Código de Ética Médica - versão de bolso

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CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

CDIGO DE TICA MDICAResoluo CFM n 1.931, de 17 de setembro de 2009 (verso de bolso)

Braslia 2010

Cdigo de tica Mdica: Resoluo CFM n 1.931, de 17 de setembro de 2009 (verso de bolso) Publicao do Conselho Federal de Medicina SGAS 915, Lote 72, Braslia/DF, CEP 70390-150 Tel. (61) 3445 5900 / Fax (61) 3346 0231 / e-mail: [email protected] Comisso Nacional de Reviso do Cdigo de tica Mdica: Roberto Luiz dAvila (coordenador), Aldemir Humberto Soares, Armando Otvio Vilar de Arajo, Carlos Vital Tavares Corra Lima, Diaulas Ribeiro, Eduardo Santana, Giselle Crosara Lettieri Gracindo, Henrique Carlos Gonalves, Jos Eduardo de Siqueira, Jos Fernando Maia Vinagre, Jlio Rufino Torres, Leocir Pessini, Luiz Roberto Londres, Miguel Kfouri Neto, Nedy Maria Branco Cerqueira Neves, Simnides Bacelar e Ylmar Corra Neto Equipe de apoio: Adriana de Oliveira Ponce, Antonio Cesar Neves Francisco, Cludia Regina Teixeira Brando, Flvio Monteiro de Souza, Kelly Christiny Rodrigues de Oliveira, Luciana Carvalho de Medeiros, Marcelo Sodr Silva e Tathiana da Silva Moreira Figueiredo Superviso editorial: Paulo Henrique de Souza e rika J. M. F. Ferreira Copidesque e reviso: Napoleo Marcos de Aquino Ficha tcnica Capa: representao do deus romano Janus (autoria desconhecida) Diagramao: Via Comunicao Integrada Impresso: Grfica Teixeira Tiragem: 350.000 exemplares 2010 Conselho Federal de MedicinaFicha catalogrfica: Catalogao na fonte: Eliane Maria de Medeiros e Silva (CRB/1 1678) Conselho Federal de Medicina. Cdigo de tica mdica: resoluo CFM n 1.931, de 17 de setembro de 2009 (verso de bolso) / Conselho Federal de Medicina Braslia: Conselho Federal de Medicina, 2010. 70p. ; 15 cm. ISBN 978-85-87077-14-1 1- tica mdica cdigo. I. Ttulo. II - Resoluo CFM n 1.931, de 17 de setembro de 2009. CDD 174.2

Diretoria do Conselho Federal de MedicinaPresidente Roberto Luiz dAvila 1 vice-presidente Carlos Vital Tavares Corra Lima 2 vice-presidente Alosio Tibiri Miranda 3 vice-presidente Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti Secretrio-geral Henrique Batista e Silva 1 secretrio Desir Carlos Callegari 2 secretrio Gerson Zafalon Martins Tesoureiro Jos Hiran da Silva Gallo 2 tesoureiro Frederico Henrique de Melo Corregedor Jos Fernando Maia Vinagre Vice-corregedor Jos Albertino Souza

Conselheiros titularesAbdon Jos Murad Neto (Maranho) Alosio Tibiri Miranda (Rio de Janeiro) Antonio Gonalves Pinheiro (Par) Cacilda Pedrosa de Oliveira (Gois) Carlos Vital Tavares Corra Lima (Pernambuco) Celso Murad (Esprito Santo) Cludio Balduno Souto Franzen (Rio Grande do Sul) Dalvlio de Paiva Madruga (Paraba) Desir Carlos Callegari (So Paulo) Edevard Jos de Arajo (AMB) Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti (Alagoas) Frederico Henrique de Melo (Tocantins) Gerson Zafalon Martins (Paran) Henrique Batista e Silva (Sergipe) Hermann Alexandre Vivacqua Von Tiesenhausen (Minas Gerais) Jec Freitas Brando (Bahia) Jos Albertino Souza (Cear) Jos Antonio Ribeiro Filho (Distrito Federal) Jos Fernando Maia Vinagre (Mato Grosso) Jos Hiran da Silva Gallo (Rondnia) Jlio Rufino Torres (Amazonas) Luiz Ndgi Nogueira Filho (Piau) Maria das Graas Creo Salgado (Amap) Mauro Luiz de Britto Ribeiro (Mato Grosso do Sul) Paulo Ernesto Coelho de Oliveira (Roraima) Renato Moreira Fonseca (Acre) Roberto Luiz d Avila (Santa Catarina) Rubens dos Santos Silva (Rio Grande do Norte)

Conselheiros suplentesAdemar Carlos Augusto (Amazonas) Alberto Carvalho de Almeida (Mato Grosso) Alceu Jos Peixoto Pimentel (Alagoas) Aldair Novato Silva (Gois) Aldemir Humberto Soares (AMB) Alexandre de Menezes Rodrigues (Minas Gerais) Ana Maria Vieira Rizzo (Mato Grosso do Sul) Andr Longo Arajo de Melo (Pernambuco) Antnio Celso Koehler Ayub (Rio Grande do Sul) Antnio de Pdua Silva Sousa (Maranho) Ceuci de Lima Xavier Nunes (Bahia) Dlson Ferreira da Silva (Amap) Elias Fernando Miziara (Distrito Federal) Glria Tereza Lima Barreto Lopes (Sergipe) Jailson Luiz Ttola (Esprito Santo) Jeancarlo Fernandes Cavalcante (Rio Grande do Norte) Lisete Rosa e Silva Benzoni (Paran) Lcio Flvio Gonzaga Silva (Cear) Luiz Carlos Beyruth Borges (Acre) Makhoul Moussallem (Rio de Janeiro) Manuel Lopes Lamego (Rondnia) Marta Rinaldi Muller (Santa Catarina) Mauro Shosuka Asato (Roraima) Norberto Jos da Silva Neto (Paraba) Pedro Eduardo Nader Ferreira (Tocantins) Renato Franoso Filho (So Paulo) Waldir Arajo Cardoso (Par) Wilton Mendes da Silva (Piau)

Comisso Nacional de Reviso do Cdigo de tica MdicaRoberto Luiz dAvila Coordenador Presidente do Conselho Federal de Medicina; mdico cardiologista; doutorando em Biotica pela Universidade do Porto/Portugal; mestre em Neurocincias e Comportamento; professor da UFSC. Armando Otvio Vilar de Arajo Secretrio Mdico neurologista; especialista em Medicina Legal; ex-juiz de Direito; advogado; jornalista; conselheiro corregedor do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Norte. Representaes regionais Carlos Vital Tavares Corra Lima Regio Nordeste 1 vice-presidente do Conselho Federal de Medicina; ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco; membro da Sociedade Brasileira de Direito Mdico Seccional Pernambuco; membro da Sociedade Brasileira de Biotica Regional Pernambuco; mdico clnico-geral com especializao em Medicina Ocupacional. Henrique Carlos Gonalves Regio Sudeste Graduado em Medicina pela Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casa de So Paulo; mdico pediatra; ps-doutorado pela Universidade de So Paulo; ps-doutorado pelo Associao de Ensinos Intensivos em Organizao Hospitalar; advogado; ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo (Cremesp). Jos Fernando Maia Vinagre Regio Centro-Oeste Mdico pediatra; doutorando em Biotica pela Universidade do Porto/ Portugal; corregedor do CFM; ex-presidente do CRM-MT; ex-presidente da Sociedade Matogrossense de Pediatria. Jlio Rufino Torres Regio Norte Graduado pela Faculdade de Medicina da UFPE; membro da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do P (SBMCP); membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot); membro da Sociedade Latino-Americana de Ortopedia e Traumatologia (Slaot); membro da American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS); membro da Socit Internationale de Chirurgie Ortopdique et de Traumatologie (Sicot).

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Ylmar Corra Neto Regio Sul Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina; mestrado em Cincias Mdicas pela Universidade Federal de Santa Catarina; doutorado em Cincias (Neurologia) pela Universidade de So Paulo; conselheiro do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina. Aldemir Humberto Soares Associao Mdica Brasileira (AMB) Mdico radiologista; secretrio-geral da Associao Mdica Brasileira; conselheiro suplente do Conselho Federal de Medicina; ex-presidente do Colgio Brasileiro de Radiologia (1999-2005). Eduardo Santana Federao Nacional dos Mdicos (Fenam) 2 vice-presidente da Federao Nacional dos Mdicos (Fenam); expresidente da Fenam; membro da Comisso de Assuntos Polticos CFM/AMB. Consultores Diaulas Ribeiro Graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Distrito Federal; doutorado em Direito pela Universidade Catlica Portuguesa, Lisboa; ps-doutorado pela Universidade Complutense de Madrid, Espanha; promotor de Justia do Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios; ex-conselheiro do Conselho Nacional do Ministrio Pblico Binio 2007/2009. Giselle Crosara Lettieri Gracindo Bacharel em Direito pelo Centro de Ensino Unificado de Braslia Ceub; licenciada em Letras (Portugus/Ingls) pela Faculdade de Filosofia do Centro de Ensino Unificado de Braslia Ceub; ps-graduao em Direito Pblico (AEUDF), em Direito Processual Civil (Instituto Brasileiro de Direito Processual) e em Direito Penal (Universidade Catlica de Braslia); doutoranda em Biotica pela Universidade do Porto Portugal; assessora chefe do Setor Jurdico do Conselho Federal de Medicina. Jos Eduardo de Siqueira Graduado em Medicina pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo; mestrado em Biotica pela Universidad de Chile; doutorado em Medicina e Cincias da Sade pela Universidade Estadual de Londrina; especializao em Cardiologia; professor associado da Universidade Estadual de Londrina.

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Leocir Pessini Graduado em Filosofia pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo; graduado em Teologia pela Pontifcia Universidade Salesiana de Roma; mestrado e doutorado em Teologia Moral pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo; superintendente da Unio Social Camiliana; vicereitor do Centro Universitrio So Camilo. Luiz Roberto Londres Graduado em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil; especializao em Gerncia Geral pelo Instituto de Administrao e Gerncia/PUC; especializao em Administrao Hospitalar/PUC; mestrado em Filosofia/PUC; MBA Executivo Coppead/ UFRJ. Miguel Kfouri Neto Mestrado em Direito das Relaes Sociais pela Universidade Estadual de Londrina; doutorado em Direito das Relaes Sociais (PUC-SP); desembargador do Tribunal de Justia do Paran; professor da Escola da Magistratura do Paran; ex-presidente da Associao dos Magistrados do Paran. Nedy Maria Branco Cerqueira Neves Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro; doutora em Medicina pela Universidade Federal da Bahia; mestrado em Educao pela Universidade Federal da Bahia; conselheira e diretora do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia; professora assistente e coordenadora da disciplina de tica Mdica e Biotica da Escola Bahiana de Medicina e Sade Pblica (EBMSP). Simnides Bacelar Mestrado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia; especializao em Cirurgia Peditrica. Assessores do Conselho Federal de Medicina Goethe Ramos de Oliveira Chefe do Setor de Tecnologia da Informao Valria de Carvalho Costa Assessora jurdica

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Comisses estaduais de reviso do Cdigo de tica Mdica (2007-2009)

Acre Denys Eiti Fujimoto Dilza Teresinha Ambros Ribeiro Enoque Pereira de Arajo Luiz Alberto de Ges Muniz Miguel Angel Suarez Ortiz Alagoas Antnio de Pdua Cavalcante Edilma de Albuquerque Lins Barbosa Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti Manoel Tenrio de Albuquerque Lins Neto Mrcia Rebelo de Lima Wellington de Moura Galvo Amap Antnio Dias de Miranda Dorimar dos Santos Barbosa Joana Maria Aquino Leo Raimundo dos Santos Lopes Thiago Afonso Carvalho Celestino Teixeira Amazonas Jos Bernardes Sobrinho Luiz Cludio Dias Bahia Adherbal Moyses Cas do Nascimento Jec Freitas Brando Jorge R. de Cerqueira e Silva Jos Abelardo Garcia de Meneses Marco Antonio Cardoso de Almeida Nedy Maria Branco Cerqueira Neves Robson Freitas de MouraCdigo de tica Mdica

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Cear Dalgimar Beserra de Menezes Florentino de Araujo Cardoso Filho Ivan de Arajo Moura F Jos Maria Arruda Pontes Lcio Flvio Gonzaga Silva Roberto Wagner Bezerra de Arajo Distrito Federal Alexandre Cordeiro Duarte Xavier Alexandre M. Castillo Olmedo Dimitri Gabriel Homar Edna Mrcia Xavier Iran Augusto Gonalves Cardoso Esprito Santo Alberto Colnago Carlos Alberto de Castro Fagundes Carlos Magno Dalapcola Celso Murad Hudson Soares Leal Jlio Csar Chagas da Silva Thales Gouveia Limeira Gois Erso Guimares Jos Alberto Alvarenga Jos Wesley Bencio Soares Mauro Pereira Machado Rafael Cardoso Martinez Reginaldo Bento Rodrigues Salomo Rodrigues Filho Maranho Abdon Jos Murad Neto Adolfo Silva Paraso Antonio de Pdua Silva Sousa Gutemberg Fernandes Arajo Mato Grosso Aguiar Farina Alberto Carvalho de Almeida 12Cdigo de tica Mdica

Arlan de Azevedo Ferreira Augusto Csar Rgis de Oliveira Dalva Alves Neves Hildenete Monteiro Fortes Serafim Domingues Lanzieri Mato Grosso do Sul Andr Luiz Borges Netto Antonio Carlos Bilo Joo Batista Botelho de Medeiros Mauro Luiz de Britto Ribeiro Roni Marques Srgio Renato de Almeida Couto Minas Gerais Alberto Gigante Quadros Alessandra Duarte Clarzia Andra Cristiane Lopes da Silva Andr Lorenzon de Oliveira Claudio de Souza Delano Carlos Carneiro Dirceu Bartolomeu Greco Eurpedes Jos da Silva Folmer Quinto Torres Gabriel Ribeiro Barreiros Henrique Teixeira Gonalves Joo Batista Gomes Soares Joo Bosco Pereira Leite Joo Milton Martins de Oliveira Penido Jos Carlos V. Collares Filho Jos Roberto Moreira Filho Lineu H. Camargos Jnior Luis Felipe Jos Ravic de Miranda Magna Adaci de Quadros Coelho Manuel Maurcio Gonalves Maria Jose Guedes Gondim Almeida Roberto Junqueira de Alvarenga Vinicius Loures Rossinol Par Antonio Gonalves Pinheiro Aristteles Guilliod de Miranda Jos Antonio Cordero da SilvaCdigo de tica Mdica

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Maria de Ftima Guimares Couceiro Maria de Nazar Paes Loureiro Maria do Carmo de Lima Mendes Lobato Paraba Dalvlio de Paiva Madruga Eurpedes Sebastio Mendona de Souza Jos Mrio Espnola Onlia Rocha Setbal de Queiroz Roosevelt de Carvalho Wanderley Tarcisio Campos S. de Andrade Paran Antonio Celso Cavalcanti de Albuquerque Donizetti Dimer Giamberardino Filho Gerson Zafalon Martins Hlcio Bertolozzi Soares Pernambuco Helena Maria Carneiro Leo Jane Maria Cordeiro Lemos Jayme Asfora Luiz Antnio Wanderley Domingues Maria Clara Albuquerque Mrio Fernando da Silva Lins Nilzardo Carneiro Leo Roberta Silva Melo Fernandes Slvia da Costa Carvalho Rodrigues Piau Andra da Silva Gonalves Braga Felipe Eullio Iode Pdua Jos de Alencar Costa Jlio Csar Ayres Ferreira Lcia Maria de S. A. dos Santos Ricardo Abdala Cury Wilton Mendes da Silva Rio de Janeiro Arnaldo de Azeredo Pineschi Carlindo de Souza Machado e Silva Filho Clvis Abrahim Cavalcanti 14

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Jos Ramon Varela Blanco Paulo Csar Geraldes Sidnei Ferreira Rio Grande do Norte Armando Aurelio F. Negreiros Diana Ftima de L.R. Dantas Francisco Jos Assis Meira Lima Guaraci da Costa Barbosa Inamar Torres Jeancarlo Fernandes Cavalcante Lus Eduardo Barbalho de Mello Marcos Jos Sampaio de Freitas Jnior Melissa Tabosa do Egito Rio Grande do Sul Cludio Balduno Souto Franzen Fernando Weber Matos Gustavo Pestana Ismael Maguilnik Marco Antnio Becker Renato Lajs Breda Sami Abder Rahim Jbara El Jundi Rondnia Gabriel Lima Monteiro de Resende Ins Motta de Morais Jos Erodcio Azevedo Martins Jos Hiran da Silva Gallo Maria do Carmo Demasi Wanssa Otino Jos de Arajo Freitas Samuel Castiel Jnior Simi Miriam Bennesby Marques Roraima Atanair Nasser Ribeiro Lopes Jos Mozart de Holanda Pinheiro Magnlia de Sousa Monteiro Rocha Maria Hormecinda Almeida de Souza Cruz Messias Gonalves Garcia Niete Lago Modernell Ruy Guilherme Silveira de Souza

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Santa Catarina Anastcio Kotzias Neto Marcio Bolda da Silva Odi Jos Oleiniski Ricardo Polli Samanta Buglioi Ylmar Corra Neto So Paulo Cid Clio Jayme Carvalhaes Desir Carlos Callegari Guido Palomba Henrique Carlos Gonalves Jorge Carlos Machado Curi Krikor Boyaciyan Reinaldo Ayer de Oliveira Sergipe Fernando Clemente da Rocha Henrique Batista e Silva Jorge Aldi de Andrade Siqueira Jos Vasconcelos dos Anjos Luiz Carlos Spina Macedo Maria de Ftima Marques Rosa Miriam Teresa Cardoso Machado Roberto Queiroz Gurgel Vitor Vladimir Cerqueira do Nascimento Tocantins Bucar Amad Bucar Eduardo Francisco de Assis Braga Frederico Henrique de Melo Jorge Pereira Guardiola Nemsio Tomasella de Oliveira Rosanna Medeiros Ferreira Albuquerque Solimar Pinheiro da Silva

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Grupos da IV ConemNos dias 25 a 29 de agosto de 2009, em So Paulo, aconteceu a Conferncia Nacional de tica Mdica (Conem). Durante o encontro, foram debatidas as propostas e temas que compem o Cdigo de tica Mdica. Abaixo, lista dos responsveis por acompanhar as atividades realizadas nos diferentes grupos que trabalharam no encontro. Coordenador adjuntoJorge Cerqueira Dalvlio Paiva Edevard Arajo Srgio Rego Carlindo Silva Salomo Rodrigues Luiz Salinas Anbal Lopes Renato Franoso Geraldo Guedes

Grupo1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

CoordenadorCarlos Vital Armando Arajo Ylmar Corra Nedy Neves Jos Vinagre Jos Siqueira Henrique Carlos Aldemir Soares Eduardo Santana Jlio Torres

Assessor jurdicoRaphael Rabelo Antonio Carlos Osvaldo Simonelli Turbio Campos Alejandro Bulln Claudia Tejeda Olga Campello Camila Cortez Giselle Crosara Daniel Novaes Valria Costa

Clvis Constantino Helena Carneiro Leo

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Aprendendo com o passado para melhorar o futuro

O Cdigo de tica Mdica nasceu orientado para aprimorar o exerccio da medicina, em benefcio da sociedade. dedicado, portanto, aos mdicos e aos seus pacientes. O smbolo deste Cdigo Janus, o deus romano dos portais, dos comeos e dos fins sua escolha para ilustrar esta edio traduz a orientao de unir num s trao o passado, o presente e o futuro.

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SumrioUm cdigo para um novo tempo ............................................................. 23 Resoluo CFM n 1.931/09........................................................................ 27 Cdigo de tica Mdica Prembulo .................................................... 29 Captulo I Princpios fundamentais ..................................................... 30 Captulo II Direitos dos mdicos ............................................................ 33 Captulo III Responsabilidade profissional ...................................... 34 Captulo IV Direitos humanos ................................................................. 37 Captulo V Relao com pacientes e familiares.............................. 38 Captulo VI Doao e transplante de rgos e tecidos ............... 40 Captulo VII Relao entre mdicos ..................................................... 41 Captulo VIII Remunerao profissional ............................................ 42 Captulo IX Sigilo profissional ................................................................ 44 Captulo X Documentos mdicos .......................................................... 45 Captulo XI Auditoria e percia mdica............................................... 47 Captulo XII Ensino e pesquisa mdica ............................................... 48 Captulo XIII Publicidade mdica .......................................................... 50 Captulo XIV Disposies gerais ............................................................ 51 ndice remissivo do Cdigo de tica Mdica ..................................... 53

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Um cdigo para um novo tempoRoberto Luiz dAvila*

O lanamento do Cdigo de tica Mdica revisado, em vigor desde 13 de abril de 2010, representa a introduo da medicina brasileira no sculo 21. Seu texto resultado de mais de dois anos de trabalho e da anlise de 2.575 sugestes encaminhadas por profissionais, especialistas e instituies, entre 2007 e 2009 no coloca em campos antagnicos o passado e o futuro, o bem e o mal. As regras ora delineadas confirmam no presente o reconhecimento de que o mundo e o homem mudaram. A cincia, a tecnologia e as relaes sociais atingiram patamares nunca antes alcanados e, portanto, necessitam de um balizador atual e atento a essas transformaes. Evidentemente, os cdigos sejam quais forem no eliminam a possibilidade da falha, do erro. Mas oferecem ao profissional e ao paciente a indicao da boa conduta, amparada nos princpios ticos da autonomia, da beneficncia, da no maleficncia, da justia, da dignidade, da veracidade e da honestidade. Assim, o Cdigo de tica Mdica traz em seu bojo o compromisso voluntrio, assumido individual e coletivamente, com o exerccio da medicina, representado em sua gnese pelo juramento de Hipcrates. Todas as profisses esto submetidas ao controle da conduta moral de quem as exerce, com base em cdigo de comportamento tico-profissional e mecanismos de fiscalizao. So regras que expli-citam direitos e deveres. Num tempo em que o cidado tem cada vez mais acesso informao e conscincia das possibilidades legais de questionar o que lhe oferecido, o Cdigo exige da sociedade * Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) e coordenador da Comisso Nacional de Reviso do Cdigo de tica Mdica.Cdigo de tica Mdica

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sobretudo dos gestores, mdicos, pesquisadores e professores o compromisso com a qualificao do ensino mdico. Tambm no podemos ignorar que o conjunto de regras que passar a vigorar preenche a lacuna aberta nos ltimos 22 anos. A verso anterior data de 1988, ano de criao do Sistema nico de Sade (SUS), poca em que os planos de sade ainda no eram regulamentados e no existiam como realidade para milhes de brasileiros, e as inovaes de diagnstico e tratamento, em alguns casos, no passavam de exerccio de futurologia. Mais de duas dcadas depois, o novo documento se enquadra num universo onde os sonhos dos cientistas tornaram-se realidade e o modelo assistencial brasileiro confirma-se como uma das mais importantes polticas sociais do mundo, mesmo com fragilidades que exigem reflexo sobre o seu futuro. Acreditamos que o Cdigo oferecido pelos mdicos sociedade estimula esse debate. Previses otimistas indicam que o Brasil caminha para consolidar seu espao entre as grandes potncias mundiais. No entanto, inexiste uma discusso profunda e real sobre como esse novo contexto ser tratado pela assistncia em sade. Se, por um lado, garantimos a atualizao das regras da tica mdica, por outro, queremos uma resposta que garanta o financiamento adequado ao SUS, uma poltica de recursos humanos para o setor atenta s necessidades das diferentes categorias e da populao e, sobretudo, uma anlise que considere a convivncia harmoniosa entre pblico e privado na prestao dos servios de sade. Com isso, o Cdigo de tica Mdica torna-se tambm indutor de transformaes no campo da poltica, sem, contudo, negar sua principal contribuio para a sociedade: o reforo autonomia do paciente. Ou seja, aquele que recebe ateno e cuidado passa a ter o direito de recusar ou escolher seu tratamento. Tal aperfeioamento corrige a falha histrica que deu ao mdico um papel paternalista

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e autoritrio nessa relao, fazendo-a progredir rumo cooperao abordagem sempre preocupada em assegurar a beneficncia das aes profissionais de acordo com o interesse do paciente. Subordinado Constituio Federal e legislao brasileira, o novo Cdigo reafirma os direitos dos pacientes, a necessidade de informar e proteger a populao assistida. Buscou-se um Cdigo justo, pois a medicina deve equilibrar-se entre estar a servio do paciente, da sade pblica e do bem-estar da sociedade. O imperativo a harmonizao entre os princpios das autonomias do mdico e do paciente. Permeando o novo Cdigo, esse o contrato tcito e implcito de todo ato mdico. Entre outros momentos, isso se materializar na tomada de decises profissionais, quando, de acordo com os ditames de sua conscincia e as previses legais, o mdico aceitar as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos diagnsticos e teraputicos propostos. E tambm na proibio de que deixe de obter o consentimento do paciente ou de seu representante legal aps esclareclo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em iminente risco de morte. As inovaes estendem-se ao nvel de se recomendar a obteno do assentimento de menor de idade em qualquer ato mdico a ser realizado, pois a criana tem o direito de saber o que ser feito com o seu corpo, e possibilidade de recusa de pacientes terminais a tratamentos considerados excessivos e inteis. Enfim, temos um novo Cdigo, mas no uma nova tica. Contamos agora com um instrumento atualizado, de olhar agudo para os dilemas da atualidade. Certamente, os mdicos estaro atentos para realizar os ajustes percebidos como fundamentais, garantindo, assim, que a medicina brasileira continue a avanar lado a lado com a justia e a tica.

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Resoluo CFM n 1.931/09(Publicada no D.O.U. de 24 de setembro de 2009, Seo I, p. 90) (Retificao publicada no D.O.U. de 13 de outubro de 2009, Seo I, p.173)

Aprova o Cdigo de tica Mdica O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuies conferidas pela Lei n 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto n 44.045, de 19 de julho de 1958, modificado pelo Decreto n 6.821, de 14 de abril de 2009 e pela Lei n 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e, consubstanciado nas Leis nos 6.828, de 29 de outubro de 1980, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999; e CONSIDERANDO que os Conselhos de Medicina so, ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe mdica, cabendo-lhes zelar e trabalhar, por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho tico da medicina e pelo prestgio e bom conceito da profisso e dos que a exeram legalmente; CONSIDERANDO que as normas do Cdigo de tica Mdica devem submeter-se aos dispositivos constitucionais vigentes; CONSIDERANDO a busca de melhor relacionamento com o paciente e a garantia de maior autonomia sua vontade; CONSIDERANDO as propostas formuladas ao longo dos anos de 2008 e 2009 pelos Conselhos Regionais de Medicina, pelas entidades mdicas, pelos mdicos e por instituies cientficas e universitrias para a reviso do atual Cdigo de tica Mdica; CONSIDERANDO as decises da IV Conferncia Nacional de tica Mdica que elaborou, com participao de delegados mdicos de todo o Brasil, um Cdigo de tica Mdica revisado; CONSIDERANDO o decidido pelo Conselho Pleno Nacional reunido em 29 de agosto de 2009; CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na sesso plenria de 17 de setembro de 2009, RESOLVE: Art. 1 Aprovar o Cdigo de tica Mdica, anexo a esta resoluo, aps sua reviso e atualizao. 27

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Art. 2 O Conselho Federal de Medicina, sempre que necessrio, expedir resolues que complementem este Cdigo de tica Mdica e facilitem sua aplicao. Art. 3 O Cdigo anexo a esta resoluo entra em vigor cento e oitenta dias aps a data de sua publicao e, a partir da, revoga-se o Cdigo de tica Mdica aprovado pela Resoluo CFM n 1.246, publicada no Dirio Oficial da Unio de 26 de janeiro de 1988, Seo I, pginas 15741579, bem como as demais disposies em contrrio. Braslia, 17 de setembro de 2009

EDSON DE OLIVEIRA ANDRADEPresidente

LVIA BARROS GAROSecretria-geral

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Cdigo de tica Mdica PrembuloI O presente Cdigo de tica Mdica contm as normas que devem ser seguidas pelos mdicos no exerccio de sua profisso, inclusive no exerccio de atividades relativas ao ensino, pesquisa e administrao de servios de sade, bem como no exerccio de quaisquer outras atividades em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Medicina. II - As organizaes de prestao de servios mdicos esto sujeitas s normas deste Cdigo. III - Para o exerccio da Medicina impe-se a inscrio no Conselho Regional do respectivo Estado, Territrio ou Distrito Federal. IV - A fim de garantir o acatamento e a cabal execuo deste Cdigo, o mdico comunicar ao Conselho Regional de Medicina, com discrio e fundamento, fatos de que tenha conhecimento e que caracterizem possvel infrao do presente Cdigo e das demais normas que regulam o exerccio da Medicina. V - A fiscalizao do cumprimento das normas estabelecidas neste Cdigo atribuio dos Conselhos de Medicina, das comisses de tica e dos mdicos em geral. VI - Este Cdigo de tica Mdica composto de 25 princpios fundamentais do exerccio da Medicina, 10 normas diceolgicas, 118 normas deontolgicas e quatro disposies gerais. A transgresso das normas deontolgicas sujeitar os infratores s penas disciplinares previstas em lei.

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Captulo I Princpios fundamentaisI - A Medicina uma profisso a servio da sade do ser humano e da coletividade e ser exercida sem discriminao de nenhuma natureza. II - O alvo de toda a ateno do mdico a sade do ser humano, em benefcio da qual dever agir com o mximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o mdico necessita ter boas condies de trabalho e ser remunerado de forma justa. IV - Ao mdico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho tico da Medicina, bem como pelo prestgio e bom conceito da profisso. V - Compete ao mdico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso cientfico em benefcio do paciente. VI - O mdico guardar absoluto respeito pelo ser humano e atuar sempre em seu benefcio. Jamais utilizar seus conhecimentos para causar sofrimento fsico ou moral, para o extermnio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade. VII - O mdico exercer sua profisso com autonomia, no sendo obrigado a prestar servios que contrariem os ditames de sua conscincia ou a quem no deseje, excetuadas as situaes de ausncia de outro mdico, em caso de urgncia ou emergncia, ou quando sua recusa possa trazer danos sade do paciente. VIII - O mdico no pode, em nenhuma circunstncia ou sob nenhum pretexto, renunciar sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restries ou imposies que possam prejudicar a eficincia e a correo de seu trabalho. IX - A Medicina no pode, em nenhuma circunstncia ou forma, ser exercida como comrcio. X - O trabalho do mdico no pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro, finalidade poltica ou religiosa. 30

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XI - O mdico guardar sigilo a respeito das informaes de que detenha conhecimento no desempenho de suas funes, com exceo dos casos previstos em lei. XII - O mdico empenhar-se- pela melhor adequao do trabalho ao ser humano, pela eliminao e pelo controle dos riscos sade inerentes s atividades laborais. XIII - O mdico comunicar s autoridades competentes quaisquer formas de deteriorao do ecossistema, prejudiciais sade e vida. XIV - O mdico empenhar-se- em melhorar os padres dos servios mdicos e em assumir sua responsabilidade em relao sade pblica, educao sanitria e legislao referente sade. XV - O mdico ser solidrio com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja por remunerao digna e justa, seja por condies de trabalho compatveis com o exerccio tico-profissional da Medicina e seu aprimoramento tcnico-cientfico. XVI - Nenhuma disposio estatutria ou regimental de hospital ou de instituio, pblica ou privada, limitar a escolha, pelo mdico, dos meios cientificamente reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento do diagnstico e da execuo do tratamento, salvo quando em benefcio do paciente. XVII - As relaes do mdico com os demais profissionais devem basear-se no respeito mtuo, na liberdade e na independncia de cada um, buscando sempre o interesse e o bem-estar do paciente. XVIII - O mdico ter, para com os colegas, respeito, considerao e solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que contrariem os postulados ticos. XIX - O mdico se responsabilizar, em carter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relao particular de confiana e executados com diligncia, competncia e prudncia. XX - A natureza personalssima da atuao profissional do mdico no caracteriza relao de consumo. XXI - No processo de tomada de decises profissionais, de acordo com seus ditames de conscincia e as previses legais, o mdico aceitar as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnsticos e teraputicos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas. XXII - Nas situaes clnicas irreversveis e terminais, o mdico evitar a realizao de procedimentos diagnsticos e teraputicos desnecessrios e propiciar aos pacientes sob sua ateno todos os cuidados paliativos apropriados.Cdigo de tica Mdica

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XXIII - Quando envolvido na produo de conhecimento cientfico, o mdico agir com iseno e independncia, visando ao maior benefcio para os pacientes e a sociedade. XXIV - Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o mdico respeitar as normas ticas nacionais, bem como proteger a vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa. XXV - Na aplicao dos conhecimentos criados pelas novas tecnologias, considerando-se suas repercusses tanto nas geraes presentes quanto nas futuras, o mdico zelar para que as pessoas no sejam discriminadas por nenhuma razo vinculada a herana gentica, protegendoas em sua dignidade, identidade e integridade.

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Captulo II Direitos dos mdicos direito do mdico: I - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questes de religio, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientao sexual, idade, condio social, opinio poltica ou de qualquer outra natureza. II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as prticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislao vigente. III - Apontar falhas em normas, contratos e prticas internas das instituies em que trabalhe quando as julgar indignas do exerccio da profisso ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos rgos competentes e, obrigatoriamente, comisso de tica e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdio. IV - Recusar-se a exercer sua profisso em instituio pblica ou privada onde as condies de trabalho no sejam dignas ou possam prejudicar a prpria sade ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, comunicar imediatamente sua deciso comisso de tica e ao Conselho Regional de Medicina. V - Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituio pblica ou privada para a qual trabalhe no oferecer condies adequadas para o exerccio profissional ou no o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situaes de urgncia e emergncia, devendo comunicar imediatamente sua deciso ao Conselho Regional de Medicina. VI - Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados e pblicos com carter filantrpico ou no, ainda que no faa parte dos seus corpos clnicos, respeitadas as normas tcnicas aprovadas pelo Conselho Regional de Medicina da pertinente jurisdio. VII - Requerer desagravo pblico ao Conselho Regional de Medicina quando atingido no exerccio de sua profisso. VIII - Decidir, em qualquer circunstncia, levando em considerao sua experincia e capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente, evitando que o acmulo de encargos ou de consultas venha a prejudic-lo. IX - Recusar-se a realizar atos mdicos que, embora permitidos por lei, sejam contrrios aos ditames de sua conscincia. X - Estabelecer seus honorrios de forma justa e digna. 33

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Captulo III Responsabilidade profissional vedado ao mdico: Art. 1 Causar dano ao paciente, por ao ou omisso, caracterizvel como impercia, imprudncia ou negligncia. Pargrafo nico. A responsabilidade mdica sempre pessoal e no pode ser presumida. Art. 2 Delegar a outros profissionais atos ou atribuies exclusivos da profisso mdica. Art. 3 Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento mdico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vrios mdicos tenham assistido o paciente. Art. 4 Deixar de assumir a responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha praticado ou indicado, ainda que solicitado ou consentido pelo paciente ou por seu representante legal. Art. 5 Assumir responsabilidade por ato mdico que no praticou ou do qual no participou. Art. 6 Atribuir seus insucessos a terceiros e a circunstncias ocasionais, exceto nos casos em que isso possa ser devidamente comprovado. Art. 7 Deixar de atender em setores de urgncia e emergncia, quando for de sua obrigao faz-lo, expondo a risco a vida de pacientes, mesmo respaldado por deciso majoritria da categoria. Art. 8 Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem deixar outro mdico encarregado do atendimento de seus pacientes internados ou em estado grave. Art. 9 Deixar de comparecer a planto em horrio preestabelecido ou abandon-lo sem a presena de substituto, salvo por justo impedimento. Pargrafo nico. Na ausncia de mdico plantonista substituto, a direo tcnica do estabelecimento de sade deve providenciar a substituio. Art. 10. Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina ou com profissionais ou instituies mdicas nas quais se pratiquem atos ilcitos. 34Cdigo de tica Mdica

Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegvel, sem a devida identificao de seu nmero de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdio, bem como assinar em branco folhas de receiturios, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos mdicos. Art. 12. Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condies de trabalho que ponham em risco sua sade, devendo comunicar o fato aos empregadores responsveis. Pargrafo nico. Se o fato persistir, dever do mdico comunicar o ocorrido s autoridades competentes e ao Conselho Regional de Medicina. Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doena. Art. 14. Praticar ou indicar atos mdicos desnecessrios ou proibidos pela legislao vigente no Pas. Art. 15. Descumprir legislao especfica nos casos de transplantes de rgos ou de tecidos, esterilizao, fecundao artificial, abortamento, manipulao ou terapia gentica. 1 No caso de procriao medicamente assistida, a fertilizao no deve conduzir sistematicamente ocorrncia de embries supranumerrios. 2 O mdico no deve realizar a procriao medicamente assistida com nenhum dos seguintes objetivos: I criar seres humanos geneticamente modificados; II criar embries para investigao; III criar embries com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para originar hbridos ou quimeras. 3 Praticar procedimento de procriao medicamente assistida sem que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo. Art. 16. Intervir sobre o genoma humano com vista sua modificao, exceto na terapia gnica, excluindo-se qualquer ao em clulas germinativas que resulte na modificao gentica da descendncia. Art. 17. Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina e de atender s suas requisies administrativas, intimaes ou notificaes no prazo determinado. 35

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Art. 18. Desobedecer aos acrdos e s resolues dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeit-los. Art. 19. Deixar de assegurar, quando investido em cargo ou funo de direo, os direitos dos mdicos e as demais condies adequadas para o desempenho tico-profissional da Medicina. Art. 20. Permitir que interesses pecunirios, polticos, religiosos ou de quaisquer outras ordens, do seu empregador ou superior hierrquico ou do financiador pblico ou privado da assistncia sade, interfiram na escolha dos melhores meios de preveno, diagnstico ou tratamento disponveis e cientificamente reconhecidos no interesse da sade do paciente ou da sociedade. Art. 21. Deixar de colaborar com as autoridades sanitrias ou infringir a legislao pertinente.

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Captulo IV Direitos humanos vedado ao mdico: Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal aps esclarec-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte. Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou considerao, desrespeitar sua dignidade ou discrimin-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto. Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exerccio do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limit-lo. Art. 25. Deixar de denunciar prtica de tortura ou de procedimentos degradantes, desumanos ou cruis, pratic-las, bem como ser conivente com quem as realize ou fornecer meios, instrumentos, substncias ou conhecimentos que as facilitem. Art. 26. Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa, considerada capaz fsica e mentalmente, em greve de fome, ou aliment-la compulsoriamente, devendo cientific-la das provveis complicaes do jejum prolongado e, na hiptese de risco iminente de morte, trat-la. Art. 27. Desrespeitar a integridade fsica e mental do paciente ou utilizar-se de meio que possa alterar sua personalidade ou sua conscincia em investigao policial ou de qualquer outra natureza. Art. 28. Desrespeitar o interesse e a integridade do paciente em qualquer instituio na qual esteja recolhido, independentemente da prpria vontade. Pargrafo nico. Caso ocorram quaisquer atos lesivos personalidade e sade fsica ou mental dos pacientes confiados ao mdico, este estar obrigado a denunciar o fato autoridade competente e ao Conselho Regional de Medicina. Art. 29. Participar, direta ou indiretamente, da execuo de pena de morte. Art. 30. Usar da profisso para corromper costumes, cometer ou favorecer crime.

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Captulo V Relao com pacientes e familiares vedado ao mdico: Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execuo de prticas diagnsticas ou teraputicas, salvo em caso de iminente risco de morte. Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponveis de diagnstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente. Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgncia ou emergncia, quando no haja outro mdico ou servio mdico em condies de faz-lo. Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnstico, o prognstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicao direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicao a seu representante legal. Art. 35. Exagerar a gravidade do diagnstico ou do prognstico, complicar a teraputica ou exceder-se no nmero de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos mdicos. Art. 36. Abandonar paciente sob seus cuidados. 1 Ocorrendo fatos que, a seu critrio, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional, o mdico tem o direito de renunciar ao atendimento, desde que comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informaes necessrias ao mdico que lhe suceder. 2 Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou aos seus familiares, o mdico no abandonar o paciente por ser este portador de molstia crnica ou incurvel e continuar a assisti-lo ainda que para cuidados paliativos. Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgncia ou emergncia e impossibilidade comprovada de realiz-lo, devendo, nessas circunstncias, fazlo imediatamente aps cessar o impedimento.

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Pargrafo nico. O atendimento mdico a distncia, nos moldes da telemedicina ou de outro mtodo, dar-se- sob regulamentao do Conselho Federal de Medicina. Art. 38. Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais. Art. 39. Opor-se realizao de junta mdica ou segunda opinio solicitada pelo paciente ou por seu representante legal. Art. 40. Aproveitar-se de situaes decorrentes da relao mdicopaciente para obter vantagem fsica, emocional, financeira ou de qualquer outra natureza. Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. Pargrafo nico. Nos casos de doena incurvel e terminal, deve o mdico oferecer todos os cuidados paliativos disponveis sem empreender aes diagnsticas ou teraputicas inteis ou obstinadas, levando sempre em considerao a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre mtodo contraceptivo, devendo sempre esclarec-lo sobre indicao, segurana, reversibilidade e risco de cada mtodo.

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Captulo VI Doao e transplante de rgos e tecidos vedado ao mdico: Art. 43. Participar do processo de diagnstico da morte ou da deciso de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possvel doador, quando pertencente equipe de transplante. Art. 44. Deixar de esclarecer o doador, o receptor ou seus representantes legais sobre os riscos decorrentes de exames, intervenes cirrgicas e outros procedimentos nos casos de transplantes de rgos. Art. 45. Retirar rgo de doador vivo quando este for juridicamente incapaz, mesmo se houver autorizao de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e regulamentados em lei. Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercializao de rgos ou de tecidos humanos.

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Captulo VII Relao entre mdicos vedado ao mdico: Art. 47. Utilizar sua posio hierrquica para impedir, por motivo de crena religiosa, convico filosfica, poltica, interesse econmico ou qualquer outro, que no tcnico-cientfico ou tico, que as instalaes e os demais recursos da instituio sob sua direo sejam utilizados por outros mdicos no exerccio da profisso, particularmente se forem os nicos existentes no local. Art. 48. Assumir emprego, cargo ou funo para suceder mdico demitido ou afastado em represlia atitude de defesa de movimentos legtimos da categoria ou da aplicao deste Cdigo. Art. 49. Assumir condutas contrrias a movimentos legtimos da categoria mdica com a finalidade de obter vantagens. Art. 50. Acobertar erro ou conduta antitica de mdico. Art. 51. Praticar concorrncia desleal com outro mdico. Art. 52. Desrespeitar a prescrio ou o tratamento de paciente, determinados por outro mdico, mesmo quando em funo de chefia ou de auditoria, salvo em situao de indiscutvel benefcio para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao mdico responsvel. Art. 53. Deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para procedimento especializado de volta ao mdico assistente e, na ocasio, fornecer-lhe as devidas informaes sobre o ocorrido no perodo em que por ele se responsabilizou. Art. 54. Deixar de fornecer a outro mdico informaes sobre o quadro clnico de paciente, desde que autorizado por este ou por seu representante legal. Art. 55. Deixar de informar ao substituto o quadro clnico dos pacientes sob sua responsabilidade ao ser substitudo ao fim do seu turno de trabalho. Art. 56. Utilizar sua posio hierrquica para impedir que seus subordinados atuem dentro dos princpios ticos. Art. 57. Deixar de denunciar atos que contrariem os postulados ticos comisso de tica da instituio em que exerce seu trabalho profissional e, se necessrio, ao Conselho Regional de Medicina.Cdigo de tica Mdica

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Captulo VIII Remunerao profissional vedado ao mdico: Art. 58. O exerccio mercantilista da Medicina. Art. 59. Oferecer ou aceitar remunerao ou vantagens por paciente encaminhado ou recebido, bem como por atendimentos no prestados. Art. 60. Permitir a incluso de nomes de profissionais que no participaram do ato mdico para efeito de cobrana de honorrios. Art. 61. Deixar de ajustar previamente com o paciente o custo estimado dos procedimentos. Art. 62. Subordinar os honorrios ao resultado do tratamento ou cura do paciente. Art. 63. Explorar o trabalho de outro mdico, isoladamente ou em equipe, na condio de proprietrio, scio, dirigente ou gestor de empresas ou instituies prestadoras de servios mdicos. Art. 64. Agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, para clnica particular ou instituies de qualquer natureza, paciente atendido pelo sistema pblico de sade ou dele utilizar-se para a execuo de procedimentos mdicos em sua clnica privada, como forma de obter vantagens pessoais. Art. 65. Cobrar honorrios de paciente assistido em instituio que se destina prestao de servios pblicos, ou receber remunerao de paciente como complemento de salrio ou de honorrios. Art. 66. Praticar dupla cobrana por ato mdico realizado. Pargrafo nico. A complementao de honorrios em servio privado pode ser cobrada quando prevista em contrato. Art. 67. Deixar de manter a integralidade do pagamento e permitir descontos ou reteno de honorrios, salvo os previstos em lei, quando em funo de direo ou de chefia. Art. 68. Exercer a profisso com interao ou dependncia de farmcia, indstria farmacutica, ptica ou qualquer organizao destinada fabricao, manipulao, promoo ou comercializao de produtos de prescrio mdica, qualquer que seja sua natureza. Art. 69. Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmcia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercializa42

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o de medicamentos, rteses, prteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influncia direta em virtude de sua atividade profissional. Art. 70. Deixar de apresentar separadamente seus honorrios quando outros profissionais participarem do atendimento ao paciente. Art. 71. Oferecer seus servios profissionais como prmio, qualquer que seja sua natureza. Art. 72. Estabelecer vnculo de qualquer natureza com empresas que anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartes de descontos ou consrcios para procedimentos mdicos.

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Captulo IX Sigilo profissional vedado ao mdico: Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exerccio de sua profisso, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. Pargrafo nico. Permanece essa proibio: a) mesmo que o fato seja de conhecimento pblico ou o paciente tenha falecido; b) quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hiptese, o mdico comparecer perante a autoridade e declarar seu impedimento; c) na investigao de suspeita de crime o mdico estar impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal. Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a no revelao possa acarretar dano ao paciente. Art. 75. Fazer referncia a casos clnicos identificveis, exibir pacientes ou seus retratos em anncios profissionais ou na divulgao de assuntos mdicos, em meios de comunicao em geral, mesmo com autorizao do paciente. Art. 76. Revelar informaes confidenciais obtidas quando do exame mdico de trabalhadores, inclusive por exigncia dos dirigentes de empresas ou de instituies, salvo se o silncio puser em risco a sade dos empregados ou da comunidade. Art. 77. Prestar informaes a empresas seguradoras sobre as circunstncias da morte do paciente sob seus cuidados, alm das contidas na declarao de bito, salvo por expresso consentimento do seu representante legal. Art. 78. Deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e zelar para que seja por eles mantido. Art. 79. Deixar de guardar o sigilo profissional na cobrana de honorrios por meio judicial ou extrajudicial.

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Captulo X Documentos mdicos vedado ao mdico: Art. 80. Expedir documento mdico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que no corresponda verdade. Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens. Art. 82. Usar formulrios de instituies pblicas para prescrever ou atestar fatos verificados na clnica privada. Art. 83. Atestar bito quando no o tenha verificado pessoalmente, ou quando no tenha prestado assistncia ao paciente, salvo, no ltimo caso, se o fizer como plantonista, mdico substituto ou em caso de necropsia e verificao mdico-legal. Art. 84. Deixar de atestar bito de paciente ao qual vinha prestando assistncia, exceto quando houver indcios de morte violenta. Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos pronturios por pessoas no obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade. Art. 86. Deixar de fornecer laudo mdico ao paciente ou a seu representante legal quando aquele for encaminhado ou transferido para continuao do tratamento ou em caso de solicitao de alta. Art. 87. Deixar de elaborar pronturio legvel para cada paciente. 1 O pronturio deve conter os dados clnicos necessrios para a boa conduo do caso, sendo preenchido, em cada avaliao, em ordem cronolgica com data, hora, assinatura e nmero de registro do mdico no Conselho Regional de Medicina. 2 O pronturio estar sob a guarda do mdico ou da instituio que assiste o paciente. Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu pronturio, deixar de lhe fornecer cpia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicaes necessrias sua compreenso, salvo quando ocasionarem riscos ao prprio paciente ou a terceiros. Art. 89. Liberar cpias do pronturio sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua prpria defesa.

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1 Quando requisitado judicialmente o pronturio ser disponibilizado ao perito mdico nomeado pelo juiz. 2 Quando o pronturio for apresentado em sua prpria defesa, o mdico dever solicitar que seja observado o sigilo profissional. Art. 90. Deixar de fornecer cpia do pronturio mdico de seu paciente quando de sua requisio pelos Conselhos Regionais de Medicina. Art. 91. Deixar de atestar atos executados no exerccio profissional, quando solicitado pelo paciente ou por seu representante legal.

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Captulo XI Auditoria e percia mdica vedado ao mdico: Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificao mdicolegal quando no tenha realizado pessoalmente o exame. Art. 93. Ser perito ou auditor do prprio paciente, de pessoa de sua famlia ou de qualquer outra com a qual tenha relaes capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado. Art. 94. Intervir, quando em funo de auditor, assistente tcnico ou perito, nos atos profissionais de outro mdico, ou fazer qualquer apreciao em presena do examinado, reservando suas observaes para o relatrio. Art. 95. Realizar exames mdico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prdios ou de dependncias de delegacias de polcia, unidades militares, casas de deteno e presdios. Art. 96. Receber remunerao ou gratificao por valores vinculados glosa ou ao sucesso da causa, quando na funo de perito ou de auditor. Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na funo de auditor ou de perito, procedimentos propeduticos ou teraputicos institudos, salvo, no ltimo caso, em situaes de urgncia, emergncia ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao mdico assistente. Art. 98. Deixar de atuar com absoluta iseno quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuies e competncia. Pargrafo nico. O mdico tem direito a justa remunerao pela realizao do exame pericial.

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Captulo XII Ensino e pesquisa mdica vedado ao mdico: Art. 99. Participar de qualquer tipo de experincia envolvendo seres humanos com fins blicos, polticos, tnicos, eugnicos ou outros que atentem contra a dignidade humana. Art. 100. Deixar de obter aprovao de protocolo para a realizao de pesquisa em seres humanos, de acordo com a legislao vigente. Art. 101. Deixar de obter do paciente ou de seu representante legal o termo de consentimento livre e esclarecido para a realizao de pesquisa envolvendo seres humanos, aps as devidas explicaes sobre a natureza e as consequncias da pesquisa. Pargrafo nico. No caso do sujeito de pesquisa ser menor de idade, alm do consentimento de seu representante legal, necessrio seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreenso. Art. 102. Deixar de utilizar a teraputica correta, quando seu uso estiver liberado no Pas. Pargrafo nico. A utilizao de teraputica experimental permitida quando aceita pelos rgos competentes e com o consentimento do paciente ou de seu representante legal, adequadamente esclarecidos da situao e das possveis consequncias. Art. 103. Realizar pesquisa em uma comunidade sem antes informla e esclarec-la sobre a natureza da investigao e deixar de atender ao objetivo de proteo sade pblica, respeitadas as caractersticas locais e a legislao pertinente. Art. 104. Deixar de manter independncia profissional e cientfica em relao a financiadores de pesquisa mdica, satisfazendo interesse comercial ou obtendo vantagens pessoais. Art. 105. Realizar pesquisa mdica em sujeitos que sejam direta ou indiretamente dependentes ou subordinados ao pesquisador. Art. 106. Manter vnculo de qualquer natureza com pesquisas mdicas, envolvendo seres humanos, que usem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doena pesquisada. Art. 107. Publicar em seu nome trabalho cientfico do qual no tenha participado; atribuir-se autoria exclusiva de trabalho realizado por seus 48Cdigo de tica Mdica

subordinados ou outros profissionais, mesmo quando executados sob sua orientao, bem como omitir do artigo cientfico o nome de quem dele tenha participado. Art. 108. Utilizar dados, informaes ou opinies ainda no publicados, sem referncia ao seu autor ou sem sua autorizao por escrito. Art. 109. Deixar de zelar, quando docente ou autor de publicaes cientficas, pela veracidade, clareza e imparcialidade das informaes apresentadas, bem como deixar de declarar relaes com a indstria de medicamentos, rteses, prteses, equipamentos, implantes de qualquer natureza e outras que possam configurar conflitos de interesses, ainda que em potencial. Art. 110. Praticar a Medicina, no exerccio da docncia, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, sem zelar por sua dignidade e privacidade ou discriminando aqueles que negarem o consentimento solicitado.

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Captulo XIII Publicidade mdica vedado ao mdico: Art. 111. Permitir que sua participao na divulgao de assuntos mdicos, em qualquer meio de comunicao de massa, deixe de ter carter exclusivamente de esclarecimento e educao da sociedade. Art. 112. Divulgar informao sobre assunto mdico de forma sensacionalista, promocional ou de contedo inverdico. Art. 113. Divulgar, fora do meio cientfico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda no esteja expressamente reconhecido cientificamente por rgo competente. Art. 114. Consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicao de massa. Art. 115. Anunciar ttulos cientficos que no possa comprovar e especialidade ou rea de atuao para a qual no esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina. Art. 116. Participar de anncios de empresas comerciais qualquer que seja sua natureza, valendo-se de sua profisso. Art. 117. Apresentar como originais quaisquer ideias, descobertas ou ilustraes que na realidade no o sejam. Art. 118. Deixar de incluir, em anncios profissionais de qualquer ordem, o seu nmero de inscrio no Conselho Regional de Medicina. Pargrafo nico. Nos anncios de estabelecimentos de sade devem constar o nome e o nmero de registro, no Conselho Regional de Medicina, do diretor tcnico.

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Captulo XIV Disposies geraisI - O mdico portador de doena incapacitante para o exerccio profissional, apurada pelo Conselho Regional de Medicina em procedimento administrativo com percia mdica, ter seu registro suspenso enquanto perdurar sua incapacidade. II - Os mdicos que cometerem faltas graves previstas neste Cdigo e cuja continuidade do exerccio profissional constitua risco de danos irreparveis ao paciente ou sociedade podero ter o exerccio profissional suspenso mediante procedimento administrativo especfico. III - O Conselho Federal de Medicina, ouvidos os Conselhos Regionais de Medicina e a categoria mdica, promover a reviso e atualizao do presente Cdigo quando necessrias. IV - As omisses deste Cdigo sero sanadas pelo Conselho Federal de Medicina.

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ndice remissivo do Cdigo de tica Mdica Resoluo CFM n 1.931/09 AAbandonar paciente Abandonar planto Aborto Abreviar a vida Abuso de poder Cap. V art. 36 Cap. III art. 7 ao art. 9 Cap. III art. 15 Cap. V art. 41 Cap. III art. 1 Cap. IV art. 28 Cap. V art. 40 Cap. VII art. 47, art. 56 Cap. XI art. 94 Cap. XII art. 107 Cap. X art. 88 Cap. VII art. 50 Cap. III art. 18 Cap. II VIII Cap. VIII art. 64 Cap. VIII art. 61 Cap. VIII art. 64 Cap. X art. 86 Cap. VII art. 52 Cap. XI art. 97 Cap. I XXIV Cap. IX art. 75 Cap. XIII art. 116 Cap. I II, V Cap. V art. 32 Cap. XII art. 102, art. 106 Cap. III art. 11 Cap. II VIII Cap. V art. 37 Cap. VIII art. 59

Acesso ao pronturio Acobertar erro Acrdos dos Conselhos de Medicina Acmulo de consultas Agenciar pacientes Ajuste prvio de honorrio Aliciar paciente Alta mdica Alterar prescrio/tratamento Animais, pesquisa Anncio comercial Aprimoramento profissional

Assinatura de folha em branco Atendimento, tempo Atendimento mdico a distncia Atendimento no prestado

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Atestado mdico Atestado de bito Atividade administrativa Atividade de ensino

Cap. III art. 11 Cap. X art. 80, art. 81, art. 91 Cap. IX art. 77 Cap. X art. 80, art. 81, art. 83, art. 84 Prembulo I Prembulo I Cap. IX art. 78 Cap. XII Prembulo I Cap. XII Cap. I XII Prembulo I Cap. I XIV, XIX Cap. III art. 4, art. 11, art. 14, art. 21 Cap. VIII art. 60 Cap. III art. 14 Cap. III art. 5 Cap. X art. 80, art. 83 Cap. XI art. 92 Cap. II IX Cap. V art. 36 Cap. I VII Cap. III art. 1 Cap. V art. 34 Cap. IX art. 74 Cap. XIV II Cap. I XVIII Cap. III art. 10, art. 14 Cap. IV art. 30 Cap. I II, V Cap. V art. 32 Cap. XII art. 102, art. 106 Cap. VII art. 52 Cap. XI Cap. I VII Cap. III art. 8, art. 9 Cap. V art. 33 Cap. III art. 7 ao art. 9

Atividade de pesquisa Atividade laboral Atividade mdica Ato mdico

Ato mdico desnecessrio Ato mdico no praticado

Ato mdico, recusa Ato danoso

Ato ilcito

Atualizao profissional

Auditor/auditoria Ausncia de outro mdico

Ausncia ao planto, ao trabalho

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Autonomia do mdico

Cap. I VII, VIII, XVI Cap. II II, VIII Cap. III art. 20 Cap I XXI, XXIII Cap. III art. 15 Cap. IV art. 24 Cap. V art. 31, art. 41, art. 42 Cap. IX art. 74 Cap. XII art. 101 Cap. XII art. 107, art. 108 Cap. XIII art. 117 Cap. I II, V, XVI, XVII, XXIII Cap. III art. 13, art. 20 Cap. V art. 32 Cap. VII art. 52 Cap. X art. 91 Cap. XIV II Cap. X art. 80 Cap. I X Cap. III art. 20 Cap. I II Cap. I XIX Cap. VIII art. 72 Cap. III art. 16 Cap. VII art. 47 Cap. III art. 10 Cap. III art. 19 Cap. VII art. 47, art. 52, art. 56 Cap. VIII art. 63, art. 67 Cap. IX art. 78 Cap. X art. 82 Cap. III art. 15, art. 16 Cap. IX art. 79 Cap. I IX Cap. VIII art. 69

Autonomia do paciente

Autoria

BBenefcio do paciente

Boletim mdico Brindes

CCapacidade profissional do mdico Carter presumido da responsabilidade mdica Carto de descontos Clulas germinativas Cerceamento de trabalho Charlatanismo Chefia mdica

Clnica privada Clonagem Cobrana de honorrios Comercializao da medicina Comercializao de produtos mdicos

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Comercializao de rgos/tecidos Comisso, receber Comisso de tica Complementao de honorrio Comunicao ao CRM Comunicao com o paciente

Comunicao em massa Comunidade, pesquisa Conceito profissional Concorrncia desleal Concurso Condio social Condio de trabalho do mdico Conduta antitica Conferncia mdica Confidencialidade

Conflito de interesse Conscincia do mdico Conselho de Medicina

Cap. VI art. 46 Cap. VIII art. 59 Cap. XI art. 96 Prembulo I Cap. II III, IV Cap. VII art. 57 Cap. VIII art. 65, art. 66 Prembulo I Cap. II II, III, IV, V Cap. III art. 12 Cap. III art. 13, art. 15 Cap. IV art. 22 Cap. V art. 34, art. 36, art. 42 Cap. VI art. 44 Cap. X art. 88 Cap. XII art. 101, 103 Cap. XIII art. 111 Cap. XIII art. 111, art. 114 Cap. XII art. 103 Cap. I IV Cap. VII art. 51 Cap. VIII art. 71 Cap. II I Cap. I II, XIV, XV Cap. II III, IV, V Cap. III art. 19 Cap. VII art. 51 Cap. XIII art. 111, art. 112 Cap. V art. 39 Cap. VII art. 53, art. 54 Cap. I XI, XXV Cap. VII art. 54 Cap. IX Cap. XII art. 110 Cap. XII art. 109 Cap. II IX Cap. III art. 17, art. 18 Cap. VII art. 57 Cap. X art. 90

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Cdigo de tica Mdica

Consentimento

Consrcio Consulta, acmulo Consulta, durao Consulta a distncia Cpia de pronturio Corpo clnico Corpo de delito Criopreservao Cuidado paliativo Curandeirismo

Cap. III art. 4, art. 15 Cap. IV art. 22 Cap. VI art. 43 Cap. IX art. 73, art. 77 Cap. XII art. 101, art. 110 Cap. VIII art. 72 Cap. II VIII Cap. II VIII Cap. V art. 37 Cap. XIII art. 114 Cap. X art. 88 ao art. 90 Cap. II VI Cap. XI art. 95 Cap. III art. 15 Cap. I XXII Cap. V art. 36, art. 41 Cap. III art. 10 Cap. III art. 1 Cap. I XXI Cap. IX art. 77 Cap. I XVIII Cap. II III Cap. III art. 12 Cap. IV art. 25, art. 28 Cap. VII art. 57 Cap. II VII Cap. I IV Cap. III art. 19 Cap. V art. 36 Cap. VIII art. 67 Cap. V art. 36 Cap. III art. 18 Cap. VIII art. 64 Cap. XI art. 98 Cap. XII art. 102 Cap. IX art. 73 Cap. XI art. 98

DDanosos, atos Deciso mdica Declarao de bito Denncia

Desagravo Desempenho tico da medicina Desconto nos honorrios Desempenho tico Desobedincia s normas dos Conselhos Desviar paciente Dever de conduta Dever legal

Cdigo de tica Mdica

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Diagnstico Diagnstico de morte Dignidade do paciente

Dignidade profissional do mdico Direo tcnica/clnica

Direito de internao Direitos do mdico Direitos do paciente

Direitos humanos Discriminao

Disposio regimental Divulgao de assuntos mdicos Doao de rgos Doador incapaz Docente Documentos mdicos (pronturio, laudo, etc.) Doena incapacitante Doente terminal Dupla cobrana

Cap. XIII art. 114 Cap. VI art. 43 Cap. I VI, XXV Cap. IV art. 23 Cap. V art. 38 Cap. XII art. 99, art. 110 Cap. I XV Cap. III art. 19 Cap. VII art. 47, art. 52 Cap. VIII art. 67 Cap. XIII art. 118 Cap. II VI Cap. VII art. 47 Cap. II Cap. III art. 19 Cap. V art. 36 Cap. I XVI Cap. III art. 13 Cap. IV Cap. V Cap. X art. 84, art. 88 Cap. XII art. 101, art. 102 Cap. IV art. 22 ao art. 30 Cap. XII art. 99 Cap. I I, XXV Cap. II I Cap. IV art. 23 Cap. V art. 36 Cap. VII art. 47 Cap. XII art. 110 Cap. I XVI Cap. IX art. 75 Cap. XIII Cap. VI Cap. VI art. 45 Prembulo I Cap. IX art. 78 Cap. XII art. 109, art. 110 Cap. III art. 11, Cap. X Cap. XIV I Cap. V art. 36, art. 41 Cap. VIII art. 66

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Cdigo de tica Mdica

Durao da consulta

Cap. II VIII

EEcossistema Educao mdica continuada Educao sanitria Embrio humano Emergncia Cap. I XIII Cap. I V Cap. V art. 32 Cap. I XIV Cap. III art. 15 Cap. I VII Cap. II V Cap. III art. 7 Cap. V art. 33, art. 37 Cap. XI art. 97 Cap. IX art. 77 Cap. VII art. 53 Cap. VIII art. 59 Cap. X art. 86 Prembulo I Cap. XII Cap. VI art. 43 Cap. III art. 1 Cap. III art. 13, art. 15 Cap. IV art. 22 Cap. V art. 34, art. 36, art. 42 Cap. VI art. 44 Cap. X art. 88 Cap. XII art. 101, art. 103 Cap. XIII art. 111 Cap. III art. 15 Cap. I XVI Cap. III art. 20 Cap. I VIII Cap. II II, VIII Cap. III art. 20 Cap. IV art. 24 Cap. XIII art. 115

Empresa seguradora Encaminhamento de paciente

Ensino, atividade de Equipe de transplante Erro mdico Esclarecimento ao paciente

Escolha de sexo Estatuto do hospital Escolha, liberdade de (mdico)

Escolha, liberdade de (paciente) Especialidade mdica

Cdigo de tica Mdica

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Estatuto do hospital Esterilizao cirrgica Estimativa de custo Etnia Eugenia Eutansia Exagerar nmero de consultas Exagerar gravidade Exame mdico-pericial Exerccio tico da medicina Exerccio ilegal da medicina Exerccio simultneo Explorao do trabalho mdico Exposio do paciente Experimentao com seres humanos

Cap. I XVI Cap. III art. 20 Cap. III art. 15 Cap. V art. 42 Cap. VIII art. 61 Cap. II I Cap. III art. 15 Cap. XII art. 99 Cap. V art. 41 Cap. V art. 35 Cap. V art. 35 Cap. X art. 80 Cap. XI art. 95 Cap. I XV Cap. III art. 10 Cap. VIII art. 69 Cap. VIII art. 63 Cap. IX art. 75 Cap. III art. 15 Cap. XII

FFalhas contratuais Falhas em normas institucionais Farmcia, exerccio simultneo Farmcia, interao Fato pblico, revelar Fecundao artificial Financiador privado Financiador pblico Fiscalizao pelo CRM Formulrio de instituio pblica Cap. II III Cap. II III Cap. VIII art. 69 Cap. VIII art. 68 Cap. IX art. 73 Cap. III art. 15 Cap. III art. 20 Cap. XII art. 104 Cap. III art. 20 Cap. XII art. 104 Prembulo IV, V Cap. X art. 82

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Cdigo de tica Mdica

Foto de paciente

Cap. IX art. 75 Cap. III art. 15, art. 16 Cap. III art. 15, art. 16 Cap. XI art. 96 Cap. II V Cap. III art. 7, art. 18 Cap. IV art. 26 Cap. X art. 87, art. 89 Cap. I XXV Cap. III art. 19 Cap. VII art. 47, art. 56 Cap. VIII art. 63 Cap. I III Cap. II V, X Cap. VIII Cap. IX art. 79 Cap. XI art. 98

GGentica Genoma humano Glosa Greve Greve de fome Guarda de pronturio

HHerana gentica Hierarquia mdica Honorrios mdicos

IImpedimento justo Cap. III art. 9 Cap. IX art. 73 Cap. XI art. 93 Cap. III art. 1 Cap. VIII art. 69 Cap. III art. 1 Cap. III art. 20 Cap. VIII art. 68 Cap. XII art. 104, art. 109 Cap. IX art. 76 Prembulo IV Cap. I XVIII Cap. II III

Impercia Implantes Imprudncia Indstria farmacutica

Informaes confidenciais Infrao tica, comunicao do CRM

Cdigo de tica Mdica

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Inscrio nos Conselhos de Medicina

Prembulo III Cap. III art. 11 Cap. X art. 87 Cap. XIII art. 118 Cap. XIV I Cap. III art. 15 Cap. I XXV Cap. IV art. 27, art. 28 Cap. IV art. 27, art. 28 Cap. VIII art. 68 Cap. XIV II Cap. III art. 20 Cap. XI art. 93, art. 94 Cap. IV art. 28 Cap. IV art. 28 Cap. II VI Cap. III art. 17 Cap. X art. 90 Cap. IV art. 27 Cap. III art. 9 Cap. V art. 39 Cap. VII art. 54, art. 55 Cap. III art. 20 Cap. VIII art. 68 Cap. XII art. 104, 109 Cap. III art. 15 Cap. V art. 42 Cap. II V Cap. III art. 11 Cap. X art. 80, art. 81, art. 86 Cap. XI art. 92 Cap. I XIV Cap. III art. 21

Inseminao artificial Integridade fsica do paciente Integridade mental do paciente Interao com farmcia, indstria farmacutica ou tica Interdio cautelar Interferncia na atuao do mdico Internao Internao compulsria Internao, direito Intimao dos Conselhos de Medicina Investigao policial

JJusto impedimento Junta mdica

LLaboratrio farmacutico Laqueadura tubrea Laudo mdico

Legislao sanitria

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Cdigo de tica Mdica

Letra do mdico Liberdade de deciso, de escolha, profissional Limite de escolha Lucro

Cap. III art. 11 Cap. X art. 87 Cap. I VII, VIII, XVI Cap. II II, VIII Cap. III art. 20 Cap. I XVI Cap. I X

MManipulao gentica Medicamento Medicina exercida como comrcio Medicina legal Medicina do trabalho Cap. III art. 15 Cap. VIII art. 68, art. 69 Cap. I IX Cap. X art. 83 Cap. XI art. 95 Cap. I XII Cap. III art. 12, art. 13 Cap. IX art. 76 Cap. XI art. 93 Cap. VII art. 52 Cap. XI Cap. IX art. 73 Cap. III art. 12, art. 13 Cap. IX art. 76 Cap. XI art. 93 Cap. X art. 89 Cap. XI Cap. I XIII Cap. IX art. 74 Cap. XII art. 101 Cap. I IX, X Cap. III art. 20 Cap. VIII art. 58, art. 63, art. 68 Cap. XIII art. 116 Cap. V art. 42 Cap. VI art. 43 Cap. IX art. 77 Cap. X art. 84

Mdico auditor Mdico como testemunha Mdico do trabalho

Mdico perito Meio ambiente Menor de idade Mercantilizao da medicina

Mtodo contraceptivo Morte Morte violenta

Cdigo de tica Mdica

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Motivo de fora maior (justo)

Cap. V art. 36, art. 37 Cap. IX art. 73 Cap. X art. 89 Cap. I XV Cap. III art. 7 Cap. VII art. 48, art. 49

Movimento da categoria mdica

NNacionalidade Necropsia Negligncia Normas ticas (dos Conselhos de Medicina) Novas tecnologias Cap. II I Cap. X art. 83 Cap. III art. 1 Cap. I XXIV Cap. III art. 17, art. 18 Cap. I XXV

Notificao dos Conselhos de Medicina Cap. III art. 17

OObrigao de resultado Obstinao teraputica Omisso Opo sexual Opinio poltica rteses tica, interao Ortotansia Cap. VIII art. 62 Cap. V art. 41 Cap. III art. 1, art. 7 ao art. 9 Cap. V art. 33 Cap. II I Cap. I X Cap. II I Cap. VIII art. 69 Cap. VIII art. 68 Cap. I XXII

PPaciente, benefcio ao Paciente falecido Paciente terminal Paralisao Cap. I XVI, XXII, XXIII Cap. IX art. 73 Cap. I XXII Cap. V art. 36, art. 41 Cap. II V Cap. III art. 7, art. 8

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Cdigo de tica Mdica

Pena de morte Percia Perito mdico Pesquisa clnica

Cap. IV art. 29 Cap. XI Cap. XIV I Cap. X art. 89 Cap. XI Prembulo I Cap. I XXIII, XXIV Cap. XIII art. 113 Cap. I XXIV Cap. III art. 15 Cap. XII Cap. XIII art. 113 Cap. XII art. 106 Cap. VIII art. 72 Cap. III art. 7 ao art. 9 Cap. V art. 33 Cap. VII art. 55 Cap. X art. 83 Cap. I X Cap. II I Cap. XII art. 99 Cap. IX art. 78 Cap. VIII art. 71 Cap. VIII art. 68, art. 69 Cap. XIII art. 114 Cap. I XIX Cap. IV art. 25 Cap. I XXI, XXII Cap. XII art. 102 Cap. XIII art. 113 Cap. I XXI, XXII Prembulo I Cap. IX art. 78 Cap. XII art. 109, art. 110 Cap. I V

Pesquisa em animais Pesquisa em seres humanos

Placebo Plano de sade Planto

Poltica

Preceptor Premio Prescrio mdica Presuno de responsabilidade Procedimento degradante Procedimento diagnstico Procedimento experimental Procedimento teraputico Professor

Progresso cientfico

Cdigo de tica Mdica

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Prolongamento da vida Pronturio mdico Prtese Protocolo de pesquisa Publicidade mdica Pudor

Cap. VI art. 43 Cap. X art. 80, art. 85, art. 87 ao art. 90 Cap. VIII art. 69 Cap. XII art. 100 Cap. IX art. 75 Cap. XIII Cap. V art. 38 Cap. VII art. 54, art. 55 Cap. IX art. 79 Cap. X art. 89, art. 90

QQuadro clnico do paciente Quebra de sigilo

RRaa Receber comisso (vantagem) Receita mdica Recusa de dar atendimento Cap. II I Cap. VIII art. 59 Cap. III art. 11 Cap. I VII Cap. II IV, IX Cap. III art. 7 Cap. V art. 33 Cap. I XVI Cap. III art. 11 Cap. X art. 87 Cap. XIII art. 118 Cap. XIV I Cap. I XX Cap. IV Cap. V Cap. XI art. 93 Cap. XII art. 105, art. 110 Cap. I XVII, XVIII Cap. III art. 2, art. 3, art. 6 Cap. VIII art. 70 Cap. XII art. 107

Regimento de hospital Registro no CRM

Relao de consumo Relao mdico-paciente

Relacionamento com outros profissionais

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Cdigo de tica Mdica

Relacionamento entre mdicos

Cap. I XVII, XVIII Cap. III art. 2, art. 3, art. 6, art. 19 Cap. VII Cap. VIII art. 70 Cap. XI art. 97 Cap. XII art. 107 Cap. I X Cap. II I Cap. I III, XV Cap. II V, X Cap. VIII Cap. IX art. 79 Cap. XI art. 98 Cap. V art. 36 Cap. III art. 15 Cap. I XVII, XVIII Cap. VII art. 48, art. 49, art. 52 Cap. I XIV, XIX, XXIII Cap. III Cap. V art. 32 Cap. III art. 18 Cap. VIII art. 67 Cap. IX art. 75 Cap. IV art. 22, art. 26 Cap. V art. 31 Cap. XI art. 97 Cap. I XII Cap. III art. 7, art. 12 Cap. VI art. 44 Cap. IX art. 74, art. 76 Cap. X art. 88

Religio Remunerao profissional

Renunciar atendimento Reproduo assistida Respeito ao colega Responsabilidade profissional

Resolues dos Conselhos de Medicina Reteno de honorrio Retrato de paciente Risco iminente de morte

Risco sade

SSade pblica Cap. I XIV Cap. XII art. 103

Cdigo de tica Mdica

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Segredo profissional

Cap. I XI, XXV Cap. VII art. 54 Cap. IX Cap. X art. 85, art. 89, art. 90 Cap. XII art. 110 Cap. V art. 39 Cap. XIII art. 112 Cap. I I, II, VI Cap. IV art. 23 Cap. III art. 15 Prembulo I Cap. II I Cap. I XI, XXV Cap. VII art. 54 Cap. IX Cap. X art. 85, art. 89, art. 90 Cap. XII art. 110 Cap. I XXII Cap. I XXII Cap. I VI Cap. I VI Cap. X art. 86 Cap. VII art. 48 Cap. II V Cap. III art. 7, art. 8 Cap. V art. 37 Cap. II VIII Cap. III art. 15, art. 16 Cap. III art. 4, art. 15 Cap. XII art. 101 Cap. IX art. 73 Cap. XIII art. 115

Segunda opinio Sensacionalismo Ser humano Seres humanos geneticamento modificados Servios mdicos Sexo Sigilo profissional

Situao clnica irreversvel Situao clnica terminal Sofrimento fsico Sofrimento moral Solicitao de alta Solidariedade de classe Suspenso das atividades

TTelemedicina Tempo de consulta Terapia gnica Termo de consentimento Testemunha Ttulo de especialista

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Cdigo de tica Mdica

Tortura Trabalho cientfico Transferncia de paciente Transplante de rgos, tecidos

Cap. I VI Cap. IV art. 25 Cap. XII art. 107, 108 Cap. XIII art. 117 Cap. X art. 86 Cap. III art. 15 Cap. VI Cap. I VII Cap. II V Cap. III art. 7 Cap. V art. 33, art. 37 Cap. XI art. 97

UUrgncia

VVantagem emocional Vantagem financeira Cap. V art. 40 Cap. V art. 40 Cap. VIII art. 59, art. 64 Cap. X art. 81 Cap. XI art. 96 Cap. XII art. 104 Vasectomia Cap. III art. 15 Cap. V art. 42 Verificao mdico-legal Cap. X art. 83 Cap. XI art. 92, art. 95 Vetar tratamento Cap. XI art. 97 Vida, abreviao da, perigo de, risco de Cap. IV art. 22, art. 26 Cap. V art. 31 Cap. XI art. 97 Voluntrio de pesquisa Cap. XII art. 105 Vontade expressa do paciente Cap. V art. 41 Vulnerabilidade, pesquisa Cap. I XXIV Cap. XII art. 101, art. 103, art. 105

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