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125 REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 8 - Número 2 - 2º Semestre 2008 Colonização e Sucessão Ecológica do Zoobentos em Substratos Artificiais no Açude Jatobá I, Patos – PB, Brasil Artur Henrique Freitas Florentino de Souza; Francisco José Pegado Abílio; Leonardo Leôncio Ribeiro RESUMO Objetivou-se investigar o processo de colonização e sucessão de zoobentos para de entender a dinâmica dessa biocenose em ecossistemas aquáticos da Caatinga paraibana. As coletas foram realizadas no açude Jatobá I, localizado no município de Patos, durante a estação chuvosa (abril a junho/2008) e de estiagem (julho a setembro/2008), utilizando-se cestos contendo substrato artificial de brita 25, onde as coletas foram semanais, sendo ao mesmo tempo coletada amostras da água determinar as variáveis físicas e químicas para se correlacionar com os dados biológicos. Registrou-se uma riqueza máxima de 37 táxons, destacando-se: Insecta, Gastropoda, Annelida e Crustacea, os dípteros Chironomidae foram dominantes no período de chuvas, com uma freqüência máxima de 64,2% na décima semana coleta, enquanto que no período de estiagem, houve alternância entre os Ostracodas (máxima de 73,4% na quinta semana) e Oligochaeta (atingindo 86,1% na oitava semana). Esses animais podem indicar que o açude Jatobá I estava bastante alterado pela ação antrópica. Palavras-chaves: Substrato Artificial, Zoobentos, açude Jatobá I Colonization and Ecological Succession of Zoobentos in Artificial Substrata in the Jatobá I dam, Patos - PB, Brazil ABSTRACT It was aimed at to investigate the colonization process and zoobenths succession for of understanding the dynamics of that biocenose in aquatic ecosystems of the Caatinga of Paraíba. The collections were accomplished in the Jatobá I dam, located in the municipal district of Patos, during the rainy station (April the June/2008) and of drought (July the September/2008), being used baskets containing artificial substratum of it breaks 25, where the collections were weekly, being collected samples of the water at the same time to determine the physical variables and chemistries to correlate with the biological data. He/she enrolled a maximum wealth of 37 táxons, standing out: Insecta, Gastropoda, Annelida and Crustaceous, the Chironomidae were dominant in the period of rains, with a maximum frequency of 64,2% in the tenth week it collects, while in the drought period, there was alternation among Ostracoda (maxim of 73,4% in the fifth week) and Oligochaeta (reaching 86,1% in the eighth week). Those animals indicate that the Jatobá I dam was quite altered by the action human. Word-key: Artificial substrate, zoobenths, Jatobá I Dam.

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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228

Volume 8 - Número 2 - 2º Semestre 2008

Colonização e Sucessão Ecológica do Zoobentos em Substratos Artificiais no

Açude Jatobá I, Patos – PB, Brasil Artur Henrique Freitas Florentino de Souza; Francisco José Pegado Abílio; Leonardo Leôncio Ribeiro

RESUMO Objetivou-se investigar o processo de colonização e sucessão de zoobentos para de entender a dinâmica dessa biocenose em ecossistemas aquáticos da Caatinga paraibana. As coletas foram realizadas no açude Jatobá I, localizado no município de Patos, durante a estação chuvosa (abril a junho/2008) e de estiagem (julho a setembro/2008), utilizando-se cestos contendo substrato artificial de brita 25, onde as coletas foram semanais, sendo ao mesmo tempo coletada amostras da água determinar as variáveis físicas e químicas para se correlacionar com os dados biológicos. Registrou-se uma riqueza máxima de 37 táxons, destacando-se: Insecta, Gastropoda, Annelida e Crustacea, os dípteros Chironomidae foram dominantes no período de chuvas, com uma freqüência máxima de 64,2% na décima semana coleta, enquanto que no período de estiagem, houve alternância entre os Ostracodas (máxima de 73,4% na quinta semana) e Oligochaeta (atingindo 86,1% na oitava semana). Esses animais podem indicar que o açude Jatobá I estava bastante alterado pela ação antrópica. Palavras-chaves: Substrato Artificial, Zoobentos, açude Jatobá I

Colonization and Ecological Succession of Zoobentos in Artificial Substrata in the Jatobá I dam, Patos - PB, Brazil

ABSTRACT It was aimed at to investigate the colonization process and zoobenths succession for of understanding the dynamics of that biocenose in aquatic ecosystems of the Caatinga of Paraíba. The collections were accomplished in the Jatobá I dam, located in the municipal district of Patos, during the rainy station (April the June/2008) and of drought (July the September/2008), being used baskets containing artificial substratum of it breaks 25, where the collections were weekly, being collected samples of the water at the same time to determine the physical variables and chemistries to correlate with the biological data. He/she enrolled a maximum wealth of 37 táxons, standing out: Insecta, Gastropoda, Annelida and Crustaceous, the Chironomidae were dominant in the period of rains, with a maximum frequency of 64,2% in the tenth week it collects, while in the drought period, there was alternation among Ostracoda (maxim of 73,4% in the fifth week) and Oligochaeta (reaching 86,1% in the eighth week). Those animals indicate that the Jatobá I dam was quite altered by the action human. Word-key: Artificial substrate, zoobenths, Jatobá I Dam.

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1 INTRODUÇÃO De acordo com o tipo de localização no

habitat, o zoobentos pode ser classificado como: Endobentônico, que vivem enterrados no sedimento aquático; ou Epibentônico, que estão associados à superfície desses (Bicudo & Bicudo, 2004).

Segundo Henry (2003), a comunidade de invertebrados bentônicos de águas continentais é composta por grande variedade de grupos taxonômicos (Protozoários, crustáceos, moluscos, anelídeos e insetos adultos ou imaturos, entre outros), geralmente maiores que 0,2mm.

Esses organismos são considerados bioindicadores porque, em determinadas condições ambientais, os grupos mais resistentes podem se tornar numericamente dominantes, enquanto outros mais sensíveis podem se tornar raros ou ausentes (Brigante et al, 2003), permitindo, desta forma, uma avaliação integrada dos efeitos ecológicos causados por múltiplas fontes de poluição.

Os substratos artificiais são artefatos que procuram imitar, de forma parecida, as características do ambiente a ser amostrado, contendo material disponibilizado para a colonização por organismos bentônicos (Bicudo & Bicudo, 2004). Esses artefatos padronizados tem sido usada como uma forma de amenizar os problemas de variabilidade dos substratos naturais nos diferentes locais a serem estudados, sendo uma técnica empregada desde o início do Século XX (Guereschi, 2004). Serve, originalmente, para coleta de macroinvertebrados bentônicos quando não possibilita o uso de equipamentos tradicionais.

Outras vantagens da utilização dos substratos artificiais são: a redução da variabilidade entre as amostras; maior controle das variáveis sobre o estudo; amostragens não-destrutivas no ambiente estudado; amostradores baratos e de fácil confecção; unidade amostral com menor quantidade de material estranho, permitindo uma triagem mais rápida (cp. Bicudo & Bicudo, 2004).

Segundo o mesmo autor, existem algumas desvantagens, como por exemplo: podem ser seletivos para certos organismos; não fornecerem informações sobre o substrato local; requerem tempo de colonização relativamente

longo para que seja alcançado o equilíbrio da comunidade, o que os torna inadequados pra o estudo de curta duração; sujeito à perdas ou alterações de eficiência em razão de vandalismo, sedimentação, enchentes ou secas; possibilidade de perder organismos durante o recolhimento dos substratos.

Sendo assim, tais experimentos de colonização permitem conhecer a fauna de invertebrados presentes numa área, como também possibilitam a análise das mudanças que ocorrem na composição da comunidade ao longo do tempo Lima (2002), Carvalho & Uieda (2004), Guereschi (2004). O uso de substratos artificiais como ferramenta no monitoramento dos corpos aquáticos e/ou do grau de degradação dos ecossistemas, resulta em previsões mais precisas do que aquelas feitas com os métodos tradicionais (Bicudo & Bicudo, 2004). Assim, o seu uso pode atuar como ferramenta indispensável no monitoramento dos corpos aquáticos e/ou grau de degradação dos ecossistemas, o que leva a produzir subsídios que elaboram estratégias de manejo na conservação de sistemas aquáticos continentais. Isso resultaria em previsões mais precisas do que aquelas feitas com os métodos tradicionais.

De acordo com Segnini (2003), dentre os grupos mais estudados como bioindicadores, os macroinvertebrados bentônicos os mais preferidos pelas seguintes razões, segundo: 1) os macroinvertebrados se locomovem lentamente, e são representativos da área onde foram coletados; 2) ciclo de vida desses animais são relativamente curtos em relação com peixes, e refletem com maior rapidez às alterações ambientais mediante a suas mudanças na estrutura e de suas populações e comunidades; 3) vivem e se alimentam sobre o sedimento aquático (principal depósito de toxinas/poluição), as quais são incorporados na cadeia trófica dos mesmos; 4) são sensíveis aos fatores de perturbação e podem responder às substâncias contaminantes tanto da água quanto do sedimento aquático; 50 são fontes primárias de muitos peixes e participam da degradação da matéria orgânica e no ciclo de nutrientes.

Objetivou-se estudar a riqueza taxonômica, a colonização, a sucessão ecológica de zoobentos em substratos artificiais em um reservatório no município de Patos - PB, com o

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intuito de diagnosticar o ambiente, realizando também análises físicas e químicas da água do açude em questão para relacionar com os dados biológicos.

1.1 Área de Estudo

O Açude Público Jatobá I, situado no sul

do município de Patos-PB, foi construído pelo DNOCS, em 1954, sobre o Riacho dos Mares, e outros pequenos riachos que pertencem à sub-bacia do Rio Espinharas, tendo a capacidade máxima de 17.516.000m3. Seu propósito foi abastecer esta cidade e as circunvizinhas com água potável (Brasil, 2005).

Atualmente, esse açude está fazendo parte da realidade de três bairros periféricos da cidade de Patos, sendo considerado em alguns trechos como um açude urbano. Além disso, o seu entorno foi todo tomado por posseiros, que utilizam as suas margens para o plantio de capim-elefante, hortaliças ou criação de animais (em pequena escala), além de utilizado como local de laser nos fins-de-semana.

Há também por parte de alguns moradores e pescadores locais, a introdução de

peixes exógenos nesse açude, com o intuito de melhorar a pesca.

Assim, foram escolhidas três estações de coletas no açude Jatobá I, onde, em cada uma delas, foram coletadas três amostragens de substrato artificial, como destacado na Figura 1.

O primeiro ponto de coleta localizou-se próximo ao sangradouro do açude, na chácara do senhor Pedro, onde havia uma pequena criação de animais e plantação de capim-elefante. Este foi o ponto mais próximo do bairro do Mutirão.

O segundo ponto estava situado na chácara Pedra do Meio, onde esta havia plantação do tipo de hortaliças, presença de banhistas e pescadores da região.

O terceiro ponto foi estabelecido na chácara Santa Francisca, visinho ao criatório de alevinos do Estado da Paraíba. Nesse ponto, houve a influência da criação de gado, irrigação, plantação de capim-elefante e de pescadores da região, além dos efluentes oriundos dos tanques de piscicultura sem nenhum tratamento.

Figura 1. Localização do açude Público Jatobá I, Patos – PB, e os respectivos pontos de coletas: (1) Chácara do Pedro; (2) Chácara Pedra do Meio; (3) Chácara Santa Francisca.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Índice pluviométrico Os dados de pluviosidade, diários e em

milímetros (mm) da região foram obtidos na EMATER de Patos – PB, no setor da EMBRAPA (oficial para o município de Patos-PB). O pluviômetro de precisão de 0,1mm, fora alocado em um lugar aberto de 20m2, sem obstáculos, a uma altura de 1,5 m do chão, com medições diárias as 7:00 horas da manhã. 2.2 Variáveis Físicas e Químicas da Água

Amostras de água da superfície foram coletadas no mesmo dia, hora e local de coleta do substrato artificial. As mesmas foram, imediatamente, transportadas em uma caixa térmica com gelo. No laboratório, essas amostras foram transferidas para um freezer, onde ficaram mantidas até que as análises fossem processadas.

As variáveis determinadas em campo foram: Temperatura da água (ºC) – determinada, em campo, utilizando-se um termômetro de mercúrio, com 0,2 °C de precisão nos pontos determinados de coleta. pH – determinado, em campo, através de um medidor de pH portátil Waterproof Pen pH tester da marca Instrutemp.

As variáveis determinadas em laboratório foram: Total de sólido dissolvido (TSD mg/L). Verificado, em ppm, através de uma aparelho de bancada da marca; Condutividade Elétrica (µS/cm) determinada, no laboratório da CAGEPA, através de um através de um condutivímetro , na CAGEPA; Turbidez (ntu) – determinada na estação de tratamento da CAGEPA, através de um Turbidímetro digital microprocessado DL 350 da marca Del lab.; Alcalinidade (mg CaCO3/L) determinada por titulação, através do método descrito no Standard Methods (APHA, 1998); Dureza Total da Água (mg CaCO3/L) – foi determinada por titulação, através do método descrito no Standard Methods (APHA, 1998); Oxigênio Dissolvido (mg O2/L) determinado pelo método clássico de Winkler, descrito em Golterman et al. (1978).

As variáveis abaixo seguiram as metodologias segundo (Eaton et al, 1995): Nitrito (µg NO2/L-) O nitrito foi analisado através do método colorimétrico, onde este reage com sulfanilamida diazotizada e dicloridrato de N-(1-naftil)-etilenodiamida em meio ácido, produzindo uma coloração púrpura-avermelhada, cuja absorbância é registrada (l = 543 nm) e comparada com uma curva-padrão; Nitrato (µg NO3/L) O nitrato foi analisado pelo método da coluna redutora de cádmio. O NO3 - presente na amostra é reduzido a NO2 - na presença de cádmio (Eaton et al, 1995); Amônia (µg NH3/L) A amônia foi analisada pelo método do fenol. Neste procedimento, a amônia reage com o fenol e hipoclorito em uma solução alcalina catalisada por nitroprussiato para formar indofenol azul, cuja intensidade é proporcional ao teor de NH3. A absorbância é medida em espectrofotômetro (l = 635 nm) e comparada com uma curva padrão; Fósforo total µg PO4/L) A leitura foi obtida através da extinção luminosa num espectofotõmetro a 880nm.

2.3 Colonização do Zoobentos em Substratos Artificiais

O experimento ocorreu em duas etapas:

uma no período de abril a junho de 2008 (Chuvoso) e outra no período de julho a setembro de 2008 (estiagem). Todas as amostras foram coletadas no mesmo horário estabelecido.

Para isso, foram utilizados cento e dois cestos de polietileno de abertura de malha 1,5cm x 1,5cm, com capacidade total de 2000 cm3. Para cada cesto, foi necessário 1 kg de “brita” de nº 25 para servir como substrato artificial. Colocaram-se trinta e quatro cestos em cada ponto de coleta, onde foram alocados a uma distância de 2 m de uma para outro, entre 6 m a 15 m da margem, a uma profundidade entre 60 cm a 80 cm de profundidade, marcados com uma amarra de isopor.

Duas semanas após a instalação dos substratos no ambiente (em cada estação), foram iniciadas as coletas, semanalmente, sendo três réplicas em cada ponto, onde esse procedimento se repetiu por dez semanas. Os cestos resgatados foram alocados em sacos plásticos e em seguida transportados para o laboratório, onde foram triados e fixados em álcool etílico

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absoluto e, posteriormente, conservados em frascos de acrílico contendo álcool a 70%.

A identificação dos organismos bentônicos foi feita através do auxílio do estereomicroscópio binocular de Zeis, e da chave de identificação especializada em Merrit & Cummins (1984).

2.4 Análise Estatística

Como as distribuições das variáveis não

seguiram uma distribuição normal (teste de Shapiro-Wilk), foram utilizados testes não-paramétricos. O teste U de Man-Whitney foi empregado para a comparação entre os períodos úmido e seco de cada variável física e química, bem como estes dados focam correlacionados com as abundâncias dos organismos da comunidade bêntica através do índice de correlação de postos de Spearman. Estes testes foram calculados com através do software Statistica for Windows (StatSoft, 2004).

As similaridades da comunidade zoobentônica entre cada semana de estudo, bem como entre os períodos úmido e seco, foram acessadas através do índice de Bray-Curtis, que considera tanto a incidência quanto a abundância dos táxons nas amostras comparadas, e uma análise de agrupamentos foi realizada com a média não-ponderada dos grupos de pares (Unweighted Par-Group Mean Average - UPGMA) como distância de amalgamação (Clarke & Warwick, 2001). Os dados foram previamente padronizados e transformados em log(x+1). Para testar a significância da análise de agrupamento, foram utilizadas 1000 simulações com o teste SIMPROF (Clarke & Warwick, op. cit.) A plataforma PRIMER (Primer-E, 2004) foi utilizada para a execução destes testes. 3 RESULTADOS 3.1 Variáveis Ambientais

No município de Patos-PB, em 2008, no período úmido foi observada de abril a junho, com um acumulado pluviométrico de 627,1 mm, sendo os maiores valores semanais registrados na terceira e quarta semana após a instalação dos experimentos no mês de abril, com 130,6mm e 170,2mm, respectivamente. Nas semanas finais

do experimento no período úmido, houve escassos acumulados semanais, sendo o menor valor pluviométrico obtido na oitava semana após a instalação, com 0,8mm. Já no período de estiagem, o valor máximo de chuvas foi registrado na primeira semana de instalação, com 9,7mm, permanecendo sem precipitações durante o resto do experimento, exceto na penúltima semana de estudo, com 3,7mm de chuva, como mostrado na Figura 2 e 3.

Figura 2 – Pluviosidade mensal (mm) do município de Patos - PB entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

Figura 3 – Pluviosidade semanal (mm) do município de Patos - PB entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

O pH da água do açude Jatobá I mostrou-se ligeiramente ácida no início do experimento no período chuvoso, obtendo-se o valor médio mínimo de 5,74 na semana 1 (semana de instalação) no mês de abril. Entretanto, na semana de instalação do período seco, o pH se tornou ligeiramente alcalino, chegando ao valor médio máximo de 8,45. A variação do pH do açude Jatobá I foi de 2,71 (Figura 4). O pH foi ligeiramente mais elevado no período seco (U = 11600, p < 0,01).

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Figura 4. Valores médios do pH do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril/2008 a junho (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

A temperatura foi mais elevada no

período úmido do que no seco (U = 81; p < 0,01), apresentando uma variação média de 6,5 ºC. Os valores médios mínimos e máximos obtidos foram, respectivamente, 24,6ºC da quarta semana da estação seca e 31,3ºC na segunda semana da estação chuvosa (Figura 5).

Figura 5. Valores médios da Temperatura da água (ºC) do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

A Condutividade Elétrica da água do Jatobá I foi mais elevada no período seco (U = 2356; p < 0,01), apresentando uma pequena variação durante o período estudado, chegando a 50,8 µS/cm. Os maiores e menores valores médios registrados dessa variável, respectivamente, foram obtidos na quinta semana da estiagem, com o valor de 218,6 µS/cm e na oitava semana da mesma estação, com 167,8 µS/cm (Figura 6).

Figura 6. Valores médios da Condutividade elétrica da água (µS/cm) do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

Observou-se uma forte variação nas concentrações de oxigênio dissolvido no açude Público Jatobá I durante os experimentos, cuja diferença foi de 8,15 mgO2/L. O oxigênio dissolvido foi maior no período de estiagem ao período úmido (U = 265,5; p < 0,01) (Figura 7) onde o maior e menor valor médio, respectivamente, foram obtidos nas semanas de instalação de cada experimento, com 10,39 mgO2/L (período seco) e 2,24 mgO2/L (período chuvoso).

Figura 7. Valores médios do Oxigênio Dissolvido (mgO2/L) do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

Quanto ao total de sólidos dissolvido (TDS), houve uma variação de 28,8 mg/L durante o estudo, sendo o maior e o menor valor médio, respectivamente, registrados durante o período de estiagem, na oitava semana (84,13 mg/L) e décima semana (113 mg/L), como mostrado na Figura 8. A concentração dos sólidos totais dissolvidos foi mais elevada no período seco (U = 2353; p < 0,01).

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Figura 8. Valores médios do Total de sólidos dissolvidos (mg/L), do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

A Turbidez da água do açude Jatobá Iapresentou uma variação de 5,59 unt em todo o período de estudo. O maior valor médio foi obtido na semana da instalação dos experimentos da período úmido, registrado-se 7,69 unt, enquanto que o menor valor médio da turbidez foi de 2,10 ntu, na terceira semana dos experimentos da estação seca, e as diferenças observadas entre as estações foram significativas (U = 2019; p < 0,01) (Figura 9).

Figura 9. Valores médios da Turbidez da água (unt) do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

Quanto a Dureza total foi mais elevada no período seco (U = 1350, p < 0,01)., Esta variável apresentou pouca variação temporal, com apenas uma diferença de 5,5 mgCaCO3/L. O maior valor médio obtido foi no final do experimento, precisamente na oitava semana da estação de estiagem, onde essa variável atingiu 47 mgCaCO3/L, enquanto que o menor valor mínimo foi na terceira semana da estação chuvosa (Figura 10).

Figura 10. Valores médios da Dureza total (mgCaCO3/L) do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

A Alcalinidade também não variou temporalmente no tempo estudado, porém foram observadas diferenças significativas entre os períodos seco e úmido (U = 365; p < 0,01). Os valores médios variaram entre 9,78 mgCaCO3/L na semana de instalação e terceira semana na estação de chuvas, a 13,33 mgCaCO3/L na semana final do experimento (oitava semana da estação de estiagem), como mostrado na figura 11.

Figura 11. Valores médios da Alcalinidade (mgCaO3/L), por ponto de coleta, do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

Com relação aos níveis de amônia, houve uma heterogeneidade temporal, sendo o maior valor médio registrado na sexta semana durante a estação chuvosa, com 141,59 µg NH3/L. Os menores valores médios de amônia foram registrados com maior freqüência na estação chuvosa, da sétima semana a décima, e na primeira semana (semana de instalação) da época de estiagem, com valores variando de 0,01 a 0,03 µg NH3/L, como mostrado na Figura 12. As diferenças entre os períodos foram significativas (U = 1637,5; p < 0,01).

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Figura 12. Valores médios da Amônia (µg NH3/L) do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

Os valores de nitrito não apresentaram diferenças entre os períodos amostrais (U = 2884,5; p = 0,34), porém ocorreram variações temporais, sendo o maior valor médio registrado na quinta semana de experimento da estação chuvosa, com 6,88 µg NO2/L. Contudo, os menores valores médios obtidos foram a partir da sétima semana da estação chuvosa e da primeira semana do período de estiagem, cujos valores oscilaram na faixa entre 0 a 0,02 µg NO2/L. A Figura 13 mostra os resultados de Nitrito.

Figura 13. Valores médios do Nitrito (µg NO2/L) do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

Os valores médios de Nitrato, de mesma forma que os demais nitrogenados, houve menor diferença temporal durante a estação seca, como mostra a Figura 14. Durante a realização dos experimentos na estação chuvosa, a partir da sétima semana, o valores de nitrato oscilaram entre 0,01 a 0,02 µgNO3/L. Porém, o maior valor médio foi registrado durante a época da estiagem, na terceira semana de experimento, onde se obteve 43,21 µgNO3/L. As concentrações de nitrato foram significativamente mais elevadas no período seco (U = 2321,5; p < 0,01).

Figura 14. Valores médios do Nitrato (µg NO3/L), por ponto de coleta, do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

Tratando-se do fósforo total, houve forte heterogeneidade temporal, onde os maiores valores médios dessa variável ambiental foram registrados durante a primeira metade dos experimentos realizados na estação chuvosa, como mostrado na Figura 15, com o máximo obtido na sexta semana, com 99,84 mgPO4/L. Entretanto, os valores decresceram abruptamente da sétima a décima semana de experimentos da estação chuvosa, com valores variando entre 0,02 a 0,04 mgPO4/L e permanecendo relativamente baixos no período de estiagem, sendo nesta obtido o menor valor de fósforo total, com 0,01 mgPO4/L na semana de instalação (semana 1). A figura 14 mostra esses valores. Os valores de PT foram mais elevados na estação úmida (U = 1468,5; p < 0,01).

Figura 15. Valores médios do Fósforo total (mgPO4/L) do açude público Jatobá I, Patos – PB, entre os meses de abril a junho/2008 (período chuvoso) e julho a setembro/2008 (período de estiagem).

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3.2 Fauna de invertebrados bentônicos no Substrato Artificial

Foram capturadas, no total, utilizando-

se os substratos artificiais, 37 UTOs (Unidade Taxonômica Operacional) de invertebrados bentônicos do açude público Jatobá I.

Os representantes foram: Gastropoda (Ampullariidae, Planorbidae, Ancylidae e Thiaridae); Insecta (Coleoptera, Diptera, Heteroptera, Homoptera, Odonata, Ephemeroptera, Trichoptera, Hymenoptera e Colembola); Crustacea (Ostracoda, Malachostraca, Copepoda e Cladocera); Annelida (Oligochaeta), Aranea e Hydracarina.

Embora em toda a estação chuvosa tenha capturado maior número de táxons, foi na estação de estiagem que a riqueza de táxons foi maior na segunda coleta do período seco (quarta semana), com 21 UTOs, como mostrado nas Tabelas 1 e 2.

Durante o período de estudo nesse corpo aquático, foi constatado que houve mudanças de dominância de táxons de zoobentos, tanto na estação chuvosa quanto na estiagem. Os dípteros Chironomidae foram os mais representativos durante os experimentos na estação chuvosa, tendo a freqüência máxima registrada de 64,2% na oitava coleta do período chuvoso, seguido da quanta semana do mesmo período, com 63,3%. Entretanto, durante a estiagem, os mesmos não foram tão abundantes, tendo uma freqüência máxima registrada de 9% na quarta coleta, seguido de 7,5% de freqüência na primeira coleta.

Os oligoquetos também foram muito representativos, onde foram mais abundantes na época de estiagem, atingindo uma freqüência máxima na sexta coleta, com 86,1%, seguido pela coleta consecutiva, com 73,9% do total da fauna. Já durante a estação de chuvas, sua freqüência máxima atingida foi de 48,1% na terceira coleta (quinta semana).

Os crustáceos Ostracoda também contribuíram para a sucessão ecológica nesses experimentos, onde foram dominantes nas três primeiras coletas da estação seca, com freqüências, da primeira a terceira, de 63,4%, 54% e 73,4%, respectivamente. Porém, estes animais não foram tão expressivos durante a época das chuvas. Já os decápodes Macrobrachium foram freqüentes nos dois

períodos estudados, chegando a uma freqüência máxima de 18% na primeira coleta (terceira semana) da estação chuvosa.

Dentre os Gastrópoda, os mais abundantes foram as espécies Melanoides tuberculata, com freqüência máxima de 7% registrada na oitava coleta da estação de estiagem, e Glundachia sp., com 5% na quarta coleta da mesma estação.

Os Ephemeroptera foram freqüentes durante a realização do diagnóstico de curta duração, sendo apenas registradas duas famílias: Baetidae e Caenidae. A primeira obteve seu maior percentual na segunda coleta do período seco, com 1%, enquanto que os Caenidae tiveram um percentual máximo de 6,7% na oitava coleta da mesma estação.

Com relação aos heterópteros, estes tiveram uma maior riqueza taxonômica durante a realização dos experimentos na fase chuvosa, sendo registradas quatro famílias, cada uma com 0,2% na quinta coleta, e um táxon não-identificado dessa ordem de inseto atingindo na mesma coleta 0,5% do total da fauna.

Foram obtidas três famílias de Odonata, sendo os Libellulidae e os Coenagrionidae as mais freqüentes, com um percentual máximo respectivo de 9,5% na sétima coleta da estação chuvosa e 7,5% na quarta coleta da estiagem.

Com um raro registro, tanto na estação chuvosa quanto a seca, o gastrópode Biomphalaria sp. foi registrado na terceira coleta do período chuvoso, com um percentual de 0,3% e na segunda coleta da estação de estiagem, com 0,1%.

Também houve raros registros de alguns táxons de invertebrados bentônicos em substrato artificial no açude Jatobá, como é o caso dos Trichoptera, sendo a família Limnephilidae obtida somente no período chuvoso, com um percentual de 1,5% na primeira coleta e 0,4% na quarta coleta.

Outros animais, como os dípteros Culicidae (0,5% na quinta coleta da estação chuvosa), Tabanidae (0,9% na oitava coleta da mesma estação) e Stratiomyidae (0,2% na sexta coleta da estiagem) também foram raros em abundância, sendo registrados apenas em uma coleta. Já os Chauboridae foram obtidos apenas com um espécime em cada experimento, chegando a 0,2% tanto na quarta coleta da

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estação chuvosa como na primeira coleta da estiagem.

A correlação de Sperman, com nível de significância p ≤ 0,05 indicou os seguintes resultados em relação ao zoobentos e as variáveis ambientais do açude Jatobá I:

a) Significativamente negativos: Caenidae em relação ao pH e a temperatura da água, (r = -0,8 e -0,75, respectivamente); Chironomidae em relação a alcalinidade (r = -0,73); Coenagrioniidae em relação a temperatura (r = -0,73); Gundlachia sp. em relação ao pH (r = -0,83) e M. tuberculata em relação a temperatura e a Pluviosidade ( r = -0,82 e -0,77, respectivamente).

b) Significativamente positivos: M. tuberculata em relação a Alcalinidade e Dureza da água (r = 0,85 e 0,88, respectivamente); Coenagrioniidae em relação a Nitrato e a Alcalinidade ( r = 0,79 e 0,74, respectivamente); Ceratopogonidae em relação ao Nitrato e ao Oxigênio dissolvido, com r = 0,7 e 0,75, respectivos.

3.2.1 Nichos ecológicos Com relação aos grupos funcionais de

alimentação do açude Jatobá I, destacaram-se as seguintes categorias durante todo o período estudado: Carnívoros, Herbívoros, Detritívoros e Onívoros (Figura 16).

Os Detritívoros foram os mais representativos durante todo o estudo, sendo o percentual máximo obtido na segunda coleta da estação chuvosa, com 96,3% do total da fauna na segunda coleta, seguida do um elevado percentual de detritívoros registrado na mesma estação, com 96% na terceira coleta. O menor registro desse grupo ocorreu na oitava coleta da estação chuvosa, com a freqüência de 64,8% na sétima coleta da estação de chuvas.

Os carnívoros foram expressivos durante todo o estudo, oscilando o seu percentual principalmente na época de chuvas, onde as suas maiores freqüências foram obtidas na sétima coleta, atingindo 26,5%, e na oitava coleta, com 27%.

Os onívoros, durante a fase de chuvas, houve certa representatividade, principalmente na oitava coleta, tanto estação chuvosa quanto da seca, atingindo um percentual de 5,4% e 7,5%, respectivamente.

Dos grupos alimentares do zoobentos, a representatividade dos Herbívoros foi relativamente a mais baixa, principalmente durante os experimentos da estação chuvosa, onde atingiram um percentual máximo de 3,7% na primeira coleta. No entanto, ocorreu um leve aumento em sua representatividade no período de estiagem, aonde chegou a um máximo de 7,5% na quarta coleta.

Figura 16. Nichos ecológicos dos invertebrados bentônicos obtido por substrato artificial do açude público Jatobá I, Patos-PB, no período chuvoso e de estiagem entre os meses de abril a setembro de 2008. *Desconsiderou-se a família Chironomidae, por esta possuir vários hábitos alimentares segundo Souza e Abílio (2006).

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Tabela 1. Abundância e freqüência relativa da fauna bentônica obtida dos experimentos de substrato artificial no açude público Jatobá I (Patos-PB), no período de abril a junho/2008, correspondente ao período chuvoso.

Táxons Coleta 1

(Semana 3)

Coleta 2

(Semana 4)

Coleta 3

(Semana 5)

Coleta 4

(Semana 6)

Coleta 5

(Semana 7)

Coleta 6

(Semana 8)3

Coleta 7

(Semana 9)

Coleta 8

(Semana 10)

COLEOPTERA

Dytiscidae (CE) - - - - 2(0,5%) - 2(0,6%) -

Hydrophilidae (CE, DC) 2(3%) - - - 1(0,2%) - 3(1%) -

HETEROPTERA

Belostomatidae (CP) - - - - - - 1(0,3%) -

Corixidae (CP) - - - - 1(0,2%) - 1(0,3%) -

Notonectidae (CP) - - - - 1(0,2%) 1(0,2%) - -

Mesovelidae (CP) - - - 3(0,7%) 1(0,2%) - 1(0,3%) 2(1,8%)

Hydrometridae (CP) - - - - 1(0,2%) - - -

Não identificado (CP) - - - - 2(0,5%) 1(0,2%) - -

HOMOPTERA (HP) - 1(0,55%) - - 1(0,2%) - - -

ODONATA

Coenagrionidae (CP) - - - 2(0,4%) 2(0,5%) 1(0,2%) - -

Libellulidae (CP) 1(1,5%) - 4(1,3%) 21(6%) 15(6,6%) 8(2,1%) 29(9,5%) 6(5,5%)

Gomphidae (CP) 1(1,5%) - - - - - -

DIPTERA

Ceratopogonidae (CE) - - - 1(0,2%) 1(0,2%) 1(0,3%) 1(0,3%) 1(0,9%)

Chauboridae (CE) - - - 1(0,2%) - - - -

Chironomidae 37(55,2%) 73(40,35%) 119(40%) 266(63,3%) 191(47,8%) 219(58,1%) 156(51,4%) 70(64,2%)

Culicidae (DC) - - - - 2(0,5%) - - -

Tabanidae - - - - - - - 1(0,9%)

EPHEMEROPTERA

Baetidae (DC) - 1(0,55%) - 1(0,2%) 1(0,2%) - 1(0,3%) -

Caenidae - - - - - - - 1(0,9%)

TRICHOPTERA

Limnephilidae (DC) 1(1,5%) - - 2(0,4%) - - - -

HYMENOPTERA - - - - - 1(0,2%) - -

COLEMBOLA 1(1,5%) - - - - 1(0,2%) - -

GASTROPODA

Pomacea lineata (HR) 1(1,5%) - - - - 2(0,5%) 1(0,3%) 1(0,9%)

Biomphalaria sp. - - 1(0,3%) - - - - -

Melanoides Tuberculata (DC) - 1(0,55%) - 1(0,2%) - 2(0,5%) - 2(1,8%)

DECAPODA

Macrobrachium sp. (DC) 12(18%) 22(12,1%) 26(9%) 19(4,5%) 24(6%) 17(4,5%) 12(4%) 4(3,6%)

OSTRACODA (DF) - - - 8(1,9%) 37(9,3%) 1(0,2%) 9(3%) 2(1,8%)

CONCHOSTRACA (DF) - 1(0,55%) 1(0,3%) 1(0,2%) - - - -

COPEPODA (DF) - 1(0,55%) 2(0,7%) 6(1,4%) 1(0,2%) 1(0,2%) - -

CLADOCERA (DF) - 1(0,55%) - - - - - -

OLIGOCHAETA

Tubiphicidae (DC) 9(13,3%) 79(43,7%) 143(48,1%) 81(19,3%) 112(28%) 121(32,1%) 85(28%) 18(27,7%)

HYDRACARINA (CP) 1(1,5%) 1(0,55%) 1(0,3%) 6(1,4%) - - 1(0,3%) -

ARANEA - - 1(0,3%) - - - - -

Táxon Não-Identificado 1(1,5%) - - 1(0,2%) 3(0,7%) 1(0,2%) - 1(0,9%)

Total de indivíduos 67 181 297 420 399 377 303 109

Riqueza de táxons

11 10 9 16 19 15 14 11

*(DC – detritívoro coletor; DF – detritívoro filtrador; DRe – detritívoro retalhador; HR – herbívoro raspador; HRe – herbívoro retalhador; HM – herbívoro minerador; HP – herbívoro perfurador-sugador; CE – carnívoro engolidor; CP – carnívoro perfurador e/ou sugador).

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Tabela 2. Abundância e freqüência relativa da fauna bentônica obtida dos experimentos de substrato artificial no açude público Jatobá I (Patos-PB), no período de junho a setembro/2008, correspondente ao período de estiagem.

Táxons Coleta 1

(Semana 3)

Coleta 2

(Semana 4)

Coleta 3

(Semana 5)

Coleta 4

(Semana 6)

Coleta 5

(Semana 7)

Coleta 6

(Semana 8)

Coleta 7

(Semana 9)

Coleta 8

(Semana 10)

COLEOPTERA

Dytiscidae (CE) 1(0,2%) 1(0,1%) 1(0,1%) - 2(0,8%) - 1(0,3%) -

Hydrophilidae (CE, DC) - - - - - 1(0,2%) - -

HETEROPTERA

Corixidae (CP) 3(0,7%) 9(1,5%) 2(0,3%) 1(0,5%) 3(1,3%) 1(0,2%) 2(0,5%) -

ODONATA

Coenagrionidae (CP) 2(0,5%) 5(0,8%) 7(1,2%) 15(7,5%) 3(1,3%) 5(1%) 9(2,4%) -

Libellulidae (CP) 4(0,9%) 7(1,2%) 13(3,8%) 10(5%) 3(1,3%) 2(5,4%) 9(2,4%) 10(3%)

Gomphidae (CP) 2(0,5%) 2(0,3%) - 1(0,5%) - - 1(0,3%) 2(0,6%)

DIPTERA

Ceratopogonidae (CE) - - 1(0,1%) - - 2(0,4%) - 1(0,3%)

Chauboridae 1(0,2%) - - - - - - -

Chironomidae 31(7,5%) 43(7,3%) 13(2,3%) 18(9%) 16(7%) 5(1%) 5(1,3%) 21(6,4%)

Stratiomyidae - - - - - 1(0,2%) - -

EPHEMEROPTERA

Ephemeroptera adulto 1(0,2%) 2(0,3%) - - - - - -

Baetidae (DC) 3(0,7%) 6(1%) - 1(0,5%) - - - -

Caenidae 4(0,9%) 7(1,2%) 7(1,2%) 10(5%) - 1(0,2%) 1(0,3%) 22(6,7%)

GASTROPODA

Pomacea lineata (HR) 2(0,5%) 3(0,5%) 2(0,3%) 5(2,5%) 6(2,6%) 3(0,6%) 2(0,5%) 2(0,6%)

Biomphalaria sp. - 1(0,1%) - - - - - -

Melanoides Tuberculata (DC) 3(0,7%) - 13(2,3%) 8(4%) 11(4,8%) 14(2,9%) 10(2,6%) 23(7%)

Glundachia sp. 1(0,2%) 3(0,5%) 2(0,3%) 10(5%) - 1(0,2%) 1(0,3%) 4(1,2%)

DECAPODA

Macrobrachium sp. (DC) 41(9,9%) 52(8,8%) 32(5,6%) 12(6%) 35(15,4%) 14(2,9%) 34(9%) 15(4,6%)

OSTRACODA (DF) 262(63,4%) 319(54%) 419(73,4%) 9(4,5%) - 29(6,1%) 28(7,4%) 5(1,5%)

CONCHOSTRACA (DF) - 1(0,1%) - - - 1(0,2%) - -

COPEPODA (DF) 10(2,4%) 5(0,8%) 3(0,5%) - - - - -

CLADOCERA (DF) 2(0,5%) 4(0,6%) 2(0,3%) - - - - -

OLIGOCHAETA

Tubiphicidae (DC) 39(9,4%) 119(20,1%) 53(9,2%) 116(58 %) 147(64,7%) 410(86,1%) 278(73,9%) 222(67,9%)

ARANEA (CP) 1(0,2%) 1(0,1%) - - - - - -

Táxon Não-Identificado - - 1(0,1%) 1(0,5%) 1(0,4%) - - -

Total de indivíduos 413 590 571 199 227 476 376 327

Riqueza de táxons

20 21 17 16 8 17 14 11

*(DC – detritívoro coletor; DF – detritívoro filtrador; DRe – detritívoro retalhador; HR – herbívoro raspador; HRe – herbívoro retalhador; HM – herbívoro minerador; HP – herbívoro perfurador-sugador; CE – carnívoro engolidor; CP – carnívoro perfurador e/ou sugador).

As análises de similaridade mostraram

haver diferenças significantes entre as comunidades zoobentônicas que colonizaram os substratos artificiais no açude Jatobá I. A Figura 17 evidencia a presença de quatro agrupamentos significativamente distintos, onde as três primeiras semanas mostram-se distintas das demais, tanto no período seco como no período

úmido. No entanto, as diferenças entre os períodos climáticos são maiores que as diferenças internas de cada período.

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Figura 17. Diagrama de agrupamentos com base no índice de Bray-Curtis para as amostras dos experimentos de colonização de substratos artificiais no Açude Jatobá I (Patos-PB) nos períodos Chuvoso ou úmido (U) e estiagem ou seco (S) (os números associados às letras dos períodos indicam as coletas no experimento; as linhas pontilhadas indicam agrupamentos significativamente distintos, de acordo com o Simproof, com 1000 simulações). 4 DISCUSSÃO

O açude Jatobá apresentou características próprias e pode ter sido influenciado por fatores ambientais como a precipitação pluviométrica, alteração na qualidade física e química da água.

Segundo Abílio (2002) e Souza e Abílio (2006), os fatores ambientais como a precipitação pluviométrica propiciam alterações das condições físicas, químicas e biológicas dos corpos aquáticos.

Durante os experimentos, na época das chuvas, algumas variáveis ambientais como a alcalinidade e a dureza da água se mostraram com valores relativamente baixos. Tal fato pode ser explicado pelas chuvas ocorridas no município de Patos. Além disso, fatores como o tipo de solo e das rochas presente na bacia hidráulica também podem contribuir para baixos níveis dessas variáveis.

O início de todo o experimento, quando havia muita precipitação pluviométrica, foi marcado pelo elevado valor da turbidez no açude Jatobá I. Segundo Esteves (1998), os fatores principais para o aumento desta variável são as partículas suspensas.

Já Freitas (2004) referenciou que os valores crescentes da turbidez estavam relacionados com as atividades antrópicas ao longo do rio Manguaba, em Alagoas.

Tratando-se do pH do referido açude, que no início do experimento registrou uma certa acidez. Porém, ao longo do estudo, foi se tornando alcalino. Essa variação indicou que o aumento das precipitações pluviométricas alterou os valores desta variável ambiental, uma vez que as águas das chuvas podem lixiviar o solo introduzindo no sistema aquático material alóctone com um considerável percentual de íons que podem alterar tais valores.

De acordo com Esteves (1998), a maioria das bacias hidráulicas continentais apresentam valores de pH oscilando de 6,0 a 8,0. Já Leite (2001), Oliveira (2005), a natureza geológica da bacia hidrográfica onde está situado o corpo hidráulico também pode influenciar na mudança de valores dessa variável ambiental, bem como da Condutividade elétrica da água.

Uma provável explicação para esse fato pode ter sido as fortes precipitações pluviométricas que inundaram as plantações de capim-elefante suas que existiam nas margens, promovendo-se assim, uma decomposição e liberação de ácidos na água, além de materiais oriundos da lixiviação. Tal fato também poderia explicar os menores valores de oxigênio dissolvido nesse período de instalação em pleno começo de chuvas no açude Jatobá.

Constatou-se que no período de estiagem, a temperatura do açude Jatobá diminuiu. Autores como Lima (2002) e Guereshi (2004) afirmam que a temperatura da água é uma variável de grande importância, pois estes influenciam, direta ou indiretamente, as propriedades físicas e químicas em toda a coluna d’água, desempenhando um importante papel na duração do ciclo de vida dos animais bentônicos.

Em geral, no período chuvoso, à medida que a temperatura se elevava, os níveis de oxigênio estavam relativamente baixos no açude Jatobá I. Esteves (1998) diz que a temperatura é inversamente proporcional ao oxigênio dissolvido.

Segundo Guereshi (2004), o oxigênio dissolvido é considerado uma das variáveis ambientais imprescindíveis no ecossistema

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aquático porque pode determinar a duração do ciclo de vida de insetos e muitos outros animais nesse ambiente, enquanto que Monkolski et al, (2006) diz que alguns organismos apresentam adaptações morfofisiológicas que permitem a sobrevivência em ambientes hostis, ou em outras palavras, com déficit em oxigênio dissolvido, onde os anelídeos Oligochaeta e os dípteros Chironomidae dispõem de estratégias como a presença de pigmentos respiratórios semelhantes à hemoglobina, mecanismos de desintoxicação e ventilação ondulatória do abdômen.

Suemoto et al. (2004), diz que os Chironomidae são típicos de sistemas aquáticos temporários, por possuem várias estratégias para resistir à dessecação do habitat.

Os insetos foram os mais freqüentes na colonização do substrato artificial, principalmente na fase de chuvas. Segundo Correia e Trivino-Strixino (2005), a maioria dos insetos aquáticos apresenta uma íntima associação com o substrato, pelo menos, durante uma fase de sua vida, pois esses exercem grande influência sobre estes animais, podendo afetar seu crescimento e sobrevivência, pois lhes fornecem hábitat, alimento e proteção.

A disponibilidade de alimentos e o tipo de substrato contribuem para fortes flutuações tanto na riqueza taxonômica de grupos quanto na abundância e dinâmica populacional dos invertebrados bentônicos. (Lima, 2002).

Entre os colonizadores, geralmente a família Chironomidae é dominante, já que suas características eurióicas, somadas ao seu comportamento de dispersão pela deriva, conferem a ela condições de pioneirismo (Meier, et al., 1979 apud. Lot, 2006). Isso explica os resultados obtidos no presente estudo, uma vez que os Chironomidae foram dominantes no início da colonização no período chuvoso, associada as suas adaptações morfológicas para ambientes hostis, seguido dos Oligochaeta.

Ribeiro e Ueda (2006), também utilizando substrato artificial no riacho da Quinta (Itatinga-SP) registrou uma abundância de 66% de Chironomidae, nos períodos de grande fluxo e de pequeno fluxo de água,

De acordo com Strixino & Trivinho-Strixino (2006), as larvas de Chironomidae e os Oligochaeta têm uma importância no papel de

converter matéria orgânica em alimento disponível para outros consumidores, além de serem parcialmente responsáveis pela decomposição da matéria orgânica.

Segundo os autores Higuti et al. (2005) e Trivinho-Strixino & Strixino (2005), os Chironomidae têm sido potencialmente utilizados como ferramenta em estudos sobre avaliação de qualidade ambiental, pois, de acordo com Piedras et al. (2006), referenciou a classificaram tanto dos oligochaeta quanto dos Chironomidae como os animais bentônicos que mais toleram a poluição, onde grande quantidade desses invertebrados são indicadoras de elevado teores de matéria orgânica.

As concentrações de nitrogenados e fosfatados podem determinar a abundância de insetos aquáticos e de acordo com Pelli & Barbosa (1998), várias espécies de insetos aquáticos apresentaram uma correlação positiva com a concentração de nutrientes, a de Chironomidae com o nitrogênio na forma de amônia. No entanto, no presente trabalho os Chironomidae não apresentaram nenhuma correlação com nitrogenados.

Já no período de estiagem, o táxon Chironomidae reduziu a sua freqüência e abundância na colonização do substrato. Caso semelhante foi observado na lagoa Serrote, por Albuquerque (2008). Este resultado entra em contradição com Aburaya e Callil (2007), que dizem que a assembléia de Chironomidae tende a aumentar no período de estiagem.

Entretanto, os Ostracoda durante as três primeiras coletas da estiagem foram os mais dominantes, enquanto que os Oligochaeta passaram a dominar no restante desse experimento.

Em relação aos Ostracoda, de acordo com Monkolski (2006), corresponde a um grupo tipicamente bentônico, que apresenta certa tolerância a estresses por baixa concentração de oxigênio, podendo se sobressair nestas condições. Porém, Souza e Abílio (2006), dizem que os Ostracoda geralmente são comuns em ambientes temporários e são influenciados pelo teor de oxigênio dissolvido e temperatura da água, também constatado por Ruffo (2008) na lagoa Panati (Taperoá-PB), e Albuquerque (2008) na lagoa Serrote, (Boa Vista-PB). Embora não tenha apresentado nenhuma correlação, a presença desses animais coincidiu

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com elevados valores de oxigênio dissolvido e baixas temperaturas na estação seca.

No açude Jatobá, os Melanoides tuberculata (Thiaridae), é uma espécie de gastrópode Afro-asiática resistente a dessecação, que não foram tão expressivos no período de chuva, sendo estes mais freqüentes na época de estiagem. O resultado deste presente trabalho mostrou que houve uma correlação significativamente negativa desta com as precipitações pluviométricas. Resultados semelhantes também foram obtidos em Abílio et al. (2006), em Taperoá-PB e Santana (2006), em São João do Cariri-PB.

Segundo Pamplim (2004), o registro dessa espécie em todo o mundo indica uma forte e rápida dispersão, sendo introduzido em muitos ambientes como um controlador biológico contra a Biomphalaria sp., hospedeiro intermediário da Schistosoma mansoni, que causa a esquistossomose. Porém, aquela espécie pode ser hospedeira intermediária de vermes que causam doenças para o homem.

De certa forma, isso explica a presença do planorbídeo Biomphalaria sp. não ter sido tão freqüente na colonização dos substratos artificiais. Os resultados obtidos neste trabalho concordam com os de Peiró & Alves (2006), que, em estudos com invertebrados da represa do Ribeirão das Anhumas (SP), verificaram que mais de sessenta por cento do total da fauna era composta de organismos detritívoros, valor um semelhante do registrado no presente estudo. Em estudos com a comunidade de insetos aquáticos do Ribeirão do atalho, distrito de Itatinga-SP, Motta & Uieda (2004) e Florentino (2008) também registraram a predominância de organismos detritívoros.

Segundo Strixino & Trivinho-Strixino (2006), muitos invertebrados bentônicos são detritívoros, alimentando-se de matéria orgânica produzida na coluna d’água.

Rinaldi (2007), diz que o acúmulo de detritos fornece aos macroinvertebrados uma maior quantidade de recursos alimentares. Já Stockley et al. (1998) apud. Correia e Trivino-Strixino (2005), diz que os substratos artificiais funcionam como uma mini-barreira capazes de reter detritos quando presentes em quantidade suficientemente para se tornar atrativo à fauna bentônica.

Já os herbívoros foram os menos representativos, e esta baixa representatividade também foi registrada por Souza (2006), em estudos na lagoa Panati (Taperoá-PB) durante o período de 2003-2004 e por Florentino e Abílio (2006) no açude Namorados (São João do Cariri-PB) Porém, no início do estudo estes apresentaram uma boa porcentagem, podendo estar associado com grande quantidade de plantas que foram submersas no período de chuvas.

Foi observado que na maioria das vezes em que a porcentagem de carnívoros se elevaram, também se elevou a porcentagem de herbívoros. Segundo Ricklefs (2003), os predadores em um determinado local tende a controlar a população de organismos dominantes, abrindo espaço para que outras espécies colonizem o lugar, aumentando a diversidade. Isto foi verificado no açude Jatobá, onde a presença de predadores influenciou no aumentou da riqueza de táxons, diminuindo a abundância dos táxons dominantes.

Os chamados bioindicadores, de acordo com Roland et al., (2005), são organismos que refletem a integridade ecológica dos ecossistemas onde vivem, respondendo a diferentes agentes estressantes. Estes organismos são sensíveis à poluição orgânica e são os primeiros a sofrerem interferências nas suas populações devido a mudanças bruscas no ambiente aquático (Silveira e Queiroz, 2006).

Como animais sensíveis, muitas dessas espécies são as primeiras a serem eliminadas do habitat com o aumento do processo de eutrofização, sendo, portanto, bioindicadores de qualidade ambiental (Abílio, 2002).

Dentre os animais sensíveis a mudanças no ambiente, estão os efemerópteros e os tricópteros. Sendo assim, pode-se tentar explicar uma rara freqüência desses organismos no açude Jatobá durante o período de estudo, sendo registrada somente no período chuvoso.

Outra possível explicação foi que em muitos locais do açude Jatobá I estava desmatado, com o solo exposto ao intemperismo. Segundo Egler (2002), a erosão do solo pode comprometer a qualidade física, química e biológica da água, pois o aporte de silte para dentro do corpo aquático (decorrente de práticas agrícolas que não conservam o solo) pode danificar as brânquias dos animais

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aquáticos, interferindo na respiração, eliminando muitos desses organismos, entre eles os mais sensíveis, em caso de lixiviação.

Além disso, a presença de óleo pode também prejudicar a respiração de muitos organismos aquáticos, podendo reduzir bastante a riqueza e a densidade de espécies (Queiroz et al., 2008).

Registrou-se em campo, no açude Jatobá, na época das chuvas, a presença de óleo na superfície da água. Durante essa época, é freqüente o aumento de lanchas e jetski passeando no local, além de barcos improvisados a motor utilizados pelos moradores rurais que tem o acesso as suas propriedades cobertas pelas águas.

Além disso, muitas outras práticas foram observadas em campo, como despejo de efluentes advindos de criatório de peixes de um órgão do estado da Paraíba, ás margens do açude Jatobá, efluentes domésticos, lavagens de carro e motos, retiradas de macrófitas aquáticas para o plantio de capim-elefante.

Moredjo (1998), diz que devido à utilização múltipla destes recursos hídricos, certas atividades, muitas vezes, podem ocasionar problemas a outros usos, por exemplo, o uso de um açude para irrigação de áreas agrícolas próximas a estes ecossistemas, onde são utilizados produtos químicos, pode modificar a qualidade da água.

Já em relação aos Ephemeroptera, a presença da família Caenidae foi relativamente expressiva durante a fase seca, na ultima semana. Resultados parecidos também foram obtidos por Florentino & Abílio (2006), onde essa família esteve presente no período seco com uma abundância relativa máxima de 23,31%. No 77º dia de experimento no açude Namorados.

Segundo (Melo, 2006) referenciou que a família Caenidae tem hábitos alimentares de raspar algas do substrato. Embora não se tenha analisado o biofilme (perifíton) no presente trabalho, foi constatado em campo que, ao ser retirado do ambiente, o substrato artificial estava repleto de biofilme, principalmente nas ultimas coletas do período de estiagem.

Florentino (2008), também atribuiu a grande abundância de Caenidae com o perifíton incrustado no substrato artificial em seus experimentos.

5 CONCLUSÕES A dominância de Chironomidae e

Oligochaeta no açude Jatobá I, durante o estudo com substrato artificial, pode ter indicado que havia alterações geradas pela ação antrópica no ambiente.

O zoobentos do açude Jatobá foi marcado pela dominância dos detritívoros durante todo o estudo, principalmente por oligoquetos.

Embora tenha sido registrado uma relativa freqüência de Caenidae (Ephemeroptera) no período de estiagem, pode indicar que esses animais são mais toleráveis as condições de alterações no ambiente, bem como o raro registro de Trichoptera no açude Jatobá, o que pode indicar que estes animais são sensíveis a alterações causadas no ambiente aquático.

É necessário que haja mais estudos aprofundados em taxonomia e ecologia desses invertebrados bentônicos regionais, para futuramente promover uma maior confiabilidade de índices bióticos, ale, de confecção de chaves de identificação mais apurada para o semi-árido brasileiro.

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avaliação ambiental faunística. Revista Entomologia y Vectores, 12 (2): 243-253p., 2005. Agradecimentos

A CAPES, pela ajuda fincanceira. Ao João, chefe de laboratório da estação de tratamento da CAGEPA de Patos-PB, bem como ao Hamintas, técnico do laboratório de Águas e Solos da UFCG campus de Patos.

À Dra. CRISTINA CRISPIM, do Laboratório de Ecologia Aquática da UFPB campus I e ao Professor Juarez, da UFCG campus de Patos-PB. ______________________________________ [1] Bacharel em Ciências Biológicas UFPB/ CCEN/ DSE/ Laboratório de Ecologia Aquática e Mestrando PRODEMA/PB. [email protected] [2] Prof. Dr. do DME/CE/UFPB - Laboratório de Ecologia Aquática/ DSE/ CCEN/ UFPB. [email protected] [3] Bacharel em Ciências Biológicas UFPB/ CCEN/ DSE/ Laboratório de Ecologia Aquática e Mestrando em Zoologia/UFPB. [email protected]