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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MUDANÇAS NA VIDA DA SOCIEDADE Palestrante: LUÍS ANTÔNIO GIAMPAULO SARRO

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MUDANÇAS NA VIDA DA … · Tal instituto integra o microssistema de formação de precedentes ... cessará a suspensão dos ... novo CPC: uma vez publicado

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL -

MUDANÇAS NA VIDA DA SOCIEDADEPalestrante: LUÍS ANTÔNIO GIAMPAULO SARRO

NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

LEI Nº 13.105, DE 16.03.2015,

Publicada em 17.03.2015

Art. 1.045. Este Código entra em vigor após

decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação.

TEMAS:

1. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS –

IRDR.

2. PRECEDENTES JUDICIAIS.

3. CONDIÇÕES DA AÇÃO.

4. PRINCÍPIO DA SANABILIDADE.

5. SIMPLIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS.

6. REDUÇÃO DO NÚMERO DE RECURSOS.

7. CONTRIBUIÇÕES DA AIDA BRASIL PARA O APRIMORAMENTO

DO NOVO CPC.

8. CONCLUSÕES. MUDANÇAS NA VIDA DA SOCIEDADE.

NOVO INSTITUTO:

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE

DEMANDAS REPETITIVAS – IRDR

(artigos 976 a 987)

INSPIRAÇÃO E CONCEITO

Inspirado no Direito Alemão e no Direito Inglês.

Conceito: Trata-se de procedimento que visa a produção de decisões

judiciais para a fixação de TESES JURÍDICAS quanto a questões de

direito que envolvem demandas idênticas por terem o mesmo objeto e

causa de pedir.

Tal instituto integra o microssistema de formação de precedentes

vinculantes para garantia da ISONOMIA e SEGURANÇA JURÍDICA.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

REQUISITOS (art. 976):

a) efetiva repetição de processos que contenham controvérsia

sobre a mesma questão de direito; e

b) risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de

demandas repetitivas quando houver, simultaneamente:

I – efetiva repetição de processos que contenham controvérsia

sobre a mesma questão unicamente de direito;

II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

COMPETÊNCIA: órgão indicado pelo regimento interno dentre

aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do

tribunal (art. 978).

Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado

pelo regimento interno dentre aqueles responsáveis pela

uniformização de jurisprudência do tribunal.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

O PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE,

devidamente instruído, será dirigido ao Presidente do Tribunal:

1. por ofício, pelo juiz ou relator (art. 977, I);

2. Por petição das partes, do Ministério Público ou da

Defensoria Pública (incisos II e III).

Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao

presidente de tribunal:

I – pelo juiz ou relator, por ofício;

II – pelas partes, por petição;

III – pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por

petição.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO MINISTÉRIO

PÚBLICO (se não for parte), que prosseguirá como autor, se

houver desistência ou abandono (art. 976, § 2º).

Art. 976. …

§ 2º Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá

obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade

em caso de desistência ou de abandono.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

É INCABÍVEL o IRDR se já afetado recurso por tribunal

superior (repetitivo) – Art. 976, § 4º.

Art. 976. …

§ 4º É incabível o incidente de resolução de demandas

repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de

sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para

definição de tese sobre questão de direito material ou processual

repetitiva.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

ISENÇÃO DE CUSTAS (§ 5º).

Art. 976. …

§ 5º Não serão exigidas custas processuais no incidente de

resolução de demandas repetitivas.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

PUBLICIDADE: cadastro no Conselho Nacional de Justiça

(art. 979) e banco de eletrônico de dados nos tribunais (§ 1º).

Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais

ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico

no Conselho Nacional de Justiça.

§ 1º Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com

informações específicas sobre questões de direito submetidas ao incidente,

comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para

inclusão no cadastro.

§ 2º Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão

do incidente, o registro eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro

conterá, no mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os

dispositivos normativos a ela relacionados.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e

da repercussão geral em recurso extraordinário.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

ADMITIDO O INCIDENTE, O RELATOR (art. 982):

1. SUSPENDERÁ todos os PROCESSOS pendentes do estado

ou região, individuais ou coletivos;

2. poderá requisitar informações a órgãos envolvidos (15 dias);

3. intimará Ministério Público para se manifestar em 15 dias.

As TUTELAS DE URGÊNCIA dos processos suspensos serão

decididas pelo juiz da causa (art. 982, § 2º).

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

JULGADO O INCIDENTE, a tese jurídica será aplicada a todos

os processos da jurisdição, inclusive futuros e aos que tramitem

por Juizados Especiais (art. 985, I e II).

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:

I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem

sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de

jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem

nos juizados especiais do respectivo Estado ou região.

II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e

que venham a tramitar no território de competência do tribunal,

salvo revisão na forma do art. 986.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

Possibilidade de PEDIDO DE REVISÃO DA TESE (de ofício

ou por requerimento do Ministério Público ou Defensoria

Pública – art. 986).

Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á

pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos

legitimados mencionados no art. 977, inciso III.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

EFEITOS DOS RECURSOS EXTREMOS:

RE e REsp terão EFEITO SUSPENSIVO e PRESUNÇÃO DE

REPERCUSSÃO GERAL (art. 987) e se julgado no mérito pelo

STF ou STJ, a tese será aplicada a todo o território nacional (art.

987, § 2º).

Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso

extraordinário ou especial, conforme o caso.

§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão

geral de questão constitucional eventualmente discutida.

§ 2º Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo

Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será

aplicada no território nacional a todos os processos individuais ou

coletivos que versem sobre idêntica questão de direito.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

SE NÃO JULGADO EM UM ANO, cessará a suspensão dos

processos, salvo decisão fundamentada do relator (art. 980, parágrafo

único). Cessará também se não interpostos RE e REsp (art. 982, § 5º)

Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência

sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos

de habeas corpus.

Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos

processos prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em

sentido contrário.

Art. 982. Admitido o incidente, o relator:

I – suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que

tramitam no Estado ou na região, conforme o caso;

§ 5º Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não

for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão

proferida no incidente.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

SUSPENSÃO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL.

Os legitimados podem requerer ao STJ ou STF a SUSPENSÃO

DE TODOS OS PROCESSOS DO TERRITÓRIO NACIONAL

(art. 982, § 3º).

Art. 982. Admitido o incidente, o relator: I - …(suspensão dos processos); II

- … (requisição de informações); III - … (intimação do Ministério Público).

§ 3º Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado

mencionado no art. 977, inciso II e III, poderá requerer, ao tribunal

competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão

de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional

que versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.

§ 4º Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no

processo em curso no qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é

legitimada para requerer a providência prevista no § 3º deste artigo.

INSTITUTO DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

REPETITIVAS - IRDR

CABIMENTO DE RECLAMAÇÃO.

Contra a decisão que não adotar a TESE, caberá

RECLAMAÇÃO (art. 988, IV).

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do

Ministério Público para:

IV – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante

e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou

em incidente de assunção de competência.

PRECEDENTES JUDICIAIS

Decidir com base em precedentes é uma forma de assegurar o respeito

a uma série de princípios constitucionais formadores do modelo

constitucional de processo brasileiro.

O sistema brasileiro de precedentes judiciais busca assegurar,

precipuamente:

a) ISONOMIA e

b) SEGURANÇA JURÍDICA.

OS PRECEDENTES JUDICIAIS subdividem-se em:

1. PRECEDENTES VINCULANTES: destinam-se a garantir

que CASOS IGUAIS recebam RESPOSTAS JURÍDICAS

IGUAIS (ISONOMIA), o que confere PREVISIBILIDADE às

decisões judiciais (SEGURANÇA JURÍDICA).

São de aplicação obrigatória, não podendo o órgão jurisdicional

a ele vinculado, em casos nos quais sua eficácia vinculante se

produza, deixar de aplicá-lo e decidir de forma distinta.

2. PRECEDENTES NÃO-VINCULANTES, também chamados

de PERSUASIVOS ou ARGUMENTATIVOS. São meramente

argumentativos, e não podem ser ignorados pelos órgãos

jurisdicionais, os quais, porém, podem decidir de modo distinto,

desde que haja uma fundamentação específica para justificar a

não aplicação do precedente.

PRECEDENTE JUDICIAL E JURISPRUDÊNCIA

PRECEDENTE JUDICIAL difere de JURISPRUDÊNCIA:

JURISPRUDÊNCIA: é um conjunto de decisões judiciais,

proferidas pelos tribunais, sobre uma determinada matéria, em

um mesmo sentido.

PRECEDENTE JUDICIAL: decisão judicial, proferida em um

determinado caso concreto, que servirá de base para a prolação

de futuras decisões judiciais.

PRECEDENTES VINCULANTES E NÃO-VINCULANTES

São PRECEDENTES VINCULANTES:

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado

de constitucionalidade;

II – os enunciados de súmula vinculante;

III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de

resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos

extraordinário e especial repetitivos;

São PRECEDENTES NÃO-VINCULANTES:

IV – os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em

matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria

infraconstitucional;

V – a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem

vinculados.

PRECEDENTES VINCULANTES. FUNDAMENTOS.

A hipótese do inciso I do artigo 927 do novo CPC tem efeito

vinculante por força do artigo 102, § 2º, da Constituição

Federal.

Art. 927, I (controle concentrado de constitucionalidade: ações

diretas de inconstitucionalidade e ações diretas de

constitucionalidade):

Art. 102, § 2º, CF: as decisões definitivas de mérito, proferidas

pelo STF, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações

declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra

todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do

Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas

esferas federal, estadual e municipal.

PRECEDENTES VINCULANTES. FUNDAMENTOS.

A hipótese do inciso II do artigo 927 do novo CPC tem efeito

vinculante por força do artigo 103-A da Constituição Federal.

Art. 927, II (Súmulas Vinculantes):

Art. 103-A, CF: os enunciados de SÚMULAS VINCULANTES

terão “efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder

Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas

federal, estadual e municipal”.

PRECEDENTES VINCULANTES. FUNDAMENTOS.

As hipóteses do inciso III do artigo 927 do novo CPC tem força

vinculante como determina o artigo 985 do mesmo diploma:

Art. 927, III (assunção de competência e IRDR):

Art. 947, § 3º, novo CPC: o acórdão proferido em assunção de

competência vinculará todos os juízes e órgão fracionários.

Art. 985, novo CPC: julgado o incidente, a tese jurídica será

aplicada:

I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem

sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de

jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem

nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;

II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e

que venham a tramitar no território de competência do tribunal.

PRECEDENTES VINCULANTES. FUNDAMENTOS.

A hipótese do inciso III do artigo 927 do novo CPC tem força

vinculante como determina o artigo 1.040 do mesmo diploma.

Art. 927, III (recursos repetitivos):

Art. 1.040, novo CPC: uma vez publicado o acórdão paradigma,

se negará seguimento aos recursos extraordinários e especiais

que estiverem sobrestados na origem quando o acórdão

recorrido coincidir com a tese firmada (inciso I); o órgão que

tenha proferido o acórdão recorrido que contrarie a tese firmada

reexaminará o caso para aplicação da tese (inciso II); os

processos ainda não julgados seguirão para julgamento e

aplicação da tese firmada pelo tribunal superior (inciso III).

PRECEDENTE JUDICIAL. DISTINÇÃO E SUPERAÇÃO.

Todo sistema fundado em precedentes precisa, para o funcionamento

adequado e compatível com a exigência de constante evolução do

ordenamento jurídico, reconhecer a possibilidade de DISTINÇÕES e

SUPERAÇÕES.

O PRECEDENTE JUDICIAL pode deixar de ser aplicado por:

DISTINÇÃO (termo em inglês: distinguishing) – assegura a aplicação

dos precedentes apenas a casos em que se repitam as circunstâncias

que justificaram sua criação.

SUPERAÇÃO (termo em inglês: overruling) – evita o engessamento

do Direito e reconhece que os precedentes são criados a partir de

certas circunstâncias fáticas e jurídicas que precisam permanecer

presentes para que possam eles continuar a ser aplicados.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

§ 2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de

súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser

precedida de audiência pública e da participação de

pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a

rediscussão da tese. (art. 138 – Amicus Curie)

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante

do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou

daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode

haver MODULAÇÃO DOS EFEITOS da alteração no

interesse social e no da segurança jurídica.

MODIFICAÇÃO DE ENUNCIADO OU DE TESE

JURÍDICA. FUNDAMENTAÇÃO E PUBLICIDADE.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

§ 4º A MODIFICAÇÃO de enunciado de SÚMULA de

jurisprudência pacífica ou de TESE adotada em

JULGAMENTO DE CASOS REPETITIVOS observará a

necessidade de FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA E

ESPECÍFICA, considerando os princípios da

SEGURANÇA JURÍDICA, DA PROTEÇÃO DA

CONFIANÇA E DA ISONOMIA.

§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes,

organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-

os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

PARTE ESPECIAL - CONDIÇÕES DA AÇÃO

ILEGITIMIDADE PASSIVA DE PARTE –

Possibilidade de Aditamento da Inicial

Art. 338. ALEGANDO O RÉU, na contestação, ser PARTE ILEGÍTIMA ou não ser o

responsável pelo prejuízo invocado, o juiz FACULTARÁ AO AUTOR ao autor, em 15

(quinze) dias, a ALTERAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL para substituição do réu.

Parágrafo único. Realizada a substituição, o AUTOR REEMBOLSARÁ AS DESPESAS e

PAGARÁ OS HONORÁRIOS ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre TRÊS e

CINCO por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º

(fixação do valor pelo juiz por apreciação equitativa, considerando o grau de zelo profissional,

o lugar da prestação do serviço, a natureza e a importância da causa e o trabalho realizado

pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço)

OBRIGAÇÃO DE O RÉU INDICAR A PARTE LEGÍTIMA, sob pena de arcar com as

despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação

(artigo 339).

O autor, ao aceitar a indicação, ADITARÁ A INICIAL em 15 dias para SUBSTITUIR O RÉU

(§ 1º) ou optar por INCLUIR O INDICADO COMO LITISCONSORTE PASSIVO (§ 2º).

A POSSIBILIDADE JURÍDICA DEIXA DE SER

CONDIÇÃO DA AÇÃO

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;

PRINCÍPIO DA SANABILIDADE OU DO APROVEITAMENTO

MÁXIMO DOS ATOS PROCESSUAIS

O tribunal determina a regularização do ato processual ou a produção de

prova em primeiro grau ou no próprio tribunal, sem anular o processo.

NULIDADE SANÁVEL E CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM

DILIGÊNCIA (art. 938, § 1º )

INTIMAÇÃO DA PARTE PARA REGULARIZAR:

Erro no preenchimento de guia de custas

(art. 1.007, § 7º)

Instrução irregular ou qualquer outro vício de Agravo de Instrumento

(art. 1.017, § 3º).

Desconsideração ou regularização de erro formal de RE ou REsp, se não

reputado grave (artigo 1.029, § 3º).

ADVOGADO

SIMPLIFICAÇÃO DE ATOS PROCESSUAIS

PARTE GERAL

Passam a ser arguidas em contestação:

1. Incompetência Relativa (artigos 64, 65 e 337, II)

2. Impugnação a Justiça Gratuita (artigo 100)

3. Impugnação ao Valor da Causa (arts. 293 e 337, III)

4. Reconvenção (artigo 343)

5. Arguição de Falsidade (artigo 430).

Arguição também na réplica ou em 15 dias da juntada do

documento aos autos.

SISTEMA RECURSAL

REDUÇÃO DO NÚMERO DE RECURSOS

ELIMINAÇÃO DOS EMBARGOS INFRINGENTES.

Nova Técnica de Julgamento de Decisões não Unânimes.

ELIMINAÇÃO DO AGRAVO RETIVO.

Taxatividade do Agravo de Instrumento.

ELIMINAÇÃO DO AGRAVO NOS AUTOS contra Decisões

Denegatórias de RE e de REsp.

EMBARGOS INFRINGENTES

ELIMINAÇÃO DOS EMBARGOS INFRINGENTES E INSTITUIÇÃO DE

NOVA TÉCNICA PARA O JULGAMENTO DE ACÓRDÃOS NÃO

UNÂNIME

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá

prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores,

que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno,

em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado

inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar

oralmente suas razões perante os novos julgadores.

O prosseguimento do julgamento poderá ocorrer na própria sessão (§ 1º), com

possibilidade de os julgadores reverem o seu voto (§ 2º).

Cabível também em rescisão de sentença (neste caso, prosseguirá a decisão em

órgão de maior composição previsto no regimento interno - § 3º, inciso I) e

agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar

parcialmente o mérito (§ 3º, inciso II).

AGRAVO DE INSTRUMENTO

REMODELAÇÃO DO REGIME DE PRECLUSÕES.

ELIMINAÇÃO DO AGRAVO RETIDO – Concentração dos

meios de impugnação das decisões no Recurso de Apelação.

RESTRIÇÃO AO CABIMENTO DE AGRAVO DE

INSTRUMENTO (§ 1º do artigo 1.009 e § 1º do artigo 1.015).

TAXATIVIDADE - Cabimento apenas nas hipóteses previstas

em lei (art. 1.015 e outras disposições).

Emenda Modificativa n. 92/2014, elaborada pelo GNT-Processo

Civil e Seguro, não acolhida na fase de consolidação dos

Substitutivos do Senado e da Câmara.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versarem sobre:

I – tutela provisória;

II – mérito do processo;

III – rejeição de alegação de convenção de arbitragem;

IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;

VI – exibição ou posse de documento ou coisa;

VII – exclusão de litisconsorte;

VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art.373, § 1º;

XII – (VETADO); (conversão da ação individual em ação coletiva – veto ao art. 333)

XIII – outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias

proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de

execução e no processo de inventário.

SISTEMA RECURSAL

ELIMINAÇÃO DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE da

APELAÇÃO em primeiro grau e dos

RECURSOS EXTREMOS pelo tribunal local

(artigos 1.010, § 3º, e 1.030, parágrafo único).

Consequência:

ELIMINAÇÃO DO AGRAVO DE ADMISSÃO (Agravo nos Autos)

contra despachos de seguimento de RE e REsp.

PLS 414/2015 – Dispõe sobre o juízo de admissibilidade do RE e REsp

e instaura o recurso de agravo de admissão, nos próprios autos.

NOVO RECURSO

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E

EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Denominado de AGRAVO EXTRAORDINÁRIO durante a

tramitação do projeto de lei pela Câmara dos Deputados e alterado na

fase de consolidação dos textos da Câmara e do Senado Federal.

Este agravo foi criado para outras hipóteses, que envolvem afetação

de recursos repetitivos.

Sem este agravo, teria que haver um recurso interno para o tribunal e

depois caberia recurso especial ou extraordinário.

Para evitar mais recursos, criou-se este agravo, que será remetido

diretamente para o tribunal superior competente.

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E

EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO

CABIMENTO (artigo 1.042) contra decisão do presidente ou vice-

presidente do tribunal que:

(I) indeferir pedido, formulado com base no art. 1.035, § 6º ou 1.036,

§ 2º, de inadmissão de recurso especial ou extraordinário

intempestivo;

(II) inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou

extraordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide

com a orientação do tribunal superior; (recursos repetitivos).

(III) inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8º, ou

no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo

Tribunal Federal reconheceu a inexistência de repercussão geral da

questão constitucional debatida.

CONTRIBUIÇÕES DA AIDA BRASIL PARA O NOVO CPC

O GNT – Processo Civil e Seguro da AIDA BRASIL apresentou propostas

para o aprimoramento do projeto incluindo 4 Emendas ao Projeto de Lei nº

8046/2010; sendo acolhidas pelos Relatores-Parciais e duas pelo Relator-

Geral, sendo uma prejudicada pelo retorno do efeito suspensivo à apelação:

1. Emenda Aditiva nº 74/2011 (princípio da causalidade).

2. Emenda Modificativa nº 75/2011 (efeito suspensivo da apelação).

3. Emenda Modificativa nº 76/2011 (sucessividade da denunciação da lide).

4. Emenda Modificativa nº 77/2011 (seguro de vida como título executivo

extrajudicial)

5. Da Regulação de Avaria Grossa (aprimoramento da redação).

6. Emenda Modificativa nº 92/2014 (taxatividade do agravo de instrumento).

CONCLUSÕES – MUDANÇAS NA VIDA DA SOCIEDADE

O novo CPC visa:

1. Melhorar a técnica do processo, em busca da modernidade, com ênfase

no conteúdo e não no exagerado culto à forma em torno do procedimento e

do rito.

2. Dar melhor tratamento ao fenômeno da massificação de conflitos,

buscando maior celeridade, isonomia e segurança jurídica na entrega das

prestações jurisdicionais.

3. Alterar a cultura de judicialização dos conflitos, conduzindo a Sociedade

para a obtenção de soluções por meio de conciliação e mediação.

MUITO OBRIGADO!

Palestrante: LUÍS ANTÔNIO GIAMPAULO SARRO

Sócio-Administrador da

GIAMPAULO SARRO E ADVOGADOS ASSOCIADOS

[email protected]

Presidente do Grupo Nacional de Trabalho – Processo Civil e Seguro da AIDA

BRASIL - Associação Internacional de Direito de Seguro

[email protected]

LIVRO DOS MEMBRO DO GNT - PROCESSO CIVIL E SEGURO DA AIDA BRASIL:

NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO SISTEMA PROCESSUAL CIVIL

Coordenação: Luís Antônio Giampaulo Sarro

Íntegra do novo CPC, com resumo geral e artigos de juristas de renome, como Fredie Didier Jr,

Humberto Theodoro Jr, José Miguel Garcia Medina, Luiz Henrique Volpe Camargo, Paulo

Henrique Lucon dos Santos,

Antônio Carlos Marcato, Rodolfo de Camargo Mancuso, dentre outros.

Editora Rideel

www.editorarideel.com.br

[email protected]