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Festival Naútico 2010 Nota da Direcção Caros Sócios do Clube Naval de Luanda, Famílias, Amigos, Amantes do Mar e da Náutica. O Boletim Informativo “O NAVAL” retorna após prolongada interrupção. A comunicação constitui um elemento primordial para o objectivo de atingirmos a pretendida união entre os Sócios, em particular, bem como da Família Náutica no geral. Em paralelo com o site do CNL www.cnl.co.ao recentemente dinamizado, com actualização permanente e contendo já bastante informação de interesse, as informações regulares aos sócios via correio electrónico, a afixação de avisos e informações nos placards habituais, a reactivação do Boletim “O NAVAL” vem preencher uma lacuna que tínhamos, proporcionando um registo escrito e assim mais duradouro e com outra facilidade de acesso. Conseguirmos manter a sua publicação é um desafio para todos nós. Será sinónimo que afinal existe este querer participar de forma construtiva, partilhar ideias, informação, conhecimento, e efectivamente contribuir para o reforço do elo que nos liga em torno do CNL, mar e náutica. Acreditamos e contamos com todos. Saudações Náuticas Mário Fontes Presidente da Direcção Boletim nº5 - Dezembro 2010 Clube Naval de Luanda O Naval 1

Clube Naval de Luanda Boletim nº5 - Dezembro 2010 - CNL5 dada a continuidade da árdua ta-refa da Publicação do Boletim Infor-mativo do Naval que foi iniciada com o seu número

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Festival Naútico 2010Nota da DirecçãoCaros Sócios do Clube Naval de Luanda, Famílias, Amigos, Amantes do Mar e da Náutica.O Boletim Informativo “O NAVAL” retorna após prolongada interrupção.

A comunicação constitui um elemento primordial para o objectivo de atingirmos a pretendida união entre os Sócios, em particular, bem como da Família Náutica no geral.

Em paralelo com o site do CNL www.cnl.co.ao recentemente dinamizado, com actualização permanente e contendo já bastante informação de interesse, as informações regulares aos sócios via correio electrónico, a afixação de avisos e informações nos placards habituais, a reactivação do Boletim “O NAVAL” vem preencher uma lacuna que tínhamos, proporcionando um registo escrito e assim mais duradouro e com outra facilidade de acesso.

Conseguirmos manter a sua publicação é um desafio para todos nós. Será sinónimo que afinal existe este querer participar de forma construtiva, partilhar ideias, informação, conhecimento, e efectivamente contribuir para o reforço do elo que nos liga em torno do CNL, mar e náutica.Acreditamos e contamos com todos.

Saudações NáuticasMário Fontes Presidente da Direcção

Boletim nº5 - Dezembro 2010Clube Naval de Luanda

O Naval 1

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Ultrapassadas as dificuldades e algumas barreiras para o cumpri-mento da promessa da Direcção na divulgação do Boletim Informati-vo do Naval, reunidas as condições mínimas para satisfação quer dos associados como dos Órgãos So-ciais Directivos, é com este número 5 dada a continuidade da árdua ta-refa da Publicação do Boletim Infor-mativo do Naval que foi iniciada com o seu número 0 em Junho de 1994 e interrompida com o nº 4 em Feve-reiro 1999.

Pelo hiato e números publicados se compreende o desejo mais que justificado da massa associativa na continuidade da publicação do Bo-letim do CNL.

Também devemos ser compreen-síveis e contemplativos, porque o assumir de tarefas como a publica-ção e divulgação de um órgão infor-

mativo, necessariamente passa por se conseguir um variado número de colaboradores de suporte redacto-rial, e o apoio económico para sua concretização material.

Assim, tendo sido possível reunir compromissos de alguns associa-dos para um válido contributo ao “Boletim Informativo”, mesmo sem a garantia financeira para o efeito, pe-sou a responsabilidade da Direcção em cumprir com o prometido para este arranque, pelo que apelamos portanto as Empresas ligadas ao Naval e aos seus associados que engrossem a comissão encarregue da feitura das nossas “ folhas de algas marinhas” no sentido de as transformar em verdadeiro “ fertili-zante” do Órgão Social do NAVAL.

A propósito, lembramos o escrito pelo Sócio Carlos Marçal em Junho de 1994 no Boletim inaugural nº 0:

“A periodicidade que se deseja nes-ta fase de arranque, flexibiliza a pos-sibilidade da edição em matéria de títulos a remeter pelos Sócios ou, de outros que venham a ser propostos aos que se pretendam participantes activos na divulgação e consolida-ção do Naval”.

Ainda e seguindo o pensamento deste Sócio do Naval na altura em que o Clube comemorava os 111º aniversário de existência, recorda a necessidade ao recurso de reavivar-mos as nossas memórias nas mui-tas “ Estórias” de que gostaríamos de ter registo, porque se alguém um dia não disse pensou:

“A ESCRITA PERPETUA-SE NA MEMÓRIA”.

Os nossos agradecimentos a todos quanto contribuíram e irão contribuir para a concretização da publicação do nosso BOLETIM INFORMATIVO.

António Madaleno

Nota da Redacção

Nostalgia

O Naval2

Muita pressão fiz, para lançar mais um “NAVAL”. Será que é desta vez?

Lembro-me que em 2002 pedi a alguns sócios para escrever uns artigos para a quinta edição do “NAVAL”. Em reunião na varandinha foi distribuído a todos os presentes um tema, sob pena pelo não cumprimento, do pagamento de um jantar, que deviam entregar um artigo para publicação, até um prazo estipulado.

Já não me lembro quem estava presente, nem os temas distribuídos a cada um, nem qual o prazo acordado. Mas tenho a certeza de que este prazo já caducou.

Como não me lembro das presenças é difícil agora cobrar todos os

jantares que me devem os faltosos. Por outra lado houve sócios que cumpriram, e quando estava de novo na batalha do lançamento do “NAVAL” 5 e pesquisando os arquivos antigos, encontrei alguns ficheiros muito interessantes que foram recuperados dum harddrive antigo e avariado.

Depois da leitura destes ficheiros e lembrando os compromissos assumidos em 2002, sinto-me obrigado a compartilhar os meus sentimentos de nostálgicos com os nossos Sócios e Amantes deste Clube que já nos proporcionou tanto tempo agradável.

Estes artigos aparecem aqui nas páginas 6, 7, 14, 18 e 19.

Espero que o reaparecimento do nosso “NAVAL” agrade a massa as-sociativa e dinamize mais coesão entre os Sócios e ajude a reviver os encontros e a amizade que sem-pre foram uma característica deste clube.

Espero também que todos os Sócios se sintam convidados a participar nas futuras edições entregando as suas participações na secretaria em forma digital ou mandando para o e-mail do clube, sugerindo que a partir de já, sobre os não contribuidores recair a pena do pagamento de um almoço ou jantar a um sócio a sua escolha.

Wolfram Brock

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Boletim “O NAVAL”Nº de registo 96/B/95

Tiragem: 1000 exemplares

Director: António Madaleno

Colaboração:Domingos Guimarães

Fernanda VelosoFrancisco Freire

Isabel BrockJosé Maria Batista Borges

Mário FontesM.J. PimentelWolfram Brock

Fotos: Vários Sócios do CNL

Layout e design: Eduardo Brock

Impressão: Offset, Lda

Ponte do ComodoroO “NAVAL” será a memória viva e presente do nosso Clube. Através dele poderemos:

- Divulgar o nosso Clube e actividades entre nós e no exterior, reduzindo distâncias e mantendo viva a nossa memória e experiência colectiva. - Unir passado e futuro, pelo registo de acontecimentos, das ideias e dos ideais, e dos sócios que nele colaboram ou simplesmente estão presentes. - Identificar-nos, Sócios do Naval, como amantes, eternos sonhadores do mar, persistentes seguidores das boas práticas e tradições navais e praticantes dos desportos do mar.

Decorridos 11 anos, o “NAVAL” faz-se ao mar de novo: esta é a entrada nº 5 do Livro de Bordo. Na esteira deixada pelas saídas anteriores capitaneadas por Carlos Marçal e

Valentim António, ficaram o sentido destas viagens do nosso Boletim O Naval:

- “…incite ao dinamismo e torne activamente crítica a nossa colaboração em mais uma página viva …” (Carlos Marçal, em Bota–Abaixo”, Boletim nº 0) - “… é uma forma de descoberta, um canal… acessível ao maior número de pessoas, concebido como local de expressão de movimento de ideias, … da nossa família marinheira e de história e estória do nosso pequeno mundo, o CNL…” (Valentim Alberto António, em ´O Portaló`, Boletim nº 2)

Em documento desta Memória citamos das suas páginas, em síntese, adaptação livre, mas com sublinhado, o Sócio número UM, na altura Presidente da Assembleia-Geral, Dilermano Palhais, que com

estas palavras definiu a nossa grande aspiração colectiva:

- “… transformar o CNL na melhor colectividade do País dedicada aos desportos do mar… & … no ponto de estada, de partida e chegada de momentos gratificantes para todos os seus utentes” (em Efemérides-Boletim nº 1)

Juntemo-nos e contribuamos todos neste sentido! “O NAVAL” ressurge pelo interesse de muitos sócios: nele encontrarão os seus contributos.

Mais de que um Boletim do Clube para os Sócios, incentivamos a que seja um Boletim “dos Sócios para e pelo Naval”!

Saudamos o renascimento do nosso Boletim “O NAVAL”

Fernanda Veloso - “Comodoro”

O Naval 3

Ficha Técnica

Clube Naval de Luandaemail:

site:telefone:

horário da secretaria

[email protected] 222 309 742das 9h00 às 20h00

Estimado Sócio ou Empresa.Se desejar anunciar a vossa empresa na nossa revista por favor

contacte o senhor Bruno Martins na secretaria do Clube Naval ou mande um email para [email protected]

Formação no ClubeEscolas de Vela, Natação, Canoagem, Remo, Carta de Marinheiro,

Patrão de Costa e Patrão de Alto Mar.

Os Interessados devem se dirigir a secretaria para obter mais informações.

Estimado Sócio,Se desejar colaborar com artigos para o nosso boletim, mande um

email para [email protected] ou fale com António Madaleno ou Wolfram Brock.

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A Pesca Desportiva tem conhecido um crescimento impressionante em qualidade e resultados atingidos como consequência da persistente dedicação de Pescadores e Clubes Organizadores e, ao importante apoio de Pessoas e Instituições que tem patrocinado as Competições.

A nível Nacional, o destaque vai para o Campeonato Angolano de Pesca Desportiva, do qual fazem parte 8 Torneios com uma participação média de 25 a 30 equipas o que equivale a uma mobilização mínima de 300 à 400 pessoas considerando atletas e toda a estrutura e meios necessários a realização de cada evento.

Este Campeonato constitui igual-mente a base para a selecção de

Pescadores Angolanos que tem projectado este des-porto a nível Internacional

O Clube Naval de Luanda, no quadro da sua actividade, é o Organizador do Torneio 24 Horas de Luanda, que irá decorrer nos dias 29 e 30 de Janeiro de 2001, inserido no programa de actividades desportivas alusivas a mais um Aniversario da Cidade de Luanda.

É de destacar que o CNL está a fazer um esforço im-portante, com o objectivo de recuperar a sua posição de destaque tradicional a nível da Pesca Desportiva, sendo prova patente o facto de

e s t a r e m 15 equi-pas azuis a par-ticipar no campe-onato, inscritas em representação do CNL.

Neste sentido vi-mos, pela pre-

sente, por forma assegurar a continuidade da modalidade e a qualidade do evento, solicitar a contribuição do caro Sócio ou da sua Empresa, através da atribuição de um patrocínio, associando-o ao mar, ao nosso Clube e ao desporto Nacional.

A Pesca Desportiva

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À tripulação do Pé de Vento

Para trás, anda sempre, o caranguejo,Três longas horas, andou também, o Pé de Vento,

Socorrer Chimera amiga, era o desejo,Para o Guimas, dar gasoil, era o tormento!

No mar encapelado, de ondas feito,A mão do Capitão, não tem tremura!Carta amiga, a amigos do seu peito?

Qual quê! Era apenas a factura!

Lauta feijoada, o Paulo Borges, pariu,Que BACO acompanhou, tão frugalmente,

Que o balão queria subir, e não subiu,Vapores etílicos, ocupavam-lhes, a mente!

Oh Mário! Ao leme atado, bem berravas!O Guimas e o Paulo à proa, só se riam!Oh raio de bebedeiras, de tão bravas,Os gestos, de içar velas, impediam!

Bem aventuradas, esposas, dos Audazes,Que trataram, das provisões, com muito amor!

Mas em próxima viagem, nos cabazes,Não coloquem, tanto vinho, por favor!

...Bota abaixo do Pé de Vento

Luanda, 09 de Abril de 2001-04-17

Versos de José Maria Sanchez Baptista BorgesApresentação por José Maria B. B. e Tó Santos

AO QUIMERA:

Das verdes terras de Mandela, zarpou!Fogoso, marinheiro, escolheu o Norte!Poderoso e fero Adamastor, domou!

Num temor destemido, sem medo de morte!

À potente verga, erguida em risteTrepou marinheiro astuto, sem lamento,

Mas ao chegar ao topo, ficou tristeE vomitou tudo e todos a sotavento

Astuto veleiro, à linha se lançouNum ápice, o Leitão, pegou na canaPartiu-se a linha a tripulação chorou

E o triste fogão em vão, apaga a chama.

E num repente, de repentes feito,Os paneiros da cabine se inundaram

Quem compra antigo compra o defeitoMuitos compram novo, e já se afundaram.

Mil anos o Quimera zarpe e voeCem mil prazeres imensos o Leitão tenha

Kilos de vento a sua vela cõePara que a tradição do CNL se mantenha

...Bota abaixo do Quimera

Luanda, 09 de Abril de 2001-04-17

Versos de José Maria Sanchez Baptista Borges

OS JOGRAIS do CÊNÊLÊ (2002)

O “Baixio” (2010)

Que nome tão elucidativo para identificar o local da confraternização entre os grandes e afoitos navegadores, tro-cando experiências sobre as milhares de milhas que desbravaram através dos oceanos e por demais navegados...

Caso do meu ilustre amigo, comandante Saraiva Lima, que com as suas mãos calejadas da cana do leme, de tanto segurar o seu “LUAR” através da costa angolana, nos brinda com as suas maravilhosas histórias. Já devem ter observado que me refiro à nossa “Varandinha”.Que saudades vou ter do grito do comandante Rui Sancho, sempre que qualquer recém-chegado nas novas “caravelas” (os modernos aviões da TAP) se aproxima da ponte-cais á velocidade considerada excessiva por ele.

Pois, o que ninguém se lembra, é que já no tempo da “senhora de cabelos lisos” se chamava “BAIXIO” à varand-inha do nosso bar. Centro de muita crítica e corta-casaca , mas o local onde se encontra sempre um amigo para o copo do fim do dia.

Guimas

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Domingo de Chuva (2002)

Acordou devagar na claridade difusa da manhã. Fora do jardim, o clique-cloque da chuva continu-ava um grande instrumental, amiúde entrecortado pelos silvos do vento forte.

Pensei então na pesca!

Só a pesca, realmente, valia o es-forço de viver. Só a ela com o seu milagre de absorvimento, conseguia a evasão do estereotipado plágio da existência, rasgando uma janela sobre a única sensação diferente, talvez selvagem, por razões de an-cestralidade, mas sempre avassala-dora de feitiço e mistério.

Era a permanente interrogação, a sede de desvendar o segredo do lado de lá, a incerteza sobre as fu-gidias incógnitas na penumbra da equação verde-azul - e, principal-mente, a consolação de reconhecer que a face da Natureza, apesar de tudo, continua a ser espontânea, e simples, e acolhedora, e deliciosa-mente incivilizada.

Nas conversas de Clube vemos aqueles que consideram que toda a gente é burra e só eles próprios mo-nopolizam o raciocínio Universal…

No fundo a vida em comum é uma estopada, um arraial de imposturas oficiais, mecanizadas – um tijolo feito na forma clássica de todos os tijolos - em nós, aquele sorriso convencio-nal que é necessário afixar para o iludir, o convencionalismo duma não menos convencional felicidade.

E vieram-me á mente, as longas e dolorosas 8 horas em que combati e venci um Blue Marlin de 266 kg.

Que momentos aqueles, Santo Deus!

E ainda há quem considere a pesca uma maçada insípida, como aqueles por exemplo, que passam os dias na lerpa, a brigar com cartõezinhos de bonecos coloridos e pintinhas encarnadas e pretas- como se para aquilo não fôsse preciso ter paciên-cia? Que tristes alimárias!

Doíam-me os braços, doíam-me os pulsos, doíam-me as pernas- até a barriga e doía, enquanto aquele tor-pedo azul não subiu para o barco.Mas palavra de honra! São umas dores tão estupendas!…

Que bom seria viver numa ilha par-adisíaca-distante, isolada, embu-tida de coqueiros à beira mar, entre lagoas e largos recifes espeme-jantes a formigar de peixes, esses peixes combativos e deslumbrantes dos mares tropicais com todas as cores do arco-íris e todos os re-flexos dos metais preciosos-sem civilização, sem lerpa, sem jornal, sem rádio nem televisão, sem co-municações, sequer-vivendo a vida primitiva e descuidosa do mais-que-invejável homem das cavernas.

Mas talvez não fôsse assim tão bom… havia os mosquitos e suas

febres… e outras bichezas congé-neres!

E pensaria nas comodidades, as molas da cama, a água quente e fria, o ar condicionado, o frigorífico, a Teresinha… Não conseguiria pos-sivelmente adaptar-me ao meio, cor-tar cerce as raízes do “anterior”…

Mas sentia o desejo… Se pudesse experimentar… Em todo o caso, melhor será, não correr o risco de desilusão.

Desejar e esperar é tudo. Ter… só sabe bem no momento e só cabe dentro dum sentido restrito de posse - ao passo que, a espera e o de-sejo, de braço dado, enchem uma vida inteira, d e emoções…

O sol de ouro pálido enfiou a cara num cobertor de nuvens e a chuva recomeçou a sapatear de mansinho no lageado do jardim.

E continuarei a pensar na pesca!

Texto: Basptista Borges e Jorge Brum do Canto

Imagem: M.J. Pimentel (2010)

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Vela Nacional

A competição à Vela em Angola tem evoluído muito com o contributo dos dois maiores clubes de desportos náuticos de Luanda: Clube Naval de Luanda e Clube Náutico da Ilha de Luanda.

No Lobito e também em Cabinda surgem iniciativas de louvar e realizam-se algumas regatas, fruto de muito suor e “carolice”, que é

comum encontrarmos associada aos desportos mais esquecidos por parte da tutela, longe dos orçamentos avultados do desporto rei, num País onde os desportos náuticos ainda lutam por uma melhor organização, maior exposição e digno reconhecimento oficial.

Nesta época desportiva 2010/2011 a escola de vela do CNL conta com 17 Atletas na classe Optimist, com 10 atletas na classe Laser e com 23 Atletas nas classes de 420 e de 470. O actual Treinador é Moisés Camota e os treinos são aos sábados e domingos.

A Vela no Naval

A Frota da escola de vela

- Optimist – 36

- Lazer – 10

- Vaurien – 2

- 420 – 10

- 470 – 5

- J22 – 2

- Barcos a motor de apoio

a área desportiva - 2

- Barco para os cursos

de marinheiro amador – 1

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Vela internacional (participações e resultados)

O CNL, em conjunto com a Federação dos desportos Náuticos (FADEM) e graças aos patrocínios, enviou um grupo de atletas do CNL para representar o nosso país a alguns campeonatos Africanos de Optimist.

Em 2008 – Grand Baie – Maurícias, classificando-se em 9º Lugar entre 14 Países.

Em 2009 – Richard Bay - África do Sul, classificando-se em 3º lugar entre 15 Países. (medalha de bronze)

Em 2010 – Kilifi – Quénia, classificando-se em 3º lugar Masculino (medalha de bronze) e em 2º lugar Atletas com idades até aos 12 anos. (medalha de prata)

Bota abaixo das embarcações 420, 470 e J22

Dia 9 de Setembro de 2010, pelas 18h00 o CNL organizou, com a participação de Sócios, o Bota-a-Baixo das novas embarcações adquiridas, com destaque para 10 embarcações da classe 420, 5 embarcações da classe 470 e 2 embarcações da clase J22.

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Regata Luanda-Lobito e Lobito-Luanda

Com organização do CNL e apoio do Clube Náutico do Lobito larga-ram de Luanda dia 11 de Novem-bro de 2010, às 12h00, 8 embarca-ções de Cruzeiro à Vela, para mais uma regata Luanda-Lobito.

No dia 19 de Novembro de 2010, pelas 19h30, teve lugar o Cocktail de entrega de prémios, com a par-ticipação de todos os participantes na regata e destaque para a pre-sença do Dr. José Carlos Gomes, presidente do Clube Náutico do Lobito.

No dia 20 de Novembro de 2010, às 15h30, largada de 7 embarcações do Lobito em direcção de Luanda.

Pelo facto de ter sido atribuído um prémio pela Air France KLM à em-barcação vencedora da soma dos

tempos dos dias de regata foi apu-rada a classificação:

O CNL agradece a todos os partici-pantes, bem como ao Clube Náuti-co do Lobito e aos Patrocinadores, Air France KLM e Aurecon.

Com o objectivo da divulgação da Vela, foi organizado uma com-petição na Baía do Lobito no dia 20 de Novembro às 11horas. Nas em-barcações integravam os tripulan-tes jovens velejadores do Lobito.

Mário Fontes

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A Irmandade da Costa é uma comunidade de pessoas cuja afinidade é o mar, que partilham o mesmo interesse, respeito e solidariedade.Criada no Chile em 1951, iniciou a actividade em Angola em 1968, tendo a Mesa de Luanda sido reconhecida pelo secretariado internacional em 1969, na altura a primeira mesa da Irmandade da Costa em África.A criação oficial da Irmandade da Costa em Angola acontece em 1970, com publicação dos Estatutos no Boletim Oficial nº 149-III Série de 27 de Junho de 1970.Existem cerca de 3.000 Irmãos da Costa, espalhados por 30 países. Um Secretariado Internacional (SE-

COIN) é designado a cada 4 anos, numa

reunião (Zafarran-cho) em que par-ticipam os rep-resentantes de cada país (o Grande Irmão ou Capitão Nacional).

O Irmão da Costa Bernard Lefreve, é membro deste secretariado. Saiu dos EUA à vela para participar no último Zafarrancho, que teve lugar em Março.2010 em Sidney/Austrália.

Nesta volta ao mundo, definiu como um dos objectivos da viagem contactar as Irmandades ao longo do percurso. Esteve em Setembro na África do Sul, onde contactou a mesa de Saldanha Bay, de onde partiu no dia 12 de Outubro a caminho de Luanda, tendo chegado dia 23 do mesmo mês, acompanhado do seu tripulante Olivier. Foi organizada a recepção, onde participaram Irmãos da Mesa de Luanda bem como outros amantes da náutica, com 8 embarcações que o foram esperar à chegada e pernoita no fundeadouro do Abrigo da Irmandade no Mussulo.

O Papyjovial largou de Luanda no dia 30 de Outubro a caminho do Lobito, onde reabasteceu e seguiu para a travessia do Atlântico Sul

em direcção ao Brasil, Cabedelo, tendo chegado no dia 23 de Novembro.Ao Bernard Lefevre o nosso muito obrigado pela visita e votos de continuação de uma óptima viagem.

Oooorza!

Mário Fontes

Papy Jovial

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Remo e Canoagem no Naval

O remo é um desporto aquático organizado a partir de meados do século XIX e desde muito cedo in-tegrado no programa oficial dos Jo-gos Olímpicos.

É um desporto de velocidade, prati-cado em barcos estreitos, nos quais os atletas se sentam sobre bancos móveis, de costas voltadas para a direcção do movimento, usando os remos para mover o barco o mais depressa possível.

Pode ser praticado em diferentes categorias de barcos desde barcos para uma pessoa, duas, quatro, oito ou até mais. Cada remador pode conduzir o barco utilizando um ou dois remos dependendo do tipo de barco. Alguns barcos ainda podem ter incluída a presença de um timo-neiro responsável por dar a direcção e o ritmo da remada aos atletas.

A modalidade de Remo é praticada

em Angola desde o tempo colonial, com maior incidência nas cidades de Lobito e Luanda, tendo sido ob-tidos resultados de destaque.

Actualmente a sua prática é redu-zida devido à escassez de embar-cações. Foram reabilitadas algumas embarcações antigas, com mais de 30 anos. Foram adquiridas duas embarcações para aprendizagem, doadas por um Sócio do CNL.

Em termos de competição, as ac-tividades a nível interno são quase nulas por falta de embarcações. Em relação aos eventos continen-tais, estivemos presentes na 9ª edição dos Jogos Africanos com a participação do nosso Atleta André Matias que esteve a treinar nos Es-tados Unidos, e se classificou em 7º lugar da geral na classe de school, um resultado considerado razoável, atendendo ser a sua 1ª participação em eventos competitivos internacio-

nais. E participou tambem

no Campeonato do Mundo de Remo de Sub 23, representando o CNL, na República Checa, em 2009, com resultados promissores.

Com a criação da FADEN – Federa-ção Angolana dos Desportos Náu-ticos, que inclui uma Vice-Presidên-cia para o Remo, perspectiva-se o desenvolvimento acelerado desta modalidade.

A FADEN vai propor aos Clubes a aquisição de um lote de embar-cações, com o objectivo de terem meios para escola e competição, e naturalmente o CNL vai fazer o esforço financeiro necessário para participar no relançamento do remo em Angola.

Acreditamos que já em 2011 pos-samos recomeçar a ver na nossa baía actividade intensa desta mo-dalidade com antigas tradições no Clube Naval de Luanda.

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A Canoagem é um desporto aquáti-co, praticado com canoa ou caiaque (kayak), sendo modalidade Olímpica desde 1936.

Existem várias modalidades das quais se destacam o Freestyle, Canoagem Oceânica, Caiaque-Pó-lo, Maratonas, Canoagem Velocid-ade e por fim a Canoagem Slalom. As duas últimas são modalidades olímpicas.

Actualmente existem três clubes na cidade de Luanda a praticar a mo-dalidade: Clube Naval de Luanda,

Clube Náutico da Ilha de Luanda e Clube da Marinha de Guerra de An-gola.

Na Província de Benguela duas eq-uipas vão timidamente praticando a modalidade.

Apesar de o nível competitivo interno ser ainda bastante fraco, as partici-pações a nível das competições in-ternacionais, tanto continental como mundial, têm sido relevantes.

No Campeonato Africano que decor-reu em Janeiro de 2008 no Quénia,

o CNL obteve, através dos resulta-dos alcançados, a qualificação para os jogos Olímpicos de Beijing 2008, na modalidade de Canoagem na classe C1.

No Campeonato Africano de 2009, realizado recentemente na Côte D´Ivoire, a Selecção Nacional, con-stituída em 90% por Atleta do Clube Naval, conquistou 14 medalhas, das quais 6 de ouro, 2 de prata e 6 de bronze.

Francisco Freire

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Era uma vez um sit io , bonito por naturezaEm Luanda sou Baia, dona de tanta beleza .Fui tratada e mal tratada pela gente então

Fui suje ita à imundice , sucata ve lha e poluição .Dos destroços abandonados , carcaças de barcos deixados

Pelos homens civi l izados , sem moral e educação .

Meu futuro pouco importa à presente geraçãoMeu passado vai para a História pra que s irva de l içãoAos que assistem conscientes à minha total destruição .

Que se l ixem os interesses dos donos da NaçãoNão merecem o perdão dos que ainda não nasceram

Pelo nada que f izeramPelos tantos que sofreram

Por tanta destruiçãoTrampa, l ixo e poluição

A Ilha comigo nasceu, somos gémeos de criaçãoSem ela nada seria , ao lado do Continente irmão.De mãos dadas recebemos o esgoto da populaçãoSou Baía, sou poesia , mas não valho um tostão .

Peço para alguém me ajudarA acabar com a poluição .Mandar a água l impar,

A Baía conservarRua, Cidade e Nação.

Meu nome é Baía, Luanda de apel idoSou f i lha da mãe naturezaSou f i lha de pai proibido .

Sou princesa esquecidaDevorada pela multidão

Sou sabor de muita frutaAroma de charlatão

Sou uma grande f i lha da luta ,Que procura de mão em mão

A verdadeira so lução .

Trampa, l ixo e poluição ,Por favor , não!

Baia de Luanda, in 2001

O Grito do Desespero (2002?)

Pedimos a quem escreveu estes versos, ou alguem que os reconheça que nos diga quem foi o autor.

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Constituição da FADENRetomada a publicação do nosso Boletim Informativo, alguns assuntos, não obstante já terem acontecido há algum tempo, cumpre-nos publica-los neste nosso Boletim Informativo, por respeito e consideração aos nossos sócios que pretenderam contribuir para a sua divulgação quando o mesmo foi interrompido. Por outro lado acontecimentos de interesse para os amantes do desporto náutico, ainda que a sua informação seja tardia, entendemos dever ser dado o relevo que nos merece.

Como tal apraz-nos registar o acontecido no passado dia 21 de Janeiro do corrente ano, na Sede do CNL, com a presença de várias entidades, foi empossado o elenco dos primeiros Corpos Directivos dos diversos Órgãos Sociais da Federação Angolana dos Desportos Náuticos – FADEN, tendo na ocasião o seu Presidente Sr. Rui Sancho, proferido um discurso do qual transcrevemos algumas passagens:

“De um elenco de 41 pessoas que somos nesta Federação, 10 são Senhoras! O que representa 25%.

Temos no quadro da Federação 10 Professores de Educação Física, que são Técnicos formados em Desporto.

Os desportos náuticos são todas as modalidades desportivas em que a

sua prática é realizada sobre a água, tais como a Canoagem, Remo, Vela, Surf, Kitesurf, Wind Surf, motonáutica, Jet Ski, desde já podendo englobar outras modalidades.

Por outro lado, o Desporto Náutico Angolano, que para além do Surf e Kitesurf envolve também 3 modalidades OLíMPICAS (Vela, Canoagem e Remo), por onde Angola já andou em passado recente, como a Vela com 2 Vice Campeões do Mundo Juniores de Vaurien em 1990 e 1991, um 4º classificado nesta mesma classe de Vauriem em Absolutos e ainda um 4º classificado Mundial da Categoria em Laser 1996.

Na Canoagem, em 2009, as 14 medalhas Africanas (6 de Ouro, 2 de Prata e 6 de Bronze) sublinham a brilhante participação nos Jogos Olímpicos de 2008 do nosso Atleta Fortunato Pacavira, que tanta curiosidade internacional despertou ao passar de Pescador Profissional a Atleta Olímpico”.

Depois de outras considerações, o senhor Rui Sancho concluiu:

“Pretendemos melhorar ainda mais as nossas participações Continentais, Mundiais e Olímpicas na Canoagem, na Vela e iniciar a participação Internacional do Remo Nacional.

Redireccionar a Vela com a introdução da Classe Olímpica 470 e a introdução da Classe 420 em substituição da Classe Vaurien que servirá de preparação para a 470.

Estou plenamente convencido que a primeira medalha Olímpica vai entrar em Angola de BARCO!!!... Ainda que não seja neste mandato, que agora iniciamos”.

Com a publicação deste BOLETIM INFORMATIVO, satisfaz-nos dar a informação que já se iniciaram no mês de Outubro a formação dos atletas para as Classes 420 e 470, ministradas pelo formador português Pedro Rodrigues, que afirmou:

“Devo reconhecer o aproveitamento de alguns velejadores, não digo todos porque reconheço que nem todos têm a mesma capacidade de aproveitamento. Mas devo dizer que existem atletas com perfil de vencedor em tão pouco tempo, coisa que me deixa animado”.

E acrescentou:

“A realização de campeonatos regionais e nacionais é um factor importante para os atletas. Se criarem o hábito de realização de torneios e campeonatos nacionais dificilmente estas crianças perdem a paixão pela modalidade porque quem treina quer competir e evoluir.

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A secção de natação do CNL ini-ciou esta época desportiva com 41 atletas, na sua maioria crianças em idade escolar. Recentemente, começaram a sua preparação física nas instalações do CNL.

Durante as épocas passadas temos recorrido ao aluguer de pistas para treino na piscina do Clube Náutico da Ilha de Luanda por não possuir-mos piscina própria.

A disponibilidade para esta época desportiva é apenas de uma pista durante uma hora (das 20:30 às 21:30) espaço insuficiente para a di-visão dos diferentes níveis de apre-ndizagem e horário impróprio para a maioria dos atletas.

Perante esta situação a direcção decidiu suspender os treinos dos grupos de pré-competição e com-petição até à construção da piscina do CNL.

Por outro lado, a manutenção da actividade das escolas de natação está dependente da análise de qual-idade da água da baía de Luanda que em breve irá realizar-se.

Para esta actividade a escola de natação conta com dois monitores disponíveis no período da manha e de tarde.

Isabel Brock

A Natação do Naval

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Conheça o Peixe que Apanha:

Nome científico: Hydrocynus vittatus - Castelnau, 1861

Peixe Tigre

Distribuição:No Delta do Okavango onde desagua o rio angolano Kuvango, no Zambeze, no Congo, Lago Tanganica, lago Kariba, Rufigi e outros grandes rios como o Nilo e rios do Sudão na África do Norte e Oeste. Abundante na barragem Moçambicana de Cahora Bassa. Não existente em rios como o Cunene, Kafue e Lago Malawi.

Descrição:Nos adultos predomina a cor prateada no corpo e cabeça, com uns tons azulados no dorso e com uma série de tiras negras longitudinais, a barbatana adiposa situada entre a dorsal e caudal é negra, a barbatana caudal varia de um amarelo avermelhado a vermelho vivo com raios negros, as outras barbatanas também apresentam uma cor amarela a vermelho vivo.

Biologia e ecologia:São peixes muito ferozes e agressivos, preferem águas quentes muito oxigenadas de grandes rios e Lagos e como gostam de se manter á superfície são vítimas constantes das águias pesqueiras Africanas.

As suas presas principais são os Brycinus e Micralestes, o barbo (Barbus) a sardinha (Limnothrissa).

Pesca Desportiva:O Tigre é um peixe muito desconfiado e astuto o que o torna á partida num excelente adversário para todos os pescadores desportivos.

Sendo um predador feroz, devia-se atirar a todos os iscos que lhe apresentam, mas não, acompanha-os de perto e só ataca se não notar algo de estranho.

Todos os terminais têm de ser de aço pois os dentes deste menino cortam o melhor nylon do mercado como se fosse sparghetti. O aço mais usado é o de 25 kg multifilamento revestido de nylon.

As Rattl’n Rap da Rapalla dão excelentes resultados, e ainda mais se as fateixas forem substituídas por anzóis. As colheres Mepps de 5 a 12 gramas são muito boas.

O combate deve ser feito com a ponta da cana baixa para tentar evitar as desferragens pois assim mantém-se melhor o contacto com

o peixe, que depois de ferrado salta constantemente

.Com saltos majestosos a lembrarem os dos peixes-prata (tarpoon), abanam furiosamente a cabeça óssea de um lado para o outro, dão fiadas submersas poderosas desafiando a resistência das linhas dos pequenos carretos que se usam nesta pesca (0.30mm) e o rating de capturas situa-se nos 4:1, isto é em cada 4 peixes ferrados tira-se 1, na melhor das hipóteses.

Depois da Pesca: Se gostar de comer alfinetes este é o peixe certo pois todo o seu corpo está suportado por milhões de espinhas.

Competições:A maior competição Internacional é organizada pelo Clube de Pesca de Saldanha Bay na África do Sul, que chega a reunir 300 barcos.A única competição Angolana é organizada pelo Clube Naval de Luanda e Clube de Tiro e Pesca do Huambo, no rio Kuvango a cerca de 300 Kmts do Lubango e Huambo, por via já asfaltada.

Vai na sua 2ª edição e tem sido um sucesso com a participação de 100 pescadores de todo o País e de outros Países. É realizado em fins de Setembro de cada ano e eventuais interessados poderão contactar o CNL o CTPH pelos telefones 923 514 522 (Baptista Borges), 925 856 833 (Cunha Huambo) ou 923 473 672 (Nando Reis Lubango)

Bibliografia: Shayamoya activities/website 88 Freshwater fishes of Southern Africa (Paul Skelton)

Baptista Borges

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- Está?...- Estou.- Qual é a ementa?...- Um momento .- D. Olga... D. Olga. Qual é o pitéu?...-Pernil de porco, é o prato do dia. Também temos o costume, Galo, Carapau, Linguados e Garoupa para grelhar.-Drª Teresa é pernil de porco.-Não estou interessada. Quando chegar decido.Trimm, trimm, e o telemóvel volta a tocar.- Madaleno?...- Já sei pá queres que te diga a ementa?...To Santos é pernil de porco.-Eh pá reserva-me dois, e à cautela mais um para o Morais, reserva também o lugar, todos juntinhos para o UNO-OK.(Atenção meus, o UNO é o jogo de cartas, nada de confusões)

Este é o principio... “do começo” da ACTIVIDADE SOCIAL da disputada

VARANDINHA.

Ela mesmo, que teima em inverter a ordem natural da vida, ou seja, nós vamos envelhecendo e ela está cada vez mais nova, vaidosa e apetitosa.Foi no Vota avaixo, desculpa, no Bota abaixo do Chimera - (Deve-se ler QUIMERA). Que me foi ordenado, determinado e imposto que escrevesse um artigo para esta nossa Revista, ou Ré Vista (Conforme cada um seja. Marinheiro ou não) sobre a actividade social da Varandinha.Curioso, neste dia o B.B., o grandão que a gente não sabe se é pescador ou caçador, queria saber o significado de QUIMERA . Oh meu! QUIMERA é embora SONHO. (Produto da imaginação).Mas será? Como se trata de um Varco, Chissa, Barco, é muito natural que o Diamantino quisesse ligar o nome do seu beleiro. Outra vez não meu . É Veleiro. Mas como ia dizendo, pretendeu ligar o dito cujo ao do peixe que vive nas águas profundas da ordem dos holocéfalos.-Como é então meu. Estás então dizer vem este nome complicado. Caramba , é bem.(Desculpem esta chatice probocada pelos beleiros que quando atrabessaram

o Oceano trocaram-nos as boltas e os “v`s” pelos “b`s” e bice bersa.)-Oh meu! Aquele ordem não é holofotes que bem de peixe que foca no fundo?!...Como então estás falar esse nome holocéfalos?!...-Alto aí, foste ordenado para escrever o artigo da Varandinha.- E bai acima e bai avaixo e bai a frente e vota avaixo.

E estou lixado sem QUIMERA, ou seja, estou sem profundidade de imaginação, porque chego cedo demais a varandinha e tornei-me no reserva pitéu e lugares para a maralha militante da Baranda. Oh Deus. Eu quero dizer varanda.-Olá Paulucho...-Paulucho não. Eu sou Paulo e não de luxo, filho do Pires Júnior e da Alice. É mesmo, o Eduardo e a Alice as companhias da cabaqueira e dos caranguejos, frequentadores assíduos do nosso Nabal e da Barandinha.-Alex ... Alex ... Fixe?...-Oh não Fish. Nada, nada.-Mas então não estás fixe?!..-Oh não Fish. Nada, nada.Então percebi que o Alex me queria dizer que a equipa do pai os Nickolson não tinham pescado nada e por isso não fish.-Como então, oh meu, outra vez bifes com batatas frita?!...-Então. Não há kalúlú.-Mas, oh meu camba Gonçalo, é sempre o mesmo. Não barias de prato. Enquanto isto o pápá Guima pergunta a Salomé.-O que é que vamos pitar?... -Sei lá. Olha para mim pode ser bacalhau assado com um molho de cebolada e massa de funje.-E tú Dany?-Entrecosto grelhado com feijão de óleo de palma.A Dany, aquela menina que tudo que come tem de ser com feijão de óleo de Palma, que com a Paula e sem Rui, ou também com o Rui são as nossas eternas e teimosas companhias da Varanda

Alto, e a TOTA MITA, a nossa MIMA que com a Fernanda e o outro Rui, o Marques, são outros debotos da Barandinha-Isto tem de acabar... Chego aqui e não

tenho lugar para estacionar o carro.Pronto. Chegou o contestatário Mor o João refilão.Vale porém nisto das contestações sempre um que diz “quem querrre, querrre” e esta é a voz serena do Wolfram Brock que com a Isabel e o Eddy são militantes do Grupo Varandinha.-Oh Avô... Oh Avô…Acaba de chegar a Guigui e a Isabel mais o Tiago (O Patinho ou Mike Tyson) que o temos visto medrar cada dia que passamos pela Varandinha.Seguidamente atraca o Engº Marçal depois da sua passeata acompanhado da esposa no Transatlântico que é de imediato recolhido ao estaleiro para mais uma revisão metódica, da avaria que não existe.-Oh Bunda.... Oh Bunda....-Saraiva Lima, bô tá queré dizer Vunda?... Bunda tem a tua avô seu Catanhô Mas o nome dele é Nuno Miguel.-É isso, mas o que eu quero é uma geladinha.-De que marca?...-Uma qualquer. O que quero é bem gelada. Mas oh Manecas passa-me o sextante e a régua e vira-me a bússola da cabeça para o rabo para saber quantos quilos pesa o bicho?-Não me lixes eu vou levantar âncora, içar a vela e vou dar uma volta. Entretanto reserva-nos a comida. O nosso lugar é aquele. Está reservado para o Júri.

Ouve-se o grito no fundo:-Uma Youki do Dondo bem gelada....-Sr. Rui, as Ekas não estão bem geladas. Não tivemos energia e o gerador só agora ligaram.-É sempre a mesma coisa. Pronto põe já uma grade a gelar na arca, no gelo, aonde vocês quiserem, mas eu quero Eka gelada.Este é o Rui Sancho, porque o outro Rui, o Marques o gelo já está na bebida predilecta .

Está a chegar o Afonso-Qual Afonso?- O Irla, aquele que o pai com a mania da informática pensou dar ao filho o nome de [email protected], o irmão da Mariana, filhos do Mário, que muitas vezes com o Dr. Campelo, avo dos garotos são os nossos companheiros dos fins de semana na Varandinha

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Nostalgia da Varandinha (2002)

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-Hum...hum...Se a moça quer de mim....ai ué ...Pronto chegou a Maganganré. Espirituosa companhia das tertúlias da Varandinha.-Oh mãe.... Oh mãe...-Drª Cecilia . O Tó Santos está a chama-la...-Já sabes que não quero nada. Estes fulanos nunca têm a minha bebida. Sabes que eu só gosto de Bourbon.-Dão-me licença minhas senhoras?...Não se importam que me sente ao vosso lado, porque é sempre um prazer estar ao lado de tão gentis senhoras?-Oh Pimentel, o prazer é todo nosso, mas por favor hoje não cante a SAMARITANA. Ou se cantar tenha a paciência não assassine tão lindos versos.-Esteja descansada, Drª Cecília. Hoje só quero recordar a única filha angolana que tenho a minha IONA. Porque todas as outras nasceram por todo o mundo em que estive.-Dão-me licença?-Faça o favor.A mão passa direito ao prato das batatas fritas.-Como é Drª Teresa?!...-Desculpem. Eu pedi licença. E a demais vocês sabem que não resisto. -Já temos a patrulha americana aqui no Clube?!...-Qual patrulha americana, qual quê.-Mas tú conheces-me?!...-Oh seu malandro. Já te esqueceste que estiveste na minha mesa a comer comigo?!...-Eu sei, mas como estou assim!...Era o Bernardo equipado a rigor com os patins em linha e com o olhar atento do Zé Manel e da Iolanda agarrava em tudo quanto era sítio para andar com os seus patins. Casal e filho que fazem parte da permanência e vivência da Varandinha-Acabo de dar umas tacadas...!A Nina olha-o com um ar interrogador e muito sério, porque não tinha percebido bem a palavra, confundindo-a com uma outra que a deixou um bocado embaraçada.-Sim então não acabei de jogar golfe?...-Ah bem. Isso é outra coisa.-Oh Luís vê lá se tens maneiras. Vens para aqui comprometer a Nina. Senta-te e mandem vir.-Eu já sei que vou ser a última a ser atendida. Há aí quem não gosta de mim.

-Oh Antónia tens que nos dizer como é que foi isto?!...-Olha eu também não sei. Este gajo assim louro não sei de aonde veio.-Vocês não sabem que anda por aí tudo minado. E então apareceu esta mina que veio pôr a descoberto as minhas raízes.É o Helder a pôr ordem na confusão que tentam estabelecer em redor do nosso Fredie, o Frederico que vinha à Varandinha escondido na barriga da mãmã e agora já está a fazer as suas traquinices.

Vão-se passando as tardes, radiantes e vaidosas estão a Isabel Brock e a Nina Castro e Silva que estão a notar o crescimento do ambiente verde plantado por elas circundante à varandinha.Também vaidosas estão a Milay Madaleno e a Fátima Lima que apresentam os seus rebentos o Zé Carlos, da Milay, futuro sócio, pescador e Marinheiro e a Rosalinda, da Fátima (Sem ser aquela da cantiga “Se for a praia com os teus pés de catraia”.A noite chega e o inventor da Sopa de Peixe, o Zé Nuno que pergunta: “Quem quer alinhar?... Quem quer alinhar?... No mínimo temos de ser cinco para a D. Olga fazer”.E lá vem ela. É preciso limão. E enquanto está quentinha aproveitem para transpirarem.-Se ao menos estivesse colocada a Bentoínha oferecida para a Barandinha!...

A Fátima, mulher do Zé Nuno só a vi alinhar no Marlin fumado pelo Tony Albuquerque e oferecido pelo B.B., (Atenção B.B. quer dizer Baptista Borge) com o capim que o Zé trouxe e disse que era italiano, mas agora já é angolano porque foi plantado nos vasos das plantas lá da casa deles e que diz dá bué.Fiquei a entender o Saraiva Lima, que diz, quando acava o bai acima e bai avaixo, bai a frente e bota avaixo, a maralha começa a procura da volina, porque já não sabe se a inclinação do vento é de varlabento ou sotabento. Apercebi-me deste pequeno pormenor no meio de uma manhã serena sem bota abaixo, quando se ouviu uma voz

-A senhora foi parida aonde?...Só não respondi.- Quem o pariu foi a sua santa mãezinha, porque o silêncio e o desprezo é a acalmia dos ventos que não se conhecem as suas inclinações. Refleti também depois de ter feito umas continhas. O ano tem doze meses. Cada mês tem quatro semanas. Cada semana tem sexta, sábado e domingo, concluí que somando mais de quatrocentas presenças na Varandinha, este foi o único e desagradável momento que vivi neste aprazível recanto do Naval, quando recebemos a inesperada visita do outro Pimentel, aquele que diz que é poeta, mas que só conheço dele algumas estrofes de uma má unidade dos versos da COPOFONIA.

Meus amigos deram-me ordens para fazer um artigo. Não me disseram se definido ou indefinido. Por isso sou eu que defino ficar por aqui. Para além do rodopio daqueles que transitam, a actividade social da Varandinha, tirando as pequenas fofocas, as reclamações da falta de bom binho ou cerveja estupidamente gelada, da ausência dos Janquinzinhos fritos, ou mesmo Maneis, e, por vezes a animação da turma do Pedro Rodrigues, Maiuca e seus alcoólicos , desculpem-me e seus acólitos; o Aleluia, o Zefe Espirito Santo que violando. Quer-se propriamente dito dizer-se, que com as violas e as goelas vão entretendo a malta. Também muito recentemente umas brincadeiras de JOGO DE UNO, Porque somos unos e indibisibeis nos Vota avaixo dos proprietários dos varcos, dos copos, e, por bezes tamvém nas ditas cujas figuras teimosamente frequentadoras da Varandinha, que julgo as ter retratado, pouco mais temos de actividade social propriamente dito, para além de olharmos para os peixinhos e para a baía .

Meus caros amigos peço desculpa, mas cumpri com a imposição escrebendo este chorrilho de disparates mesmo sem QUIMERA para a ACTIBIDADE SOCIAL da BARANDINHA.

ANTÓNIO MADALENO

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