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sequencia didatica
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Universidade Estadual da ParaíbaCentro de Ciências Humanas e Exatas- Poeta pinto do Monteiro
Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBIDCurso de Licenciatura em Letras- Língua Portuguesa
Coordenador de área: Prof. Dr. Marcelo Medeiros da SilvaProfessor supervisor: Prof. Fágner de Oliveira Santos
Bolsistas: Maria Conceição; Maria Edivânia Feitosa de Lima; Winnie Araujo
Sequência Didática
Público: Alunos do Ensino Médio Inovador, da Escola E.E.M.I.I.E.P. José Leite de Souza.
1. Espaço: Biblioteca da escola, Auditório da UEPB, sala de aula.
2. Duração: 20 encontros com duração de 2h.
3. Conteúdo: Gênero e Sexualidade em contos contemporâneos.
4. Objetivos:
4.1 Objetivo geral:
Proporcionar aos alunos situações de interação e aprendizagem, tanto a partir da leitura
e debate de contos contemporâneos, cujas temáticas girem em torno das questões de Gênero e
Sexualidade, como também pela escrita coletiva de uma peça teatral, baseada nos textos lidos.
4.2 Objetivos Específicos:
Espera-se que ao final desta sequência os alunos estejam aptos a:
Ler, analisar e interpretar textos literários, como, por exemplos, contos;
Refletir sobre as experiências apresentadas nos contos, relacionando-os à própria vida e
ao contexto social e histórico-cultural em que estão inseridos;
Socializar oralmente e/ou por escrito suas impressões e seus conhecimentos prévios
acerca dos temas discutidos;
Apreciar novas formas de manifestações da narrativa curta em língua portuguesa;
Demonstrar saber se apropriar das marcas estético-formais do gênero estudado para
produzir outros contos e/ou outros gêneros, como, por exemplo, o dramático;
Praticar a escrita mediante as temáticas apresentadas e discutidas de forma lúdica e
criativa;
Produzir a partir das temáticas abordadas nos contos uma adaptação para uma peça de
teatro.
5. Procedimentos Metodológicos:
5.1 Primeira Etapa
Nesta etapa inicial, depois darmos boas vindas, falaremos sobre as ações que planejamos
para o ano de 2015 no projeto “Escritores do Futuro” e ouviremos a opinião dos participantes
sobre as atividades planejadas. Em seguida, iniciaremos a leitura do primeiro dos cinco contos
selecionados:
Obscenidades para uma dona de casa, de Ignácio Loyola Brandão;
I love my husband, de Nélida Piñon;
Flor de cerrado, de Maria Amélia Mello;
Triunfo dos Pêlos, Aretusa Von;
As Estudantes Aplicadas, de Henriqueta Belminda.
1º e 2º Encontro: Repressão sexual e Literatura
Este encontro será marcado pela leitura e debate do conto Obscenidades para uma dona
de casa, de Ignácio Loyola Brandão, procurando problematizar as questões sobre gênero e
sexualidade feminina presentes no texto. Além disso, tentaremos evidenciar pontos
específicos, como a escrita como representação e/ou expressão do desejo.
O segundo encontro será destinado à criação, e depois socialização, dos possíveis perfis
elaborados pelos participantes para a personagem central do conto. Cada aluno deverá
construir um perfil psicológico, e se possível físico, da protagonista do conto lido. Essa
produção escrita irá servir como material de trabalho no momento em que os integrantes do
clube forem compor o texto dramático que será escrito a partir da participação de todos/as
os/as alunos/as.
3º e 4º Encontro: A tradição que reprime
Neste encontro faremos a leitura e discussão do conto I love my husband, de Nélida
Piñon, procurando analisar e discutir o modelo tradicional de casamento que o texto aborda.
Além disso, tentaremos evidenciar diferentes pontos de vistas no que se refere à dinâmica
matrimonial e aos papéis que, dentro do casamento, socialmente foram construídos para
homens e mulheres, uma vez que o modelo de casamento representado no conto é o com base
na heterossexualidade normativa.
Assim como no segundo encontro, a quarta reunião será destinada ao desenvolvimento
e socialização de diferentes perfis, desta vez tentando estabelecer também os paradigmas que
levam a personagem do conto a construir sua visão particular sobre o casamento
5º e 6º Encontro: A polêmica da violência
Neste encontro leremos o conto Flor do Cerrado, de Maria Amélia Mello. Temas
como: poder, violência sexual e esvaziamento das relações humanas serão discutidas durante
a análise deste texto. Tentaremos entender como a personagem se posiciona diante das
relações de poder entre ela e seu agressor.
No próximo encontro faremos a construção de perfis, desta vez essencialmente
psicológico, da personagem central do conto, através de discussões sobre o texto.
7º e 8º Encontro: A identificação sexual
Nesse econtro faremos a leitura do conto Triunfo dos Pêlos, Aretusa Von. Discutiremos
questões sobre machismo, sexismo, expressão (e repressão) do desejo feminino, dentre outros
temas ligados à sexualidade.
No oitava encontro, à medida que formos construindo os perfis da personagens,
começaremos a pensar os primeiros detalhes da futura adaptação que será feita pelo grupo.
Será pedido que cada participante comece a rabiscar possíveis maneiras de adaptar as
histórias.
9º Encontro: Sexualidade e Escola
No nono encontro, estaremos realizando a leitura do último conto selecionado: As
Estudantes Aplicadas, de Henriqueta Belminda. Discutiremos questões sobre sexualidade na
adolescência, ética na relação professor-aluno e, principalmente, sedução e desejo no espaço
escolar.
10º Encontro: O enredo de Conversar de Mulher
Para o décimo encontro, último desta primeira fase, em vez de montar um perfil
psicológico das personagens centrais, esquematizaremos a primeira ideia de enredo para a
elaboração do texto dramático que será chamado de Conversas de Mulher. O professor
supervisor, com auxílio dos monitores, fará uma breve explicação sobre modelos de
narrativas, assim como também apresentará algumas características acerca de textos
adaptados para o teatro.
Em seguida, pediremos para cada componente do grupo produzir um texto, narrativo ou
descritivo, traçando e delineando, com ajuda dos perfis femininos de cada personagem de
cada conto e da explicação feita, ideias para compor o enredo final da peça a ser escrita. As
ideias de cada aluno serão apresentadas e discutido por todos no decorrer dos encontros
seguinte.
5.2 Segunda Etapa:
Esta, diferente das outras, será um breve momento de leitura e exibição do que é o
gênero Roteiro. Essa brevidade dá-se pelo fato de os alunos já terem um conhecimento prévio
sobre o assunto, que fora ensinado no ano de 2014.
5.3 Terceira Etapa:
Finalizada a segunda etapa deste projeto, daremos início à terceira, que será destinada à
escrita da peça teatral, com título de “Conversas de Mulher”. Nos três primeiros encontros
desta etapa, traçaremos os elementos essenciais da peça: estrutura do enredo, eventos e pontos
de virada de cada ato, clímax e resolução, motivação das personagens, dentre outros aspectos
importantes na composição de uma estória.
Em seguida, tendo planejado e definido as questões referentes à composição da
estrutura da estória a ser contada/encenada, a turma, com o apoio dos monitores, iniciará a
escrita dos diálogos da peça, embasados sempre nas leituras e discussões realizadas em
momentos anteriores.
Este processo, em que a escrita é permeada pela retomada das leituras e discussões, dar-
se-á de forma lenta, em cinco encontros, pois requer dos/as nossos/as alunos/as reflexão sobre
o que foi lido, sobre o que está sendo escrito e sobre possíveis modificações que serão
realizadas ao longo da produção, tendo em vista as especificidades do texto a ser construída.
Os dois últimos encontros, dos dez planejados para esse segundo momento, serão
destinados para a revisão final do texto fruto da adaptação e escrita criativa por parte dos/as
integrantes do projeto a partir do conjunto de narrativas curtas lidas ao longo dos encontros
desse ano.
6. Avaliação/Resultado Final:
A proposta essencial do Escritores do Futuro é, além de estimular a escrita, formar
leitores. Logo, a metodologia e a ideologia que sustenta é diferente das propostas
convencionais da escola. Assim sendo, a avaliação tem um caráter “formativo” e não
somativo e quantitativo. Eventuais avaliações são feitos subjetivamente, por cada integrante
do projeto, que constroem auto avaliações, tendo por base o desenvolvimento pessoal, e
único, de cada participante.
7. REFERÊNCIA
ANTUNES, Irandé. Aula de português: Encontro e interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.
BELMINDA, Henriqueta. As estudantes aplicadas. In: ______. A esposa do colecionador.
Paraíba: Henriqueta Belminta, 2011.
BRANDÃO, Ignácio Loyola. Obscenidades de uma dona de casa. In. SILVA, Dionísio da. Os
Contos melhores de Ignácio Loyola Brandão. São Paulo: Global Editora, 1997.
COBRA, Rubem Queiroz. Como escrever uma peça de teatro. Disponível em: <http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.html> Acesso em: 22 de setembro de 2015.
COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto, 2014.
FIELD, Syd. Manual de Roteiro. Rio de Janeiro: Ojetiva, 2001.GERALDI, João Wanderley. No espaço do trabalho discursivo, alternativas. In: ______.
Portos de Passagem. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 115-217.
GRANERO, Vic Vieira. Como usar o teatro na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2011.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-
estruturalista. – Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
MCKEE, Robert. Story: substância, estrutura, estilo e os princípios da escrita de roteiros. Curitiba: Arte & Letra, 2006.
PIÑON, Nélida. I Love my husband. In.______. O calor das coisas. Rio de Janeiro: Editora
Record, 1998.
SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação &
Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995, pp. 77-99.
VON, Aretusa. Triunfo dos pelos. In: TREVISAN, João Silvério (org.). Triunfo dos pelos e
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