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2018 DELEGADO ESTADUAL DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL edital sistematizado Leonardo de Medeiros Garcia Roberval Rocha Leonardo Garcia Roberval Rocha DPC COLEÇÃO EDITAL SISTEMATIZADO y Mais de 2800 questões (2715 objetivas, 148 discursivas). y Extraídas de provas de 23 Estados e do Distrito Federal y Súmulas aplicáveis do STF, do STJ e do TSE. y Seleção de Informativos resumidos e recentes do STF e do STJ. y Seleção de Repercussão Geral e de Recursos Repetitivos recentes e resumidos. y Enunciados do CJF (Direito Civil, Direito Processual Civil e Direito Comercial). y Mais de 150 questões sobre o CPC/2015, de várias provas de carreiras jurídicas. y Tudo isso separado por ramo do direito e por assunto. y Atualizado com as súmulas: 56/Vinculante, 736/STF, 592/STJ e 71/TSE. y Atualizado com os enunciados CJF: 612/Civil, 81/Comercial e 107/Processo Civil. y Atualizado até os informativos: 877/STF e 609/STJ.

Col Edital Sistematizado -DPC-1ed - Livros de Direito ... · y Seleção de Repercussão Geral e de Recursos Repetitivos recentes e resumidos. y Enunciados do CJF (Direito Civil,

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2018

DELEGADO ESTADUALDELEGADO DE POLÍCIA CIVILedital sistematizado

Leonardo de Medeiros GarciaRoberval RochaLeonardo GarciaRoberval Rocha

DPCCOLEÇÃO EDITAL SISTEMATIZADO

Mais de 2800 questões (2715 objetivas, 148 discursivas). Extraídas de provas de 23 Estados e do Distrito Federal Súmulas aplicáveis do STF, do STJ e do TSE. Seleção de Informativos resumidos e recentes do STF e do STJ. Seleção de Repercussão Geral e de Recursos Repetitivos recentes e resumidos. Enunciados do CJF (Direito Civil, Direito Processual Civil e Direito Comercial). Mais de 150 questões sobre o CPC/2015, de várias provas de carreiras jurídicas. Tudo isso separado por ramo do direito e por assunto. Atualizado com as súmulas: 56/Vinculante, 736/STF, 592/STJ e 71/TSE. Atualizado com os enunciados CJF: 612/Civil, 81/Comercial e 107/Processo Civil. Atualizado até os informativos: 877/STF e 609/STJ.

DIREITO PENAL

02. (Vunesp/PC/CE/Delegado/2015) Ficam sujei-tos à lei brasileira, embora cometidos no

estrangeiro, mas desde que presentes algumas con-dições (entrar o agente no território nacional; ser o fato punível também no país em que foi praticado; estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cum-prido a pena; não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável), os crimes:a) contra a administração pública, por quem está

a seu serviço.b) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou

domiciliado no Brasil.c) contra a vida ou a liberdade do Presidente da

República.d) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obri-

gou a reprimir.e) contra o patrimônio ou a fé pública da União,

do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituí-da pelo Poder Público.

03. (Acafe/PC/SC/Delegado/2014) Observadas as disposições do Código Penal, assinale a al-

ternativa correta:a) é aplicável a lei do país de procedência aos

crimes praticados a bordo de aeronaves ou em-barcações estrangeiras de propriedade priva-da, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo corres-pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

b) a sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas con-sequências, não pode ser homologada no Brasil para obrigar o condenado à reparação do da-no, a restituições e a outros efeitos civis.

c) para os efeitos penais consideram-se como ex-tensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer

1. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

ATENÇÃO: ESTE TEMA É MUITO EXIGIDO NOS CONCURSOS!

SÚMULAS STF

STF 611. Transitada em julgado a sentença conde-natória, compete ao juízo das execuções a aplica-ção de lei mais benigna.

STF 711. A lei penal mais grave aplica-se ao cri-me continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

SÚMULAS STJ

STJ 501. É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favo-rável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.

QUESTÕES OBJETIVAS

01. (FCC/PC/AP/Delegado/2017) De acordo com os dispositivos da parte geral do Código Pe-

nal, é correto afirmar:a) Na hipótese de “abolitio criminis” a reincidência

permanece como efeito secundário da prática do crime.

b) O território nacional estende-se a embarcações e aeronaves brasileira de natureza pública, desde que se encontrem no espaço aéreo bra-sileiro ou em alto-mar.

c) Crimes à distância são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e o resultado, em outro.

d) O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena; se inevitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

e) É isento de pena o agente que pratica crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, des-de que, voluntariamente, repare o dano ou restitua a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa.

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que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respecti-vamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

d) considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, exceto se em outro local produziu ou deveria produzir-se o resultado.

e) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometi-dos no estrangeiro, os crimes de injúria, calúnia e difamação praticados contra o Presidente da República do Brasil.

04. (UESPI/PC/PI/Delegado/2014) Considerando que Marcos fora processado pelo crime de

rapto violento em janeiro de 2005 e mencionado cri-me fora revogado pela Lei n.11.106, de 28 de março de 2005, julgue as afirmações a seguir:I. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses.II. Se Marcos já tiver sido condenado antes de

março de 2005, permanecerá sujeito à pena aplicada na sentença condenatória.

III. Na hipótese, ocorre a “abolitio criminis”.IV. Se Marcos ainda não tiver sido condenado no

juízo a quo, poderá ocorrer a extinção da pu-nibilidade desde que ela seja provocada pelo réu.

a) I, III e IV estão corretas.b) III e IV estão corretas.c) I e IV estão corretas.d) I e III estão corretas.e) II e IV estão corretas.

05. (Funcab/PC/ES/Delegado/2013) A Presidente da República editou uma Medida Provisória,

agravando a pena de um determinado crime. Logo, pode-se afirmar:I. trata-se de lei em sentido formal.II. pelo princípio da retroatividade benéfica, a Me-

dida Provisória somente poderá ser aplicada a fatos posteriores à sua edição.

III. a agravação da pena somente poderá ocorrer após a aprovação da Medida Provisória pelo Congresso Nacional.

IV. apresenta vício de origem que não convalesce pela sua eventual aprovação.

Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s) correta(s):

a) I, II, III e IV.

b) I, II e III, apenas.c) II, III e IV, apenas.d) I, apenas.e) IV, apenas.

06. (Funcab/PC/ES/Delegado/2013) A Portaria n. 104/2011, do Gabinete do Ministério da

Saúde, definiu a relação de doenças de notificação compulsória em todo o território nacional. Joaquim, médico, ao tomar conhecimento de um paciente que estava com uma patologia descrita na referida normativa, por amizade ao mesmo, não comunicou a doença aos órgãos competentes, motivo pelo qual, ao ser descoberto tal fato, foi processado criminalmente. Na hipótese de antes do julgamento, ser editada nova normativa, retirando a referida patologia do rol de doenças de notificação compul-sória, pode-se afirmar que:a) deve incidir a retroatividade da “lex mitior”,

considerando que alterou a matéria da proibi-ção.

b) deve incidir a retroatividade do “abolitio crimi-nis”, considerando que se alterou a matéria da proibição.

c) trata-se de lei excepcional ou temporária, por-tanto pode ser condenado, consoante preconi-za o artigo 3º do CP.

d) não há como incidir a retroatividade da lei pe-nal, em face de não ter sido alterado a matéria da proibição.

e) deve ocorrer a ultra-atividade da lei penal, pois se trata de norma penal em branco stricto sensu.

07. (Cespe/PC/BA/Delegado/2013) Somente me-diante expressa manifestação pode o agen-

te diplomático renunciar à imunidade diplomática, porquanto o instituto constitui causa pessoal de exclusão da pena.

08. (Funcab/PC/ES/Delegado/2013) Quanto à aplicação da lei penal brasileira no espaço,

é correto afirmar:I. o princípio da universalidade, preconizado no

artigo 7º, II, a, do CP não obsta a concessão da extradição ao Estado no qual ocorreram as práticas delituosas.

II. em razão do princípio da personalidade passi-va, o brasileiro nato não pode ser extraditado, entretanto é submetido à lei brasileira quando pratica crime no estrangeiro, mesmo que já te-nha cumprido pena ou tenha sido absolvido no país onde praticou o crime.

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III. a legislação brasileira adota de forma irrestrita o princípio da justiça universal; inclusive nos crimes de tráfico de pessoas esse princípio pre-valece em prejuízo do princípio da territoriali-dade.

IV. o território onde estão instaladas as embaixa-das estrangeiras passam a constituir território do Estado da embaixada.

Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s) correta(s):

a) I, II, III e IV.b) II, III e IV, apenas.c) III e IV, apenas.d) I e IV, apenas.e) I, apenas.

09. (MSConcursos/PC/PA/Delegado/2012) A lei penal não pode ser aplicada senão pelo

juiz com o poder de jurisdição e, por conseguinte, só ele poderá julgar o acusado e/ou denunciado e exigir o cumprimento da sentença condenatória. Para isso, é necessário que tenha competência. Em relação à lei penal no tempo e no espaço, assinale a alternativa incorreta:a) Considera-se praticado o crime no momento

da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. O tempus delicti é im-portante para que se possa ser determinado o momento da prática do crime, aplicando-se cor-retamente a lei vigente durante a conduta ilícita do agente tipificando-a como ilícito penal. Tal fato é importante, principalmente para avaliar a questão da menoridade ou não do agente.

b) A imputabilidade é aferida ao tempo da con-duta, não se podendo punir um adolescente que, às vésperas de completar 18 anos, comete roubo e impulsionando uma arma de fogo, atira sem querer no pé da vítima, que vem a falecer depois de ele atingir a maioridade penal. Neste caso, responderá judicialmente por ato infracio-nal. O menor não responderá pelo ilícito penal de homicídio previsto no artigo 121 do Código Penal.

c) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora come-tidos no estrangeiro, os crimes de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. O agente será punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

d) Nos termos do artigo 6º do Código Penal, con-sidera-se praticado o crime no lugar em que

ocorreu a ação e/ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Por considerar tanto o local da conduta como o local do resultado, essa teoria consegue solucionar o problema dos crimes à distância e também os conflitos de direito penal internacional. Assim, o Brasil, po-derá ser competente para julgar ilícitos penais que, apesar de serem iniciados ou encerrados em outros países, sejam investigados, resolvi-dos e decididos de acordo com as normas do nosso país. Assim, utilizando o exemplo da carta bomba remetida por um brasileiro no México para outro brasileiro no Espírito Santo – que ao abri-la morre pela explosão – mesmo estando em outro país, o agente da ação poderá res-ponder pelo seu dolo, conforme a legislação brasileira, por preenchimento dos requisitos do artigo 7º do Código Penal.

e) A legislação penal brasileira considera que o crime se realiza pessoalmente, no local onde ocorreu o resultado. Assim, considerando que uma mulher, domiciliada na Inglaterra, queira se vingar de seu ex-marido que atualmente é o Vice-Presidente do Brasil, e desejando matá-lo encaminhe pelo correio uma caixa com destino certo, a vítima, ao abri-la, provoca o aciona-mento de um mecanismo eletrônico, explodin-do uma bomba que resulta instantaneamente no óbito dele e de sua filha. Assim, a inglesa não poderá ser punida porque, para ocorrer a tipicidade penal brasileira, o homicida deverá pessoalmente estar presente no local do crime no momento do resultado fatídico.

10. (MSConcursos/PC/PA/Delegado/2012) No art. 5º da Constituição Federal, respectivamente

incisos XXXIX e XL, há a determinação de que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legar “ e “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. É a mais importante garantia do cidadão contra o arbítrio do Estado, pois só a lei poderá estabelecer que condutas serão consideradas criminosas e quais as punições para cada crime. Analise estes princípios constitucionais e assinale a alternativa incorreta:a) Um réu com sentença penal transitada em jul-

gado, condenado em 13 (treze) anos, 8 (oito) meses e 23 (vinte e três) dias, tendo cumprido 2 (dois) anos, deverá ser posto em liberdade imediatamente, porque a lei posterior deixou de considerar delito o fato por ele praticado. A lei nova, neste caso, acrescentou causas de

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exclusão da ilicitude, culpabilidade ou punibi-lidade do agente. As leis penais só podem re-troagir para benefício do réu, atingindo, nesse caso, até mesmo a coisa julgada, o que não viola a Constituição Federal.

b) Se não há crime sem lei anterior que o defina, ela poderá retroagir para alcançar um fato que, antes dela, não era considerado delito. Não há delito sem tipicidade, ou seja, não há crime sem que a conduta humana se ajuste à figura deli-tuosa definida pela lei. O intérprete deverá ficar atento, porque a lei nova poderá não abolir o crime do sistema jurídico penal, apenas inseri--lo por nova legislação, até mesmo denominan-do-o de forma diferenciada, não ocorrendo, no caso, abolitio criminis.

c) Não se aplica a lei nova, durante a “vacatio legis”, mesmo se mais benéfica, posto que esta ainda não está em vigor. A abolitio criminis eli-mina todos os efeitos penais, subsistindo, tão somente, os efeitos civis afetos ao fato crimino-so. Assim, mesmo que a lei nova não considere crime a conduta do agente que era prevista como ilícita em lei anterior, a vítima, ou sua família, poderá interpor ação de reparação de danos morais e/ou materiais na esfera civil.

d) Em face do princípio da retroatividade da lei mais benéfica, a abolitio criminis, quando a lei deixar considerar como crime certa conduta que antes era considerada como ilicitude penal, alcança o fato em qualquer fase em que ele se encontre. Assim, como definitivamente jurídica, inexistindo processo, o mesmo não pode ser iniciado. Se há ação penal, a mesma deverá ser decididamente arquivada, extinguindo-se a punibilidade. Havendo condenação, a pena não poderá ser executada. Se o condenado já está cumprindo pena, deverá ser expedido o alvará de soltura imediatamente.

e) Em caso de crime permanente ou habitual, ini-ciado sob a vigência de uma lei e prolongando sob a de outra, vale esta, ainda que mais desfa-vorável como, por exemplo, extorsão mediante sequestro, que se prolonga ao perdurar a ofen-sa ao bem jurídico, enquanto a vítima estiver em poder dos sequestradores. Caso a execução tenha início sob o império de uma lei, prosse-guindo sobre o de outra, aplica-se a mais nova, ainda que mais gravosa, pois, como a condu-ta se prolonga no tempo, a todo o momento renovam-se a ação e a incidência da nova lei. O tempo do crime se dilatará pelo período de

permanência. Assim, se o autor, que era menor, durante a fase de execução do crime vier a atin-gir a maioridade, responderá segundo o Código Penal e não segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei n. 8.069/90).

11. (PC/SP/Delegado/2011) Em relação ao tempo do crime, a teoria adotada é:

a) da equivalência dos antecedentes.b) do resultado.c) da ubiquidade.d) da atividade.e) da territorialidade temperada.

12. (Fumarc/PC/MG/Delegado/2011) Em relação à aplicação da Lei Penal é correto afirmar que:

a) para aplicação da lei penal no tempo e no es-paço, o Código Penal Brasileiro adotou, res-pectivamente, as teorias do resultado e da ubiquidade.

b) de acordo com o art. 10 do Código Penal, na contagem de prazos penais, não se computará o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

c) pelo princípio da especialidade, o agente que efetua diversos disparos de arma de fogo para o alto, vindo a causar a morte de dois tran-seuntes, responde pelos crimes de homicídio consumado, em concurso formal impróprio, já que a norma especial afasta a aplicação da norma geral.

d) com a “abolitio criminis” procedida pela Lei n. 11.106/2005, para o crime de rapto, cessaram todos os efeitos penais advindo de eventuais condenações, permanecendo, conduto, os efei-tos civis.

13. (FGV/PC/AP/Delegado/2010) Assinale a alter-nativa que apresente local que não é consi-

derado como extensão do território nacional para os efeitos penais:a) aeronaves ou embarcações brasileiras, mer-

cantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro, desde que o crime figure entre aqueles que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.

b) as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo cor-respondente ou em alto-mar.

c) as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública, onde quer que se encontrem.

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d) aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no es-paço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

e) as embarcações e aeronaves brasileiras, a ser-viço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem.

14. (FGV/PC/AP/Delegado/2010) Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialida-

de, analise as afirmativas a seguir.I. ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometi-

dos no estrangeiro os crimes contra a adminis-tração pública, por quem está a seu serviço.

II. ficam sujeitos à lei brasileira, os crimes pratica-dos em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro ainda que julgados no estrangeiro.

III. ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometi-dos no estrangeiro os crimes contra o patrimô-nio da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território ou de Município quando não sejam julgados no estrangeiro.

Assinale:a) se somente a afirmativa I estiver correta.b) se somente a afirmativa II estiver correta.c) se somente a afirmativa III estiver correta.d) se somente as afirmativas II e III estiverem cor-

retas.e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

15. (UESPI/PC/PI/Delegado/2009) Com relação à lei penal no tempo, assinale a alternativa

correta:a) a lei penal mais benéfica é portadora da retroa-

tividade, mas não da ultratividade.b) a lei penal mais benéfica é portadora da ultrati-

vidade, mas não da retroatividade.c) uma lei penal em prejuízo do réu só poderá

retroagir antes de iniciado o processo penal.d) a lei penal incriminadora é portadora da ultra-

tividade.e) a lei penal descriminalizadora é portadora da

extratividade.

16. (Cespe/PC/RN/Delegado/2009) Assinale a op-ção correta com relação à lei penal no tem-

po e no espaço, à interpretação da lei penal e à imputabilidade penal:

a) caso uma empresa do ramo de madeireiras, após cometer toda ordem de crimes ambien-tais, tenha IP aberto contra si, a perquirição es-tatal deverá voltar-se contra crimes ambientais em tese praticados por pessoa jurídica, não po-dendo alcançar qualquer sócio ou diretor, pois não há, na legislação pátria, suporte jurídico para a chamada teoria da dupla imputação.

b) Gilberto, atualmente processado por crime não violento contra a liberdade sexual praticado, em tese, antes da Lei n. 11.106/2005, que revo-gou o inciso VII do art. 107 do CP (rol das causas extintivas da punibilidade), requereu que fosse reconhecida a causa extintiva, haja vista que casara com a dita vítima. Nessa situação, con-forme o entendimento mais recente do STF, o juiz deverá indeferir o pedido de Gilberto, já que o aludido inciso só poderia ser aplicado se já não estivesse, atualmente, revogado pela Lei n. 11.106/2005.

c) Bira, auxiliado por Giovane, sequestrou sua própria vizinha. Ocorreu que, em virtude de a família da vítima se negar a pagar o resgate, passaram-se mais de 15 dias desde o início do cativeiro. Nesse termo, ou seja, durante o período em que a vítima esteve sob a custódia dos réus, foi publicada lei nova (com vigência e eficácia imediata), aumentando a pena do cri-me em questão. Nessa situação, de acordo com a posição sumulada do STF, não será aplicada a lei nova em virtude da obrigatória aplicação da lei mais benéfica.

d) caso um cidadão alemão, dentro de uma em-barcação da Marinha Mercante Brasileira, anco-rada em porto holandês (local onde, em tese, não se pune o aborto), contribua para que sua esposa, francesa, pratique o abortamento, o território brasileiro não será considerado local de ocorrência da conduta, pois o navio estava ancorado em águas estrangeiras.

e) no sistema jurídico brasileiro, a lei é a expres-são máxima do positivismo, não sendo possível outras formas de expressão do direito.

17. (Movens/PC/PA/Delegado/2009) As leis têm, em regra, efeitos para o futuro. Consideran-

do que as leis penais seguem o princípio de que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal, assinale a opção correta:a) a exigência de lei criando tipos penais para

permitir a aplicação de sanção é garantia cons-titucional.

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b) é válida a descrição de conduta típica penal por medida provisória.

c) lei penal revogada permite apuração de fa-to ocorrido na sua vigência, mesmo quando a execução completa do fato tenha sido após a revogação.

d) lei penal que possa trazer benefício para o acu-sado não pode ser aplicada quando já julgado o caso.

18. (Funiversa/PC/DF/Delegado/2009) Consi-derando a legislação penal e a jurisprudên-

cia do Supremo Tribunal Federal (STF), assinale a alternativa incorreta acerca da aplicação da lei pe-nal:a) transitada em julgado a sentença condenatória,

compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.

b) a lei penal temporária é inaplicável a fatos ocorridos em sua vigência quando a lei poste-rior, também temporária, for mais benigna.

c) o entendimento do STF a respeito da posse de drogas para consumo pessoal não implicou “abolitio criminis”; houve uma despenalização, entendida como exclusão, para o tipo, das pe-nas privativas de liberdade.

d) segundo a teoria da atividade, se o autor de tiros for menor de 18 anos de idade à época dos tiros, ainda que a vítima morra depois de ele ter completado a maioridade penal, não poderá ele responder pelo delito.

e) a lei penal mais benigna possui retroatividade e ultratividade.

19. (IBDH/PC/RS/Delegado/2009) Analise as se-guintes assertivas.

I. Quanto ao lugar do crime, o Direito Penal brasi-leiro adotou a teoria do resultado e, quanto ao tempo do crime, a teoria da ubiquidade.

II. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

III. Suponha a hipótese de um agente que pratica quatro crimes de furto, em 01, 03, 10 e 14/12/06, numa mesma rua e utilizando idêntica maneira de execução; em 12.12.2006, sobrevêm nova lei penal que aumenta a pena deste crime; no caso, é possível afirmar, corretamente, que esta lei nova é aplicável a toda a série delitiva.

IV. Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativa-mente com a pena de multa; contravenção, a in-fração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

a) apenas I e IV.b) apenas II e III.c) apenas III e IV.d) todas as assertivas.e) nenhuma das assertivas.

20. (Funcab/PC/RO/Delegado/2009) A respeito das regras que tratam da aplicação da lei

penal, disciplinadas no Título I do Código Penal, é correto afirmar que:a) pela teoria da ubiquidade, considera-se prati-

cado o crime no momento da ação ou omissão, bem como no momento em que se produziu o resultado.

b) a lei excepcional ou temporária, uma vez findo o período de sua duração ou cessadas as cir-cunstâncias que a determinaram, não poderá retroagir para atingir os fatos ocorridos durante a sua vigência.

c) a lei penal mais grave aplica-se ao crime conti-nuado ou ao crime permanente, se a sua vigên-cia é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

d) a lei posterior favorável ao agente aplica-se aos fatos anteriores, exceto quando já decididos por sentença condenatória transitada em julga-do.

e) a pena cumprida no estrangeiro em nada in-terfere na aplicação da pena imposta no Brasil pelo mesmo crime.

21. (PC/MG/Delegado/2008) Com relação à lei penal no tempo e no espaço, assinale a afir-

mativa correta:a) apesar de, pela a “abolitio criminis” se deixar

de considerar determinado fato crime, inclu-sive alcançando o dispositivo fatos pretéritos objetivamente julgados, têm-se extintos apenas os efeitos penais das sentenças condenatórias, permanecendo, contudo, os efeitos civis.

b) não ficam sujeitos à lei brasileira os crimes co-metidos no estrangeiro contra a administração pública, por quem está a seu serviço.

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c) os crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir, cometidos por bra-sileiros no estrangeiro, ficam sujeitos à lei bra-sileira sempre que for o fato punível também no país em que foi praticado, não podendo a pena cumprida no estrangeiro atenuar a pena imposta no Brasil.

d) para os crimes permanentes, vigoram as regras da ultra-atividade mesmo ante a superveniên-cia de lei mais severa no decorrer da execução do delito.

22. (Acafe/PC/SC/Delegado/2008) Analise as al-ternativas e assinale a correta:

a) os prazos de natureza penal são improrrogá-veis e insuscetíveis de interrupção ou suspen-são.

b) os prazos do Código Penal são computados incluindo-se o dia do começo. Esta regra, en-tretanto, não se aplica aos prazos prescricio-nais ou decadenciais. Estes, por terem natureza processual, são contados conforme o Código de Processo Penal, isto é, excluindo-se o dia do começo.

c) na contagem dos prazos de natureza penal deve ser utilizado o calendário comum. O mês é contado de determinado dia à véspera do mesmo dia do mês seguinte. O ano é contado de certo dia até a véspera de dia de idêntico número do mesmo mês do ano seguinte, não importando seja bissexto qualquer deles.

d) não são desprezadas, nas penas privativas de liberdade, nem nas restritivas de direito, as frações de dia.

23. (Cespe/PC/TO/Delegado/2008) Na hipótese de o agente iniciar a prática de um crime

permanente sob a vigência de uma lei, vindo o deli-to a se prolongar no tempo até a entrada em vigor de nova legislação, aplica-se a última lei, mesmo que seja a mais severa.

24. (Acafe/PC/SC/Delegado/2008) Analise as al-ternativas a seguir. Todas estão corretas,

exceto a:a) o ordenamento penal brasileiro é aplicável, em

regra, ao crime cometido no território nacional. O Brasil adotou o princípio da territorialidade temperada: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no Brasil, mas não de modo absoluto, pois ficaram ressalvadas as exceções constan-tes de convenções, tratados e regras de direito internacional.

b) quanto ao tempo do crime, o Código Penal brasileiro adotou a teoria da atividade, isto é, considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que seja outro o momento do resultado.

c) a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr do dia em que o crime se consumou.

d) a lei excepcional ou temporária, embora decor-rido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado após a sua vigência.

25. (UFPR/PC/PR/Delegado/2007) Diz o artigo 5º do Código Penal: “Aplica-se a lei brasileira,

sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territó-rio nacional”. Sobre a lei penal no espaço, conside-re as seguintes afirmativas:I. Como regra, são submetidos à lei brasileira os

crimes cometidos dentro da área terrestre, do espaço aéreo e das águas fluviais e marítimas.

II. Consideram-se extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasi-leiro, onde quer que se encontrem.

III. É aplicável a lei brasileira aos crimes praticados à bordo de embarcações estrangeiras de pro-priedade privada que se encontrem em alto--mar.

IV. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometi-dos no estrangeiro, os crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.

Assinale a alternativa correta.a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.b) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

2. DO CRIME

2.1. Causalidade

QUESTÕES DISCURSIVAS

01. (Cespe/PC/PE/Delegado/2016) Otávio, maior e capaz, frequentava determinado bar e,

regularmente, jogava sinuca com Carlos, também maior e capaz. Em uma das partidas, eles se desen-tenderam e Otávio, com a intenção de matar Carlos,

410 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

aplicou-lhe dois golpes com uma faca, ferindo-o e fazendo-o sangrar. Imediatamente, o dono do bar e outras pessoas presentes no estabelecimento detiveram o autor do delito, acionaram a polícia e chamaram uma ambulância, que conduziu o ferido após os primeiros socorros terem sido prestados. No deslocamento para o hospital, a ambulância co-lidiu com um caminhão e, em razão exclusivamente da colisão, todas as pessoas que estavam na ambu-lância faleceram instantaneamente. Considerando a situação hipotética apresentada, redija um texto dissertativo destacando as teorias da relação de causalidade previstas no Código Penal e a teoria de causalidade aplicável à conduta de Otávio no que se refere ao falecimento de Carlos

02. (UESPI/PC/PI/Delegado/2009) José Arman-do desferiu um disparo de arma de fogo

contra Pedro Cassiano, com dolo de homicídio. Em decorrência do disparo, a vítima, que foi atingida em região não vital, foi posta em ambulância para ser levada ao Hospital de Urgência de Teresina. No trajeto em direção ao hospital, a ambulância sofreu acidente, capotando três vezes. Em decorrência do acidente, a vítima teve a cabeça esmagada, vindo a falecer. Seu atestado de óbito acusa como “causa mortis” traumatismo craniano. José Armando deve responder por alguma conduta? Em caso positivo, qual? Fundamente e justifique a resposta com base no ordenamento jurídico pátrio.

QUESTÕES OBJETIVAS

26. (Fapems/MS/PC/Delegado/2017) A partir da narrativa a seguir e considerando as classes

de crimes omissivos, assinale a alternativa correta. Artur, após subtrair aparelho celular no interior de um mercado, foi detido por populares que o amar-raram em um poste de iluminação. Acabou agredido violentamente por Valdemar, vítima da subtração, que se valeu de uma barra de ferro encontrada na rua. Alice tentou intervir, porém foi ameaçada por Valdemar. Ato contínuo, Alice, verificando a grave situação, correu até um posto da Polícia Militar e relatou o fato ao soldado Pereira, que se recusou a ir até o local no qual estava o periclitante, alegando que a situação deveria ser resolvida unicamente pelos envolvidos. Francisco, segurança particular do mercado, gravou a agressão e postou as imagens em rede social com a seguinte legenda: “Aí mano, em primeira mão: outro pra vala”. Artur morreu em decorrência de trauma craniano.

a) Pereira poderá ser indiciado pela prática de crime omissivo impróprio.

b) Pereira poderá ser indiciado pela prática de crime omissivo próprio.

c) Alice poderá ser indiciada pela prática de crime omissivo próprio.

d) Alice poderá ser indiciada pela prática de crime omissivo impróprio.

e) Francisco poderá ser indiciado pela prática de crime comissivo por omissão.

27. (UESPI/PC/PI/Delegado/2014) Considere o se-guinte caso: Uma pessoa A, totalmente inex-

periente no manejo de arma de fogo, dispara com intenção de matar B, mas a uma distância a partir da qual nenhum observador acreditaria ser possí-vel acertar o alvo, mesmo para o mais experiente atirador. Não obstante, o disparo de A alcança e mata B. Tomando em conta a teoria da imputação objetiva, como formulada por Claus Roxin e Gunter Jakobs, pode-se afirmar que:a) existe nexo de causalidade, vez que o disparo

de A foi uma condição sem a qual o resultado (morte de B) não teria ocorrido.

b) existe nexo de causalidade, vez que o resultado era previsível e evitável e havia dolo por parte de A.

c) inexiste nexo de causalidade, pois temos con-causa superveniente absolutamente indepen-dente que, sozinha, causou o resultado.

d) inexiste nexo de causalidade, pois, em uma análise “ex ante”, não havia previsibilidade do resultado, vez que a conduta de A, analisada por um observador isento, não seria idônea para criar um risco proibido ao bem jurídico.

e) existe nexo de causalidade, pois a conduta, além de dolosa, foi idônea a expor um bem jurídico a risco proibido, bem como o resultado lesivo, além de possível, chegou a ocorrer.

28. (Cespe/PC/BA/Delegado/2013) As causas ou concausas absolutamente independentes e

as causas relativamente independentes constituem limitações ao alcance da teoria da equivalência das condições.

29. (Fumarc/PC/MG/Delegado/2011) Consi-derando-se a relação de causalidade, é in-

correto afirmar que:a) o Código Penal adota a teoria da equivalência

dos antecedentes causais.

411

b) a superveniência de causa relativamente in-dependente exclui o crime quando, por si só, produzir o resultado, podendo, entretanto, os fatos anteriores serem imputados a quem os praticou.

c) o agente que efetua disparo de arma de fogo contra outrem, atingindo-o e, arrependido, leva a vítima para o hospital, vindo esta a falecer, em razão de infecção hospitalar, responde pelo crime de homicídio consumado.

d) pratica crime comissivo por omissão, o delega-do de polícia que, de forma indulgente, deixa de lavrar auto de prisão em flagrante no qual o conduzido é seu vizinho.

30. (Acafe/PC/SC/Delegado/2008) “Alpha”, com intenção de matar, põe veneno na comida

de “Beta”, seu desafeto. Este, quando já está to-mando a refeição envenenada, vem a falecer exclu-sivamente em consequência de um desabamento do teto. No exemplo dado, é correto afirmar que “Alpha” responderá tão-somente por tentativa de homicídio, porquanto:a) o desabamento é causa concomitante relativa-

mente independente da conduta de “Alpha”, que exclui o nexo causal entre esta e o resulta-do “morte”.

b) o desabamento é causa superveniente relati-vamente independente da conduta de “Alpha”, que exclui o nexo causal entre esta e o resulta-do “morte”.

c) o desabamento do teto é causa superveniente absolutamente independente da conduta de “Alpha”, que exclui o nexo causal entre esta e o resultado “morte”.

d) o desabamento é causa concomitante absolu-tamente independente da conduta de “Alpha”, que exclui o nexo causal entre esta e o resulta-do “morte”.

2.2. Crime (Consumado, Tentado)

QUESTÕES DISCURSIVAS

03. (Acadepol/PC/MG/Delegado/2008) O que são antefatos e pós-fatos impuníveis e co-

mo são eles interpretados pelos princípios normati-vos do direito penal. Exemplifique.

04. (NCE/PC/DF/Delegado/2007) Como podem ser diferenciados os atos preparatórios dos

atos de execução?

05. (UFAP/PC/Delegado/2006) Discorra sobre o “iter criminis”, abordando, no mínimo: (i)

a definição do termo; (ii) as fases que o compõem; (iii) a natureza jurídica da tentativa; (iv) a tentativa perfeita e imperfeita; (v) os crimes que não admi-tem tentativa; (vi) o critério para a diminuição da pena; (vii) consumação; (viii) exaurimento.

QUESTÕES OBJETIVAS

31. (Cespe/PC/PE/Delegado/2016) O CP, em seu art. 14, assevera que o crime estará consu-

mado quando o fato reunir todos os elementos da definição legal. Para tanto, necessária será a realização de um juízo de subsunção do fato à lei. Acerca do amoldamento dos fatos aos tipos penais, assinale a opção correta:a) a conduta de constituir, organizar, integrar, man-

ter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP configura crime contra a paz pública, sendo considerada como crime vago, uma vez que o sujeito passivo é a coletividade.

b) a doutrina e a jurisprudência são unânimes ao afirmar que configura crime de desacato quan-do um tenente da polícia militar, no exercício de sua função, ofende verbalmente, em razão da função exercida, um de seus subordinados.

c) amolda-se no tipo legal de calúnia, previsto nos crimes contra a honra, a conduta de instaurar investigação policial contra alguém, imputando--lhe crime de que se sabe ser inocente.

d) constituem crime de corrupção ativa, praticado por particular contra a administração geral, as condutas de dar, oferecer ou prometer dinhei-ro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação.

e) a fraude processual será atípica, se a inovação artificiosa do estado de coisa, de pessoa ou de lugar, com o fim de induzir a erro o juiz, ocorrer antes de iniciado o processo penal.

32. (Funiversa/PC/DF/Delegado/2015) Acerca da culpabilidade, da tentativa, da culpa impró-

pria, da irretroatividade da lei penal mais gravosa e da aplicação da lei penal no espaço, assinale a alternativa correta:

412 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

a) o crime de roubo é qualificado se a subtração for de veículo automotor que venha a ser trans-portado para outro estado ou para o exterior.

b) suponha que um chinês, a bordo de um na-vio privado brasileiro, falsifique dólares norte--americanos enquanto a embarcação navega em águas do domínio público internacional. Nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, um marroquino atira contra um australiano. Con-soante o Código Penal brasileiro e os cenários hipotéticos mencionados, aplicar-se-á a lei nor-te-americana ao crime de falsificação de papel--moeda (em razão do bem jurídico violado) e a lei australiana ao crime de homicídio (em virtude do princípio da nacionalidade passiva).

c) consoante a teoria extremada da culpabilidade, configura-se erro de tipo permissivo quando o agente, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Nesta hipó-tese, admite-se a punição a título de culpa se o fato for punível a título culposo.

d) admite-se a forma tentada no crime impropria-mente culposo.

e) segundo o STF, a lei penal mais grave aplica--se ao crime permanente, mas não ao crime continuado, se a vigência da lei é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

33. (Funiversa/PC/DF/Delegado/2015) Quanto às fases de realização da infração penal e à

tentativa, assinale a alternativa correta:a) os crimes tentados podem ter a mesma pena

dos crimes consumados, a depender do grau alcançado no “iter criminis”.

b) tentativa abandonada ou qualificada ocorre quando há interrupção do processo executório em razão de o agente não praticar todos os atos de execução do crime por circunstâncias alheias à sua vontade.

c) no que diz respeito às fases do “iter criminis”, o auxílio à prática de crime, salvo determinação expressa em contrário, não é punível se o crime não chegar a ser, ao menos, tentado.

d) os crimes omissivos, sejam próprios ou impró-prios, não admitem tentativa.

e) tentativa incruenta é aquela em que o agente, arrependendo-se posteriormente, pratica atos para evitar que o crime venha a se consumar.

34. (UEL/PC/PR/Delegado/2013) Leia o texto a se-guir: “Paulo, diante de séria discussão com

Pedro, dirigiu-se até a sua residência e, visando causar mal injusto contra este, apanhou uma arma de fogo e, de dentro de seu quintal mas em direção à via pública, efetuou vários disparos contra a pes-soa de Pedro. Vale ressaltar que Paulo tinha regis-tro de sua arma de fogo e que Pedro foi socorrido por terceiros e não veio a óbito”. Diante do caso exposto, Paulo responderá pelo crime de:a) tentativa de homicídio, em concurso material

com o crime de disparo de arma de fogo, por força do art. 69 do Código Penal.

b) tentativa de homicídio, em concurso formal com o crime de disparo de arma de fogo, por força do art. 70 do Código Penal.

c) tentativa de homicídio, não respondendo pelo crime de disparo de arma de fogo, haja vista que este é crime subsidiário.

d) tentativa de homicídio, em continuidade delitiva com o crime de disparo de arma de fogo, por força do art. 71 do Código Penal.

e) disparo de arma de fogo, não respondendo pe-la tentativa de homicídio, haja vista que o crime definido no art. 15 da Lei 10.826/2003 tutela a segurança pública.

35. (PC/SP/Delegado/2011) Na tentativa branca ou incruenta:

a) o agente sequer inicia os atos executórios.b) o agente impede voluntariamente a consuma-

ção do delito.c) o agente limpa o local do crime após a consu-

mação.d) o corpo da vítima não derrama sangue.e) o agente não atinge o objeto material do delito.

36. (Cefet/PC/BA/Delegado/2008) Por “iter crimi-nis” compreende-se o conjunto de:

a) atos de execução do delito.b) atos preparatórios antecedentes ao delito.c) atos de consumação do delito.d) fases pelas quais passa o delito.e) atos de cogitação.

2.3. Arrependimento Eficaz/Posterior

QUESTÕES OBJETIVAS

37. (Acafe/PC/SC/Delegado/2014) De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta:

a) pelo resultado que agrava especialmente a pe-na, só responde o agente que não o houver causado ao menos culposamente.

413

b) nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituí-da a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

c) o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e não permite a punição por crime culposo.

d) é passível de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Haverá isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

e) não responde pelo crime o terceiro que deter-mina o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal.

38. (Aroeira/PC/TO/Delegado/2014) Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça

à pessoa, o agente que voluntariamente repara o dano, depois do recebimento da denúncia ou da queixa, mas antes do julgamento:a) ficará com sua pena inalterada.b) terá a pena reduzida de um a dois terços.c) terá a pena atenuada.d) ficará isento de pena.

39. (UEG/PC/GO/Delegado/2008) Sobre a repa-ração do dano no direito penal, é correto

afirmar:a) o arrependimento posterior, previsto no art. 16

do Código Penal, somente tem aplicação aos delitos patrimoniais dolosos.

b) nos delitos tributários, o parcelamento do dé-bito, após o oferecimento da denúncia, não acarreta consequências na seara punitiva.

c) tratando-se de peculato culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade, se lhe é posterior, não produz qualquer efeito.

d) a reparação do dano realizada após o recebimen-to da denúncia ou queixa e antes do julgamento traz reflexos no campo punitivo, vez tratar-se de uma circunstância atenuante genérica.

2.4. Crime Impossível

SÚMULAS STF

STF 145. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

QUESTÕES OBJETIVAS

40. (Fapems/MS/PC/Delegado/2017) Toda ação criminosa, advinda de conduta dolosa, é

antecedida por uma ideação e resolução crimino-sa. O sujeito percorre um caminho que vai da con-cepção da ideia até a consumação. A esse caminho dá-se o nome de iter criminis, o qual é composto por fase interna (cogitação) e fases externas ao agente (atos preparatórios, executórios e consu-mação). Diversas situações podem ocorrer duran-te o desenvolvimento das ações dirigidas ao fim do crime. Assinale a alternativa que expressa de forma correta uma dessas situações, seja na fase interna ou externa.a) Na tentativa o sujeito dá início aos atos executó-

rios da conduta, os quais deixa voluntariamente de praticar em virtude de circunstâncias alheias a sua vontade, recebendo, como consequência, diminuição na pena fina aplicada.

b) O arrependimento posterior ocorre após o tér-mino dos atos executórios, porém, antes da consumação. Nesse caso, o sujeito responderá pelo crime, mas sua pena será reduzida se re-parados os danos causados.

c) A desistência voluntária caracteriza- verdadei-ra “ponte de ouro” ao infrator que impede a consumação do crime após o término dos atos executórios, isentando-o de qualquer responsa-bilidade pelos danos causados.

d) O crime impossível demanda o início dos atos executórios do crime pelo agente, eximindo-o de responsabilidade penal pelo crime almeja-do, respondendo, todavia, pelos atos anterio-res que forem considerados ilícitos.

e) Os atos preparatórios do crime não são pu-nidos, mesmo que caracterize em si conduta tipificada, em virtude da teoria finalista da ação que direciona a punição para a finalidade do crime e não para os meios de sua prática.

41. (Cespe/PC/AL/Delegado/2012) Considere que Pedro, penalmente imputável, pretendendo

matar Rafael, seu desafeto, aponta em sua direção uma arma de fogo e aperta o gatilho por diversas vezes, não ocorrendo nenhum disparo em razão de defeito estrutural da arma que, de forma absoluta, impede o seu funcionamento. Nessa situação, Pedro será punido pela tentativa delituosa, porquanto agiu com manifesta vontade de matar José.

414 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

2.5. Crime (Doloso, Culposo)

QUESTÕES OBJETIVAS

42. (Cespe/PC/BA/Delegado/2013) Suponha que em naufrágio de embarcação de grande

porte, tenha havido tombamento das cabines e de-mais dependências, antes da evacuação da embar-cação e resgate dos passageiros e, em razão desse fato, os sobreviventes tenham sofrido diversos ti-pos de lesões corporais e centenas tenham mor-rido por politraumatismo e afogamento. Caso seja comprovada imperícia, negligência ou imprudência da tripulação, esta poderá responder judicialmente pelo crime de homicídio em relação às mortes ocor-ridas no naufrágio.

43. (PC/SP/Delegado/2011) Há algum ponto de semelhança entre condutas praticadas com

culpa consciente e dolo eventual? Aponte a alterna-tiva correta:a) sim, tanto na culpa consciente quanto no dolo

eventual há a aceitação do resultado.b) sim, tanto na culpa consciente quanto no dolo

eventual o agente prevê o resultado.c) não, não há nenhum ponto de semelhança nas

condutas em questão.d) sim, em ambas o elemento subjetivo da condu-

ta é o dolo.e) não, pois a aceitação do resultado na culpa

consciente é elemento normativo da conduta.

44. (UEG/PC/GO/Delegado/2008) Sobre o dolo, é correto afirmar:

a) o dolo direto de segundo grau compreende os meios de ação escolhidos para realizar o fim, incluindo os efeitos secundários representados como certos ou necessários, independentemen-te de serem esses efeitos ou resultados deseja-dos ou indesejados pelo autor.

b) age com culpa consciente aquele químico que manipula fórmulas para produção de alimentos sem as devidas cautelas relativas à contamina-ção; no entanto, sabedor do perigo, continua a atuar e acaba, desse modo, causando lesão à saúde dos consumidores.

c) no dolo de primeiro grau, o agente busca indi-retamente a realização do tipo legal.

d) o Código Penal pátrio, no artigo 18, inciso I, ado-tou somente a teoria da vontade.

45. (PC/MG/Delegado/2008) Com relação aos elementos subjetivos do tipo penal, assinale

a alternativa incorreta:a) a culpa imprópria se refere à hipótese de ocor-

rência da discriminante putativa do erro evitá-vel pelas circunstâncias.

b) a distinção entre dolo eventual e culpa cons-ciente reside na aceitação do resultado que, embora previsto subjetivamente em ambos os casos, somente ocorre na hipótese dolosa.

c) é conhecido como dolo direto de primeiro grau aquele relacionado aos fins propostos e aos meios escolhidos pelo agente para a prática de delito.

d) no crime culposo, a conduta ativa ou omissiva manifestada pelo sujeito ativo é penalmente irrelevante sempre se dirigindo a fins lícitos e somente faz surgir a responsabilidade criminal quando dá causa a resultado lesivo desejado por inobservância de dever objetivo de cuidado.

2.6. Erro (Elementos do Tipo, Pessoa, Ilicitude do Fato)

QUESTÕES DISCURSIVAS

06. (Cespe/PC/AL/Delegado/2012) Considere as situações hipotéticas a seguir. Maria, pe-

nalmente imputável, ao sair de uma festa, recolheu junto à mesa em que sentava uma bolsa com carac-terísticas e cores semelhantes à sua, imaginando tratar-se de objeto próprio. José, penalmente im-putável, quer matar João, seu desafeto, todavia, ao apontar-lhe uma arma de fogo, erra acidentalmente o disparo, vindo a atingir o seu próprio pai, que estava ao lado de João. O pai de José falece e João nada sofre. Com base nas situações apresentadas, redija um texto dissertativo, abordando, necessa-riamente os aspectos a seguir: (i) conceituação dos erros incorridos por Maria e José; (ii) consequências penais para cada uma das situações; (iii) previsão legal para cada uma das situações aventadas.

07. (NCE/PC/DF/Delegado/2007) Qual a conse-quência da adoção da teoria limitada da

culpabilidade para as descriminantes putativas? Exemplifique.

08. (Fumarc/Fumarc/PC/MG/Delegado/2011)Estabeleça a distinção entre o desconheci-

mento da lei, o erro sobre a ilicitude do fato e as descriminantes putativas, indicando as respectivas consequências jurídico-penais.

415

QUESTÕES OBJETIVAS

46. (Fapems/MS/PC/Delegado/2017) Não acei-tando o término do casamento, Felinto man-

teve Isaura por uma hora e meia sob a mira de um revólver. Durante esse tempo, o Delegado Moraes negociou a rendição de Felinto. Aos prantos, re-petia que liberaria a ex-mulher, contudo efetuaria disparo contra a sua cabeça, pondo fim à própria vida, pois não viveria sem sua amada. Passados mais alguns minutos, decidiu liberar Isaura. Ainda transtornado e de arma em punho, dirigiu-se à saída do local onde estava acuado pelos policiais e, inesperadamente, ao invés de se entregar, apontou o revólver aos integrantes do grupo tático, gritando que efetuaria um disparo. Nesse momento, vendo uma ameaça em Felinto, pois estava prestes a atirar contra os policiais, o Delegado Moraes efetuou dis-paro mortal. Em seguida, ao se aproximar do corpo da vítima, verificou que a arma de Felinto não esta-va municiada. Visando a evitar qualquer responsa-bilização penal, a defesa técnica de Moraes deverá suscitar que ele atuou em contexto de:a) erro de tipo permissivo invencível.b) erro determinado por terceiro.c) erro de tipo incriminador invencível.d) legítima defesa própria.e) erro de proibição invencível.

47. (Cespe/PC/BA/Delegado/2013) Tanto a con-duta do agente que age imprudentemente,

por desconhecimento invencível de algum elemento do tipo quanto a conduta do agente que age acredi-tando estar autorizado a fazê-lo ensejam como con-sequência a exclusão do dolo e, por conseguinte, a do próprio crime.

48. (MSConcursos/PC/PA/Delegado/2012)Quanto ao erro do tipo, analise as alternati-

vas e assinale a incorreta:a) O erro incriminador essencial escusável está

previsto no Código Penal em seu art. 20, caput, 1ª parte e § 1º, 1ª parte. Ocorre quando, sobre o elemento constitutivo do tipo legal de cri-me, exclui o dolo. Há uma discriminante putativa isentando de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.

b) O erro incriminador essencial inescusável está previsto no Código Penal, em seu art. 20, ca-put, 2ª parte e § 1º, 2ª parte. Ocorre quando o agente age de forma descuidada. Exclui o dolo,

mas, não afasta a culpa. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Assim, o agente responderá por crime culposo, quando previsto em lei.

c) Responderá pelo delito aquele que furtar biju-teria, acreditando ser um diamante, uma vez que não haverá o reconhecimento do princípio da insignificância. Tal erro não exclui o crime porque a simples troca de objetos não impede a tipificação do delito e configuração do dolo. No erro de tipo acidental sobre o objeto, o réu não poderá ser beneficiado, pois, de qualquer forma o agente praticou ato ilícito. No exem-plo mencionado, responderá perante a justi-ça, pelo crime descrito no art. 155, caput, CP. O sujeito imagina que sua conduta recairá sobre uma determinada coisa, enquanto, na verdade, recai sobre outra, mas sua vontade de furtar prevalece.

d) O erro de tipo incriminador essencial inescu-sável não exclui o dolo e, portanto, o agente responderá pelo crime. É aquele que vicia a vontade, mas não a exclui. O “error in persona”, contra o qual o crime é praticado, não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Está previsto no artigo 20, § 3º do Código Penal.

e) O erro do tipo incriminador acidental está sub-dividido em “error in objeto”, “error in per-sona”, “aberratio ictus”, aberratio criminis e aberratio causae.

49. (Cespe/PC/AL/Delegado/2012) O erro de ti-po, se vencível, afasta o dolo e a culpa,

estando diretamente ligado à tipicidade da conduta do agente.

50. (Funcab/PC/RJ/Delegado/2012) O erro é a falsa representação da realidade ou o falso

ou equivocado conhecimento de um objeto. Acerca desse tema, é incorreto afirmar que:a) quando o erro do agente recai sobre a existên-

cia ou sobre os limites de uma causa de justifi-cação, tem-se o erro de proibição.

b) no erro de tipo essencial escusável há exclusão da tipicidade.

c) o Código Penal adotou a teoria estrita da cul-pabilidade acerca do erro incidente sobre as causas de justificação.

416 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

d) o erro acidental atinge os aspectos ou dados secundários do delito.

e) no erro de proibição inescusável, o agente po-derá ter a pena atenuada.

51. (Fumarc/PC/MG/Delegado/2011) Com relação ao erro de tipo e ao erro de proibição, assi-

nale a alternativa incorreta:a) o erro de tipo permissível inescusável é aquele

que recai sobre situação de fato, excluindo a culpabilidade dolosa, mas permitindo a punição do agente a título de culpa.

b) de acordo com a teoria extremada da culpabi-lidade, todo e qualquer erro que recaia sobre uma causa de justificação é erro sobre a ilicitu-de do fato.

c) o erro, sobre a causa do resultado, afasta o dolo ou a culpa, tendo em vista que recai sobre elemento essencial do fato.

d) o erro de proibição mandamental é aquele que recai sobre uma norma impositiva e, se inevitá-vel, isenta o agente de pena.

52. (PC/SP/Delegado/2011) Na “aberratio ictus”:a) o agente erra a pessoa que pretendia

atingir.b) o agente erra no uso dos meios de execução.c) o agente erra sobre a qualificadora.d) o agente erra o objeto que pretendia atingir.e) ocorre erro sobre o nexo causal.

53. (Cespe/PC/ES/Delegado/2011) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de

pena; e, se evitável, poderá diminuí-la, de um sex-to a um terço. Tal modalidade de erro, segundo a doutrina penal brasileira, pode ser classificada adequadamente como erro de tipo e pode, em circunstâncias excepcionais, excluir a culpabilidade pela prática da conduta.

54. (Unemat/PC/MT/Delegado/2010) Ciente de que “errar humam est”, ou seja, que o erro

faz parte do cotidiano do homem, assinale a alter-nativa correta.a) O erro de tipo, que também já foi chamado de

erro de fato, sempre se prestou a excluir a tipi-cidade.

b) A figura do erro de tipo recai sobre os elemen-tos objetivos e subjetivos constitutivos do tipo.

c) O marinheiro, que é preso no Brasil em posse de lança-perfume quando vinha da Argentina,

acreditando que tal droga é permitida neste país, atua em verdadeiro erro de tipo.

d) A doutrina considera que quando o agente pu-der conhecer a ilicitude de sua conduta me-diante o “esforço de sua inteligência”, o erro de proibição será inescusável.

e) Aquele que erra sobre o conceito de funcioná-rio público, supondo que seu companheiro de empreitada criminosa não o seja, atua em erro de tipo e não em erro de subsunção.

55. (Funiversa/PC/DF/Delegado/2009) A respeito da tipicidade penal, assinale a alternativa

incorreta:a) o erro de tipo, se escusável, exclui o dolo e a

culpa.b) no crime de omissão de socorro, somente se

torna relevante para o Direito Penal caso o agente tenha o dever de agir.

c) a real consciência do injusto penal é pressupos-to elementar da culpabilidade; por conseguinte, o desconhecimento da norma penal, quando inevitável, exclui a culpabilidade.

d) no dolo eventual, o sujeito representa o resulta-do como de produção provável e, embora não queira produzi-lo, continua agindo e admitindo a sua eventual produção.

e) caracteriza o erro de proibição a conduta do agente que se apossa de coisa alheia móvel, su-pondo, nas circunstâncias, ter sido abandonada pelo proprietário.

56. (UESPI/PC/PI/Delegado/2009) Juan, 19 anos, argentino residente em Córdoba/Argentina,

recebeu um convite de seu amigo Pedro, brasileiro, residente em Teresina, para passar as férias no Delta do Parnaíba. Juan, entusiasmado com a pos-sibilidade de conhecer o Brasil, aceitou o convite. Porém, Pedro, quando convidou o amigo, solicitou que trouxesse consigo 10 vidros de lança perfume (cloreto de etila), e Juan, tendo total desconheci-mento de que esta substância fosse proibida no Brasil, pois na Argentina tal substância circula livre-mente, prontamente atendeu ao pedido. Sendo Juan, em tese, apreendido com tal mercadoria, que excludente é possível alegar ao seu favor?a) a excludente é o erro de tipo inevitável, que

afasta o dolo e a culpa.b) a excludente é o erro de tipo evitável, que afas-

ta o dolo, mas permite a punição por culpa.c) a excludente é o erro de proibição, que afasta

a ilicitude do fato.

417

d) a excludente é o erro de proibição, que afasta o potencial conhecimento da ilicitude do fato.

e) a excludente é o erro na execução, que também é chamado de aberratius ictus.

57. (IBDH/PC/RS/Delegado/2009) Analise as se-guintes alternativas e marque a incorreta.

a) Uma das hipóteses de extraterritorialidade in-condicionada da lei penal brasileira manifesta--se quando o crime é de genocídio e o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.

b) O Código Penal brasileiro contempla hipóteses de crimes de atentado.

c) O agente “A”, querendo matar “B”, efetua dois disparos de arma de fogo na região do abdô-men de “B” e foge, mesmo tendo, ainda, quatro projéteis para disparar, pois pensou que os atos praticados eram suficientes para produzir a morte de “B”. Contudo, momentos depois, arrependido, volta ao local do crime para pres-tar socorro, onde não mais encontra B”, que já havia sido removido para um hospital por uma ambulância chamada por “C”, que se encontra-va nas imediações. “B” não morre, em virtude do socorro recebido. A situação jurídica na qual o agente “A” se encontra pode ser classificada, corretamente, como de tentativa de homicídio.

d) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto cm lei.

e) Não pratica ação antijurídica do ponto de vista penal quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.

58. (Ceperj/PC/RJ/Delegado/2009) Sobre a Teo-ria do Erro, analise as proposições abaixo e,

em seguida, assinale a opção correta.I. em situação de erro determinado por terceiro,

somente responderá pelo crime este terceiro.II. em situação de erro provocado por terceiro,

não se pune o provocador que agiu com negli-gência.

III. incorre em erro de proibição quem, fundada e concretamente, julga atuar conforme o direito, por supor juridicamente permitida sua atuação.

IV. o cidadão holandês que, em sua primeira visita ao Brasil, desembarca com pequena quanti-dade de droga ilícita para consumo pessoal, imaginando que tal fosse permitido entre nós, como em seu país de origem, incide em erro de proibição.

V. erro de tipo consiste na ausência ou na falsa representação da realidade, razão pela qual o agente responderá por crime culposo, se culpa existir (erro evitável) e desde que o tipo penal de que se trate preveja a forma culposa.

a) somente uma das proposições está errada.b) somente duas das proposições estão erradas.c) somente as proposições IV e V estão corretas.d) todas as proposições estão corretas.e) somente as proposições I e IV estão erradas.

59. (Acafe/PC/SC/Delegado/2008) Sobre o erro de tipo essencial, que recai sobre elemento

constitutivo do tipo legal de crime, é correto afirmar que:a) exclui o dolo somente quando for evitável.b) permite a redução da pena, se for inevitável.c) sempre exclui o dolo, seja evitável, seja inevitá-

vel, mas permite a punição por crime culposo, se houver previsão legal dessa modalidade.

d) sempre exclui o dolo e a culpa quer seja inevi-tável ou evitável.

2.7. Coação Irresistível e Obediência Hierárquica

QUESTÕES OBJETIVAS

60. (Funcab/PC/PA/Delegado/2016) No que con-cerne à exigibilidade de conduta diversa e

hipóteses de sua exclusão, é correto afirmar que a:a) embriaguez proveniente de caso fortuito é hi-

pótese de inexigibilidade de conduta diversa.b) exclusão da culpabilidade pela obediência hie-

rárquica exige ordem não manifestamente ile-gal.

c) coação moral resistível é considerada causa su-pralegal de inexigibilidade de conduta diversa.

d) coação irresistível. física ou moral, conduz á inexigibilidade de conduta diversa.

e) exigibilidade de conduta diversa é elemento da culpabilidade criado pelas teorias funcionalis-tas.

61. (Cespe/PC/PB/Delegado/2009) Acerca das excludentes de culpabilidade, da imputabi-

lidade e do concurso de pessoas, assinale a opção correta:a) exclui a culpabilidade do crime, por inexigibili-

dade de conduta diversa, a coação física irresis-tível ou vis absoluta.

418 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

b) na prática de crime em obediência hierárquica, se a ordem não for manifestamente ilegal, o subordinado e o superior hierárquico não res-pondem por crime algum.

c) dividem-se os crimes em monossubjetivo e plu-rissubjetivo, sendo que somente neste último pode ocorrer concurso de pessoas.

d) a participação de menor importância configu-ra exceção à teoria monista, adotada pelo CP quanto ao concurso de pessoas.

e) ocorrendo coação moral resistível, não se afas-ta a culpabilidade, havendo simplesmente reco-nhecimento de atenuante genérica.

62. (UESPI/PC/PI/Delegado/2009) Com relação às excludentes da tipicidade, da ilicitude e da

culpabilidade, marque, à luz da legislação penal, a opção correta:a) o estrito cumprimento do dever legal e a obe-

diência hierárquica são excludentes da ilicitude.b) a coação moral irresistível e a legítima defesa

são excludentes da culpabilidade.c) a embriaguez voluntária e a menoridade penal

são excludentes da imputabilidade.d) a coação moral irresistível e o erro de proibição

são excludentes da culpabilidade.e) o princípio da insignificância exclui a ilicitude.

2.8. Exclusão de Ilicitude

QUESTÕES DISCURSIVAS

09. (UESPI/PC/PI/Delegado/2015) Tirésias, maior, chegando ao saguão de seu prédio, encon-

tra-se com Lábdaco, empresário, pai de família, ci-dadão aparentemente acima de qualquer suspeita e morador do mesmo edifício. Lábdaco lhe aborda, afirmando ter recebido uma ligação de Eutífron, vizinho do mesmo andar de Tirésias, pedindo-lhe emprestado um pouco de sal que faltava em sua residência. Lábdaco afirmou ter posto o sal em um pequeno saco plástico, porém, como descera apressado, teria esquecido de passar, antes, no apartamento de Eutífron para deixar o mantimento. Vendo a chegada de Tirésias, Lábdaco narrou-lhe o ocorrido e pediu que levasse o saco plástico con-tendo um punhado de sal para Eutífron. Ocorre que, em verdade, Lábdaco, por motivo desconheci-do, nutria um ódio secreto por Eutífron e desejava sua morte. O saco plástico entregue por Tirésias a Eutífron continha, em verdade, veneno letal, fato que jamais poderia ter sido previsto por Tirésias.

Após ingerir a substância, imaginando tratar-se de sal, Eutífron vem a falecer. Considerando a situação narrada e o fato de que Lábdaco é portador de esquizofrenia, porém não se encontrava em crise no momento dos fatos, visto estar em bem sucedi-do tratamento utilizando anti-psicóticos, responda: (a) Há crime(s) que possa(m) ser imputado(s) a Tirésias? Em caso de resposta positiva, explicite o(s) tipo(s) penal(is) e justifique(os). Em caso de resposta negativa, igualmente justifique e explicite a razão de exclusão do delito. (b) Há crime(s) que possa(m) ser imputado(s) a Lábdaco? Em caso de resposta positiva, explicite o(s) tipo(s) penal(is) e justifique(os). Em caso de resposta negativa, igual-mente justifique e explicite a razão de exclusão do delito.

10. (Vunesp/PC/SP/Delegado/2014) O delegado de polícia a quem é apresentada ocorrência

envolvendo policial que, utilizando de força e cau-sando lesão corporal, atua fazendo cessar agressão a outrem, deve reconhecer atuação do policial em legítima defesa ou em estrito cumprimento de de-ver legal? Justifique.

11. (NCE/PC/DF/Delegado/2007) A inexigibilidade de conduta diversa pode ser concebida como

uma causa supralegal de exclusão da culpabilidade? Exemplifique e justifique.

QUESTÕES OBJETIVAS

63. (Ibade/PC/AC/Delegado/2017) Acerca do consentimento real do ofendido, é correto

afirmar que:a) o consentimento, para ser válido, pressupõe

que o titular do bem jurídico atingido possua capacidade de entendimento quanto ao caráter e à extensão da autorização.

b) invariável e indiscutivelmente, a vida humana é um bem jurídico indisponível, de sorte que não pode ser objeto de consentimento para sua extinção.

c) se uma pessoa autoriza que médico aplique determinado medicamento em seu corpo, su-portando efeitos severamente prejudiciais à saúde inerentes ao uso da substância, os quais desconhecia, o consentimento real se mantém válido, pois é a vítima quem deve buscar todas as informações sobre as consequências de sua autorização.

d) de acordo com a doutrina de Claus Roxin, o con-sentimento do ofendido exclui a antijuridicidade

419

da conduta praticada, jamais recaindo sobre a esfera da tipicidade.

e) em regra, o consentimento deve ser anterior à ação consentida, mas nada impede seu re-conhecimento mesmo quando posterior, como no caso de ausência de representação do ofen-dido no crime de lesão corporal leve, hipótese em que o crime deixa de existir.

64. (Vunesp/PC/CE/Delegado/2015) Considera-se em estado de necessidade quem:

a) pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, ainda que nas circunstâncias seja exigível sacri-fício.

b) exclusivamente em situação de calamidade pú-blica, pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era ra-zoável exigir-se.

c) pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era ra-zoável exigir-se.

d) exclusivamente em situação de calamidade pú-blica, pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio (excluído direito alheio), cujo sacrifício, nas circunstân-cias, não era razoável exigir-se.

e) pratica o fato para salvar de perigo iminente ou atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, ainda que nas circunstâncias seja exigí-vel sacrifício.

65. (Funcab/PC/ES/Delegado/2013) Gertrudes, para ir brincar o carnaval, deixou dormindo

em seu apartamento seus filhos Lúcio, de cinco anos de idade, e Lígia, de sete anos de idade. As crianças acordaram e, por se sentirem sós, começaram a chorar. Os vizinhos, ouvindo os choros e chamamen-tos das crianças pela janela do apartamento, que ficava no terceiro andar do prédio, arrombaram a porta, recolheram as crianças e entregaram-nas ao Conselho Tutelar. Logo, pode-se afirmar que Gertru-des deve responder pelo crime de:a) perigo a vida ou saúde de outrem e os vizinhos

não praticaram crime, pois estavam agindo em legítima defesa de terceiros.

b) abandono de incapaz e os vizinhos não prati-caram crime, pois estavam agindo em legítima defesa de terceiros.

c) perigo a vida ou saúde de outrem e os vizinhos não praticaram crime, pois estavam agindo em estado de necessidade de terceiros.

d) abandono de incapaz e os vizinhos não pratica-ram crime, pois estavam agindo em estado de necessidade de terceiros.

e) pelo crime de abandono material e os vizinhos não praticaram crime, pois estavam agindo em estado de necessidade exculpante de terceiros.

66. (UEG/PC/GO/Delegado/2013) Sobre as causas de justificação em direito penal, tem-se o

seguinte:a) no estado de necessidade a conduta pode ser

dirigida contra um terceiro desinteressado, en-quanto na legítima defesa a conduta recai so-mente sobre o agressor.

b) no estado de necessidade o bem jurídico é ex-posto a perigo, enquanto na legítima defesa o direito sofre uma agressão futura.

c) no estado de necessidade ocorre um conflito entre dois bens jurídicos colocados em perigo, somente por conduta da pessoa humana.

d) a legítima defesa putativa é incompatível com a tentativa, tendo em vista a errônea suposição de uma agressão por parte do defendente.

67. (Funcab/PC/ES/Delegado/2013) Geraldino permitiu seu encarceramento pelo patolo-

gista André, para se submeter a uma experiência científica. Ao terminar o período da experiência, Geraldino procurou a delegacia de polícia da cir-cunscrição de sua residência, alegando que fora vítima de crime, em face do seu encarceramento. Do relato apresentado, conclui-se:a) não há crime, pois o consentimento do ofendi-

do excluiu a ilicitude.b) André praticou o crime de sequestro ou cárcere

privado qualificado, preceituado no artigo 148, § 1º, II (se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital) do CP.

c) André praticou o crime de sequestro ou cárcere privado qualificado, preceituado no artigo 148, § 2º (se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral) do CP.

d) André praticou o crime de lesão corporal, que ab-sorve o crime de sequestro ou cárcere privado.

420 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

e) André praticou os crimes de lesão corporal e de sequestro ou cárcere privado, em concurso material.

68. (UEG/PC/GO/Delegado/2013) Policial que, en-contrando-se em situação de troca de tiros

com delinquente, acerta um deles causando-lhe a morte, poderá ter excluída a ilicitude pela causa justificante:a) estado de necessidadeb) legítima defesac) exercício regular de direitod) estrito cumprimento do dever legal

69. (Funcab/PC/ES/Delegado/2013) O policial mi-litar Efigênio estava efetuando uma ronda,

quando se deparou com dois elementos que se agrediam, um deles já bastante ferido. Solicitou que parassem de brigar, mas eles não o atende-ram. Apesar do PM portar um bastão, que seria suficiente para contê-los, efetuou um disparo com sua arma de fogo para o ar, haja vista o local não ser habitado. Entretanto, o agressor que estava em vantagem não se intimidou e partiu em sua direção para agredi-lo, ocasião em que Efigênio efetuou um disparo contra o agressor, causando-lhe lesões, que o levaram a permanecer durante trinta e cinco dias em coma. Pode-se, então, afirmar que o policial militar Efigênio:a) praticou o crime de homicídio doloso tentado,

pois obrou em excesso doloso da legítima defe-sa.

b) praticou o crime de homicídio culposo tentado, pois obrou em excesso culposo da legítima de-fesa.

c) praticou o crime de lesão corporal grave, pois obrou em excesso doloso da legítima defesa.

d) praticou o crime de lesão corporal grave, pois obrou em excesso culposo da legítima defesa.

e) não praticou crime, pois obrou nos estritos limi-tes da legítima defesa.

70. (PC/SP/Delegado/2011) São causas de inexi-gibilidade de conduta diversa:

a) a inimputabilidade e o estado de necessidade.b) a legítima defesa e o erro de proibição.c) a coação moral irresistível e a obediência hie-

rárquica.d) o erro de tipo e o estrito cumprimento do de-

ver legal.e) a coação física e o erro de proibição.

71. (Cespe/PC/RN/Delegado/2009) Assinale a op-ção correta no que concerne às descrimi-

nantes:a) o agente que, em legítima defesa, disparar con-

tra seu agressor, mas, por erro, alvejar um ter-ceiro inocente, não responderá por qualquer consequência penal ou civil.

b) a atuação em estado de necessidade só é pos-sível se ocorrer na defesa de direito próprio, não se admitindo tamanha excludente se a atuação destinar-se a proteger direito alheio.

c) na legítima defesa, toda vez que o agente se utilizar de um meio desnecessário, este será também imoderado.

d) não é possível a legítima defesa contra estado de necessidade.

e) não é possível legítima defesa real contra quem está em legítima defesa putativa.

72. (Funiversa/PC/DF/Delegado/2009) Em cada uma das alternativas a seguir, há uma si-

tuação hipotética seguida de uma afirmação que deve ser julgada. Assinale a alternativa em que a afirmação está correta:a) Pedro cercou sua casa de fios elétricos sem

nenhuma indicação visível. Antônio, tarde da noite, tentou entrar na casa de Pedro e acabou falecendo em virtude da descarga elétrica so-frida. Nessa situação hipotética, por constituir o referido ofendículo uma situação de legítima defesa, Pedro não poderá sofrer nenhuma re-primenda por parte do Direito Penal.

b) João flagrou sua esposa, Maria, com um amante chamado José, na frente da casa em que mora-vam, em um condomínio fechado do Distrito Fe-deral. Diante desse fato, reagiu dando tiros em José, que veio a falecer em decorrência disso. Nessa situação hipotética, não se admite a legí-tima defesa da honra, pois o Código Penal faz distinção expressa entre os direitos passíveis de proteção pelo instituto da legítima defesa.

c) Marcos contratou Bruno como segurança par-ticular de sua filha Camila. Em uma tarde de sábado, em uma rua movimentada da cidade, Camila foi alvo de uma tentativa de seques-tro. Marcos, que estava no local do ocorrido, não reagiu porque temeu por sua própria vida. Nessa situação hipotética, é possível inferir que Bruno não tinha o dever legal de enfrentar o sequestrador, pois a abnegação em face do perigo só é exigível quando corresponde a um

421

especial dever jurídico, advindo de lei, jamais de um contrato de trabalho.

d) Lúcia estava furtando em um supermercado quando foi flagrada pelo segurança do estabe-lecimento. Na tentativa de segurá-la até a che-gada da polícia, o referido segurança agrediu Lúcia, que, imediatamente, revidou com socos e pontapés. Nessa situação hipotética, é perfeita-mente possível o entendimento de que houve legítima defesa sucessiva.

e) Maria foi obrigada pelo seu marido a manter com ele conjunção carnal. Nessa situação hipo-tética, é correto entender que o marido de Ma-ria não cometeu nenhum crime, posto que há a configuração do exercício regular de direito.

73. (Cespe/PC/RN/Delegado/2009) A legítima de-fesa putativa exclui a:

a) punibilidade em abstrato.b) ilicitude.c) culpabilidade.d) tipicidade.e) punibilidade em concreto.

74. (Movens/PC/PA/Delegado/2009) Em relação às excludentes de ilicitude, assinale a opção

correta:a) pode alegar estado de necessidade quem tinha

o dever legal de enfrentar o perigo.b) entende-se em legítima defesa quem, usando

dos meios necessários, repele agressão, ape-nas atual, a direito seu; não existindo legítima defesa de terceiros.

c) o agente, na hipótese de estado de neces-sidade, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

d) o estrito cumprimento de dever legal e o exer-cício regular de direito são excludentes de cul-pabilidade e não de ilicitude.

75. (Acafe/PC/SC/Delegado/2008) Analise as al-ternativas a seguir e assinale a correta:

a) são requisitos da legítima defesa: existência de um perigo atual, perigo que ameace direito próprio ou alheio, conhecimento da situação justificante e não provocação voluntária da si-tuação de perigo pelo agente.

b) o Código Penal adotou a teoria diferenciadora para definir a excludente de ilicitude do “esta-do de necessidade”. Assim sendo, se alguém pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de

outro modo evitar, direito próprio ou alheio de valor superior que o sacrificado exclui-se a ilicitude. Entretanto, se os bens em conflito forem equivalentes, ou se o bem preservado for de valor inferior ao sacrificado, não incidirá a excludente.

c) são elementos da culpabilidade, segundo a Teo-ria Finalista da Ação: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de con-duta diversa.

d) o oficial de justiça que executa uma ordem judi-cial de despejo age no exercício regular de um direito.

76. (UFPR/PC/PR/Delegado/2007) As causas de exclusão de ilicitude, previstas no artigo 23

do Código Penal, devem ser entendidas como cláu-sulas de garantia social e individual. Sobre as exclu-dentes, considere as seguintes afirmativas:I. Atua em legítima defesa quem repele ataque de

pessoa inimputável ou de animal descontrolado.II. Não pode alegar estado de necessidade quem

tinha o dever legal de enfrentar o perigo.III. Considera-se em estado de necessidade quem

pratica o fato mediante a existência de perigo atual, involuntário e inevitável.

IV. O estrito cumprimento d o dever legal pressu-põe que o agente atue em conformidade com as disposições jurídico-normativas e não sim-plesmente morais, religiosas ou sociais.

Assinale a alternativa correta.a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.b) Somente as afirmativas II, III e IV são verda-

deiras.c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.d) Somente as afirmativas I, III e IV são verda-

deiras.e) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

3. DA IMPUTABILIDADE PENAL

SÚMULAS STF

STF 245. A imunidade parlamentar não se esten-de ao corréu sem essa prerrogativa.

QUESTÕES DISCURSIVAS

12. (Funcab/PC/RJ/Delegado/2012) Discuta o cri-tério biopsicológico na avaliação da imputa-

bilidade penal.

422 LEONARDO GARCIA • ROBERVAL ROCHA

QUESTÕES OBJETIVAS

77. (Vunesp/PC/CE/Delegado/2015) Considere que determinado sujeito, portador de de-

senvolvimento mental incompleto, ao tempo da ação tinha plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimen-to. o que fora clinicamente atestado nos autos em perícia oficial. Em consonância com o texto legal do art. 26 do CP, ao proferir sentença deve o juiz reconhecer sua:a) inimputabilidade.b) imputabilidade.c) semi-imputabilidade, absolvendo-lhe e aplican-

do-lhe medida de segurança.d) semi-imputabilidade, condenando-lhe e apli-

cando-lhe pena diminuída.e) semi-imputabilidade, condenando-lhe e apli-

cando-lhe medida de segurança.

78. (UEL/PC/PR/Delegado/2013) Quanto à embria-guez na Legislação Penal Brasileira, conside-

re as afirmativas a seguir.I. a embriaguez voluntária ou culposa completa

exclui a imputabilidade penal pela conturbação psíquica provocada pelo estado de ebriez.

II. a embriaguez patológica, por exercer um tra-balho progressivo de destruição dos poderes psíquicos do agente, poderá isentá-lo de pena ou diminuí-la de um a dois terços.

III. a embriaguez preordenada, além de não ex-cluir a pena do réu, gera o agravamento da mesma.

IV. a embriaguez acidental proveniente de caso fortuito ou força maior, quando completa, isen-ta o réu de pena e, se incompleta, gera diminui-ção de pena.

Assinale a alternativa correta:a) somente as afirmativas I e II são corretas.b) somente as afirmativas I e IV são corretas.c) somente as afirmativas III e IV são corretas.d) somente as afirmativas I, II e III são corretas.e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

79. (Cespe/PC/AL/Delegado/2012) A imputabili-dade, a exigibilidade de conduta diversa e

a potencial consciência da ilicitude são elementos da culpabilidade.

80. (Cespe/PC/ES/Delegado/2011) Plínio, ime-diatamente após a comemoração de seu

aniversário de dezessete anos de idade, ingeriu considerável quantidade de bebida alcoólica e, sem autorização, ou sequer ciência de seus pais, con-duziu, em velocidade correspondente a mais de três vezes a velocidade da via, veículo automotor. Após perder o controle do veículo, Plínio colidiu frontalmente com um poste de iluminação pública, e esse incidente resultou na morte de sua namora-da, Cida, de dezenove anos de idade, que estava sentada no banco de passageiros. Nessa situação, segundo a atual jurisprudência do STJ, caso Plínio fosse maior de dezoito anos, Plínio seria imputável e até mesmo punível, em tese, a título de homicídio por dolo eventual.

81. (Cespe/PC/PB/Delegado/2009) Um jovem re-ligioso, fervoroso e abstêmio, durante uma

comemoração de casamento, ingeriu aguardente. Transtornado e embriagado, agrediu sua compa-nheira com golpes de faca, completamente descon-trolado. A situação acima descreve um exemplo de embriaguez:a) por força maior.b) dolosa.c) preterdolosa.d) proveniente de caso fortuito.e) acidental.

82. (Funiversa/PC/DF/Delegado/2009) Acerca da culpabilidade e da ilicitude, assinale a alter-

nativa correta:a) segundo a teoria finalista, a imputabilidade,

a consciência acerca da ilicitude do fato e da exigibilidade de conduta diversa são elementos normativos da culpabilidade.

b) a coação irresistível e a obediência hierárquica são causas de exclusão da ilicitude.

c) considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para repelir injusta agressão, atual ou iminente.

d) não há excludentes de ilicitude previstas na Parte Especial do Código Penal.

e) a legítima defesa é causa excludente da culpa-bilidade.

83. (Cespe/PC/PB/Delegado/2009) Assinale a op-ção correta relacionada à imputabilidade

penal, considerando um caso em que o laudo de exame médico-legal psiquiátrico não foi capaz de estabelecer o nexo causal entre o distúrbio mental apresentado pelo periciado e o comportamento delituoso: