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7/29/2019 Coisa Julgada Capez
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tera-feira, 26 de maio de 2009
COISA JULGADA
A exceo de coisa julgada (CPP, art. 95, V) funda-se tambm no princpio nom bis in
idem.
Transitada em julgado uma deciso, impossvel novo proceso pelo mesmo fato. Nesse
caso, argi-se o exceptio rei judicantae
A coisa julgada nada mais do que uma qualidade dos efeitos da deciso final, marcada
pela imutabilidade e irrecorribilidade.
Distino entre coisa julgada formal e coisa julgada material
A coisa julgada formal reflete a imutabilidade da sentena no processo onde foi
proferida; tem efeito preclusivo, impedindo nova discusso sobre o fato no mesmoprocesso;
Na coisa julgada material existe a imutabilidade da sentena que se projeta fora do
processo, obrigando o juiz de outro processo a acatar tal deciso, ou seja, veda-se a
discusso dentro e fora do processo em que foi proferida a deciso.
Obs. No nosso direito a imutabilidade da sentena condenatria no absoluta, pois
cabente em vrias hipteses a reviso criminal (CPP, art. 621); tambm nos casos de
anistia, indulto, unificao de penas, etc.
Histria
A coisa julgada (res in judicium deducta) tinha, para os romanos, uma finalidade
eminentemente prtica. Visava proporcionar segurana s decises tomadas,
solucionando definitivamente o conflito de interesses e evitando sua perpetuao.
Apesar de tratar-se de uma exisgncia bsica da vida urbana, nem todas as decises
tinham esta caracterstica de imutabilidade. As resolues interlocutrias, por exemplo,
no produziam o efeito da coisa julgada.
Funo da coisa julgada
A coisa julgada visa paz social, obstando que os litgios se eternizem, envenenando as
paixes e tornando instveis as relaes jurdicas.
Cabimento da exceo de coisa julgada
Deve ser proposta quando verificar-se a identidade de demanda entre a ao proposta
euma outra j decidida por sentena transitada em julgado.
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Para que se acolha a exceo de coisa julgada, necessrio que a mesma coisa (eadem
personae) seja novamente pedida pelo mesmo autor contra o mesmo ru (eadem
personae) e sob o mesmo fundamento jurdico do fato.
Se for proposta uma segunda ao, esta no poder ter seguimento, e, assim, abre-se a
possibilidade para vrias solues:
a) o juiz pode rejeitar a denncia, caso reconhea a existncia da coisa julgada. Desta
deciso cabe recurso em sentido estrito.
b) Por outro lado, se o juiz percebe a existncia de coisa juglada aps o recebimento da
denncia, e em qualquer fase do processo, ele pode declar-la de ofcio e extinguir o
processo sem julgamento do mrito.
c) Se o Juiz no declara de ofcio a exceo de coisa julgada, o ru ou o Ministrio
Pblico podero argi-la. Para que a exceo seja cabvel, devem coexistir trs
requisitos:
* existncia de uma deciso anterior com trnsito em julgado;
* propositura de uma segunda ao penal referente ao mesmo fato, pois se trata de uma
questo incidental processual. Logo, necessrio se faz que tenha ocorrido o recebimento
da denncia ou queixa. Se for instaurado um segundo inqurito policial, ele pode ser
trancado por habeas corpus.
Fernando Capez, ob. cit.
s19:11
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