a, a partir de agora, só se manifestar
sobre as suspeitas que envolvem suas contas, seu
antigo gabinete e seu ex-motorista Fabrício
Queiroz na Justiça. A ideia é que ele pare, ao
menos por enquanto, de tratar do assunto na
imprensa.
Falta chão Parlamentares que são contra a
ascensão de Renan Calheiros (MDB-AL) à
presidência do Senado dizem que podem rever
posição se a disputa ficar entre o emedebista e
Davi Alcolumbre (DEM-AP). Acham o democrata
pouco experiente.
TIROTEIO
Dizer que o direito de Lula não pode ser
cumprido alarma quem tem bom senso e sugere
fragilidade policial que o país não tem
Data: 31/01/2019
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Do ex-ministro José Eduardo Cardozo, sobre a
alegação de que Lula não poderia velar o irmão
por uma ‘impossibilidade logística’ da PF
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/01/31/
depoimentos-reforcam-suspeita-do-ministerio-
publico-de-conluio-em-barragem-de-
brumadinho/
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Data: 31/01/2019
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Mônica Bergamo: Partido do vice-presidente deve anunciar filiação de
nove parlamentares
O partido do vice-presidente Hamilton Mourão
começa a ganhar músculos. Sem ter eleito
nenhum deputado ou senador, o PRTB (Partido
Renovador Trabalhista Brasileiro) deve anunciar
nesta quinta (31) a filiação de nove
parlamentares.
CANETA
Segundo o presidente da legenda, Levy Fidelix,
serão três senadores e seis deputados federais.
“Falta só assinar a ficha de filiação”, afirma.
MEU SENADOR
Fidelix diz esperar que os novos correligionários
votem em Fernando Collor (PTC-AL) para a
Presidência do Senado. “Ele pode reestabelecer
sua história. É um bom nome.”
MEU SENADOR 2
O brigadeiro Átila Maia (PRTB-DF), que foi
candidato ao Senado e perdeu as eleições,
trabalha no gabinete de Collor. Considerado
próximo de Mourão, ele tem percorrido outros
gabinetes elogiando o atual vice e defendendo a
candidatura do ex-presidente.
QUE INVEJA
O destaque de Mourão no exercício da Presidência
nesta semana incomodou o entorno político e
familiar de Jair Bolsonaro, como revelou a Folha
na quarta (30).
RUÍDO
O veto à ida de Lula às cerimônias fúnebres de seu
irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá,
repercutiram no CNMP (Conselho Nacional do
Ministério Público), que fiscaliza a atividade dos
procuradores do país.
VEXAME
O conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello
enviou mensagem aos colegas afirmando que
“pela primeira vez em minha vida, senti vergonha
da atuação do Ministério Público brasileiro”.
DIREITO
No texto, ele afirmou que não é “petista, não
compactuo com tudo o que foi feito, mas essa
indignidade eu não consigo aceitar”. Nem o regime
militar, disse, “negou a Lula o direito de velar a
mãe”.
ATÉ PARECE
Bandeira de Mello escreveu ainda que o MP se
“apequenou” ao aceitar o “esdrúxulo argumento”
da Polícia Federal de carência de recursos para
transportar Lula. “Como se de fato esse fosse um
problema para a PF, que por tantas vezes
demonstrou imponente estrutura.”
TENHO SEDE
A top Carol Ribeiro é a estrela da campanha
internacional da Love Together Brasil que será
veiculada em revistas americanas; a ONG ajuda
crianças e adolescentes do alto sertão paraibano e
tem foco na construção de poços artesianos
RECEBIDO
O ministro da Justiça, Sergio Moro, decidiu
encaminhar as novas denúncias feitas pelo
deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) para a
Polícia Federal. O parlamentar enviou a Moro
documentos que mostram que as ameaças de
morte contra ele e a família seguem sendo feitas,
mesmo depois de anunciar a decisão de abrir mão
de seu mandato e sair do Brasil.
VIVÊNCIA
A Secretaria de Estado da Saúde quer reunir
relatos de experiências vividas por travestis,
transexuais e outras pessoas que se identifiquem
como trans. Os textos podem ser de humor,
drama e ficção. A pasta lança nesta sexta (1º) um
edital que cria o concurso que selecionará doze
trabalhos para integrar uma publicação que será
distribuída pela secretaria.
NA VOZ DE GIULIA
O clipe da música “Too Bad”, tema da personagem
Laura (Yanna Lavigne) da novela “O Sétimo
Guardião”, da TV Globo, será lançado nesta quinta
(31). A cantora Giulia Be, que interpreta a canção,
será a estrela da peça, produzida pela
Conspiração. Aos 19 anos, a carioca foi descoberta
na internet, por meio dos vídeos que posta em seu
canal no YouTube.
Data: 31/01/2019
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INSTALAÇÃO
Uma escultura do americano Richard Serra será
instalada no IMS Paulista neste fim de semana.
Composta por duas placas de aço —cada uma com
70,5 toneladas e 18,60 metros de altura—, “Echo”
será a primeira obra permanente do artista aberta
à visitação pública na América do Sul. Ela será
inaugurada no dia 23 de fevereiro.
SOTAQUE
A Casa de Arquitectura, em Matosinhos, Portugal,
abre no dia 23 uma exposição em homenagem ao
arquiteto Fabio Penteado, que nasceu em
Campinas (SP) e completaria 90 anos em junho.
DE OLHO NA TELA
O filme “Clímax”, do diretor Gaspar Noé, teve pré-
estreia na terça (29), no Reserva Cultural. O dono
da distribuidora Imovision, Jean-Thomas
Bernardini, o cineasta Paulo Sacramento, a atriz
Guta Ruiz, a diretora do Reserva, Laure Bacqué, e
a drag queen Vervska passaram por lá.
CURTO-CIRCUITO
O Templo Zu Lai, em Cotia (SP),promove no
Carnaval o Retiro dos Preceitos. Inscrições até 20
de fevereiro.
O filme “Em Busca da Vitória”, sobre jogadores de
Rainbow Six, tem pré-estreia na quinta (31), no
shopping Iguatemi, em SP.
Linkedin e Amazon participam do 1º Hyperxp.
A GQ e a Reserva lançam coleção. Na quinta (31),
no Iguatemi.
O Teatro Escola Macunaíma faz o Seminário
Stanislávski em Ação. Até sexta (1º).
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/01/partido-do-vice-presidente-deve-
anunciar-filiacao-de-nove-parlamentares.shtml
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Data: 31/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
ESTADÃO Mineradoras foram alertadas em 2014
sobre ‘perda de estabilidade’ da barragem de Mariana, diz investigação
O Ministério Público Federal de Minas obteve, por
meio de cooperação internacional, um documento
que revela que desde 2014 as mineradoras Vale e
Samarco vinham sendo alertadas sobre a perda de
estabilidade dos rejeitos na barragem de Fundão,
em Mariana.
A estrutura se rompeu em 2015, provocando a
maior tragédia ambiental do País – o mar de lama
que soterrou o distrito de Bento Rodrigues, atingiu
outras 40 cidades de Minas e Espírito Santo, além
de ter contaminado a Bacia Hidrográfica do Rio
Doce. A investigação foi anexada aos autos de
ação penal em que executivos da Vale, BHP Billiton
e Samarco, respondem por homicídio de 19
moradores que morreram em meio à enxurrada de
rejeitos. Na sexta-feira, 25, outra barragem da
Vale se rompeu, em Brumadinho, a 50 km de Belo
Horizonte, gerando mais uma tragédia ambiental
e, desta vez, matando 84 pessoas, segundo os
últimos dados do corpo de bombeiro de Minas.
O documento obtido pela Procuradoria da
República em Minas é uma carta do professor
Peter K. Robertson, pesquisador de renome
mundial, autor de de manuais de engenharia, e
especialista em liquefação de solo.
Segundo a Procuradoria, o acadêmico chegou a
prestar serviços para Samarco, e sua carta à
mineradora, ainda em outubro de 2014, apontava
que ‘as estruturas da Barragem de Fundão, da
Samarco, corriam risco de liquefação (fenômeno
que, hoje, sabemos todos, veio a ser considerado
cientificamente a causa do maior desastre
ambiental brasileiro)’.
“A Samarco, por ganância corporativa, cometeu a
maior atrocidade ambiental da história brasileira e
não poderia se beneficiar de sua própria torpeza,
isto é, do fato de ter ocultado das autoridades
(entre outras coisas) importante apontamento de
renomado professor a respeito da liquefação em
Fundão”, afirma o procurador da República
Gustavo Henrique de Oliveira.
A liquefação foi o fenômeno apontado pela Cleary
Gottlieb Steen & Hamilton LLP, auditoria
independente contratada por Samarco, Vale e BHP
Billiton para identificar os fatores que levaram ao
rompimento da barragem de Fundão, que atingiu
distritos de Mariana, Minas Gerais, além de
regiões do Espírito Santo.
De acordo com o procurador da República Gustavo
Henrique de Oliviera, o documento chegou ao
conhecimento das autoridades em agosto de
2017, quando 22 executivos das mineradoras já
haviam sido denunciados pelo crime de homicídio.
Investigação. O ex-funcionário da Samarco, André
Fahel, em março de 2017, explicou ao Ministério
Público Federal,que havia na Samarco, em grupo
de profissionais do qual ele fazia parte, estudos a
respeito de empilhamento seco de rejeitos, isto é,
de modelos de disposição de rejeito sem utilização
de água’. Segundo ele, neste contexto, a
‘companhia trouxe para o caso, dentre outras
pessoas, o Professor Peter K. Robertson, uma
autoridade mundial em liquefação’.
“Segundo o profissional, um produto intermediário
deste trabalho foi o estudo sísmico, corroborando
o que consta da denúncia, que faz menção
expressa ao estudo realizado pela Terratek sobre
o assunto”, afirma a Procuradoria.
“Ainda segundo a ata de reunião, ao produto desse
trabalho tiveram acesso os membros da Gerência
de Geotecnia (DAVIÉLY, WAGNER e GERMANO),
bem como da Diretoria (KLEBER TERRA e
RICARDO VESCOVI), sendo que o ITRB teria sido
refratário à iniciativa”, diz o procurador. Daviely
Rodrigues Silva (gerente), Kleber Terra (diretor),
Wagner Milagres Alves (gerente) e Germano Silva
Lopes (gerente), e Ricardo Vescovi, presidente
afastado da Samarco, citados na ata, estão entre
os denunciados pela Procuradoria.
Por chamada online, a Procuradoria afirma que
chegou a ‘conversar brevemente’ com Robertson,
que chegou a entregar às autoridades em agosto
de 2016, uma carta enviada a Fahel, com quem
trabalhou na Samarco. Em razão do tom
extremamente técnico dos estudos do
especialista, o Ministério Público Federal requereu
trabalho de perícia para identificar se o documento
seria útil no âmbito da ação que busca
responsabilizar os executivos pela tragédia de
Mariana.
“Em resumo, o consultor dr. Robertson, apesar de
não ter indicado que a liquefação de Fundão era
iminente, apontou que a construção/alteamento
sobre rejeitos finos traria riscos palpáveis à
Data: 31/01/2019
30
Grupo de Comunicação e Marketing
estabilidade, bem como por perda de tensão, em
determinadas condições de operação de carga,
mudança de nível piezométrico ou atividade
sísmica. E que o assunto deveria ser melhor
estudado para se buscar solução de estabilidade”,
afirmaram os peritos ao Ministério Público Federal,
após análise da carta do especialista.
Após constatada a relevância do documento à
investigação, a Procuradoria pediu cooperação
internacional com os Estados Unidos, para buscar
documentos em poder de Peter k. Robertson. Em
outubro de 2018, a documentação foi anexada à
ação penal contra os executivos das mineradoras.
Reação. Toda a investigação que levou à
descoberta do documento e à cooperação
internacional para obter informações junto ao
acadêmico que alertou a Samarco em 2014 sobre
os riscos da barragem de Fundão correu sob sigilo.
As mineradoras apelam à Justiça contra a juntada
da investigação na ação penal e questionam o
segredo do procedimento.
As empresas e as defesas dos acusados afirmam
nos autos que não seria possível a instauração de
investigação sobre fato já denunciado em ação
penal. Também questionam o ‘contato informal’
preliminar entre a Procuradoria e Peter Robertson
e criticam o fato de a investigação ter sido sigilosa
e ‘sem o crivo do contraditório’.
O procurador Gustavo Henrique de Oliveira, no dia
7 de janeiro deste ano, rebateu os argumentos das
mineradoras. “Ao ser cientificada da existência do
documento e sobre ele se manifestar, a Samarco,
a Vale e os demais réus não lhe contestaram o
conteúdo. Não negaram que de fato foram
informados em novembro de 2014 sobre a
suscetibilidade de liquefação (e consequente
rompimento) da Barragem de Fundão”.
O procurador afirma que, no momento em que foi
aberta a investigação, não se sabia ‘qual seria a
relevância dos noticiados estudos de Peter
Robertson e quais implicações eles teriam, se
ensejariam o apenas robustecimento de ação
penal em curso, se revelariam o envolvimento de
outras pessoas para aditamento de denúncia, se
justificariam o oferecimento de outras ações
penais ou até mesmo se descortinariam atos de
ocultação de provas que, de resto, poderiam,
hipoteticamente, embasar eventual pedido de
prisão preventiva de ex-dirigentes da mineradora,
tendo em vista que, malgrado o discurso da
Samarco de colaboração com as apurações do
desastre, em nenhum momento das extensas
apurações foi possível verificar que as autoridades
brasileiras – especialmente os órgãos ambientais
e minerários – tiveram conhecimento do trabalho
de Peter Robertson’.
O procurador também justifica o sigilo do
procedimento. “O MPF tinha razões fundadas para
crer que haveria risco de frustração da
investigação caso a Samarco e a Vale tivessem
conhecimento de tentativas do MPF de capturar o
documento em poder de terceiro, já que as
mineradoras omitiram essa relevante informação
dos órgãos de fiscalização e das autoridades que
trabalharam nas apurações administrativas, civis
e criminais”.
O procurador exemplifica que a ‘Vale, por
exemplo, procurou revelar apenas a parcela de
realidade que lhe era conveniente quando
anunciou, logo no início das investigações, que a
lama por ela depositada em Fundão
corresponderia a apenas 5%, ao passo que as
perícias indicaram que o montante era superior ao
quíntuplo do montante por ela informado – isto é,
27% de toda a lama depositada entre 2008 e
2015’.
“Sabemos todos, a disposição de rejeitos em
Fundão, além de ocorrer em patamares muito
superiores àqueles informados por ocasião da
tragédia, era deliberadamente omitida dos órgãos
de fiscalização”, anota.
COM A PALAVRA, SAMARCO
“A Samarco repudia qualquer especulação sobre
conhecimento prévio de risco iminente de ruptura
na estrutura. A barragem de Fundão sempre foi
declarada estável. Em nenhuma oportunidade,
qualquer inspeção, avaliação, relatório de
consultorias especializadas internas ou externas
registraram ou fizeram qualquer advertência de
que a operação da barragem estivesse sujeita a
qualquer risco de ruptura. Alertas contidos em
relatórios de consultores jamais indicaram risco
iminente de ruptura ou necessidade de interdição
das operações”.
COM A PALAVRA, BHP BILLITON
A BHP lamenta profundamente todas as perdas e
está totalmente comprometida com as ações de
remediação e compensação. A BHP defende-se
nos autos do processo criminal e apoia
integralmente a defesa de cada uma das pessoas
Data: 31/01/2019
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a ela vinculadas também denunciadas. A BHP tem
convicção de que comprovará a sua inocência,
bem como das pessoas a ela vinculadas em
relação ao rompimento da barragem de Fundão.
COM A PALAVRA, VALE
A reportagem entrou em contato com a empresa.
O espaço está aberto para manifestação.
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
macedo/mineradoras-foram-alertadas-em-2014-
sobre-perda-de-estabilidade-da-barragem-de-
mariana-diz-investigacao/
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Data: 31/01/2019
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Aneel cria força-tarefa para fiscalizar 130 barragens de hidrelétricas até maio
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
informou que iniciou a criação de uma força-tarefa
para fiscalizar presencialmente barragens de cerca
de 130 hidrelétricas até maio, em movimento
disparado após o rompimento de uma barragem
de mineração da Vale na cidade de Brumadinho
(MG), na semana passada. O desastre deixou
dezenas de mortos e centenas de desaparecidos.
A agência é responsável pela fiscalização de um
total de 616 barragens no Brasil, em 437 usinas,
sendo que entre 2016 e 2018 houve vistorias
presenciais em 122 empreendimentos, segundo
comunicado da autarquia disparado na última
terça-feira, 29.
A Aneel acrescentou que exigirá em 2019 uma
atualização dos planos de segurança de barragens
de todas usinas que estão sob sua fiscalização,
independente do nível de risco, em medida que
atende deliberação do Conselho Ministerial de
Supervisão de Respostas a Desastres na véspera.
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Data: 31/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
VALOR ECONÔMICO
CPFL escolhe Jaguariúna para testar tecnologia
Por Camila Maia
A CPFL Energia escolheu Jaguariúna, na região
metropolitana de Campinas (SP), para um projeto
na qual vai implantar medidores inteligentes para
todos os consumidores de energia. A ideia é testar
tecnologias de comunicação de dados, além da
produtividade da instalação, para, no futuro,
modernizar toda sua rede de distribuição.
"Vamos instalar aproximadamente 23 mil
medidores inteligentes em unidades consumidoras
que incluem residenciais, comerciais, e rurais",
disse Luis Henrique Ferreira Pinto, vice-presidente
de operações reguladas da CPFL. Ele lembrou que
os clientes industriais da CPFL, do grupo A, já são
todos telemedidos.
Jaguariúna foi escolhida não só pela proximidade
com Campinas, onde fica a sede da CPFL (são
apenas 30 quilômetros entre as duas cidades),
mas também porque o município espelha, de certa
forma, as características de toda a área de
concessão de distribuição da companhia.
"Queríamos uma cidade com mais ou menos a
mesma proporção entre consumidores residencial,
comercial, rural e industrial", disse Ferreira. A
região também se assemelha em relação à
características operacionais do grupo, como nível
de perdas e indicadores de interrupção de
fornecimento de energia.
O investimento no projeto é de R$ 25 milhões.
Segundo Ferreira, a expectativa é que as
instalações de medidores inteligentes tenha início
em março e dure aproximadamente um ano. Em
meados de 2020, a CPFL já terá dados de consumo
em mãos para fazer um diagnóstico da iniciativa.
"Vamos poder aprender e modernizar o sistema, o
projeto vai nos permitir receber uma montanha de
dados, usar o analytics, para que se produza
informação suficiente para melhorar a eficiencia
operacional da empresa e, por consequência, a
qualidade de prestação do serviço", disse.
A cidade será dividida em quatro áreas, e cada
uma vai testar uma tecnologia diferente para
transmissão em tempo real dos dados de consumo
de energia: internet, via rádio digital, por cabo e
via celular. "Vamos também aprender como ter a
maior produtividade da instalação", disse.
Enquanto os medidores serão instalados, a CPFL
vai preparar uma plataforma para trabalhar com
os dados. "Estamos preparando esse projeto para
termos aprendizado e possamos trabalhar dados
dos equipamentos para quando a tecnologia for
difundida em toda a concessão", disse. Além da
questão de custo dos medidores, ainda é
necessário que a regulação atual seja adaptada
para novas tecnologias. "Queremos ganhar
experiência agora e corrigir erros. Se tivermos um
ambiente adequado, a tendência é que o sistema
evolua, não será de um dia para outro", disse.
Os medidores são certificados pelo Inmetro e
fornecidos pelas empresas Landys Gir e Eletra.
https://www.valor.com.br/empresas/6098059/cp
fl-escolhe-jaguariuna-para-testar-tecnologia
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Data: 31/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
O imbróglio da cessão onerosa
Por Ribamar Oliveira
Há uma grande expectativa no governo em torno
da receita que será obtida com o leilão do petróleo
excedente dos campos da cessão onerosa, pois ela
vai definir a programação orçamentária deste ano.
O primeiro aspecto que precisa ser entendido é
que a montanha de dinheiro do megaleilão não
será usada para novas despesas, pois a União está
submetida a um teto de gastos. Os recursos serão
utilizados, portanto, para reduzir o déficit primário
do governo central (Tesouro, Previdência e Banco
Central), programado em R$ 139 bilhões em
2019.
Uma questão que ainda não foi esclarecida é
quanto a União pagará à Petrobras. Dependendo
do valor, o volume de recursos que ingressará no
Tesouro com o leilão do excedente do petróleo
poderá ser bem menor do que muitos imaginam.
Para entender a questão, vale lembrar que a União
recebeu, em 2010, R$ 74,8 bilhões da Petrobras
pela cessão de 5 bilhões de barris do pré-sal.
O contrato assinado previa revisão do valor pago
pela empresa no momento da declaração de
comercialidade dos campos de petróleo, o que
ocorreu entre 2013 e 2014. Até hoje, a revisão não
foi concluída, mas há um entendimento de que a
Petrobras é credora, ou seja, de que pagou mais
pelos 5 bilhões de barris do que deveria.
Assim, a estatal do petróleo seria credora da
União. O valor a ser devolvido ainda depende da
avaliação que está sendo feita pelo Tribunal de
Contas da União (TCU). Durante a transição de
governo, no ano passado, a equipe do ministro da
Economia, Paulo Guedes, recebeu um documento
da equipe do ex-presidente Michel Temer no qual
se informava que a Petrobras teria até US$ 14
bilhões a receber da União, como noticiou o Valor
- algo como R$ 52 bilhões pela taxa de câmbio de
ontem.
Fontes informaram que essa seria a quantia
máxima e que o valor final dependeria do
entendimento do TCU. Se, por hipótese, o
ressarcimento à Petrobras ficar mesmo em R$ 50
bilhões, a quantia que sobraria para a União seria
de R$ 76 bilhões, pois a arrecadação estimada
com o leilão é de US$ 34 bilhões (R$ 126 bilhões
pelo câmbio de ontem), de acordo com projeção
feita pela equipe de Temer.
No ano passado, o ministro Paulo Guedes
manifestou o desejo de dividir parte da quantia
que caberá à União com os Estados e municípios.
O ministro não chegou a informar o valor que seria
destinado aos governos estaduais e às prefeituras,
embora o presidente do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), tenha lutado ardorosamente por 20%
do montante da União.
Duas questões paralisaram a negociação. A
primeira foi que o repasse do dinheiro do leilão aos
Estados e municípios não foi excluído do teto de
gastos da União, instituído pela emenda
constitucional 95. Ou seja, o repasse é uma
despesa da União que está submetida ao teto.
Assim, não haveria espaço no Orçamento para a
transferência dos recursos.
Muitos governadores alegaram que a lei que
autorizasse a partilha do dinheiro do megaleilão
poderia determinar que os recursos fariam parte
do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que
estão excluídos da regra do teto. Alguns técnicos
argumentaram que a transferência aos governos
estaduais e prefeituras poderia ser feita por meio
de crédito extraordinário, o que também foi
excluído do teto.
A segunda questão é como pagar a Petrobras, sem
ferir o teto de gastos e agravar a situação fiscal.
Em primeiro lugar, a União terá que reconhecer
que tem uma dívida com a estatal do petróleo, ou
seja, reconhecer um passivo com a Petrobras. A
dívida não está registrada pelo Banco Central. O
governo vai, portanto, amortizar um débito, que
é, do ponto de vista orçamentário, uma despesa
de capital.
Como essa dívida será paga? O governo poderá
fazê-lo em dinheiro, em títulos ou em petróleo, se
o projeto de lei 78/2018, que tramita no Senado,
for aprovado. O projeto já passou pela Câmara dos
Data: 31/01/2019
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Deputados. O pagamento terá impacto no
resultado primário? Está sujeito ao teto de gastos?
Há um texto disponível na internet, de autoria de
Antonio Carlos Costa d'Ávila Carvalho Júnior, que
discute as três hipóteses de pagamento. O autor é
professor de orçamento público e gestão fiscal e
consultor da Câmara dos Deputados. Se o
pagamento for feito em dinheiro, haverá impacto
sobre o teto de gastos, afirma D'Ávila. Ou seja, é
uma despesa que entrará no Orçamento,
disputando espaço com as demais despesas da
União.
Como é um gasto, com impacto no caixa único do
Tesouro Nacional, o pagamento em dinheiro
afetará negativamente o resultado primário.
Haverá um aumento da dívida líquida do governo
federal, em razão da redução do saldo das
disponibilidades na conta única. Em outras
palavras, a operação agravará o déficit primário
da União. O impacto fiscal e a limitação do teto
tornam, portanto, o pagamento em dinheiro
inviável.
Se o passivo junto à Petrobras for quitado por
meio da emissão direta de títulos públicos, D'Ávila
diz que haverá um aumento da dívida líquida do
governo federal, em razão do aumento do saldo
do passivo "dívida mobiliária federal interna" e da
"não redução" de qualquer outra obrigação. Ou
seja, a operação afetará o resultado primário, com
agravamento do déficit. Mas não afetará o teto de
gastos, pois não haverá emissão de ordem
bancária pelo Tesouro para o pagamento.
Efetuar a quitação da dívida junto à Petrobras com
"barril de petróleo" significa dizer, segundo
D'Ávila, que o pagamento será efetuado mediante
cessão, à estatal, do direito de pesquisa e lavra de
determinada quantidade de petróleo em campos
do pré-sal. A operação terá impacto neutro no
resultado primário, pois não haverá variação no
saldo da dívida líquida do governo federal. "Na
realidade, a operação envolveria uma receita
primária (cessão onerosa) e uma despesa primária
(pagamento da dívida), resultando no impacto
primário neutro", diz o texto.
Para D'Ávila, não haveria também impacto no teto
de gastos, pois, para fins de mensuração do teto,
"registra-se a despesa primária quando da
emissão da Ordem Bancária (OB)". Neste caso,
não haverá emissão de OB.
Todas estas questões estão sendo discutidas com
o TCU, que dará a palavra final.
Ribamar Oliveira é repórter especial e escreve às
quintas-feiras
E-mail: [email protected]
https://www.valor.com.br/brasil/6098173/o-
imbroglio-da-cessao-onerosa
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O mercado elétrico e a reestruturação institucional
Por Alexandre Street
O modelo operativo atualmente em vigor no setor
elétrico brasileiro tem como pressuposto a
coordenação centralizada dos recursos
energéticos pelo Operador Nacional do Sistema, o
ONS, através de custos auditados. Esse modelo
teve papel fundamental nos anos 1990, quando
descobríamos os benefícios da gestão integrada de
recursos hídricos em um sistema com ampla
diversidade e complementaridade de regimes
hidrológicos. No entanto, desde o fim do
racionamento, início dos anos 2000, a
implementação de um mercado por ofertas é cada
vez mais reconhecida como a solução pró
eficiência para o esgotamento do atual modelo
setorial.
O modelo atual, onde todos os dados e visões de
futuro são geridos de maneira centralizada, vem
se mostrando, crise após crise, incapaz de reagir
em tempo hábil às adversidades climáticas,
físicas, econômicas e políticas. Mesmo após ampla
reforma regulatória promovida em 2004, a
ausência de incentivos para a eficiência operativa
e a falta de coerência na responsabilização dos
agentes por suas ações e precisão na informação
de dados técnicos permaneceram, em grande
parte, inalterados. E, apesar das inúmeras
demonstrações de esgotamento do modelo
centralizado e do crescente clamor por um modelo
mais coerente com os incentivos de mercado,
ainda assim pouco se avançou no debate técnico
sobre essa transição.
Não existe uma discussão objetiva e técnica no
setor acerca de propostas práticas para um
mercado por ofertas que considere as
peculiaridades do setor elétrico brasileiro. E, ao
contrário do que se diz por aí, a experiência
internacional pode nos ajudar muito. A ausência
de uma massa crítica de pessoas realmente
qualificadas para abordar e endereçar essas
discussões é uma grande lacuna. Contudo, a
academia não vem preparando os recursos
humanos para esta discussão e mantém currículos
desatualizados para enfrentar essa nova
realidade, onde conceitos da economia e da
engenharia se misturam de maneira indissociável.
As empresas tampouco realizam grandes
investimentos na academia para aumentar o nível
técnico do setor; diferente dos países
desenvolvidos, onde a parceria indústria-
academia já se confirmou o principal substrato
para a transição entre modelos. Já as entidades
setoriais e governamentais estão, em sua maioria,
tomadas por vícios e visões antigas que impedem
as mais óbvias e necessárias atualizações de
quadro e estrutura, geralmente por culpa da
burocracia e do protecionismo institucional.
Não obstante, reside na atual estrutura
hierárquica das instituições setoriais um dos
maiores obstáculos para que essa discussão
ocorra - e o status quo possa ser questionado por
mecanismos internos do próprio setor. A atual
estrutura foi organizada com o passar do tempo
justamente para impedir a ampla discussão. Além
disso, uma segunda consequência dessa estrutura
organizacional protecionista é o isolamento
institucional e grande redução de eficiência na
interação entre entidades que deveriam trabalhar
em forte cooperação.
O modelo atual vem se mostrando incapaz de
reagir em tempo hábil às adversidades climáticas,
econômicas e políticas
Alguns exemplos interessantes de grandes
ineficiências são facilmente identificáveis. O
primeiro ocorre na completa separação entre o
ONS (Operador Nacional do Sistema), responsável
por operar o sistema elétrico de maneira eficiente,
e o planejador, responsável por projetar o sistema
para que o primeiro possa desempenhar o seu
papel da melhor forma possível. A despeito de
como esses dois agentes realizam suas tarefas,
utilizando resultados de um mercado ou de
maneira totalmente centralizada, o princípio geral
evidenciado na definição desses dois órgãos já nos
indica que eles deveriam caminhar juntos - afinal
de contas, o operador tem a informação que o
planejador precisa e o planejador planeja para
usufruto do operador. Contudo, atualmente temos
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uma total separação entre os dois agentes,
resultando em dados, critérios e uma
descoordenação entre a expansão e a operação.
Um segundo exemplo decorre da ausência de
liberdade do operador para escolher os seus
modelos computacionais de operação. Na
contramão da experiência internacional e do bom
senso, o fornecimento dos modelos
computacionais que o operador deve utilizar para
otimizar o uso dos recursos energéticos é de
monopólio do Cepel (Centro de Pesquisas de
Energia Elétrica), braço de estudos da Eletrobrás
e que não responde ao ONS.
Essa restrição, além de criar as ineficiências
típicas que qualquer reserva de mercado produz,
impede qualquer política efetiva de
responsabilização ou premiação do ONS por
eficiência e coerência no uso dos recursos
energéticos. Neste cenário, onde a
responsabilidade pelas ineficiências está
espalhada entre várias instituições, ninguém é
100% responsável por nada. O resultado nós
conhecemos bem: muitos ganham pelos motivos
errados, a conta vai para o consumidor e os
beneficiários lutam pela manutenção do status
quo.
A implementação de um mercado traz consigo a
possibilidade de um ganho sistêmico de grandes
proporções com a reorganização das instituições e
realinhamento de seus papéis e incentivos. A CP
33 (consulta pública de 2017 que trata da
modernização das regras do setor elétrico
brasileiro) colocou na mesa essa e muitas outras
importantes discussões. Temos agora uma janela
de oportunidade única neste início de governo
para iniciarmos as mudanças. Mas precisamos de
uma programação que reconheça a complexidade
dessa agenda e que não chegue com fórmulas
fechadas, pois o debate técnico prévio e a análise
da experiência internacional é de vital
importância.
Por fim, é preciso preparar recursos humanos para
uma transição sólida, organizar as entidades para
que os incentivos de auto ajuste sejam efetivos, e
criar um cronograma realista para os próximos
quatro anos.
Alexandre Street é professor do Departamento de
Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da
PUC-Rio.
https://www.valor.com.br/opiniao/6098205/o-
mercado-eletrico-e-reestruturacao-institucional
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