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Colégio Estadual Brasmadeira. Ensino Fundamental e Médio Projeto Político Pedagógico Parte I 2012

Colégio Estadual Brasmadeira. · 2014-02-07 · 2.1.3 Carga horária do Curso ... Desta forma, as matrículas para o ano de 2012 deverá observar as ... Quadro de aluno AEE por categoria/Censo

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Colégio Estadual Brasmadeira.

Ensino Fundamental e Médio

Projeto Político Pedagógico

Parte I

2012

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SUMÁRIO

1. Apresentação

2. Marco Situacional

2.1 Dados do Estabelecimento

2.1.1 Identificação

2.1.2 Caracterização

2.1.3 Carga horária do Curso

2.1.4 Organização das turmas

2.1.5 Níveis de Ensino

2.1.6 Modalidades de Ensino

2.1.7 Biblioteca

2.1.8 Informática

2.1.9 Recursos Humanos

2.1.10 Recursos pedagógicos disponíveis

2.1.11 Organização do Tempo Escolar

2.1.12 Organização Curricular

2.2 Histórico do Estabelecimento

2.2.1 Histórico e fundamentação legal, política e pedagógica da Sala

de Recursos Multifuncional

2.3 Caracterização da Comunidade Escolar

3. Marco Conceitual

3.1 Objetivos Gerais

3.2 A Cultura

3.3 A escola enquanto espaço social

3.4 Cidadão e Cidadania

3.5 Educação Especial

3.6 Avaliação

3.7 Ensino – aprendizagem

3.8 Gestão democrática na educação- Educar para quem, para quê?

3.9 Que educação serve a esse mundo?

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3.10 Diversidade educacional: Cultura afro-brasileira e africana,

indígena

3.11 Inclusão e diversidade

3.12 Desafios Educacionais Contemporâneos

3.13 Estágio não obrigatório

4. Marco Operacional

4.1 Gestão Democrática e colegiados

4.1.1 Associação de Pais, Mestres e Funcionários

4.1.2 Conselho Escolar

4.1.3 Grêmio Estudantil

4.1.4 Conselho de Classe

4.1.5 Reunião Pedagógica

4.2 Avaliação e Recuperação de estudos

4.3 Família

4.4 Organização da Prática Pedagógica da Sala de Recursos

Multifuncional

4.5 Sala de apoio à aprendizagem

4.6 CELEM – Centro de Línguas Estrangeiras Modernas

4.7 Equipe Multidisciplinar

4.8 Organização da Hora atividade

4.9 Formação Continuada

4.10 Ambientes pedagógicos disponíveis

4.11 Avaliação do Projeto Político Pedagógico

5. Referências

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1 – APRESENTAÇÃO

A construção do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual

Brasmadeira se justifica pela exigência em termos da Lei de Diretrizes e Bases

da Educação – LDB 9394/96, o que responde ao cumprimento de uma das

determinações específicas de estabelecimentos de ensino no Brasil.

E para além da necessidade legal, contempla se o Projeto Político

Pedagógico como um documento capaz de reunir os anseios e necessidades

da comunidade escolar Brasmadeira.

O mesmo concentra a possibilidade de projetar, de organizar e de

nortear as ações essenciais para atingir as metas e fins da escola, inseridas

no que se propõe para a Educação em Âmbito Nacional.

A proposta pedagógica elaborada pela comunidade escolar deve ser o

instrumento norteador das atividades do cotidiano deste estabelecimento de

ensino, disciplinando a gestão escolar, os alunos, as atividades pedagógicas

do corpo docente, da equipe pedagógica, dos funcionários e da direção.

Dessa forma, o documento foi construído de maneira coletiva, com a

participação de todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem, para

que expresse a realidade da comunidade escolar. A prática pedagógica quando

exercida de forma democrática, possibilita a participação do coletivo escolar na

organização do trabalho para que alcance de maneira efetiva a função social

da escola.

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2 – MARCO SITUACIONAL

2.1 – DADOS DO ESTABELECIMENTO

2.1.1 Identificação

Colégio Estadual Brasmadeira - Ensino Fundamental e Médio;

Rua Ibema,129;

CEP 85814-140;

Fone (45) 3323-3005;

Cascavel - Paraná;

Entidade Mantedora: Governo do Estado do Paraná;

2.1.2 Caracterização

Modalidade da Educação Básica:

Ensino Fundamental – regular;

Ensino Médio – regular;

2.1.3 Carga Horária do Curso

Ensino Fundamental:

Diurno – 3.300 h/relógio - 3.960 h/aula;

Ensino Médio:

Diurno – 2.500 h/relógio - 3.000 h/aula;

Noturno – 2.500 h/relógio - 3.000 h/aula;

Horário de funcionamento:

Matutino: das 7h30 às 11h45;

Vespertino: das 13h15 às 17h30;

Noturno: das 19h às 23h.

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2.1.4 Organização das Turmas / 2012

Ensino Regular:

Matutino Vespertino Noturno

07h30 às 11h45 13h15 às 17h30 19h às 23h

Série / Turma Série / Turma Série / Turma

8º A 6ºA 1ºD

8º B 6ºB 2ºB

8ºC 6ºC 2ºC

9ºA 6ºD 3ºB

9ºB 7ºA 3ºC

9ºC 7ºB

9ºD 7ºC

1ºA 7ºD

1ºB 7ºE

1º C 7ºF

2ºA 7ºG

3ºA 8ºD

2.1.5. Níveis De Ensino:

• Ensino Fundamental (6º ano –9º ano)

• Ensino Médio (1ºano-3ºano)

Fundamentação legal

Em 1971, a Lei no 5.692 estendeu a obrigatoriedade do ensino para

oito anos. Já em 1996, a LDB sinalizou para um ensino obrigatório de nove

anos, a iniciar-se aos seis anos de idade. Este se tornou meta da educação

nacional pela Lei no 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que aprovou o PNE –

Plano Nacional de Educação.

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A implantação de uma política de ampliação do ensino fundamental de

oito para nove anos de duração exige tratamento político, administrativo e

pedagógico, uma vez que o objetivo de um maior número de anos de ensino

obrigatório é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio

escolar com maiores oportunidades de aprendizagem.

Cabe ressaltar que o Ensino Fundamental de nove anos é um

movimento mundial e, na América do Sul, são vários os países que o adotam.

Conforme o PNE, a determinação legal (Lei no 10.172/2001, meta 2 do Ensino

Fundamental) de implementar progressivamente o Ensino Fundamental de

nove anos, pela inclusão das crianças de seis anos de idade, tem duas

intenções: “oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da

escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema

de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de

escolaridade”.

Esta ação requer planejamento e diretrizes para o atendimento integral

da criança em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, além de

metas para e extensão do atendimento, com garantia de qualidade. Essa

qualidade implica assegurar um processo respeitoso e construído com base

nas múltiplas dimensões e na especificidade da infância.

O art.23 da LDB incentiva a criatividade e insiste na flexibilidade da

organização da educação básica, e no art.32, determina como objetivo do

Ensino Fundamental a formação do cidadão.

O propósito de ampliação do Ensino fundamental para os nove anos é

de permitir o aumento do número de crianças no sistema educacional. Desta

forma os setores populares deverão ser os mais beneficiados, uma vez que as

crianças de seis anos das classes média e alta já se encontram

majoritariamente incorporadas ao sistema de ensino. A opção pela faixa etária

dos 6 anos aos 14 e não dos 7 aos 15 anos para o Ensino Fundamental de

nove anos segue a tendência das famílias e dos sistemas de ensino de inserir

progressivamente as crianças de 6 anos na rede escolar.

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Não se trata de transferir para as crianças de seis anos os conteúdos e

atividades da tradicional primeira série, mas de conceber uma nova estrutura

de organização dos conteúdos em um Ensino fundamental de nove anos,

considerando o perfil dos alunos. A melhoria na aprendizagem não depende

necessariamente do aumento do tempo de permanência na escola e sim do

emprego eficaz desse tempo. No entanto, a associação de ambos deve

contribuir significativamente para que os educandos aprendam mais.

O cuidado na sequência do processo de desenvolvimento das crianças

implica o conhecimento e a atenção às características etárias, sociais e

psicológicas. As orientações pedagógicas, por sua vez, estarão atentas a

essas características para que as crianças sejam respeitadas como sujeitos do

aprendizado.

O Colégio Estadual Brasmadeira ofertará a partir de 2012, o Ensino

Fundamental do 6o ano até o 9o ano, conforme a determinação do Conselho

Nacional de Educação, Câmara de Educação Básica, Resolução - no 7, de 14

de dezembro de 2010 que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o

Ensino Fundamental de 9 (nove)anos, além do Ensino Médio Regular 1º ao 3º

Ano.

Desta forma, as matrículas para o ano de 2012 deverá observar as

situações abaixo:

a) os alunos aprovados na 4ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão

ser matriculados no 6º ano do Ensino Fundamental de 9 anos;

b) os alunos aprovados na 5a série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão

ser matriculados no 7º ano do Ensino Fundamental de 9 anos;

c) os alunos aprovados na 6ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão

ser matriculados no 8º ano do Ensino Fundamental de 9 anos;

d) os alunos aprovados na 7ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão

ser matriculados no 9º ano do Ensino Fundamental de 9 anos;

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e) nos Históricos Escolares do Ensino Fundamental em que surjam lacunas,

desde que não caracterize irregularidades deverá ser registrado no Campo

Observações: “Estudos convalidados pelo Parecer 407/2011 – CEE/PR”.

2.1. 6 Modalidades de Ensino

CELEM

Além dos níveis e modalidades de ensino da Educação Básica o Colégio

oferta o ensino extracurricular através do CELEM (Centro de Língua

Estrangeira Moderna) de Espanhol básico.

O curso terá duração de dois anos, com 160 horas/aula ano,

totalizando 320 horas/aula na conclusão do curso.

Sala de Apoio à Aprendizagem - 6ºs ANOS

TURMA A

Terça-feira Quinta-feira

Lingua Portuguesa

8:20 hs às 10: 00hs

Lingua Portuguesa

8:20 hs às 10: 00hs

Matemática

10:15 às 11hs:45min

Matemática

10:15 às 11hs:45min

Sala de Apoio à Aprendizagem – 9ºs ANOS

TURMA A

Terça-feira Quinta-feira

Língua Portuguesa

14:00 às 15:45

Língua Portuguesa

14:00 às 15:45

Matemática

16:00 às 17:30

Matemática

16:00 às 17:30

Sala de Recursos Multifuncional:

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Quadro do número de alunos para Atendimento na Educação Especial

(AEE) por faixa etária, etapas e modalidades de ensino:

Fai

xa E

tári

a

mer

o d

e al

un

os

AE

E

Etapa/Modalidade de Ensino Regular (Classe Especial)

Ed

uca

ção

Infa

nti

l

En

sin

o F

un

dam

enta

l

En

sin

o M

édio

En

sin

o M

édio

Inte

gra

do

En

sin

o M

édio

No

rmal

/ M

agis

téri

o

En

sin

o P

rofi

ssio

nal

Educação de Jovens e

Adultos

EJA

Presencial /

Semipresencial

Etapas

Cre

che

Pré

Esc

ola

An

os

Inic

iais

An

os

Fin

ais

Co

nc.

Su

bse

qu

ente

E.F

. 1º

a 5º

an

o

E.F

. 6º

a 9º

an

o

E.F

. 1º

a 9º

an

o

Inte

gra

da

E.M

Ed

. Pro

f.

E.F

E

d. P

rof.

E.M

0-3 0 0 - - 0 0 - - - - - - - - - -

4 a 5 0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

6 a

14 11 - - - 11 0 - - - - - - - - - -

5 a

17 2 - - - 2 0 - - - - - - - - - -

18

ou + 1 - - - 1 0 - - - - - - - - - -

Tota

l 14 - - - 14 - - - - - - - - - - -

Quadro de aluno AEE por categoria/Censo etapas e modalidades de ensino:

ria

Cen

so

Esc

ola

o d

e

alu

no

s Etapa/Modalidade de Ensino Regular (Classe Especial)

çã o

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Educação de jovens e

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Adultos - EJA

Presencial/Semipresencial

Etapas

Cre

che

Pré

Esc

ola

An

os

Inic

iais

An

os

Fin

ais

Co

nc.

Su

b.

E.F

ao 5

º an

o

E.F

ao 9

º an

o

E.F

1 º

ao

ano

Inte

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ada

E.M

.

Ed

. Pro

f.

E.F

E

d. P

rof.

E.M

Def.

Física 1 - - - 1 0 - - - - - - - - - -

Surdez 1 - - - 1 0 - - - - - - - - - -

Def.

Auditiva 1 - - - 1 0 - - - - - - - - - -

Def.

Intelectu

al

4 - - - 4 0 - - - - - - - - - -

Def.

Visual 0 0 0

Cegueir

a 0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

Baixa

Visão 1 - - - 1 0 - - - - - - - - - -

Surdo

cegueira 0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

Def.

Múltipla 0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

TGD/

Autismo

Clássico

0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

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TGD/

Síndrom

e de

Aspeger

0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

TGD/

Síndrom

e de Rett

0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

TGD/

Transtor

no

Desinteg

rativo da

Infância

(Psicose

Infantil)

0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

Altas

Habilida

des/

Superdo

tação

0 - - - 0 0 - - - - - - - - - -

Total 8 - - 8 0 - - - - - - - - - -

Encontram-se matriculados no AEE na Sala de Recursos Multifuncional

no Sistema Sere 12 (doze), alunos que se enquadram no perfil exigido pela

Instrução 013/08, há no entanto, mais 5 (cinco) alunos também freqüentando a

Sala de Recursos, que se enquadram neste perfil, porém estão no momento no

processo de avaliação no contexto escolar, onde estão sendo encaminhados

ao CRAPE – Centro Regional de Apoio Pedagógico Especializado. Também,

há 1 ( uma ) aluno com baixa visão inserida no ensino regular, garantida com

as adaptações curriculares no ensino regular de acordo com suas

necessidades educativas. Frequenta o AEE 3 alunos com dificuldade

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acentuada de aprendizagem e 2 alunos com TDAH ( Transtorno de Deficit de

Atenção – Hiperatividade)

Corpo docente que atuam na área da Educação Especial:

Número docente 01

Nome docente Roseni de Fátima Paineli

Carga Horária 40H\A

Graduação *Pedagogia

Pós Graduação *Educação Especial

Competência \

Função

*Elaboração do planejamento pedagógico individual,

utilizando metodologia e estratégias diferenciadas,

organizando-o de forma que venha a atender as

intervenções pedagógicas sugeridas na avaliação de

ingresso e/ou relatório semestral.

*Manutenção e organização do planejamento

pedagógico e sempre que se fizer necessário

reorganizá-lo quanto:

a) aos interesses, necessidades e dificuldades

específicas de cada aluno;

b) as áreas de desenvolvimento (cognitiva, motora,

sócio-afetivo emocional);

c) aos conteúdos pedagógicos defasados das séries

iniciais, principalmente Língua Portuguesa e

Matemática.

*Complementação do trabalho pedagógico

desenvolvido na Sala de Recursos, através de:

a) orientação aos professores da classe comum,

juntamente com a equipe pedagógica, quanto às

adaptações curriculares, avaliação e metodologias que

serão utilizadas no ensino regular, em atendimento

aos alunos com Deficiência Mental/Intelectual e/ou

Transtorno Funcional Específicos;

b) apoio individual ao aluno com Deficiência

Mental/Intelectual e/ou Transtornos Funcionais

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Específicos, na sala de aula comum, com ênfase à

complementação do trabalho do professor das

disciplinas;

c) participação na avaliação no contexto escolar dos

alunos com indicativos de Deficiência

Mental/Intelectual e/ou Transtornos Funcionais

Específicos.

*Realização de registros sistematizados, de todos os

avanços e dificuldades do aluno, conforme

planejamento pedagógico individual.

*Manutenção da freqüência do aluno na Sala de

Recursos o tempo necessário para superar as

dificuldades e obter êxito no processo de

aprendizagem na classe comum.

*Elaboração de cronograma para o atendimento,

juntamente com a equipe pedagógica da escola e

quando se fizer necessário, com os professores da

classe comum.

*Organização dos atendimentos para trabalho de

forma individualizada ou em grupos e o tempo de

trabalho coletivo não deverá exceder o tempo do

trabalho individual.

*Organização dos atendimentos realizados em grupos

por faixa etária e/ou conforme as necessidades

pedagógicas.

2.1.7 Biblioteca

A Biblioteca possui um acervo de livros diversos, livros didático-

pedagógicos de apoio para os professores, revistas, jornais, CDs, DVDs,

mapas, e demais recursos pedagógicos. Estes materiais foram adquiridos em

parte com recursos da APMF, também advindos da SEED e MEC.

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A Biblioteca está beneficiando o acesso dos alunos, professores,

funcionários para trabalhos, pesquisas e empréstimos. A comunidade escolar

do bairro Brasmadeira também faz uso deste espaço e materiais em geral,

como fonte de pesquisa e busca de conhecimento.

Horário de Funcionamento da Biblioteca:

Manhã: 7h30 min. às 11h45 min.

Tarde: 13 h15 min. às 17h30 min.

Noite: 19h às 22h.

2.1.8 Informática

Contamos atualmente com 04 (quatro) microcomputadores na secretaria

do estabelecimento, um microcomputador na biblioteca, um na sala da equipe

pedagógica e mais dois na Sala de Recurso Multifuncional. No Laboratório de

Informática, há 20 (vinte) computadores disponibilizados para os alunos que

realizam atividades pedagógicas juntamente com os professores das diferentes

disciplinas, bem como pesquisa no contraturno escolar. Também o laboratório

é utilizado pelos professores em hora atividade para planejamento de aula e

estudo complementar.

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2.1.9 Recursos Humanos / 2012

DIREÇÃO E EQUIPE PEDAGÓGICA

NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO

Ana Neusa Fóvis Diretora *Graduação: Ciências com habilitação em

Matemática.

*Pós Graduação em Metodologia do Ensino em

Matemática.

Fernanda Pedrita

Vicenti

Diretor(a) Auxiliar *Graduação:Letras-Português/Inglês.

*Pós Graduação: Educação Especial.

*Mestrado em Letras.

Eliane Maria Dal

Molin Cristo

Professora Pedagoga *Graduação: Pedagogia

*Pós Graduação: Atendimento às necessidades

especiais

*Pós Graduação: MKT Com. Empresarial

Gislaine Blazelis

Gruzska

Professora Pedagoga *Graduação:Pedagogia.

*Pós Graduação: Orientação/ supervisão.

* PDE

Iria Ivete Gross

Andriola

Professora Pedagoga *Graduação: Pedagogia.

*Pós Graduação: Fundamentos da educação

Maria Alice Paulis Professora Pedagoga *Graduação: Pedagogia.

*Pós Graduação: Gestão Escolar

Maria Luiza

Gonçalves de

Lima Goedert

Professora Pedagoga *Graduação: Pedagogia.

*Pós Graduação: Coord. Sup. Adm. Escolar e

EJA.

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Sheila Mendes

Jeske

Professora Pedagoga *Graduação: Pedagogia.

*Pós Graduação: em Pastoral da Educação e

Ensino Religioso.

*Pós Graduação em Educação Especial.

CORPO DOCENTE

NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO

Adenilson Moreira

de Souza

Docente *Graduação: Matemática

*Pós Graduação: Matemática

Adriana Felde Docente *Graduação: História

*Pós Graduação: História: O espaço, o tempo e

cultura humana: uma abordagem interdisciplinar.

Adriane Flavia

Temp

Docente *Graduação: Ciências Físicas Biológicas.

*Pós Graduação: Educação e Gestão Ambiental.

Alana Vicenti Docente *Graduação: Letras

*Pós Graduação: Didática

*Pós Graduação: Eja

*Pós Graduação: Educação Especial.

Albertina Mezavila Docente *Graduação: Letras – Português/Inglês.

*Pós Graduação: Língua Portuguesa.

*Mestrado em Linguística.

Alex Sandro Beserra Docente * Graduação: Letras Port/Inglês

Ary Israel Junior Docente * Graduação: Educação Física * Pós Graduação:

Educação Especial.

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- 18 -

Anderson Rycard

Fernandes Boiago

*Graduação: Geografia

*Pós Graduação:

Angela Gloria

Piano Toigo

Docente *Graduação: Educação Física.

*Pós Graduação: Saúde e Qualidade de Vida.

Camila Paula

Effgen Rieger

Docente *Graduação: Pedagogia.

*Pós Graduação: Educação Especial.

Carlos Roberto

Guedes

Docente *Graduação: Filosofia.

*Graduação: Letras Português, Inglês e

Literaturas.

*Pós graduação: História.

Cleverson Possenti Docente *Graduação: História * Docência em Ensino

Superior

Cristiane Venzke

Nogueira

Docente *Graduação: Letras Port/Ingles- Port/Espanhol

*Pós Graduação: Interprete/Tradução

*Pós Graduação: Língua espanhola

Dalva Regina Arf Docente *Graduação: Ciências Biológicas

* Fundamentos da Educação

Debora Santos

Fabian

Docente *Graduação: Letras Port/Espanhol

*Pós Graduação: língua Espanhola

*Pós Graduação: Língua Portuguesa e

Literaturas.

Dulceleia Silvestri

Lucas

Docente *Graduação: Letras

Edeni de Fatima

de Araujo Arsego

Docente *Graduação:

*Pós Graduação:

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- 19 -

Edna Regina

Paschoalino de

Oliveira

Docente *Graduação: História

*Pós Graduação: Metodologia da História.

*Pós Graduação: Educação Especial

Eunice Barroso de

Lacerda

Docente *Graduação: Serviço Social

Eunice Maria Baccin Docente *Graduação: Física

*Pós Graduação: Eja

*Pós Graduação: Sup. De Ed. Escolar.

Everton Zahlfeld

Quaresma de

Moraes

Docente *Graduação:

*Pós Graduação:

Fabio Junior

Sauim

Docente *Graduação: Educação Física.

*Pós Graduação: Orientação e Administração

Escolar.

Fernanda Pedrita

Vicenti

Docente *Graduação: Letras – Português/Inglês.

*Pós Graduação: Educação Especial.

*Mestrado em Letras.

Francieli Cristina

da Silva Lima

Docente *Graduação: Ciências Biológicas

Gicelly Mendes

Moreira

Docente *Graduaçao: Português

* Pós Graduação: Português e Literatura.

Gilberto Ribeiro da

Silva

Docente *Graduação: Matemática

*Pós Graduação: Matemática

Financeira/estatística.

*Pós Graduação: Educação Especial

Helysson

Rodrigues Gonella

Docente *Graduação: Educação Física

*Pós Graduação: Educ. J. Escolar

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Ivante Aiduk Docente *Graduação: História.

*Pós Graduação: Metodologia de Ensino de

História.

Jucélia Rosane

Barchinski Galant

Docente *Graduação: Artes Visuais.

*Pós Graduação: Arte e Educação.

*Pós Graduação: Educação Especial.

Judith da Silva

Lima

Docente *Graduação: Letras Português/Inglês.

*Pós Graduação: Literatura.

Lenir Maria de

Moura

Docente *Graduação: Matemática e Ciências

*Pós Graduação: Educação Especial

Leonice Terezinha

Schneider

Docente *Graduação: Filosofia e História

*Pós Graduação: História

Marcos Douglas

Pereira

Docente *Graduação: Letras

*Pós Graduação: Alfabetização e educ. infantil

Margareth Conceição

Portella

Docente *Graduação: Artes Visuais

*Pós Graduação: Ed. Especial

Margareth dos Santos

Oliveira

Docente *Graduação: Artes Visuais

*Pós Graduação: Ed. Especial

Maria de Lourdes

Pereira da Silva

Docente *Graduação: Filosofia/ pedagogia

*Pós Graduação: Fundamentos Filosofia;

*Pós Graduação: Fundamentos Educação.

Maria Geralda

Ribeiro

Docente *Graduação: Arte

*Pós Graduação: Belas Artes

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- 21 -

Maria Janete

Formigoni

Docente *Graduação: História.

*Pós Graduação: História do Brasil.

Maria Margareth

Alves

Docente *Graduação: Letras, Ciências e Direito.

* Pós Graduação: Gestão Pública e Políticas

Educacionais.

Marinês Teresinha

Tonin Barboza

Docente *Graduação: Estudos Sociais

*Pós Graduação: História

Marlene de Fátima

Pereira

Docente *Graduação: Educação Física

*Pós Graduação: Psicopedagogia

Marli Aparecida da

Silva

Docente *Graduação: Geografia.

*Pós Graduação: Metodologia Aplicado ao Ensino

de Geografia.

Marlice Feil Kmetzki Docente *Graduação: Filosofia

*Pós Graduação: Filosofia

Monica Lucia

Felfberg Arneiro

Docente *Graduação: Letras

*Pós Graduação: Literatura

Nanci Teresinha

Caramori

Docente * Graduação: Letras.

* Pós Graduação: Processo do Ensino –

Aprendizagem da Língua Portuguesa.

Rejani Mara Prati Docente *Graduação: Ciências Biológicas

Rosane Blasius da Silva Docente *Graduação: Letras/Port.Inglês

*Pós Graduação: Português e Literatura.

Rosane Eede

Malaquias

Docente *Graduação: Química

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Roseane Telles

Schiavo

Docente *Graduação: Estudos Sociais/ História/Geografia e

Pedagogia

*Pós Graduação: Supervisão Escolar

Roseli de Fátima

Worn

Docente *Graduação: Matemática

*Pós Graduação: Matemática

Roseli Frederico

Cheffer

Docente *Graduação: Ciências Biológicas

*Pós Graduação: EJA;

*Pós Graduação: Gestão Ambiental

Roseni de Fatima

Pereira Painelli

Docente *Graduação: Pedagogia.

*Pós Graduação: Educação Especial.

Rosilei Leandro de

Mello

Docente *Graduação: Educação Física

*Pós Graduação: Ed. Especial;

*Pós Graduação: Psicopedagogia

Salete Magali

Colman

Docente *Graduação: História

*Pós Graduação: História e Geografia.

Shirley Voigt

Ribeiro

Docente *Graduação: Matemática

*Pós Graduação: Educ. Matemática.

Silvano Caires

Silva

Docente *Graduação: Matemática.

*Pós Graduação em Ensino da Matemática.

Simão Diego

Zanchetti da Luz

Docente *Graduação: Ciências Sociais.

Solange Rosa Riconi

Stefanello

Docente *Graduação: Ciências Biológicas

*Pós Graduação: Biologia

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Taciana Karina

Giraldi

Docente *Graduação: Geografia

*Pós Graduação: Meio Ambiente

Thiago Gilceu Hotz

Kalschne

Docente *Graduação: História e Arte

Valdelice do

Amaral Fagundes

Alves

Docente *Graduação: Geografia

Vanessa Patricia

Teixeira Marques

Docente *Graduação: Letras

*Pós Graduação: Metodologia Ensino língua

Inglesa.

Vanilce Pereira de

Oliveira

Docente *Graduação: Ciências Biológicas

*Pós Graduação: Ed. Planejamento e

gerenciamento meio ambiente.

Veronica

Rosemary de

Oliveira

Docente *Graduação: Pedagogia

*Pós Graduação: Educação Especial

Veronice de Souza

Romero

Docente *Graduação: História

*Pós Graduação: Psicopedagogia

Viviane Carla

Costa

Docente *Graduação: Ciências Biológicas

*Pós Graduação: Mestrado

AGENTE EDUCACIONAL I

NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO

Emílio Stocker Serviços Gerais *Ensino Fundamental completo.

Hilda Costa da Serviços Gerais *Ensino Médio completo.

Leonilda Martis Serviços Gerais *Ensino Fundamental completo.

Maria Ladir Dias

Gonçalves

Agente Educacional I *Ensino Médio completo.

*Cursando Profuncionário

Marinês Favreto

Machado

Agente Educacional I *Ensino Médio completo.

*Profuncionário

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Mirtes Terezinha

Dullius Zanatta

Serviços Gerais *Ensino Fundamental incompleto.

Salete Maria

Palozewski

Serviços Gerais * Ensino Médio Completo

Sirley Terezinha

Mendes

Agente Educacional I *Ensino Médio completo.

*Cursando Profuncionário

Vilma Aparecida

Moreira

Agente Educacional I *Ensino Médio completo.

*Cursando Profuncionário

AGENTE

EDUCACIONAL II

NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO

Adriana de Souza

Silva Santana

Agente Educacional II *Ensino Médio completo.

*Profuncionário.

Alcides Marcelo da

Luz

Agente Educacional II *Graduação: História.

* Pós Graduação: História Regional

* Profuncionário

Josiane Aparecida

Marcato

Agente Educacional II *Graduação: Pedagogia

* Cursando Profuncionário

Lucas Cardoso dos

Santos

Agente Educacional II *Graduação: História.

*Pós Graduação: História da Educação

Brasileira

*Mestrado: Educação

Tania Regina

Flauzino

Técnico Administrativo *Ensino Médio Completo

Wagner Diego Coteleski Agente Educacioanl II *Graduação: Ciências Biológicas

*Pós Graduação: Processos Gerenciais

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2.1.10 Ambientes Pedagogicos Disponíveis

Ambiente pedagógico disponível Quantidade

Sala de aula 12

Biblioteca 01

Laboratório de Química, Física e Biologia 01

Laboratório de Informática 01

Sala dos Professores 01

Sala de Recursos 01

Sala da Coordenação 01

Sala da Direção 01

Sala da Secretaria 01

Banheiro Professores/Funcionários 01

Banheiro alunos/ feminino 01

Banheiro alunos/masculino 01

Banheiro adaptado deficiente físico 01

Almoxarifado 01

Saguão 01

Cozinha 01

Quadra sem cobertura 01

2.1.11. Organização do tempo escolar

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O tempo escolar está estruturado em Ensino Fundamental de oito

anos, sendo que a partir do ano de 2012 passará a ser de nove anos, conforme

Resolução nº 07/2010-CNE/CEB, Ensino Médio e Profissional.

Calendário Escolar

O Calendário Escolar é organizado anualmente, conforme normas

da SEED (Instrução nº 015/2011 – SUED/SEED), e reelaborado pelos

profissionais de educação e equipe técnico administrativa, apreciado e

aprovado pelo Conselho Escolar e, posteriormente, enviado ao órgão

competente para análise e homologação.

O Calendário Escolar atenderá ao disposto na legislação vigente,

considerando:

• A Lei N. 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação

Nacional e suas alterações;

• A Deliberação N. 02/02 – CEE, que incluiu, no período letivo, dias

destinados às atividades pedagógicas;

• A Resolução N. 4901/2011-GS/SEED, que definiu o Calendário Escolar

2012 .

O Calendário Escolar garante o mínimo de oitocentas horas,

distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho, sendo que as

reuniões pedagógicas e os conselhos de classe estão previstos, de acordo

com as necessidades da comunidade escolar.

2.1.12 Organização Curricular

O currículo está organizado em disciplinas sendo que do 6º ao 9º

ano, a Base Nacional Comum é composta por Ciências, Arte, Educação Física,

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Geografia, História, Matemática, Português e Ensino Religioso (este oferecido

no 6º ano e no 7º ano). A parte diversificada é formada pela Língua Estrangeira

Moderna- Inglês.

No Ensino Médio, a Base Nacional Comum é composta por Arte,

Biologia, Educação Física, Filosofia, Física, Geografia, História, Matemática,

Português, Química e Sociologia e a parte diversificada é formada pela Língua

Estrangeira Moderna - Inglês.

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2.2– HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO

O surgimento da Escola Estadual Brasmadeira deu-se em decorrência

da Resolução 491/90, que suspendeu as atividades escolares relativas ao

ensino das 4 (quatro) últimas séries do 1º grau da Escola Nossa Senhora da

Salete – EPG, localizada no Bairro Brasmadeira no Município de Cascavel,

entidade mantida pela Fundevel (Fundação Educacional de Cascavel). Esta

mudança se efetivou após um longo trabalho desenvolvido pela Secretaria

Municipal de Educação, que objetivou melhor atender a comunidade com os

recursos advindos do Governo do Estado que ao expedir em 13/02/90 a

Resolução 461/90 criou e autorizou o funcionamento da Escola Estadual de

Brasmadeira – Ensino de 1º grau na conformidade da Resolução 062/89, nos

termos da Lei Federal 5.692, de 11 de agosto de 1971 e das Deliberações nº

30/80 e 51/82 do CEE.

Inicialmente a Escola funcionou provisoriamente no prédio da Escola

Nossa Senhora da Salete – Ensino de Pré à 4ª série, localizada à Rua

Guilherme Piovesan nº 98, Bairro Brasmadeira, visando atender a comunidade

do Bairro Brasmadeira, Jardim Interlagos, Tarumã, Piatti e regiões adjacentes.

O reconhecimento enquanto Ensino Fundamental deu se em 14/11/90

através da Resolução nº 3495/90. Já o Ensino Médio foi reconhecido somente

em 03/12/1992 através da Resolução nº 4446/92, onde a implantação do

Curso de Educação Geral, ocorreu de forma gradativa a partir do ano letivo

de 1993, no período noturno.

No primeiro ano de funcionamento em 1990, a Escola esteve sob a

direção do professor Otávio Ramos de Oliveira, quando da instalação das cinco

5ª séries, duas 6ª séries, uma 7ª e uma 8ª série. Atendeu a 336 alunos,

expandindo para mais três turmas no ano seguinte, sendo todas no

período diurno.

Em 1992, assumiu a direção da Escola a professora Olga Maria Maysa

de Souza. Neste período frequentavam o estabelecimento 522 alunos

distribuídos em 12 turmas sendo cinco 5ª séries, no período da tarde, três

6ªs séries, três 7ªs séries e uma 8ª série, no período da manhã. Neste

contexto tem início a proposta de expansão para o Ensino Médio. A

autorização para o funcionamento veio ao final do ano permitindo a

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implantação gradativa do Ensino Médio no período noturno em 1993. Desta

forma a Escola passa a denominar se Colégio Estadual de Brasmadeira –

Ensino de 1º e 2º graus.

Em 1994, a direção do Colégio passa para a professora Edeni de

Fátima Araújo Ársego, quando freqüentavam o Colégio 860 alunos

distribuídos entre as 17 turmas do Ensino Fundamental ofertadas no período

da manhã e da noite, e três turmas do Ensino Médio no noturno.

Em 1996 o Colégio mudou de endereço, transferiu se para o novo

prédio que o Governo do Estado havia construído, à Rua Boa Vontade s/nº.

no Bairro Brasmadeira.

Neste momento a p rofessora Edeni, se afasta da direção, passando

o cargo para a professora Loni Terezinha Reginatto Dalla Palma,

frequentaram o Colégio neste ano 844 alunos, que ocuparam as 9 salas de

aula da nova estrutura. O estabelecimento ainda contava com biblioteca,

laboratório de ciências, sala de multiuso, sala para os professores, sala de

reuniões, sala para a direção, uma sala para coordenação, secretaria, cozinha

e ainda banheiros.

Com a nova estrutura, no ano seguinte o Colégio, teve um aumento na

sua demanda saltando de 844 para 965 alunos.

No ano de 1997 entram em funcionamento duas turmas de supletivo de

5ª a 8ª séries, que foram autorizadas pela lei 2640 de 01/08/1997, e o

Programa de Adequação Idade Série – PAIS, com 5 turmas. Com estas

alterações o colégio passou a denominar se Colégio Estadual de Brasmadeira

Ensino de 1º Grau Regular e Supletivo e de 2º Grau Regular.

O programa de correção de fluxo, estendeu se apenas para o ano

seguinte, com as mesmas 5 turmas. Já em 15/06/2000 a resolução 2099,

cessou definitivamente a proposta de supletivo.

Em 31 de agosto de 1998, pautado na resolução 3120, o colégio

passou a se denominar Colégio Estadual Brasmadeira – Ensino Fundamental e

Médio.

Em 2000, foram construídas mais duas salas de aula.

Em 2004, assumiu a direção a professora Ana Neusa Fóvis, neste

ano frequentaram o colégio 872 alunos, distribuídos em 15 turmas do Ensino

Fundamental e 7 turmas do Ensino Médio. Neste ano entrou em funcionamento

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- 30 -

o Programa Sala de Apoio à Aprendizagem (Língua Portuguesa e Matemática),

atendendo aos alunos de 5ª série que aprensentam defasagem de conteúdo,

no contra turno escolar. Começou a parceria com a UNIOESTE, através da

professora Maria Lídia Szymanski, com as estagiarias dos cursos de Letras,

Pedagogia e Psicologia, as quais até o presente momento desenvolvem um

projeto para auxiliar nas dificuldades encontradas no processo de ensino e

aprendizagem. Também teve inicio a parceria com a Empresa Globoaves, com

o projeto de futsal, através do professor Márcio Pazianotto, onde é exigido que

o aluno para frequentar a escolinha de futsal, demonstre interesse pelos

estudos.

No ano seguinte entrou em funcionamento no colégio, no período da

manhã, a Sala de Recurso a qual foi autorizado pela Secretaria de Estado da

Educação, através da resolução 1960 de 18 de julho de 2005, visando atender

os alunos com Deficiência Mental e Distúrbios de Aprendizagem do Ensino

Fundamental, sendo o atendimento realizado no contraturno.

Em 2006 expandiu esse atendimento para os alunos do período da

manhã, legalizado com o Parecer 2537/07 CEF/SEED, em 17/04/2007, quando

foi implantado a segunda Sala de Recursos no período da tarde.

A professora Ana Neusa Fóvis e o Diretor auxiliar Silvano Caires Silva,

permaneceram na direção da escola até o ano de 2008, o qual novamente

foram eleitos para a gestão de 2009 a 2011.

No ano de 2007 foi aprovado o Regimento Escolar sob o Ato

Administrativo nº 631/2007 de 17/12/2007, o qual está em vigor até os dias de

hoje. Neste mesmo ano a escola recebeu a reforma dos banheiros dos alunos,

e a construção de um banheiro adaptado para pessoas com deficiência. Já em

2008 recebeu uma reforma geral na escola, envolvendo troca de pisos,

quadros, portas, pintura e demais reformas.

Através do Parecer de Cessação 036/2009 de 27/03/09 a Sala de

Recursos passou a atender por 20 horas / semanais. Neste mesmo ano de

2009 teve início o Programa Viva Escola, na modalidade Literatura e

Preparação para o Vestibular.

Em 2010 começou o Programa Viva Escola, nas modalidades de Artes

Visuais e Esportes, Programa Segundo tempo, nas diversas atividades de

esportes e a parceria com o Programa Atitude, com diversas atividades

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realizadas.

Diante da realidade apresentada, houve a necessidade de fazer os

seguintes adendos ao Regimento Escolar: Adendo de Acréscimo 01/2010 que

se refere ao Estágio Não Obrigatório; Adendo de Alteração 01/2010 que se

refere a alteração do Inciso XVI, Seção II – Dos Deveres dos Alunos, Capítulo

III; e Adendo de Alteração 02/2010 que se refere a alteração do Inciso XVI do

artigo 179.

No ano de 2011 encerrou os programas Viva Escola e Segundo

Tempo, tendo início o Programa de Complementação Curricular, na área de

Arte. Teve a abertura de mais 3 salas de aulas, duas no Ensino Fundamental e

uma no Ensino Médio. Neste mesmo ano, teve início as mudanças quanto a

implantação do Sistema de Ensino de 9 anos, conforme as instruções legais

Lei Federal n. 9394/96 LDBN, Resolução n. 7/2010- CNE/CEB, Deliberação n.

03/2011- CEE/CEB, Parecer n. 407/2011- CEE/CEB e Instrução n. 008/2011 –

SUED/SEED.

Com a mudança no sistema de ensino, o Colégio Estadual Brasmadeira

ofertará a partir de 2012, o Ensino Fundamental do 6o ano até o 9o ano,

conforme a determinação do Conselho Nacional de Educação, Câmara de

Educação Básica, Resolução - no 7, de 14 de dezembro de 2010 que fixa as

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove)anos

e o Ensino Médio Regular (1º ao 3º ano).

Devido à ampliação de mais uma sala de aula, neste ano foi cancelado

os programas e projetos desenvolvidos no contraturno escolar, devido a falta

de espaço físico. Ficando somente os atendimentos das Salas de Apoio a

Aprendizagem e Sala de Recursos Multifuncional.

2.2.1 – Histórico e fundamentação legal político e pedagógica da Sala de

Recursos Multifuncional

No ano de 2004 dando um passo significativo para a inclusão

educacional a SEED/DEE, embasados em preceitos legais que regem a

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Educação especial criam a Instrução nº 05/04. Neste momento, de acordo com

a Instrução denominava: Sala de Recursos para o Ensino Fundamental de 5ª a

8ª série, na área da Deficiência Mental e Distúrbios de aprendizagem.

Definindo: “Sala de Recursos é um serviço especializado de natureza

pedagógica que apóia e complementa o atendimento educacional realizado em

Classes Comuns do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries”.

A Sala de Recursos para o Ensino Fundamental Séries Finais na área

da Deficiência Mental e Distúrbios de aprendizagem, incumbe-se em atender

os alunos matriculados no Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries, necessitando

ser egressos da Educação Especial ou aqueles alunos que apresentam

problemas de aprendizagem com atraso acadêmico significativo,distúrbios de

aprendizagem e/ou deficiência mental e que necessitam de apoio especializado

complementar para obtenção no progresso de sua aprendizagem no ensino

regular.

Com o DECRETO n. 6571/2008 - Dispõe sobre o atendimento

educacional especializado definindo no §1º do Art. 1º como o conjunto de

atividades e recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados

institucionalmente e prestados de forma a complementar o suplementar à

formação dos alunos no ensino regular. No §2º do Art. 1º, determina que o AEE

integre as propostas pedagógicas da escola, envolvendo a participação da

família e a articulação com as demais políticas públicas. E dentre as ações de

apoio técnico financeiros do Ministério da Educação previstas nesse Decreto,

no art.3º, a implantação de salas de recursos multifuncionais, definidas como

“ambientes dotados com equipamentos, mobiliários e materiais didáticos para a

oferta do atendimento educacional especializado’’.

Assim, implementando o DECRETO n. 6571/2008, a RESOLUÇÃO

CNE/CEB nº 4/2009 no seu art.4º define o público alvo do AEE como:

I- Alunos com deficiência: aqueles que tem impedimentos de longo

prazo de natureza física intelectual, mental ou sensorial;

II- Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que

apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsiquíco

motor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou

estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição os alunos com autismo

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clássico, síndrome de asperger,síndrome de ret, trasntornos desintegrativo da

infância ( psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação;

III- Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que

apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas de

conhecimento humano, isoladas ou combinadas, liderança, psicomotora, artes

e criatividade.

Ainda de acordo com essas diretrizes, no art. 5º, o AEE é realizado em

salas de recursos multifuncionais da própria escola ou de outra escola, no turno

inverso ao que o aluno estuda, não sendo substitutivas as classes comuns.

Cabe ao professor (a) da sala de recurso multifuncional elaborar e executar o

plano de AEE, como também orientar os professores do ensino comum, com a

participação da família e com os demais serviços setoriais. Conforme o art. 9º o

art. 10º no projeto político pedagógico da escola deve institucionalizar a oferta

do AEE, mantendo organização:

I – salas de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário,

materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos

específicos; II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da

própria escola ou de outra escola; III – cronograma de atendimento dos alunos;

IV – plano de AEE: identificação das necessidades educacionais específicas

dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem

desenvolvidas; V – professores para o exercício da docência do AEE; VI –

profissionais da educação: tradutores e intérpretes de Língua Brasileira de

Sinais, guia intérprete e outros que atuem no apoio. Principalmente as

atividades de alimentação, higiene e locomoção; VIII – redes de apoio no

âmbito da atuação profissional, da formação, do desenvolvimento da pesquisa,

do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre outros que maximizem o

AEE.

Já a Instrução 013/08 – SUED/SEED, vem nomeando este

Atendimento da Educação Especial (AEE), como Sala de Recursos para o

Ensino Fundamental – Séries Finais, na Área da Deficiência Mental Intelectual

e ou Transtornos Funcionais Específicos, dando sempre o enfoque para a

inclusão educacional.

* Deficiência Mental Intelectual.

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*Transtornos Funcionais Específicos (dislexia, disortografia, disgrafia e

discalculia).

*Transtornos Funcionais Específicos (transtorno de atenção e

hiperatividade).

Sala de Recursos para o Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série, na área

da Deficiência Mental e Distúrbios de aprendizagem com carga horária de 20

horas, no período matutino, do Colégio Estadual Brasmadeira, entrou em

funcionamento através da autorização pelo Parecer 1960/05, e ampliada para

40 horas, autorizada pelo parecer nº 253707 de 17/04/2006.

Vencido seu prazo de funcionamento, foi revisto e autorizada a

renovação, através do Parecer nº 1508/09.

Ainda em 2009, após reavaliação dos alunos que frequentavam os

serviços, observou-se que muitos não se enquadravam no perfil exigido pela

Instrução nº 013/08, outros apresentavam defasagens de conteúdos, assim, os

alunos que conseguiram sanar as dificuldades dos conteúdos defasados foram

desligados do AEE, os que permaneceram foram remanejados de turno e ou

para AEE em outra escola próxima. Desta forma a sala de recursos do período

vespertino foi cessada através da autorização pelo Parecer nº 036/2009.

Assim, em 2011 os AEE do Colégio Estadual Brasmaderia continuam

em vigor para a carga horária de 20 (vinte) horas semanais no período

matutino, para alunos do Ensino Fundamental.

Em 2012, com a Resolução nº 4459/11 de 20 de outubro de 2011 o

Colégio passou a ofertar duas salas Sala de Recursos Multifuncional, uma no

período matutino e outra no período vespertino, conforme segue a Resolução:

“Art.1º Alterar, a partir do início do ano de 2012, a denominação dos

serviços de apoio pedagógicos especializados na modalidade da

Educação especial, autorizados a funcionar nas instituições

pertencentes ao Sistema Estadual de Ensino do Paraná, abaixo

relacionados: De – Sala de Recursos/Ensino Fundamental (séries

iniciais e/ou finais), área da Deficiencia Intelectual e Transtornos

Funcionais Específicos; - Sala de Recursos/Ensino Fundamental

(séries iniciais e/ou finais), área dos Transtornos Globais do

Desenvolvimento. Para: Sala de Recursos Multifuncional (Tipo I), para

a oferta na Educação Básica, nas áreas da Deficiência Intelectual,

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Deficiência Física Neuromotora, Transtornos Globais do

Desenvolvimento e Transtornos Funcionais Específicos. “

2.3– CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

Vivemos numa sociedade marcada pelas desigualdades sociais e

diferenças culturais. Fato este que está permeado por uma falsa democracia

que vem manipulando historicamente os indivíduos. Sendo assim,

idealizamos uma sociedade sem desigualdades, que valorize a todos enquanto

seres humanos, uma sociedade com ideais, objetivos, determinação, sem

preconceitos, que oportunize condições básicas de sobrevivência a todas as

pessoas, independentemente de sua cor, raça ou nível social.

Uma sociedade democrática que leve o indivíduo a questionar e não

ficar no esquecimento, nem repetir os mesmos erros do passado. Cidadãos

críticos, que saibam escolher, que tenham opinião própria. Que a sociedade

oportunize a todos mostrar o seu trabalho. Que reconheça a escola como

uma instituição educativa importante. Que desempenha a construção dos

conhecimentos historicamente acumulados e sistematizados.

Neste contexto, a educação ao longo da história sofreu e ainda

sofre conseqüências desta dualidade. Quando se fala em dualismo das

classes sociais, não se pode deixar de citar as diferenças nas formas de

acesso aos bens e serviços produzidos pelo conjunto da sociedade, sendo

esta a grande dificuldade enfrentada nos últimos anos pela educação como um

todo, sendo também um desafio.

Almejamos então, uma escola transformadora, aberta, democrática,

que garanta uma aprendizagem de qualidade para todos. Para isso, faz se

necessário condições de trabalho adequadas para todos, e que os pais

assumam seu papéis tanto familiar, quanto escolar visando motivar alunos a

aprender. Uma escola alegre, atraente e que dê conta dos conteúdos

científicos, garantindo a apropriação pelos alunos de forma crítica.

A escola pública, gratuita, como elemento básico da vida social e

cultural do grupo social a qual pertence de direito, conforme KRAMER, 1998,

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deve se organizar sobre os quatro elementos básicos para sua ação: cidadania

– deve forjar a consciência da qualidade da escola pública para todos; cultura

– destacar a importância da tradição cultural de cada grupo, de seus

valores, suas trajetórias, suas experiências, seu saber, e do acesso ao

acervo cultural disponível a cada momento da história; conhecimento –

destacar a importância do saber científico e do direito de todos e dele tomar

posse e com ele produzir e criar; por fim a paixão pelo conhecimento para a

formação.

Sabe se que ainda há muito a avançar para se poder considerar a

escola livre de qualquer exclusão.

Um dos maiores desafios deve se ao elevado número de alunos que

apresentam baixos rendimentos, pouca produtividade em sala, desinteresse o

pelo que a escola tem a oferecer e elevado índice de evasão escolar. Tem se

ainda um sujeito carente de limites, de amor, com famílias desestruturadas,

com poucas perspectivas, com acesso restrito aos meios de comunicação e

lazer.

Com a finalidade de contribuir na superação deste contexto, a escola

busca a participação de toda a comunidade escolar na construção de um

projeto pedagógico que vise resgatar valores, estimular a pesquisa, a busca

por novos conhecimentos, enfim, o prazer pelo estudo tendo como partida

a realidade sócio econômica dos educandos e dos seus familiares.

Outro problema apresentado na educação atualmente deve se ao fato

de que poucos profissionais da educação se posicionam frente às políticas que

norteiam o processo ensino aprendizagem. Professores que estão na profissão

por falta de opção, com formação inadequada e defasada. Desta maneira não

percebem a necessidade de redimensionar a prática. Na educação precisa se

de professores que busquem novos conhecimentos, que sejam mais críticos

frente às políticas educacionais, assumindo realmente seu papel de educador.

Também, tem se profissionais recém formados, muitas vezes com uma

formação superficial, com uma prática limitada, dificultando o processo de

ensino e aprendigazem e gerando várias dificuldades no desemvolvimento das

ações. Para tanto é importante destacar os momentos de formação

continuada, para a busca e retomada de fundamentação para uma prática

pedagógica de acordo com os objetivos da escola.

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Quanto aos demais trabalhadores da educação envolvidos no

processo, alguns encontram se descontentes com a remuneração, com a

quantidade de trabalho, sendo muitas vezes desrespeitados por alguns

alunos, sem capacitação suficiente para desenvolver a função. Precisa se de

funcionários com remuneração justa, distribuição adequada de quantidade de

trabalho e capacitados para o desenvolvimento do trabalho e aquisição do

conhecimento legal de seus direitos. Faz se necessário funcionários

estimulados a participar das tomadas de decisões no âmbito escolar.

Assim, o Colégio buscará a participação dos professores e

trabalhadores da educação nos orgãos de instâncias colegiadas, bem como

nas capacitações e nos momentos de formação, estudo e discussões, dentro e

fora do âmbito escolar.

De acordo com pesquisa sócio economica e cultural, realizada atráves

de questionário aos alunos, neste ano de 2010, sobre suas famílias, foi

levantado alguns dados relevantes que possibilitam melhor conhecimento da

realidade escolar e da comunidade do Colégio Estadual Brasmadeira.

O Colégio Estadual Brasmadeira localiza se na periferia da cidade de

Cascavel, bairro Brasmadeira e recebe 42% de alunos do próprio bairro, os

demais de bairros em seu entorno, sendo, 16 % do bairro Tarumã, 15% do

bairro Melissa, 12% Tocantins, 4% Interlagos, 1% Julieta Bueno, e 10% de

outros bairros.

A maioria das familias da comunidade é constituida por pai e mãe,

perfazendo um percentual de 68%, os demais 21% dos alunos moram

somente com mãe, 3% somente com o pai, 4% com os avós, 1% com Tios e

3% com outras pessoas. Como consta, o numero de familias composto por

mães e filhos é significativo, e na maioria das vezes a mãe é a unica pessoa

responsável para manter a família.

Com relação ao indice de natalidade das famílias dos alunos

matriculados, constata-se que 7% das famílias possuem apenas um filho, 24%

dois filhos, 48 % de tres a cinco filhos, 11% de cinco a sete, apenas 8% oito

ou mais.

Outra constatação é com relação ao nível de escolaridade dos pais e

das mães, 30% dos pais possuem apenas as séries iniciais do Ensino

Fundamental, 22% das mães possuem esta mesma escolaridade. Já 22% dos

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pais e 29% das mães concluiram o Ensino Fundamental. Enquanto 17% dos

pais possuem o Ensino Médio completo, as mães tem o índice de 17%. A

quantidade de pais que concluiram o Ensino Superior é de 2%, emquanto as

mães é de 1%. Apenas um por cento de pais e também de mães possuem

especialização. Mestrado e doutorado, não houve. Pais que não estudaram é

3% e mães que não esturadam é 4%. Um total de 22% dos alunos não

souberam responder. Com relação a ultima pesquisa realizada em 2006,

verifica-se que o indice de escolaridade dos pais manteve-se. Sugere-se então

um trabalho de valorização ao estudo, buscando resgatar a importância do

mesmo.

Quanto a profissão dos pais 55% são assalariados, 8% trabalham em

serviços temporários, 4% são diaristas e 19% trabalham autonômos, sendo

apenas 6% desempregados, 8% dos alunos não souberam responder. Em

relação as mães, 35% delas são assalariadas, 4% trabalham em serviços

temporários, 19% diaristas, 11% autonômas, 30% encontram-se

desempregadas, apenas 1% não souberam responder. Não contemplou na

pesquisa a quantidade de pais que não trabalham. Diante destes dados

podemos verificar que a maioria das famílias tem uma renda e que as mães

encontram-se com o maior índice de desemprego.

Dentre as diferentes formas de trabalho dos pais, podemos constatar

que a renda familiar dos alunos desta comunidade são muito baixa,

relacionando com a quantidade de pessoas que constituem as familias. A

maioria dos alunos tem uma renda familiar de um a três salários mínimos (R$

510,00 à R$ 1.530,00) fazendo um percentual de 44%. Já 33% dos alunos tem

renda familiar de até um salário mínimo (R$ 510,00), 16% tem uma renda

familiar de três a seis salários mínimos (R$ 1.530,00 à 3.060,00), apenas 5%,

seis ou mais (R$ 3.060,00 ou mais), 2% não souberam responder. Quanto ao

alunos inseridos no mercado de trabalho, temos 21% de alunos trabalhando e

79% que somente estudam.

Em contrapartida, 83% das famílias possuem casa própria, 13%

moram em casas alugadas, 3% moram em casas cedidas, somente 1% em

outro tipo de moradia. Em relação a ultima pesquisa, realizada em 2006, pode-

se observar que 67% das famílias possuiam casa própria, havendo um avanço

significativo. Quanto as necessidades básicas, 93% possuem água tratada e

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ainda 7% não possuem.

Quanto aos meios de comunicação e acesso a cultura, 48% das

familias tem uma televisão em casa, 49% tem mais de uma televisão e apenas

3% não possuem. Com as novas tecnologias, a quantidade de residencias

com telefone fixo é de 36%, percentual reduzido em relação a pesquisa

anterior, de 2006, que era de 61,6%, a maioria utilizam hoje os telefones

móveis.

Outros mecanismos de comunicação são muito utilizados na

sociedade em geral, na comunidade escolar do Brasmadeira o uso de internet

em casa é de 22%, ficando 78% sem o acesso a essa tecnologia. Quanto a

assinaturas de jornais e revistas, apenas 5% das famílias possuem assinatura

de jornal e apenas 6% possuem assinatura de revista. Podemos concluir que a

maiorias dos alunos são oriundos da classe trabalhadora, de baixa renda,

pouca escolaridade e pouco acesso a meios de comunicação, cultura e lazer.

O bairro possui estrutura limitada, pouco comércio e em consequencia

pouca geração de renda. É desprovido de áreas destinadas ao esporte e lazer

em espaço público, dificultando assim o acesso e a permanência das pessoas

inseridas nos programas e projetos desenvolvidos em bairros vizinhos.

Verifica-se pouca participação dos pais na vida acadêmica dos filhos,

os quais justificam muitas vezes devido a jornada de trabalho, também a

questões socioculturais, as quais os pais ainda não se conscientizaram da

importância do acompanhamento dos filhos na escola.

Diante desta realidade, a escola busca junto com a comunidade,

empresas e instituições governamentais e não governamentais, parcerias para

desenvolver projetos no sentido de promover essas famílias, no ambito

educacional, econômico, esportivo, social e cultural, com atividades que

envolvem cursos, palestras, encaminhamentos, atividades esportivas, etc, além

dos programas oferecidos na escola atráves da Secretaria de Educação do

Estado do Paraná.

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3 – MARCO CONCEITUAL

3.1 – OBJETIVOS GERAIS

No movimento da construção da prática pedagógica insere se uma dada

concepção de homem, sociedade e escola, à qual é determinante da ação dos

envolvidos e consequentemente da constituição de uma escola. Assim, é

mister definir a partir de uma concepção quais são as finalidades da escola e

como atingi-las. Finalidades precisam ser definidas e ter, no caso da escola,

uma intencionalidade compartilhada pela comunidade escolar (SEVERINO,

1992). As finalidades de uma escola podem ser sistematizadas em forma de

objetivos e estes são partes fundamentais do Projeto Político Pedagógico.

Neste sentido, o Projeto Político Pedagógico pode ser suporte para a

organização do trabalho pedagógico. Este estabelecimento de ensino tem por

objetivo a formação humana em sua plenitude, visando trabalhar todas as

dimensões humanas da Ciência, da Cultura e da Arte. Para a realização deste

objetivo é necessário uma proposta pedagógica1.

Na proposta pedagógica desta escola deseja se primar por uma

educação de qualidade que busque chegar aos seguintes objetivos:

IV- Oferecer igualdade de condições para o acesso e permanência na

escola;

V- Desenvolver ações que promovam a qualidade na formação

humana, técnica e política;

VI- Garantir a gestão democrática como princípio consagrado na

constituição vigente e como diretriz nas dimensões pedagógica,

administrativa e financeira;

1. Conforme define o inciso do art. 12 da Lei 9394 que os estabelecimentos de

ensino, respeitando as normas comuns e a dos seus estabelecimentos de

ensino, terão a incumbência de elaborar e executar a sua proposta

pedagógica.

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VII- Resgatar os conceitos e vivências da autonomia e liberdade;

VIII- Valorizar os trabalhos da educação para que na escola todos

sintam se estimulados e tenham um espaço para realizar um trabalho

de qualidade.

IX- Preparar o cidadão para o exercício pleno da cidadania vivendo como

profissional e cidadão.

X- Intermediar no processo de ensino-aprendizagem, dando suporte ao

aluno para que construa suas próprias teias do conhecimento.

XI- Despertar no aluno, também a criatividade, a motivação pelo estudo,

pelo que ele representa na sociedade e que o estudo é umas das

formas de reverter as desigualdades sociais.

XII- Transmitir o saber sistematizado, garantindo a todos os

educandos a possibilidade de apreensão do conhecimento.

As mudanças ocorridas no modo produtivo e nas formas de acumulação

do capital, na sociedade capitalista em que vivemos, tanto no âmbito nacional

como internacional, trouxe novos direcionamentos para a educação formal, de

maneira que se adaptasse a estas mudanças.

Este processo de mudanças alinhou se ao fato de que historicamente,

a educação formal estatal2 esteve direcionada ao atendimento da classe

trabalhadora brasileira, prescrevendo a formação para o mercado de trabalho,

principalmente no nível de ensino médio, e para a contenção da pobreza, no

nível fundamental.

A função da educação formal apenas ganhou, desta forma, novas

roupagens que muitas vezes dissimularam os seus objetivos formativos para o

mercado de trabalho, tendo na década de 90, com a implementação de

políticas econômicas e públicas de corte neoliberal por parte do Estado

2. Entendemos por educação formal estatal a oferecida pelo Estado, que a

partir da década de 90 no Brasil, foi em muitos aspectos direcionadas à

instituições “públicas não estatais”, ou seja, a obrigação do Estado foi

repassado em grande parte para a sociedade civil, com a implementação

das chamadas políticas neoliberais.

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brasileiro, uma nova leitura dos conceitos liberais, como o da igualdade de

condições, da liberdade de escolha e democracia.

Desta forma, se pensarmos numa escola transformadora, esta deve

desempenhar um papel que não vai de encontro às premissas do mercado

capitalista de trabalho, sendo o rompimento deste pensamento alienante à

lógica do capital, o grande desafio que se impõe à escola.

Uma formação ampla e completa do aluno, executada através do

conhecimento adquirido pelo estudo das várias disciplinas, será buscada por

nossa escola, não preconizando o mercado de trabalho como o fim último da

formação do aluno, mas sim a instrumentalização pelos conhecimentos

científicos, de modo que o aluno possa conviver e intervir nesta sociedade que

se mostra cada vez mais excludente e injusta.

Sem desconsiderar as determinações sociais, políticas e econômicas

lançadas sobre a escola, o trabalho conjunto e coletivo que convergem aos

objetivos da formação plena do educando, será perseguido pelo conjunto da

comunidade escolar que compõe nossa escola.

Se o conjunto dos envolvidos diretamente no processo pedagógico tiver

a compreensão de que as políticas sociais, dentre elas a política educacional,

é constituída a partir das forças sociais de determinado momento histórico,

poderemos direcionar o processo de ensino aprendizagem para promover ao

máximo a possibilidade de intervenção do educando na sociedade, de modo a

transformá-la, uma vez que uma sociedade mais justa e igualitária é prescritiva

básica para uma vida digna.

A instrumentalização do aluno, por meio dos diversos conhecimentos

que constituem a grade curricular, poderá formar, uma vez que todos da

comunidade escolar tenham claros os objetivos propostos de formação, e

compartilhem de ações coletivas para implementá-la, indivíduos capazes de

interagirem de maneira transformadora na sociedade, começando pelo próprio

espaço social e físico onde vivem, extrapolando este espaço, atingindo a

sociedade como um todo.

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Nesta sociedade capitalista, onde o emprego é raro e a exclusão social

é realidade vivenciada pela maioria dos trabalhadores, a escola não deve

pautar-se na formação para o mercado, e sim para uma formação plena que

possibilite ao enfrentamento dos desafios explicitados acima.

O esvaziamento de conteúdos que as políticas de cunho neoliberal

causou (ou tem causado) na escola, deve ser superado, até como condição

básica de valorização do espaço escolar por parte do aluno, uma vez que o

discurso da facilitação do estudo para a classe trabalhadora acaba por minar

as reais possibilidades de transformação social, de maneira a desmobilizar as

classes trabalhadoras.

O ingresso antecipado no mercado de trabalho é um dos implicantes

nos índices de faltas e evasão da escola, pois muitos alunos necessitam

buscar as condições mínimas de subsistência, sua, e da família.

A falta de uma cultura de valorização da educação por parte das

famílias de baixa renda, atrelada à disfunção do papel da educação e da

desatualização que diz respeito ao acompanhamento dos avanços

tecnológicos, são elementos colaboradores no desestimulo do aluno em

frequentar o ambiente escolar.

Estes aspectos citados confirmam os desafios impostos à comunidade

escolar, que deve considerar tais fatores, mas também necessita buscar

alternativas coletivas para sua superação.

O coletivo atuante no trabalho escolar, representado pela comunidade

escolar, necessita proporcionar ao educando a possibilidade de aquisição dos

conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade, de maneira

que tais conhecimentos, sistematizados cientificamente nas diversas

disciplinas lecionadas, possam instrumentalizar os alunos para intervenções

transformadoras em sua realidade e na sociedade como um todo.

Os esforços de nossa comunidade escolar vão no sentido de

proporcionar ao educando o poder de lutar pelo exercício pleno de sua

cidadania.

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Porém, o conceito de cidadania deve ser entendido não como um

conceito vazio, que as políticas neoliberais tanto utilizam nas políticas sociais

na educação, mas no sentido de acesso ao mínimo de condições materiais

necessárias a uma vida digna de ser humano, como emprego, moradia, saúde,

educação de qualidade e outros elementos básicos para a manutenção da

vida.

Neste sentido, a comunidade escolar direcionará seus esforços

norteados por objetivos contrários à lógica mercadológica do capitalismo,

buscando instrumentalizar seus alunos com o conhecimento científico, para

que estes possam ter a criatividade e criticidade necessárias para o

enfrentamento da exclusão social a qual estão submetidos, bem como para a

superação da situação de explorados.

Com tais pressupostos, a perspectiva de futuro, hoje até mesmo ausente

em grande parte dos educandos, pode ganhar novo significado, pois como

sujeitos interativos do meio social, podem visualizar possibilidades concretas e

reais de intervenção, uma vez que o conhecimento para a transformação retira

o indivíduo de sua condição de alienado.

O educando necessita, no universo da escola e contextualizado com a

prática social na qual é sujeito, vivenciar situações que o leve a estimular todas

as suas potencialidades de sujeito humano e interativo com o meio que o

cerca, a fim de compreendê-lo melhor e transformá-lo.

A prática social deve ser o ponto de partida do trabalho pedagógico

desenvolvido no âmbito escolar, para que haja uma leitura crítica desta, por

parte dos alunos e envolvidos neste trabalho.

Os conhecimentos são produzidos através do trabalho do homem sobre

a natureza, transformando a de acordo com as necessidades que vão se

configurando com a evolução de sua humanização, esta última, resultado do

próprio processo de trabalho e das relações estabelecidas com outros seres

humanos.

A escola caracteriza se como o principal espaço para a transmissão

sistematizada destes conhecimentos criados pelo homem, de maneira que o

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trabalho no âmbito escolar visa a apropriação por parte do educando, dos

conhecimentos historicamente acumulados.

A principal função da escola é, desta forma, a socialização do

conhecimento científico, que não deve ser propriedade de poucos, apesar de

ser um grande desafio dar aos alunos de escola pública, o mesmo

conhecimento que os alunos pertencentes à classe dominante têm acesso.

Como resultado da luta da classe trabalhadora, a escola pública

caracteriza se como local privilegiado (senão único), de acesso universalizado

ao conhecimento científico sistematizado por parte dos trabalhadores, sendo a

superação do esvaziamento do saber científico, um dos principais desafios

impostos hoje na educação escolar pública.

O processo de ensino aprendizagem abrange dois principais sujeitos: o

professor e o educando. A estrutura da escola deve proporcionar, através de

outros envolvidos com este processo, condições para que o aprendizado

aconteça.

Assim, os esforços por parte da comunidade escolar, do diretor, equipe

pedagógica, professores de projetos de apoio e reforço, zeladoras, secretários

e os pais, cada qual com sua parcela de contribuição, proporcionarão situações

propícias para o êxito do aprendizado por parte do aluno.

O professor tem como principal papel, o de sistematizar, organizar e

mediar o processo ensino aprendizagem. Para este trabalho, como afirmado

acima, é importante a articulação do trabalho coletivo dos demais envolvidos

neste processo.

Ao aluno, cabe o papel de construir ativamente e de forma intrapessoal

o seu conhecimento, analisando, indagando e participando, a fim de se

apropriar dos conhecimentos científicos.

A mediação entre o aluno (sujeito) e o conhecimento (objeto) é condição

básica para que a aprendizagem ocorra, tendo o professor como principal

mediador, uma vez que o simples contato entre sujeito e objeto, não

proporciona a aprendizagem.

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Esta mediação feita pelo professor relaciona se à transmissão dos

conceitos científicos aos alunos, uma vez que a humanidade concebeu a

escola como principal lugar onde possa haver a transmissão dos conceitos

científicos, sendo estes, resultado da produção histórica dos homens.

A partir da necessidade de repensar o tipo de aluno a ser formado,

para que tipo de sociedade, em determinado momento histórico, leva à

necessidade de repensar o processo avaliativo, como constituinte do

processo ensino aprendizagem, bem como repensar o trabalho pedagógico

desenvolvido na escola como um todo.

Criar estratégias capazes de utilizar a avaliação de forma qualitativa e

não quantitativa, estão entre os desafios propostos para a Comunidade

Escolar.

A valorização do trabalho em sala de aula como um todo, além da

formação de grupos de estudo e discussões teóricas entre os professores,

podem levar ao encontro de melhores metodologias avaliativas, evitando a

exclusão de alunos que não consigam alcançar determinadas notas.

A necessidade histórica da classificação entre indivíduos mais capazes

dos menos capazes, inerente à sociedade capitalista, separando os indivíduos

mais produtivos dos menos produtivos, é instituída no interior da escola através

do ato avaliativo.

Não obstante, o ato avaliativo, se visto como inerente ao ato de

humanização e/ou pela perspectiva do crescimento humano, pode representar

importante elemento de contribuição para a melhoria da socialização, o que

permite a vida em sociedade e avanços na qualidade desta vida.

Trata se pois, de utilizar a capacidade diagnóstica do ato avaliativo, para

então interferir nas ações didáticas para adequar estas ações ao êxito do

processo ensino aprendizagem.

O Plano de Trabalho Docente e a metodologia utilizada podem ser

revistas durante o processo de ensino aprendizagem, através da avaliação,

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promovendo melhores resultados que garantam a apreensão, por parte do

educando, dos conhecimentos transmitidos.

Através da avaliação, o professor pode realizar adaptações, avaliação

diferenciada, reencaminhar e melhorar seus atos de mediação, direcionando

para o aprendizado por parte do aluno.

3.2 A CULTURA

A educação é um processo social. Imbricados nesse contexto estão os

aspectos comuns aos homens, ou seja, a política, a economia e a cultura.

Seríamos ingênuos se disséssemos ou se propuséssemos que cada qual

destes termos fosse visto separadamente sem uma contextualização, pois não

há economia sem política, política sem cultura, cultura sem educação, e assim

por diante.

Quando verificamos que fazemos parte de um todo e não de fragmento

como propõe o cartesianismo, compreendemos que nossas atitudes dizem

respeito ao “outro”. Mais gritante no que concerne à ecologia, onde

visivelmente o todo precisa se manter.

Iremos neste item, tratar da cultura na educação. Todavia, é primordial

termos em mente que a cultura, assim como a educação, é um processo. Logo

sem início, meio e fim, e que hoje passa pelas nossas mãos, nos pertence e

cabe a nós, assim como coube aos nossos antepassados levá-la adiante da

melhor forma possível. Na cultura também perpassa o papel do dominante e do

dominado. Isso posto, entendemos que para não sermos dominados é

necessário entendermos a linguagem do dominador.

Falando desta forma, tem-se a impressão de que no mundo, há

justiceiros, dominantes e servos. Não podemos cometer os mesmos erros de

nossos antepassados acreditando que só existe o “bem e o mal”, e ainda que

eles estão separados. Somos todos dominantes, dominados e justiceiros,

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dadas proporções de tempo, lugar, necessidade, indignação, entre outros. Em

suma somos humanos, todos sujeitos às mesmas adversidades.

Falemos de educação e cultura, a partir do prisma da diversidade.

Compreender o outro significa entender os vários tipos de cultura existentes

sem exacerbar ou menosprezar nenhuma.

A cultura popular representa os costumes da nova sociedade urbana,

que se formou a partir do processo de urbanização. A cultura popular, na

verdade compreende os costumes de nossos antepassados (interior do

país). Exemplo: bumba meu boi, capoeira, reizado, entre outros.

Com a ascensão da burguesia, uma nova cultura se formou: a

cultura de massa. Os burgueses tinham dinheiro. Todavia, não tinham cultura,

pois compravam a cultura erudita, (daí a necessidade dos críticos) e por fim,

perceberam que ela poderia reverte-se em lucro. Desta forma surge a cultura

de massa, que é a banalização tanto da erudita, quanto da popular, numa nova

versão que hoje entendemos por pop e comercial.

A necessidade de retomar a cultura em seu aspecto original, tanto a

erudita quanto a popular, e preencher o vazio do ser humano, dá lugar à uma

ação compreendida como a redefinição daquilo que é expressão de um povo

que tanto pode ser erudito, quanto popular.

Essa característica de manutenção da cultura é diferencial no mundo

globalizado, o que não significa fechar os olhos ao novo, ao diferente, mesmo

porque, como já dissemos, para não sermos dominados é preciso conhecer a

cultura do dominador. Não é possível perder de vista, por mais que tentem, em

um mundo cujo predomínio seja da coca-cola, que sempre haverá guaraná.

As diferenças que existem entre os homens, portanto não podem ser

explicadas simplesmente por limitações que nos são impostas pela lei

biológica, social ou ambiental. Esses traços e diferenças são também de cunho

cultural e é aí que uma raça se sobrepõe a outra, ou seja, quando conserva

sua cultura, sua identidade.

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A cultura condiciona a visão de mundo. Atentemos, entretanto ao

etnocentrismo, a idéia de que apenas aquilo que nos cerca é correto. “Narciso

acha feio o que não é espelho” (Caetano Veloso).

A noção dada aqui para a cultura passa por todos os aspectos sociais;

como podemos verificar. Há ainda a agravante de ser ela um instrumento da

ideologia dominante. Gramsci concorda com Marx, quando diz que o proletário

é realmente a força produtiva da sociedade e consequentemente o maior

consumidor de cultura do país, todavia ela é instrumento da conservação

dessa elite, quando incute idéias errôneas e instigam atitudes populares que

atendam à interesses de terceiros, como por exemplo, a televisão e sua

influência na população. A hegemonia consiste em transformar a cultura em

instrumento à acefalia coletiva.

3.3 A ESCOLA ENQUANTO ESPAÇO SOCIAL

Não é possível compreendermos a escola fora do contexto social, logo

podemos dizer que ela tem um papel importante a se cumprir com o indivíduo

que lhe é confiado. O aluno deve, no universo da escola, vivenciar situações

que o leve a estimular todas as suas potencialidades de sujeito social, afora

o fato da garantia por lei de que esse sujeito deverá conhecer, estar

integrado ao trabalho e principalmente estar instigado, engajado a dar

continuidade ao seu estudo por si só.

Quando dizemos que a escola deve ser vista pelo prisma social, não

podemos ignorar o que dela advém. Os fatores econômicos, culturais e

políticos estão também implícitos aí. Se a escola consciente ou não acaba por

acentuar a desigualdade social, uma vez que instiga ao sucesso ou ao

fracasso dos seus alunos, seus instrumentos para isso são os meios

pedagógicos, os objetivos, os planejamentos, os conteúdos, as avaliações,

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enfim, não há construção, tão pouco efetivação do Projeto Político

Pedagógico.

Faz se necessário atentarmos ainda para o fato de que, se a escola

também é responsável pela formação do indivíduo, mesmo ele não

pertencendo mais ao seu seleto grupo de alunos, é claro que seu

desenvolvimento exterior será de suma importância para saber se seu papel foi

cumprido ou não.

Estamos nos referindo aqui aos alunos que já passaram pela escola,

tendo concluído ou não seus estudos, visto que, caso não os tenha

terminado, fica claro que a escola falhou em seu papel de educação

igualitária. Todavia, outros fatores devem ser considerados para efetivar essa

desistência do aluno, do contrário corremos o sério risco de ver a escola como

a única opção de salvação do mundo e que tudo que acontecer com esse

indivíduo poderá ser visto simplesmente a partir de seu prisma, ou seja,

voltamos à perspectiva não crítica que atenta Saviani.

Neste contexto é que voltamos aos instrumentos pedagógicos. Quando

o aluno cumpre todas as etapas pré estabelecidas por nós e consegue atingir

“nosso” objetivo, isso significa que ele se dará bem na vida? Não

necessariamente o saber educacional vem acompanhado do saber prático.

O professor deverá saber distingui-lo e exercita-lo em sala de aula com

dois intuitos: o primeiro refere-se ao respeito que se deve ter com as

múltiplas inteligências que povoam a sala de aula, o segundo diz respeito à

necessidade de exercitar os alunos que porventura não tenham determinadas

habilidades. Atentemos para o fato de que o termo habilidade neste contexto

serve tão somente para definir de forma mais clara as múltiplas inteligências e

não aquele empregado por Tyer.

“Esse espaço social e político implica a reflexão sobre a pertinência e

relevância histórica, contextualizada de nossa prática educativa

escolar. A função primordial da gestão da escola é garantir a

contundência histórica da prática pedagógica na escola. A reflexão

sobre a gestão democrática da escola é um exercício constrangedor

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de um lado, e gratificante de outro. De um lado, desafia nossos brios e

nos faz ferver em virulenta indignação diante das condições concretas

das escolas brasileiras e diante dos resultados reais do trabalho. De

outro lado, as conquistas da humanidade em nossos dias, os avanços

são pequenos...” (Wittmann, 2005, p. 1).

“A evolução da humanidade, os avanços da ciência e da tecnologia e o

desenvolvimento, que nos enchiam de esperança, acabara por

confirmar que “o que dá para rir, dá para chorar”. Entretanto, as razões

das lágrimas são as mesmas dos sorrisos. A globalização e a

tecnologia, que fundam e dão base para a exclusão e para o

neoliberalismo, também fundam e dão base para a inclusão e para o

estatuto da partilha e da companheirice .”

(http://www.ufpe.br/ce/index.php?option=com_

oent&view=article&id=271&Itemid=204 acessado em 21/12/2010)

Em síntese, vivemos uma época explosiva e numa terra minada. De

nada adianta brincarmos de “democracia” no interior das escolas. A gestão

compartilhada na escola só faz sentido com uma prática social que qualifica o

processo educativo na construção da revolução sócioantropológica

emancipadora. Este é o processo histórico em construção que faz sentido,

superando o autoritarismo, fundada na irresponsabilidade coletiva.

Há experiências que constituem avanços significativos tanto no

conhecimento quanto na prática da gestão compartilhada, participativa e co-

responsável, educação escolar, e, principalmente, na relação mutuamente

fecundante entre o repensar teórico e o inovar na prática. Estes

avanços já foram demonstrados em muitas experiências inovadoras.

Portanto, a indignação crescente da sociedade civil com o estado da

educação brasileira vem acompanhada de uma enorme e fundada esperança.

Esta esperança resgata o próprio e real sentido da intervenção educativa

escolar. A escola é o espaço historicamente construído para a concretização

da prática social da educação.

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Neste sentido, ela é a intervenção intencional no processo histórico da

produção concreta da existência humana. Portanto, o sentido radical e último

da escola e de sua prática é a percussão social, o impacto e o significado

concreto dessa intervenção. Num momento de mudanças profundas, em que a

dimensão efetivamente humana de todos e de cada uma das pessoas está

sendo chamada ao palco da história, a intervenção educativa escolar se torna

mais decisiva e fundamental. Três eixos ou três determinantes fundam e

alicerçam uma gestão democrática consequente:

a) O sentido social da educação, sua contribuição com o novo que

emerge e já está posto, com suas novas demandas para a educação.

b) A concepção de aprendizagem e conhecimento, fundada nas

recentes experiências pedagógicas;

c) As características concretas do devir humano.

No atual contexto histórico, vivemos um momento de mudanças

profundas nas relações de produção. No chão da fábrica começam a surgir

necessidades e interesses objetivos de participação inteligente, corresponsável

e partilhada dos agentes envolvidos com a produção de bens materiais.

Isto significa que estão sendo construídas as condições objetivas para a

implosão das relações objetivas, para a implosão das relações de dominação e

subordinação, porque os novos processos de produção exigem, cada vez mais,

a parceria co-responsável e o trabalho em equipe, tornando caduca a ex-

necessária divisão entre quem manda e quem obedece, entre quem, de um

lado planeja, decide, controla, no exercício do trabalho intelectual, e, de outro

lado, quem produz, executa e faz, no trabalho manual, rotineiro,

desumanizador da produção em série. As máquinas automáticas substituem

com vantagem de tempo e de qualidade o trabalho humano manual.

O progressivo descarte do trabalho manual está trazendo desemprego

estrutural, e, com o descarte de pessoas, com sua formação reduzida ao

trabalho manual, esta criando os chamados “inempregáveis”. Cresce a

necessidade de pessoas mais “qualificadas” para a nova configuração dos

trabalhos no campo, na indústria e nos serviços.

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Para inscrever neste mundo novo do trabalho é indispensável a

capacidade de pensar e de trabalhar em equipe. As aptidões cognitivas e

atitudinais requeridas neste novo mundo do trabalho rompem com as aptidões

de subordinação política e submissão ideológica.

Em decorrência, a dimensão sócio-política da escola torna-se mais

exigente e complexa e exige parceria e co-responsabilidade em sua gestão. A

tradicional função de esfriar as aspirações da maioria para ser obediente e

esquentar as aspirações da minoria para dirigir, está superada, e não faz mais

sentido em um mundo em que todos são conclamados a uma competente

participação.

3.4 CIDADÃO E CIDADANIA

As relações entre as pessoas, grupos e povos antes se fundavam no

músculo ou na força, na capacidade de impor sua vontade, pelo seu poder de

punição e castigo.

Esta base de relação foi substituída pela riqueza, que além de

potencializar e agigantar, o poder de impor podia e pode premiar pelo poder de

recompensa. Estas bases de relação são desgastantes e perigosas porque se

esvaem na medida de sua utilização. O uso da força ou da riqueza implica na

diminuição de sua posse. Quanto mais alguém as usa, menos as terá. Além

disso, ninguém é tão forte que pode impor sua vontade a todos que quiser e

pelo tempo que quiser; ninguém tem tanta riqueza que pode comprar tudo o

que quiser.

Com o avanço e evolução da humanidade, foi se construindo o

conhecimento como nova base da relação. Hoje, as “guerras” são guerras

sub-reptícias e complexas pela informação, pelo “know how” e pelo

conhecimento. Este potencializa a força e a riqueza. A posse da tecnologia

mais avançada é a garantia de qualidade e quantidade de produção.

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Portanto, o conhecimento é uma base mais avançada e superior de

relação das pessoas com o mundo, com os outros e consigo mesma. Além

disso, esta base não se desgasta com o uso. Quanto mais conhecimento for

usado, maior e mais denso e consistente ele pode ficar.

Pode a humanidade estar construindo uma base material de relação que

não implica, pela sua natureza, em seu risco, ao contrário da força e do

dinheiro, cuja utilização implicava no “enfraquecimento” de quem se utilizava ou

se utiliza deles.

Entretanto, com o avanço do conhecimento na base da produção

material, a humanidade está construindo a exclusão social de um crescente

número de pessoas. Vem crescendo o desemprego, a miséria, a

marginalidade, o sequestro, a droga, a humanidade constrói a barbárie ou seu

“suicídio coletivo”.

De outro lado, o conhecimento como base das relações, constitui uma

real e objetiva oportunidade para a construção de uma nova sociedade,

fundada num estatuto de parceria ou “companheirice”, uma vez que não traz

consigo o risco de diminuição com seu uso.

Esta alternativa, que se opõe à barbárie e ao “suicídio coletivo”, implica

na transformação estrutural da sociedade e na produção histórica de pessoas

humanas não demitidas de si mesmas ou alienadas aos interesses objetivos da

acumulação capitalista. Exige pessoas, sujeitos de construção histórica, e não

predicados do senhor nosso deus capital.

A escola é o lugar privilegiado para a construção e o exercício da

parceria e “companheirice” oportunizados pelo conhecimento, como base das

relações humanas. O objetivo específico do trabalho escolar é o próprio

conhecimento. Portanto, a função sócio-política da escola está diretamente

vinculada ao cerne ou eixo ou base da relação no mundo novo que emerge. A

função sócio-política da escola, hoje, é trabalhar competentemente com seu

próprio objeto de trabalho.

Cabe à administração compartilhada da escola o acompanhamento, a

vigilância e a orquestração desta competência.

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Como educadores de apoio, os responsáveis pela administração devem

garantir as condições e o apoio necessários para que, no ato pedagógico,

na relação professor - aluno, os alunos ampliem seu conhecimento e, ao

mesmo tempo, sejam produzidas em todos e em cada um, as aptidões

cognitivas e atitudinais necessárias neste novo mundo, humanamente cada

vez mais exigente.

A convivência com o outro é um indispensável processo de

construção de si. A escola é o espaço em que, pela intervenção educativa,

as pessoas se qualificam para a aventura humana da permanente

transcendência para a riqueza da fraternura na convivência. A função sócio-

política da escola, no processo pedagógico da alfabetização sócio-cultural,

inclui, mas não se esgota no conhecimento da sociedade em que se vive, suas

contradições, mazelas e chances. Esta alfabetização implica a construção das

aptidões atitudinais necessárias para uma fecunda convivência humana e se

concretiza na gestão democrática da escola.

O avanço da tecnologia, especialmente através da informática, robótica

e automação, está garantido melhor qualidade e maior quantidade na produção

de bens materiais. Este avanço vem diminuindo a necessidade de que as

pessoas intoxiquem ou se bestializem nas tarefas rotineiras às quais estavam e

continuam estando submetidas no cumprimento de tarefas do trabalho manual.

Estes processos de substituição do trabalho manual por máquinas estão

expulsando ou liberando as pessoas da ocupação desgastante. As pessoas

estão tendo cada vez mais desemprego ou mais “tempo livre”. São recentes

alguns sintomas de liberação das pessoas da rotina do trabalho, como por

exemplo, a implantação da jornada de oito horas de trabalho, a ampliação da

folga semanal, a aposentadoria, o retardamento do ingresso no mundo do

trabalho pelo aumento do tempo da escolaridade obrigatória, o salário

desemprego, formas de redução da jornada de trabalho etc.

Entretanto, até pouco tempo atrás, a maioria das pessoas “tinham que

ser” reduzidas ao trabalho manual, para garantir a produção. Em

consequência, não desenvolveram aptidões necessárias para este novo

mundo que emerge. Não conseguem se entender sem estarem ocupadas. Esta

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“ocupação” que consome inexoravelmente todas as horas, minutos e segundos

da vida, é um recurso estratégico fundamental para garantir a alienação das

pessoas. Sem tempo para pensar, para conviver e para curtir, as pessoas

estavam “condenadas” a servir o senhor nosso deus capital.

Na sofreguidão de acumular a si mesmo, este nosso deus produziu a

eliminação da base da subordinação das pessoas, substituindo as por

máquinas, reunificando o trabalho intelectual e manual na máquina. Na sua

lógica, este processo leva a exclusão dos descartáveis. Entretanto esta não é a

única lógica viável. Cresce a consciência da possibilidade da lógica oposta, a

lógica da inclusão universal de todas as pessoas numa sociedade diferente

desta que está aí. Esta sociedade não é eterna e imutável, ela foi

historicamente produzida. Portanto, ela pode ser transformada, porque está em

construção. Segundo esta lógica, o que seria “descarte” do ponto de vista do

capital, é de fato, uma liberação do ponto de vista sócio antropológico ou

humano.

“Em resumo, com tempo livre as pessoas e a sociedade se defrontam

com o desafio da alternativa entre o suicídio e a metamorfose. Ou

não tolerarão a vida porque o oceano da miséria crescente invadirá

e destruirá as pequenas ilhas de fartura ou as pessoas se transformam

em novas pessoas humanas. Está posta a possibilidade de ter tempo

para que as pessoas sejam sujeitos e não predicados; sejam gente,

devires livres, pensantes, companheiras e com sentido para viver, e

não objetos, como instrumentos ou mercadorias do capital. Esta

metamorfose exige a ruptura com a mediocridade dos autoritarismos e

democratites, porque demanda a competência da gestão compartilhada

e co-responsável.”

((http://www.ufpe.br/ce/index.php?option=com_oent&view=article&id=2

71&Itemid=204 acessado em 21/12/2010)

Educação, no sentido amplo, é o processo concreto na produção

histórica da existência humana. Neste sentido, todas as relações estabelecidas

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da pessoa com o mundo, com os outros e consigo mesma são partes do

processo educativo. No processo histórico de forjamento das pessoas há

intervenções educativas, que constituem a prática social educativa.

Educação, no sentido estrito, é uma prática social que tem o objetivo de

contribuir, direta e indiretamente, no processo de construção histórico das

pessoas. São intervenções educativas no forjamento histórico e concreto das

pessoas. Em nossa época a forma mais conhecida de intervenção educativa é

a escola. Nós somos profissionais desta prática. O centro, a razão de ser e o

sentido da educação, como prática social, é a aprendizagem.

O ato pedagógico é a relação interpessoal, entre profissionais da

educação e educandos, com o objetivo explícito de educar, de intervir no

processo de aprendizagem. O objeto específico desta aprendizagem é o

conhecimento.

Portanto, a compreensão ou o sentido de conhecimento é fundamental e

determinante para o ato pedagógico e para a administração da escola.

O conhecimento pode ser entendido como produto, como informação, ou

pode ser entendido como processo, como construção. Estas duas

compreensões implicam em formas opostas e antagônicas de administração da

educação, nos seus processos de política, planejamento, gestão e avaliação.

O conhecimento como informação, como produto, é chamado “saber

historicamente acumulado pela humanidade”. Se o objeto do trabalho

pedagógico é o conhecimento como informação, a função e o objetivo do ato

pedagógico é a socialização deste saber para que ele seja incorporado

pelos educandos. O “conteúdo”, as informações, ou o “saber historicamente

acumulado pela humanidade” devem ser “transmitidos” pelos profissionais da

educação e devem ser “assimilados” pelos educandos.

O importante é que o aluno “repita” o saber existente, memorize, torne-

se uma enciclopédia ambulante. Neste sentido, um computador e uma

enciclopédia “saberiam” muito mais do que as pessoas. Uma educação

com esta visão de conhecimento, no máximo, contribui para a produção de

pessoas eruditas. Com esta compreensão de “conhecimento”, pode ser

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justificada uma prática pedagógica e uma gestão escolar autoritárias. Nada

impede que o conteúdo seja imposto e a prática educativa seja

autoritariamente gerida. A heterogestão é inerente a relação entre os que

sabem e devem transmitir e os que não sabem assimilar.

O conhecimento como processo, como produção, é a construção do

saber. Se o objeto do trabalho pedagógico é o conhecimento como construção,

a função e o objetivo do ato pedagógico é a ampliação do saber dos

educandos sobre determinada realidade. O conteúdo, as informações ou o

saber historicamente acumulado pela humanidade deve ser trabalhado (não

assimilado) no ato pedagógico.

No confronto entre o saber do educando e o saber da humanidade, o

educando amplia o seu saber e constrói aptidões cognitivas. O importante é

que o aluno compreenda, construa o seu dizer, a sua própria palavra e

desenvolva a sua competência para exercer o direito de se pronunciar. O ato

pedagógico centrado no conhecimento como construção é, por exigência

intrínseca, interativo, interpessoal, participante e democrático. Ele exige uma

gestão compartilhada. A autogestão é inerente à relação entre as pessoas

envolvidas na aventura humana de ampliar o saber e construir aptidões

cognitivas.

A prática democrática da gestão da escola na elaboração, execução e

avaliação do Projeto Político Pedagógico decorrem do caráter fundamental do

processo educativo, que é o objeto da relação pedagógica: o conhecimento

como processo, como construção, como ampliação do saber e produção das

estruturas mentais avançadas, exigidos para a inscrição competente no novo

mundo que emerge e para a efetiva emancipação humana.

A “objetivação” ou a fetichização do conhecimento o transforma em

mercadoria, em produto a ser guardado em “patentes”, privatizado e usado

como mecanismo de dominação e de exclusão. As escolas se transformaram

em mini ou supermercados de “venda” desta mercadoria. A compreensão do

conhecimento como processo, construção, implica a intersubjetividade, a

parceria, a partilha e se opõe a toda forma de redução à mercadoria.

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As pessoas se produzem historicamente no encontro com outras

pessoas. É pelo rosto do outro que construímos nosso próprio rosto. A

importância do outro na construção de si mesmo é tão decisiva e fundamental

que tem até uma dimensão interiorizada.

Cada pessoa, quando pensa, se surpreende falando consigo mesma,

com o outro imbuído em si mesmo. É o fecundo dialogo entre o desejo e a

pessoa histórica em construção, entre a base e o nome, entre quem sou e

quem faço.

Esta construção concreta da existência humana se produz no

permanente conforto entre o desejo e a chance ou condição histórica, entre

os impulsos e as possibilidades e limitações de sua concretização.

As conquistas de nosso tempo oportunizam e demandam a competência

do prazer de aprender, de pensar, de conviver e de curtir. Estas conquistas da

humanidade são o fundamento para tornar a escola um espaço social, um

lugar de celebração da aprendizagem, onde se vive o encanto do sempre novo

no processo de permanentes reequilibrações majorantes na construção da

emancipação humana.

Diante destas conquistas, as precariedades da educação brasileira

não só não fazem mais sentido, mas se tornaram definitivamente

injustificáveis. Uma competente administração da prática social da educação,

no espaço sóciopolítico escolar, responde às exigências de um novo, já posto

na produção material da existência humana. Ela consolida a nova base

material das relações, que é o próprio objeto do trabalho escolar. Contribui

decisivamente para que a humanidade se qualifique com e para o tempo livre

que está conquistando, oportunizando a todos e a cada um a se construir

efetivamente como gente, com direito e poder para a celebração de pensar e

aprender, para a riqueza do convívio e do encontro de parceiros e para o

encantamento da administração.

A gestão democrática da escola é uma contribuição indispensável, é

uma garantia e uma prática concreta desta construção emancipadora da

existência das pessoas e da humanidade.

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O resultado concreto deste projeto não é conclusivo, mas com

certeza se encaminha muito mais pela identificação de que a questão

maior não é, portanto, a veiculação ou não da educação escolar,

capacitação emocional, física e mental ao modo diferente de produção que se

inaugura, como condição de existência ou prosperidade desse processo de

acumulação, denominado de flexível.

Se o olhar se dirigir ao que está acontecendo hoje nos Estados Unidos

e, particularmente no Brasil, verifica-se que as elites dirigentes não estão se

encaminhando na direção da sociedade do conhecimento, via escolarização e

intelectualização de todos os partícipes sociais e, em especial das classes

menos favorecidas.

Veja o que esta acontecendo, por exemplo, nas escolas elementares e

secundárias de Los Angeles, onde está sendo eliminadas dos currículos áreas

não consideradas essenciais (o contrário do que esta sendo dito e escrito hoje,

pelo menos no Brasil) como arte, música, línguas estrangeiras, ao mesmo

tempo em que esta sendo veiculado nas salas de aula um programa de

notícias de televisão comercial Canal Um, dividido entre dez minutos de

notícias nacionais e internacionais e dois minutos de propaganda.

Ora, se exige tanto do novo trabalhador e pergunta-se como este

alcançará níveis tão altos de exigências intelectuais e operativas se a

educação que lhe é oferecida fica tanto a desejar até nos países mais

desenvolvidos como o exemplo dos Estados Unidos, em que a cultura

humanística é dispensável em troca da instrumental.

Veja o caso do Brasil na profissionalização do ensino médio,

preconizada pelo MEC, em que se pretende eliminar do currículo desse

ensino as disciplinas consideradas dispensáveis, por não estarem

diretamente relacionadas a profissão à qual o estudante se destina, enquanto

que para uma minoria se aumenta o nível de exigências para ingresso nos

cursos superiores de boa qualidade.

Sabe-se que informações precisam ser processadas, criticadas e

selecionadas para cumprirem um papel importante na formação dos homens e

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que para isso acontecer há necessidade do domínio de uma ferramenta

intelectual, capaz de fazê-los avançar e não apenas assumir tais informações

como verdades absolutas, o que se exerce pelo poder da crítica, que só a

cultura humanística é capaz de propiciar.

No Brasil, basta ver o que aconteceu com a nova Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Brasileira, produto de amplos debates nacionais, mutilada

por forças conservadoras no que havia de maior interesse para a classe

trabalhadora: gratuidade do ensino em todos os níveis, autonomia das

universidades, melhores condições gerais para os professores, dentre outros.

Ao longo deste projeto procurou-se examinar como a educação se situa

no espaço da transição do Fordismo Keynesiano para a acumulação flexível,

globalizada.

O acesso ao conhecimento científico, técnico, administrativo, é

fundamental ao desenvolvimento da sociedade, só que a nenhum mercado é

viável a distribuição democrática de seus produtos, sob pena de deixar de ser

mercado. Ainda mais, todo mercado tem de oferecer mercadorias de

qualidade e preços diferenciados, para atender a todos que procuram, o que

na verdade, é indispensável para a sua manutenção e expansão.

3.5 EDUCAÇÃO ESPECIAL

A educação especial é uma forma de educação organizada para atender

exclusivamente alunos que apresentem determinadas necessidades educativas

especiais, durante o processo educacional, seja de ordem social, física,

emocional ou familiar, sendo estas temporárias ou não.

Assim, as Diretrizes da Política Nacional de Educação na Perspectiva da

Educação Inclusiva, 2008. define a educação especial como: “uma modalidade

de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o

atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e recursos

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próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a

sua utilização nas turmas comuns do ensino regular”.

Esta, objetiva permitir que o aluno com necessidades educacionais

especiais, com as peculiaridades, características individuais de cada um,

relacionado às suas dificuldades, e ou impedimentos em vista de sua limitação,

tenham a oportunidade de desenvolver ao máximo o seu potencial no processo

de sua aprendizagem. Desta forma, todos são capazes de desenvolver sua

aprendizagem, porém, se faz necessário que o sistema educacional oportunize

dando condições humanas/ técnicas/ adaptativas, assim potencializando ao

máximo seus aspectos intelectuais, habilidades e aptidões para alcançar seu

desenvolvimento integral.

A pessoa com deficiência é entendida como aquela que apresenta em

caráter permanente ou não, perdas em seu processo de desenvolvimento de

sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem

dificuldades para desempenhar algumas atividades, ou ultrapassar barreiras da

mesma forma que os outros Cidadãos.

É válido lembrar que o termo ”deficiente” sempre carregou em sua

terminologia uma carga muito negativa, acarretando muita discriminação

rotulando a pessoa com deficiência. Nas literaturas, encontram-se também,

outros nomes pejorativos como: “retardadas, mongolóides”. Ao longo do

processo, nos estudos dos pesquisadores, foi dando outros conceitos e

nomenclatura, excepcionais, portador de necessidades especiais, criança

especial, pessoa com deficiência. Mais recente com os novos direcionamentos,

surge terminologia de acordo com a DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994,

como pessoa com necessidades educacionais especiais o que inclui pessoas

com deficiência, além das necessidades comportamentais, físicas, emocionais,

sociais ou familiares, substituindo o termo criança especiais, utilizado para

designação de criança com deficiencia. E por último, com a Instrução 013/08

define Deficiência Mental/Intelectual - Transtornos Funcionais Específicos-

(DM/I/TFE/), que veremos mais adiante. Desta forma, seguiremos com estas

duas últimas nomenclaturas para designar a pessoa com deficiência.

A pessoa com necessidades educacionais especiais geralmente precisa

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de atendimento especializado, seja para fins terapêuticos, como fisioterapia ou

estimulação motora, seja para que possa aprender a lidar com a deficiência e a

desenvolver as potencialidades.

No contexto histórico as pessoas com deficiências eram vistas como

anormais sendo marginalizadas de maneira cruel, muitos não tinham o direito

se quer a própria vida, pois eram exterminados. Em todos os tempos, entre as

civilizações, culturas, condição socioeconômica e etnias, sempre existiram

pessoas com deficiências (cegas, surdas, limitações intelectuais, físicas e

outras), mas em todas as sociedades houve resistência para a aceitação

social, da condição destas pessoas. Sendo assim, as condições de vida, ou

seja, da própria sobrevivência dos deficientes ocorreram grandes obstáculos,

limitações e riscos, dificultando ou não acontecendo o desenvolvimento dos

mesmos.

Segundo POZZOLI (2006, p. 192), há três tipos de conduta da

sociedade perante a pessoa com deficiência ao longo do processo histórico e

que ainda se fazem presentes resquícios destes comportamentos: indiferença,

caridade e o paternalismo. A indiferença é sem sombra de duvidas crucial,

pois posta a idéia que o deficiente não existe, não tem direitos algum, não é

cidadão. A caridade também dolorosa, pois é de cunho sentimental religioso, a

pessoa com deficiência é vista como um objeto de remissão dos pecados. Para

o caridoso a pessoa com deficiência no sentido jurídico de “pessoa”, portanto, é

um indivíduo sem direitos. E por último vem o paternalismo, que assume a

responsabilidades de direcionar as questões exclusivas da pessoa com

deficiência. Sendo assim, mesmo a pessoa tendo seus direitos garantidos ela

não está apta, não tem capacidade para exercê-lo.

“...a pessoa portadora de deficiência não quer ser agregada, não

necessita de esmolas e muito menos paternalismo; a pessoa

portadora de deficiência exige direitos, a começar pelos

contemplados na Constituição de 1988, devendo exercer a sua

cidadania.” (POZZOLI, 2006,p. 192, 193).

No cenário educacional, decorre uma longa história travada com muitas

lutas pelo direito a educação. Jean Itard é considerado o precurssor da

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educação especial, com seus procedimentos médico- terapêuticos, quando

tentou recuperar e educar o menino selvagem Victor Aveyron, que fora criado

na floresta com total privação social. No século XIX, através das pesquisas da

medicina dá um olhar, a deficiência com enfoque clínico, pesquisando a

doença, tratamento e cura. Quando só então começam as primeiras práticas

educativas. Desta forma, a educação especial se organizou como atendimento

educacional especializado que substituía o ensino regular, apresentando

divergências entre as compreensões, pois surgiram instituições especializadas,

tais como: escolas especiais e classes especiais. Este sistema, teve como

fundamentação características de normalidade/anormalidade, determinando o

atendimento clínico terapêuticos com enfoque nos testes psicométricos que

definiam, por meio de diagnósticos, as práticas educativas/ escolares para os

alunos com deficiência.

A educação especial no âmbito nacional ocorreu na década de 30, no

cenário da educação geral, quando inicia os conflitos da escola tradicional e a

escola nova, com advento dos ideais de alguns educadores como Montessori,

Decroly, Dewey, Fernando de Azevedo, Anizio Teixeira, etc.

Assim, no Brasil, o atendimento às pessoas com necessidades

educacionais especiais, teve início na época do Império quando houve a

criação das instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854,

atualmente denominado Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos

Surdos Mudos, em 1857 na atualidade com a nomenclatura instituto Nacional

da Educação dos Surdos – INES, ambos localizados no Rio de Janeiro.

Já no início do século XX, é fundado o Instituto Pestalozzi em 1926,

instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental;

em 1954 é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

– APAE e; em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado

às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.

Com os diversos movimentos sociais surgidos na época pela

insatisfação social e sintetizadas pela Declaração Universal dos Direitos

Humanos começa a atender em instituições as pessoas com deficiências

físicas e com deficiências mentais. Nas décadas de 60 e 70 com o surgimento

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dos movimentos sociais formados por pais e educadores a favor da

democratização das escolas as camadas sociais desfavoráveis

economicamente, organizaram-se as primeiras associações de pais e pessoas

com deficiências. Estes movimentos constituíram-se um fato histórico no

Estado do Paraná, com a criação da primeira escola especial mantida pela

APAE - Associações de Pais e Mestres dos Excepcionais, na cidade de

Curitiba.

Em meio a esta complexa sociedade tão excludente, com muitas lutas e

reivindicações realizados pelos movimentos em prol das minorias, os discursos

ideológicos e políticos, as novas legislações, dão um direcionamento favorável

as pessoas com necessidades educacionais especiais.

No que tange a Educação, podemos citar a Constituição Federal de

(1988), como Lei maior que, determina a educação como direito de todos.

Em meados de 90, começa a discutir a inclusão de alunos especiais,

preferencialmente na rede regular de ensino.

Em 1994 veio a Declaração de Salamanca, um documento, fruto da

Conferência Mundial de Educação Especial, realizado na Espanha, que institui

o compromisso de educação para todos com necessidades educacionais

especiais dentro do sistema regular de ensino, de forma, a garantir condições e

oportunidades para que todos possam assimilar a aprendizagem, atendendo

assim a necessidade individual de cada um. Defendia-se a inclusão nas

escolas regulares, com trabalhos eficazes para combater atitudes

discriminatórias, acolhendo os alunos com necessidades educativas especiais,

construindo uma sociedade inclusiva.

A Lei 9394/96, LDB, que estabelece as diretrizes e bases da educação

nacional, no Art. 58 esclarece: “a modalidade de educação escolar, oferecida

preferencialmente na rede regular de ensino, para educando portadores de

necessidades especiais”. No inciso 1º, “Haverá, quando necessário, serviços

de apoio especializados, na escola regular, para atender as peculiaridades da

clientela de educação especial. E no Art. 59. Os sistemas de ensino

assegurarão aos educandos com necessidades especiais: “I – currículos,

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métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender

às suas necessidades”. Havia-se garantido em lei, porém um sistema que se

encontrava despreparado em termos de recursos humanos financeiros,

estrutura física e a própria resistência social e política. Havíamos nadado

muito, mas ainda morríamos na praia. Pois o cenário da educação especial

havia conseguido apenas uma abertura de luz, ainda tinha que se discutir,

conhecer, planejar as políticas públicas em prol da educação especial para

então realmente começar a acontecer na integra nas práticas educativas.

Nestes estudos, discussões e através de muitas reivindicações acerca

do aluno com necessidades educacionais especiais, surgem, Decretos,

Resoluções, Deliberações e Instruções, todos embasados nos preceitos legais

que regem a educação especial (LDB- 9394/96). Estes documentos vem

contemplar a garantia dos direitos do aluno com deficiência ao atendimento a

educação especial – AEE.

Com a Deliberação 02/03, esta vem fixar normas para a Educação

Especial, Modalidade da Educação Básica, para o Sistema de Ensino do

Estado do Paraná, para alunos com necessidades educacionais especiais.

No parágrafo único dispõe: ”Esta modalidade assegura educação de

qualidade a todos os alunos com necessidades educacionais especiais, em

todas as etapas da educação básica, e apoio, complementação e/ou

substituição dos serviços educacionais regulares, bem como a educação

profissional para ingresso e progressão no trabalho, formação indispensável

para o exercício da cidadania”.

Uma educação que incluíssem todos os alunos, independente de suas

diferenças, ritmos, limitações, assegurando direito da aprendizagem a todos,

para tal, fazendo-se necessário dar condições através de currículos abertos e

flexíveis. O currículo escolar passa a ter comunidade\escola. Uma nova

significação de currículo, oportunizando o debate, a reflexão crítica sobre a

história dos marginalizados, dos estigmatizados, enfim dos excluídos do meio

social.

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Assim, SILVA (2004) concebe o currículo como prática de significação

imerso nas relações sociais de (poder), como ato político de tradução de

interesses de determinados grupos e não de outros, é concebê-lo como espaço

disputado, contestado, conflitivo que envolve relações hierárquicas e

assimétricas particulares. Considerando o currículo como construção social,

ligado ao momento histórico nas relações sociais que se estabelece com o

conhecimento. Analisando que a inclusão remete a construção de currículos

abertos e flexíveis para atender ás necessidades educacionais de todos os

alunos sejam elas especiais ou não, passamos para um paradigma de educar

para a diversidade.

PASTOR TORRES, (1998) e outros autores afirmam que não deve

haver um currículo diferenciado e adaptado para alguns alunos. Desta forma

deve haver o entendimento que o conhecimento sistematizado da educação

formal, deve oportunizar as mesmas possibilidades e direitos, mesmo que

apresentem diferenças sociais, culturais e pessoais, mas o importante é

assegurar igualdade de condições para assimilação do conhecimento.

Para a garantia da aprendizagem do aluno com necessidades

educacionais especiais, ou não, na flexibilização curricular faz se necessário as

adaptações curriculares, este termo adotado da tendência internacional. Toda

ação pedagógica em busca de possibilitar a aprendizagem do aluno com

necessidades especiais no meio escolar, denominamos adaptações

curriculares, seja com planejamento diferenciado, formas, maneiras

diferenciadas para explanar o conteúdo, respeitando ritmos, exploração do

potencial, com materiais, tecnologias, professor(a) especializado(a), adaptação

de mobília\ arquitetura, entre outros, sempre contextualizado respeitando a

individualidade do aluno.

Assim, conforme a definição de GARRIDO LANDÍVAR, (1999, p.53) “as

adaptações curriculares como modificações que são necessárias realizar em

diversos elementos do currículo básico para adequar as diferentes situações,

grupos e pessoas para as quais se aplica. As adaptações curriculares são

intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, um currículo inclusivo deve

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contar com adaptações para atender a diversidade das salas de aula, dos

alunos”.

Ou,

“quando se fala de adaptações curriculares está se falando,

sobretudo e, em primeiro lugar, de uma estratégia de

planejamento e de atuação docente e, nesse sentido, de um

processo para tratar de responder às necessidades de

aprendizagem de cada aluno...fundamentado em uma série de

critérios para guiar a tomada de decisões com respeito ao que é,

ao que aluno ou aluna deve aprender, como e quando e qual é a

melhor forma de organizar o ensino para que todos saiam que

beneficiados” (MEC, 1992 apud GONÇALVES MANJOAN, 1995,

p. 82.)

Cabe lembrar que as adaptações curriculares são um processo amplo

envolvendo todo um segmento que não se restringe na prática exclusiva do

professor em sala de aula, mas envolvem outros níveis, outras esferas. No

próprio sistema de ensino, com políticas públicas que tenham ações em

formação de profissionais, promoção de acessibilidade, mudança de matriz

curricular, parcerias com a saúde e outros órgãos. E no próprio projeto político

pedagógico com envolvimento da comunidade, direcionando os planejamentos

com contemplação das necessidades do currículo de acordo com a realidade

dos alunos, no planejamento do professor(a) em sala de aula contemplando a

utilização de estratégias metodológicas e outros que venham possibilitar a

aprendizagem do aluno com necessidades educacionais especiais.

Na perspectiva da educação inclusiva, em 2003, o governo do Paraná

institui concurso público para professores de educação especial, fato histórico,

pois é um momento que se abre a atuação do profissionais especializados em

educação especial nas instituições escolares da rede estadual de ensino.

Quando então criam as salas de recursos em todas as escolas públicas do

Paraná, favorecendo o processo de inclusão no ensino regular dos alunos com

necessidades educacionais especiais.

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Nesse processo, a SEED adota a política da educação responsável, “O

desafio da inclusão escolar é enfrentado como nova forma de repensar e

reestruturar políticas e estratégias educativas, de maneira a criar oportunidades

efetivas de acesso para crianças e adolescentes com necessidades

educacionais especiais, e, sobretudo, garantir condições indispensáveis para

que possam manter-se na escola e aprender”. (Diretrizes Curriculares da

Educação especial para a Construção de Currículos Flexíveis, 2008.)

Nesse processo da inclusão responsável, faz-se necessário um amplo

envolvimento de políticas públicas dos governantes, gestores, professores,

alunos, comunidade e família, buscando assim, um novo direcionamento,

compreendendo e acreditando no potencial do ser humano, com práticas que

venham a superar a discriminação e preconceito em relação ao “diferente”.

A SEED\DEE, com a política no movimento da educação inclusiva

responsável, cria a rede de apoio, formada por um conjunto de serviços

ofertados pela escola e comunidade para todos. Tem como objetivo dar

respostas educativas para as dificuldades de aprendizagem apresentadas

pelos alunos com necessidades educacionais especiais. Assim, os serviços e

apoios especializados destinam-se ao atendimento de alunos com dificuldades

educacionais especiais decorrentes das deficiências mental, visual, física-

neuromotora e surdez, das condutas típicas de quadros neurológicos,

psiquiátricos e psicológicos graves e das altas habilidades\superdotação.

Estes serviços e apoios são denominados pela legislação (res.

CNE\CEB.n.01\02 e Del. CEE 02\03) de serviços de apoio pedagógico

especializados no turno de matrícula do aluno, quando realizados em classes,

escolas especiais, da rede conveniada e/ou em interface com as áreas da

saúde, trabalho e ação social, justiça entre outras. Já os serviços pedagógicos

especializados realizados no contexto da sala de aula, ou no contraturno, por

meio da oferta de recursos humanos técnicos, tecnológicos físicos e materiais,

objetivando o acesso e a complementação do currículo ao aluno. A SEED,

preocupada com alguns alunos, aqueles com graves comprometimentos e

problemas no desenvolvimento, que no momento, não apresentam condições

de aprendizagem acadêmica formal, optou em manter as classes especiais, e

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instituições especializadas, mas tendo a clareza que a escola é o lugar

preferencial para aprendizagem acadêmica e inclusão educacional.

Assim, os serviços especializados que substituem os contextos de

educação regular, são aqueles de natureza pedagógica, clinico\terapêutica e

ou profissionalizante, articulados com as políticas públicas, assegurando a

constituição das redes de apoio ao aluno, família e escola.

Ao fazer a inclusão escolar, cabe aos profissionais da educação

neste momento assumir o educar para diversidade, construindo currículos que

atendam as diferenças dêem espaço à construção de práticas curriculares que

contemplem as diferenças individuais dos alunos inseridos no meio escolar.

“As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando um

sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças

individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos”

(CARVALHO, 2004, p. 26).

Assim a inclusão é uma bandeira erguida na educação com eficiência

para todos, na instituição escolar, devendo satisfazer as necessidades de todos

os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou

sociais. Deve estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com

êxito a diversidade de seus educandos e colaborando para acabar com a

desigualdade, injustiça social, sendo uma educação acolhedora humana e com

qualidade.

De acordo com as políticas educacionais da SEED, embasados nas

Diretrizes Curriculares da Educação Especial para Construção de Currículos

Inclusivos, o trabalho da Educação Especial, fundamenta-se na perspectiva

histórico crítico-social, no qual o ser humano se desenvolve com o processo

histórico cultural, ou seja, através da interação com o meio o qual está inserido,

ele possa desenvolver um conhecimento crítico desta mesma realidade,

podendo situar-se no tempo histórico como sujeito transformador da sociedade.

Assim, o aluno com necessidades educacionais especiais, pode desenvolver

suas capacidades, independentes de suas diferenças intelectuais, significativas

ou não. Isto remete a escola, o compromisso em potencializar o pré-

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conhecimento do aluno, através de recursos diversificados de acordo com a

necessidade individual de cada um.

Assim, em concordância com os ideais da SEED, o Colégio Estadual

Brasmadeira assume com responsabilidade em sua prática educativa o

compromisso com a formação do aluno sujeito histórico social crítico,

transformador da realidade o qual, este está inserido, a partir do conhecimento

empírico do aluno, instigando-o para a percepção histórica com compreensão

crítica do passado e presente, sendo capaz de transformar a sociedade o qual

ele se situa. Construindo um currículo flexível com novo significado

compreendendo as relações sociais, proporcionando a diversidade de alunos,

oportunidades e condições de igualdade para assimilação do conhecimento

científico sistematizado. Direcionamos nossa prática educativa da educação

especial a favor da inclusão educacional, estabelecendo parcerias, trocas com

os diversos órgãos da rede de apoio, articulando família e escola, de forma a

contemplar os alunos com necessidades educacionais especiais e beneficiá-los

com recursos humanos, técnicos, tecnológicos ou materiais diferenciados que

promoverão a sua inclusão e aprendizagem.

3.6 AVALIAÇÃO

A avaliação é um processo fundamental para fornecer informações

sobre como está se realizando o processo ensino e aprendizagem como um

todo, tanto para professor e equipe pedagógica conhecerem e analisarem os

resultados do seu trabalho, como para o aluno verificar o seu desempenho. E

não simplesmente focalizar o aluno, seu desempenho cognitivo e o acúmulo de

conteúdos para classificá-lo em aprovado e reprovado.

Segundo LIBÂNEO,1992, “a avaliação é uma reflexão sobre o nível de

qualidade do aluno”. Dentro desta perspectiva percebe-se que a avaliação

deve desenvolver os sujeitos do processo ensino e aprendizagem e

encaminhá-los a prática reflexiva sobre as atividades educacionais. Na visão

em que educar é formar, e formar é construir saber, a avaliação assume

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dimensões abrangentes, ela não se reduz apenas a atribuir notas. Sua

conotação se amplia no sentido de verificar se a aprendizagem está sendo

significativa, se o saber elaborado é real e usual.

As concepções e práticas de educação devem estar relacionadas com a

função que a instituição educativa cumpre na sociedade. As posições que se

adotam frente à avaliação, devem estar inter- relacionados com as concepções

que se tem de sociedade, homem, ensino e aprendizagem, cidadania e

trabalho.

No atual contexto histórico e social, considerando-se o momento vivido

pelos educadores e educandos, é necessário rever paradigmas, oferecendo

critérios referenciais para uma prática educacional que vise a formação de

indivíduos conscientes, críticos, autônomos, criativos e agentes da história.

Sujeitos inseridos no seu grupo social e comprometidos com o seu tempo e

os seus semelhantes, cientes do seu papel na construção de si mesmos, do

mundo e da sociedade.

Para garantir que a atividade se desenvolva de modo adequado, o

homem precisa averiguar permanentemente se o processo está de acordo

com os objetivos que se pretende atingir. É nisso que consiste a avaliação,

que se mostra ao mesmo tempo algo específico do ser humano e como

processo imprescindível à realização do projeto de existência histórica do

mesmo.

Acima de tudo é fundamental ressaltar que para promover a avaliação

através de atos conscientes, humanizados e responsáveis temos que ter a

clareza e propriedade da ação que está sendo realizada, o que se pretende

atingir. E para isso ocorrer a prática avaliativa deve estar articulada com a

prática inclusiva, na efetivação das adaptações curriculares de pequeno e

médio porte e as adaptações curriculares de grande porte, para só assim dar

iguais condições para a diversidade de educandos existentes no meio escolar.

Sendo a avaliação um ato complexo, importante dentro do processo

ensino e aprendizagem, faz-se necessário que os envolvidos conheçam as

funções, características, instrumentos de avaliação e que os instrumentos de

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aplicação se realizem dentro de um processo pedagógico onde se priorize as

aprendizagens significativas para a vida do educando, em que a importância

do conhecimento tenha primazia sobre o aspecto classificatório.

Para que a avaliação assuma sua real função dentro do processo

ensino-aprendizagem ela deve levar em conta algumas características, citadas

por LIBÂNEO (1998):

XIII- Reflete a unidade, objetivos, conteúdos, métodos: sendo parte

integrante do processo educacional deve estar relacionada com

objetivos, conteúdos, métodos expressos no planejamento e

desenvolvidos no decorrer das aulas.

XIV- Possibilita a revisão do plano de ensino: os indícios de

progresso e deficiência na assimilação de conteúdos são elementos

que possibilitam a revisão e um redimensionamento do trabalho.

XV- Ajuda a desenvolver capacidades e habilidades: ajuda a

conhecer as individualidades, os lentos, os ativos e estabelecer

bases para as atividades.

XVI- Volta-se para as atividades dos alunos: não se restringe somente

as provas escritas, trabalhos com datas marcadas, observa e avalia

todas as atividades realizadas pelos alunos.

XVII- Ser objetiva: deve comprovar os conhecimentos realmente

assimilados pelos alunos de acordo com os conteúdos e objetivos

trabalhados.

XVIII- Ajuda na auto percepção do professor: analisa o rendimento

do aluno, o trabalho realizado e os encaminhamentos a serem

dados.

Considerando as características propostas por LIBÂNEO como

necessárias para um processo avaliativo que promova melhorias no

processo ensino aprendizagem, elegem-se as mesmas como premissas

direcionadas da avaliação neste estabelecimento de ensino.

Também no que tange a avaliação em um sistema educacional inclusivo,

nos orientamos com uma concepção que dá enfoque na avaliação com o

aspecto “formativo e inter-individual, em que o interesse está centrado nas

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interações entre as necessidades de cada aluno e a resposta educativa que se

lhe oferece”.

Neste processo avaliativo importante é estar atento as relações do aluno

com as dificuldades na aprendizagem com os conteúdos, com o ambiente

escolar, com os professores e os colegas, bem como o que foi feito para estas

melhorarem. Considerando que a escola forma o sujeito crítico em suas

relações, capaz de agir e transformar o meio social em que está inserido, tendo

autonomia e emancipação.

Segundo a LDB 9394/96 artigo “para que avaliação cumpra com

sua finalidade educativa, deverá ser contínua, permanente e cumulativa” e

assim procuramos definir:

Avaliação contínua: é aquela que acontece de forma regular,

continuamente. Não se espera chegar ao final de um trabalho para proceder a

uma avaliação, ela se dá durante todo o processo de aprendizagem. Quando

se deixa para avaliar apenas ao final de um processo, corre-se o risco de não

se alcançar os resultados desejados, perderem-se os recursos e desperdiçar-

se o tempo despendido no decurso da ação. A avaliação se faz continuamente,

alimentando permanentemente as decisões e ações orientadas para a correção

dos rumos e superação dos problemas detectados.

Avaliação diagnóstica: mapeia os conhecimentos prévios dos

participantes em relação aos conteúdos que serão abordados. Situa as

capacidades, necessidades, interesses e dificuldades do grupo, para viabilizar

o planejamento de estratégias de ações apropriadas.

Avaliação somativa: é pontual, acontecendo no final de uma unidade

de aprendizagem, de um bimestre, para determinar o grau de domínio de

objetivos previamente estabelecidos. Propõe fazer um balanço somatório de

uma sequência de trabalhos. É realizada num processo cumulativo, levando

em consideração verificações parciais. Informa, situa e classifica o aluno.

Avaliação funcional: os objetivos são elementos norteadores, da

avaliação. Avaliar o aproveitamento do aluno consiste em verificar se está

alcançando os objetivos propostos.

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Avaliação orientadora: indica os avanços e dificuldades do aluno,

ajudando-o a progredir na aprendizagem, orientando no sentido de atingir

os objetivos propostos numa perspectiva orientadora, a avaliação também

ajuda o professor a replanejar o seu trabalho.

Pautados no compromisso responsável da educação inclusiva, incluímos

a avaliação inicial e a avaliação continuada de acordo com MINETTO (2008).

I- Avaliação inicial: primeiramente faz-se preciso que o professor

entenda seu aluno embasado teoricamente. Conhecê-lo enquanto sujeito, não

focando em sua deficiência, isto implica em fazer vínculo com o aluno e sua

família, facilitando assim o processo de ensino e aprendizagem, bem como

conhecer sua história, seus gostos e preferências, entre outros. Buscar

conhecer se existe a avaliação psicopedagógica do educando, ou outros

registros que tragam informações precisas. A partir disto, viabilizar as

adaptações curriculares necessárias.

II- Avaliação continuada: Avalia-se os produtos por meio dos

processos. Verifica-se no aprendizado ocorrido onde houve facilidades e

dificuldades, o que direcionará as possíveis modificações necessárias. Partindo

da avaliação diferenciada que deve estar permeada ao processo ensino

aprendizagem, tendo caráter interativo. Nesta avaliação considera-se as

dificuldades do aluno e a do sistema de ensino, pois as necessidades

educativas do aluno podem ser agravadas no contexto escolar.

Pautado nestes princípios que norteiam a avaliação da aprendizagem e

que são regidos pela legislação educacional vigente, que a instituição adota

sua postura filosófica.

Desta forma, a avaliação do Colégio Estadual Brasmadeira será um

processo contínuo, permanente e cumulativo para o estudo e interpretação dos

dados obtidos na docência e na aprendizagem, realizando-a em função de

objetivos propostos e desenvolvidos. Observando que ela também será

diferenciada nos casos de alunos que apresentem necessidades educativas

especiais, sejam estas temporárias ou não.

A avaliação permitirá verificar de forma integrada a capacidade e o

rendimento do educando e desempenho do educador. Será um processo

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contínuo de pesquisas, procurando interpretar os conhecimentos prévios dos

alunos, considerando a realidade do meio social em que vivem e respeitando o

seu processo de construção do conhecimento.

Analisar e avaliar a participação, o desempenho e a eficiência do

professor através do planejamento do conteúdo trabalhado, dos métodos de

ensino aplicados na dinâmica de suas aulas, e pelo nível de aprendizagem

(progresso e desenvolvimento) dos seus alunos, além de considerar a sua

postura de educador, comprometido com a sua realidade. A avaliação

diferenciada não só propicia condições de igualdade para a aprendizagem de

todos, como também, torna-se mais humanizadora. De igual forma ao avaliar o

aluno com necessidades educativas especiais, deve-se organizar com base

nas áreas, conteúdos e objetivos, onde foi realizado as adaptações

curriculares, considerando a forma de avaliar inicial e continuada, tendo a

participação sempre que necessário do professor, coordenador, família e

outros.

Vale lembrar que a dinâmica e organização em sala de aula, desde os

ajustes onde e perto de quem o aluno vai sentar, a interação com o aluno, a

metodologia diferente usada, os conteúdos selecionados, entre outros, são as

adaptações curriculares de pequeno porte, todos estes elementos, são

considerados no momento da avaliação. Não se pode ouvidar que em se

tratando de instrumentos avaliativos diferenciados, as provas deverão ter maior

duração de tempo, enunciados simplificados, ambiente propício para a

efetivação, entre outros.

Assim, os recursos utilizados como instrumentos de avaliação se

apresentam de diferentes formas, tais como, provas orais e escritas, trabalhos

individuais e em grupos, pesquisas, experiências, apresentações de seminários

e debates.

Dentro desta perspectiva, a avaliação será permanente, contínua,

cumulativa, diagnóstica e somativa.

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A avaliação diagnóstica será contínua, permitindo ao professor

detectar os aspectos defasados do educando, oportunizando a realização do

processo ensino-aprendizagem.

A avaliação somativa será feita com espaço de tempo mais longo,

realizado durante o período letivo, e a atribuição de notas deverá ser

consequência da forma de avaliar.

O resultado da avaliação será expresso através de nota 0 (zero) a 10,0

(dez vírgula zero, não lhe acrescentando décimo ou frações.

O rendimento escolar mínimo exigido pelo estabelecimento para

aprovação é 6,0 (seis vírgula zero) por matéria ou disciplina, respeitando a

frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas

para a aprovação de acordo com o Capítulo II, Seção I, Art. 24, item IV

da Lei 9394/96. O estabelecimento adotará o regime de registro bimestral de

notas para controle da vida escolar do aluno.

Os resultados bimestrais e finais das avaliações, bem como as faltas,

deverão ter o registro no Livro de Classe e encaminhados à secretaria nos

prazos estipulados, para fins de transcrição nos documentos de escrituração

escolar e nos instrumentos de comunicação.

O aluno que apresentar o rendimento escolar insuficiente será fornecido

condições que lhe possibilitam a apreensão dos conteúdos básicos

necessários para o acompanhamento da turma. Isto ocorrerá através da

recuperação paralela, que é oportunizada a cada avaliação, quando não for

atingido o objetivo proposto na assimilação do conteúdo.

3.7 ENSINO - APRENDIZAGEM

Em todos os momentos da vida ocorre aprendizagem. A aprendizagem

escolar é peculiar, por se produzir dentro de uma instituição com função social,

onde a aprendizagem dos conteúdos do currículo transforma-se no fim

específico das atividades escolares e das relações entre os indivíduos que

formam o grupo social.

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Ao se tratar de educação no âmbito de formação escolar, acontecem

vários debates a respeito da forma mais adequada de promover as relações

que permeiam o conhecimento. Educador consagrado, Paulo Freire revela

que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a

sua produção ou sua construção”, surge então desafios para quem deseja

construir estratégias educacionais de forma adequada para a concretização do

processo. Cabe ao professor partindo do contexto onde o aluno está

ensinando, problematizando os setores do conhecimento empírico para o

conhecimento científico.

O ensino e aprendizagem se concretizam na interligação de dois

momentos indissociáveis transmissão/assimilação ativa de conhecimentos e

que este conhecimento seja significativo ao aluno. Há uma relação recíproca e

necessária entre a atividade do professor (ensino) e do aluno (aprendizagem),

esta relação é dinâmica e se dá num processo coordenado de ações. “Ensino e

aprendizagem são duas faces da mesma moeda. Não pode existir uma, se não

existe a outra. Não há ensino se não se deu aprendizado” (PARO, 1998).

O professor planeja, dirige o processo de ensino, tendo em vista

estimular a atividade dos alunos para a aprendizagem. A tarefa do professor é

complexa, uma vez que são muitos os fatores intervenientes, por isso tem de

ser muito bem preparada. Não basta o docente saber, dominar bem o assunto,

é preciso saber o que se pretende atingir e organizar as informações de

maneira significativa para o aluno. Na prática cotidiana educacional no

processo de ensino e aprendizagem, inclui o aluno com necessidades

educativas especiais, nestes casos, ter o conhecimento do aluno e suas

peculiaridades é que vão determinar o potencial dele e os fatores que poderão

beneficiá-lo no processo ensino aprendizagem. Com base no conhecimento

deste aluno real que o professor e os demais envolvidos, deverão intervir com

as adaptações curriculares significativas de acordo com cada caso.

As teorias de aprendizagem, mesmo compreendendo a influencia dos

elementos pessoais que intervêm na escola, devem reconhecer um elevado

grau de determinação nas interações e aprendizagem, pois tanto o docente

como o discente se envolvem de forma particular numa situação, cuja

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dinâmica é difícil prever. Isso ocorre porque a aprendizagem encontra-se

influenciada por inúmeras incidências, frequentemente provocados por fatores

externos. A teoria da aprendizagem que o professor precisa para orientar seu

trabalho deve levar em conta todas essas dimensões.

O vínculo aprendizagem meio social traz implicações ao grau de

compreensividade das matérias em relação às possibilidades reais do aluno. A

sólida aprendizagem decorre da consolidação de conhecimentos, métodos, sua

aplicação em situações de aula ou dia a dia, da capacidade do aluno de lidar

de modo criativo com os conhecimentos que assimilou. A aprendizagem é um

processo gradativo e também a mudança de comportamentos.

A unidade entre o ensino e a aprendizagem fica comprometida quando o

ensino se caracteriza pela memorização, quando o professor concentra na sua

pessoa a exposição da matéria e não busca o envolvimento com o aluno. O

processo deve estabelecer exigências e expectativas que os alunos

possam cumprir e mobilizem energia para alcançar a aprendizagem.

Alguns métodos facilitam o processo ensino aprendizagem e

devem ser levados em conta dinâmicas de grupo, discussão e construção do

saber, elaboração criativa de apresentações sobre determinados conteúdos,

usando recursos didáticos e tecnológicos, bem como levar em consideração as

necessidades educacionais especiais dos educandos, suas especificidades,

contidas em cada aluno, com deficiência diagnosticada ou não.

Neste sentido, considerando a diversidade de alunos existentes em sala

de aula, étnico racial, econômica, gênero sexual, os diferentes ritmos de

aprendizagem, cabe ao educador preparar e efetivar o ensino diferenciado para

atender esta inevitável diversidade.

A elaboração de um plano de trabalho docente coerente com a

realidade e necessidade do aluno pode dar maior estabilidade e segurança,

sem perder de vista a flexibilidade, a observação dos detalhes como fonte de

informação e reflexão.

Ao tratarmos do plano de trabalho docente, não podemos deixar de nos

referirmos às Diretrizes Curriculares Nacionais que propõe seus conteúdos

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estruturantes como conhecimento histórico e a partir destes organizam-se os

seus conteúdos básicos a serem especificados para cada série, entendendo-se

que ocorre á aprendizagem pela relação social, ensino e aprendizagem.

“A aprendizagem cria uma área de desenvolvimento potencial, estimula e ativa

processos internos no marco das inter- relações, que transformam em

aquisições internas” (VYGOSTSKY, 1973).

Nesta perspectiva de aprendizagem a linguagem, um sistema simbólico

que fornece aos indivíduos os conceitos, e é por meio desta que as funções

mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas

como nos remete Vygotsky, portanto a linguagem é um fenômeno histórico e

social e por ser tão profundo é que destaca-se a importância da escola

trabalhar na contramão do esvaziamento dos conteúdos disciplinares ocorridos

nas diferentes tendências pedagógicas no séc. XX.

Como uma das funções precípuas da Educação básica volta-se

para a questão da Alfabetização ficando evidente que dissociar alfabetização e

letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções

psicológicas, lingüísticas e psicolingüísticas de leitura e escrita, a entrada da

criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre

simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema

convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de

habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas

práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento.

Não são processos independentes, mas interdependentes, e

indissociáveis: a alfabetização desenvolve-se no contexto de e por meio de

práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividades de

letramento, e este, por sua vez, só se pode desenvolver no contexto da e por

meio da aprendizagem das relações fonema–grafema, isto é, em dependência

da alfabetização. A concepção “tradicional” de alfabetização, traduzida nos

métodos analíticos ou sintéticos, tornava os dois processos independentes, a

alfabetização – a aquisição do sistema convencional de escrita, o aprender a

ler como decodificação e a escrever como codificação – precedendo o

letramento – o desenvolvimento de habilidades textuais de leitura e de escrita,

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o convívio com tipos e gêneros variados de textos e de portadores de textos, a

compreensão das funções da escrita. Na concepção atual, a alfabetização não

precede o letramento, os dois processos são simultâneos, o que talvez até

permitisse optar por um ou outro termo, como sugere Emilia Ferreiro.

3.8 GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO – EDUCAR QUEM, PARA

QUÊ?

Gestão, de acordo com o Dicionário Aurélio, significa “Ato de gerir

gerência, administração”, no entanto, esse termo tem sido freqüentemente

utilizado não com esse significado de “gerir” mas o de “participar da gestão”,

que é bem diferente. Muitas vezes observamos situações que são relacionadas

como iniciativas de gestão democrática, onde existe um poder decisório

externo cabendo aquele espaço apenas um papel de assessoramento ou

aconselhamento, ou seja, não existe realmente gestão e muito menos

democracia.

Dentro desse ponto de vista, o contrário de qualidade é principalmente a

“pobreza política” entendida como destruição/repressão da capacidade de

saber-se injustamente pobre. Pobre lascado “é quem sequer sabe que é. Ou

que é coibido de reagir, mantido como massa de manobra. Quer dizer, pobreza

é, sobretudo, estar tolhido de construir e participar, mais do que apenas não

Ter. Carência (não Ter) é a manifestação quantitativa da miséria política de

base (não ser)”.

Um dos pontos altos do processo educativo são precisamente a

competência de discutir política, para tomar consciência crítica da pobreza e,

com isso, forjar saída prática em cujo contexto a figura mais central é o pobre,

não o professor, o governo ou a escola. Se o pobre não elaborar na teoria e na

prática, que pobreza é injustiça, não tem como sair dela, porque é

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coibido de conceber saída. Assim, a fabricação da ignorância formal e

política é o cerne da pobreza (DEMO, 2003, p.22).

A exclusão é a opção do capitalismo nesse início do século XXI. É a

receita neoliberal que se consolida como alternativa para as classes

dominantes nas principais potências do mundo capitalista para fazer frente à

crise do modelo do Estado do Bem Estar Social, fornecendo as estratégias

políticas, jurídicas, ideológicas e econômicas para garantir o êxito de uma

“nova ordem social” baseada no livre mercado, no estado mínimo e ainda

conseguindo criar um senso comum de que essa é a única saída possível.

Lembra GAUDÊNCIO FRIGOTTO (2003, p. 70;71), que o estado de

Bem Estar Social se consolidou após a Segunda Guerra Mundial, procurando

se apresentar como uma opção entre o capitalismo selvagem e os projetos

socialista e comunista. Incorpora idéias da planificação socialista e principia um

quadro de recuperação e estabilidade.

“O Estado de Bem-Estar vai desenvolver políticas sociais que

visam à estabilidade no emprego, políticas de rendas com ganhos

de produtividade e de previdência social, incluindo seguro

desemprego, bem como direito a educação, subsídio no

transporte, etc” Os limites desse modelo começam a se fazer

sentir já na década de 60 e se agravam na década de 70, com a

“progressiva saturação dos mercados internos de bens de

consumo duráveis, concorrência intercapitalista e a crise fiscal e

inflacionária” (FRIGOTTO, 2003, pg 73). A crise é estrutural uma

vez que deriva de contradições do próprio modelo ao tentar

atender simultaneamente as demandas sociais e públicas e as

necessidades privadas do capital.

Diante desse quadro, a interferência do Estado, considerada

fundamental para superar a crise da década de 30, passa a ser a grande

culpada e se afirmam as teorias neoliberais que pregam a volta às chamadas

“leis naturais do mercado”, o Estado mínimo e o fim das políticas sociais. Cabe

considerar ainda nesse contexto o fim do chamado “socialismo real” no leste

europeu, simbolizado pela queda do Muro de Berlim e o esfacelamento da

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União Soviética, que levam ao surgimento da teoria do “Fim da História”, de

que o capitalismo não tem opositores válidos de que o socialismo e o

comunismo morreram e com a eles a teoria marxista que os inspirou. Não

acreditamos nisso, é visível que o capitalismo não tem conseguido resolver os

problemas da grande maioria da população.

Para fazer frente a sua mais recente crise, a arma de que o capitalismo

lança mão é a globalização. O que produzir, como, quando, onde e para quem

passam ser as decisões transnacionais. A opção é produzir mercadorias

altamente sofisticadas, para um público pequeno, exigente, e que pode pagar.

Para atender esse público as empresas precisam estar sempre criando

produtos novos, mas não precisa produzir muitas unidades de cada produto.

É muito mais seguro produzir (de automóveis a serviços bancários),

sem risco, para um mercado garantido, porque elitizado. Para satisfazer essa

relação produto / consumo, os trabalhadores empregados (e, portanto

consumidores) devem ser especializados e não precisam ser muitos.

Graças a essa opção capitalista pela exclusão do trabalhador do

mercado de trabalho e de consumo, cerca de 24 milhões de pessoas estão

atualmente sem trabalho nos 24 países industrializados do mundo. Em

paralelo, cresce o subemprego: trabalhadores altamente treinados recorrem a

trabalhos que requerem um mínimo de suas potencialidades, outros fazem

trabalhos temporários, ganhando muito menos do que recebiam em seus

empregos anteriores.

É claro que com a utilização de máquinas cada vez mais modernas a

produtividade cresce. Ou seja, cada trabalhador, trabalhando o mesmo número

de horas e com o mesmo salário produz muito mais. É por isso que, ao mesmo

tempo em que “crise” é a palavra chave nos dias atuais, os lucros das grandes

empresas multinacionais e, principalmente, do setor financeiro só fazem

crescer. O conceito de mais valia fica bem evidente: um trabalhador faz o

serviço de dez, ganha por um, o patrão embolsa a diferença e os outros nove

fazem o possível e o impossível para sobreviver.

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A palavra chave no mercado de trabalho é a flexibilização, que consiste

em retirar da legislação todas as garantias e direitos do trabalhador que

passariam a ser “negociados diretamente”. É bem simples, o patrão tem a

“liberdade” de manter o empregado ou demiti-lo e o empregado tem a

“liberdade” de aceitar ou não as condições estabelecidas pelo patrão, se

quiser manter o emprego, é claro.

Durante muitos anos foi interessante para o capitalismo manter um

exercito reserva de mão de obra a postos para forçar os trabalhadores

empregados a aceitar as imposições patronais sob ameaça de serem

rapidamente substituídos, no entanto, como esse contingente cresce cada vez

mais rápido, e no modelo que hoje o capitalismo adota, não há como nem

mesmo subempregá-los, os governantes começam a se assustar com o

correspondente crescimento da miséria, com todo o seu potencial de

complicações.

Como, pelo menos momentaneamente, não existem guerras mundiais

ou grandes epidemias capazes de reduzir significativamente o excesso de

habitantes que engordam as estatísticas de desemprego em todo o mundo, o

capital precisa encontrar formas de mantê-los sob controle, agora que eles não

têm para a burguesia a mesma importância como exército-reserva para

chantagear os demais e começam a se configurar num exército de bárbaros

em potencial.

No Brasil, continuamos a conviver com o velho problema da “Belíndia”.

Enquanto na parte Bélgica se informatiza tudo fingindo estar no primeiro

mundo, com alta tecnologia, poucos empregos bem pagos, fica para a parte

Índia, muito subemprego, muito desemprego e continua a ser utilizado o

trabalho escravo e o trabalho infantil.

Um exemplo típico dessa informatização e elitização do mercado e do

emprego são os bancários que em 89 eram 830 mil em todo país, hoje são

cerca de 350 mil, sendo que mais de 100 mil estão em São Paulo. A agricultura

mecaniza-se rapidamente, expulsa mão de obra do campo e concentra a

propriedade, gerando em contrapartida o Movimento dos Trabalhadores Sem

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Terra – MST, que se expande por todo o país, contando com crescente apoio

de amplos setores da população.

O IBGE nos apresenta dados de um aspecto ainda mais perverso dessa

opção econômica: a exploração do trabalho infantil. São 7,5 milhões de

crianças de 10 a 17 anos que trabalham de oito a doze horas por dia. No

Brasil, 56.3% dos assalariados trabalha sem carteira assinada, ou seja, sem

vínculo empregatício formal e sem qualquer direito trabalhista – entre eles o

de sindicalização. Será que os postos de trabalho extintos em consequência

do emprego crescente de novas tecnologias e novas técnicas de

gerenciamento de recursos humanos não voltam mais? Não voltam porque o

capitalismo adotou como estratégia de sobrevivência do seu modelo o

darwinismo econômico: quem sobreviver terá produtos melhores, mais caros,

mais sofisticados... e terá oportunidade de emprego.

3.9 QUE EDUCAÇÃO SERVE A ESSE MUNDO?

Até aqui, acreditamos que alguns pontos ficaram definidos: estamos

discutindo educação, numa conjuntura em que o neoliberalismo e a

globalização geram exclusão num país, o Brasil, onde essa exclusão se

acentua por se tratar de economia periférica.

É nesse mundo em que vivemos, alunos e professores: o mundo dos

excluídos, ou seja, onde centenas de milhares de pessoas vivem a margem do

mercado de trabalho, do mercado consumidor, da educação, da saúde, da

habitação digna. No entanto, a exclusão tem seu limite na resistência humana

a não ser que venham a ser adotados métodos mais radicais para aniquilar

fisicamente os setores excluídos.

No entanto, esses milhares de trabalhadores, mesmo sem teorizar sobre

isso, não estão dispostos a desaparecer apenas para tranquilidade da classe

dominante e lançam mão de todos os meios ao seu alcance para sobreviver. E

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é a própria classe dominante que mostra o caminho: competição e

individualismo. Se o que vale é a lei do mais forte, o tráfico paga bem, não

exige curso superior e permite que os setores que o capitalismo quer excluir

entrem, a seu modo, na competição pela inclusão.

Nenhuma saída coletiva está sendo apresentada a esses setores,

exceto as talvez bem intencionadas, mas pouco eficazes ações

assistencialistas, estilo “Amigos da Escola”, que se propõe a “unir” jovens em

atividades de teatro, cinema, capoeira, que distraem, mas na verdade, abstrai

(consciente ou inconsciente) que o centro da questão é a luta de classes.

Nesse mundo, em que o neoliberalismo empurra para a exclusão

setores cada vez mais expressivos da população, “é o mercado de trabalho

quem emite sinais que permitem orientar as decisões em matéria de

política orientar as decisões em matéria de política educacional” (GENTILI,

2001, pg. 24). E são os mesmos autores que complementam:

(...) quando os neoliberais enfatizam que a educação deve estar

subordinada às necessidades do mercado de trabalho, estão se referindo a

uma. Como evidentemente, no mundo do neoliberalismo, com ou sem

qualificação não existem empregos para todos, é preciso encontrar

mecanismos ideológicos para que cada vez mais o trabalhador não se revolte,

continue acomodado e se convença de que ele é o culpado pela sua situação,

ele é que não foi devidamente educado, que é um cidadão de segunda

categoria.

Nunca se falou tanto em “educar para a cidadania”, conceito

freqüentemente confundido, e não por acaso, com defesa do consumidor, mais

uma vez dentro da lógica de mercado.

“O que deve ser ensinado não é o uso esclarecido da liberdade,

dos direitos, mas a prática das obrigações, dos deveres, para o

respeito à ordem. O que deles se espera não é que participem

como sujeitos, agentes dessa ordem, mas que a respeitem, que

controlem os instintos”. (ARROYO, 2002, pg.59).

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O pensamento pedagógico, muitas vezes, mesmo sob roupagens

aparentemente progressistas, insiste na visão de que preparar para a

cidadania significa preparar a criança para um convívio social harmônico, não

para transformar a sociedade, mas para melhor se adaptar a ela, ou seja, não

passa de uma forma de disfarçar mecanismos de exclusão: quem não

recebeu a educação, os cidadãos de segunda categoria, devem ser

“treinados” para se tornarem “cidadãos cooperativos” capazes de manter a

ordem democrática. Essa visão elitista considera como baderna qualquer

comportamento popular, não admitindo que possa ter qualquer sentido

político ou motivação de defesa de direitos. No entanto, é bom lembrar que

as garantias democráticas foram obtidas apenas como resultados de pressões

dos movimentos populares e não por benesses do Estado liberal.

“A democracia política se expande principalmente graças ao

movimento socialista. A democracia tem sido mais uma conquista feita

pelas pressões populares do que um invento e uma conseqüência da

revolução burguesa. O capitalismo nunca foi nem pode ser igualitário,

democrático e participativo, ao contrário, a desigualdade e o controle do poder

são necessários ao movimento de acumulação de capital. A extensão da

cidadania”.

A democracia não é um fim em si mesma, mas uma forma de avançar

no sentido de ampliar a consciência e as formas de organização populares

visando à transformação da sociedade, a conquista do poder. Numa

concepção mais tradicional e aparentemente consensual existe democracia

“onde há vários grupos em concorrência pela conquista do poder através de

uma luta que tem por objeto o voto popular”. (BOBBIO, NORBERTO et alli, in

GENRO, 1997, pg. 19).

No entanto, a realidade de exclusão social verificada tanto nos países

com regimes ditos democráticos quanto nos autoritários, aponta para a

necessidade de avançar na definição (e na prática), evoluindo para um novo

conceito de democracia capaz de fazer coexistir, pelo menos durante algum

tempo, dois focos de poder democrático, um oriundo do voto depositado na

urna para eleger o governante e outro oriundo das instituições diretas de

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participação, para que os trabalhadores possam ter a experiência de disputar

o poder e não apenas entregar a outros, via os tradicionais mecanismos

eleitorais, essa responsabilidade.

“O que se trata é de democratizar radicalmente a democracia, de criar

mecanismos para que ela corresponda aos interesses da ampla maioria da

população e de criar instituições novas, pela reforma ou ruptura, que permitam

que as decisões sobre o futuro sejam sempre compartilhadas”. (GENRO, 1997,

pg. 19).

No campo da educação a perspectiva de radicalizar a democracia

remete ao debate sobre a gestão democrática, não a sua definição do

dicionário, mas ao seu conteúdo, tomando como ponto de partida a experiência

prática de Paulo Freire, quando esteve à frente da Secretaria de Educação do

Município de São Paulo, de 89 a 91, que ele mesmo diz que significa:

“(...) trabalhar lucidamente em favor da escola pública, em favor da

melhoria dos padrões de ensino, em defesa da dignidade dos docentes, de

sua formação permanente. Significa lutar pela educação popular, pela

participação crescente das classes populares nos conselhos de comunidade,

de bairro, de escola. Significa incentivar a mobilização e a organização não

apenas em sua própria categoria, mas dos trabalhadores em geral como

condição fundamental da luta democrática com vistas a transformação

necessária e urgente da sociedade brasileira”. (FREIRE, 2001, pg. 50).

E isso não se dá por decreto. Como afirma Paulo Freire, “não se muda a

cara da escola por um ato de vontade do secretário” (1991, pg. 35), é preciso

envolver professores, alunos, funcionários, os pais e os membros da

comunidade.

É nesse sentido que a gestão democrática passa a se constituir no

elemento essencial para definir qual o tipo de educação que esta sendo

praticada e para quê, ou seja, para garantir, como prevê a constituição, padrão

de qualidade e igualdade de acesso permanência na escola. O primeiro passo

é a gestão democrática que só será obtida com muita luta, já que, como

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foi visto até agora, o único interesse da classe dominante no contexto do

neoliberalismo é educar para o trabalho e para a submissão.

Qualquer debate sobre educação precisa levar em consideração esse

contexto, já que para as crianças e jovens das camadas menos favorecidas da

população, que se destina majoritariamente ao ensino público, uma vez que a

lógica neoliberal transfere também para a educação os princípios do estado

mínimo e da competição mercadológica, “que, diga-se de passagem, é sempre

desigual e tende a perpetuar uma distribuição diferencial de poder que

reproduz o privilégio daquela minoria que tem acesso às instituições

educacionais de qualidade” (GENTIL, 1996, pg. 45), ou seja, as escolas

privadas, embora não tivesse sido essa, originariamente a perspectiva

estabelecida na Constituição Brasileira ao estabelecer em seu artigo 205 que:

“A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e

incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho”.

A Constituição prevê também, igualdade de condições de acesso e

permanência na escola, gestão democrática do ensino público e garantia de

padrão de qualidade. Ora, como estabelecer esses preceitos legais no contexto

que analisamos acima? Isso pode ser feito de duas maneiras, pode-se optar

mais uma vez pelo citado Paulo Freire por “acomodar, adaptar os educandos

ao mundo dado” ou “inquietar os educandos, desafiando-os para que

percebam que o mundo dado é um mundo dando-se e que, por isso

mesmo, pode ser mudado, transformado, reinventado”. (FREIRE, 2001, pg.

30).

Ou seja, trata-se de pensar a educação não como um espaço para

formar indivíduos dóceis e facilmente adaptáveis às exigências do mercado

de trabalho, mas sim com uma possibilidade de construir indivíduos

capazes de analisar criticamente o mundo onde vivem, de se compreenderem

enquanto instrumentos de transformação desse mundo e de se tornarem

capazes de se organizarem para transformar esse mundo. Em resumo, trata-se

de forjar agentes conscientes da luta de classes.

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“Não será brincando de democracia na escola que o cidadão

aprenderá a construir a democracia; não será desprezando o

poder que se fortalecerá o povo para a conquista e o exercício do

poder. Se os pensadores clássicos da ciência política não caíram

em propostas ingênuas, menos ainda aderiu a essas propostas o

proletariado. Por mais explorador e desumano que seja o convívio

social, é aí que ele tenta travar suas lutas, sem fugir para utopias”

(ARROYO, 2002, pg. 70).

Adotando o materialismo histórico como método, não podemos

compreender a educação como uma atividade diletante, tendo claro que deve,

necessariamente, estar a serviço da prática, levar à ação transformadora.

Considerando que os avanços obtidos até o momento no rumo das

transformações sociais foram devido à luta dos próprios trabalhadores, trata-se

de garantir a ocupação de todos os espaços de participação popular assim

conquistados.

É nesse sentido que cabe localizar na legislação educacional

existente a tradução desses espaços, a possibilidade ou não de ocupá-los e,

uma vez ocupados, avaliar se é possível que venham a se traduzir em

organização real dos trabalhadores. Nesse contexto, está tanto a eleição

da direção, quanto a participação nos Conselhos Nacional, Estadual e

Municipal de Educação e, principalmente, nos Conselhos Escola Comunidade,

compreendidos aqui como espaços privilegiados de construção do poder

popular, a partir das contradições que esses espaços podem engendrar,

considerando ainda que quanto maior o nível hierárquico, maior é a dificuldade

de participação popular e de disputa de poder.

Não consideramos plausível esperar que a comunidade escolar, aí

considerando professores, alunos, funcionários, pais e responsáveis, enfrente

espontaneamente, além das dificuldades do seu dia a dia, todos os

mecanismos burocráticos e ideológicos utilizados para transformar em ficção

a “gestão democrática” e lute para fazer valer os direitos que existem

legalmente hoje e ainda para ampliá-los. Esse papel estimulador e de agente

ativo na construção dessa luta, a nosso ver, cabe às organizações sindicais,

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estudantis e associações de moradores, desde que realmente comprometidas

com uma visão de educação voltada para estimular o espírito crítico, construir

uma postura ética, preparar para a vida e não só para o trabalho e com uma

concepção de mundo democrática, perseguidora de transformações, em busca

de uma sociedade mais justa.

Nossa hipótese original era de que seria possível usar a legislação

existente e todas as brechas legais na construção da gestão democrática,

contando com a iniciativa do governo estadual, ou na falta desta, com a

participação e mobilização das diversas organizações envolvidas nesse

processo em busca de melhor qualidade na educação, mas, principalmente,

para levar a classe trabalhadora a experimentar a disputa pelo poder e

capacitar-se para tornar-se agente efetivo da luta de classes na construção de

uma sociedade mais crítica, justa e participativa.

3.10 DIVERSIDADE EDUCACIONAL: CULTURA AFRO-BRASILEIRA E

AFRICANA, EDUCAÇÃO ÍNDIGENA

Não só o Brasil é um país imenso e maravilhoso formado por muitas

raças, como também, a junção destas raças formou uma ampla diversidade

cultural. Mas se por um lado otimiza esta observação em um primeiro olhar, por

outro lado, ao fazer uma revisão histórica aprimorada explicita que as relações

étnico raciais nega a pacificação, pois sempre disseminou a dominação de uma

raça sobre a outra. É de opinião unívoca que o processo de colonização do

Brasil pelos portugueses, deu-se através da eliminação de índios e exploração

ao trabalho destes grupos indígenas. Logo, trouxeram os negros da África

escravizando-os duramente ao trabalho, com castigos severos mantendo-os a

total submissão aos seus senhores. Este processo foi árduo aos negros, pois

não considerados como seres humanos, eram tratados como animais. Também

os índios, foram expulsos de suas matas, tiveram suas terras tomadas, levados

a catequização pelos jesuítas, não houve o respeito pelo seu modo de viver,

sua relação com a natureza, suas crenças, sua cultura.

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Foram muitas lutas para os negros conseguirem a libertação da

escravatura, mas mesmo depois desta conquistas, continuaram a margem

social. Sem nenhum apoio a sua estruturação de vida, rotulados, discriminados

pela cor e raça, foram condenados a discriminação racial e exclusão social

pelos brancos dominantes. Enquanto que os índios perderam sua única posse,

a terra e por consequência a sua própria identidade. Ao longo da história

continuaram os movimentos de grupos de negros inconformados com a

repressão posta do sistema sobre eles. Muitos heróis como os quilombolas e

outros foram condenados a morte na tentativa dos direitos de igualdade

garantidos.

A inevitável misturas das raças deu-se e no entanto a predominação a

discriminação das raças, a não aceitação da diversidade do meio social,

ficando os afro -brasileiros a margem da sociedade. Foram taxadas como seres

incapazes de inteligência, assim com esta ideologia posta, os não de cores

donos do poder poderiam escolher o melhor para todos. Sendo determinados

aos negros quais os postos de trabalho que irão ocupar em detrimento a servir

os brancos.

“Assim, à medida que iam afirmando a naturalização da inferioridade

do negro, iam tecendo a ideologia do branqueamento do país”. (Cadernos

temáticos – História e Cultura Afro-brasileira e Africana: Educando para a

relação étnico racial, p. 20, 2006).

Em nosso país predomina a valorização da cultura européia, e a

discriminação pelas outras culturas, como a indígena e principalmente a cultura

afro-brasileira e africana. Toda esta repressão que o sistema social impõe, leva

esses grupos de pessoas marginalizados a negarem sua própria origem,

desvalorizando sua própria cultura, ficando evidente que ao longo do processo

a ideologia do branqueamento predomina, é algo forte que internalizou no

interior das pessoas.

Através de muitas lutas e reivindicações dos movimentos negros em

busca de romper estas barreiras da discriminação racial, que por toda a sua

história tiveram seus direitos negados, hoje há uma política no país, para

reverter este quadro, com ações afirmativas voltadas a reparações dos danos a

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esses grupos causados no passado, como também reconhecer e valorizar sua

história, cultura e sua identidade.

Para se dar início no chão escolar, de acordo com os Cadernos

temáticos – História e Cultura Afro-brasileira e Africana, (p. 5 2008), estas

ações foram legalizadas pela Lei nº 10.639/03, que altera a Lei nº 9.394/96,

LDB - Lei de Diretrizes e Bases, para incluir no currículo oficial da rede do

ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e da

outras providências.

Acrescido na LDB, os seguintes artigos:

“Art. 26 - A .. estabelecimento de ensino fundamental e médio, oficiais

e particulares...obrigatório o ensino sobre História e cultura Afro- Brasileira.

§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo

incluirá o estudo da história da África e dos Africanos, a luta dos negros no

Brasil, a cultura Afro-Brasileira e o negro na formação da sociedade nacional

resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política

pertinente à história do Brasil.

§ 2º Os conteúdos referentes à história e Cultura Afro-brasileira serão

ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de

Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

Art. 79 –B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como o

dia nacional da Consciência Negra.”

Desta forma, no campo da educação, a tarefa a ser realizada é o

desenvolvimento de ações voltadas para o trabalho com a educação das

relações étnico raciais, que também não dependem única e exclusivamente da

escola, mas que seus alunos negros e não negros e professores, tenham

valorização e apoio das políticas públicas, movimentos sociais, para

caminharem juntos nesta estrada e reconstruir dando um rumo positivo para

aos grupos marginalizados.

Conforme os (Cadernos temáticos – História e Cultura Afro-brasileira e

Africana: Educando para a relação étnico racial, 2006), orienta de forma crítica

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os encaminhamentos dos trabalhos nesta temática.

• Cabe aos professores, ao trabalhar a História da África e da

presença do negro no Brasil, abordar de maneira positivas, falar do sofrimento

provocado pela escravidão, sem limitar a esse momento. Enfatizar a luta dos

escravos contra o cativeiro, a contribuição do negro para a cultura brasileira,

tanto no passado como no presente. E ao trabalhar a África falar deste país na

atualidade, estimular o aluno negro-descendente se posicione de maneira

positiva, valorizando a história do seu povo, pela contribuição atual ao país e à

humanidade. Só depois trabalhar os conhecimentos em arquitetura,

navegação, medicina, ciência, filosofia, matemática, geometria, agricultura, etc.

Devem todos os trabalhadores devem descartar da prática escolar,

livros didáticos com linguagem, ações, linguagens e expressões depreciativas,

estigmatizadas, ao povo negro, como qualquer outra etnia.

• Individualidade das crianças, valorizando as suas ancestralidades.

• Potencializar a beleza de cada etnia, a riqueza da diversidade de

tipos humanos. Objetivando com que os alunos negros assumam sua cor.

• Auto-estima. Os livros didáticos trazem estereótipos, nos

conteúdos da História do Brasil, pois o negro só aparece primitivo, escravo,

como vítima de castigos, miserável e quando rebeldes, são os derrotados. Para

criança negra sentirá orgulho de sua etnia.

Também cabe aos professores recuperar a África das grandes

civilizações, destacando os grandes império egípcio que perdurou por trinta

séculos, da agricultura já desenvolvida há 6 mil anos antes de Cristo, do

majestoso rio Nilo, das monumentais pirâmides, da escrita, do calendário de

365 dias, do excepcional desenvolvimento da perfumaria, e da medicina muito

desenvolvida para a época, da extraordinária técnica da mumificação, do

eficiente sistema de navegação, das monumentais pirâmides, ainda hoje

mistério e encantamento para o mundo todo. Trabalhar os reinos africanos que

levantaram cidades, universidades, riquezas culturais e riquezas materiais.

Para reverter este quadro, cabe aos educadores estarem preparados

com estudo, leituras, pesquisas. Organizar, nas escolas, acervos bibliográficos

com estas temáticas. As mantenedoras devem oferecer cursos, livros,

palestras, filmes que venham dar subsídios para fundamentação das ações.

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• Histórias e lendas. Professores do ensino fundamental devem

trabalhar com seus alunos as lendas, contos, mitos, cantigas da cultura

africana. E no ensino médio, trabalhar mostrando as lutas de resistência

empreendidas pelos escravos, como: Revolta dos Malês, Cabanagem,

Balaiada, a resistência de Palmares, o imortal quilombo que travou uma luta

por cerca de 100 anos, só sendo vencido após uma armadilha arquitetada por

Domingos Jorge Velho, que na História oficial proclama como herói

bandeirante. Celebrar as datas do dia 13 de maio, Dia Nacional de Luta contra

o Racismo, a visão contra-hegemônica que o movimento negro já construiu ao

longo dos últimos 30 anos. O 20 de novembro deve ser celebrado na escola e

nas comunidades como o Dia Nacional da Consciência Negra.

• Remanescentes e comunidades quilombolas. Trabalhar o

mapeamento das comunidades de remanescentes quilombolas catalogadas

mais de duas dezenas de localidades, sendo que quatorze delas já têm

reconhecimento pela Fundação Palmares como remanescentes quilombolas e

cerca de vinte comunidades estão em processo de reconhecimento.

• Garantia de condições de ensino. Os educadores devem a lutar

para que as mantenedoras de estabelecimentos de ensino garantam condições

humanas, materiais e financeiras para a execução de projetos que tratem da

Educação das relações étnico-raciais.

• Situações de discriminação. Em situações de discriminação

ocorridas dentro das escolas, cabe ao professor ensinar como se age.

MANDELA, em sua frase muito conhecida ódio e amor, contribui aos

ensinamentos escolares:

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua

origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam

aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.

(http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/nelson-mandela/nelson-

mandela.php, acessado em 22/11/10).

Ou seja, no contexto escolar, enquanto educadores mediadores de

saberes, torna se essencial na prática cotidiana a mediação do ensinar a amar,

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ensinar os alunos a se respeitar e aceitar o outro como seu semelhante

independente de sua cor, raça, condição econômica entre outros.

De acordo com esta política educacional posta, com trabalhos de

temáticas da história e cultura afro-brasileira e africana e a questão relações

étnicas raciais, o Colégio Estadual Brasmadeira tem se esforçado para atender

a diversidade de alunos existentes na comunidade escolar. Para isto, foram

realizados trabalhos com filmes aos alunos de forma a conscientizá-lo diante

da discriminação racial existente no Brasil, já tem montado sua equipe

multidisciplinar para mediação dos trabalhos temáticos. Tem realizado estudos

com professores para interpretação da Lei nº 10.639/03, implantação da

semana cultural da diversidade afro-brasileira e africana. Há outros projetos

que serão esquematizados, para melhor atender esta temática na nossa

escola. Temos claro que não é tarefa fácil, ainda há que reconstruir este

caminho abrindo espaços de igualdade para participação de todos na

sociedade. Se o compromisso da escola é contribuir para o desenvolvimento

global do indivíduo nos aspectos social, cognitivo, afetivo, moral, ético e a

inclusão educacional. Ou seja, a escola precisa estar atenta as restrições

impostas pela sociedade que ao longo da história privilegia uma raça e exclui

outra devido a sua cor de pele, sua cultura diferenciada, sua condição sócio

econômica. As ações da escola deverão ser no sentido de conscientização,

valorização dos sujeitos, e integração, não reproduzir a ideologia social, mas

mudar esta ideologia do preconceito e estereótipo presente nas pessoas, na

não aceitação da diversidade.

3.11 INCLUSÃO E A DIVERSIDADE CULTURAL

A educação básica, tem como função servir de ingresso das

populações no terceiro milênio a partir do domínio dos códigos da

modernidade, daí referir-se ao seu significado como atrelado aos sistemas

produtivos, ao mundo do trabalho, como forma de inclusão e participação

social, nisso consiste o sentido da noção de cidadania. A inclusão e a

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diversidade cultural são temas atuais e relevantes a partir do momento em que

a escola desenvolve um ensino que procura atender as necessidades postas,

sem exceção dos mais sensíveis aos mais pragmáticos, dos mais competitivos

aos mais colaborativos, dos mais lentos aos mais rápidos, dos vindos de

famílias estruturadas e aos de lares desestruturados.

A educação se estrutura conforme a organização da sociedade

capitalista. Nesse sentido, ela se constitui como responsabilidade política do

Estado, com a finalidade de assegurar a todos os cidadãos o direito

educacional, como forma de igualdade de acesso a patamares sociais e

econômicos superiores, antes restrito a poucos.

Historicamente falando, a escola tem dificuldades para lidar com a

diversidade. As diferenças representam problemas ao invés de oportunidades

para produzir saberes em diferentes níveis de aprendizagens. A escola deveria

ser o lugar em que todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades, mas

com estratégias de aprendizagens diferentes.

Para garantir a apropriação de conhecimentos científicos, atitudes,

posturas e valores que eduquem cidadãos à pluralidade etnicossocial para

garantir o respeito aos direitos legais, à valorização da identidade e das raízes

africanas e indígenas da nação brasileira bem como o reconhecimento da sua

história e cultura, o Governo Federal aprovou a Lei 10639/2003, de

obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana na

Educação Básica, complementada pela Lei 11645/2008, incluindo a

obrigatoriedade do ensino da História e cultura dos povos indígenas. As

referidas leis reafirmam uma posição de combate ao racismo e à discriminação,

consoante a Constituição Brasileira.

A educação é uma oportunidade dos sujeitos aprenderem sobre o

valor da cultura e manterem contatos com as diferentes práticas culturais. A

escola é um dos espaços privilegiados neste processo. Nas discussões sobre

currículo, têm lugar os debates sobre os conhecimentos escolares, os

procedimentos pedagógicos, as relações sociais, os valores e as identidades

dos alunos.

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Assim partimos da premissa de que o docente é um mediador do

processo ensino-aprendizagem que valoriza a experiência dos educandos e

suas contribuições, sem perder de vista que o conhecimento consiste num

processo de construção em que estão presentes influências da sociedade, da

história e da cultura.

Portanto, as Leis 10 639/2003 e 11 645/2008 representam mais do

que o resgate da cultura afro-brasileira e indígena, contemplam a possibilidade

de se abordar o preconceito na escola num sentido que ultrapassa o

pertencimento etnicorracial. Ao manifestarem a preocupação com esse tema

no cotidiano escolar, sua atenção se volta para o desenvolvimento de uma

cultura dos direitos humanos como um eixo fundamental para a construção

democrática de que, no momento, os afro-descendentes e os indígenas se

encontram excluídos. Diante da diversidade de culturas dentro de diversas

culturas é de competência do professor organizar adequadamente o ensino de

forma a atender a todos os alunos.

A inclusão e a diversidade cultural estão contempladas no Art. 210

da Constituição Federal. Estão fixados conteúdos mínimos para o ensino

fundamental, de maneira a assegurar a formação básica comum e respeito aos

valores culturais e artísticos, nacionais e regionais, Lei 9.394/96 – Lei de

Diretrizes e Bases da Educação – LDB.

3.12 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

Os estudos sobre os Desafios Educacionais Contemporâneos são de

grande relevância para a comunidade escolar, pois estão contidas nas práticas

cotidianas nas tanto dos educadores como educandos.

Para o enfrentamento destas questões buscou-se nos momentos de

formação continuadas por meio dos grupos de estudos, oficinas, conferências,

encontros, fóruns e principalmente da leitura dos textos levantar uma discussão

sobre a concepção de currículo na escola, análise dos conteúdos básicos e da

definição da melhor forma para abordagem das questões sociais que exigem

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um posicionamento da escola, tais como:

• Educação Ambiente

• Educação Fiscal

• História e cultura Afro- Brasileira

• História e cultura Indígena

• Prevenção ao uso indevido de droga

• Enfrentamento à violência na escola

• Sexualidade

O Plano de Trabalho Docente prevê ações para a necessidade desses

sujeitos concretos, embora saibamos que nem sempre priorizamos estas ações

em situações específicas, que devem estar presentes em cada disciplina sem

perder o foco do conteúdo específico de cada uma.

As práticas possuem como ponto de partida o ttrabalho dos conteudos,

partindo do conhecimento individual qua cada aluno traz consigo e valorizando-

o sem menosprezar o aporte cultural de cada grupo social.

Os problemas sóciais, como preconceito, violencia, drogas entre outros

devem ser enfrentados através da participação integral e compormisso maior

entre famĺia comunidade e estado.

A escola não pode colocar em segundo plano o conteúdo em prol

daquilo que a sociedade como um todo deve assumir, mas precisa fazer a sua

parte.

A Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento à violência na

Escola, História e Cultura Afro -Brasileira, Africana e Indígena, prevenção ao

uso de drogas e sexualidade não podem ser ignoradas.

Por esta razão, a escola propõem ações continuadas que visem situar

cada tema conforme a disciplina. Trabalhar esses desafios na coletividade sem

perder de vista o foco de cada disciplina, incorporando em primeiro lugar, com

todo o processo educacional.aproveitando na sua área especifica, conteúdos

que envolvam os Desafios Educacionais Contemporâneos.

Resgatar os valores que foram deixados de lado ao longo do tempo pela

sociedade como um todo bem como conscientizando quanto aos deveres e

direitos, limites posturas,éticas entre outras valorizando a identidade de cada

um, sem preconceito, desmistificando os estereótipos. Devemos aceitar,

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compreender que o ser humano está em constante transformação. Defender,

lutar contra o preconceito e aceitar as diferentes etnias, religião, cor, não

esquecendo de valorizar as conquistas quede certa forma estão sendo

efetivadas através da historia, considerando o passado histórico de luta e a

memória destes grupos sociais por seus direitos e pela aceitação e inclusão na

sociedade.

Devem acontecer, através de ações conjuntas, continuadas,

contemplando e valorizando a memória e os processos históricos, enfatizando

a evolução na abordagem dos temas, desafios em momentos históricos

diferentes.

Buscar na medida do possível, nas diferentes disciplinas, capacitações e

conhecimentos para trabalhar estes temas de forma dinâmica, instigando os

alunos a utilizar seus conhecimentos e a ter curiosidade para buscá-los,

revendo seus próprios conceitos, socializando-os.Pode e deve contextualizar

os conteúdos como sendo parte de uma produção histórica que está em

constante renovação e consonância com o progresso e a educação.

3.13 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO

O Colégio Estadual Brasmadeira, se enquadra sob o viés do estágio não

obrigatório, não podendo contrapor-se a própria concepção de escola pública,

ainda que o estágio segundo o Art. 1º da Lei nº 11.788, de 25/09/2008 seja um

ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho,

que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam

frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de

educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos

finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de

jovens e adultos.

A função social da escola vai para além do aprendizado de

competências próprias da atividade profissional e, nesta perspectiva, vai para

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além da formação articulada as necessidades do mercado de trabalho. O Papel

da Escola é socializar os saberes historicamente construídos para subsidiar a

compreensão da realidade social e a atuação crítica e democrática para a

transformação desta realidade. Faz-se necessário portanto, na formação do

Currículo do Ensino Médio, reconhecer a complexidade dos educandos, ou

seja, partir da realidade em que vivem, de suas particularidades socioculturais

e étnicas. O Currículo para o Ensino Médio precisa contribuir para a formação

crítica dos alunos, para isso o educador deve trabalhar os saberes escolares

de forma questionadora, contextualizada, interdisciplinar, desafiando-os para o

pensar reflexivo.

O Ensino Médio não pode ter, na dicotomia da preparação para o

vestibular ou para o mercado de trabalho, um única possibilidade de escolha. É

preciso que o currículo lhe dê um significado mais amplo, para além das

amarras de sua dualidade estrutural histórica.

Partindo deste pressuposto, o Estágio Não Obrigatório é mais uma

possibilidade para a formação ampla dos alunos, pois vivenciam na prática as

características e contradições do mundo do trabalho, podendo confrontá-las

com o conhecimento adquirido na escola e assim atuar e transformar de forma

critica a sua realidade.

Diante disso, consideramos importante que o aluno tenha a

oportunidade de iniciar seu contato com o mundo de trabalho através do

Estágio, pois possibilita a vivência em diferentes dimensões de atuação

profissional, promovendo a experiência e a busca de soluções para situações-

problema característicos do cotidiano, de forma contextualizada, crítica e

atualizada.

Vale ressaltar que a experiência do estágio amplia a visão da realidade

profissional ao aluno, possibilita a decisão coerente de sua formação

profissional. Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao estagiário

que as ações desenvolvidas no ambiente de trabalho sejam trazidas para a

escola e vice-versa, relacionando o saber adquirido na escola, com a prática do

mundo do trabalho para entender as relações e atuar de forma crítica;

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Assim, cabe ao pedagogo acompanhar as práticas de estágio

desenvolvidas pelo aluno, ainda que em via não presencial, para que este

possa mediar a natureza do estágio e as contribuições do aluno estagiário com

o plano de trabalho docente, de forma que os conhecimentos transmitidos

sejam instrumentos para se compreender de que forma tais relações se

estabelecem histórica, econômica, política, cultural e socialmente. Cabe ao

pedagogo, também, manter os professores das turmas, cujos alunos

desenvolvem atividades de estágio, informados sobre as atividades

desenvolvidas, de modo que estes possam contribuir para esta relação práxica.

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4. MARCO OPERACIONAL

A partir de todos os aspectos e conceitos já apontados neste

documento, cabe agora traçar as grandes linhas de ação a serem

desenvolvidas, tendo em vista uma reorganização do trabalho pedagógico

escolar numa perspectiva de crescimento, uma vez que todo o trabalho vem

sendo construído a partir das necessidades e condições reais, diante de

vários dificultadores, tanto nos aspectos políticos, financeiro, físico, humano

etc... mas sobretudo em relação a avanços e desafios, uma vez que se fala em

seres humanos e um sistema complexo de idéias e ideais.

4.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA E COLEGIADOS

Com o intuito de melhorias para toda a comunidade escolar, buscar a

participação efetiva dos colegiados que envolvem Conselho Escolar, ,

APMF, Conselho de Classe, Grêmio Estudantil, representantes de turma

e outros é um grande desafio, visto que esta prática tem muito a ser estudada e

trabalhada para que as ações até aqui expostas possam ser colocadas em

prática. Quando esta participação é, de maneira integral e efetiva, o

trabalho pedagógico tem mais significado e resultados, uma vez que

estará atendendo diretamente todos os anseios e perspectivas dos

envolvidos neste processo de ensino e aprendizagem de alunos, pais,

docentes, funcionários e comunidade em geral.

A construção de práticas coletivas, tende a horizontalização das relações

de poder, se tratando assim de uma gestão democrática, onde todos são

sujeitos do processo educativo. Gestão esta capaz de intermediar as relações

e contradições existentes em todo sistema, envolvendo as condições sociais,

econômica, política, filosófica, etc.

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A gestão democrática, com vista à formação plena do aluno, deve ser

corroborar as práticas pressupostas no Projeto Político Pedagógico,

tornando o possível de ser implantado de maneira concreta, uma vez

que fora construído a partir da realidade concreta.

4.1.1 ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS

A APMF, pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de

representação dos Pais, Mestres e Funcionários do Estabelecimento de

Ensino. Não tendo caráter político partidário, religioso, racial e nem fins

lucrativos, não sendo remunerados os seus Dirigentes e Conselheiros, sendo

constituído por prazo indeterminado. Compete a APMF:

• Acompanhar o desenvolvimento da proposta pedagógica, sugerindo as

alterações que julgar necessárias ao Conselho Escolar do

estabelecimento, para deferimento ou não;

• Observar as disposições legais e regulamentares vigentes,

inclusive Resoluções da Secretaria de Estado da Educação, no que

concerne à utilização das dependências do colégio para realização de

eventos próprios do estabelecimento;

• Estimular a criação e o desenvolvimento de atividades para pais, alunos,

professores, funcionários, assim como para a comunidade, após análise

do Conselho Escolar;

• Promover palestras, conferências e grupos de estudos, envolvendo pais,

professores, alunos, funcionários e comunidade, a partir de

necessidades apontadas por esses segmentos, podendo ou não ser

emitido certificado, de acordo com os critérios da SEED;

• Colaborar, de acordo com as possibilidades financeiras da

entidade, com as necessidades dos alunos comprovadamente

carentes;

• Convocar, através de edital e envio de comunicado, a todos

os integrantes da comunidade escolar, com o mínimo 2 (dois) dias de

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antecedência, para a Assembleia Geral Ordinária, e com no

mínimo 1 (um) dia útil para a Assembleia Geral Extraordinária,

em horário compatível com o da maioria da comunidade escolar, com

pauta claramente definida na convocatória;

• Reunir se com o Conselho Escolar para definir o destino dos recursos

advindos de convênios públicos mediante a elaboração de planos de

aplicação, bem como, reunir se para prestação de contas desses

recursos, com registro em ata;

• Apresentar balancete semestral aos integrantes da comunidade

escolar, através de editais e em Assembleia Geral;

• Registrara em livro ata da APMF, com as assinaturas dos presentes, as

reuniões de Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal, preferencialmente

com a participação do Conselho Escolar;

• Registrar em Assembleias Gerais Ordinárias, em livro ata próprio e as

assinaturas dos presentes, no livro presença (ambos livros da APMF);

• Registrar em livro próprio a prestação de contas de valores e

inventários de bens (patrimônio) da associação, sempre que uma

nova Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal tomarem posse, dando

se conhecimento à direção do estabelecimento;

• Aplicar as receitas oriundas de qualquer contribuição voluntária

ou doação, comunicando irregularidades, quando constatadas, à

Diretoria da Associação e a Direção do Estabelecimento;

• Receber doações e contribuições voluntárias, fornecendo o

respectivo recibo, preenchido em 02 vias;

• Promover a locação de serviços de terceiros para prestação de serviços

temporários na forma prescrita no Código Civil ou Consolidação

das Leis do Trabalho mediante prévia informação à Secretaria de

Estado da Educação;

• Mobilizar a comunidade escolar, na perspectiva de sua organização

enquanto órgão representativo para que esta comunidade expresse

suas expectativas e necessidades;

• Enviar cópia da prestação de contas da Associação à Direção do

Estabelecimento, depois de aprovada pelo Conselho Deliberativo

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e Fiscal e, em seguida, torná la pública; XVII. Apresentar, para

aprovação, em Assembleia Geral Extraordinária, atividades com ônus

para os pais, alunos, professores, funcionários e demais membros da

APMF, ouvido o conselho Escolar do Estabelecimento;

• Indicar entre os seus membros, em reunião da Diretoria,

Conselho Deliberativo e Fiscal, o (os) representante (s) para compor

o Conselho Escolar;

• Celebrar convênios com o Poder Público para o

desenvolvimento de atividades curriculares, implantação e

implementação de projetos e programas nos Estabelecimentos de

Ensino da rede Pública Estadual, apresentando plano de aplicação dos

recursos públicos eventualmente repassados e prestação de contas ao

Tribunal de Contas do Estado do Paraná dos recursos utilizados;

• Celebrar contratos administrativos com o Poder Público, nos termos da

Lei Federal no 8.666/93, prestando se contas ao Tribunal de Contas do

Estado do Paraná, dos recursos utilizados com o acompanhamento do

Conselho Escolar;

• Celebrar contratos com pessoas jurídicas de direito privado ou com

pessoas físicas para a consecução seus fins, nos termos da legislação

civil pertinente, mediante prévia informação à Secretaria de Estado da

Educação;

• Manter atualizada, organizada e com arquivo correto toda a

documentação referente a APMF, obedecendo a dispositivos legais e

normas do Tribunal de Contas;

• Informar aos órgãos competentes, quando do afastamento do

presidente por 30 dias consecutivos anualmente, dando se ciência ao

Diretor do Estabelecimento.

Assim a APMF tem como finalidade conscientizar a família e a

comunidade sobre a importância de apoiar as atividades escolares do Colégio,

compondo o Conselho Escolar, colaborando para a diminuição da evasão e

repetência; participando efetivamente da semana pedagógica; participando da

discussão, construção e efetivação do Regimento Escolar e Projeto Político

Pedagógico, e demais ações da escola.

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4.1.2 CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar, é um órgão colegiado, composto por

representantes da comunidade escolar, cujas atribuições são deliberativas,

fiscalizadoras, consultivas e avaliativas sobre questões político e pedagógicos,

questões financeiras, definindo os rumos e prioridades escolares.

São atribuições do Conselho Escolar:

• Aprovar e acompanhar a efetivação do projeto político pedagógico da

escola;

• Analisar e aprovar o Plano Anual da Escola, com base no projeto político

pedagógico da mesma;

• Criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática na

elaboração do projeto político pedagógico bem como do regimento

escolar, incluindo suas formas de funcionamento aprovados pela

comunidade escolar;

• Acompanhar e avaliar o desempenho da escola face às diretrizes,

prioridades e metas estabelecidas no seu Plano Anual, redirecionando

as ações quando necessário;

• Definir critérios para utilização do prédio escolar , observando os

dispositivos legais emanados da mantenedora e resguardando o

disposto no Artigo 10 da Constituição do Estado do Paraná, sem

prejuízo ao processo pedagógico da escola;

• Analisar projetos elaborados e/ou em execução por quaisquer

dos segmentos que compõem a comunidade escolar, no sentido de

avaliar sua importância no processo educativo;

• Analisar e propor alternativas de solução à questões de

natureza pedagógica, administrativa e financeira, detectadas pelo

próprio Conselho Escolar, bem como as encaminhadas, por escrito,

pelos diferentes participantes da comunidade escolar, no âmbito de

sua competência;

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• Articular ações com segmentos da sociedade que possam contribuir

para a melhoria da qualidade do processo ensino aprendizagem;

• Elaborar e/ou reformular o Estatuto do Conselho Escolar sempre que se

fizer necessário, de acordo com as normas da Secretaria de Estado da

Educação e legislação vigente;

• Definir e aprovar o uso dos recursos destinados à escola mediante

Planos de Aplicação, bem como prestação de contas desses recursos,

em ação conjunta com a Associação de Pais, Mestres e Funcionários –

APMF;

• Discutir, analisar, rejeitar ou aprovar propostas de alterações no

Regimento Escolar encaminhadas pela comunidade escolar ;

• Apoiar a criação e o fortalecimento de entidades

representativas dos segmentos escolares;

• Promover, regularmente, círculos de estudos, objetivando a formação

continuada dos Conselheiros a partir de necessidades detectadas,

proporcionando um melhor desempenho do seu trabalho;

• Aprovar e acompanhar o cumprimento do Calendário Escolar observada

a legislação vigente e diretrizes emanadas da Secretaria de Estado da

Educação;

• Discutir e acompanhar a efetivação da proposta curricular da escola,

objetivando o aprimoramento do processo pedagógico, respeitadas

as diretrizes emanadas da Secretaria de Estado da Educação;

• Estabelecer critérios para aquisição de material escolar e/ou

de outras espécies necessárias à efetivação da proposta

pedagógica da escola;

• Zelar pelo cumprimento e defesa aos Direitos da Criança e do

Adolescente, com base na Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do

Adolescente;

• Avaliar, periodicamente e sistematicamente, as informações referentes

ao uso dos recursos financeiros, os serviços prestados pela

Escola e resultados pedagógicos obtidos;

• Encaminhar, quando for necessário, à autoridade competente,

solicitação de verificação, com fim de apurar irregularidades de

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diretor, diretor auxiliar e demais profissionais da escola, em decisão

tomada pela maioria absoluta de seus membros, em Assembleia

Extraordinária convocada para tal fim, com razões

fundamentadas, documentadas e devidamente registradas;

• Assessorar, apoiar e colaborar com a direção em matéria de sua

competência e em todas as suas atribuições, com destaque especial

para:

a) o cumprimento das disposições legais;

b) a preservação do prédio e dos equipamentos escolares;

c) a aplicação de medidas disciplinares previstas no Regimento Escolar

quando encaminhadas pela Direção , Equipe Pedagógica e/ou

referendadas pelo Conselho de Classe;

d) comunicar ao órgão competente as medidas de emergência,

adotadas pelo Conselho Escolar, em casos de irregularidades graves

na escola;

• Estabelecer anualmente um cronograma de reuniões ordinárias.

Tem como finalidade refletir sobre a qualidade do trabalho que a escola

está realizando, o desempenho escolar, dificuldades na aprendizagem, e como

está sendo a atuação da comunidade escolar.

4.1.3 GRÊMIO ESTUDANTIL

O Grêmio Estudantil é o órgão máximo de representação dos estudantes

da escola . Sua organização, funcionamento e atividades serão estabelecidas

em seu Estatuto, aprovado em Assembléia Geral do corpo discente do

Estabelecimento de Ensino, convocada para este fim, obedecendo à legislação

pertinente.

O Grêmio Estudantil tem por objetivo:

•Representar condignamente o corpo discente;

•Defender os interesses individuais e coletivos dos alunos do colégio;

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•Incentivar a cultura literária artística e esportiva de seus membros;

•Promover a cooperação entre administração funcionário professores e

alunos no trabalho escolar buscando seus aprimoramentos ;

•Lutar pela democracia permanente na escola através do direito de

participação nos fóruns internos de deliberação da escola ;

•Manter contatos e colaboração de caráter cultural e educacional com outras

instituições de caráter educacional assim como a filiação ás entidades gerais

como: Upes (União Paranaense dos Estudantes Secundaristas), Ubes (União

Brasileira dos Estudantes Secundaristas).

4.1.4 CONSELHO DE CLASSE

O conselho de classe, consiste em um momento para a reflexão sobre

prática educativa como um todo, trata se de um processo para a construção da

aprendizagem significativa, a partir da qual as visões dos segmentos

envolvidos demonstram relevante compreensão da atividade pedagógica,

tendo em vista o encontro de vários segmentos da escola.

Realizar um conselho de classe participativo implica em um grande

desafio, contudo, a mudança é necessária, pois não se consegue êxito com

práticas isoladas. A superação do trabalho fragmentado no interior da escola é

uma meta importante. Todavia, isto não acontecerá de maneira espontânea, é

preciso um esforço coletivo, decidido e planejado. Os modelos de conselho de

classe realizados por setores isolados não apresentam resultados

significativos. Deve-se procurar criar e participar do trabalho coletivo.

É interessante notar que o conselho de classe “guarda em si a

possibilidade de articular os diversos segmentos da escola e tem por objeto de

estudo o processo ensino e aprendizagem, que é eixo central em torno do qual

desenvolve-se o processo de trabalho escolar” DALBEN (1997).

As afirmações de DALBEN (1997) enfatizam dois pontos básicos: o

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primeiro relaciona-se ao seu caráter articulador dos diversos segmentos da

escola, preocupa-se com a redução do individualismo e da fragmentação. O

segundo é direcionado para o processo de ensino em relação com a

aprendizagem.

Faz-se necessário esclarecer que o objetivo do conselho de classe é o

ensino e suas relações com a aprendizagem. Não se trata de verificar que

notas ou conceitos os alunos obtiveram embora não se possa negar que as

notas servem, de certa forma, como indicadores do desempenho do aluno. O

esforço é pesquisar as causas, que dificultaram os objetivos propostos, e

não simplesmente relatar fatos ocorridos durante o período e registrar notas

O conselho de classe deve ser encarado como um processo capaz de

evidenciar informações precisas para o estabelecimento de ações conjuntas,

que visem o desenvolvimento do aluno, levando-o a progredir e atingir

patamares de conhecimento esperados.

As reuniões de conselho contam com a presença de direção, pedagogos,

professores, administrativo, representante do grêmio e da APMF. O diretor é o

mediador e tem a função de conduzir o conselho de forma democrática, o

qual deverá ser realizado em vários momentos, com o encaminhamento de

relatório. A retomada da história dos conselhos (através dos relatórios feitos) dá

a exata dimensão dos avanços ou estagnação do percurso educativo.

O Conselho de Classe participativo em nossa escola acontece em várias

etapas: Pré Conselho; Conselho de Classe; e Pós Conselho.

PRÉ-CONSELHO:

I – Questionários para aos Funcionários Técnicos Administrativos e Serviços

Gerais para que avaliem de acordo com a função desempenhada as atitudes e

o comportamento dos alunos;

II – Professores respondem individualmente e de acordo com suas observações

avaliativas do bimestre a “Ficha de Pré- Conselho da Turma”;

III – Pré-Conselho com as turmas: Realizados pelos Professores Regentes;

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CONSELHO DE CLASSE: Com a participação da Direção, Equipe Pedagógica

e Funcionários Técnico-Administrativos e Serviços Gerais aonde serão

elaborados pelo coletivo encaminhamentos à partir da exposição dos

“Problemas Levantados e Expostos nos pré-conselhos”;

PÓS-CONSELHO: Professor regente faz devolutiva do Conselho de Classe a

turma expondo os encaminhamentos que serão tomados;

Todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem devem

colocar em prática os encaminhamentos decididos em Conselho de Classe.

A equipe pedagógica juntamente com a direção convoca os pais de

alunos para apresentação do rendimento escolar e entrega de boletim, bem

como articula com a família, neste momento encaminhamentos referentes a

participação da família na escola e estratégias para o melhor desenvolvimento

acadêmico dos educandos.

4.1.5 REUNIÃO PEDAGÓGICA

“A prática educativa quando refletida coletivamente é a

melhor fonte de ensinamento teórico e, sobretudo de práticas

mais comprometidas” ARROYO (1982).

A reunião pedagógica é um espaço para refletir crítica e coletivamente a

prática educativa. Esta atividade oferece a consolidação de uma continuidade

educativa, bem como a formação de uma equipe de trabalho, dando maior

coesão e interação.

O espaço constante de trabalho coletivo na escola é fundamental para as

mudanças necessárias na instituição, tanto em termos de motivar, qualificar,

como avaliar a intervenção já realizada. Sem este espaço fica difícil concretizar

projetos coletivos da instituição.

Este espaço de trabalho que congrega professores, pedagogos e direção

está previsto no calendário escolar, porém se fizer necessário, deve abrir-se

espaço para a realização do mesmo se o grupo achar necessário.

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As reuniões devem ser momentos de partilha de dúvidas, trocas de

experiências, descobertas, sistematização da prática educativa, avaliação do

trabalho, replanejamento. Pode ser dirigida pelos pedagogos, ou professor que

desejar fazer, podendo ser convidados palestrantes para realizar as atividades

propostas.

As reuniões são fundamentais para despertar ou enraizar uma postura

pedagógica e possibilitar a reflexão dos problemas reais da escola, sendo uma

maneira de avaliar as práticas educativas e as possíveis ações a serem

adotadas pelos profissionais.

4.2 AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A avaliação é parte integrante do processo ensino e aprendizagem, e se

apresenta como momento privilegiado deste processo, na forma de reflexão

sobre o trabalho didático e pedagógico e posteriores mudanças para

melhorias. Ela é um dos elementos do processo de construção e

reconstrução da aprendizagem, por isso, o processo de ensino e

aprendizagem deve ocorrer de forma diagnóstica, contínua, permanente,

cumulativa, criteriosa e qualitativa.

Estes critérios por sua vez, devem ser elaborados a partir das

expectativas político/sociais com relação à finalidade do trabalho pedagógico

escolar, à função social do conjunto de conteúdos, à abordagem metodológica

e à especificidade da área do conhecimento, do nível e modalidade de ensino.

A avaliação deve buscar não somente a classificação do aluno, e

sim uma maneira de contemplar avanços no conhecimento dos alunos e nas

práticas educativas.

O aluno deverá ter rendimento mínimo de 6,0 (seis virgula zero) para

aprovação, sendo esta por disciplina, respeitando a freqüência mínima de 75%

(setenta e cinco por cento) do total de hora letivas.

Isto se dá em regime bimestral, sendo sistematizada de forma de

somatória da seguinte maneira: atividades em sala de aula: valor 2,0 (dois);

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trabalhos sistematizados: valor 3,0 (três); avaliações (provas) valor 5,0 (cinco);

totalizando 10,0 (dez) pontos no final de cada bimestre.

Ao aluno que apresentar o rendimento escolar insuficiente será ofertada

recuperação de estudos, dos conteúdos básicos necessários para o

acompanhamento da turma. Serão ofertados instrumentos diversificados e

outras metodologias de ensino.

A recuperação de estudos, conforme a LDB (9394/96) e regulamentada

pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná - SEED (Deliberação 007/99

– Conselho Estadual de Educação) e deve ocorrer paralelamente ao longo do

processo de ensino e de aprendizagem. Tem o sentido de recuperar o que não

foi assimilado. Cabe aos docentes zelar pela aprendizagem dos alunos e a

incumbência de propor estratégias de recuperação para os de menor

rendimento como prevê o Art. 12, inciso V e o Art. 13, incisos III e IV.

4. 3 FAMÍLIA

A participação da família e o seu envolvimento com a vida

acadêmica de seus filhos tornam-se imprescindível no processo que envolve a

aprendizagem destes. De acordo com art.205 da Constituição Federal, a

educação é um direito de todos e dever da família. O Estatuto da Criança e

Adolescente, também é explícito quanto a responsabilidade e a participação,

bem como do acompanhamento da frequência e do aproveitamento escolar

dos filhos, sendo estas medidas previstas no art.129, inciso V.

Desta forma, o Colégio Brasmadeira tem a preocupação em envolver

os familiares por meio de ações que serão desenvolvidas durante o ano letivo.

Tais como: incentivar os pais à participação nas instâncias colegiadas da

escola(APMF, Conselho Escolar e outros); organizar reuniões, palestras

educativas e sobre o funcionamento do colégio, acompanhamento do

rendimento e frequência escolar dos filhos; encaminhamentos pedagógicos e

outros possíveis; informativos constantes sobre as atividades desenvolvidas

durante o ano letivo, bem como dos resultados obtidos, através do boletim

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escolar; cronograma para o atendimento com os professores, em dia e horário

de disponibilidade, aos respectivos anos escolares e turmas.

A busca constante da parceria família e escola é essencial, onde as

responsabilidades devem ser compartilhadas com todos os envolvidos no

processo: pais, alunos, professores, equipe pedagógica, funcionários, a fim de

propiciar melhorias na aprendizagem, tão importante para o desenvolvimento

dos educandos.

4.4 ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DA SALA DE RECURSOS

MULTIFUNCIONAL

Considerando a diversidade existente na nossa escola o trabalho esta

focalizada nos diferentes ritmos de aprendizagem de cada aluno. Cada um

possui sua própria história pessoal, aqui leva-se como ponto importante a

história acadêmica com as especificidades do aluno. Muitas vezes, o educando

chega ao ensino fundamental séries finais com marcas negativas do passado

acadêmico. A história de vida reflete diretamente na aprendizagem do aluno,

fundamentalmente quando apresentam dificuldades na aprendizagem, que em

alguns casos é constatado tardiamente. Muitos são identificados como

indisciplinados ou “aquele aluno que não faz nada”.

Assim, os alunos em AEE, são vistos com um novo olhar,

compreendendo-o como sujeito inserido em um contexto social excludente.

Considerando suas peculiaridades na forma de aprender, buscam-se novas

formas de recursos metodológicos diferenciados, que possam oportunizar a

aprendizagem como direitos iguais a todos. Busca-se garantir a inclusão

educacional no sistema regular de ensino, com uma educação de qualidade

mais humanizada.

Os trabalhos pedagógicos especializados realizados na sala de recursos

- Ensino Fundamental - séries finais - deficiência mental/intelectual e ou

transtornos funcionais específicos se dá com uma série de procedimentos

objetivando o desenvolvimento dos processos cognitivo, motor, sócio afetivo,

emocional, e as áreas do conhecimento de Língua Portuguesa e Matemática,

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complementando assim, a formação acadêmica do aluno.

O professor (a) utiliza-se de práticas e recursos metodológicos

diversificados com atividades desafiantes, problematizadoras, levando o aluno

a pensar, raciocinar para resolução da situação problema, de acordo com os

interesses, necessidades e dificuldades específicas de cada um. A motivação

se dá de forma constante encorajando o aluno a enfrentar os possíveis

obstáculos e ou dificuldades, frisando que o mesmo tem sua capacidade para

desenvolver as atividades. As atitudes afetivas fazem-se presentes mediante

ações humanizadoras que são estabelecidas no ambiente da sala de recursos

Multifuncional.

Assim, nas áreas de desenvolvimento (cognitiva, motora, sócio-afetivo

emocional), são trabalhados atividades tais como:

Cognição: caça-palavras, cruzadas, advinhas, jogos de dama, trilha e

ludo, jogos xadrez, jogo da memória, tangram, quebra cabeças, torre de hanói,

seriação e classificação de objetos, etc. Objetivam desenvolver a atenção,

concentração memória visual/auditiva e imediata compreensão, percepção

estratégia mental, e outros.

Motora: Brincadeiras de dança das cadeiras, morto vivo, músicas

diversificadas que explorem movimentos do corpo, pega varetas, desenhos,

punção, torre de cartas, exploração de diferentes texturas, etc. Objetivam

desenvolver a orientação espacial, equilíbrio, lateralidade destreza motora,

coordenação motora fina e ampla, agilidade, coordenação viso-motor e outros.

Sócio-afetivo emocional: Diálogos, atividades que executem cuidados

pessoais, atividades observando-se diante do espelho, jogos, integração com o

grupo com a utilização de diversos jogos, etc. Objetivam desenvolver Interação,

socialização, auto-estima, valorização pessoal, e outros.

Também, referente às áreas do conhecimento são trabalhados os

conteúdos pedagógicos defasados das séries iniciais em Língua Portuguesa e

Matemática.

Língua Portuguesa: sempre partindo da realidade conhecida pelo aluno

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trabalhar a oralidade com exploração das falas, leituras diversificadas,

linguagem escrita com produção e estruturação textual a partir de gravuras,

estórias ouvida ou espontânea, fonemas/sons específicos. Objetivam

desenvolver a linguagem oral e escrita, leitura, argumentação das idéias,

capacidade de compreensão, identificação de letras e palavras ( codificação e

decodificação), percepção dos sons dos fonemas, habilidade lingüística e

outros.

Matemática: Estruturação e execução das quatro operações

matemáticas, tabuada, resolução de situações problemas, enigmas

matemáticos, cálculo mental, logaritmos, sistema monetário, frações, medidas

de tempo, medidas de capacidade, figuras e sólidos geométricos, etc.

Objetivam desenvolver raciocínio lógico matemático, conceitos aritméticos

abstratos e realização de operações numéricas; reconhecer e associar valores

do sistema monetário, reconhecer e localizar se no tempo e no espaço, e

outros.

Importante ressaltar que o trabalho desenvolvido na Sala de Recursos

Multifuncional não se dá como reforço escolar, muito menos repetição de

conteúdos do ensino regular. Desta forma, em todo o trabalho é sempre

utilizado recursos/instrumentos metodologias e estratégias diferenciadas, uso

das adaptações curriculares, de acordo com as necessidades educacionais de

cada aluno, garantindo a possibilidade em superar as dificuldades obter êxito

no processo de aprendizagem na classe comum.

Os trabalhos estendem-se mediante articulação do trabalho pedagógico

desenvolvido pelo professor, na Sala de Recursos Multifuncional, com os

professores do Ensino Regular. Esse processo acontece através de orientação

aos professores da classe comum, junto com a equipe pedagógica tais como:

nas avaliações no contexto escolar, nas adaptações curriculares, flexibilização

do currículo, na avaliação e metodologias diferenciadas que serão utilizadas no

ensino regular no atendimento aos alunos com necessidades educacionais

especiais, entre outros. O acompanhamento e apoio individual ao aluno com

Deficiência Mental/Intelectual e/ou Transtornos Funcionais Específicos, na sala

de aula comum, acontecem dando a complementação do trabalho do professor

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do ensino regular, sempre visando em atender a peculiaridades, ritmos de

aprendizagem do aluno. Considera-se então a adaptação deste aluno, quanto

a receptividade e interação com os colegas e professores, desenvolvimento na

realização das atividades, como também, a forma de avaliação diferenciada

seja, (utilizando linguagem simplificada nos enunciados, solicitação do

conteúdo significativo para o aluno, avaliação oral, local apropriado sem

barulhos\ outros estímulos que venham tirar a atenção do aluno, tempo maior

para a realização e outros). Orientações envolvendo os professores do ensino

comum para participação na avaliação pedagógica no contexto escolar dos

alunos com indicativos de Deficiência Mental/Intelectual e/ou Transtornos

Funcionais Específicos. As conversas com todos os professores (as) com

trocas de informações sobre os alunos da sala de recursos devem acontecer

sempre que se fizer necessário, como também fazer com que os professores

(as) do ensino comum tomem conhecimento sobre diagnósticos e avaliações

dos alunos com necessidades educativas especiais. O professo (a) da sala de

recursos junto com a equipe pedagógica deve sempre que possível e

necessário fazer intercâmbios com as redes de apoio que possam auxiliar nas

informações e encaminhamentos devidos aos alunos com necessidades

educativas especiais, seja nas áreas da saúde de psicologia, fisioterapia,

fonoaudióloga, neurologia, psiquiatria ou outros, como também os centros que

atendem a deficiências específicas ( audição, visão, mental, superdotação, etc.

Para organização da ação pedagógica especializada, faz se necessário

que o professor (a) da Sala de Recursos Multifuncional, realize um cronograma

de atendimento, que deverá ser organizado com número de atendimentos

pedagógicos, podendo ser de 2 (duas) a 4 (quatro) vezes por semana,

mantendo 2 (duas) horas diária em trabalho pedagógico com o aluno. O horário

de atendimento deverá ser em período contrário ao que o aluno está

matriculado e freqüentando a classe comum.

Os alunos são atendidos individualmente ou em pequenos grupos,

conforme idade cronológica, nível de escolaridade, enfim de acordo com o

melhor rendimento de cada um, porém o tempo de trabalho em grupo não pode

exceder ao tempo de trabalho individual. Cabe ao professor (a) da sala de

recursos direcionarem os trabalhos revezando em grupos, individual utilizando-

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se de estratégias e recursos diversificados (jogos concreto, jogos educativos

on-line no computador, etc.).O número máximo é de 20 (vinte) alunos com

atendimento por cronograma. Cada grupo não devendo ultrapassar mais do

que 10 ( dez alunos ), fazendo com que o professor possa melhor direcionar

sua atenção a cada aluno.

Para frequentar este atendimento, deve ser realizada a matrícula do

aluno no sistema SERE especificado de acordos com os códigos. Assim, para

o aluno ser inserido no AEE, ele já deve ser aluno oriundo da educação

especial, possuir relatório da avaliação especializada e ou possível diagnóstico

de deficiência mental/intelectual ou transtornos funcionais específicos. Ou nos

casos com indicativo de deficiência mental/intelectual- transtornos funcionais

específicos cabem realizar a avaliação no contexto escolar, e encaminhar para

a avaliação especializada no CRAPE- Centro Regional de Apoio Pedagógico

Especializado. Após esses procedimentos, cabe ao professor (a) da sala de

recursos realizarem para o aluno um plano individualizado de AEE. Neste

plano, de acordo com as sugestões contidas na avaliação pedagógica

especializada, conforme as necessidades educacionais específicas do aluno

devem conter a identificação das habilidades do mesmo.

A partir disto, realizar o planejamento das atividades que serão

desenvolvidas com os alunos, as formas de intervenções pedagógicas

especializadas com enfoque nas áreas do desenvolvimento e áreas do

conhecimento, respeitando os interesses e possibilidades de cada um. O

acompanhamento aos alunos se dará de forma constante, através de relatórios

diários das atividades desenvolvidas, bem como através do empenho do aluno

na realização, registros sistematizados no livro de chamada, relatório semestral

com observações quanto aos avanços, dificuldades do aluno, e

encaminhamentos acordados no Conselho de Classe, dando continuidade fora

da sala de recursos, no que se refere na inclusão do aluno no ensino regular,

com contato periódico com os professores da classe comum, para acompanhar

o desenvolvimento do aluno.

Assim, verificando se estão acontecendo as adaptações curriculares, ou

seja, a própria flexibilização do currículo em todas as disciplinas. O

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acompanhamento também, acontece juntamente com a família, parceria escola

e família em prol do desenvolvimento da aprendizagem do aluno com

necessidades educativas especiais. Em casos extraordinários é feito reuniões

com a presença dos pais, aluno, Equipe pedagógica, professor (a)

especializado(a), professor(a) do ensino regular, membros interessados da

rede de apoio, entre outros, para traçar possíveis encaminhamentos, sendo

todos registrados em atas.

O aluno com necessidades educacionais especiais freqüentara o AEE

na Sala de Recursos o tempo necessário para superar as dificuldades e obter

êxito no processo de aprendizagem na classe comum.

Será desligado após consenso de todos os professores do ensino

regular e professor (a) da sala de recursos, juntamente com a equipe

pedagógica formalizada por meio de relatório pedagógico, sempre colocando a

família do aluno ciente de todos os procedimentos e encaminhamentos ao

aluno.

Todo registro realizado, deverá ser arquivado na Pasta Individual do

aluno. Em caso de transferência do aluno, além dos documentos da classe

comum, deverá ser acrescenta de cópia do relatório da avaliação no contexto

escolar e do último relatório de acompanhamento pedagógico semestral.

A Sala de Recursos do Colégio Estadual Brasmadeira, apresenta-se

ampla, bem localizada, segura, iluminada e ventilada. Está equipada com

materiais pedagógicos específicos, como: tangrans, material dourado, torre de

hanói, dominós de números, dominós de palavras, dominós de seqüência de

trânsito, dominós de sinônimos, jogo de seqüência lógica de transito, jogo de

xadrez, , jogo de trilha, jogo enigmas de tabuada, jogo de adição, jogos de

subtração,jogos de frações, relógio pedagógico, fantoches, metro, sólidos

geométricos, quebra cabeças, e outros. Também, há disponíveis tecnologias,

como: 1 ( um) notebook adaptado com o dox vox, 2 ( dois) computadores com

teclado abelha, 1 ( um ) scanner, 1 (uma) impressora, entre outros. Assim a

Sala de Recursos está adequada às peculiaridades dos alunos,

proporcionando-lhes acesso ao currículo, para promoção da aprendizagem dos

mesmos.

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4. 5 SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED - considerando:

a LDBEN n.º 9.394/96; o Parecer CNE n.º 04/98; a Deliberação n.º 007/99 –

CEE e a Resolução Secretarial n.º 371/2008, implementou o Programa Salas

de Apoio à Aprendizagem em 2004, com o objetivo de atender às defasagens

de aprendizagem apresentadas pelas crianças que freqüentam o 5ª série/6º

ano do Ensino Fundamental. Neste mesmo ano, o Colégio Estadual

Brasmadeira, também passou a oferecer atendimento nas Salas de Apoio a

Aprendizagem. Com uma turma de Língua Portuguesa e Matemática.

Em 2011, o atendimento foi ampliado para os alunos da 8ª série/9º Ano,

do Ensino Fundamental, com uma turma na disciplina de Língua Portuguesa e

uma turma na disciplina de Matemática.

O programa prevê o atendimento aos alunos, no contra turno, nas

disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, com o objetivo de trabalhar as

dificuldades referentes à aquisição dos conteúdos de oralidade, leitura, escrita,

bem como às formas espaciais e quantidades nas suas operações básicas e

elementares.

A partir de sua criação, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná

vêm promovendo ações e eventos de capacitação aos professores que atuam

nessa modalidade de ensino, bem como aos diretores e às equipes

pedagógicas das escolas, buscando esclarecer a todos quais são os objetivos

das Salas de Apoio e promovendo discussões sobre quais devem ser os

encaminhamentos metodológicos que façam com que os alunos que ingressam

nos 6º anos, com dificuldades de aprendizagem possam – por meio de

atividades diferenciadas e significativas oferecidas no contra turno – superar

essas dificuldades e acompanhar seus colegas do turno regular, diminuindo

assim a repetência e melhorando a qualidade da educação ofertada pela rede

pública.

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Assim o Colégio Brasmadeira, oportuniza a todos os profissionais da

educação a oportunidade de participar das capacitações oferecidas pela SEED

e NRE, para que os mesmos estejam em constante formação.

Paralelamente a isso, há uma avaliação permanente do Programa, por

parte do Departamento de Educação Básica, dos Núcleos Regionais de

Educação e de todo o coletivo escolar, objetivando seu melhor funcionamento

e eficiência. Devido a essa avaliação, o Programa passou por mudanças em

sua regulamentação, que promoveram o aumento do número de aberturas

automáticas de demandas e a diminuição do número de alunos por Sala de

Apoio, possibilitando assim um maior e melhor atendimento aos alunos.

Conforme orientações à instituição de ensino avalia constantemente o

atendimento realizado e envia através de relatórios ao NRE, os avanços e

dificuldades encontradas, bem como o acompanhamento pedagógico e

freqüência dos alunos atendidos neste programa.

4.6 CENTRO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS – CELEM

O Centro de Línguas Estrangeiras Modernas – CELEM, criado no ano de

1986 pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, integra o

Departamento de Educação Básica - DEB e tem por objetivo ofertar o ensino

gratuito de idiomas, aos alunos da Rede Estadual de Educação Básica,

matriculados no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, Educação

Profissional e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), aos professores e

funcionários que estejam no efetivo exercício de suas funções na rede estadual

e também à comunidade.

O Colégio Estadual Brasmadeira, oferece desde 2004 através do

CELEM o idioma espanhol, através de aulas que acontecem no período

intermediário do turno vespertino/noturno: Curso Básico: 2 (dois) anos de

duração (320h), 4 (quatro) horas/aula semanais.

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O CELEM tem ofertado desde o ano de 2004 Cursos de Aprimoramento,

para alunos que concluíram o Curso Básico. O referido curso tem 1 (um) ano

de duração, com um total de 160 horas/aula em 4 (quatro) horas/aula

semanais, porém neste momento ainda não existem turmas montadas neste

estabelecimento de ensino.

O CELEM, além de promover o conhecimento do idioma das etnias

formadoras do povo paranaense, contribui para o aperfeiçoamento cultural e

profissional de seus alunos.

A Resolução 3904/2008 - SEED, que regulamenta o funcionamento do

CELEM, considera " a importância que a aprendizagem de Línguas

Estrangeiras Modernas (LEM) tem no desenvolvimento do ser humano quanto

a compreensão de valores sociais e a aquisição de conhecimento sobre outras

culturas".

4.7 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

A partir do ano 2011, o Colégio organizou uma Equipe

Multidisciplinar, na qual os membros reúnem-se conforme o cronograma

proposto, seguindo as orientações vigentes e desenvolvendo um trabalho

efetivo e constante com toda comunidade escolar.

A equipe Multidisciplinar é uma instancia colegiada de organização do

trabalho escolar ,que foi instituída conforme Instrução da SEUD/SEED, de

acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06-CEE/PR. Tem a

finalidade de orientar e auxiliar o trabalho pedagógico escolar.

Segundo a proposta da SEED, as Equipes Multidisciplinares se

constituem por meio da articulação das disciplinas da Base Nacional Comum,

em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica

e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnico-

Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, com

vistas a tratar da História e Cultura da África, dos Africanos, Afrodescendentes

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e Indígenas no Brasil, na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e

indígena mire-se positivamente, pela valorização da história de seu povo, da

cultura, da contribuição para o país e para a humanidade.

4.8 ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE

A hora-atividade, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB), Lei nº 9.394/96, assegura ao professor um período reservado a estudos,

planejamento e avaliação, incluído em sua carga horária (artigo 67, inciso VI), o

qual também deve ser remunerado, pois, o trabalho em sala de aula é apenas

uma parte das atividades laborais do docente.

Também de acordo com a Resolução nº 305/2004 – SEED, que

regulamenta a distribuição de aulas nos estabelecimentos de ensino na rede

estadual de Educação Básica e estabelece normas para atribuição da hora-

atividade. A Lei Estadual nº 13 807, de 30/09/2002 que instituiu os 20 % de

hora- atividade.

Segundo a instrução a hora-atividade é o tempo reservado ao Professor

em exercício de docência, para estudos, avaliação e planejamento. Assim a

organização da hora-atividade deverá favorecer o trabalho coletivo dos

professores, priorizando-se:

XIX- o coletivo de professores que atuam na mesma área do

conhecimento e/ou módulos, tendo em vista a implementação do

processo de elaboração das diretrizes curriculares para a rede

pública estadual de Educação Básica; o coletivo dos professores

que atuam na(s) mesma(s) turma(s), série(s), etapa(s) do ciclo o

ano(s) dos diferentes níveis e modalidades de ensino;

XX- a formação de grupos de professores para o planejamento e para

o desenvolvimento de ações necessárias ao enfrentamento de

problemáticas específicas diagnosticadas no interior do

estabelecimento;

XXI- a correção de atividades discentes, estudos e reflexões a

respeito de atividades que envolvam a elaboração e

implementação de projetos e ações que visem a melhoria da

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qualidade de ensino, propostos por professores, direção, equipe

pedagógica e/ou NRE/SEED, bem como o atendimento de alunos,

pais e (outros assuntos de interesse da) comunidade escolar.

A organização da hora-atividade deverá garantir, também, carga horária

que permita ao professor a realização de atividades pedagógicas individuais

inerentes ao exercício da docência. Cabe ao conjunto de professores, sob a

orientação e coordenação da equipe pedagógica ou direção do

estabelecimento, planejar, executar e avaliar as ações a serem desenvolvidas

durante o cumprimento da hora-atividade.

Quanto as atribuições, cabe à equipe pedagógica coordenar as

atividades coletivas e acompanhar as atividades individuais a serem

desenvolvidas, durante a hora-atividade, à direção do estabelecimento

sistematizar o quadro da distribuição da hora-atividade, que deverá constar

em edital, permitindo o seu acompanhamento e informando à comunidade

escolar da disponibilidade de horário de atendimento do professor aos alunos

e pais. É de responsabilidade do Diretor do estabelecimento de ensino a

distribuição e a verificação do cumprimento da hora-atividade.

4.9 FORMAÇÃO CONTINUADA

A formação docente é um processo contínuo e em constante

transformação. Faz – se necessário portanto, que professores e funcionário

participem de estudos continuados com vistas ao seu aperfeiçoamento

profissional.Esta formação contínua pode ocorrer em momentos destinados a

hora atividade, contudo, deve–se considerar a realização de cursos em

horários que o professor e funcionário não se encontram na escola.

Assim, os profissionais da educação deste estabelecimento de ensino,

são convidados a participar dos grupos de estudos aos sábados, jornadas

pedagógicas, reuniões, palestras, cursos e capacitações oferecidos pelo NRE e

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SEED.

Entendemos como um momento rico em formação, a participação nos

encontros destinados a estudar/refletir sobre diversidade, os quais são

organizados pela equipe multidisciplinar. Também nos encontros relacionados

a buscarem alternativas quanto aos desafios educacionais contemporâneos.

Reuniões pedagógicas, momentos destinados a planejamento e

replanejamento, são utilizados como formação continuada, pois alem de

organizar a ação pedagógica e traçar metas, possibilita a avaliação do trabalho

e a busca para a melhoria deste.

4.10 AMBIENTES PEDAGÓGICOS DISPONÍVEIS

Quanto à infra-estrutura, o Colégio Estadual Brasmadeira está

parcialmente adaptado quanto à estrutura predial para pessoas com

deficiências e ou mobilidade reduzida, sem a existência de rampas e corrimão,

somente com um banheiro adaptado. Assim, dificulta a locomoção, o acesso de

funcionários, alunos, comunidade em geral que possua alguma deficiência.

Com o auxilio da comunidade escolar, buscaremos possibilidades de

melhorias para o ambiente escolar, inclusive cobrando da mantenedora

ampliação e readequação dos espaços existente, construção de novos

ambientes, bem como a aquisição de materiais didático e pedagógicos.

Expomos aqui algumas das principais necessidades do colégio, que

poderão ser superadas a partir do compromisso e trabalho coletivo entre

escola, pais, comunidade e governo:

•Aquisição de livros didáticos para todos os alunos;

•Ampliação do acervo da biblioteca (livros, gibis, revistas, jogos didáticos,

mapas...);

•Aquisição de materiais pedagógicos para sala de recursos;

•Instalação e concretização do laboratório de informática, bem como os

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demais setores que necessitam de informatização (secretaria, direção, equipe

pedagógica, professores e biblioteca);

•Aquisição e ampliação dos laboratórios de química, física e biologia;

•Melhorias nas salas de aula (carteiras, cadeiras, ventiladores...);

•Cobertura da quadra;

•Construção de almoxarifado;

•Adequação do espaço físico, que atenda as necessidades especiais das

pessoas com deficiência;

•Trabalhar em conjunto com a comunidade escolar para sanar os

problemas existentes e a prevenção, referentes a evasão, indisciplina,

aproveitamento, descompromisso familiar, drogas, violência, trabalho infantil...;

•Buscar atender os anseios e necessidades da comunidade local, uma vez

que a escola se volta para a realidade;

•Discutir, elaborar e desenvolver projetos juntamente com a comunidade

escolar de maneira a envolver e comprometer todos no processo e ensino e

aprendizagem;

•Envolver nas atividades cotidianas assuntos referentes à Inclusão, Agenda

21, Estudos sobre o Paraná, Cultura Afro. De tal maneira que isso ocorra

paralela aos conteúdos programáticos, bem como com possibilidades de

projetos específicos;

•Possibilitar ao educando as melhores condições possíveis para que este

processo de construção do saber ocorra de maneira significativa;

•Promover movimentos de integração e confraternização entre funcionários,

professores, equipe pedagógica, direção pais e alunos;

•Garantir aos alunos atividades atrativas, pedagógicas, vinculadas a uma

postura política critica e emancipadora, tanto no cotidiano da sala de aula

quanto nos eventos periódicos da escola, sendo estes últimos momentos de

integração e união de toda comunidade escolar;

•Garantir aos educandos qualidade na merenda escolar;

•Trabalhar em conjunto com o Conselho Tutelar, Patrulha Escolar e outras

intuições, de maneira a garantir um melhor atendimento,

•Zelar pelo patrimônio público, uma vez que isto é responsabilidade de todos;

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4.11 AVALIAÇAO DO PROJETO POLITICO E PEDAGÓGICO

O Colégio Estadual Brasmadeira, estará acompanhado,revendo e

avaliando o seu Projeto Político e Pedagógico, sempre que houver a

necessidade, na busca de melhor atender as reais necessidades da

comunidade escolar, bem como cumprir com a função social da escola.

Segundo SOBRINHO e BALZAN (2000 pg.3334):

(...) A instituição precisa saber, de forma permanente e

integrada, quais são os valores dominantes nas suas

atividades [...] e nas suas práticas administrativas. [...] Deve

ser uma atividade sistemática e permanente que resulte em

uma compreensão global e integrada [...] produza

conhecimento sobre as diversas estruturas [...], seja um

processo enriquecedor da vida comunitária, instaurando-se

como instrumento de melhoria da qualidade de todos os

aspectos e setores científicos, pedagógicos, políticos e

administrativos. A avaliação, em suas dimensões internas e

externas, deve procurar apreender a multiplicidade das faces

e os sentidos normalmente escondidos e tentar reconstruir

significativamente as partes integrando-as [...].

Através de um processo de avaliação contínua, global e formativa, existe

a possibilidade de a escola adensar as suas relações sociais e pedagógicas.

Esse processo de forte sentido formativo, pode provocar no interior da escola

uma ampla discussão sobre as especificidades locais, bem como agregar as

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necessidades e anseios, a força da comunidade escolar, em uma instituição

em que todas as questões e dinamismos estão inter relacionados e assumem

dimensões globais se a eles atribuímos os significados constitutivos da vontade

coletiva.

Isso só será possível, se houver a real participação de toda comunidade

escolar, professores, funcionários, pais, alunos, comunidade, das instancias

colegiadas, Conselho Escolar, Associação de Pais Mestres e Funcionários,

Grêmio Estudantil. Cabe então a escola organizar espaços que propiciem a

oportunidade de discussão e participação de todos de forma organizada.

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