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Lista de exercícios – Profa. Flávia – Entendimento de texto Funções da Linguagem 1. (Fuvest 2016) Leia este texto. Nosso andar é elegante e gracioso, e também extremamente eficiente do ponto de vista energético. Somos capazes de andar dezenas de quilômetros por quilo de feijão ingerido. Até agora, nenhum sapato, nenhuma técnica especial de balançar os braços, ou qualquer outro truque foram capazes de melhorar o número de quilômetros caminhados por quilo de feijão consumido. Mas, agora, depois de anos investigando o funcionamento de nossas pernas, um grupo de cientistas construiu uma traquitana simples, mas extremamente sofisticada, que é capaz de diminuir o consumo de energia de uma caminhada em até Trata-se de um pequeno exoesqueleto que recobre nosso pé e fica preso logo abaixo do joelho. Ele mimetiza o funcionamento do tendão de Aquiles e dos músculos ligados ao tendão. Uma haste na altura do tornozelo, a qual se projeta para trás, segura uma ponta de uma mola. Outra haste, logo abaixo do joelho, segura uma espécie de embreagem (...). Fernando Reinach, www.estadao.com.br, 13/06/2015. Adaptado. a) Transcreva o trecho do texto em que o autor explora, com fins expressivos, o emprego de termos contraditórios, sublinhando-os. b) Esse excerto provém de um artigo de divulgação científica. Aponte duas características da linguagem nele empregada que o diferenciam de um artigo científico especializado. 2. (Unicamp 2016) A publicidade acima foi divulgada no site da agência FAMIGLIA no dia 24 de janeiro de 2007, véspera do aniversário de São Paulo, no período 1

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Lista de exercícios – Profa. Flávia – Entendimento de texto

Funções da Linguagem

1. (Fuvest 2016) Leia este texto.

Nosso andar é elegante e gracioso, e também extremamente eficiente do ponto de vista energético. Somos capazes de andar dezenas de quilômetros por quilo de feijão ingerido. Até agora, nenhum sapato, nenhuma técnica especial de balançar os braços, ou qualquer outro truque foram capazes de melhorar o número de quilômetros caminhados por quilo de feijão consumido. Mas, agora, depois de anos investigando o funcionamento de nossas pernas, um grupo de cientistas construiu uma traquitana simples, mas extremamente sofisticada, que é capaz de diminuir o consumo de energia de uma caminhada em até

Trata-se de um pequeno exoesqueleto que recobre nosso pé e fica preso logo abaixo do joelho. Ele mimetiza o funcionamento do tendão de Aquiles e dos músculos ligados ao tendão. Uma haste na altura do tornozelo, a qual se projeta para trás, segura uma ponta de uma mola. Outra haste, logo abaixo do joelho, segura uma espécie de embreagem (...).

Fernando Reinach, www.estadao.com.br, 13/06/2015. Adaptado.

a) Transcreva o trecho do texto em que o autor explora, com fins expressivos, o emprego de termos contraditórios, sublinhando-os.

b) Esse excerto provém de um artigo de divulgação científica. Aponte duas características da linguagem nele empregada que o diferenciam de um artigo científico especializado.

2. (Unicamp 2016)

A publicidade acima foi divulgada no site da agência FAMIGLIA no dia 24 de janeiro de 2007, véspera do aniversário de São Paulo, no período em que foi proposta a campanha “Cidade Limpa”. Na base da foto, em letras bem pequenas, está escrito: Tomara, mas tomara mesmo, que nos próximos aniversários o paulistano comemore uma cidade nova de verdade.

Considerando os sentidos produzidos por esse anúncio, é correto afirmar: a) As duas perguntas e as duas respostas que configuram o texto do outdoor na publicidade

acima pressupõem que os paulistanos estão discutindo o número de outdoors e também o abandono de muitos dos moradores da cidade.

b) O texto escrito em letras pequenas tem a função de exortar os paulistanos a refletir sobre as próximas eleições e sobre como fazer para que seja estabelecido um conjunto de prioridades socialmente relevantes para toda a sociedade.

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c) A publicidade pretende levar os leitores a perceber que as prioridades estabelecidas pela gestão municipal da cidade não permitem que os paulistanos enxerguem os verdadeiros problemas que estão nas ruas de São Paulo.

d) A publicidade, composta de texto verbal e imagem, tem como objetivo principal encampar o projeto “Cidade Limpa” elaborado pela gestão municipal e também propor a discussão de outras prioridades para a cidade.

3. (Epcar (Afa) 2016) FAVELÁRIO NACIONALCarlos Drummond de Andrade

Quem sou eu para te cantar, favela,Que cantas em mim e para ninguéma noite inteira de sexta-feirae a noite inteira de sábadoE nos desconheces, como igualmente não teconhecemos?Sei apenas do teu mau cheiro:Baixou em mim na viração,direto, rápido, telegrama nasalanunciando morte... melhor, tua vida....Aqui só vive gente, bicho nenhumtem essa coragem....Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,Medo só de te sentir, encravadaFavela, erisipela, mal-do-monteNa coxa flava do Rio de Janeiro.

Medo: não de tua lâmina nem de teu revólvernem de tua manha nem de teu olhar.Medo de que sintas como sou culpadoe culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.Custa ser irmão,custa abandonar nossos privilégiose traçar a plantada justa igualdade.Somos desiguaise queremos sersempre desiguais.E queremos serbonzinhos benévoloscomedidamentesociologicamentemui bem comportados.Mas, favela, ciao,que este nosso papoestá ficando tão desagradável.vês que perdi o tom e a empáfia do começo?

(ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984)

Nos versos: “Mas, favela, ciao, / que este nosso papo / está ficando tão desagradável / vês que perdi o tom e a empáfia do começo?”, verifica-se a presença das funções de linguagem a) apelativa e referencial. b) poética e referencial. c) metalinguística e apelativa. d) fática e emotiva. 4. (Enem 2015) Exmº Sr. Governador: Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em

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1928.[...] ADMINISTRAÇÃO Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha - um telegrama; porque se deitou pedra na rua - um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela - um telegrama. Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.GRACILlANO RAMOS

RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.

O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor a) emprega sinais de pontuação em excesso. b) recorre a termos e expressões em desuso no português. c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para conotar intimidade com o destinatário. d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar conhecimento especializado. e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional. 5. (Enem 2015) Embalagens usadas e resíduos devem ser descartados adequadamente

Todos os meses são recolhidas das rodovias brasileiras centenas de milhares de toneladas de lixo. Só nos 22,9 mil quilômetros das rodovias paulistas são 41,5 mil toneladas. O hábito de descartar embalagens, garrafas, papéis e bitucas de cigarro pelas rodovias persiste e tem aumentado nos últimos anos. O problema é que o lixo acumulado na rodovia, além de prejudicar o meio ambiente, pode impedir o escoamento da água, contribuir para as enchentes, provocar incêndios, atrapalhar o trânsito e até causar acidentes. Além dos perigos que o lixo representa para os motoristas, o material descartado poderia ser devolvido para a cadeia produtiva. Ou seja, o papel que está sobrando nas rodovias poderia ter melhor destino. Isso também vale para os plásticos inservíveis, que poderiam se transformar em sacos de lixo, baldes, cabides e até acessórios para os carros.

Disponível em: www.girodasestradas.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de composição de texto, determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público a que eles se destinam, por sua finalidade. Pela leitura do texto apresentado, reconhece-se que sua função é a) apresentar dados estatísticos sobre a reciclagem no país. b) alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do mercado de recicláveis. c) divulgar a quantidade de produtos reciclados retirados das rodovias brasileiras. d) revelar os altos índices de acidentes nas rodovias brasileiras poluídas nos últimos anos. e) conscientizar sobre a necessidade de preservação ambiental e de segurança nas rodovias. 6. (Enem PPL 2015) Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio Madeira (RO)Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de obras de usina. Exemplares estão no Museu Emilio Goeldi, no Pará

O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, resultou na descoberta de um anfíbio de formato parecido com uma cobra. Atretochoana eiselti é o nome científico do animal raro descoberto em Rondônia. Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de História Natural de Viena e na Universidade de Brasília. Nenhum deles tem a descrição exata de localidade, apenas “América do Sul”. A descoberta ocorreu em dezembro do ano passado, mas apenas agora foi divulgada.

XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 1 ago. 2012.

A notícia é um gênero textual em que predomina a função referencial da linguagem. No texto, essa predominância evidencia-se pelo(a) a) recorrência de verbos no presente para convencer o leitor. b) uso da impessoalidade para assegurar a objetividade da informação. c) questionamento do código linguístico na construção da notícia.

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d) utilização de expressões úteis que mantêm aberto o canal de comunicação com o leitor. e) emprego dos sinais de pontuação para expressar as emoções do autor. 7. (Enem PPL 2015) Perder a tramontanaA expressão ideal para falar de desorientados e outras palavras de perder a cabeça

É perder o norte, desorientar-se. Ao pé da letra, “perder a tramontana” significa deixar de ver a estrela polar, em italiano stella tramontana, situada do outro lado dos montes, que guiava os marinheiros antigos em suas viagens desbravadoras.

Deixar de ver a tramontana era sinônimo de desorientação. Sim, porque, para eles, valia mais o céu estrelado que a terra. O Sul era região desconhecida, imprevista; já ó Norte tinha como referência no firmamento um ponto luminoso conhecido como a estrela Polar, uma espécie de farol para os navegantes do Mediterrâneo, sobretudo os genoveses e os venezianos. Na linguagem deles, ela ficava trasmontes, para além dos montes, os Alpes. Perdê-la de vista era perder a tramontana, perder o Norte.

No mundo de hoje, sujeito a tantas pressões, muita gente não resiste a elas e entra em parafuso. Além de perder as estribeiras, perde a tramontana...

COTRIM, M. Língua Portuguesa, n. 15, jan. 2007.

Nesse texto, o autor remonta às origens da expressão “perder a tramontana”. Ao tratar do significado dessa expressão, utilizando a função referencial da linguagem, o autor busca; a) apresentar seus indícios subjetivos. b) convencer o leitor a utilizá-la. c) expor dados reais de seu emprego. d) explorar sua dimensão estética. e) criticar sua origem conceitual. 8. (Enem PPL 2015) Manter as contas sob controle e as finanças saudáveis parece um objetivo inatingível para você? Tenha certeza de que você não está sozinho. A bagunça na vida financeira compromete os sonhos de muita gente no Brasil. É por isso que nós lançamos, pelo terceiro ano consecutivo, este especial com informações que ajudam a encarar a situação de forma prática. Sem malabarismos – mas com boa dose de disciplina! – é possível quitar as dívidas, organizar os gastos, fazer planos de consumo que caibam em seus rendimentos mensais e estruturar os investimentos para fazer o dinheiro que sobra render mais.Ter dinheiro para viver melhor está diretamente relacionado a sua capacidade de se organizar e de eleger prioridades na hora de gastar. Aceite o desafio e boa leitura!

Você S/A, n. 16, 2011 (adaptado).

No trecho apresentado, são utilizados vários argumentos que demonstram que o objetivo principal do produtor do texto, em relação ao público-alvo da revista, é a) conscientizar o leitor de que ele é capaz de economizar. b) levar o leitor a envolver-se com questões de ordem econômica. c) ajudar o leitor a quitar suas dívidas e organizar sua vida financeira. d) persuadir o leitor de que ele não é o único com problemas financeiros. e) convencer o leitor da importância de ler essa edição especial da revista. 9. (Enem 2015) 14 coisas que você não deve jogar na privada

Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar entupimentos:

- cotonete e fio dental;- medicamento e preservativo;- óleo de cozinha;- ponta de cigarro;- poeira de varrição de casa;- fio de cabelo e pelo de animais;- tinta que não seja à base de água;- querosene, gasolina, solvente, tíner.

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Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a destinação final adequada.

MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado).

O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco no interlocutor, que caracteriza a função conativa da linguagem, predomina também nele a função referencial, que busca a) despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza, induzindo-o a ter atitudes

responsáveis que beneficiarão a sustentabilidade do planeta. b) informar o leitor sobre as consequências da destinação inadequada do lixo, orientando-o

sobre como fazer o correto descarte de alguns dejetos. c) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mostrando exemplos de atitudes sustentáveis

do autor do texto em relação ao planeta. d) estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando certificar-se de que a mensagem

sobre ações de sustentabilidade está sendo compreendida. e) explorar o uso da linguagem, conceituando detalhadamente os termos utilizados de forma a

proporcionar melhor compreensão do texto. 10. (Enem 2015)

Pode aparecer onde menos se espera em cinco formas diferentes. É por isso que o Dia Mundial Contra a Hepatite está aí para alertar você. As hepatites A, B, C, D e E têm diversas causas e muitas formas de chegar até você.Mas, evitar isso é bem simples. Você, só precisa ficar atento aos cuidados necessários para cuidar do maior bem que você tem:A SUA SAÚDE!

Algumas maneiras de se prevenir:- Vacine-se contra as hepatites A e B.- Use água tratada e siga sempre as recomendações quanto à restrição

de banhos em locais públicos e ao uso de desinfetantes em piscinas.- Lave SEMPRE bem os alimentos como frutas, verduras e legume.- Lave SEMPRE bem as mãos após usar o toalete e antes de se

alimentar.- Ao usar agulhas e seringas, certifique-se da higiene do local e de todos

os acessórios.- Certifique-se de que seu médico ou profissional da saúde esteja usando

a proteção necessária, como luvas e máscaras, quando houver a possibilidade de contato de sangue ou secreções contaminadas com o

vírus. Disponível em: http://farm5.static.flickr.com. Acesso em: 26 out. 2011 (adaptado).

Nas peças publicitárias, vários recursos verbais e não verbais são usados com o objetivo de atingir o público-alvo, influenciando seu comportamento. Considerando as informações verbais e não verbais trazidas no texto a respeito da hepatite, verifica-se que a) o tom lúdico é empregado como recurso de consolidação do pacto de confiança entre o

médico e a população.

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b) a figura do profissional da saúde é legitimada, evocando-se o discurso autorizado como estratégia argumentativa.

c) o uso de construções coloquiais e específicas da oralidade são recursos de argumentação que simulam o discurso do médico.

d) a empresa anunciada deixa de se autopromover ao mostrar preocupação social e assumir a responsabilidade pelas informações.

e) o discurso evidencia uma cena de ensinamento didático, projetado com subjetividade no trecho sobre as maneiras de prevenção.

11. (Enem 2015) Yaô

Aqui có no terreiroPelú adiéFaz inveja pra genteQue não tem mulher

No jacutá de preto velhoHá uma festa de yaô

Ôi tem nêga de OgumDe Oxalá, de lemanjá

Mucama de Oxossi é caçadorOra viva NanãNanã Buruku

Yô yooYô yooo

No terreiro de preto velho iaiáVamos saravá (a quem meu pai?)Xangô!

VIANA, G. Agó, Pixinguinha! 100 Anos. Som Livre, 1997.

A canção Yaô foi composta na década de 1930 por Pixinguinha, em parceria com Gastão Viana, que escreveu a letra. O texto mistura o português com o iorubá, língua usada por africanos escravizados trazidos para o Brasil. Ao fazer uso do iorubá nessa composição, o autor a) promove uma crítica bem-humorada às religiões afro-brasileiras, destacando diversos orixás. b) ressalta uma mostra da marca da cultura africana, que se mantém viva na produção musical

brasileira. c) evidencia a superioridade da cultura africana e seu caráter de resistência à dominação do

branco. d) deixa à mostra a separação racial e cultural que caracteriza a constituição do povo brasileiro. e) expressa os rituais africanos com maior autenticidade, respeitando as referências originais.

12. (Uerj 2014) 5Nesse entretempo, ele nos chamava para escutarmos seus imprevistos improvisos.

1As estórias dele faziam o nosso lugarzinho crescer até ficar maior que o mundo. Nenhuma narração tinha fim, o sono lhe apagava a boca antes do desfecho. 9Éramos nós que recolhíamos seu corpo dorminhoso. 6Não lhe deitávamos dentro da casa: ele sempre recusara cama feita. 10Seu conceito era que a morte nos apanha deitados sobre a moleza de uma esteira. Leito dele era o puro chão, lugar onde a chuva também gosta de deitar. Nós simplesmente lhe encostávamos na parede da casa. Ali ficava até de manhã. Lhe encontrávamos coberto de formigas. Parece que os insectos gostavam do suor docicado do velho Taímo. 7Ele nem sentia o corrupio do formigueiro em sua pele.

− Chiças: transpiro mais que palmeira!Proferia tontices enquanto ia acordando. 8Nós lhe sacudíamos os infatigáveis bichos.

Taímo nos sacudia a nós, incomodado por lhe dedicarmos cuidados.

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2Meu pai sofria de sonhos, saía pela noite de olhos transabertos. Como dormia fora, nem dávamos conta. Minha mãe, manhã seguinte, é que nos convocava:

− Venham: papá teve um sonho!3E nos juntávamos, todos completos, para escutar as verdades que lhe tinham sido

reveladas. Taímo recebia notícia do futuro por via dos antepassados. Dizia tantas previsões que nem havia tempo de provar nenhuma. Eu me perguntava sobre a verdade daquelas visões do velho, estorinhador como ele era.

− Nem duvidem, avisava mamã, suspeitando-nos.E assim seguia nossa criancice, tempos afora. 4Nesses anos ainda tudo tinha sentido:

a razão deste mundo estava num outro mundo inexplicável. 11Os mais velhos faziam a ponte entre esses dois mundos. (...)

Mia Couto. Terra sonâmbula. São Paulo, Cia das Letras, 2007.

Este texto é uma narrativa ficcional que se refere à própria ficção, o que caracteriza uma espécie de metalinguagem.A metalinguagem está melhor explicitada no seguinte trecho: a) As estórias dele faziam o nosso lugarzinho crescer até ficar maior que o mundo. (ref. 1) b) Meu pai sofria de sonhos, saía pela noite de olhos transabertos. (ref. 2) c) E nos juntávamos, todos completos, para escutar as verdades que lhe tinham sido

reveladas. (ref. 3) d) Nesses anos ainda tudo tinha sentido: (ref. 4) 13. (Enem 2013) A diva

Vamos ao teatro, Maria José?Quem me dera,desmanchei em rosca quinze kilos de farinha,tou podre. Outro dia a gente vamos.Falou meio triste, culpada,e um pouco alegre por recusar com orgulho.TEATRO! Disse no espelho.TEATRO! Mais alto, desgrenhada.TEATRO! E os cacos voaramsem nenhum aplauso.Perfeita.

PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.

Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto “A diva” a) narra um fato real vivido por Maria José. b) surpreende o leitor pelo seu efeito poético. c) relata uma experiência teatral profissional. d) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora. e) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral. 14. (Enem 2013) Lusofonia

rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.

Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada no café, em frente da chávena de café, enquanto alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este poema sobre essa rapariga porque, no Brasil, a palavra rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então, terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café, a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga que alisa os cabelos com a mão, num café de Lisboa, não fique estragada para sempre quando este poema atravessar o atlântico para desembarcar no Rio de Janeiro. E isto tudo sem pensar em África, porque aí lá terei de escrever sobre a moça do café, para evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é uma palavra que já me está a pôr

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Lista de exercícios – Profa. Flávia – Entendimento de texto

com dores de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria era escrever um poema sobre a rapariga do café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.

JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo. b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX. c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros. d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra. e) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser

reconhecida. 15. (Enem 2013) Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. [...]Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. [...]

BRASIL. Lei n. 8069, de 13 de julho de 1990. “Estatuto da criança e do adolescente”. Disponível em: www.planalto.gov.br (fragmento).

Para cumprir sua função social, o Estatuto da criança e do adolescente apresenta características próprias desse gênero quanto ao uso da língua e quanto à composição textual. Entre essas características, destaca-se o emprego de a) repetição vocabular para facilitar o entendimento. b) palavras e construções que evitem ambiguidade. c) expressões informais para apresentar os direitos. d) frases na ordem direta para apresentar as informações mais relevantes. e) exemplificações que auxiliem a compreensão dos conceitos formulados. 16. (Enem 2013)

Pelas características da linguagem visual e pelas escolhas vocabulares, pode-se entender que o texto possibilita a reflexão sobre uma problemática contemporânea ao a) criticar o transporte rodoviário brasileiro, em razão da grande quantidade de caminhões nas

estradas.

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b) ironizar a dificuldade de locomoção no trânsito urbano, devida ao grande fluxo de veículos. c) expor a questão do movimento como um problema existente desde tempos antigos,

conforme frase citada. d) restringir os problemas de tráfego a veículos particulares, defendendo, como solução, o

transporte público. e) propor a ampliação de vias nas estradas, detalhando o espaço exíguo ocupado pelos

veículos nas ruas. 17. (Enem PPL 2013) Um gramático contra a gramática

O gramático Celso Pedro Luft era formado em Letras Clássicas e Vernácula pela PUCRS e fez curso de especialização em Portugal. Foi professor na UFRGS e na Faculdade Porto-Alegrense de Ciências e Letras. Suas obras mais relevantes são: Gramática resumida, Moderna gramática brasileira, Dicionário gramatical da língua portuguesa, Novo manual de português, Minidicionário Luft, Língua e liberdade e O romance das palavras. Na obra Língua e liberdade, Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, de forma veemente, o ensino da gramática em sala de aula.Nos seis pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla — uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna.

SCARTON, G. Disponível em: www.portugues.com.br. Acesso em: 26 out. 2011 (fragmento).

Reconhecer os diversos gêneros textuais que circulam na sociedade constitui-se uma característica fundamental do leitor competente. A análise das características presentes no fragmento de Um gramático contra a gramática, de Gilberto Scarton, revela que o texto em questão pertence ao seguinte gênero textual: a) Artigo científico, uma vez que o fragmento contém título, nome completo do autor, além de

ter sido redigido em uma linguagem clara e objetiva. b) Relatório, pois o fragmento em questão apresenta informações sobre o autor, bem como

descreve com detalhes o conteúdo da obra original. c) Resenha, porque além de apresentar características estruturais da obra original, o texto traz

ainda o posicionamento crítico do autor do fragmento. d) Texto publicitário, pois o fragmento apresenta dados essenciais para a promoção da obra

original, como informações sobre o autor e o conteúdo. e) Resumo, visto que, no fragmento, encontram-se informações detalhadas sobre o currículo

do autor e sobre o conteúdo da obra original. 18. (Uerj 2013) Recordações do escrivão Isaías Caminha

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. 1São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, 9só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) 5Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. 6Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.

7Entretanto, quantas dores, quantas angústias! 2Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem. Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, 10repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que crítica

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desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:

3– Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a

que as destino; se a minha inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento. Que tortura! E não é só isso: envergonho-me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que 11me dispo em frente de desconhecidos, como uma mulher pública... 12Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem dela, unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço, na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo, insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente. Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. 13Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil que a refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.

(...) 8Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei narrar. 4Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e, sobretudo, pouco expressiva do que eu de fato tinha sentido.

LIMA BARRETORecordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010.

O texto de Lima Barreto explora o recurso da metalinguagem, ao comentar, na sua ficção, o próprio ato de compor uma ficção. Esse recurso está exemplificado principalmente em: a) São em geral de uma lastimável limitação de ideias, (ref. 1) b) Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem. (ref. 2) c) – Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã! (ref. 3) d) Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, (ref. 4) 19. (Epcar (Afa) 2013) A MAÇÃ DE OURO

A Apple supera a Microsoft em valor de mercado, premiando o espírito visionário e libertário de Steve Jobs

12A Microsoft e a Apple vieram ao mundo praticamente ao mesmo tempo, em meados dos anos 1970, criadas na garagem de jovens estudantes. Mas as empresas não trilharam caminhos paralelos. A Microsoft desenvolveu o sistema operacional mais popular do mundo e rapidamente se tornou uma das maiores corporações americanas, rivalizando com gigantes da velha indústria. A Apple, ao contrário, demorou a decolar. 14Fazia produtos inovadores, mas que vendiam pouco. 4Isso começou a mudar quando Steve Jobs, um de seus fundadores, 6que fora afastado nos anos 80, assumiu o comando criativo da empresa, em 1996. 11A Apple estava à beira da falência e só ganhou sobrevida porque recebeu um 10aporte de 150 milhões de dólares de Microsoft. Jobs iniciou o lançamento de produtos 8genuinamente revolucionários nas áreas que mais crescem na indústria de tecnologia. Primeiro com o iPod e a loja virtual iTunes. Depois vieram o iPhone e, agora, o iPad. Desde o início de 2005, o preço das ações da empresa foi multiplicado por oito. 3Na semana passada, a Apple alcançou o cume. 15Tornou-se a companhia de tecnologia mais valiosa do mundo, superando a Microsoft. 13Na sexta-feira, a empresa de Jobs tinha valor de mercado de 233 bilhões de dólares, contra 226 bilhões de dólares da companhia de Bill Gates.

2A Marca, para além da disputa pessoal entre os 7maiores gênios da nova economia, coroa a estratégia definida por Jobs. Quando ele retornou à Apple, tamanha era a descrença no futuro da empresa que Michael Dell, fundador da Dell, afirmou que o melhor a fazer era fechar as portas e devolver o dinheiro a 5seus acionistas. Hoje, a Dell vale um décimo da Apple. 1O mérito de Jobs foi ter a 9presciência do rumo que o mercado tomaria.

BARRUCHO, Luís Guilherme & TSUBOI, Larissa. A maçã de ouro. In: Revista Veja, 02 de jun. 2010, p.187. Adaptado.

Mesmo em um texto em que haja o predomínio da função referencial da linguagem, é possível identificar passagens em que o autor, mais que transmitir informações sobre a realidade,

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apresenta seu posicionamento, ou seja, deixa transparecer um juízo de valor em relação ao referente. Em todas as alternativas isso acontece, EXCETO em: a) “O mérito de Jobs foi ter a presciência do rumo que o mercado tomaria.” (ref. 1) b) “A Apple supera a Microsoft em valor de mercado, premiando o espírito visionário e libertário

de Steve Jobs.” (subtítulo) c) “A Marca, para além da disputa pessoal entre os maiores gênios da nova economia, coroa a

estratégia definida por Jobs.” (ref. 2) d) “Na semana passada, a Apple alcançou o cume. Tornou-se a companhia de tecnologia mais

valiosa do mundo, superando a Microsoft.” (ref. 3) 20. (Enem 2012) Desabafo

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.

CARNEIRO, J.E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento)

Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função de linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. 21. (Unifesp 2012) Todo estudante sabe que atualidade também é questão de vestibular. Para garantir um bom desempenho, fique atento a temas que se repetem durante alguns dias em jornais, sites ou canais de TV. Quando estiver se informando, relacione os acontecimentos aos conteúdos aprendidos em sala de aula. E cuidado especial com meio ambiente, sempre em alta nas provas.

(Veja, 18.05.2011.)

A intenção explícita do texto, considerada a interlocução nele definida, é a) descrever que o próprio vestibular é um tema de atualidade. b) orientar os vestibulandos sobre como estudar atualidade. c) mostrar aos professores que a tv é importante para se ensinar atualidade. d) enfatizar as divergências entre informações da mídia e da escola. e) indicar aos estudantes que meio ambiente é um tema já desgastado. 22. (Enem 2012) O léxico e a cultura

Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos podem candidatar-se a expressar qualquer conteúdo. A pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há diferença qualitativa entre os idiomas do mundo – ou seja, não há idiomas gramaticalmente mais primitivos ou mais desenvolvidos.

Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa igualdade potencial precisa realizar-se na prática histórica do idioma, o que nem sempre acontece. Teoricamente uma língua com pouca tradição escrita (como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já extinta (como o latim ou grego clássico) podem ser empregadas para falar sobre qualquer assunto, como, digamos, física quântica ou biologia molecular.

Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para outra, expressar tais conteúdos em camaiurá ou latim, simplesmente porque não haveria vocabulário próprio para esses conteúdos. É perfeitamente possível desenvolver esse vocabulário especifico , seja por meio de empréstimos de outras línguas , seja por meio de criação de novos termos na língua em questão, mas tal tarefa não se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço.

BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do professor. Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento)

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Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui sua própria complexidade e dinâmica de funcionamento. O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza a) a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas, pois o léxico contempla visão de

mundo particular específica de uma cultura. b) a existência de língua limitadas por não permitirem ao falante nativo se comunicar

perfeitamente a respeito de qualquer conteúdo. c) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a gramática de línguas indígenas, se

comprados com outras línguas de origem europeia. d) a existência de diferenças vocabulares entre os idiomas, especificidades relacionadas à

própria cultura dos falantes de uma comunidade. e) a atribuição de maior importância sociocultural às línguas contemporâneas, pois permitem

que sejam abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades. 23. (Ufes 2012)

TEXTO 1“O navio negreiro”

Negras mulheres, suspendendo às tetasMagras crianças, cujas bocas pretasRega o sangue das mães:Outras, moças... mas nuas, espantadas,No turbilhão de espectros arrastadas,Em ânsia e mágoa vãs.

(Castro Alves)

TEXTO 2“7”

Eu não sou eu nem sou o outro,Sou qualquer coisa de intermédio:Pilar da ponte de tédioQue vai de mim para o Outro.

(Mário de Sá-Carneiro)

TEXTO 3“Os arredores florem”

Os arredores florem:figos, nervos, libélulasa criarem nas águasos brevíssimos movimentos.

(Paulo Roberto Sodré)

Com base nos elementos constitutivos do ato de comunicação, Roman Jakobson estabeleceu seis funções da linguagem (e a ênfase de cada uma delas): referencial (ênfase no assunto; no conteúdo), emotiva (ênfase no emissor; no sujeito), conativa (ênfase no receptor; no interlocutor), poética (ênfase na forma; na construção), metalinguística (ênfase no código; na autorreferência) e fática (ênfase no canal; no contato).Escolha um dos textos, indique e explique a ocorrência de uma dessas funções.

24. (Enem 2011) Pequeno concerto que virou canção

Não, não há por que mentir ou esconderA dor que foi maior do que é capaz meu coração

Não, nem há por que seguir cantando só para explicarNão vai nunca entender de amor quem nunca soube amar

Ah, eu vou voltar pra mimSeguir sozinho assim

Até me consumir ou consumir toda essa dorAté sentir de novo o coração capaz de amor

VANDRE. G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em 29 jun. 2011.

Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, que é percebida na elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos. b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção. c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento. d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção. e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.

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25. (Unifesp 2006) ESTE INFERNO DE AMAR

Este inferno de amar - como eu amo!Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?Esta chama que alenta e consome,Que é a vida - e que a vida destrói -Como é que se veio a atear,Quando - ai quando se há-de ela apagar?

(Almeida Garret)

Nos versos de Garrett, predomina a função a) metalinguística da linguagem, com extrema valorização da subjetividade no jogo entre o

espiritual e o profano. b) apelativa da linguagem, num jogo de sentido pelo qual o poeta transmite uma forma

idealizada de amor. c) referencial da linguagem, privilegiando-se a expressão de forma racional. d) emotiva da linguagem, marcada pela não contenção dos sentimentos, dando vazão ao

subjetivismo. e) fática da linguagem, utilizada para expressar as ideias de forma evasiva, como sugestões.

26. (Ufjf-pism 1 2017) Texto I

A televisão(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer

e Tony Belloto)

A televisãoMe deixou burroMuito burro demaisOh! Oh! Oh!Agora todas coisasQue eu pensoMe parecem iguaisOh! Oh! Oh!

O sorvete me deixou gripadoPelo resto da vidaE agora toda noiteQuando deitoÉ boa noite, querida

Oh! Cride, fala pra mãeQue eu nunca li num livroQue o espirroFosse um vírus sem curaVê se me entendePelo menos uma vezCriatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

A mãe diz pra eu fazerAlguma coisaMas eu não faço nadaOh! Oh! Oh!A luz do sol me incomodaEntão deixaA cortina fechadaOh! Oh! Oh!

É que a televisãoMe deixou burroMuito burro demaisE agora eu vivoDentro dessa jaulaJunto dos animais

Oh! Cride, fala pra mãeQue tudo que a antena captarMeu coração capturaVê se me entendePelo menos uma vezCriatura!Oh! Cride, fala pra mãe!

Titãs. Televisão. Lp. Gravadora WEA, 1985.

Texto II

Estorvo (fragmento)

Vejo tumulto defronte ao edifício do meu amigo. Aglomeração, um camburão, duas joaninhas, um rabecão, vários carros de reportagem, guardas desviando o trânsito. No meio do povo, compreendo que houve um crime, alguém morreu esfaqueado e estrangulado. Vem chegando a sirene de um segundo camburão, e o empurra-empurra acaba por me levar ao miolo do acontecimento. Uma corda vermelha isola a calçada do velho prédio, formando uma espécie de

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ringue. A televisão entrevista o zelador sob a marquise da portaria. Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para o chão e não fala direito, parece um condenado. Penso que é ele o criminoso, mas em seguida me convenço de que está somente muito envergonhado pelo seu edifício. O repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim com a cabeça, mais confessando que assentindo. A entrevista é prejudicada por uma baixinha com cara de índia e lenço na cabeça, que se desvencilha de um policial e investe contra o zelador, gritando “diga que conhece meu filho, miserável!”. O policial levanta a índia baixinha e deposita-a fora do cordão de isolamento. Ela passa outra vez sob o cordão e agora se dirige ao público. Diz “não tem televisão aí?” e diz “ninguém vai me entrevistar?”. Um rapaz que se apresenta como repórter do Diário Vigilante pergunta o que fazia o suspeito no local do crime. Ela diz “que suspeito o quê” e “que local do crime o quê”, e diz “meu filho veio me ver, foi detido entrando no prédio, se fosse suspeito estaria fugindo”, e diz “onde é que já se viu suspeito fugir para dentro?”. Sem mais nem mais, começo a ficar a favor da mãe índia. O do Diário Vigilante vai fazer outra pergunta, mas ela o interrompe e diz que trabalha no 204 há quinze anos, que todo mundo sabe quem ela é, que aquele miserável ali conhece o filho dela e não o defende porque tem preconceito de cor. Vai atacar de novo o zelador, mas é suspensa pelo policial. Outro repórter de tevê indaga ao zelador se a vítima era homossexual. O zelador resmunga “isso aí eu não sei porque nunca vi”. A índia responde à Rádio Primazia que prenderam o filho porque ele estava sem documento. Diz “meu filho estava voltando da praia, não é crime ir na praia, ninguém vai na praia com carteira de trabalho metida no calção”. Um sujeito atrás de mim diz que também é de jornal e pergunta “afinal a bichona era artista ou o quê?”. Ela responde “a bichona sei lá, parece que era professor de ginástica”. Aproxima-se o repórter da TV Promontório dizendo “ouvimos também a mãe do principal suspeito”. Aí a índia perde a razão, agarra as lapelas do repórter e desata a chorar no microfone e berrar “ele não é criminoso!, meu filho é um moço decente!”, mas o cameraman, que está trepado no capô da camionete, grita “não valeu, não gravou nada, troca a bateria!”. A índia para de chorar, olha para o setor da imprensa e diz “imagine meu filho, que até é doente, estrangulando um professor de ginástica”. Volta o repórter da TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele achou bem forte.

BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

Os textos I e II possibilitam a reflexão sobre a TV como meio de comunicação. Os enfoques de cada um desses textos são, respectivamente, sobre: a) a recepção e a produção. b) o canal e o referente. c) o código e a mensagem. d) o sinal e a recepção. e) o símbolo e a entrevista. 27. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2016) Trecho A

Todavia, importa dizer que este livro é escrito com pachorra, com a pachorra de um homem já desafrontado da brevidade do século, obra supinamente filosófica, de uma filosofia desigual, agora austera, logo brincalhona, coisa que não edifica nem destrói, não inflama nem regela, e é todavia mais do que passatempo e menos do que apostolado.

Trecho B

Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem.

Os trechos acima, do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, apresentam, ambos, dominantemente linguagem de idêntica função, ou seja, a) Metalinguística, por explicitar os conteúdos do livro e explicar a forma de produção de seu

estilo. b) Conativa, por incidir persuasivamente sobre o leitor e convencê-lo da verdade da obra.

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c) Poética, por usar significativo processo de seleção e de combinação das palavras, caracterizando a montagem estética do texto.

d) Referencial, por informar dominantemente sobre a filosofia do livro e os movimentos pachorrentos do autor.

28. (Enem 2016) PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você.EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele.BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções.EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não!BENONA: Isso são coisas passadas.EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção.

SUASSUNA, A. O santo e a porca.Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).

Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molest’a” contribui para a) marcar a classe social das personagens. b) caracterizar usos linguísticos de uma região. c) enfatizar a relação familiar entre as personagens. d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares. e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens. 29. (Enem 2ª aplicação 2016) Noites do Bogart

O Xavier chegou com a namorada mas, prudentemente, não a levou para a mesa com o grupo.Abanou de longe. Na mesa, as opiniões se dividiam.— Pouca vergonha.— Deixa o Xavier.— Podia ser filha dele.— Aliás, é colega da filha dele.Na sua mesa, o Xavier pegara na mão da moça.— Está gostando?— Pô. Só.— Chocante, né? — disse o Xavier. E depois ficou na dúvida. Ainda se dizia “chocante”?Beberam em silêncio. E ele disse:— Quer dançar?E ela disse, sem pensar:— Depois, tio.E ficaram em silêncio. Ela pensando “será que ele ouviu?”. E ele pensando “faço algum comentário a respeito, ou deixo passar?”. Decidiu deixar passar. Mas, pelo resto da noite aquele “tio” ficou em cima da mesa, entre os dois, latejando como um sapo. Ele a levou em casa. Depois voltou. Sentou com os amigos.— Aí, Xavier. E a namorada?Ele não respondeu.

VERISSIMO, L. F. O melhor das comédias da vida privada. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.

O efeito de humor no texto é produzido com o auxílio da quebra de convenções sociais de uso da língua. Na interação entre o casal de namorados, isso é decorrente a) do registro inadequado para a interlocução em contexto romântico. b) da iniciativa em discutir formalmente a relação amorosa. c) das avaliações de escolhas lexicais pelos frequentadores do bar.

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d) das gírias distorcidas intencionalmente na fala do namorado. e) do uso de expressões populares nas investidas amorosas do homem. 30. (Enem 2ª aplicação 2016) Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.Uma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeuCantouDançouDepois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.

No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de elementos da função referencial da linguagem pela a) atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada em jornal. b) utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico. c) indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada. d) enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à personagem do texto. e) apresentação de elementos próprios da notícia, tais como quem, onde, quando e o quê. 31. (Enem 2ª aplicação 2016) Grupo transforma pele humana em neurônios

Um grupo de pesquisadores dos EUA conseguiu alterar células extraídas da pele de uma mulher de 82 anos sofrendo de uma doença nervosa degenerativa e conseguiu transformá-las em células capazes de se transformarem virtualmente em qualquer tipo de órgão do corpo. Em outras palavras, ganharam os poderes das células-tronco pluripotentes, normalmente obtidas a partir da destruição de embriões.

O método usado na pesquisa, descrita hoje na revista Science, existe desde o ano passado, quando um grupo liderado pelo japonês Shinya Yamanaka criou as chamadas iPS (células-tronco de pluripotência induzida). O novo estudo, porém, mostra pela primeira vez que é possível aplicá-lo a células de pessoas doentes, portadoras de esclerose lateral amiotrófica (ELA), mal que destrói o sistema nervoso progressivamente.

“Pela primeira vez, seremos capazes de observar células com ELA ao microscópio e ver como elas morrem”, disse Valerie Estess, diretora do Projeto ALS (ELA, em inglês), que financiou parte da pesquisa. Observar em detalhes a degeneração pode sugerir novos métodos para tratar a ELA.

KOLNERKEVIC, I. Folha de S. Paulo. 1 ago. 2008 (adaptado).

A análise dos elementos constitutivos do texto e a identificação de seu gênero permitem ao leitor inferir que o objeto do autor é a) apresentar a opinião da diretora do Projeto ALS. b) expor a sua opinião como um especialista no tema. c) descrever os procedimentos de uma experiência científica. d) defender a pesquisa e a opinião dos pesquisadores dos EUA. e) informar os resultados de uma nova pesquisa feita nos EUA.

Gabarito:

1: a) Os termos “simples” e “sofisticada” na expressão “uma traquitana simples, mas extremamente sofisticada” configuram uma contradição.

b) O uso da primeira pessoa do plural (“nosso andar”, “somos capazes”, “nossas pernas”), a linguagem coloquial presente no uso do termo “traquitana”, assim como a imprecisão semântica da expressão

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“espécie de embreagem” diferenciam o texto de Fernando Reinach dos textos científicos em que predomina a função referencial da linguagem, denotativa e objetiva.

2: [C] 3: [D] 4: [E] 5: [E] 6: [B] 7: [C] 8: [E] 9: [B] 10: [B] 11: [B] 12: [A] 13: [B] 14: [D] 15: [B] 16: [B] 17: [C] 18: [D]

19: [D] 20: [B] 21: [B]

22: [D] 23: Texto 1 – funções: referencial (informação) e poética (forma). Texto 2 – funções: emotiva (ênfase no emissor), poética (forma) e metalinguística (definição). Texto 3 – funções: poética (forma), referencial (informação). 24: [A] 25: [D] 26: [A]27: [A]28: [B]29: [A]30: [E]31: [E]

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