Clube Alem Tumulo

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  • - Revista dos Alunos do Programa de Ps-graduao em Cincia da Religio - UFJF

    O Club Alm Tmulo: o incio do espiritismo em Juiz de Fora

    The Club in Tomb: the beginning of spiritualism in Juiz de Fora

    1Izabela Matos F. Mendona [email protected]

    Resumo A histria rea das cincias humanas que muito contribui para os estudos da religio, uma vez que possibilita, atravs da pesquisa documental histrica, a produo de conhecimento, principalmente sobre a origem, as manifestaes e as contribuies dos fenmenos religiosos nas sociedades. Nesse sentido, prope-se neste trabalho analisar as primeiras manifestaes do espiritismo, em Juiz de Fora, no sculo XIX, a partir de levantamento documental no jornal local, de grande circulao na poca, Pharol, enfatizando as referncias feitas, por esse peridico, ao Club Alm Tmulo, primeira referncia ao espiritismo realizada pelo peridico, em Juiz de Fora. O grupo de pessoas interessadas nos fenmenos espritas promovia reunies, que aconteciam, informalmente, no salo morturio da cidade. Abertas a quem tivesse interesse em conhecer o espiritismo, as reunies foram divulgadas e relatadas, no Pharol, evidenciando que, em Juiz de Fora, o movimento esprita, assim como em outras partes do pas, iniciou-se de forma desinstitucionalizada, voltado mais a especulaes fenomenolgicas, que a questes religiosas. Palavras-chave: histria, espiritismo, fenmeno, religio.

    Abstract History is the field in humanities that contributes greatly to the study of religion, since it allows, through the historical documentary research, the production of knowledge, especially about the origins, manifestations and contributions of religious phenomena in societies. Accordingly, it is proposed in this work an analysis of the first manifestations of spiritualism in Juiz de Fora, in the nineteenth century, by a documentary survey in the local newspaper of general circulation at the time, Pharol, emphasizing the references made by this journal to the Club Beyond Grave, the first reference to spiritualism held by the journal, in Juiz de Fora. The group of people interested in spiritual phenomena promoted meetings, which took place informally in the hall of the city mortuary. Open to anyone who had an interest in knowing spiritualism, the meetings were announced and reported in Pharol, showing that, in Juiz de Fora, as well as in other parts of the country, the spiritual movement began in a deinstitutionalized way, more concerned with phenomenological speculation than religious issues.

    Keywords: history, spiritualism phenomenon, religion.

    1Mestra em Cincia da Religio pelo Programa de Ps-Graduao em Cincia da Religio da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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    Introduo

    Os relatos sobre as comunicaes com espritos e a possibilidade da existncia

    de vida aps a morte foram alvo de discusses nos Estados Unidos e Europa no sculo

    XIX. Quando chega ao Brasil, por volta de 1860, trazido por imigrantes franceses, o

    espiritismo comea ser difundido por todo pas. Suas reunies, realizadas como

    conferncias ou em grupos fechados, tiveram grande repercusso em Salvador e na

    capital do imprio, Rio de Janeiro, cidades onde foram fundados os primeiros centros

    espritas brasileiros.

    Em Juiz de Fora, assim como nas outras grandes cidades do Brasil da poca, o

    espiritismo chegou acompanhando os ideais de progresso da poca. Com uma

    populao letrada e urbana, a cidade contava com vrios peridicos, entre eles o jornal

    Pharol, considerado o jornal de maior atividade na poca, foi criado por volta de 1870,

    e permaneceu ativo at o ano de 1934.

    Por esse motivo, realizou-se em seus arquivos, digitalizados na Hemeroteca

    Digital Brasileira2, pesquisa documental histrica, a fim de encontrar dados que

    mostrassem como espiritismo foi o incio do espiritismo em Juiz de Fora.

    As primeiras referncias do espiritismo encontradas no Pharol datam de 1882 e

    referem-se ao Club Alm Tmulo. Um grupo de pessoas interessadas nos fenmenos

    espritas, que promoviam reunies no salo morturio da cidade, levantando polmica e

    despertando na populao juizdeforana curiosidade pelas prticas espritas. Os relatos

    de suas reunies no Pharol evidenciam que, em Juiz de Fora, o movimento esprita,

    assim como, em outras partes do pas, iniciou-se de forma desinstitucionalizada, voltado

    a princpio para especulaes fenomenolgicas, e no para questes religiosas.

    2 Breve histrico da chegada do espiritismo no Brasil

    As pesquisas sobre espiritualismo3 e vida aps a morte, no sculo XIX, iniciadas

    nos Estados Unidos, estenderam-se na Europa, e por toda Frana, quando, em 1855,

    2Nos arquivos digitalizados foram encontradas publicaes do jornal Pharol do perodo de 1876 a 1933. 3Em meados do sculo XIX, todas as pessoas que se propunham a comunicar-se com espritos eram chamadas espiritualistas e sua prtica espiritualismo. At que, em 18 de abril de 1857, na obra Livro dos

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    Allan Kardec4, ctico quanto veracidade dos fatos relatados por amigos, convidado a

    assistir a uma sesso de comunicao com o mundo dos espritos e resolve estudar os

    fenmenos presenciados. Seus estudos levaram-no a elaborar teorias sobre o mundo dos

    mortos, levantadas a partir de uma metodologia cientfica de observao e

    experimentao, as quais, apesar da natureza de seu objeto, distanciavam-se da religio

    e aproximavam da cincia os acontecimentos espirituais, considerados por ele naturais e

    positivos (Aubre; Laplantine, 2009; Prandi, 2012).

    A busca incessante pelo cientificismo, no sculo XIX, levou Allan Kardec e seus

    seguidores a apresentarem mtodos de observao e experimentao, que explicavam o

    espiritismo com pressupostos cientficos: refutando a ideia de sagrado, passaram a ver o

    espiritismo como filosofia e cincia. Entre o movimento cientificista e o movimento

    espiritualista da poca, seus pressupostos popularizaram-se e, seguindo o caminho das

    ideias francesas polticas, filosficas e das teorias da homeopatia e do mesmerismo5, o

    espiritismo de Allan Kardec, cada vez mais divulgado na Europa, chegou ao Brasil

    (Aubre; Laplantine, 2009; Prandi, 2012).

    As primeiras notcias sobre as mesas girantes que ocorriam, principalmente,

    nos Estados Unidos e na Europa, surgem no Brasil por volta de 1853 e 1854 publicadas

    em jornais da capital do Imprio, Rio de Janeiro, de Recife e de Fortaleza. Trazido por

    jornalistas, comerciantes e professores da colnia de imigrantes franceses no Rio de

    Espritos, Allan Kardec passa a utilizar o termo espiritismo para evitar confuses entre os significados das palavras espiritual, espiritualista e espiritualismo. Segundo ele, o espiritismo o oposto do materialismo. Ainda que um indivduo acredite na existncia de algo para alm da matria, sendo, portanto, espiritualista, no significa que cr em Espritos ou na possibilidade de sua comunicao com o mundo visvel. Ao invs das palavras espiritual, espiritualismo, emprega os termos esprita e espiritismo, para indicar os adeptos da crena nos espritos e em sua comunicao com os viventes. A doutrina esprita ou o Espiritismo , por assim dizer, o princpio das relaes entre o mundo material e o mundo invisvel (Grifos do autor) (Kardec, 1995, p. 13). 4Hippolyte Lon Denizard Rivail, pedagogo e estudioso francs, elaborou, a partir de um dilogo com Espritos (desencarnados) superiores, a Codificao da Doutrina Esprita, nas obras O Livro dos Espritos, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Livro dos Mdiuns, A Gnese e Obras Pstumas, as quais se aliceram em estudos sobre a existncia dos espritos. Ele passou a usar o pseudnimo de Allan Kardec, a fim de diferenciar a Codificao Esprita dos seus trabalhos pedaggicos anteriores. A escolha do nome deve-se ao fato ter-lhe sido revelado durante uma sesso esprita que em outra encarnao havia vivido em Glia e era um druida conhecido por esse nome (Aubre; Laplantine, 2009, p. 41-42). 5 Em 1840, trazidas por Benoit Mure chega ao pas, as teorias da homeopatia. No ano de 1845, cria a primeira farmcia homeoptica; em 1846 funda a primeira Escola de Homeopatia Brasileira, reconhecida pelo imprio, fato que impulsionou discusses e crticas da medicina alopata quanto a sua eficcia. J em 1860, reavivam no Brasil, com o crescimento das discusses em torno do espiritismo na Europa, os estudos sobre mesmerismo (magnetismo animal), culminando na criao da Sociedade de Propagao do Magnestimo, teoria considerada por muitos estudiosos capaz de explicar cientificamente os fenmenos das mesas girantes (Aubre; Laplantine, 2009; Prandi, 2012).

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    Janeiro, em meados de 1860, o espiritismo restringiu-se a poucas reunies e publicaes

    que pouco contribura para seu crescimento na capital do Imprio. Nessa poca as

    sesses espritas eram comentadas pelas ruas, e paulatinamente foram conquistando

    adeptos no Brasil (Arribas, 2008).

    Em 1865, o professor e jornalista Lus Olmpio Teles de Menezes dirige a

    primeira sesso pblica de espiritismo, na Bahia, e cria o primeiro centro esprita

    reconhecido no pas: o Grupo Familiar do Espiritismo6. Seu reconhecimento alavancou

    o espiritismo, de forma que, em 1873, no Rio de Janeiro, foi criado o Grupo Confucius7,

    ou Sociedade dos Estudos Espritas. Este, inicialmente mais liberal e menos religioso

    que o grupo da Bahia, associava o espiritismo s ideias republicanas e abolicionistas do

    pensamento francs da poca, ampliando, com a publicao das obras de Allan Kardec,

    em portugus, a divulgao da doutrina dos espritos (Aubre; Laplantine, 2009;

    Giumbelli, 1995).

    A combinao cincia, filosofia e religio das obras de Allan Kardec

    propiciaram que o espiritismo se propagasse por grupos organizados aos moldes dos

    clubes e sociedades civis do final do sculo XIX. Esses grupos, formados por

    intelectuais liberais, fizeram que o espiritismo fosse difundido atravs de jornais,

    peridicos e conferncias. Estas, por volta de 1885 a 1887, comuns na capital do

    Imprio, reuniam cerca de quinhentas pessoas por evento, caracterizadas pela erudio e

    reflexo, atraiam pessoas de classe mdia, angariando adeptos ao espiritismo (Camura,

    1998; Oliveira, 2001).

    Nesse nterim, medida que cresce a divulgao do espiritismo, aumenta o

    nmero de adeptos novos grupos espritas surgem por todo pas, produzindo uma grande

    variedade de espiritismos dentro do campo religioso brasileiro.

    6Em 1866, quando Teles Menezes traduziu uma passagem do Livro dos Espritos e publicou com o ttulo Filosofia Espiritualista, inicia-se no Brasil a perseguio da Igreja catlica ao espiritismo, a fim de coibir sua prtica, uma vez que, na Europa, todas as obras de Kardec j constavam no Index (lista de obras condenadas pela Igreja). Todavia, apoiando-se na constituio imperial que permitia a existncia de novas religies no pas, desde que suas manifestaes fossem restritas, Teles Menezes inicia, junto ao Imprio, o reconhecimento do espiritismo como religio. Esse fato s vai consumar-se em 1873, com o estremecimento das relaes entre a Igreja catlica e o Imprio, culminando na flexibilizao do Estado quanto existncia de novas religies dentro de solo brasileiro (Aubre; Laplantine, 2009). 7O Grupo Confucius ou Sociedade dos Estudos Espritas constitua-se de um grupo de estudiosos cariocas que se reuniam para estudo dos fenmenos espritas. O grupo recebera o nome de Grupo Confucius pelo fato de que, na primeira reunio com manifestao de espritos, a mdium de nome Pimet recebera a primeira mensagem oficial dos espritos. O nome, segundo consta, no se relacionava ao filsofo chins, mas sim, de acordo com o mito esprita, figura de Ismael, esprito iluminado responsvel espiritual por difundir a doutrina esprita kardecista no Brasil (Aubre; Laplantine, 2009).

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    3 Espiritismo em Juiz de Fora

    No sculo XIX, Juiz de Fora, cidade localizada na Zona da Mata mineira,

    despontava no cenrio nacional como importante centro urbano, desenvolvido, imerso

    nos movimentos polticos, culturais e sociais da poca. Nela reunia uma populao de

    classe mdia letrada, que comungava com as ideias revolucionrias e racionalistas

    francesas, divulgadas na capital do imprio e nas grandes cidades do pas. Por

    conseguinte, assim como os demais pensamentos culturais e polticos franceses, da

    poca, o espiritismo atraiu seus intelectuais profissionais liberais, maons,

    abolicionistas e republicanos da cidade (Oliveira, 2001).

    Em Juiz de Fora, as reunies espritas comearam acontecer efetivamente, por

    volta de 1898, na residncia do senhor Joaquim Gouva Franco, esprita convicto que,

    mudara-se do Rio de Janeiro para Juiz de Fora naquele ano. Essas reunies resultaram

    na fundao do primeiro Centro Esprita de Juiz de Fora, o Centro Esprita Unio

    Humildade e Caridade, em 02 de abril de 1901. Com o transcorrer do tempo, muitos

    outros centros foram surgindo, originados de grupos fechados que se reuniam em

    residncias, ou, de dissidncias entre eles (Camura, 1998; Oliveira 2001).

    Dessa forma, assim como na capital, as reunies em Juiz de Fora tomaram

    carter de reunies medinicas em que aconteciam alm das manifestaes dos

    espritos, tratamentos espirituais. As polmicas geradas por esses tratamentos levaram

    os espritas da cidade a divulgarem na imprensa local, esclarecimentos para distinguir as

    prticas espritas, do falso espiritismo, da bruxaria e do charlatanismo,

    conhecidos da cultura popular (Camura, 1998; Oliveira, 2001). A doutrina de Allan

    Kardec era divulgada em seus aspectos racionais, cientficos e ticos, fugindo a tudo

    que pudesse associ-la a prticas de magia e rituais.

    Por conseguinte, seguindo o movimento das demais cidades do pas, o

    espiritismo, austero e pautado na trade filosofia, cincia e religio, avana em Juiz de

    Fora no sculo XX, passando a constituir-se como uma nova opo religiosa na cidade.

    Contudo, em meados de 1880, quando as ideias do espiritismo chegam ao Brasil

    e a Juiz de Fora, elas no se apresentam como ideias religiosas, a princpio, atraem

    curiosos do fenmeno da comunicao dos espritos, que passam a reunirem-se para

    estud-lo ou mesmo certificarem-se de sua veracidade. Encontrar registros desses

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    grupos, no tarefa fcil, uma vez que eles reuniam-se reservadamente e no h, em sua

    maioria, relatos de sua existncia (Oliveira, 2001; Moreira, 2012).

    Contudo, em Juiz de Fora, por volta de 1882, anos antes da fundao do

    primeiro centro esprita de carter religioso, surgiu um grupo que se reunia para praticar

    o espiritismo, o Club Alm Tmulo. Considerado o precursor do espiritismo na cidade,

    teve algumas de suas reunies divulgadas no jornal Pharol8, peridico de grande

    circulao na poca, levantando polmicas a cerca das comunicaes com espritos.

    4 Espiritismo o melhoramento que faltava

    O jornal Pharol, segundo Moreira (2012), foi o primeiro jornal de Juiz de Fora

    que comeou a circular no sculo XIX, por volta de 1871, permanecendo ativo at

    meados de 1930. No se sabe precisar a data de sua primeira edio, contudo, sabe-se

    que ele foi o principal jornal da cidade na poca, e um dos poucos que se estabeleceram

    por muito tempo. Nele veiculavam, alm dos anncios locais, notcias, decretos, relatos

    de acontecimentos de dentro e de fora do pas.

    No jornal Pharol, encontra-se a primeira referncia do espiritismo em Juiz de

    Fora datada de 21 de outubro 1882, quando o senhor Alberto Besouchet9, inicia a

    divulgao das atividades do Club Alm Tmulo, um grupo de pessoas que se reuniam

    para realizar sesses de invocao de espritos. Nesse anncio no h nenhuma

    informao quanto a sua criao, e to pouco, quais eram seus participantes.

    Contudo, segundo Amaral (2008), o jornal Tribuna do Povo, peridico

    publicado na cidade de So Joo Del Rei - MG, anunciou que no dia 25 de dezembro de

    1881, acontecera, naquela cidade, a 1 conferncia esprita promovida pelo club

    denominado Alm Tmulo, cuja misso seria:

    8Oliveira (2001) e outros pesquisadores referem-se ao peridico com O Pharol, porm, nos nmeros dos peridicos consultados para essa pesquisa, na Hemeroteca Digital Brasileira, o ttulo do jornal aparece como Pharol at as edies do ano de 1886, quando ao trmino desse ano passa ser intitulado como O Pharol. Tendo em vista, que as referncias encontradas sobre o Club Alm Tmulo, esto nos peridicos de ttulo Pharol, o jornal assim ser referenciado. 9Segundo Amaral (2008), Alberto Besouchet, natural de Juiz de Fora, professor, esprita, republicano, chegou em S. Joo Del Rei em 1880. Fundou o jornal Tribuna do Povo, que circulou na cidade nos anos de 1881 a meados de 1882.

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    (...) estabelecer a fraternidade e a paz universal, e ensinar humanidade a grande lei do progresso: Caridade, e amor a Deus e ao prximo. Ela apresenta sob a proteo do Nome venerado e da palavra autorizada do MESTRE DIVINO, o preceito da tolerncia e a mxima universal crist por essncia Fora da caridade no h salvao. A cincia esprita consiste no conhecimento pleno do bem e do mal por meio do fluido magntico e da invocao tumular (grifos do autor) (TRIBUNA DO POVO, 31 de dezembro de 1881, apud, Amaral, 2008, p.133).

    Observa-se nesta publicao, que a misso do Club Alm Tmulo, descrevia um

    pensamento que vinculava o progresso religio, cincia e filosofia das obras de Allan

    Kardec.

    O espiritismo, comentado em todo pas naquela poca, comeou a ser

    relacionado como causador de doena mental em seus praticantes. Por esse motivo,

    depois de uma notcia isolada publicada em julho de 1881, que falava sobre pessoas que

    foram internadas em hospcios devido participao em sesses espritas, o jornal

    Tribuna do Povo recuou nas publicaes sobre as reunies espritas, por

    aproximadamente seis meses. At que, em janeiro de 1882, divulgou, que as reunies

    da sociedade esprita continuavam acontecendo e contavam com a participao de mais

    de cem pessoas das vrias classes sociais (Amaral, 2008).

    O Club Alm Tmulo nas suas sesses espritas tem conseguido maravilhosos resultado. Nota-se, que cerca de cem pessoas de todas as classes, mas ou menos, tm frequentado as experincias e as grandes invocaes que se tem feito, cujo resultado tem sido prodigioso e singular! (TRIBUNA DO POVO, 15 de janeiro de 1882, Apud, Amaral, 2008, p.133).

    Ademais, segundo Amaral (2008), o jornal Tribuna do Povo publicou, em abril do

    mesmo ano, que o grupo esprita, Sociedade Acadmica Deus Cristo e Caridade,

    denunciava estar sofrendo perseguies na cidade. No foi possvel, nesta pesquisa,

    apurar se a Sociedade Acadmica Deus Cristo e Caridade teve sua origem a partir do

    Club Alm Tmulo e qual foi seu fim em So Joo Del Rei. Sabe-se, somente, que em

    outubro do mesmo ano, Alberto Besouchet inicia a divulgao de suas atividades, em

    Juiz de Fora, no jornal Pharol,.

    Vale resaltar, que a 1 conferncia esprita de So Joo Del Rei, aconteceu quase

    um ano antes da primeira publicao sobre o Club Alm Tmulo no jornal, Pharol, em

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    21 de outubro de 1882. O anncio intitulado, O Mundo vai Acabar, assinado por

    Alberto Besouchet, relatava as comunicaes feitas por supostos espritos, nas reunies

    do clube.

    Alimentando as ideias dos finais dos tempos, que sempre surgem nos finais e

    incios de sculos, os espritos previram que Vnus passaria pelo planeta, em 06 de

    dezembro de 1882 e, que, sua passagem causaria, durante duas horas, mortes e

    destruies no planeta (Pharol, 21 de outubro de 1882). Essa previso gerou

    comentrios, dentro e fora do clube, despertando dvidas, e receios de que tal previso

    se consumasse.

    Dessa forma, as atividades do Club Alm Tmulo tornaram-se pblicas, gerando

    discusses que culminaram no anncio de que uma nova reunio, que aconteceria em 12

    de novembro de 1882, com objetivo de realizar novas invocaes dos espritos, a fim de

    esclarecer as previses sobre passagem de Vnus pelo planeta Terra (Pharol, 11 de

    novembro 1882).

    Tais fatos mostram que as reunies do clube no se prestavam somente a discutir

    questes relacionadas ao mundo dos espritos e dvidas religiosas, mas tambm, a

    questes fenomenolgicas, cientficas e a veracidade das comunicaes do alm.

    Nesse sentido, buscando dar maiores esclarecimentos sobre as previses do fim

    do mundo feitas no Club Alm Tmulo, anunciadas em outubro de 1882, no jornal

    Pharol, Alberto Besouchet, solicita edio do jornal que publique as novas previses

    sobre a passagem de Vnus. Estas, realizadas por supostos espritos de cientistas

    Coprnico, Galileu e Nostradamus, que desmentem a catstrofe prevista

    anteriormente. Observa-se neste anuncio, que o pedido de publicao assinado por

    Besouchet, como se tivesse acontecido em Juiz de Fora, em 11 de dezembro de 1881,

    porm, s fora publicado em de 28 de novembro de 1882 (Pharol, 28 de novembro de

    1882). Deixando dvidas sobre a data e local em que tais previses foram feitas.

    As diferenas nas datas possibilita a formulao de algumas indagaes: em 11

    de dezembro de 1881, as reunies do Club Alm Tmulo j aconteciam em Juiz de

    Fora? O Club Alm Tmulo, nessa data, j se reunia em So Joo Del Rei. Teria tais

    previses sido feitas naquela cidade? Ao encerrar as atividades do jornal Tribuna do

    Povo em So Joo Del Rei, em 1882, e Alberto Besouchet, teria voltado a Juiz de Fora

    fundando aqui outro Club Alm Tmulo? Ou tais houve somente um erro ao escrever a

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    data? Qual seria o real objetivo de Besouchet ao divulgar essas previses? Estaria ele

    querendo promover as prticas espritas ou acreditava que tais fatos poderiam realmente

    acontecer?

    Na verdade, no foram encontrados registros que esclaream tais dvidas,

    necessrio se faz uma pesquisa aprofundada para se obter esses esclarecimentos. Ao que

    tudo indica, segundo o jornal Pharol, foi em 1882, que o espiritismo chegou a Juiz de

    Fora com as reunies do Club Alm Tmulo, aguando a curiosidade dos juizdeforano

    quanto ao espiritismo, e s obras do francs Allan Kardec.

    Mediante as previses da passagem de Vnus, divulgadas pelo Club Alm

    Tmulo, uma pessoa, assinando com pseudnimo esprito zombeteiro, publica no

    Pharol que o espiritismo crescia na cidade mais que o caf, e que suas prticas no

    passavam de passatempo perigoso, passvel de enganar pessoas crentes, de pouca

    educao (Pharol, 30 de novembro de 1882).

    Nessa publicao possvel observar na assinatura do autor annimo, esprito

    zombeteiro, que o linguajar esprita j circulava pela cidade, terminologia, comumente

    usada entre os espritas para designar espritos que se manifestam nas sesses espritas

    somente para atrapalhar os trabalhos medinicos.

    Contrrio a esses comentrios, Alberto Besouchet, nico membro publicamente

    conhecido do grupo, respondeu prontamente ao esprito zombeteiro, no mesmo jornal.

    Argumentando que espiritismo era uma cincia que estudava a evoluo do esprito, a

    compreenso da existncia de Deus, enfatizava que as reunies do clube no eram

    diverso ou uma nova forma de ludibriar pessoas, uma vez que os mdiuns nada mais

    eram que mquinas condutoras de fludos dos espritos que se comunicavam nas

    reunies espritas (Pharol, 03 de dezembro de 1882).

    Em meio s reaes ao Club Alm Tmulo, nessa mesma edio, o jornal Pharol,

    divulgador dos avanos europeus, coloca na coluna Folhetim, no texto intitulado:

    Cousa e lousas..., consideraes que mostram como o espiritismo na cidade chega

    atrelado ideia de progresso, apesar de ser visto como uma prtica questionvel:

    (...) Tnhamos j tudo quanto constitue uma cidade de primeira ordem: estradas de ferro, bonds, fundies, Forum, jardim publico, matadouro, praa do (...), curral do conselho, fbricas de cerveja, dita de licores (...), uma cada em construco, enfim j tnhamos muita cousa boa, mas ainda nos faltava um melhoramento!

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    No adivinho o que era? Era... um club SPRITA!... Pois bem, j est preenchida est preenchida to grande lacuna, o club chamado de ALM TMULO! O nome que no me agrada muito, e causou-me a princpio alguns calafrios, chegando a persuadir-me que tal club s podia ser composto de defuntos; hoje porm, estou convencido do contrrio. E, aqui entre ns, isto de spiritismo com modo e divertido ao mesmo tempo (Grifos do autor) (Pharol, 03 de dezembro de 1882).

    Reforando a ideia do esprito zombeteiro, o autor do folhetim recomenda a

    seus leitores, principalmente, as mulheres, que segundo ele, so facilmente

    impressionveis, no levarem a srio o espiritismo, uma vez que ele poderia lev-los

    loucura:

    No terminarei sem dar um conselho aos leitores, e principalmente s leitoras, sempre mais crdulas e cujo esprito se deixa facilmente impressionar por tudo quanto tem apparencias de sobrenatural. Livrem-se de levar a srio a prtica do spiritismo: tem-se visto muita gente enlouquecer depois de seguir durante algum tempo as sesses dos discpulos de Allan Kardec; e sabem todos que aqui no temos hospcio de doudos (Pharol, 03 de dezembro de 1882).

    As reunies do Club Alm Tmulo e suas previses eram comentadas e

    questionadas na sociedade juizdeforana, s vezes de forma jocosa, mesmo em pequenas

    referncias feitas no Pharol. Como mostra nota que falava da chuva forte e chuva na

    freguesia de So Jos do Rio Preto: (...) As chuvas esto ali, cada enxurrada que

    assustaria a gente se o espirituoso Sr. Besouchet no nos afirmasse que antes de 1886 o

    mundo no h de acabar. Esses telegramas de alm tmulo sempre animo um pouco a

    gente (grifos do autor) (Pharol, 21 de dezembro de 1882). Esse tipo de comentrio

    deixa transparecer o quo j o espiritismo j estava divulgado na cidade. De forma ser

    possvel afirmar que a criao do Club Alm Tmulo marca a chegada do espiritismo em

    Juiz de Fora, no como um movimento religioso, mas como uma prtica especulativa do

    fenmeno da comunicao com espritos.

    A pesar de alguns notcias sobre as reunies espritas, deixarem transparecer o

    carter religioso e filosfico do espiritismo, seu divulgador, no desvincula as prticas

    espritas da ideia de estudos cientficos, demonstrando surpresa e perplexidade diante de

    alguns fenmenos ocorridos em suas reunies.

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    (...) Nada mais posso relatar porque fiquei com meu amigo machado, magnetisado instantaneamente, por um olhar languido e penetrante da divindade Cres, deusa das searas e das ceifas. Quando fomos destitudos dos fluidos magnticos que nos dominavo, por um esprito invisvel, nos achamos dentro do mirante do jardim do largo municipal. E esta!! At hoje tenho empregado todos os alcances cientficos, e no posso resolver to importantssimo e grandioso dilema. E dizem que no acredito em almas do outro mundo! Vo para l, que vero a realidade das cousas. Alberto Besouchet (Pharol, 20 de fevereiro1883).

    Este relato refere-se a uma da sesso esprita em que seus participantes

    mostraram-se intrigados com o fato de durante a reunio terem a sensao de estarem

    magnetizados e terem sido transportados para outra dimenso.

    Em outra publicao, o jornal descreve de uma reunio em que o esprito de uma

    jovem aparece para o mdium vidente, e pede que o grupo encontre documentos e uma

    quantia volumosa em dinheiro que havia sido enterrada por sua famlia. Essa

    solicitao, segundo a nota publicada, levou os membros do clube a procurarem o local

    indicado pelo esprito, a fim de aliviar-lhe o sofrimento. A partir dessa notcia, Alberto

    Besouchet, passa assinar suas notas, como secretrio do Club Alm Tmulo.

    A vista do exposto, est o Club em srios movimentos para seguir o local indicado, ficando sobre a mesa 26 necromancias para serem verificadas. um servio que vamos prestar as almas do outro mundo (daqui 5 lguas) e s nossas instituies humanitrias e philantropicas. O resultado que houver da exhumao, communicaremos immediantamente a V., ficando certo, que os seus servios relevantssimos ao tribunal da imprensa, sero generosamente recompensados. Sala das sesses do Club Alm Tmulo, em 12 de maro de 1885. O secretrio, A. Besouchet (Pharol, 18 de maro de 1885).

    O relato dessa apario10 indica que o grupo preocupava-se com os aspectos

    fenomenolgicos do espiritismo e buscava comprovar a veracidade das comunicaes

    nas reunies do Club Alm Tmulo. Ademais, nele fica implcito que o grupo entendia-

    se laico e cientfico. 10No foi encontrado no jornal relato sobre o resultado das buscas anunciadas.

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    Nove meses aps essa publicao, surge um breve anncio, irreverente, com

    uma pequena figura de caveira, que remete ideia da morte e ou de cemitrio, sugestivo

    do local dos encontros, o salo morturio da cidade. Local incomum para reunies entre

    vivos, que buscavam a investigao cientfica, porm, adequado aos fenmenos dos

    encontros e comunicaes com os espritos.

    Desse modo, a divulgao dos encontros do Club Alm Tmulo, assim como no

    incio do espiritismo na Frana, era feita como se estivessem divulgando um espetculo,

    e no um culto religioso.

    Figura 01: Anncio de reunio pblica

    Fonte: Jornal Pharol, 02 de dezembro de 1885.

    A divulgao das reunies seguintes no jornal revelavam como Club Alm

    Tmulo havia se tornado popular na cidade. De modo que, para assistir as sesses

    espritas, os interessados deveriam retirar ingressos previamente, numa residncia

    situada no centro de Juiz de Fora.

    Figura 02: Anncio dos bilhetes das reunies pblicas

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    Fonte: Jornal Pharol, 03 de dezembro de 1885.

    Por fim, a ltima publicao no Pharol, referente s reunies do Club Alm

    Tmulo, constava de um breve relato da noite em que eram esperadas vinte e trs

    comunicaes, mas somente onze aconteceram. Segundo a notcia, tal fato teria

    acontecido, devido a pouca concentrao dos presentes, propiciando que, alm dos

    espritos, que se diziam ocupados com a seca e a poltica da poca, aparecessem

    espritos zombeteiros que queriam atrapalhar a reunio.

    Figura 03: Relato de sesso esprita

    Fonte: Jornal Pharol, 10 de dezembro de 1885.

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    Diante desse relato, indaga-se: seria possvel afirmar que a falta de concentrao

    referida, poderia ter sido causada devido a um nmero elevado de pessoas presentes no

    evento? Infelizmente, no foi encontrado nesta pesquisa qualquer registro, sobre o

    nmero de pessoas que frequentavam o Club Alm Tmulo em Juiz de Fora.

    Aps essa publicao sobre o Clube Alm Tmulo, o Pharol passou a publicar

    sobre o espiritismo, somente transcries de notcias de peridicos de outras cidades,

    muitas delas associando suas prticas a casos de loucura.

    A no divulgao das atividades do Club Alm Tmulo, no quer dizer que ele

    tenha encerrado suas prticas no ano de 1885, provavelmente, seu trmino tenha

    ocorrido com o falecimento de seu secretrio, Alberto Besouchet, em Juiz de Fora, em

    1895 (Pharol, 15 de agosto de 1895), dez anos aps a ltima publicao encontrada a

    respeito do clube.

    Consideraes finais

    Apesar do espiritismo no Brasil ter-se constitudo, a partir de meados dos anos

    de 1900, como um a nova opo religiosa dentro do campo religioso brasileiro, suas

    primeiras manifestaes no pas no se pautaram, a princpio, no aspecto religioso, mas

    sim, em seus fenmenos. Seu crescimento deu-se de forma gradativa acompanhando as

    mudanas e avanos da poca.

    Em Juiz de Fora, ele se torna pblico com a divulgao das reunies do Club

    Alm Tmulo, e suas prticas espritas, gerando desconfianas e discusses quanto

    proposta religiosa, filosfica e cientfica, dos seguidores de Allan Kardec.

    Ainda que no se saiba qual o fim levou o Club Alm Tmulo, pode-se afirmar

    que o espiritismo, acompanhando o movimento progressista, daquela poca, teve grande

    repercusso em Juiz de Fora, a partir de sua divulgao no jornal Pharol.

    Por conseguinte, atravs da pesquisa histrica documental, ferramenta

    importante a produo de conhecimento, sobre a origem das religies, pode-se afirmar

    que: foram as reunies do Club Alm Tmulo, que tornaram o espiritismo publicamente

    conhecido na cidade, tanto por sua proposta cientfica, quanto por suas prticas

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    fenomenolgicas, dando incio ao movimento que permitiu que ele despontasse, no final

    do sculo XIX e incio do sculo XX, como uma nova opo religiosa na cidade.

    Referncias bibliogrficas

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