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CLT Comentada - 2004 - LIVRO - Direito Trabalho - Saad, Eduardo

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  • EDUARDO GABRIEL SAAD

    CONSOLIDAODAS LEIS

    DO TRABALHOCOMENTADA

    37 EDIO 2004

    REVISTA E AMPLIADA POR

    JOS EDUARDO DUARTE SAADEx-Assessor Jurdico de Ministro do Supremo Tribunal Federal; Procurador

    Regional do Ministrio Pblico do Trabalho, em So Paulo, tendo ocupado o cargo de ProcuradorChefe de 1984 a 1990, Membro do Instituto dos Advogados de So Paulo. Professor e Advogado militante

    [email protected]

    ANA MARIA SAAD CASTELLO BRANCOAdvogada consultiva e no contencioso desde 1967

  • PREFCIO DA 37 EDIO

    A CLT Comentada de Eduardo Gabriel Saad uma obra antolgica na rea jurdico-trabalhista.

    A sua reiterada reedio atravs de dcadas, por si s, uma evidncia inconteste desua importncia e de sua utilidade.

    Seu autor, Eduardo Gabriel Saad, um desses personagens que integra a prpriahistria do Direito do Trabalho no Brasil.

    O zelo com que anos aps anos veio atualizando essa obra, a profundidade de suasobservaes, a objetividade de seus comentrios, tudo explica o sucesso dessa obra.

    uma publicao que extrapola a esfera desse renomado autor ou desta gloriosa Edi-tora LTr, para integrar o patrimnio cultural do Direito Laboral.

    Por isso, no poderia deixar de ser atualizada, reeditada e colocada disposio dequantos cultivam esse ramo da Cincia Jurdica.

    Em boa hora Jos Eduardo Duarte Saad e Ana Maria Saad Castello Branco do segui-mento obra do pai.

    Se Eduardo Gabriel Saad cuidava da CLT Comentada quase que como a uma filha,Jos Eduardo e Ana Maria, com certeza, dela cuidaro como a uma irm recomendada aosseus cuidados.

    Mas isto j uma realidade. A est a nova edio da CLT Comentada. E com todas asnovidades: os novos Enunciados e Orientaes Jurisprudenciais do TST; os dispositivospertinentes do novo Cdigo Civil; as Smulas do STF e do STJ; as alteraes legislativas;tudo examinado e comentado.

    Esto de parabns os autores e a editora. Assim como presenteados os leitores.

    Vantuil AbdalaVice-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    ndices para catlogo sistemtico:1. Brasil : Leis comentadas : Direito do trabalho 34:331(81) (094.56)2. Consolidao das Leis do Trabalho : Comentrios : Brasil 34:331(81) (094.56)3. Leis : Direito do trabalho : Comentrios : Brasil 34:331(81) (094.56)

    1 Edio 19692 Edio 19703 Edio 19714 Edio 19725 Edio 19732 Tiragem 19736 Edio 19747 Edio 19758 Edio 19759 Edio 197610 Edio 197711 Edio 197812 Edio 197913 Edio 198014 Edio 19812 Tiragem 19813 Tiragem 198115 Edio 198216 Edio 198317 Edio 198418 Edio 198519 Edio 1986

    20 Edio 198721 Edio 198822 Edio 199023 Edio 19902 Tiragem 199024 Edio 199125 Edio 19922 Tiragem 199226 Edio 199327 Edio 199428 Edio 199529 Edio 199630 Edio 199731 Edio 199932 Edio 200033 Edio 200134 Edio 200135 Edio 20022 Tiragem 200236 Edio 200337 Edio 2004

    Saad, Eduardo Gabriel, 1915 Consolidao das Leis do Trabalho comentada / Eduardo Gabriel Saad.

    37. ed. atual. e rev. por Jos Eduardo Duarte Saad, Ana Maria Saad CastelloBranco. - So Paulo : LTr, 2004.

    ISBN 85-361-0528-3

    1. Trabalho Leis e legislao Brasil I. Saad, Jos Eduardo Duarte.II. Castello Branco, Ana Maria Saad. III. Ttulo.

    03-7497 CDU-34:331(81) (094.56)

    Rua Apa, 165 - CEP 01201-904 - Fone (11) 3826-2788 - Fax (11) 3826-9180So Paulo, SP - Brasil - www.ltr.com.br

    Fevereiro, 2004

    (Cd. 2790.5)

  • NOTA DA EDITORA

    Dizem que a Consolidao das Leis do Trabalho o diploma legal maisdifundido no Brasil. Esta assero correta porque no h, entre ns, quemno tenha interesse em conhecer as normas que regulam as relaes de traba-lho nela previstas, j que todos somos (ou pretendemos ser) ou empregadosou empregadores, ou ambas as coisas ao mesmo tempo. Em razo desse inte-resse que se vm fazendo sucessivas edies da CLT, procuradas, todaselas o que constitui fato auspicioso , por vidos leitores que as encontramem toda parte: nas livrarias, nas bancas de jornal, em farmcias, escolas e atmesmo em logradouros pblicos.

    Nossa experincia no campo editorial nos ensinou que imensa classe deleitores, de nvel intelectual mais elevado, desejava no s a CLT, porm, seutexto acompanhado de comentrios, com remisses Doutrina e Jurispru-dncia. Por isso, em 1969, pedimos ao nosso eminente colaborador, Dr. EduardoGabriel Saad j amplamente conhecido pelos seus trabalhos anteriores, porns divulgados , que preparasse a presente obra, com a qual visvamosproporcionar aos interessados aquilo que nos vinham insistentemente solici-tando: informaes amplas, porm, no excessivas, sobre o entendimento daCLT, artigo por artigo, acompanhadas do texto da Legislao Complementar demaior interesse.

    Agora, esta 37 edio em memria de Eduardo Gabriel Saad foi revista,atualizada e ampliada com muito carinho, dedicao e competncia pelos seusfilhos, Jos Eduardo e Ana Maria.

    Por isso, merecer, certamente a mesma aceitao das anteriores.

    So Paulo, fevereiro de 2004

    Armando Casimiro Costa

  • NOTA DOS ATUALIZADORES PARA A 37 EDIO

    Em 1969, Armando Casimiro Costa solicitou a Eduardo Gabriel Saad que escrevesseesta obra CLT Comentada, analisando esse texto legal artigo por artigo com comentriosdoutrinrios e com a indicao da jurisprudncia aplicvel ao assunto. Em poucos meses deintenso trabalho, o autor entregou os originais a seus editores.

    Ano aps ano, sucederam-se trinta e seis edies, muitas delas com duas tiragens,totalmente revisadas e atualizadas pelo autor conforme a legislao e jurisprudnciaocorrentes naqueles ltimos doze meses da anterior edio. Inegavelmente, era ele um in-cansvel revisor e atualizador de sua obra. At seu falecimento, em 2003, ele a aprimoravae a atualizava com a mesma paixo e dedicao de quando ele se lanou no atendimento dopedido desse seu dileto amigo de escrever esta obra, que , conhecida, carinhosamente,nos meios jurdico e editorial como a CLT do Saad. Dizem alguns que ela , atualmente, aobra jurdica nacional que detm o maior nmero de edies.

    Estivesse ele vivo, sem dvida ele mesmo a teria revisado com sua peculiar mestria,com o fito de adequar a obra nova legislao e nova jurisprudncia.

    Como filhos de Eduardo Gabriel Saad, e atendendo sua vontade ltima, lanmo-nosna atualizao e reviso de todas suas obras, comeando por esta 37 edio da CLT Co-mentada. Procuramos respeitar seu estilo leve e gil nessa empreitada, evitando que nos-sas mos forasteiras no a deturpassem. Ele escrevia como falava, com aquele tom deconversa intenso, elegante, envolvente e coloquial, prprio dos grandes mestres, no seesquivando, jamais, de enfrentar uma questo jurdica em todas suas nuances. Ele expunhaseu pensamento e o defendia com preciso sob as luzes do Direito e da Justia.

    Procurando seguir esses saudveis princpios, nesta 37 edio fizemos uma anlisedas principais normas do novo Cdigo Civil, que refletem mais diretamente sobre o Direitodo Trabalho. Alm disso, houve a integral reviso de todas as portarias e medidas provisriascitadas no texto. No descuramos de colocar, em lugar prprio das notas aos artigos, todasas novas Smulas do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justia, todos osEnunciados e de todas as Orientaes Jurisprudenciais do Tribunal Superior do Trabalho,fazendo-lhes, quando necessrio, os devidos comentrios, alm de termos aumentado, con-sideravelmente, o ndice analtico e remissivo. Por fim, colacionamos as mais candentesdecises atuais dos Tribunais do Trabalho, do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribu-nal de Justia.

    A voz do Autor, portanto, ecoa forte como sempre, no livro e na sua obra para atenderseus milhares de leitores destes ltimos 40 anos. Sem temor de errar, devemos dizer quevive ele entre ns agora, como viver por sculos adiante, e isso pelo singelo motivo de terse dedicado, intensamente, ao ensino de muitos de como trilhar o caminho do justo, como anunciado na profecia de DANIEL (12.3): Os que tiverem ensinado a muitos o caminho dajustia luziro como as estrelas por toda a eternidade.

    Agradecendo a gentil acolhida que nos foi dada pelo Doutor Armando Casimiro Costa eseus familiares nesta grande Casa LTr, aproveitamos para dizer, por fim, que a todosesses leitores que oferecemos a presente edio, revista e atualizada com o esprito dequem afia e d polimento a um poderoso instrumento artesanal feito com muito amor.

    So Paulo, fevereiro de 2004

    Jos Eduardo Duarte SaadAna Maria Saad Castello Branco

  • PREFCIO DA 36 EDIOEditou-se, h pouco mais de um ano, a 35 edio desta obra.Nesse espao de tempo, algumas alteraes se fizeram no texto da Consolidao das

    Leis do Trabalho.Todas elas, porm, no atingiram a ossatura desse diploma legal, que tem, como com-

    ponentes principais, a ingerncia estatal nas relaes de trabalho, o casusmo de suas nor-mas, o monoplio da representao sindical e o Poder Normativo da Justia do Trabalho.

    E, tudo isso, a despeito do empenho dos Operadores do Direito em discutir a flexibiliza-o da legislao trabalhista.

    Coincide o lanamento desta edio com o incio do mandato de novo Governo Fede-ral, cujo chefe supremo, oriundo das hostes sindicais, j desfraldou a bandeira doenxugamento da CLT e a elaborao de um Cdigo mnimo do trabalho, a fim de deixarcampo mais amplo para as negociaes coletivas.

    Silenciou quanto ao anacrnico regime do sindicato nico e ao estranho poder de aJustia do Trabalho legislar.

    Podemos alimentar a esperana de que os novos detentores do poder acabem se con-vencendo de que, num Estado de Direito, so inconciliveis:

    a) a liberdade de associao e o unitarismo sindical;b) a outorga, a um ramo do Judicirio, de funo privativa do Poder Legislativo.

    So Paulo, janeiro de 2003Eduardo Gabriel Saad

    NOTA DA EDITORA PARA A 36 EDIODizem que a Consolidao das Leis do Trabalho o diploma legal mais difundido no

    Brasil. Esta assero correta porque no h, entre ns, quem no tenha interesse emconhecer as normas que regulam as relaes de trabalho nela previstas, j que todos somos(ou pretendemos ser) ou empregados ou empregadores, ou ambas as coisas ao mesmotempo. Em razo desse interesse que se vm fazendo sucessivas edies da CLT, procu-radas, todas elas o que constitui fato auspicioso , por vidos leitores que as encontramem toda parte: nas livrarias, nas bancas de jornal, em farmcias, escolas e at mesmo emlogradouros pblicos.

    Nossa experincia no campo editorial nos ensinou que imensa classe de leitores, denvel intelectual mais elevado, desejava no s a CLT, porm, seu texto acompanhado decomentrios, com remisses Doutrina e Jurisprudncia. Por isso, em 1969, pedimos aonosso eminente colaborador, Dr. Eduardo Gabriel Saad j amplamente conhecido pelosseus trabalhos anteriores, por ns divulgados , que preparasse a presente obra, com aqual visvamos proporcionar aos interessados aquilo que nos vinham insistentemente soli-citando: informaes amplas, porm, no excessivas, sobre o entendimento da CLT, artigopor artigo, acompanhadas do texto da Legislao Complementar de maior interesse.

    Agora, em 2002, faz 33 anos que o Autor vem, ano a ano, reescrevendo, pacientemen-te, muitos dos seus comentrios no s por causa da legislao que vai surgindo, comotambm para indicar a nova orientao do judicirio sobre matria trabalhista.

    estimulante ver com que dedicao, com que carinho, com que vocao

    So Paulo, janeiro de 2003Armando Casimiro Costa

  • CLT NDICE GERAL 11

    NDICE GERALDECRETO-LEI N. 5.452 de 1 de maio de 1943 Aprova a Consolidao das Leis do Tra-

    balho ...................................................................................................... 17

    TTULO I INTRODUO (arts. 1 a 12) .................................................................................. 21

    TTULO II DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO (arts. 13 a 223) .............. 75

    CAPTULO I DA IDENTIFICAO PROFISSIONAL (arts. 13 a 56) ..................................... 75Seo I Da Carteira de Trabalho e Previdncia Social (art. 13) ........................................... 75Seo II Da Emisso da Carteira (arts. 14 a 24) ................................................................... 77Seo III Da Entrega das Carteiras de Trabalho e Previdncia Social (arts. 25 a 28) ....... 80Seo IV Das Anotaes (arts. 29 a 35) ................................................................................. 80Seo V Das Reclamaes por Falta ou Recusa de Anotao (arts. 36 a 39) ................... 83Seo VI Do Valor das Anotaes (art. 40) ............................................................................ 85Seo VII Dos Livros de Registro de Empregados (arts. 41 a 48) ....................................... 86Seo VIII Das Penalidades (arts. 49 a 56) ............................................................................ 87

    CAPTULO II DA DURAO DO TRABALHO (arts. 57 a 75) ............................................... 88Seo I Disposio Preliminar (art. 57) .................................................................................. 88Seo II Da Jornada de Trabalho (arts. 58 a 65) ................................................................... 89Seo III Dos Perodos de Descanso (arts. 66 a 72) ............................................................. 106Seo IV Do Trabalho Noturno (art. 73) .................................................................................. 114Seo V Do Quadro de Horrio (art. 74) ................................................................................. 117Seo VI Das Penalidades (art. 75) ........................................................................................ 119

    CAPTULO III DO SALRIO MNIMO (arts. 76 a 128) ........................................................... 119Seo I Do Conceito (arts. 76 a 83) ........................................................................................ 119Seo II Das Regies, Zonas e Subzonas (arts. 84 a 86) .................................................... 126Seo III Suprimida (arts. 87 a 100) ....................................................................................... 126Seo IV Suprimida (arts. 101 a 111) ..................................................................................... 126Seo V Fixao do Salrio Mnimo (arts. 112 a 116) .......................................................... 126Seo VI Disposies Gerais (arts. 117 a 128) ...................................................................... 127

    CAPTULO IV DAS FRIAS ANUAIS (arts. 129 a 153) ......................................................... 128

    Seo I Do Direito a Frias e da sua Durao (arts. 129 a 133) .......................................... 128Seo II Da Concesso e da poca das Frias (arts. 134 a 138) ........................................ 136Seo III Das Frias Coletivas (arts. 139 a 141) ................................................................... 138Seo IV Da Remunerao e do Abono de Frias (arts. 142 a 145) ................................... 139Seo V Dos Efeitos da Cessao do Contrato de Trabalho (arts. 146 a 148) ................... 141Seo VI Do Incio da Prescrio (art. 149) ........................................................................... 142Seo VII Disposies Especiais (arts. 150 a 152) ............................................................... 143Seo VIII Das Penalidades (art. 153) .................................................................................... 144

    CAPTULO V DA SEGURANA E DA MEDICINA DO TRABALHO (arts. 154 a 201) ......... 144Seo I Disposies Gerais (arts. 154 a 159) ........................................................................ 144Seo II Da Inspeo Prvia e do Embargo ou Interdio (arts. 160 e 161) ...................... 153Seo III Dos rgos de Segurana e de Medicina do Trabalho nas Empresas

    (arts. 162 a 165) ............................................................................................................. 157

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  • 12 NDICE GERAL CLTSeo IV Do Equipamento de Proteo Individual do Trabalho (arts. 166 e 167) .............. 163Seo V Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho (arts. 168 e 169) .................. 165Seo VI Das Edificaes (arts. 170 a 174) ........................................................................... 167Seo VII Da Iluminao (art. 175) ......................................................................................... 168Seo VIII Do Conforto Trmico (arts. 176 a 178) ................................................................. 168Seo IX Das Instalaes Eltricas (arts. 179 a 181) ........................................................... 169Seo X Da Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais (arts. 182 e 183) .... 170Seo XI Das Mquinas e Equipamentos (arts. 184 a 186) .................................................. 171Seo XII Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Presso (arts. 187 e 188) ................. 171Seo XIII Das Atividades Insalubres ou Perigosas (arts. 189 a 197) ................................. 172Seo XIV Da Preveno da Fadiga (arts. 198 e 199) .......................................................... 189Seo XV Das Outras Medidas Especiais de Proteo (art. 200) ........................................ 190Seo XVI Das Penalidades (art. 201) .................................................................................... 194

    TTULO III DAS NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALHO (arts. 224 a 351) ..... 197

    CAPTULO I DAS DISPOSIES ESPECIAIS SOBRE DURAO E CONDIES DE TRA-BALHO (arts. 224 a 351) ................................................................................... 197

    Seo I Dos Bancrios (arts. 224 a 226) ................................................................................ 217Seo II Dos Empregados nos Servios de Telefonia, de Telegrafia Submarina e Subfluvial,

    de Radiotelegrafia e Radiotelefonia (arts. 227 a 231) ............................................ 222Seo III Dos Msicos Profissionais (arts. 232 e 233) .......................................................... 224Seo IV Dos Operadores Cinematogrficos (arts. 234 e 235) ............................................ 225Seo V Do Servio Ferrovirio (arts. 236 a 247) ................................................................. 226Seo VI Das Equipagens das Embarcaes da Marinha Mercante Nacional, de Navegao

    Fluvial e Lacustre, do Trfego nos Portos e da Pesca (arts. 248 a 252) .............. 229Seo VII Dos Servios Frigorficos (art. 253) ....................................................................... 236Seo VIII Dos Servios de Estiva (arts. 254 a 284) ............................................................. 236Seo IX Dos Servios de Capatazia nos Portos (arts. 285 a 292) ..................................... 236Seo X Do Trabalho em Minas de Subsolo (arts. 293 a 301) ............................................. 246Seo XI Dos Jornalistas Profissionais (arts. 302 a 316) ..................................................... 248Seo XII Dos Professores (arts. 317 a 324) ......................................................................... 250Seo XIII Dos Qumicos (arts. 325 a 350) ............................................................................ 254Seo XIV Das Penalidades (art. 351) .................................................................................... 259

    CAPTULO II DA NACIONALIZAO DO TRABALHO (arts. 352 a 371) ............................. 259Seo I Da Proporcionalidade de Empregados Brasileiros (arts. 352 a 358) ..................... 259Seo II Das Relaes Anuais de Empregados (arts. 359 a 362) ........................................ 261Seo III Das Penalidades (arts. 363 e 364) .......................................................................... 262Seo IV Disposies Gerais (arts. 365 a 367) ..................................................................... 263Seo V Das Disposies Especiais sobre a Nacionalizao da Marinha Mercante (arts.

    368 a 371) ....................................................................................................................... 263

    CAPTULO III DA PROTEO DO TRABALHO DA MULHER (arts. 372 a 401) ................. 263Seo I Da Durao e Condies do Trabalho (arts. 372 a 378) .......................................... 263Seo II Do Trabalho Noturno (arts. 379 a 381) ..................................................................... 266Seo III Dos Perodos de Descanso (arts. 382 a 386) ........................................................ 266Seo IV Dos Mtodos e Locais de Trabalho (arts. 387 a 390) ............................................ 267Seo V Da Proteo Maternidade (arts. 391 a 400) ......................................................... 268Seo VI Das Penalidades (art. 401) ...................................................................................... 277

    CAPTULO IV DA PROTEO DO TRABALHO DO MENOR (arts. 402 a 441) .................. 277Seo I Disposies Gerais (arts. 402 a 410) ........................................................................ 277Seo II Da Durao do Trabalho (arts. 411 a 414) ............................................................... 282Seo III Da Admisso em Emprego e da Carteira de Trabalho e Previdncia Social (arts.

    415 a 423) ....................................................................................................................... 283Seo IV Dos Deveres dos Responsveis Legais de Menores e dos Empregadores. Da

    Aprendizagem (arts. 424 a 433) ............................................................................... 284

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  • CLT NDICE GERAL 13Seo V Das Penalidades (arts. 434 a 438) ........................................................................... 288Seo VI Disposies Finais (arts. 439 a 441)....................................................................... 289

    TTULO IV DO CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO (arts. 442 a 510) ....................... 290

    CAPTULO I DISPOSIES GERAIS (arts. 442 a 456) ........................................................ 290

    CAPTULO II DA REMUNERAO (arts. 457 a 467) ............................................................ 322

    CAPTULO III DA ALTERAO (arts. 468 a 470) .................................................................. 347

    CAPTULO IV DA SUSPENSO E DA INTERRUPO (arts. 471 a 476) ........................... 353

    CAPTULO V DA RESCISO (arts. 477 a 486) ...................................................................... 358

    CAPTULO VI DO AVISO PRVIO (arts. 487 a 491) ............................................................. 380

    CAPTULO VII DA ESTABILIDADE (arts. 492 a 500) ............................................................. 385

    CAPTULO VIII DA FORA MAIOR (arts. 501 a 504) ............................................................ 393

    CAPTULO IX DISPOSIES ESPECIAIS (arts. 505 a 510) ................................................ 395

    TTULO V DA ORGANIZAO SINDICAL (arts. 511 a 610) ................................................. 397

    CAPTULO I DA INSTITUIO SINDICAL (arts. 511 a 569) ................................................ 397

    Seo I Da Associao em Sindicato (arts. 511 a 514) ........................................................ 397Seo II Do Reconhecimento e Investidura Sindical (arts. 515 a 521) ................................ 406Seo III Da Administrao do Sindicato (arts. 522 a 528) .................................................. 413Seo IV Das Eleies Sindicais (arts. 529 a 532) ................................................................ 417Seo V Das Associaes Sindicais de Grau Superior (arts. 533 a 539) ............................ 421Seo VI Dos Direitos dos Exercentes de Atividades ou Profisses e dos Sindicalizados

    (arts. 540 a 547) ........................................................................................................ 423Seo VII Da Gesto Financeira do Sindicato e sua Fiscalizao (arts. 548 a 552) .......... 429Seo VIII Das Penalidades (arts. 553 a 557) ........................................................................ 432Seo IX Disposies Gerais (arts. 558 a 569) ..................................................................... 433

    CAPTULO II DO ENQUADRAMENTO SINDICAL (arts. 570 a 577) .................................... 435

    CAPTULO III DA CONTRIBUIO SINDICAL (arts. 578 a 610) ......................................... 439Seo I Da Fixao e do Recolhimento da Contribuio Sindical (arts. 578 a 591) .......... 439Seo II Da Aplicao da Contribuio Sindical (arts. 592 a 594) ....................................... 445Seo III Da Comisso da Contribuio Sindical (arts. 595 a 597) ...................................... 447Seo IV Das Penalidades (arts. 598 a 600) .......................................................................... 447Seo V Disposies Gerais (arts. 601 a 610) ....................................................................... 448

    TTULO VI DAS CONVENES COLETIVAS DE TRABALHO (arts. 611 a 625) ................ 450

    TTULO VI-A DAS COMISSES DE CONCILIAO PRVIA (arts. 625-A a 625-H) ......... 464

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  • 14 NDICE GERAL CLT

    TTULO VII DO PROCESSO DE MULTAS ADMINISTRATIVAS (arts. 626 a 642) ............... 467

    CAPTULO I DA FISCALIZAO, DA AUTUAO E DA IMPOSIO DE MULTAS (arts. 626 a 634) ....................................................................................................... 467

    CAPTULO II DOS RECURSOS (arts. 635 a 638) ................................................................. 473

    CAPTULO III DO DEPSITO, DA INSCRIO E DA COBRANA (arts. 639 a 642) ........ 474

    TTULO VIII DA JUSTIA DO TRABALHO (arts. 643 a 735) ................................................ 476

    CAPTULO I INTRODUO (arts. 643 a 646) ........................................................................ 476

    CAPTULO II DAS VARAS DO TRABALHO (arts. 647 a 667) ............................................... 488

    Seo I Da Composio e Funcionamento (arts. 647 a 649) ............................................... 488Seo II Da Jurisdio e Competncia das Varas (arts. 650 a 653) .................................... 489Seo III Dos Juzes do Trabalho (arts. 654 a 659) ............................................................... 493Seo IV Suprimida (arts. 660 a 667) ..................................................................................... 497

    CAPTULO III DOS JUZOS DE DIREITO (arts. 668 e 669) .................................................. 497

    CAPTULO IV DOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO (arts. 670 a 689) ................ 498

    Seo I Da Composio e do Funcionamento (arts. 670 a 673) .......................................... 498Seo II Da Jurisdio e Competncia (arts. 674 a 680) ...................................................... 500Seo III Dos Presidentes dos Tribunais Regionais (arts. 681 a 683) ................................. 503Seo IV Dos Juzes Representantes Classistas dos Tribunais Regionais (arts. 684 a

    689 perderam a eficcia com a EC n. 24/99) ......................................................... 505

    CAPTULO V DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (arts. 690 a 709) ...................... 505

    Seo I Disposies Preliminares (arts. 690 a 692) .............................................................. 505Seo II Da Composio e Funcionamento do Tribunal Superior do Trabalho (arts. 693

    a 701) .............................................................................................................................. 505Seo III Da Competncia do Tribunal Pleno (art. 702) ........................................................ 507Seo IV Da Competncia da Cmara de Justia do Trabalho (arts. 703 a 705) ............... 508Seo V Da Competncia da Cmara de Previdncia Social (art. 706) .............................. 508Seo VI Das Atribuies do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho (art. 707) ........ 509Seo VII Das Atribuies do Vice-Presidente (art. 708) ...................................................... 509Seo VIII Das Atribuies do Corregedor (art. 709) ............................................................ 510

    CAPTULO VI DOS SERVIOS AUXILIARES DA JUSTIA DO TRABALHO (arts. 710 a 721) 511

    Seo I Da Secretaria das Varas do Trabalho (arts. 710 a 712) ........................................... 511Seo II Dos Distribuidores (arts. 713 a 715) ........................................................................ 512Seo III Do Cartrio dos Juzos de Direito (arts. 716 e 717) .............................................. 512Seo IV Das Secretarias dos Tribunais Regionais (arts. 718 a 720) .................................. 512Seo V Dos Oficiais de Justia e Oficiais de Justia Avaliadores (art. 721) ..................... 513

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  • CLT NDICE GERAL 15CAPTULO VII DAS PENALIDADES (arts. 722 a 733) ........................................................... 514Seo I Do Lockout e da Greve (arts. 722 a 725) ................................................................ 514Seo II Das Penalidades contra os Membros da Justia do Trabalho (arts. 726 a 728) ... 520Seo III De Outras Penalidades (arts. 729 a 733) ............................................................... 520

    CAPTULO VIII DISPOSIES GERAIS (arts. 734 e 735) ................................................... 522

    TTULO IX DO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO (arts. 736 a 762 revogados pelaLei Complementar n. 75, de 20.5.93, com exceo do art. 739 v. NOTA 1) ..... 523

    LEI COMPLEMENTAR N. 75, DE 20.5.93 (DOU 21.5.93)Dispe sobre a Organizao, as Atribuies e o Estatuto do

    Ministrio Pblico da Unio Comentrios

    1. Nota de Introduo ........................................ 5232. Antecedentes histricos e legislativos ........ 5233. O Ministrio Pblico no plano constitucional 5234. A Lei Complementar n. 73 ............................ 5245. Vitaliciedade e inamovibilidade do MPT .... 5246. Prerrogativas do MPT.................................... 5247. Estrutura do MP ............................................. 5248. Estrutura do MPT ........................................... 5259. Da competncia do MPT ............................... 52510. rgos do Ministrio Pblico do Trabalho .. 52611. Do Procurador-Geral do Trabalho ................ 52612. Do Colgio de Procuradores do Trabalho ... 527

    TTULO X DO PROCESSO JUDICIRIO DO TRABALHO (arts. 763 a 910) ....................... 533

    CAPTULO I DISPOSIES PRELIMINARES (arts. 763 a 769) .......................................... 533

    CAPTULO II DO PROCESSO EM GERAL (arts. 770 a 836) ................................................ 548

    Seo I Dos Atos, Termos e Prazos Processuais (arts. 770 a 782) ..................................... 548Seo II Da Distribuio (arts. 783 a 788) .............................................................................. 552Seo III Das Custas e Emolumentos (arts. 789 e 790) ........................................................ 553Seo IV Das Partes e dos Procuradores (arts. 791 a 793) ................................................. 557Seo V Das Nulidades (arts. 794 a 798) ............................................................................... 564Seo VI Das Excees (arts. 799 a 802) .............................................................................. 567Seo VII Dos Conflitos de Jurisdio (arts. 803 a 812) ....................................................... 570Seo VIII Das Audincias (arts. 813 a 817) .......................................................................... 572Seo IX Das Provas (arts. 818 a 830) ................................................................................... 573Seo X Da Deciso e sua Eficcia (arts. 831 a 836) ........................................................... 590

    CAPTULO III DOS DISSDIOS INDIVIDUAIS (arts. 837 a 855) ........................................... 600

    Seo I Da Forma de Reclamao e da Notificao (arts. 837 a 842) ................................ 600Seo II Da Audincia de Julgamento (arts. 843 a 852) ....................................................... 607Seo II-A Do Procedimento Sumarssimo (arts. 852-A a 852-I) ......................................... 616Seo III Do Inqurito para Apurao de Falta Grave (arts. 853 a 855) .............................. 620

    13. Conselho Superior do Ministrio Pblico do Trabalho ......................................................... 528

    14. Da Cmara de Coordenao e Reviso doMinistrio Pblico do Trabalho ...................... 529

    15. Da Corregedoria do Ministrio Pblico do Tra-balho ................................................................ 529

    16. Subprocuradores-Gerais do Trabalho .......... 53017. Procuradores Regionais do Trabalho ........... 53018. Dos Procuradores do Trabalho ..................... 530

    19. Das Unidades de Lotao e de Administrao 530

    20. Das Garantias e Prerrogativas do MinistrioPblico ............................................................ 530

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  • 16 NDICE GERAL CLT

    CAPTULO IV DOS DISSDIOS COLETIVOS (arts. 856 a 875) ............................................ 621Seo I Da Instaurao da Instncia (arts. 856 a 859) ......................................................... 621Seo II Da Conciliao e do Julgamento (arts. 860 a 867) ................................................. 632Seo III Da Extenso das Decises (arts. 868 a 871) ......................................................... 647Seo IV Do Cumprimento das Decises (art. 872) .............................................................. 648Seo V Da Reviso (arts. 873 a 875) .................................................................................... 650

    CAPTULO V DA EXECUO (arts. 876 a 892) .................................................................... 651Seo I Das Disposies Preliminares (arts. 876 a 879) ...................................................... 651Seo II Do Mandado e da Penhora (arts. 880 a 883) .......................................................... 663Seo III Dos Embargos Execuo e da sua Impugnao (art. 884) ................................ 675Seo IV Do Julgamento e dos Trmites Finais da Execuo (arts. 885 a 889) ................. 679Seo V Da Execuo por Prestaes Sucessivas (arts. 890 a 892) .................................. 689

    CAPTULO VI DOS RECURSOS (arts. 893 a 902) ................................................................ 690

    CAPTULO VII DA APLICAO DAS PENALIDADES (arts. 903 a 908) .............................. 715

    CAPTULO VIII DISPOSIES FINAIS (arts. 909 e 910) ..................................................... 715

    TTULO XI DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIAS (arts. 911 a 922) ............................. 716

    SMULAS, ENUNCIADOS, ORIENTAES JURISPRUDENCIAIS E PRECEDENTES NORMATIVOS

    ndice das Smulas do Supremo Tribunal Federal em matria trabalhista ............................... 719 Smulas do STF em matria trabalhista ..................................................................................... 721 ndice das Smulas do Superior Tribunal de Justia em matria trabalhista ........................... 727 Smulas do STJ em matria trabalhista ...................................................................................... 729 Smulas do Conselho da Justia Federal .................................................................................. 732 ndice Alfabtico e Remissivo dos Enunciados da Smula do TST .......................................... 733 Enunciados das Smulas do TST ................................................................................................ 755 Enunciados do TST com redao alterada em 2003 quadro comparativo ............................ 785 Orientao Jurisprudencial do TST Tribunal Pleno ................................................................ 793 Instruo Normativa n. 4/93 do TST Dissdios Coletivos ...................................................... 794 Instruo Normativa n. 3/93 do TST Depsitos Recursais .................................................... 796 ndice Analtico e Remissivo dos Precedentes Normativos do TST .......................................... 798 Precedentes Normativos da SDC, do TST .................................................................................. 803 ndice Alfabtico Remissivo das Orientaes Jur isprudenciais da Seo de Dissdios

    Colet ivos (SDC), do TST ............................................................................................................. 808 Orientaes Jurisprudenciais da Seo de Dissdios Coletivos (SDC), do TST ................... 810 ndice Alfabtico Remissivo das Orientaes Jurisprudenciais Transitr ias da Seo

    de Dissdio Individual (SDI-1), do TST ........................................................................................ 812 Orientaes Jurisprudenciais Transitrias da Seo de Dissdio Individual (SDI-1), do TST ... 836 ndice Analtico Remissivo da Orientao Jurisprudencial da SDI-1 do TST (Transitria) ..... 850 Orientaes Jurisprudenciais da SDI-1 doTST (Transitrias) ................................................... 855 ndice Analtico Remissivo das Orientaes Jurisprudenciais da SDI-2 .................................. 856 Orientao Jurisprudencial da SDI-2 ........................................................................................... 871BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 881NDICE ALFABTICO REMISSIVO ................................................................................................... 887

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  • CLT 17

    DECRETO-LEI N. 5.452 DE 1 DE MAIO DE 1943

    Aprova a Consolidao das Leis do Trabalho

    O Presidente da Repblica, usando da atribuio que lhe confere o art. 180 da Constituio, decreta:

    Art. 1 Fica aprovada a Consolidao das Leis do Trabalho, que a este decreto-lei acompanha, com asalteraes por ela introduzidas na legislao vigente.

    Pargrafo nico. Continuam em vigor as disposies legais transitrias ou de emergncia, bem como asque no tenham aplicao em todo o territrio nacional.

    Art. 2 O presente decreto-lei entrar em vigor em 10 de novembro de 1943.Rio de Janeiro, 1 de maio de 1943; 122 da Independncia e 55 da Repblica Getlio Vargas

    Alexandre Marcondes Filho.

    NOTA

    1) Esta Consolidao, aprovada pelo Decreto-lein. 5.452, de 9.8.43, no s reuniu, sistematicamente, alegislao trabalhista da poca como, tambm, a alte-rou em alguns pontos. Isto foi possvel porque, ento,vigia a Constituio outorgada de 1937 que autorizavao Executivo a expedir Decretos-leis, enquanto no seinstalava o Congresso Nacional.

    2) da competncia privativa da Unio legislarsobre direito do trabalho (art. 22 da CF), mas lei com-plementar poder autorizar os Estados a legislar sobrequestes especficas da matria.

    Supletividade, no caso, no significa completarlacunas da lei federal preexistente, mas regular aspec-tos que se relacionam com peculiaridades regionais.

    Exemplo dessa supletividade a Lei Complemen-tar n.103, de 14.7.2000, autorizando os Estados a fixarpisos salariais. Ver sobre o assunto o it em n.1 do art.76desta CLT.

    3) O trabalho, protegido por esta Consolidao, livre, oneroso, pessoal, em favor de terceiro e de ca-rter subordinado.

    Livre, porque cabe ao empregado escolh-lo. certo que essa escolha se faz sob toda a sorte de pres-ses; mas, numa sociedade pluralista e livre, o empre-gado retm a liberdade de procurar, entre as vrias pro-postas de emprego, aquela que melhor responde aosseus interesses.

    Dessarte, repudiamos a tese de que no h con-trato de trabalho, mas, contrato de adeso.

    Trabalho oneroso por ser remunerado. Contra-rio sensu, no tutelado por esta Consolidao traba-lho prestado gratuitamente.

    A pessoalidade a outra caracterstica do traba-lho amparado por Lei. No transfervel a outrem tare-fa que o empregado, por contrato, se obrigou a execu-tar. Em conexo com esta caracterstica vem a de queo trabalho h-de ser realizado por pessoa fsica.

    Prestado a um terceiro com subordinao, o tra-balho tem de ser remunerado, independentemente dosresultados da atividade desenvolvida pelo empregado.

    4) De uns tempos a esta parte, crticas acerbasse vm fazendo CLT.

    Afirma-se que suas disposies envelheceram eque se impe sua modernizao, ou melhor, sua atua-lizao para que fiquem ajustadas nova realidadesocioeconmica.

    Para atingir tal meta, esses crticos se dividemem dois grupos: o primeiro, quer, pura e simplesmente,suprimir todas as disposies que tutelam o trabalhosubordinado e preencher o conseqente claro comclusulas de um pacto coletivo; o segundo, com aspi-raes mais modestas, pretende apenas expurgar a CLTdos dispositivos que se tornaram anacrnicos.

    O que nos torna perplexos o silncio dos quehostilizam a CLT quanto aos efeitos benficos por elaproduzidos desde a dcada de 40.

    Sendo um repositrio de normas resultantes dopaternalismo estatal, a CLT se antecipou s crises eaos conflitos que, em outros pases, sempre serviramde caldo de cultura de modelos jurdicos.

    Nosso homem pblico no esperou que a socie-dade sofresse bastante com as divergncias entre oCapital e o Trabalho para depois editar leis contendofrmulas e solues para esses litgios.

    Errou o homem pblico brasileiro ao procederdessa maneira?

    Fazendo-se um balano dos resultados positivose negativos dessa linha de conduta, conclui-se que osprimeiros sobrepujaram, em larga medida, os ltimos.

    Nesse meio sculo de vigncia da CLT, o Brasilpassou por profundas mudanas econmicas e sociais.Novas situaes surgiram tecidas por relaes jurdi-cas que pedem um disciplinamento legal diferente da-quele que lhes oferece a CLT.

    Numa palavra: tem a CLT de ser modificada emlarga escala porque a realidade que ela se prope aregular tambm se modificou profundamente.

    DECRETO-LEI N. 5.452 DE 1 DE MAIO DE 1943 DL/CLT

  • 18 CLT

    Nenhum valor damos acusao de que nossaCLT, tanto na parte do direito individual como na docoletivo do trabalho, teve como modelo a legislao daItlia de Mussolini.

    O que nos compete avaliar o papel magnficoda CLT na preveno de lutas sociais. Abriu sulco parao evoluir pacfico da questo trabalhista. No tivemos adesgraa de assistir as lutas sangrentas que, em ou-tros pases, antecederam o reconhecimento legal deconquistas operrias.

    Assim nos posicionando diante do desempenhoda CLT na rea social, s nos resta dizer que ela temde ser reformada porque o Brasil mudou e muito.

    Qual a melhor frmula?No classificamos, como a melhor, a proposta

    daqueles que propugnam o a pagamento das normaslegais imperativas que amparam o trabalhador contraeventuais arbitrariedades de seu empregador.

    Em nenhum pas do mundo, inclusive naquelesem que o Estado respeita rigorosamente os imperati-vos da economia de mercado, o trabalho subordinado inteira e exclusivamente disciplinado por convenesentre a empresa e seus empregados.

    O emprego dessa soluo em nosso Pas seriadesastroso.

    Temos regies geo-econmicas de insuficientedesenvolvimento econmico e com baixa densidade dapopulao operria. So fatores que levam a um sindi-calismo fraco e, portanto, impossibilitado de discutir como empregador, de igual para igual, melhores condiesde trabalho para os assalariados. Em tais regies, seruma catstrofe a implantao da regulamentao dotrabalho por meio de pactos coletivos.

    H, ainda, um outro fato que desaconselha oaproveitamento da frmula que seduz, at, algumas au-toridades do escalo mais elevado do Executivo Fede-ral neste ano da graa de 1996. H garantias e direitosfundamentais dos trabalhadores inscritos em normaschamadas ptreas pelos constitucionalistas e imunesa qualquer tentativa de emenda ou reviso.

    De todo o exposto at aqui, claro que defende-mos a atualizao da CLT para que responda, com efi-cincia, aos reclamos do momento poltico-social quevivemos no incio do sculo XXI.

    imprescindvel que tudo seja feito de molde apermitir ua maior abertura para que patres e empre-gados tenham condies para discutir, livremente, oencaminhamento de questes que, hoje, ainda perma-necem sujeitas a normas legais rgidas, inflexveis, re-pudiadas por uma realidade que, a todo instante, ga-nha outro perfil e novas cores.

    5) H algum tempo, em algumas naes do pri-meiro mundo, as mais ricas e desenvolvidas, manifes-tou-se um movimento em prol dos direitos dos traba-lhadores das naes emergentes, como, por exem-plo, os tigres asiticos e o Brasil.

    Inscreveu-se na bandeira desse movimento queno leal a competio entre os pases ricos e os emer-gentes, porque estes pagam salrios muito baixos aseus trabalhadores e no lhes dispensam os cuidadosa que tm direito como pessoas humanas.

    inquestionvel que a atoarda esconde o se-guinte: as naes emergentes esto produzindo mer-cadorias de excelente qualidade e por menor preo.

    O padro de vida dessas populaes emergen-tes elevou-se consideravelmente.

    Esse resultado obtido, embora tais povos nocontem com abundncia de crdito sob condies bemfavorveis, nem com equipamentos modernos. Tudo issoexiste, farta nas naes ricas.

    Em face dessa realidade, fica-se a perguntar:qual o verdadeiro objetivo da desagradvel campanha?

    A resposta uma s: retirar do mercado interna-cional os produtos das naes emergentes para que oprimeiro mundo o continue dominando amplamente.Dessa maneira, seus trabalhadores continuaro perce-bendo altssimos salrios que lhes permitem manterum estilo de vida de dar gua na boca aos emergen-tes e aos terceiro-mundistas.

    No direito internacional pblico no h nenhuminstituto que possa ser utilizado pelos ricos contra osemergentes para constrang-los a pagar melhores sa-lrios aos trabalhadores. A OIT, quando muito e comcerta intermitncia, faz recomendaes que, indireta-mente, podem encarecer os produtos dos emergen-tes. Mas, como bvio, suas proposies no tm orequisito da compulsoriedade.

    H quem pense na possibilidade de os ricos,como grandes consumidores da produo emergente,ameaarem fechar seus mercados a essa importao.

    O argumento no de se levar muito a srio. Ospovos emergentes tambm so, hoje, grandes com-pradores do que os ricos produzem.

    A despeito da nossa posio em favor dos emer-gentes e, portanto, do nosso Brasil, claro que defen-demos um melhor padro de vida para o nosso povo,dependente, em boa medida, de melhores salrios.

    O que no podemos aceitar que nossos empre-endimentos industriais e rurais sejam arrastados a umasituao cujo desfecho inevitvel o desemprego, ou me-lhor, a misria de grandes camadas da nossa populao.

    6) O DIREITO ANTERIOR

    No faz a nova Constituio tbua rasa de todoo direito anterior. Isto no ocorreu em revolues maisprofundas que a histria guarda.

    No permite a segurana social ou coletiva quese faa mudana to extensa quo profunda.

    A nova Constituio mantm ou modifica os fun-damentos de parte da legislao anterior, mas con-servando-lhe a validade. A essa novao do direito ante-rior Kelsen chama de recepo (Teoria Pura do Direi-to, tomo II, pg. 36).

    Na conjuntura, tm os hermeneutas papel rele-vante. Reinterpretam a legislao antiga sem perderde vista o conjunto dos princpios gerais de todos osramos de direito constantes da Constituio ou os que,indiretamente, nela esto implcitos como decorrnciados valores fundamentais da nova ordem jurdica. Cabe-lhes a misso de revelar o que morreu e o que se con-serva vivo do antigo sistema legal.

    Em suma, a legislao ordinria encontrada pelanova Constituio, quando se atrita com esta, perde suavalidade e eficcia. Fora da, continua a reger o feixe derelaes sociais e individuais que lhe foi reservado.

    7) PRINCPIO DE IRRETROATIVIDADE

    Uma das mais importantes conquistas da civili-zao a proteo de uma situao jurdica, consti-tuda sob o imprio da lei antiga, pela lei nova.

    DECRETO-LEI N. 5.452 DE 1 DE MAIO DE 1943 DL/CLT

  • CLT 19

    talvez o trao mais significativo do Estado deDireito.

    Entretanto, existe o consenso em torno da cer-teza de que a Constituio tem o poder de retroagirpara extinguir direitos adquiridos, atos jurdicos perfei-tos e casos julgados. Para isto, porm, imprescind-vel que a prpria Constituio declare, de modo expres-so, a retrooperncia da sua norma.

    Tal hiptese, bem de ver, constitui uma exce-o regra de que a norma constitucional se volta, sem-pre, para o futuro; sua eficcia , de ordinrio, a partirda promulgao da Constituio.

    manifesto o equvoco daqueles que imaginamser a retroatividade da essncia da norma constitucional.

    A isto contrapomos o argumento de que seriaum contra-senso dizer-se que a Constituio resguar-da o princpio da irretroatividade das leis e, ao mesmotempo, afirmar-se que ela, sistematicamente, no obrigada a respeitar o direito adquirido.

    8) AUTO-APLICABILIDADE DAS NORMASCONSTITUCIONAIS

    H normas constitucionais que so imediatamen-te exeqveis e outras que no o so.

    A Constituio de 1988 aninha disposiesasseguradoras de direito do trabalhador que no so auto-aplicveis e que portanto, no so bastantes em si.

    Exemplo delas o inciso XXI, do art. 7 que as-segura ao trabalhador o aviso prvio proporcional aotempo de servio. Ausente lei reguladora do preceito,fica-se sem saber qual a proporo a ser observada naconcesso do pr-aviso.

    Exemplo de norma auto-aplicvel a que se en-cerra no inciso XVII tambm do sobredito art. 7: friasanuais remuneradas com, pelo menos, um tero a maisdo que o salrio normal.

    Os direitos sociais estudados nesta obra integramos direitos e garantias fundamentais reunidos no TtuloII da nova Constituio Federal.

    E, o 1 do art. 5 tambm da Constituio, diz:As normas definidoras dos direitos e garantias funda-mentais tm aplicao imediata.

    Em face de um caso concreto e da omisso doPoder Legislativo no disciplinamento daqueles direitosfundamentais, lcito ao Juiz decidir como se fora umlegislador.

    9) REDUO DO SALRIO E DA JORNADADE TRABALHO

    Em pases onde se observa a economia de mer-cado, com todos os seus defeitos e vantagens, tm asempresas a liberdade de reduzir o nmero de seus em-pregados ou os salrios de todos eles, quando a con-juntura econmica assim o exigir. Portanto, a dispensade empregados no encontra grandes dificuldades quan-do estiver em jogo a sobrevivncia da empresa.

    claro que, na legislao comparada, encontra-mos critrios os mais variados tendo por objeto taisprovidncias.

    A regra ter o empregador de provar que exis-tem, realmente, os motivos para a adoo dessas me-didas.

    Na maioria dos pases, tal prova feita perantea autoridade trabalhista.

    Semelhante sistema legal reflete as peculiarida-des da economia de mercado. O consumo que regulao salrio e a jornada de trabalho: se h o encolhimentodo mercado consumidor, fica o empresrio autorizadoa reduzir suas despesas com pessoal bem como suaproduo.

    No seria lgico, em tal modelo de economia,que o empresrio tivesse de manter os mesmos ritmosde produo e contingente de mo-de-obra, pois, notendo a quem vender toda a sua produo, acabariamontando grande stock de mercadorias. Se tal situa-o perdurar por muito tempo, a empresa chega in-solvncia, ao fechamento de suas portas e dispensade todos os empregados.

    A fim de evitar tudo isso, repetimos, nesses pa-ses em que se pratica a economia de mercado, as nor-mas legais protetoras do salrio, do emprego e da jor-nada de trabalho so dotadas de especial flexibilidadea fim de permitir que, num momento de crise, possa aempresa pensar em outras solues antes de despediralguns empregados ou a totalidade deles.

    A poltica social desses pases orienta-se nosentido de evitar o desemprego que, conforme suasdimenses, converte-se em problema social extrema-mente srio.

    Para dar realce questo posta em foco, lem-bramos que, neste instante, nossos formidveis pro-gressos cientficos e tecnolgicos esto propiciando asubstituio, por mquinas inteligentes, de nmero cadavez maior de trabalhadores.

    Durante muito tempo, nosso legislador no sen-tiu a relevncia do problema porque as barreiras alfan-degrias isolavam, praticamente, nossa economia doresto do mundo.

    As regras legais, sobre o assunto, eram dotadasde rigidez que no admitia qualquer ajuste da empresacom seus empregados num momento, de crise.

    A 23 de dezembro de 1965 (um ano aps a revo-luo de maro de 1964), editou-se a Lei n. 4.923, quedispunha em seu art. 2 ser lcito empresa reduzir ajornada normal, ou os dias de trabalho, quando compro-vasse que a conjuntura recomendava a providncia.

    Obrigava a empresa a levar o fato ao conheci-mento do sindicato representativo dos empregados afim de celebrar acordo coletivo de trabalho autorizandoas sobreditas medidas destinadas a proteger a empre-sa contra os efeitos da crise.

    Na inocorrncia de acordo entre as partes, era ocaso submetido Justia do Trabalho, circunstncia quedaria desagradvel publicidade situao de dificulda-des da empresa, o que, obviamente, lhe criaria maio-res percalos no tocante ao crdito.

    Admitia-se, no mximo, reduo salarial da or-dem de 25%, respeitado o salrio mnimo, sendo atin-gidos pela medida os gerentes e diretores da empresa.

    Essa situao se modificou sensivelmente como advento da Constituio Federal, de 5 de outubro de1988. Os incisos VI e XIII, do seu art. 7, admitem areduo tanto do salrio como da jornada de trabalho,desde que isto se faa por meio de acordo ou conven-o coletiva de trabalho.

    Mais uma vez o legislador veio dizer que, sem apresena do Sindicato profissional, invivel o enten-dimento direto dos patres com seus empregados ob-jetivando as questionadas providncias.

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    Temos como certo, porm, que perderam efic-cia os pontos da Lei n. 4.923 que estabelecem: o mni-mo de reduo salarial; a diminuio dos dias de traba-lho ou da jornada; fixando perodo mximo de 90 dias,prorrogvel por igual prazo.

    Tais restries perdem validade porque reduzemo alcance dos referidos dispositivos constitucionais.

    Por via de conseqncia e a nosso parecer,remanescem as demais disposies da Lei n. 4.923,como por exemplo: proibio de horas extras no cursodo perodo acordado com o sindicato; readmisso dosempregados dispensados pelos motivos geradores dacrise que envolveu a empresa.

    Entendemos que o legislador deve, com a maiorurgncia, fixar novas normas para o problema coloca-do nas linhas antecedentes.

    Deve, realmente, a empresa provar que existemos fatores que a levam a diminuir os salrios e a jorna-da de trabalho.

    Mas, fazer essa prova num processo judicial que,de ordinrio, leva de 3 a 4 anos para chegar a seu final, ignorar a rapidez das modificaes que se operamno regime de economia de mercado. Ocioso dizer que,passando em julgado a sentena que reconheceu a le-gitimidade da pretenso da empresa, esta, com certe-za, j quebrou h muito tempo.

    mister critrio mais simples e clere de avalia-o dos motivos alegados pela empresa para mexer nosalrio e jornada de trabalho.

    Em nossa opinio, a comprovao de tais moti-vos deveria ser feita perante a autoridade trabalhista,com prvia audincia do sindicato representativo dosempregados. Comprovando-se serem inverdicas asalegaes da empresa, deve a lei prever sanes bemseveras.

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    CONSOLIDAO DAS LEIS DO TRABALHOTTULO I

    INTRODUO

    Art. 1 Esta Consolidao estatui as normasque regulam as relaes individuais ecoletivas de trabalho, nela previstas.

    NOTA

    1) O Direito do Trabalho a parte do ordenamentojurdico que rege as relaes de trabalho subordinado,prestado por uma pessoa a um terceiro, sob a depen-dncia deste e em troca de uma remunerao contra-tualmente ajustada. No , de conseguinte, qualquerespcie de trabalho o objeto da nossa disciplina. ex-cludo o trabalho do empreiteiro (que no o pequeno,em favor do qual abre a lei trabalhista uma exceo) edo profissional liberal que exercem seus ofcios demaneira independente, autnoma.

    O Direito do Trabalho, no dizer de muitos auto-res, uma das expresses mais marcantes da tendn-cia do Estado moderno de intervir nas relaes inter-subjetivas ou inter-humanas, a fim de proteger o inte-resse do todo social que, em boa parte, se confundecom o dos economicamente fracos, quando em dispu-ta com os economicamente fortes. As normas desseDireito se universalizaram por muitas razes, mas duasdelas merecem especial destaque: a primeira, a cir-cunstncia de o trabalho assalariado ser cumprido sobcondies semelhantes em todos os quadrantes, e istoindependentemente do regime poltico imperante emcada pas, uma vez que aquelas condies derivam dacincia e da tecnologia que se fundam em princpiosadotados por todos os povos sem distino; a segundatraduz-se na preocupao geral de uniformizar as provi-dncias protetoras do trabalho e que oneram a produo,com o fito de colocar em bases aceitveis o jogo dacompetio internacional por mercados consumidores.

    De notar-se que a maioria das naes, classifi-cadas como superdesenvolvidas sob o prisma econmi-co, no teve de suportar os nus do Direito do Trabalhono comeo da sua corrida para a riqueza, enquanto asnaes que se atrasaram no seu processo de industriali-zao como o nosso Pas tm de superar o subde-senvolvimento sem prejuzo das vantagens e regalias queno podem ser recusadas aos trabalhadores.

    O Direito do Trabalho denominao acolhida,presentemente, pela maioria das naes definidode mil e uma maneiras. Umas enfocam apenas o seu obje-tivo e, por isso, se catalogam como definies objeti-vistas e, outras, ocupam-se das condies de inferiori-dade do empregado no plano econmico, para justifi-car as medidas estatais de carter especial paraproteg-lo. So estas def inies chamadas desubjetivistas. Damos preferncia definio de GallartFolch, que mista ou ecltica:

    Conjunto de normas jurdicas destinadas a re-gular as relaes de trabalho entre patres e operriose, alm disso, outros aspectos da vida destes ltimos,mas precisamente em razo de suas condies de tra-balhadores (Derecho Espaol del Trabajo, EditorialLabor, 1936, pg. 9).

    Assim definido, o Direito do Trabalho abrange noapenas o contrato individual, mas tambm a organiza-o sindical, o direito administrativo do trabalho, o di-reito internacional do trabalho, convenes e acordoscoletivos. As normas jurdicas disciplinadoras das rela-es de trabalho ou so de origem estatal (leis, decre-tos, portarias), ou de origem autnoma (fonte negocial,como expresso da autonomia da vontade, pactos co-letivos, regulamentos de empresa). As relaes de tra-balho, a que o conjunto das normas jurdicas do Direitodo Trabalho se prope a disciplinar, so uma espcie dognero das relaes jurdicas.

    O trabalho que goza de tutela especial aqueledirigido para fins econmicos consistentes na produ-o de bens ou de servios e que executado sob adependncia de um terceiro (o patro) em troca de re-munerao. Seu elemento caracterizador a circuns-tncia de ser til a esse terceiro, que se chama empre-gador. Completa-se com um outro: a alienao do re-sultado do trabalho. O executor do trabalho no retmo resultado de seus esforos; fica ele em poder de quemlhe paga salrio.

    No nosso direito material do trabalho, h ficesque dilatam o campo de incidncia de suas normas,fices que, em parte, sero apreciadas nos comen-trios ao art. 2, desta Consolidao. Ningum negaque muitas das clusulas de um contrato de traba-lho so ditadas pelo empregador, mas tambm nin-gum ignora que, na celebrao desse mesmo con-trato, o empregado impe, com muita freqncia,condies que a empresa aceita. De qualquer modo,o contrato nasce de um acordo de vontades. Numaorganizao scio-econmica do estilo da nossa, oempregado no obrigado a curvar-se inteiramentes pretenses do empregador.

    2) Fala-se, de h muito, na necessidade de onosso Pas ter o seu Cdigo do Trabalho. H quem seoponha a semelhante tese afirmando que a vetustaConsolidao das Leis do Trabalho vem cumprindo,satisfatoriamente, seu papel, na arena em que se de-senvolvem as relaes de trabalho. As discusses emtorno do assunto no tm qualquer semelhana com adiscusso em que se envolveram Savigny e Thibaut.Empenhados no renascimento do Direito alemo, quemal escondia seu desejo de libertar-se da influncia doCdigo Civil dos franceses, por lembrar-lhes as lutas comNapoleo, ambos no eram contrrios codificao do

    INTRODUO Art. 1

  • 22 CLT

    Direito de sua ptria. Savigny aspirava por um Cdigopara toda a Alemanha, em prazo relativamente curto,utilizando-se de trs elementos: o Direito Romano, oDireito germnico e as modificaes por eles sofridascom o decorrer do tempo. Thibaut entendia que essaCodificao exigia tempo assaz longo. A divergnciaresidia na questo de tempo indispensvel elabora-o de um cdigo.

    Est, ainda, de p, a indagao sobre a oportu-nidade, ou no, de o Brasil ter o seu Cdigo do Traba-lho. Diante desse problema, opinamos no sentido deque se deve deixar passar mais algum tempo at que oPas ultrapasse, de uma vez por todas, o estgio dosubdesenvolvimento econmico. Hoje, as mudanasque se operam, em grande escala, na economia nacio-nal, no deixam de refletir-se nas instituies polticase nas estruturas sociais. De conseqncia, em lapsode tempo relativamente curto, muitas leis se tornaminadequadas ao fim a que se destinam e outras novastm de surgir, para que o processo desenvolvimentistano seja perturbado.

    De certo modo, estamos com Felipe SanchezRomn (Estudios de Derecho Civil, Madrid, tomo I,pg. 527 e segs., 2 ed.), quando informa que a evolu-o que conduz a uma codificao passa por trs mo-mentos distintos: I o sistema consuetudinrio oucostume, forma pela qual o direito nasce da conscin-cia social; II consolidao ou recopilao, envolven-do apenas a idia de reunir o que est disperso, semlhe alterar a forma ou essncia e, finalmente, III refundio o passo mais prximo da codificaoporque rene a legislao preexistente, de maneira afazer surgir uma unidade interna, eliminando eventuaisdivergncias entre suas disposies. Em doutrina pacificamente reconhecido que, nem sempre, os trsestgios de Sanchez Romn precisam ser observados.O direito saxo a prova disso.

    Nossa Consolidao na tica do mestre es-panhol mais uma refundio do que, propriamen-te, uma recopilao. Ela no apenas reuniu o que esta-va disperso, como suprimiu preceitos e introduziu ou-tros novos. Alm disso, inegvel que a nossa CLTtem uma certa unidade interna.

    Finalmente, h uma circunstncia que aconse-lha um certo compasso de espera no processo de for-mao do Cdigo do Trabalho. Trata-se do desigual de-senvolvimento social e econmico das vrias regiesdo Pas e que guardam entre si diferenas mais pro-fundas que entre dois pases do continente europeu.Fazendo-se abstrao das exigncias e pressupostosda nossa organizao poltico-administrativa, diramosque certas relaes individuais e coletivas do trabalhodeveriam ser regidas por normas distintas no norte eno sul do Pas. Se codificar formar um corpo de leismetdico e sistemtico; se mtodo implica um cami-nho que leva ao fim visado; se sistema entranha umaidia e um princpio de ordenao e de unidade, con-venhamos que no esta a poca propcia codificaodo nosso Direito do Trabalho.

    Desde j, porm, queremos tomar posio no quetange estrutura de uma Consolidao das Leis do Tra-balho (dado que serve para o futuro Cdigo). No nosparece conveniente reunir, num mesmo diploma legal,as normas materiais ou substantivas e as adjetivas ouprocessuais. Evaristo de Moraes Filho e Russomanodefiniram-se a favor da diviso dessas normas. O pri-meiro, no seu Projeto de Cdigo do Trabalho, deixou delado o processo do trabalho; o segundo chegou a escre-ver um excelente projeto de Cdigo do Processo do Tra-

    balho. uma pena que nossos legisladores no tenham,at hoje, aproveitado ainda que parcialmente o quese contm naqueles projetos.

    3) Sobem a mais de cem as teorias da divisodo Direito em Pblico e Privado. Desde Ulpiano coma sua teoria dos interesses protegidos (Direito Pblico o que se refere ao Estado romano e, Privado, o rela-tivo ao interesse dos indivduos), os juristas defendemas posies mais variadas diante dessa dicotomia doDireito. Em face da controvrsia sem fim, chegam al-guns, com Kelsen frente, a afirmar que o Direito ums, pois provm sempre da mesma fonte. Esseunitarismo, ou monismo jurdico, ganha adeptos me-dida que o tempo passa, tanto mais que o Estado Mo-derno, crescendo em fora, impulsiona o Direito Pbli-co para o interior dos domnios do Direito Privado. Hautores que preconizam, para futuro prximo, a com-pleta absoro do Direito Privado pelo Pblico. evi-dente o exagero.

    Seguindo o magistrio de Ruggiero, que no negaa bipartio do Direito, entendemos que o Direito doTrabalho uma das partes do Direito Privado. Segundoaquele emrito jurista italiano, Pblico o Direito quetem por finalidade as relaes do Estado com outroEstado ou as do Estado com seus sditos, quando pro-cede em razo do poder soberano e atua na tutela dobem coletivo; Direito Privado o que disciplina as rela-es entre pessoas singulares, nas quais predominaimediatamente o interesse particular (apud Caio Mrioda Silva Pereira, Instituies de Direito Civil, vol. 1,pg. 26, 1 ed., 1961).

    Entendemos que o Direito Privado ainda se dis-tingue do Direito Pblico pelo fato de possuir mais nor-mas dispositivas que imperativas, ao passo que, nosegundo, ocorre o inverso. O Direito do Trabalho possuimuitas normas cogentes, mas nele sempre se trata dodireito imediato do trabalhador. Nele sobressai o con-trato de trabalho que, invariavelmente, nasce de umacordo de vontades. O empregado no adere a um con-trato; aceita um pacto que convm aos seus interessese estipula condies (quase sempre por intermdio doseu rgo de classe) que no constam de qualquer atoeditado pelo Estado. A circunstncia de sofrer forte in-terveno estatal cria muitos pontos de contato entreele e o Direito Pblico. Isto, porm, no basta parapublicizar o Direito do Trabalho, eis que outros ramosdo Direito Privado, embora tenham tambm muitos pon-tos afins com o Direito Pblico, no fazem parte deste.

    No concordamos com a sua classificao comoum tertium genus, como o querem Radbruch, CesarinoJr., Walker Linares, Gaete Berrios e outros mestres. ODireito do Trabalho um direito novo, sim, mas no temcaractersticas que o distinguem quer do Direito Pbli-co, quer do Privado. Ao revs, tem ele muitas normasde carter privado e outras de carter pblico. Comoas primeiras so as mais importantes, por formaremseu ncleo (o contrato individual do trabalho), s nosresta repetir ser ele um dos ramos do Direito Privado.

    4) Ningum mais duvida que o Direito do Traba-lho um ramo autnomo do Direito. maneira do queigualmente ocorre com as demais espcies jurdicas,no est ele isolado, emparedado por princpios e nor-mas que no admitem qualquer contato com as demaispartes da Cincia Jurdica. H entre eles, canais decomunicao, que tornam harmonioso seu conjunto epreservam a autonomia de cada uma das suas partes.

    Vejamos o relacionamento, da matria em estu-do, com o Direito Constitucional. Nas Constituies po-

    INTRODUO Art. 1

  • CLT 23

    lticas do sculo XVIII (as dos Estados Unidos e daFrana) inseriram-se normas de carter negativo,endereadas ao Estado, para resguardar as liberdadesindividuais, os direitos fundamentais do cidado, con-tra eventuais e arbitrrias investidas do Poder Pblico.Tinham, ento, os homens bem vivos, na lembrana,os excessos cometidos sob a gide do absolutismo.Eram fatos polticos que, em nmero e importncia, sesobrepunham aos fatos sociais. No eram ainda os tra-balhadores objeto da ateno do legislador constituin-te. S no sculo XX que as Constituies passaram adar abrigo a princpios que beneficiavam uma classesocial, a dos trabalhadores. As primeiras Constituiespoltico-sociais foram a do Mxico (1917), a da Repbli-ca de Weimar (1919) e a Espanhola (1930). A partir da,consolidou-se a posio do Direito do Trabalho, mercda equiparao, de vrios de seus institutos, a garantiasconstitucionais: o salrio mnimo, trabalho da mulher edo menor, liberdade sindical, direito de greve, etc.

    geral o consenso de que as Constituies bra-sileiras de 1824 e de 1891, a primeira monrquica e, asegunda, republicana, no se ocuparam do que pode-mos chamar de direitos sociais. A nossa primeira CartaConstitucional continha apenas dois dispositivos: Ne-nhum gnero de trabalho, cultura, indstria ou comr-cio pode ser proibido, uma vez que no se oponha aoscostumes pblicos, segurana e sade dos cidados;Ficam abolidas as corporaes de ofcio, seus juzes,escrives e mestres. Na declarao de direitos daConstituio de 1891, dizia o 24 do art. 72: garan-tido o livre exerccio de qualquer profisso moral, inte-lectual e industrial. Como se v, nossa primeira LeiFundamental da era republicana no deu, em verdade,muita nfase enunciao dos direitos sociais. De as-sinalar-se, porm, que no procediam de forma diver-sa, na poca, pases em estgio cultural e econmicomais avanado. Ambas cuidavam da liberdade do tra-balho e da liberdade de associao, mas em termosto tmidos que no as consideramos precursoras dasConstituies sociais do sculo seguinte, que o nos-so. Pela reforma a que foi submetida em 1926, a Cartade 1891 elevou o Direito do Trabalho a nvel constitucio-nal ao acrescentar um item, ao seu art. 34, para esta-belecer a competncia da Unio de legislar sobre ele.As Constituies de 1934, 1937, 1946, 1967 (emenda-da em 1969) e 1988 classificam-se entre as sociais,porque em todas elas se abriu espao para a ordemeconmica e social.

    Enfoquemos, em seguida, o Direito Adminis-trativo que regula a organizao e a atividade daAdministrao Pblica. Tem estreitas relaes com oDireito do Trabalho. Paralelamente crescente pro-jeo do trabalho na esfera a cargo do Estado, teveeste de diversificar suas atribuies, ampliando-as etornando mais complexo seu papel de ordenador da vidacoletiva. As multas por infrao s disposies da CLT,as normas baixadas pelo Ministrio do Trabalho sobre asegurana e medicina do trabalho, trabalho da mulher edo menor, salrio mnimo, etc. do-nos uma idia exatade interpenetrao dos Direitos do Trabalho e Admi-nistrativo.

    O Direito do Trabalho um ram desgarrado da r-vore frondosa e multissecular do Direito Civil ou Comum.No de estranhar, portanto, que estejam ainda em nti-ma conexo. A CLT estatui que o Direito Comum temaplicao subsidiria s relaes de trabalho naquilo emque no contrariar seus prprios princpios fundamen-tais. Se ainda h muitos claros no Direito Laboral que oDireito Comum chamado a preencher, de outro lado tambm certo que muitos institutos do Direito Comum

    passaram por grande transformao ao serem absorvi-dos pelo Direito do Trabalho, tais como, a indenizaopor despedida sem motivo justo, a capacidade do menore da mulher, o direito de associao, o contrato de tra-balho, a conveno coletiva, etc.

    Quanto ao Direito Comercial ou Mercantil sabi-do que tem muitos pontos afins com o Direito do Traba-lho. Dele vieram, a este ltimo, noes de preposiocomercial, causas rescisivas de contrato, mandatomercantil e de outros institutos que, no Direito do Tra-balho, ganharam colorido e forma diferentes.

    No Direito Processual Civil e, mesmo no Penal,mergulham as razes do processo trabalhista que seestruturou ao influxo do justo anseio de uma justiarpida, para os litgios entre o Capital e o Trabalho, exi-gida pelos assalariados em nome de sua debilidadeeconmica que no tolerava como ainda no tolera longas esperas.

    O relacionamento entre os Direitos do Trabalhoe Internacional adensa-se, dia-a-dia. Ambos comungamdo mesmo desejo de unificar as normas protetoras dotrabalho remunerado como forma de dar soluo a pro-blemas nascidos da competio entre as naes paraa conquista de novos mercados para seus produtos.No processamento das normas internacionais do tra-balho, tem papel saliente a Organizao Internacionaldo Trabalho, com sede em Genebra, da qual faz parte amaioria das naes do globo.

    Como remate final a este item, cabe-nos frisarque o Direito do Trabalho, posto em confronto com osdemais compartimentos da Cincia Jurdica, caracteri-za-se por sua especial sensibilidade s mutaes queacontecem, sem cessar, no meio scio-econmico e quepedem novas regras jurdicas. Essa sensibilidade expli-ca o dinamismo do Direito do Trabalho e d sentido sdiferenas entre ele e os demais ramos do Direito.

    5) Uma incurso pela Histria pe de manifestoque, mesmo nos tempos mais recuados, sempre hou-ve disposies disciplinadoras do trabalho. A verdade,porm, que ento no existiu, a rigor, um embrio doque hoje entendemos por Direito do Trabalho. As con-dies de vida e os padres de cultura da poca noensejavam o florescimento de tais normas jurdicas. Asmudanas trazidas pela Revoluo Industrial no meiosocial fizeram com que, a partir do sculo XVIII, o tra-balho assalariado se tornasse o objeto de disposieslegais que cresceram em nmero e importncia no s-culo XIX e chegaram ao sculo atual como uma dasquestes mais relevantes colocadas diante dos esta-distas e dos homens pblicos em geral. difcil medir-se a contribuio de Marx, de Bismarck, de Leo XIII ede outras fulgurantes figuras da Humanidade para onascimento do Direito do Trabalho como um instrumen-to de proteo do homem que vive do trabalho assala-riado. Ningum, contudo, nega a esses homens o pa-pel que desempenharam no processo evolutivo do novoDireito. Em relao ao Brasil, nossos autores adotamcritrios diferentes para estabelecer as diversas faseshistricas do Direito do Trabalho. Em obra como a nos-sa no h lugar, nem espao, para um estudo mais di-latado desse ponto.

    Por agora, desejamos fixar dois marcos: a pri-meira Constituio republicana de 1891 e a Revoluode 1930.

    At a primeira Carta Constitucional da Repblica,tivramos o Direito portugus regulando as formas maisincipientes da organizao do trabalho e a escravatura um dos pilares da nossa economia no sculo passa-

    INTRODUO Art. 1

  • 24 CLT

    do as quais no estimulavam o trabalho livre suscep-tvel de disciplinamento pelo Estado. Desfrutando de re-lativa liberdade de associao, as concentraes ope-rrias, criadas por um parque industrial ainda nonascedouro, provocaram greves nas cidades de SoPaulo, Rio de Janeiro e em algumas outras, nos primei-ros anos deste sculo. Ocorreu, ento, o que j algunsobservadores haviam registrado: no desenvolvimentocronolgico do Direito do Trabalho tm prioridade asmanifestaes coletivas de trabalhadores.

    Com a Revoluo de 1930, as leis de proteodo trabalho se amiudaram. Muitas vieram antes que asclasses interessadas reivindicassem as vantagens ne-las inscritas. Desde ento, nosso Direito do Trabalhono perdeu seu cunho paternalista. A par disso, carac-teriza-se como uma das formas de ingerncia e bemprofunda do Estado nas relaes do trabalho. esseDireito, por tal razo, inferior ao de outros pases, queresultou sobretudo da presso dos grupos operriosexercida, no raro, com inusitada violncia? difcilaceitar-se a tese de que uma norma de amparo do tra-balhador s boa quando tem, como antecedentes,lutas sangrentas que deixam crianas na orfandade elares destrudos.

    No caso particular do Brasil, temos de reconhe-cer que o nosso legislador, ao antecipar-se a tais crises,se assemelha a um inteligente engenheiro social queabre sulcos no terreno social para que o processoevolutivo das instituies tenha seguimento de modomais suave, sem choques e sem sobressaltos. Semembargo das transformaes polticas por que passou oPas nos dois grandes perodos (1500 a 1930 e de 1930at hoje), a legislao do trabalho, num e noutro, nodeixou de apresentar as caractersticas que apontamos.

    No resta dvida de que esta Consolidao jproduziu todos os bons resultados scio-econmicosque dela se esperavam, enquanto o Brasil dava seusprimeiros passos no campo da industrializao. Nesseperodo, que j pertence ao passado, o casusmo dalegislao trabalhista bem espelhava uma economiadbil sem a multiplicidade de interesses caracterizadorada economia dos pases plenamente desenvolvidos.Todas as empresas brasileiras, nas dcadas de 40 e50, se confundiam na pobreza de seus recursos finan-ceiros e tcnicos. Compunham realidade de inegvelsimplicidade, facilmente regulvel pelas normas con-solidadas.

    A partir de 1960 esse cenrio passou por pro-funda transformao. Ao lado das pequenas empresas,comearam a surgir, em grande quantidade, as mdiase as grandes empresas. O dimensionamento de seusproblemas deixou de ser o mesmo e, por isso, as coli-ses de interesses se amiudaram. Num mesmo ramoeconmico, empregados de pequenas empresas e degrandes conglomerados econmicos passam a ter in-teresses e aspiraes distintos, cujas solues, permi-tidas ou desejadas, tm de ser diferentes.

    A CLT, com suas normas rgidas e uniformes, nose adapta, em muitos pontos, s transformaes ocor-ridas no meio social e econmico de um pas que, alargos passos, deixa de ser subdesenvolvido, para serconsiderado, por muitos, potncia emergente.

    6) O estrangeiro, que haja entrado regularmenteem territrio nacional, protegido pelas normas con-solidadas, ex vi do disposto no art. 5 da ConstituioFederal. Por via de conseqncia, dado ao estrangei-ro, aqui, exercer qualquer ofcio, desde que cumpraas disposies da legislao pertinente, ressalvadas asexcees que s a Carta Magna pode estabelecer.

    7) Empresa pertencente a governo estrangeiro eque opere em territrio nacional, devidamente autori-zada pelo Governo brasileiro, est submetida s dispo-sies da CLT. No goza dos privilgios de pessoa jur-dica de Direito Internacional Pblico.

    8) Com muita razo diz Jitta, citado por SerpaLopes (Comentrios Lei de Introduo ao Cdigo Ci-vil, 2 vol., pg. 190, 2 ed., 1959), as obrigaes for-mam uma instituio jurdica comum a todos os povos.

    Obrigaes contradas em determinado pas, eexigveis em outro, geram incertezas e controvrsiasque constituem, em boa parte, os objetivos do DireitoInternacional Privado.

    Sobre o assunto, lemos no art. 9, da nossa Leide Introduo ao Cdigo Civil: Para qualificar e regeras obrigaes, aplicar-se- a lei do pas em que seconstiturem. 1 Destinando-se a obrigao a serexecutada no Brasil e dependendo de forma essencial,ser esta observada, admitidas as peculiaridades dalei estrangeira quanto aos requisitos extrnsecos do ato 2 A obrigao resultante do contrato reputa-seconstituda no lugar em que residir o proponente.

    Da leitura desse dispositivo se depreende que onosso legislador, se filiou corrente doutrinria contr-ria autonomia da vontade no mbito do Direito Interna-cional Privado, isto , a faculdade de escolha de umadeterminada lei para reger dada obrigao. A amenizaodessa linha de pensamento feita pela observao deque se admite a autonomia da vontade quando a leicompetente o admitir, isto , quando no se tratar denorma imperativa.

    A Justia do Trabalho, em vrios acrdos, ma-nifestou simpatia pela tese de Savigny que a de solu-cionar os conflitos interespaciais em matria de obri-gaes, com a lei do lugar de execuo, deixando delado a lex loci contractus.

    Na esfera do Direito do Trabalho, as hiptesesmais comuns so duas: o empregado vincula-se a umamultinacional e sai de um pas estrangeiro para vir tra-balhar no Brasil, em empresa filiada, por tempo inde-terminado; empregado de empresa estrangeira vem aoBrasil para dar assistncia tcnica a um cliente e isto,como bvio, por tempo predeterminado. Na primeirasituao, ho de prevalecer as disposies do nossoDireito do Trabalho. Presume-se, in casu, que o con-trato anterior foi extinto e substitudo por um outro, aser cumprido em terras brasileiras. De conseqncia, otempo de servio, prestado anteriormente fora do Bra-sil, ter de ser computado para fins indenizatrios, umavez que, a, se configura o grupo econmico de quefala o art. 2, desta Consolidao. Na segunda situa-o, o empregado continua vinculado ao grupomultinacional por um contrato que no se dissolveu,eis que, para bem cumpri-lo, transporta-se temporaria-mente ao nosso Pas para dar assistncia tcnica a umcliente. sabido que alguns aspectos desse contratocaem sob o imprio da lei brasileira enquanto o empre-gado aqui se encontrar, mas, repetimos, a obrigao no que ela tem de essencial continua regida pelalex loci contractus.

    V., ainda nota 12 ao art. 7

    9) A interpretao procedimento que, sempre,precede a aplicao da lei a determinado fato concre-to. Procura, a interpretao, o sentido do comando abs-trato e, a aplicao, o enquadramento do abstrato aoconcreto.

    INTRODUO Art. 1

  • CLT 25

    Dividem-se as correntes sobre interpretao emsubjetivistas e objetivistas. As primeiras pesquisam avontade do legislador; as objetivistas sustentam que alei se desvincula da vontade ou da inteno do legisla-dor, devendo ser interpretada luz dos interesses quese prope a regular e com o sentido que, nesse mo-mento, lhe daria o legislador.

    Segundo Savigny, os mtodos de interpretaoso: o gramatical, o lgico, o histrico e o sistemtico.Em face de um dado problema de hermenutica, o usode um nico mtodo ou de vrios deles em conjunto admitido e mesmo til.

    Surgiu, no universo jurdico, em data recente, aopinio de que a ideologia imprescindvel na inter-pretao das leis, de modo geral. Pela ideologia, feitaa valorao que leva fixao dos objetivos da aodo homem dentro da sociedade. Segundo essa corren-te, na interpretao, h de se levar em conta a aponta-da valorao predominante num dado momento social,o que importa dizer ter ela de modificar-se medidaque se transforma o contexto social. Por outras pala-vras, no se vai buscar o significado da norma na von-tade histrica do legislador, mas do intrprete no ins-tante em que se pretende aplicar a lei a uma situaoconcreta.

    Para Kelsen (Teoria General del Derecho y delEstado, pg. 140 e segs.), o intrprete extrai da normalegal as vrias decises que ela comporta e escolheuma delas. Assim, a interpretao no equivale a umaatividade puramente intelectual, mas a um ato de von-tade. Na raiz desse ato de vontade esto mltiplas in-fluncias, que no podem ser desconhecidas. Aceita-mos o pensamento kelseniano.

    O Direito do Trabalho desgarrou-se do corpo doDireito Civil, o que explica o fato de, at hoje, perce-ber-se, em sua interpretao, mtodos usados na fon-te original. Contudo, pensamos estar ele sujeito s re-gras comuns da hermenutica. No apresenta peculia-ridades que justifiquem ou inspirem princpios prpriospara o trabalho interpretativo de suas normas.

    Fazemos companhia a Giorgio Ardau na crticaao princpio in dubio pro misero. O intrprete da leideve socorrer-se de todas as normas e princpios quelhe permitem aplic-la situao concreta de formacondizente com a justia, sem levar em conta a condi-o social das partes interessadas. No Direito do Tra-balho, o intrprete dar maior ou menor nfase a esteou quele princpio, a fim de atender s circunstnciasde que se revestiu o conflito de interesses entre o as-salariado e seu empregador.

    10) As relaes individuais de trabalho, sujeitas Consolidao das Leis do Trabalho, so relaes ju-rdicas que nascem de um contrato de trabalho e cujossujeitos empregado e empregador so definidosnos arts. 2 e 3, da Consolidao.

    Diz De La Cueva que relao de trabalho oconjunto de direitos e obrigaes derivados da presta-o de um servio pessoal (Derecho Mexicano delTrabajo, tomo 1, pg. 475).

    mais ou menos o que diz Cotrim Netto: Aoconjunto de atos executivos do contrato de emprego eoriginadores de direitos nitidamente patrimoniais quese pode denominar relao de emprego (Contrato eRelao de Emprego, pg. 26). Esse autor faz sutil dis-tino entre relao de trabalho e relao de emprego.Afirma que Deveali e outros erigem a relao de traba-lho em instituto novo para tomar o lugar do contrato de

    trabalho, uma vez que entendem inexistir, no vnculo tra-balhista, qualquer semelhana com ato contratual. Paraeles, o que existe engajamento.

    Se na doutrina no se procura diferenciar a rela-o de trabalho da relao de emprego, acreditamosque o nosso legislador quis dar primeira um significa-do mais amplo que o da segunda. No art. 1, da Conso-lidao, fala-se de relao individual do trabalho e, noart. 442, se diz que o contrato de trabalho corresponde relao de emprego. No art. 1 a relao individual detrabalho abrange a relao de emprego e a relao quederiva do contrato de empreitada a que alude o art. 652,da CLT. A diferena entre ambos os conceitos, em nos-so sistema legal, para atender a algo que lhe pecu-liar. No tem maior importncia na doutrina. Resumin-do a relao de trabalho o ncleo das obrigaesderivadas do contrato individual de trabalho.

    11) Direito coletivo do trabalho o complexo denormas jurdicas que regula as atividades dos sindica-tos, os pactos e os conflitos coletivos. a parte do Di-reito do Trabalho que considera o grupo profissional,organizado ou no em sindicato, travando relaes comum ou vrios empregadores. No direito coletivo do tra-balho, do lado patronal, possvel que o sujeito de umarelao jurdica seja um nico patro, ao passo que, noque tange ao operrio, jamais ele encarado indivi-dualmente.

    Esta Consolidao disciplina a maioria das rela-es coletivas de trabalho. Na legislao extravagantesobre o assunto,