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ESTÉTICA FACIAL Profª Sônia Regina Hoffmeister Assunção

CÓDIGO DE ÉTICA DOS ESTETICISTAS

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ESTÉTICA FACIAL

Profª Sônia Regina Hoffmeister Assunção

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CÓDIGO DE ÉTICA DOS ESTETICISTAS

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ESTETICISTA (TÉCNICOS E TECNÓLOGOS) 

CAPÍTULO I 

DO OBJETIVO 

Art. 1º – Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual devem se conduzir os esteticistas, quando no exercício profissional. 

CAPÍTULO II 

DAS RESPONSABILIDADES FUNDAMENTAIS 

Art. 2º - O esteticista deve prestar assistência, sem restrições de ordem racial, religiosa, política ou social, promovendo procedimentos estéticos específicos que beneficiem a saúde, higiene e beleza do Homem. 

I – o esteticista presta serviços de estética facial, corporal e capilar, programando e coordenando todas as atividades correlatas; 

II – o esteticista deve auto avaliar periodicamente, sua competência, aceitando e assumindo procedimentos somente, quando capaz do desempenho seguro para o cliente; 

III – ao esteticista cabe a atualização e aperfeiçoamento contínuos, de seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, visando o benefício de seus clientes, bem como o progresso de sua profissão;

 

IV – o esteticista - Tecnólogo é responsável por seus auxiliares esteticistas Técnicos, seja sob sua direção, coordenação, supervisão ou orientação. 

CAPÍTULO III 

DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES 

Art. 3º – São deveres do esteticista: 

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I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus pacientes, sem prejuízo da dignidade e independência profissional;

II – guardar absoluto respeito pela saúde humana, exercendo a profissão em conformidade com os preceitos éticos deste código e com a legislação vigente; 

III – organizar seu ambiente de trabalho, tornando-o asséptico, conforme exigido pela Secretaria de Vigilância Sanitária; 

IV – abster-se de atos que impliquem na mercantilização da Tecnologia Estética e combatê-los quando praticado por outrem; 

V – fazer prévia anamnese estética do cliente, que se submeter ao seu procedimento; 

VI – indicar os diversos procedimentos estéticos, de acordo com os tipos e alterações da pele; 

VII – identificar alterações da pele; 

VIII - executar todas as técnicas existentes na tecnologia estética, para a recuperação da pele, desde que apropriadas e reconhecidas cientificamente; 

IX – ter domínio técnico na utilização de equipamentos eletro-estéticos aplicados na tecnologia estética; 

X - ter boa visão, agilidade, coordenação motora, atenção, percepção de detalhes e conjunto, paciência, iniciativa, responsabilidade, assiduidade e hábitos de higiene ; 

XI - cumprir e fazer cumprir os preceitos contidos no Código de Ética dos Esteticistas; 

Art. 4º – DAS PROIBIÇÕES AOS ESTETICISTAS: 

I – anunciar cura de enfermidades da pele, sobretudo as incuráveis; 

II – usar títulos que não possua ou anunciar especialidades para as quais não está habilitado; 

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III – praticar atos de deslealdade com os colegas de profissão; 

IV – o esteticista cometerá grave infração ético-disciplinar se deixar de atender às solicitações ou intimações para instrução nos processos ético-disciplinares; 

V – é vedado ao esteticista aceitar emprego deixado por colega de profissão, que tenha sido dispensado injustamente, por motivos vãos, salvo anuência do órgão responsável pelo seu registro; 

VI – considera-se falta de ética da moral profissional, causar qualquer tipo de constrangimento a outro esteticista, visando, com isso, conseguir para si o seu emprego, cargo ou função; 

VII – abandonar o procedimento estético, deixando o cliente sem orientação específica, salvo por motivo relevante; 

VIII – prescrever medicamentos, injetar substâncias ou praticar atos cirúrgicos; 

IX – publicar trabalhos científicos sem a devida citação da bibliografia utilizada, ou mesmo, deixar de citar outras publicações, caso o autor julgue necessário, ressalvando-se o caso em que o autor deixar notoriamente claro, que tais obras não foram reproduzidas para a elaboração do trabalho. Da mesma forma, não é lícito utilizar, sem referência ao autor ou sem sua autorização expressa, dados, informações ou opiniões, colhidas em fontes não publicadas ou particulares;

 

X – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para a classe; 

CAPÍTULO IV 

DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS 

Art. 5º - Fundamentos: 

I – só poderão cobrar honorários, os profissionais legalmente habilitados para o exercício da profissão; 

II – o esteticista deverá levar em conta, as possibilidades financeiras do cliente; 

III – o esteticista poderá recorrer à via judicial, para receber honorários não pagos pelo cliente; 

IV – os parâmetros observados para a cobrança de honorários devem ser, as condições sócio-econômicas da região, a complexidade do procedimento, o material utilizado, o desgaste dos

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equipamentos eletro-estéticos, a escolha de cosméticos importados e a demanda de tempo no procedimento; 

V - o esteticista deverá respeitar o critério de cobrança de honorários, observando a sugestão da Associação Profissional que estiver afiliado, para a correta cobrança dos mesmos; 

CAPÍTULO V

 

DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art. 6º - Generalidades: 

I – ao infrator deste Código de Ética serão aplicadas as penas disciplinares, estabelecidas pelo regimento interno do Órgão Fiscalizador, sendo avaliadas e votadas em Assembléia Geral .

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ANATOMIA, HISTOLOGIA E FISIOLOGIA DA PELE

1- Pele

A pele, envoltório externo do corpo, representa importante órgão de delimitação entre o meio interno e o ambiente externo, É um órgão sensorial, com diversas funções reguladoras e imunológicas. Fazem parte deste conjunto os cabelos, os pelos, as unhas e glândulas.A sua superfície mede, no adulto, entre 1,50 m2 e 1,80 m2. A pele e o tecido celular subcutâneo têm cerca de 20% do peso corporal.A espessura da epiderme varia com a região anatômica, sendo mais espessa nas regiões palmoplantares. É constituída por três camadas bem diferenciadas: epiderme, derme e hipoderme.

EPIDERME

A epiderme deriva-se do ectoderma, não possui vasos, e apresenta espaços intersticiais contendo soro. A sua espessura é variável.É formada por queratinócitos e melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. Os melanócitos derivam da crista neural e são produtores de melanina.As células de Langerhans atuam como apresentadoras de antígenos e ativadoras de linfócitos T, nas reações de hipersensibilidade tardia ou mediadas por células.As células da epiderme renovam-se constantemente a cada quatro semanas.Normalmente a camada córnea é formada por células ceratinizadas, ou seja, anucleadas.A parte inferior da epiderme une-se à derme através de tonofibrilas dispostas em sentido diagonal.A epiderme apresenta cinco camadas: a camada basal, a espinhosa, a granulosa, a lúcida observada somente nas regiões palmoplantares e a cada córnea.

A camada córnea que é a mais superficial da epiderme formada por células sem núcleo, mortas, superpostas e completamente queratinizadas.A camada lúcida formada por várias camadas de células nucleadas transparentes. Est camada é provida de numerosas atividades enzimáticas. O citoplasma consiste em filamentos de queratina.A camada granulosa é constituída de células providas de núcleo, s quais contém grânulos de substância chamada querato-hialina, sendo precursora do fenômeno de queratinização dos epitélios. A camada espinhosa é formada por células de aspecto poliédrico, cuja característica principal é de estar provida de prolongações espinhosas. Suas células têm importante função na manutenção de coesão das células da epiderme e, consequentemente na resistência ao atrito.

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A camada basal germinativa é a camada mais profunda em contato com a derme que está separada pela membrana basal e apresenta intensa atividade mitótica. É responsável pela constante renovação da epiderme.A membrana basal é formada por mucopolissacarídeos ácidos que desempenham importante papel na fixação da epiderme à derme.

DERME

A derme é formada por células, fibras e substância fundamental, tem diferente textura de acordo comas regiões do corpo e a idade da pessoa.Ao microscópio, mostra duas partes distintas: uma superficial, a derme papilar, que pe subepidérmica e chega até onde as cristas interpapilares penetram na derme, é composta por numerosas células, feixes colágenos orientados verticalmente em direção ao epitélio e fibras elásticas eulanínicas e oxitalâmicas; outra mais profunda, a derme reticular, onde as fibras colágenas se dispõem em grossos feixes horizontais e há maior número de fibras elásticas.A derme também pode ser dividida em superficial, média e profunda o que permite localizar melhor certos processos, de vez que a derme reticular é muito grande em relação à derme papilar.

HIPODERME

A hipoderme, também conhecida como tecido celular subcutâneo e panículo adiposo é composta por lóbulos de células adiposas, ou lipócitos, delimitados por septos de colágeno com vasos sanguíneos. As células adiposas se originam do mesênquima e são arredondadas, grandes, com grande quantidade de lipídios no seu citoplasma.Os lipídios são fundamentalmente triglicérides. A hipoderme atua coo depósito de calorias, protege o organismo de traumas e atua como isolante térmico.

FOLÍCULO PILOSSEBÁCEO

O folículo pilossebáceo é composto por pelo e glândula sebácea. Em algumas regiões tais como axilas, púbis, mama, desembocam no folículo as glândulas sudoríparas apócrinas. Também faz parte do folículo o músculo eretor do pelo.Os folículos pilossebáceos estão distribuídos por toda a extensão da pele,exceto nas regiões palmoplantares. Os pelos são de dois tipos: o fino, denominado de lanugo ou velo e o espesso, terminal (couro cabeludo, barba). Os folículos pilossebáceos apresentam variações regionais, tendo os pelos grossos, terminais e glândulas sebáceas relativamente menores. No couro cabeludo e púbis há predomínio de lanugo e glândulas sebáceas bem desenvolvidas na barba.O folículo pilossebáceo é constituído pelo infundíbulo acrotriquio, istmo, segmento inferior, bulbo piloso e papila.As glândulas sebáceas são polilobulares e constituídas na área central por células claras com citoplasma espumoso rico em lipídios e a periferia é formada por células

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basais germinativas. As glândulas sebáceas são estimuladas e mais desenvolvidas na puberdade por ação dos andrógenos.

GLÂNDULAS SUDORÍPARAS

As glândulas sudoríparas são de dois tipos: apócrinas e écrinas.As apócrinas desembocam diretamente nos folículos pisossebáceos e secretam um líquido leitoso, constituído por substâncias protéicas, lipídicas e glicídicas. O odor das regiões onde elas existem decorre da decomposição do material por elas secretado, através da ação de enzimas bacterianas.As glândulas écrinas predominam nas regiões palmoplantares, mas estão presentes em toda a pele, exceto no clitóris, nos pequenos lábios, glande e superfície interna do prepúcio. São tubulares, situadas na junção dermo-epidérmica e desembocam diretamente na epiderme em poros de acrossiríngeos conectados com seu canal excretor, constituído de duas porções: uma dérmica e outra epidérmica.

2 – FUNÇÕES DA PELE

PROTEÇÃO – através de sua textura especial e composição, protege os órgãos internos de traumatismos mecânicos, físicos e químicos, uma vez que evita a perda de água e eletrólitos provenientes do interior.A proteção contra traumatismos mecânicos se faz por meio da derme e da hipoderme que atuam como amortecedores e também pelo crescimento e espessamento epitelial.Protege contra agentes físicos, como a radiação ultravioleta, mediante a pigmentação epidérmica e absorção desta radiação em diferentes níveis.Contra agentes químicos, atua impedindo sua passagem através do epitélio compacto. Este mesmo estrato, pelas mesmas razões, evita as perdas internas.

TERMORREGULAÇÃO – é realizada por meio de fenômenos da vasodilatação e vasoconstrição nos plexos vasculares cutâneos, se houver aumento ou diminuição da temperatura da pele. Os vasos são sensíveis a duas substâncias: a noradrenalina e a acetilcolina. Quando ocorre calor externo muito acentuado, a secreção sudoral écrina refresca a superfície cutânea.

PERCEPÇÃO – tato, pressão, temperatura, dor e prurido são captados por receptores sensoriais livres e/ou corpúsculos sensoriais que os transmitem ao sistema nervosos central por cordões medulares dorsais.

SECREÇÃO – são secretados pela pele a queratina, a melanina, o sebo e o suor, que exercem funções definidas e harmônicas. Assim, o sebo compõe um manto lipídico com funções antimicrobiana, como emulsificador de substâncias e atua como barreira protetora.

EXCREÇÃO – através da pele é eliminado pequeno número de substâncias.

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Quando ocorre grande espessamento da camada córnea pode haver perda de elementos constituintes do epitélio, especialmente enxofre e proteínas.

3 – ELASTICIDADE DA PELE

Através de sua elasticidade a pele permite os movimentos do corpo; ela está distendida além do seu ponto de equilíbrio elástico, tanto que se retrai quando há solução de continuidade. A tensão da elasticidade varia de direção conforme a região do corpo e isto se deve à variação da direção geral das fibras colágenas e elásticas da derme.A elasticidade da pele pode ser determinada pela orientação das linhas de fenda. A perfuração da pele provoca a formação, não de um orifício circular, mas de uma fenda, cuja direção corresponde à orientação dos feixes conjuntivos elásticos, que indicam, portanto, a direção de menor distensibilidade, ou seja, de resistência da pele à tração.A junção das inúmeras fendas forma as linhas, por isso chamadas linhas de fenda ou clivagem, das quais é possível esquematizar verdadeiros mapas. Na direção perpendicular à orientação das linhas de fenda a pele apresenta máxima distensibilidade. Em geral, no indivíduo adulto, as linhas de fenda são transversais no tronco e longitudinais nos membros, com modificações nas regiões articulares.O conhecimento da direção das linhas de fenda, de maneira geral, é de grande interesse cirúrgico, pois auxilia o cirurgião a realizar incisões esteticamente aceitas.

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CUIDADOS COM OS DIVERSOS TIPOS DE PELE

1 – INTRODUÇÃO

Os cuidados com a estética da pele são tão antigos quanto a humanidade. A beleza da pele é fator fundamental da beleza corporal: o belo, o bonito, o gracioso e todas as demais categorias estéticas aplicadas a face exibem seu mais firme atributo na qualidade da pele. O envelhecimento é um processo dinâmico. À medida que envelhecemos, ocorrem em nossa pele, alterações fisiológicas e ambientais. As alterações fisiológicas são parte inevitável do processo natural de envelhecimento. Contudo, as alterações mais significativas devem-se as causa ambientais e, sem dúvida, o mais importante fator ambiental é a luz solar. O dano provocado pela exposição crônica à luz ultravioleta – fotoenvelhecimento - pode ser reduzido pela adoção de programas de cuidados para manter a pele saudável e protegida contra a exposição solar.Nos últimos anos, muitos avanços tecnológicos ocorreram no campo dos produtos de uso tópico, distanciando-se muito da época em que os cremes eram avaliados somente por sua aparência e fragrância. Estes produtos se adaptaram aos diferentes tipos de pele com a função de corrigir e restaurar as funções fisiológicas da pele sã.Embora os peelings consigam melhorar as rugas dando um aspecto jovial, infelizmente, não conseguem promover a remoção dos excessos de pele e a flacidez das estruturas profundas da face.

2 – DETERMINAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE PELE

PELE NORMAL

A pele normal é definida como sem sinais visíveis de lesões ou sensação de desconforto. Resulta de um equilíbrio em todo o processo de formação epidérmica (queratinização, descamação, secreção sebácea e suor) e manto hidrolipídico com consequente harmonia entre a flexibilidade, elasticidade e coloração cutânea. Apresenta-se sob o apecto liso e aveludado, relevo fino, elástico e não brilhante; lembrando a pele da criança.Em um mesmo indivíduo a pele varia suas características de acordo com as diferentes regiões anatômicas. Como exemplo, temos as glândulas sebáceas que estão presentes em grande número na parte inferior, visto que a fronte apresenta cerca de 300 glândulas/cm2, o tronco 60/cm2 e dorso 80/cm2. A permeabilidade cutânea também varia com as diversas regiões do organismo, por exemplo, a capacidade de absorção cutânea na face é menor que nas axilas ou couro cabeludo e a taxa de renovação córnea é mais alta nos antebraços em relação aos braços e abdome.Assim, a definição de pele normal é muito heterogênea, levando-se em conta as variações anatômicas, bioquímicas e fisiológicas até mesmo em um só indivíduo.

PELE OLEOSA

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A pele elimina em quantidades mínimas, porém constantes sebo e gorduras epidérmicas que irão formar juntamente com o suor uma película hidrolipídica recobrindo a camada córnea, contribuindo para sua coesão, lubrificação e proteção. Quando as glândulas sebáceas produzem mais sebo que o necessário tornam-se gordurosas. O limite entre pele oleosa fisiológica e patológica e de difícil definição. Ao exame clínico apresenta-se como uma pele brilhante, poros dilatados principalmente nas regiões central da fronte, nasal, malares bilaterais e mento. Tem tendência a formar comedões, geralmente é uma pele de aspecto pálido e facilmente irritável, sobretudo nas regiões mediofaciais.Este tipo de pele pode estar associado a dermatite seborreica, acne, hiperidrose e hipertricose. A produção sebácea é auto regulada pela quantidade de sebo presente na superfície, mas também sofre ação reguladora hormonal, de alterações da temperatura corporal, ambiental e da idade.A irritação e a inflação da pele oleosa deve-se principalmente à oxidadção das substâncias graxas presentes em excesso. Este exagero na produção sebácea juntamente com um retardo da eliminação do sebo leva à contaminação bacteriana do folículo pilosebáceo e consequente processo inflamatório.Podemos distinguir dois tipos de peles oleosas: as gordurosas resitentes, que no plano cosmético tem tendência a um envelhecimento mais lento e as peles gordurosas avermelhadas (eritematosas) que são particularmente mais frágeis.Peles ditasomo mistas alternam áreas secas e oleosas sendo frequente a associação entre placas seborreicas (expessas com aspecto brilhante e comedões) com placas de xerose (atrofia cutânea e leve descamação).

Características clínicas:Pele espessa com poros dilatadosAparência oleosa com tendência a formar comedõesAumento nas produções sebáceas e sudoríparasFormação de rugas tardias

Características histológicas:Aumento na espessura da epiderme e hipertrofia das glândulas sebáceas

Patologias associadas:AcneRosáceaDermatite seborreicaHiperplasia sebáceaHirsutismo

PELE SECA

Pele seca é caracterizada pela sensação de pele tensa, rugosa e descamativa. Geralmente é sinônimo de diminuição da barreira do estrato córneo com aumento da perda de água transepidérmica. A pele é fina, opaca com tendência à floração de

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rugas, facilmente irritável e vulnerável às udanças de temperatura e umidade ambientais.Devido sua dificuldade de reter água na superfície encontra-se propensa à ação de substâncias irritantes tópicas e à ação de microorganismos.Existem dois tipos principais de pele seca:Adquiridas: peles que estão secas devido a fatores externos:Radiação solar acumuladaExposição a extremos de temperatura: calor, frio, vento e umidade. Exposição a agentes químicos: detergentes, solventes, etc.Medicações tópicas: ácido retinóico, etc.

Constitucional: inclui muitos tipos de pele seca onde as formas mais severas são patológicas

Constitucional não patológica:Pele frágil: intermediária entre pele normal e seca, mais comum em peles finas , susceptível a agentes externos, eritematosa e/ou rasaceiforme.Pele senil: a secura da pele e atrofia são algumas das características mais marcantes.Ictiose vulgar: (ressecamento e descamação) acomete geralmente mulheres de pele pálida. Provávl origem genética afetando face, dorso das mãos e membros.

Constitucional patológica:Ictioses: alterações da queratinização de origem genética, manifesta-se por uma descamação anormal da superfície, alterando a barreira cutânea. Formas mínimas assemelham-se à ictiose vulgar.Dermatite atópica: a atopia está associada a uma alteração genética no metabolismo dos ácidos graxos essenciais. Manifesta-se através de uma xerose difusa, placas pruriginosas de predomínio nas dobras e muitas vezes com eczematização e inflamação local.

Características clínicas:Pele frágil e finaDiminuição da secreção sebácea e sudoríparaDescamativaTendência a formação de rugas precoces

Características histológicas:Epiderme fina com diminuição do volume das glândulas sebáceasÀs vezes com paraqueratoses e vasodilatação capilar

Patologias associadas:Queratoses e melanoses actínicasTalangiectasiasIctioseDermatite atópica

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PELE ENVELHECIDA

A pele envelhecida caracteriza-se por uma pele seca associada a uma sensação tátil de ondulações, rugas, flacidez, alterações da pigmentação e lesões resultantes de danos actínicos crônicos.Na pele senil ocorrem dois componentes distintos que alteram sua aparência e textura:

Envelhecimento Intrínseco: o início deste processo é incerto, talvez seja desencadeado no momento do nascimento, ou aos 20 anos ou até após décadas de vida. Manifesta-se através de alterações na estrutura química das proteínas, proteoglicanas e ácido hialurônico dérmicos. No decorrer dos anos o colágeno tipo III vai sendo substituído por colágeno tipo I, levando a uma perda progressiva da espessura e aumento da fragilidade cutânea. Ao mesmo tempo diminuem as quantidades de proteoglicanos e ácido hialurônico.

Fotoenvelhecimento: resultado de acúmulo de exposição aos raios ultravioleta. Clinicamete a pele apresenta uma superfície irregular com muitos sulcos e rugas, de textura espessa, com manchas e de coloração amarelada. Nos casos mais avançados apresenta grandes sulcos com disposição geométrica estendendo-se até a nuca. Pode vir acompanhada de outras patologias como rosácea, queratose seborreica, telangiectasias, nevos rubis, flacidez cutânea e muscular. Lesões pré-neoplásicas (queratose actínica) ou neoplásicas, carcinomas baso ou espinocelulares também podem estar presentes.

Características clínicas:Fina e atrófica com perda de elasticidadeSulcos de expressão acentuadosRugas finas com aspecto craquelêFlacidez cutânea e muscularDiminuição de secreção sebácea e sudorípara

Características histológicas:Epiderme retificada e perda das pontes dermoepidérmicasDiminuição do número de melanócitos e volume das glândulas sebáceasAtrofia dérmica com elastose das fibras colágenas e elásticas

Patologias associadas:IctioseQueratose e melanose actínicaCarcinomas baso e espinocelularesPoiquilodermia (placas de eritema e edema, ou eritema difuso transitório e sucessiva combinação de atrofia, telangiectasia, pigmentação e despigmentação. É doença congênita)Fragilidade capilar

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PRODUTOS PARA OS CUIDADOS DA PELE

1 PRODUTOS PARA A PELE NORMAL

Esses produtos visam manter o equilíbrio fisiológico da pele e protege-la contra agentes eternos.Higiene – o primeiro passo consiste na limpeza da pele com a remoção do excesso das secreções fisiológicas como suor e gordura, partículas de poeira, maquiagem e micro-organismos que se depositam sobre a pele. Os cosméticos de limpeza não penetram e não tem ação modificadora da pele. Devem agir suavemente, não retirando o manto hidrolipídico em demasia, o que poderia provocar ressecamento e alteração do pH da superfície.Normalmente são soluções tipo O/A (óleo em água) com capacidade de absorver simultaneamente em sua fase oleosa as impurezas lipossolúveis e na aquosa as hidrossolúveis. Devem ser utilizadas à noite iniciando a sequência dos cuidados. Pela manhã seu uso não é obrigatório, podendo-se usar somente água e posterior loção tônica.

Tonificação – age removendo a oleosidade da superfície, os resíduos de sabão deixados pelos produtos de limpeza e normalizando o pH da pele (em torno de 5.5).Na indústria cosmética encontramos diversas denominações para essas substâncias que tem função de tonificação: loções clareadoras, controladoras, protetoras, refrescantes, normalizadoras, adstringentes, assim por diante. Os termos tônico e adstringentes diferem apenas no teor alcoólico da solução, sendo que os tônicos para a pele normal possuem uma quantidade de álcool reduzida.É comum um aumento da oleosidade na região central da face (zona T). Assim foram criados produtos “controladores da zona T” com função de controlar a secreção sebácea e aumentar a absorção do excesso de gordura. Muitos destes produtos possuem princípios ativos antiacne ou substâncias refrescantes como o mentol ou a cânfora. Recentemente estão sendo lançados princípios ativos compostos por macromoléculas ou mesmo copolímeros de poliacrilatos capazes de absorver mecanicamente oleosidade sem retirar água da superfície.

Correção – o termo correção se destina aos produtos capazes de modificar a superfície cutânea, promovendo um controle da eliminação da água e da gordura, normalizando a hidratação da pele. A função dos agentes hidratantes é tornar a pele flexível com aspecto rejuvenescido. O restabelecimento desta hidratação pode ocorrer através de três formas distintas: agentes oclusivos, umectantes e bases hidrofílicas.Os agentes oclusivos retardam a perda de água trasepidérmica por formação de uma barreira mecânica lipídica. Entre as substâncias mais utilizadas estão às gorduras vegetais e ácidos graxos (lanolina, ácido esteárico), ceras animais e vegetais, fosfolipídeos e ésteres do colesterol. O agente oclusivo mais conhecido é a vaselina. Do ponto de vista cosmético a oclusão total do estrato córneo não é muito aceita,

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porque impede quase que totalmente, a perda de água; resultando em uma aparência pegajosa, gordurosa, brilhante e com alto grau de comedogenicidade.Os umectantes são loções ou cremes O/A (óleo em água) que mantém cerca de 70% da água eliminada pela camada córnea na superfície, resultando em uma aparência hidratada porém não gordurosa da pele. Entre os agentes umectantes encontramos a glicerina, lactato de sódio e amônia, vitaminas, proteínas, ácido hialurônico e o carboxílico pirrolidônico (PCA). De maneira geral, um bom hidratante combina as propriedades dos agentes oclusivos com as dos umectantes de maneira balanceada.As bases hidrofílicas são princípios ativos capazes de reter água e formar uma barreira coloidal contra evaporação. O ácido hialurônico é uma substância de alto peso molecular com grande capacidade higroscópica retendo a água na superfície e formando esta camada protetora.

Proteção – todos os danos causados pela ação dos raios ultravioleta, no aspecto estético do envelhecimento são somados aos danos potenciais de aparecimento de cânceres de pele; tornando o uso diário do fotoprotetor obrigatório do ponto de visa clínico e cosmético. Este uso independe do tempo de exposição solar, da estação do ano e das condições climáticas.

2 – PRODUTOS PARA A PELE OLEOSA

Os produtos para a pele oleosa ou pré-acnéica têm como função a normalização da secreção sebácea e ação calmante e suavizante da superfície, muitas vezes espessa e irritada.Devemos considerar esse tipo de pele como frágil e utilizar produtos adequados que não retirem em excesso a gordura da superfície nem que provoquem uma reação irritante.

Higiene – os agentes de limpeza mais utilizados são os detergentes neutros, evitando os muito ácidos ou alcalinos, devido seu alto grau de irritabilidade. Estes produtos também tem a função de diminuir a flora bacteriana. O desengorduramento excessivo deve ser evitado, pois este pode provocar um efeito rebote indesejado na produção de sebo. Desta maneira, a limpeza deve ser suave, evitando-se as esfoliações e abrasões em excesso. Os produtos mais adequados são emulsões O/A com baixo teor de gordura e baixo grau de comedogenicidade.Entre os princípios ativos capazes de controlar a secreção sebácea, os mais usados são os sais de Benzil-tioditilamina, compostos derivados do ácido nicotínico, algumas vitaminas (ex: piridoxina) e o enxofre coloidal. Em relação aos antibacterianos podemos citar os cloroxidina e eferol como agentes eficazes e de baixo teor de irritabilidade.

Tonificação – os tônicos para pele oleosa possuem maior concentração de álcool com objetivo de remover o sebo em excesso e os resíduos deixados pelos agentes de limpeza, produzindo uma sensação de frescor e leve estiramento da pele, muito apreciada pelos pacientes de pele oleosa.

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Princípios ativos como hamamélis, calêndula, hortelã, bétula, cânfora e mentol podem contribuir para o controle da oleosidade e promover uma ação anti-inflamatória.Quando a pele oleosa é muito espessa utilizam-se agentes com ação descamativa do estrato córneo (esfoliantes) ou que removam as escamas da superfície (abrasivos). Os esfoliantes como o ácido salicílico, aumentam a velocidade de renovação celular e ajudam na abertura das rolhas córneas presentes nos comedões fechados.

Correção – a correção tem por objetivo eliminar ou prevenir o aparecimento de comedões, ter ação descongestionante, reguladora, hidratante e preventiva do envelhecimento, podendo utilizar cremes ou géis mais adequados a este tipo de pele.

Estímulo – normalizam as funções celulares combatendo o envelhecimento e a oleosidade excessiva. Os principais agentes de estímulo celular são os derivados da vitamina A (retinóico, retinol e mais recentemente reninal) os alfa-hidroxiácidos (glicólico e lático), ácidos salicílico, propilenoglicol e uréia.

Proteção – protetores solares incorporados a géis, loções com baixo teor de gordura são os mais adequados para o uso diário em peles oleosas.

3 – PRODUTOS PARA PELE SECA

Devido às constantes alterações em sua função de barreira, a pele seca é muito mais delicada e sensível, podendo estar associada a processos inflamatórios e descamativos. Necessitando de atenção especial contra limpezas excessivas e de uma maior proteção contra agentes externos.

Higiene – para a limpeza da pele seca deve-se utilizar leites ou loções com poder detergente suave de preferência não-iônicos ou anfotéricos, adicionados a substâncias que não permitam a retirada excessiva do manto hidrolipídico (ácidos graxos, glicerol).

Tonificação – no tratamento da pele seca as loções tônicas mais adequadas são as que possuem ação descongestionante sem álcool ou com baixos teores alcóolicos (máximo 6ºGL), contendo princípios ativos umectantes derivados de estratos vegetais como hamamélis, malva, camomila e muitas vezes produtos capazes de reter áqua na camada córnea: uréia e ácido pirrolidonacarboxilico (PCA). O pH é orrigido através de ácidos fracos como o cítrico e lático.

Correção – as emulsões A/O (água e óleo) foram muito utilizadas para o tratamento da pele seca, devido ao seu alto poder oclusivo (vaselina). Porém quando usados diariamente apresentavam grande poder irritante tornavam a pele áspera e descamativa. Evoluiu-se para o uso de emulsões O/A mais leves que não causam ressecamento.

Estímulo – os alfa-hidroxiácidos parecem exercer um papel normalizador e regulador da hiperqueratose cutânea associada à pele seca. Os ácidos orgânicos como o lático,

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glicólico, málico, tartárico, cítrico, mandélico e também o salicílico são efetivos na hidratação cutânea, quando utilizados em concentrações superiores a 10%, reduzindo a coesão entre os queratinócitos revertendo em grande parte o aspecto seco e craquelê da superfície.

Proteção – a maioria dos produtos hidratantes possui filtro solar em suas formulações, além dos princípios ativos de hidratação. Desta maneira os filtros agiriam protegendo contra os danos actínicos dos raios ultravioleta e ao mesmo tempo preveniriam contra a desidratação da pele. Devem ser usados diariamente pela manha e repostos a cada duas horas quando há exposição direta à luz solar, vento ou água.

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A MONTAGEM DA CABINE

Equipamentos e material básico ao trabalho da esteticista em sua cabine de trabalho.

Poltrona especial ou macaEscadinhaCabideEspelhoEscova e pente para a clienteLixeira com pedalCarrinho (mesinha) auxiliarCarro auxiliar para os equipamentosMesa para entrevistaCadeira de aproximação na mesa, para a esteticista e outra para a cliente.Cadeira de aproximação com rodas para a esteticista (maca) Preferencialmente pia com água correnteBancada ou armário para colocação de produtos Vaporizador de Ozônio Gabinete facial com funões para Desincruste, Ionização, Isometria, Isotonia, Microcorrentes e Alta FrequênciaLupa e iluminação de aproximaçãoEquipamento para esterilizaçãoApoio de espuma para elevação das pernas (em forma de cunha)Rolo de espuma para apoio sob os joelhosApoio de espuma para relaxamento da coluna cervicalForros para poltrona ou maca em tecidoForros para poltrona ou maca descartáveis para proteção do tecidoToalhas de rostoToalhas pequenasTravesseiroLençol térmicoFaixa para o cabelo da clienteToucas descartáveisMáscaras descartáveisLuvas descartáveis para procedimentosRoupãoChinelo descartávelAgulhas descartáveisDescarpax (descarte material cortante)ÁlcoolGel condutor para eletrodosAlgodão (melhor é o quadradinho)Espátulas plásticasPincéisCubetas de barracha ou inox

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Toalhas de papelLenços de papelCosméticos

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VAPOR DE OZÔNIO

1 – INTRODUÇÃO

Os banhos de vapor, conhecidos desde a antiguidade, tem sido utilizados para desintoxicação e limpeza completa do corpo.Para limpeza da pele do rosto utiliza-se o vapor de ozônio. Os modernos aparelhos oferecem uma perfeita dispersão de calor com um alto grau de umidade e elevada proporção de ozônio. Constam de um deposito destinado a realizar a evaporação da água através de uma resistência responsável pela ebulição. Uma lâmpada de ultravioleta, colocada estrategicamente irradia o vapor produzindo o ozônio.O depósito deve ser visível para comprovar o nível de água e assim evitar a ligação do aparelho com o depósito vazio. Utiliza-se, de preferência, água filtrada ou mineral, não deve ser acrescentada nenhuma substância aromática ou aditivo. Pode-se escolher o uso de vapor de água ou vapor de ozônio, através de comandos diferentes. Alguns equipamentos incorporam novas tecnologias destinadas para a colocação de essências para tratamentos de aromaterapia.

2 – EFEITOS FISIOLÓGICOS

Vapor de água: obtém-se quando a água contida no depósito chega ao ponto de ebulição (100°C). Este vapor, em contato com a pele provoca uma sudorese que facilita a eliminação de toxinas e a hidratação e emoliência da capa córnea, deixando-a mais flexível e facilitando a extração de comedões e a penetração de produtos do tratamento.

Vapor de ozônio: é um estado alotrópico do oxigênio. Obtêm-se por irradiação do oxigênio contido no vapor de água com raios ultravioletas de ondas curtas, emitidos por uma lâmpada geradora desta radiação.O ozônio tem duas importantes propriedades: oxigenação (aumenta a oxigenação tissular e celular) e oxidação (efeito bactericida e germicida).

Alotropia – fenômeno que consiste em poder um elemento químico cristalizar em mais de um sistema cristalino e ter, por isso, diferentes propriedades físicas.

Aromaterapia: a aromaterapia é uma parte da fitoterapia, que consiste em utilizar essências aromáticas das plantas com fins terapêuticos.Os óleos essenciais são substâncias aromáticas, geralmente voláteis, extraídas das plantas e que possuem diversos efeitos fisiológicos e psicológicos sobre o organismo, por isso podem ser utilizados com fins terapêuticos. Caracterizam-se por penetrar na pele com grande facilidade e, portanto, são de uso tópico, aplicados unicamente ou associados a outros produtos.

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De acordo com o tipo de pele e do problema a ser tratado, pode-se aplicar diferentes óleos essenciais.Os mais comuns são:Pele normal – rosa, lavanda, bergamota, marcelaPele oleosa – Cipreste, alcachofra, gerânio, sândalo, limão, lavanda, rosaPele seca – marcela, rosa, melissa, sândalo, ylang-ylangPele acnéica – limão, cipreste, tomilhoPele envelhecida, com rugas e flácida – lavanda, cipreste, laranja, limão

3 – APLICAÇÃO

O vapor de ozônio deve ser aplicado após a retirada da maquiagem e impurezas da pele, depois ou durante algum tratamento.Quando utilizado na face, proteger os olhos com algodão umedecido com uma loção apropriada.A distância entre a saída do vapor e a zona a tratar deve ser aproximadamente de 30 a 50 cm.O tempo de aplicação dependerá do tratamento e do tipo de pele, mas em geral é de 5 a 15 minutos no rosto e de 10 a 15 minutos para o corpo.A produção de ozônio vem regulada por um interruptor independente o que permite sua aplicação durante toda a vaporização, ou parte dela.O ozônio está indicado especialmente em peles seborreicas, acnéicas e sempre que seja necessários um efeito bactericida e antisséptico .

4 – CUIDADOS

A aplicação do vapor de ozônio traz benefícios para a maioria das peles, mas deve ser usado com precaução quando existem poros muito dilatados e em peles com problemas circulatórios ou excessivamente sensíveis. Nestes casos recomenda-se utilizar tempos mínimos ou cobrir a zona do problema com algodão umedecido com algum tônico descongestionante.

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IONIZAÇÃO

1 – INTRODUÇÃO

Ionização ou iontoforese consiste no aproveitamento da Corrente Galvânica para a introdução de determinadas substâncias para o interior do organismo.A Corrente Galvânica serve de transporte para o agente terapêutico.A substância a ser introduzida deve dissociar-se em íons. S a sustância for íon negativo, deverá ser ionizada com o cátodo (eletrodo negativo), se for íon positivo, deverá ser ionizada com o ânodo (eletrodo positivo).O íon ativo se deduz na fórmula química do produto e o pólo usado deve ser o mesmo do íon ativo.Utilizase a ionização na Estética Facial como um auxílio à penetração de substâncias aquosas nutritivas como ampolas de colágeno, elastina, etc, que irão fornecer à pele desvitalizada elementos nutritivos essenciais quando se pretende realizar uma revitalização cutânea.

2 – IONIZAÇÃO MICROGALVÂNICA

A corrente microgalvânica é a corrente na qual a intensidade que é utilizada na estética corresponde a décimos de miliamperes. Ex: 0,1 mA= 100µA; 1 mA=1000µA.Emprega-se esta corrente porque, para o tratamento da face utiliza-se eletrodos pequenos e por isso requerem intensidades menores. Estes eletrodos tem forma de rolinho, rolinho com pontas, bolinha e pontiagudos.

3 – INTENSIDADE

De acordo com o tamanho dos eletrodos elege-se a intensidade mais adequada, de 0,25mA; 0,45mA e 0,9 mA.

4 – TÉCNICAS PARA APLICAÇÃO DA IONIZAÇÃO

Higienizar a área a ser tratadaO produto a ionizar deve estar bem distribuído sobre a pele A placa passiva ou neutra deverá estar embebida com gel, no caso de tratar-se de placas de silicone ou com soro ou água, no caso de tratar-se de placas de metal forradas com algodão.O eletrodo ativo deve estar sobre a zona a tratar e o passivo não muito distante.

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O produto deve estar em concentração adequada para a certeza de sua permeação e para que não cause lesões.A polaridade do produto deverá constar na fórmula do produto.O produto deve ser em solução ou gel, evitar cremes, pomadas e emulsõesA aplicação dura geralmente 5 minutos na polaridade do produto, caso contrário, deverá ser ionizado na polaridade negativa por 5 minutos e na positiva por mais 5 minutos.

5 – PRECAUÇÕES

Por tratar-se de uma corrente microgalvânica, o cliente quase não tem nenhuma sensibilidade, porém no caso de relatar algum desconforto, baixar a intensidade e aumentar o tempo da sessão, o resultado será o mesmo.Não usar duas substâncias químicas debaixo do mesmo eletrodo, mesmo eu sejam de mesma polaridade.Evite combinar íons com polaridades opostas durante a mesma sessão.São raras as reações alérgicas e de sensibilidade, porém evitar iodo para alergia a frutos do mar e salicilato em clientes alérgicos a aspirina.

6 – CONTRA INDICAÇÕES

Quando houver cefaleia ou vertigensQuando forem constatadas irritações cutâneasPerda de sensibilidade

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DESINCRUSTE

1 – INTRODUÇÃO

Técnica utilizada na limpeza de pele profunda.Atua por meio de um processo eletroquímico, chamado eletrólise, que separa as substâncias gorduras da pele com a ação do sódio, transformando o sebo em sabão, que é classificado como saponificação.A corrente utilizada é a galvânica, é superficial, proporcionando o destamponamento pilossebáceo, permitindo a retirada de células mortas e impurezas profundas da pele.Para a saponificação utiliza-se um produto chamado IONTO DESINCRUSTANTE (sal de sódio). Os íons de sódio (Na+) migram para o pólo negativo onde ocorre a formação da soda cáustica (NaOH). Esta em contato com o sebo da pele, produz sabão, ocorrendo uma reação alcalina.

2 – TECNICA PARA APLICAÇÃO

Higienizar a peleUmedecer um algodão com a solução desincrustante e envolver o eletrodo tipo gancho. O eletrodo deverá ter a mesma polaridade da solução.Manter o eletrodo em constante movimento sobre a pele, e por mais tempo sobre as áreas onde estão os comedões.A aplicação dura de 3 a 5 minutos.Para equilibrar o pH ácido da pele, no final da aplicação do íon desincrustante, utiliza-se algodão molhado em água no pólo positivo, onde ocorre a reação ácida.

3 – SUBSTÂNCIAS UTILIZADAS

Os iontos mais utilizados são:

Carbonato de sódio a 2% - peles sensíveisSalicilato de sódio a 2% - peles lipídicas e seborreicasLauril sulfato de sódio a 2% - peles acnéicas

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ALTA FREQÜÊNCIA

1 – INTRODUÇÃO

Utilizada no Brasil há mais de 30 anos, a Alta Frequência é indispensável para garantir a assepsia durante os tratamentos estéticos. O aparelho é utilizado em qualquer tipo de pele e age contra as bactérias, fungos, além de agir como vasodilatador, cicatrizante e calmante.As correntes de Alta Frequência agem na epiderme e, sendo utilizadas sempre como coadjuvantes na maioria dos tratamentos faciais, corporais e capilares, como a limpeza de pele, lifting, hidratação e outros.Nunca é utilizada sozinha, mas em conjunto com outros tratamentos.

2 – EFEITOS

Ativar a microcirculação periféricaCauterizar pústulasEvitar e controlar a proliferação de bactérias e fungos nos tratamentos de acne e couro cabeludo.

3 – TÉCNICA PARA APLICAÇÃO

Os efeitos obtidos com Alta Frequência dependem da forma de aplicação adotada e dos tipos de eletrodos usados.

Fluxação – o eletrodo são colocados em contato com a pele em passagens lentas e regulares, deslizando-os suavemente na pele. A pele deve estar seca para o total aproveitamento do ozônio.

Faiscamento Indireto – tem efeito térmico, estimulante, anti-séptico, cauterizante e bactericida. Esta aplicação está indicada principalmente em peles desvitalizadas, acnéicas e com seborreia. O eletrodo mantém-se distante alguns milímetros da pele.

Para um efeito tônico e estimulante pode-se usar a massagem indireta. O cliente segurará em suas mãos a bobina e o eletrodo, aumenta-se a intensidade e inicia-se a massagem. Desta forma a corrente passa pelo eletrodo que a paciente segura e através de seu corpo chega ate as mãos do profissional e estas atuam como eletrodo também. O cliente solta o cabo após o aparelho ser desligado.

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Faiscamento Direto – tem efeito sedante, descongestionante, bactericida sobre a pele, sendo indicado em todo tratamento facial em que a pele esteja congestionada. Pode ser utilizada após a depilação ou para sedar a irritação produzida nos tratamentos capilares (seborreia, caspa, queda de cabelo). Utiliza-se eletrodos planos, que são passados lentamente em contato constante com a pele.

Fulgurações – é utilizado o sitema de faiscamento direto com um eletrodo especial (fulgurador) que tem ação hemostática (estanca hemorragias) e que auxilia na cauterização de pústulas. A aplicação é feita durante 3 a 5 minutos nas áreas abertas.

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MICROCORRENTES

1 – INTRODUÇÃO

Na involução cutânea observa-se uma redução da elasticidade da pele e do número de fibroblastos. A pele se torna mais fina devido à síntese de colágeno e desorganização na distribuição das fibras colágenas, reticulares e elásticas. A coloração sofre mudanças tornando-se mais pálida e a emulsão epicutânea natural da pele se reduz como consequência da diminuição da atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas.Tendo em vista esses detalhes característicos dos processos de involução cutânea e envelhecimento orgânico, a atuação das microcorrentes proporciona diversos benefícios aos tratamentos estéticos.

2 – DEFINIÇÃO

Trata-se de um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros de intensidade na faixa dos microampères e baixa frequência, podendo apresentar corrente contínua ou alternada. É 1000 vezes menos intensa que as eletroterapias convencionais.O modo normal de aplicação dos aparelhos de microcorrentes ocorre em níveis que não se consegue ativar as fibras nervosas sensoriais subcutâneas, como resultado, os paciente não tem nenhuma percepção da sensação de formigamento tão frequentemente associada aos procedimento eletroterápicos.

3 – EFEITOS

As correntes elétricas de pequena intensidade quando aplicadas ao corpo, e por serem biologicamente compatíveis aos sinais elétricos do corpo, “aumentam a atividade celular” produzindo os seguintes efeitos:Aumento da produção de ATP (combustível da célula)Aumento da síntese de proteínasAumento do transporte de aminoácidosAumento da capacidade de cicatrizaçãoAbsorção de nutrientesEliminação de toxinasIncremento do fluxo sanguíneo oxigenando os tecidos

4 – INDICAÇÃO

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Flacidez dos tecidosTratamentos de rugas faciais e envelhecimentoTratamento dos sinais de fadiga e estresseComo complemento para qualquer tratamento de tonificaçãoPara produzir um “levantamento” das estruturas cutâneas – Eletrolifting

4 – TECNICA PARA APLICAÇÃO

Higienizar a pelePeles grossas, desvitalizadas e desidratadas podem receber uma hidratação para melhorar a condutividade elétricaOs eletrodos devem ser manipulados corretamente, seguindo manobras definidas para obter os efeitos desejados.

Fase 1 e 2 – manobras de drenagem linfáticaFase 3 – estimula a derme e a circulação sanguínea, os eletrodos realizam movimentos de vai e vem com tendência a produzir beliscadas para acentuar a hiperemia.Fase 4 e 5 – trabalha a nível muscular com manobras que pretendem encurtar os músculos flácidos, para isto os eletrodos se aproximam um do outro, e manobras para relaxamento, para isto os eletrodos se afastam um do outro.

Duração da aplicação – cada manipulação se repete de 3 a 4 vezes podendo repetir-se onde seja mais necessário. Uma sessão dura, em média 50 minutos a 1 hora.Pode-se finalizar o tratamento com uma máscara

Lifting automático – realizado com aparelho com aparelho com múltiplos eletrodos que são colocados estrategicamente na face, selecionando o programa mais adequado para o problema a ser tratado.

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BIOSSEGURANÇA

O conceito de biossegurança teve origem na década de 70, na reunião de Asilomar, na Califórnia, na qual cientistas iniciaram a discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. A partir desse momento, o conceito de biossegurança, foi sofrendo alterações com o passar dos anos. Para Costa (1999, 2000 apud COSTA; COSTA, 2002, p. 2), o conceito de biossegurança pode ser definido como módulo, processo ou como conduta. Como módulo, pois a biossegurança não é uma ciência e sim uma interação entre conhecimentos diversos. Como processo, pois a biossegurança é uma ação educativa, que pode ser entendida como a aquisição de conteúdos e habilidades, com o objetivo de preservar a saúde do homem, das plantas, dos animais e do meio ambiente. Como conduta, pois a biossegurança pode ser considerada um conjunto de comportamentos, hábitos, conhecimentos, sentimentos que devem ser passados ao homem, para que esse realize sua atividade de forma segura. A Comissão de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz (2003) traz um conceito amplo e completo para a biossegurança, considerando-a como um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Segundo Nogueira (1996, p. 71-73), a biossegurança deve ser vista como a realização de práticas destinadas a conhecer e controlar os riscos que o trabalho em saúde, e também em estética, podem aportar ao ambiente e à vida, e deve ser um dos principais objetivos em uma empresa. A preocupação com a biossegurança faz parte de uma tendência mundial, não estando restrita somente à área de saúde. Está apoiada em uma mudança de paradigma cultural, promovendo novos padrões de comportamento, no que diz respeito à preservação do meio-ambiente e da própria vida. Problemas relacionados a biossegurança tornam-se problemas relacionados à própria qualidade do serviço prestado. Uma das ações de biossegurança para a proteção da saúde humana, durante a prestação de serviços é a utilização dos EPI's (Equipamentos de Proteção Individual), os quais serão abordados a seguir.

OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPIS

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De acordo com Costa (1996, p. 123), dados históricos sobre o antigo Egito demonstram que os responsáveis pelo processo de mumificação utilizavam, durante suas atividades, meios de proteção para as mãos e o rosto, o que poderíamos considerar, hoje, como os "ancestrais" dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na Norma Regulamentadora 6 - NR6, da Portaria nº 3.214/1978, considera Equipamento de Proteção Individual EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

De acordo com as Precauções Universais (CDC3, 1987), os profissionais devem evitar contato direto com matéria orgânica, através do uso de barreiras protetoras como luvas, aventais, máscaras, gorros e óculos (equipamentos de proteção individual), os quais irão reduzir as chances de exposição da pele e mucosas a materiais infectados.

Para Oda et al (1996, p. 248), as precauções universais têm por objetivo evitar que trabalhadores da área da saúde, considerando também os que trabalham na área de estética, entrem em contato com fluídos orgânicos como sangue, exsudatos e secreções contaminadas, por via parenteral, por via da membrana mucosa ou da pele não intacta.

"As barreiras de proteção reduzem o risco de exposição tanto da pele como das membranas mucosas do profissional da saúde ao material infectante" (ODA et al, 1996, p. 250).

Segundo Jorge (2002, p. 2), o uso dos equipamentos de proteção individual, os quais incluem luvas, avental, gorro, máscara e óculos de proteção, é de extrema importância, pois impedem que microorganismos, provenientes de clientes por meio de fluídos como o sangue, secreções orgânicas ou exsudatos, possam contaminar o profissional.

A seguir serão abordados todos os equipamentos de proteção individual, que devem ser utilizados pelo profissional de estética, durante a realização de limpezas de pele.

Gorro: Guandalini et al (1997, p. 13), considera que o uso do gorro, conforme a figura 1, evita a queda dos cabelos (que representam uma importante fonte de

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infecção, já que podem conter inúmeros microrganismos), na área do procedimento.

Figura 1 Gorro descartável de polipropileno7.

Além disso, o gorro oferece uma barreira mecânica para a possibilidade de contaminação dos cabelos, através de secreções que possam "espirrar", além de evitar que microorganismos possam colonizar os cabelos do profissional. É uma medida de segurança e de higiene, tanto para o profissional quanto para o cliente, que também deverá utilizá-lo.

Ainda de acordo com o autor (1997, p. 13), o profissional deve prender os cabelos, sem deixar mechas aparentes, de forma que o gorro cubra todo o cabelo e orelhas. Ao retirar o gorro, o mesmo deve ser puxado pela parte superior central e descartado no lixo, devendo ser trocado entre os atendimentos sempre que houver necessidade, devido ao suor e as sujidades. Gorros descartáveis não devem ser guardados, pois representam um meio bastante propício à proliferação de bactérias.

Avental: Os vários tipos de aventais são usados para fornecer uma barreira de proteção e reduzir a oportunidade de transmissão de microorganismos. Previnem a contaminação das roupas do profissional, protegendo a pele da exposição a fluídos como sangue, exsudatos e secreções orgânicas.

Conforme Guandalini et al (1997, p. 14), os aventais não precisam ter necessariamente a cor branca, apesar de possibilitar a melhor visualização de sujidades. Silva et al (2002, p. 5), considera que os mesmos devem apresentar mangas longas, para que os punhos possam ser cobertos pelas luvas, para assim, permanecerem descontaminados, o que irá possibilitar uma melhor proteção do profissional. Guandalini et al (1997, p. 14), considera que os aventais devem ser trocados, sempre que apresentarem sujidades e contaminação visível, seja por sangue ou por secreções orgânicas. Devem ser utilizados somente na área de trabalho e nunca devem ser guardados no mesmo local, onde são guardados objetos pessoais.

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Máscara: Conforme Silva et al (2002, p. 6), a máscara representa uma importante forma de proteção das mucosas da boca e do nariz, contra a ingestão ou inalação de microorganismos. Para Guandalini et al (1997, p. 15), a máscara também representa a mais importante medida de proteção das vias superiores, contra os microorganismos presentes durante a fala, tosse ou espirro. Devem ser sempre utilizadas no atendimento de todos os clientes e são obrigatoriamente descartáveis, conforme mostra a figura 4. Devem apresentar boa qualidade de filtração e ser seguras durante duas horas de uso.

Figura 4 - Diferentes tipos de máscaras de fibra sintética.

Durante a realização de uma limpeza de pele, a distância entre o cliente e o profissional, é bastante pequena. A esteticista está com sua boca muito próxima a do cliente, existindo a possibilidade de tanto o profissional quanto o cliente, ao falar, tossir ou espirrar, lançar gotículas de saliva contaminadas por microorganismos. Outro fator é durante a extração, principalmente de pústulas, onde há o risco do conteúdo destas atingir a face do profissional. Desta forma, o uso de máscara protege tanto o profissional quanto o cliente.

De acordo com Guandalini et al (1997, p. 15), o profissional deve considerar algumas características ao comprar máscaras, as quais devem: a) ser confortáveis; b) ter boa adaptação aos contornos faciais; c) não tocar

lábios e a ponta do nariz; d) não irritar a pele; e) não provocar embaçamento dos óculos; f) ter boa capacidade de filtração; g) ser descartável.

Obs.: "As máscaras são confeccionadas com diferentes tipos de materiais e cada um apresenta uma capacidade de filtração diferente. As máscaras de tecido (pano), espuma e papel, embora confortáveis, têm baixa capacidade de filtração dos microorganismos". (GUANDALINI et al, 1997, p. 15).

Micik (1992 apud GUANDALINI et al, 1997, p. 15), realizou um estudo sobre a eficiência das máscaras de acordo com suas capacidades de filtração. Os materiais utilizados para o estudo e suas capacidades de filtração foram: fibra

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de vidro (99%), fibra sintética (99%), algodão ou pano (18 a 50%), papel (32%) e espuma (14%).

Guandalini et al (1997, p. 16), apresenta algumas recomendações para o uso das máscaras, as quais incluem que o profissional: a) Deve certificar-se, antes de iniciar o tratamento, de que a máscara está bem adaptada, protegendo toda a região logo abaixo dos olhos, protegendo o nariz e a boca; b) Deve evitar tocar na máscara durante o tratamento; c) Não deve puxar a máscara para a região do pescoço, pois a mesma é considerada um material contaminado; d) Deve trocar a máscara quando esta ficar úmida e, se possível, no intervalo de cada cliente. Máscaras molhadas perdem a capacidade de filtração, facilitando a penetração de microorganismos. Além disso, a máscara deve ser utilizada por no máximo duas horas, que é o tempo recomendado para uma proteção eficaz; e) Não deve reutilizar máscaras descartáveis; f) Deve retirar a máscara somente após a retirada das luvas e a lavagem das mãos, devendo jogá-las no lixo para materiais contaminados.

A seguir, as figuras 5 e 6 demonstram, respectivamente, o uso correto e o uso incorreto da máscara pelo profissional.

Uso correto da máscara.

Uso incorreto da máscara.

Óculos de Proteção: Os óculos, conforme a figura 7, assim com as máscaras, também representam uma barreira de proteção de transmissão de infecções, mais particularmente, uma proteção para os profissionais, diante do risco de fluídos contaminados como sangue, exsudatos e secreções, atingirem diretamente os olhos.

De acordo com Guandalini et al (1997, p. 17), os óculos de proteção devem ser usados para evitar que sangue, exsudatos (como pus ou secreções como

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saliva), atinjam os olhos do profissional durante o atendimento, visto que a conjuntiva do olho, apresenta menor barreira de proteção, que a pele).

Figura 7 - Óculos de Proteção

Um exemplo de situação que poderia ocorrer na estética, durante uma limpeza de pele, seria na extração de uma pústula, que tende, com a pressão dos dedos, espirrar o seu conteúdo, podendo atingir face e olhos do profissional. O óculos deve ser colocado após a máscara, ficando posicionado sobre a mesma.

"Apesar dos olhos serem suscetíveis a infecções, a epidemiologia de doenças transmitidas através da conjuntiva é desconhecida. No entanto, a literatura pesquisada relata um caso de uma enfermeira que desenvolveu hepatite em 101 dias após uma gota de sangue de um paciente contaminado pelo vírus, ter acidentalmente atingido seus olhos" (GUANDALINI, 1997, p. 17).

Silva et al (2002, p. 6), considera que os óculos adequados devem possuir barreiras laterais, ser leves e confortáveis e de transparência o mais absoluta possível, devendo ser de material de fácil limpeza.

Guandalini et al (1997, p. 17), afirma que, quando os óculos apresentarem sujidades, devem ser lavados com sabonetes líquidos germicidas ou soluções anti-sépticas, enxaguados e enxugados com toalha de papel.

Para Jorge (2002, p. 6), as mãos devem ser lavadas de forma criteriosa, antes da colocação das luvas, pois irá diminuir a quantidade de bactérias presentes nas mesmas, prevenindo possíveis irritações causadas por microorganismos, presentes abaixo das luvas.

De acordo com Lima e Ito12 (1993 apud JORGE, 2002, p. 6), o uso de luvas deve respeitar algumas normas como: a) nunca tentar desinfetar as luvas utilizadas, pois agentes desinfetantes podem causar deterioração do material; b) nunca atender ao telefone, abrir portas, gavetas, pegar objetos, etc, de luvas durante o atendimento ao cliente, sem usar sobreluvas, conforme mostra a figura 10.Guandalini et al (1997, p. 18-20), faz algumas recomendações que devem ser seguidas para o uso de luvas:

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a) Lavar as mãos com água e sabão antes de calçá-las;b) Colocá-las de forma a cobrir os punhos do avental;c) Enquanto o profissional estiver de luvas, não deverá manipular objetos como canetas, fichas de clientes, maçanetas, ou qualquer objeto que esteja fora do seu campo de trabalho, a não ser com o uso de sobreluvas;d) As luvas deverão ser retiradas imediatamente, após o término do tratamento do cliente;

Figura 10 - Uso de sobreluvas.

e) Deverão ser removidas pelo punho, evitando tocar na sua parte externa, conforme mostra a figura 11;

Figura 11 - Seqüência da Forma Correta de Retirar as Luvas.

f) Deverão ser jogadas no lixo para materiais contaminados;g) As mãos deverão ser lavadas, assim que as luvas forem retiradas.Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000a), as luvas não protegem de

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perfurações de agulhas, mas está comprovado que elas podem diminuir a penetração de sangue, em até 50% de seu volume.

É necessário esclarecer os profissionais, que não acreditam na necessidade de maiores cuidados com a própria saúde, que a não utilização dos equipamentos de proteção individual, pode favorecer a sua própria contaminação.

Limpeza de Pele: O Risco de Contaminação

De acordo com Meda (2003, p. 8), a limpeza de pele é um procedimento que pode ser realizado em todos os tipos de pele, porém com ênfases diferentes. Em peles lipídicas a ênfase maior é a extração das acnes; nas peles eudérmicas (normais) é a manutenção do equilíbrio e, nas peles alípicas e desvitalizadas, é o reequilíbrio do manto hidrolipídico. É um procedimento que deve ser aplicado antes de qualquer tratamento.

O objetivo do profissional de estética é o de trabalhar com pessoas saudáveis, porém muitas pessoas aparentemente saudáveis, podem não saber que possuem alguma doença infecto-contagiosa, pelo fato de serem portadores assintomáticos. Outro fato importante, e que deve ser levado em consideração, é o da possível omissão, por parte do cliente, da existência de algum tipo de doença contagiosa, durante a realização da anamnese.“Os pacientes podem albergar agentes etiológicos de determinada doença, mesmo sem apresentar os sintomas clínicos ou mesmo sem desenvolver a doença em questão”. (JORGE, 2002, p. 9).

De acordo com as Precauções Universais (CDC, 1987), uma abordagem segura é considerar que todo paciente, ou no caso da estética, todo o cliente pode ser portador em potencial de algum tipo de doença infecto-contagiosa.A limpeza de pele é um procedimento, no qual existe uma grande proximidade, entre o esteticista e o cliente. Segundo o Programa de Biossegurança e Ergonomia em Odontologia da Secretaria de Estado da saúde de Minas Gerais (1999), a concentração de microorganismos em torno do corpo, é maior num raio de 50 cm. Durante o procedimento, a distância estabelecida entre o cliente e o profissional é muito pequena, conforme mostra a figura 12, e o acúmulo de microorganismos é mais intenso. Além disso, quando o cliente chega à sala de estética, traz consigo uma grande quantidade de microorganismos, sendo estes patógenos ou não, e que estão presentes em sua pele, cabelos e roupas. Outro fato importante em relação à proximidade, é que durante a fala, espirro ou tosse do cliente, gotículas de saliva contaminadas podem ser aspiradas ou inaladas pelo profissional.

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O profissional também irá estabelecer um longo período de contato direto com o cliente, através da manipulação da sua estrutura tegumentar. Além disso, a alta rotatividade no atendimento faz com que o profissional entre em contato direto com uma quantidade variada de pessoas.

Figura 12 – Distância entre Profissional e Cliente.

Durante a realização do procedimento, o profissional, pode se deparar com duas situações: a) Pele sem solução de continuidade: que caracteriza uma pele hígida, sem a presença de lesões, que interrompam a continuidade do tecido. Neste caso, também podem ser incluídas as peles com acne de grau I, conforme mostra a figura 13, caracterizada pela presença de comedões. Este tipo de pele irá oferecer menor risco de contaminação ao ser manipulada. b) Pele com Solução de Continuidade: que caracteriza uma pele que apresenta lesões que interrompem a continuidade do tecido. Neste caso, também podem ser incluídas as peles com acnes de grau II (pápulo-pustulosa), grau III (nódulo-cística), grau IV (conglobata) e grau V (fulminans). Uma pele que apresenta solução de continuidade, como mostra a figura 14, acaba oferecendo maior risco de contaminação para o profissional, pois ao manipular este tipo de pele, pode entrar em contato com fluídos orgânicos como sangue, ainda que em pequena quantidade, e exsudatos provenientes da extração de pústulas ou de lesões abertas. As lesões existentes nos tecidos podem ser, não somente lesões de acne, mas manifestações de alguns tipos de doenças. Algumas lesões possuem na sua superfície, ou no seu interior, o agente infeccioso, como por exemplo, as lesões do herpes simples e da tuberculose. De acordo com as Precauções Universais (CDC, 1987), sangue e certas secreções de todos os clientes, que forem atendidos dentro da estética devem ser considerados potencialmente infectantes para HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), HBV (Vírus da Hepatite B) e outros patógenos, mesmo estes clientes estando aparentemente saudáveis.

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O profissional deve saber que a pele e as mucosas possuem uma determinada permeabilidade, e que este fator pode influenciar o seu contágio por microorganismos, e que a chance de contágio será ainda maior, se a pele ou mucosa estiverem lesionadas, por exemplo: a retirada da cutícula das unhas é uma forma de agressão e que pode facilitar a penetração de microorganismos. Segundo Lavery et al (1997, p. 258), uma pele saudável e intacta representa uma barreira eficaz contra diferentes tipos de vírus e bactérias. Portanto, é de extrema importância o conhecimento dos fatores de risco presentes, durante a realização de uma limpeza de pele, pois só assim o profissional de estética irá se paramentar de forma adequada durante o atendimento dos seus clientes, evitando situações, como demonstra a figura 15, na qual o profissional não utiliza avental, touca e óculos de proteção.

Figura 13 - Acne Grau IFonte: Dermatologia.net

Figura 14 - Acne Grau IIFonte: Dermatologia.net

Figura 15 Uso Incompleto dos Equipamentos de Proteção Individual

Principais Doenças Infecto-Contagiosas

Conforme abordado anteriormente, são vários os fatores presentes em uma limpeza de pele, que podem favorecer a contaminação do profissional, por alguma doença infecto-contagiosa.

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"Infecção é a invasão do corpo por microorganismos patogênicos e a reação dos tecidos à sua presença e à das toxinas por eles geradas". (PACIORNIK, 1975, p. 313). Segundo Teixeira e Valle (1996, p. 55-56), as vias de penetração por microorganismos são: via aéreas superiores, via cutânea e via ocular. Através das vias aéreas superiores (nariz e boca), o profissional pode inalar ou aspirar, gotículas de saliva ou secreção nasofaringeana contaminadas, que podem ser eliminadas pelo cliente, durante a fala, tosse ou espirro. Por via cutânea, quando o profissional possui cortes ou ferimentos, e entra em contato direto com secreções ou sangue contaminados do cliente ou sofre um acidente com agulha contaminada.

Por via ocular, quando secreções contaminadas, atingem a conjuntiva dos olhos. Um exemplo seria durante uma extração, quando o profissional ao realizar pressão com os dedos para extrair uma pústula, o exsudato contaminado atingisse o seu rosto e olhos.

As principais doenças infecto-contagiosas que serão abordadas e que podem representar riscos para o profissional de estética na realização de limpezas de pele, são: herpes simples, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado, tuberculose e, até mesmo, a AIDS. Herpes Simples: Para Baptista (2003, p. 1), o herpes simples é uma doença infecto-contagiosa ocasionada por um vírus denominado vírus do herpes simples (HSV), e que se divide em dois tipos: o HSV-I e o HSV-II.. Boraks (2001, p. 206), considera que é uma doença universal, de grande poder de disseminação e, que apesar de infectar cerca de 90% da população, não se manifesta clinicamente em mais de 30%. Ainda de acordo com o autor (2001, p. 206), o HSV-I é responsável pelo herpes labial e o HSV-II pelo herpes genital. Porém, o VHS-I é o agente etiológico em 20% das infecções genitais primárias, e o VHS-II pode ser causa de infecções em outras áreas, além da região genital. De acordo com Baumann e Santo (1991, p. 75), o herpes caracteriza-se pelo aparecimento de vesículas17 agrupadas, conforme a figura 16, e que se localizam especialmente nos lábios, conforme mostra a figura 17, e nos genitais, mas que podem surgir em qualquer outra parte do corpo como: olhos (por meio da auto-inoculação pelas mãos), face, nariz, e cavidade oral. Conforme Baptista (2003, p. 1), a infecção ocorre quando uma pessoa não infectada entra em contato direto com lesões herpéticas infectadas com o vírus, através da pele ou da mucosa, o que caracteriza a infecção primária.

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Figura 16 - Vesículas AgrupadasFonte: Dermatologia.net

Figura 17 - Lesão de Herpes Simpleslocalizada no Lábio InferiorFonte: Dermatologia.net

A figura 18 mostra lesões de herpes simples mais agressiva, que costuma ocorrer na infecção primária ou quando o indivíduo está muito debilitado. De acordo com Veronesi (1976, p. 62), o herpes também é transmitido, através do contato direto com a saliva de pessoas contaminadas, mesmo essas sendo assintomáticas.

Figura 18 - Herpes Simples mais Agressiva - Fonte: Boraks (2001, p. 209)."O primeiro contato com o vírus ocorre em geral ainda na infância, sendo que grande parte da população já está contaminada quando se expõe a pessoas portadoras durante a vida". (BORAKS, 2001, p. 115). O autor (2001, p. 206), considera ainda que, o vírus penetra na célula e se reproduz. A partir daí, penetra no tecido nervoso, onde permanece em latência. Fatores como estresse emocional, baixa de resistência, exposição ao sol, frio intenso, podem reativar o vírus que retorna à superfície do epitélio, provocando as manifestações clínicas. A transmissão pode ocorrer tanto de pessoas com manifestação clínica evidente, como assintomáticas. "A sintomatologia da doença caracteriza-se por mal-estar, náuseas, cefaléia, irritabilidade, aumento da temperatura (febre) e adenopatia cervical18". (BORAKS, 2001, p. 206). De acordo com o mesmo autor (2001, P. 206), o aparecimento da doença é precedido, cerca de um dia antes, de várias sensações: prurido, queimação ou "formigamento", em geral acompanhados de eritema. Em seguida surgem vesículas múltiplas, cheias de líquido19 claro ou amarelado, que se rompem dois a três dias após o seu aparecimento, deixando úlceras. Surge então uma crosta escura e endurecida, conforme é demonstrado na figura 19, que se destaca 7 a 15 dias, caracterizando o período de involução ou regeneração da lesão.

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Figura 19 Crosta provocada pela Ruptura das Vesículas

Conforme Baumann e Santo (1991, p. 75), no estágio em que as vesículas se rompem e formam feridas com secreções, o perigo de transmissão é maior.

"Após a infecção primária o vírus penetra nas células epiteliais, atingindo em seguida o sistema nervoso periférico, onde permanece em estado latente no interior de gânglios nervosos, mantendo-se assim, em equilíbrio com o hospedeiro, até que fatores estimulantes façam com que o vírus se exacerbe, provocando recidiva da lesão" (BORAKS, 2001, p. 207).

De acordo com Boraks (2001, p. 207), a infecção recorrente instala-se em uma pessoa previamente infectada e é caracterizada pela reativação do vírus, com alguns sintomas semelhantes ao da infecção primária, porém menos severos, que aparecem até dois dias antes das lesões típicas. As lesões involuem num prazo de 7 a 15 dias e o vírus fica novamente em período de latência em um gânglio nervoso. Os períodos de recorrência são variáveis podendo ocorrer em intervalos de dias, meses ou anos e estão diretamente relacionados a fatores climáticos, orgânicos (imunitários) e emocionais. Ainda, segundo o autor, as vacinas anti-herpéticas são duvidosas e ineficazes.

Para o profissional de estética, a forma de prevenção mais adequada é o uso correto dos equipamentos de proteção individual.

Hepatite B: Conforme Veronesi (1976, p. 162), a hepatite B é uma infecção causada pelo vírus HBV, conforme a figura 20, que provoca lesões degenerativas ou inflamatórias no fígado. Pode se apresentar em intensidades variáveis, desde um quadro clínico agudo (de evolução rápida) e benigno, até um quadro grave e fatal, ou ainda evoluindo para hepatopatias20 crônicas (que evoluem lentamente e perduram por muito tempo). Yoshida (1996, p. 258), aborda que no Brasil os dados indicam a incidência anual, em torno de 22% de casos agudos de hepatite B atendidos ao longo dos últimos seis anos, sendo a freqüência maior (63%), na faixa de 21 a 40 anos. A esta ocorrência de casos

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novos soma-se a população de portadores crônicos que compõem o reservatório de vírus da população.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (2004), existem mais de 300 milhões de pessoas portadoras do vírus da hepatite B no mundo. Os bancos de sangue do Estado do Paraná detectam anualmente perto de 30.000 novos doadores infectados pelo vírus da hepatite B, e destes, 2.000 são portadores do HBV. Em mais dos 60% dos casos em adultos a infecção pela hepatite B é assintomática, ou seja, a pessoa não sabe que tem a doença.

A hepatite B é extremamente contagiosa e pode ser propagada por pessoas que não sabem que são portadoras do vírus. Existem portadores que permanecem assintomáticos durante anos.

Figura 20 - Partículas do HBV isoladas no Plasma Humano

Para Yoshida (1996, p. 261), o vírus é transmitido parenteralmente (por via sangüínea), por meio de exposição da pele lesionada ou mucosa ao sangue ou a outros fluídos orgânicos. Fluídos orgânicos como: secreções nasais, pus, suor e lágrimas apresentaram HBsAg (antígeno indicador da infecção), porém o risco de transmissão por meio dos mesmos é extremamente baixo ou inexistente.

"A concentração mais elevada do vírus é observada no sangue, estando presente também em exsudatos. Menores concentrações, porém significativas, são encontradas no sêmen, no fluído vaginal e na saliva de indivíduos com viremia. Portanto, exposição ao sangue e contatos sexuais são modos mais comuns de transmissão do HBV. O vírus permanece viável em superfícies secas à temperatura ambiente por um período de sete dias e, possivelmente, até por períodos mais longos. Mesmo em quantidades ínfimas de sangue ou soro21, um indivíduo pode se contaminar no caso de inoculação percutânea, contato com superfície ocular ou outras mucosas e ainda por uma exposição inadvertida, através de cortes e arranhões preexistentes na pele ou na mucosa" (YOSHIDA, 1996, p. 261).

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Conforme Jorge (2002, p. 9), o vírus da hepatite B pode estar presente no sangue em concentrações muito elevadas, podendo ser transmitido por várias vias com quantidades insignificantes de sangue (0,000025 ml).

As formas possíveis de contágio que poderiam ocorrer com o profissional de estética, durante uma limpeza de pele, seriam através de um acidente com agulha contaminada, ou através do contato direto da pele ou mucosa do profissional, com sangue contaminado, exsudatos purulentos ou secreções como, por exemplo, a saliva.

Segundo Yoshida (1996, p. 260), a maioria dos indivíduos que são infectados pelo vírus da hepatite B desenvolve uma infecção aguda, podendo ou não apresentar sintomas. O período médio de incubação é de 120 dias e os sintomas e sinais mais comuns em adultos são: anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, hepatomegalia e icterícia.

Ainda conforme a autora (1996, p. 260), a doença em adultos é resolvida, obtendo-se a cura. O vírus é eliminado e são produzidos anticorpos específicos (anti-HBs), que conferem imunidade ao indivíduo. Porém, em portadores assintomáticos, a fase aguda pode evoluir para a fase crônica, e os indivíduos sem saber, podem transmitir o vírus para outras pessoas.

"A hepatite B apresenta cura espontânea em até 90% dos casos, mas a taxa de cronificação varia de acordo com a idade da infecção, de 85% em recém-nascidos e entre 6% a 10% em adultos. Cerca de 50% dos doentes crônicos desenvolvem cirrose hepática ou carcinoma hepatocelular" (Ministério da Saúde, 2002).

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (2004), considera que após a fase aguda, estado inicial da doença, 10 a 5% dos doentes, não se curam da infecção e desenvolvem a hepatite crônica. Desses, 30% podem desenvolver cirrose e câncer de fígado e aproximadamente 70% permanecem com o vírus, transmitindo a doença para outras pessoas.

Figura 22 - Partículas do HCV isoladas em Plasma Humano

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Conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000b), uma das principais medidas de prevenção para a hepatite B é a vacinação pré-exposição. A vacina é extremamente eficaz, não apresenta toxicidade e é aplicada em 3 doses, devendo ser indicada para todos os profissionais da saúde.Yoshida (1996, p. 266), afirma que de acordo com as medidas de precauções universais, todo o sangue ou fluído orgânico deve ser considerado potencialmente infectado, e o contato com os mesmos, deve ser prevenido por meio do uso adequado dos equipamentos de proteção individual. Hepatite C: O texto de convocatória da oitava Conferência Internacional sobre Hepatite C, realizada em Londres Inglaterra, em setembro de 2004, mostra que 3% da população mundial (aproximadamente 170 milhões de pessoas) está infectada pelo vírus HCV, que é mostrado na figura 22. A doença foi identificada em 1989 e hoje é reconhecida como a maior causa de cirrose e câncer do fígado.

Assim como a hepatite B, a hepatite C é uma infecção causada por vírus (HCV), que provoca lesões predominantes no fígado, degenerativas ou inflamatórias. É transmitida principalmente pelo contato direto de mucosas ou pele lesionada, com sangue ou algumas secreções corporais de pessoas contaminadas. O contágio também pode ocorrer por meio de acidentes com agulhas ou quando o profissional é atingido por secreções de uma pessoa contaminada.De acordo com Varella, após a infecção com o vírus da hepatite C, o doente pode apresentar, em alguns casos, sintomas como mal-estar, vômitos, náuseas, icterícia e dores musculares, que caracterizam a fase aguda da doença. Porém esta hepatite é assintomática na maioria dos casos e o portador só saberá que está doente, anos após ter sido infectado, já estando em fase crônica e com o risco de desenvolver cirrose e câncer de fígado.

Ainda não foi desenvolvida uma vacina para a hepatite C. A forma mais eficaz de proteção para o profissional de estética é o uso correto dos equipamentos de proteção individual.

Influenza (Gripe): a gripe é uma doença viral, de evolução rápida e intensa (aguda), geralmente benigna, mas que pode se agravar e até mesmo levar à morte. É uma doença altamente contagiosa que atinge de forma evidente o aparelho respiratório. Afeta milhões de pessoas a cada ano, ocupando o primeiro lugar entre as doenças de distribuição universal.

De acordo com Neto et al (2003, p. 267), o vírus da gripe é conhecido como Myxovirus influenzae, conforme figura 24, também denominado vírus influenza, que se subdivide em A, B e C, sendo que somente os do tipo A e B,

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tem relevância clínica em humanos. Devido à sua grande capacidade de mutação acaba gerando novas variantes, para as quais a população não está imune. Devido ao aparecimento das variantes do vírus, a percentagem de proteção que a vacina contra a gripe oferece apresenta uma grande variação, sendo em média de 80%. O vírus influenza se encontra em abundância na região nasofaringeana, e transmite-se por meio do contato direto com gotículas da secreção nasofaringeana que pessoas infectadas eliminam ao tossir, falar ou espirrar, e são inaladas ou aspiradas por outra pessoa. Quando o vírus atinge as vias respiratórias superiores, invadem as células epiteliais que revestem as mucosas dessas vias e se multiplicam, sendo eliminados nos exsudatos resultantes do processo inflamatório que provoca. A deposição deles em roupas, utensílios e objetos pode viabilizar sua disseminação. Ambientes fechados onde se aglomeram muitas pessoas contribuem para a sua disseminação, bastando existir apenas uma pessoa infectada, para que a doença possa se alastrar. "O período de incubação varia entre 24 e 72 horas. O vírus pode ser encontrado desde o início dos sintomas nas secreções nasais e faringianas e persiste enquanto houver febre".As características clínicas da doença são: febre entre 38º C e 40º C, calafrios, suor excessivo, tosse seca, dores musculares e articulares, fadiga, mal-estar, dor de cabeça, nariz obstruído, coriza, dor e irritação na garganta, podendo todos ou somente alguns sintomas estar presentes. O quadro clínico ainda pode sofrer complicações, evoluindo para bronquites, bronquiolites e pneumonias.

Nas últimas décadas, a imunização anual com vacinas inativadas contra influenza, tem sido a principal medida para a profilaxia da gripe e redução da morbi-mortalidade, relacionada à doença. Atualmente, entre 180-200 milhões de doses de vacina contra influenza são distribuídas e utilizadas a cada ano no mundo

Na estética, a gripe pode ser prevenida por meio da vacinação e pelo uso correto dos equipamentos de proteção individual.

Figura 24 Myxovirus Influenzae

Figura 25 - Hemácia infectada com o

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Fonte: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

Vírus da GripeFonte: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

Resfriado Comum: o resfriado comum é uma afecção aguda, altamente contagiosa e que atinge o trato mais alto do aparelho respiratório (cavidade nasal e faringe). Não apresenta grande comprometimento do estado geral e na maioria dos casos não é acompanhado de febre, sendo considerado pouco grave.

AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida): Segundo Boraks (2001, p. 214-215), a síndrome da imunodeficiência adquirida, cuja sigla na língua portuguesa é SIDA, e em inglês é AIDS, é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que ao penetrar na corrente sangüínea, irá infectar os linfócitos T4, que são as células responsáveis pela imunidade celular. A figura 30 mostra pequenos pontos pretos (HIV), atacando células do sangue. Na realidade não é uma doença e sim um estado de deficiência imunológica. De acordo com Sion et al (1986, p. 21), ocorre uma profunda supressão da resposta imune mediada pelos linfócitos T4.

"A síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) é a doença infecciosa que mais mata no mundo. Desde que foi reconhecida pelo CDC (sigla em inglês para Centro para o Controle de Doenças), de Atlanta, EUA, em 1981, a AIDS se espalhou rapidamente, sendo considerada uma epidemia mundial, já no final da década de 1980. Hoje, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 40 milhões de pessoas possuem a enfermidade. Do total de infectados, aproximadamente 95% vivem em países em desenvolvimento, sobretudo na África, onde 10% da população está contaminada. No Brasil, já foram notificados mais de 215 mil casos, principalmente, nas regiões Sudeste e Sul. A AIDS não tem cura e já matou cerca de 20 milhões de pessoas desde o início da epidemia." (COELHO, 2004)28.

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Figura 31 - Sarcoma de KaposiFonte: Dermatologia.net

Ainda de acordo com Coelho, o HIV compromete o sistema imunológico, impedindo que ele realize a defesa do organismo contra as agressões de bactérias, outros vírus, parasitas e células cancerígenas. Após a pessoa ter sido contaminada pelo HIV, decorre um certo tempo até o aparecimento de sintomas como fraqueza, febre, emagrecimento e diarréia prolongada, sem causa aparente. Sendo que, mais da metade dos soropositivos, só irão apresentar os sintomas da AIDS, após oito anos de infecção. Sion et al (1986, p. 30), afirma que a AIDS manifesta-se clinicamente por: infecções oportunistas causadas por protozoários, fungos, bactérias e vírus, sendo que a pneumonia provocada pelo protozoário Penumocystis carinii é a mais comum; neoplasias raras como o Sarcoma de Kaposi, atingindo com maior freqüência a pele; além de outras neoplasias malígnas.Segundo Serra29, as lesões do Sarcoma de Kaposi, conforme figura 31, são elevadas, de coloração vermelho-arroxeada, e podem se localizar em qualquer parte da pele, podendo ser única, ou múltipla. Seu agente causador é um tipo de vírus, denominado Herpes Vírus Humano 8 (HHV8) ou Herpes Vírus do Sarcoma de Kaposi (HVSK).

Boraks (1996, p. 184), afirma que a transmissão ocorre através da inoculação do vírus na corrente sangüínea, por meio de sangue e esperma contaminados, sendo rara a transmissão por meio do suor, lágrima e saliva.

Oda et al (1996, p. 249), explica que a transmissão por meio de fluídos como secreções nasais, pus, suor e lágrimas, é extremamente baixo ou inexistente. Porém, o HIV têm sido demonstrado em alguns desses fluídos. Precauções de proteção devem ser tomadas com relação ao sangue e fluídos corpóreos que contenham sangue.

“Além de ter poder invasor bem menor do que o vírus da hepatite B, o HIV necessita de concentrações bastante elevadas para produzir um processo infeccioso”. (LIFSON30, 1988; PIZZACOLO31" et al, 1988 apud ODA et al, 1996).Conforme Lavery et al (1997, p. 258), uma pele saudável e intacta, representa uma barreira bastante eficiente, contra a penetração por diferentes tipos de bactérias e vírus, inclusive o HIV.

Na estética, durante a realização de limpezas de pele, a contaminação pode ocorrer quando o profissional entrar em contato, através da mucosa ou pele

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lesionada, com sangue contaminado ou secreções, que também contenham sangue. Também pode ocorrer por meio de um acidente com agulha contaminada com sangue.

Segundo Jorge (2002, p. 1), existe uma grande dificuldade de identificar todos os portadores do HIV, uma vez que existem portadores assintomáticos, e que não sabem que estão com o vírus. Por isso, todas as pessoas devem ser consideradas como portadores em potencial, de algum microorganismo patogênico. De acordo com Lavery et al (1997, p. 258), existem pessoas infectadas com o HIV há 13 anos e que não desenvolveram nenhum sintoma da doença.Oda et al (1996, p. 240), afirma que pelo fato da AIDS ser uma doença de maior gravidade que a hepatite B, as medidas necessárias para a proteção são as mesmas utilizadas para a hepatite B, as quais incluem a utilização de equipamentos de proteção individual de forma adequada