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Coluna Muito Prazer do dia 27 de maio de 2012.
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degustaE S T A D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 2 7 D E M A I O D E 2 0 1 2
EDUARDO AVELAR
2
MUITOprazer
Garimpandosabores,jovempublicitária seredescobre ese reinventa
FFoollhhaaddoo ddee ffuunngghhii sseecccchhii
1 lâmina de massa folhada pronta;100g de funghi secchi; 200ml desaquê. sal e pimenta-do-reino agosto; 150ml de creme de leite; 2gemas; 1 cubo pequeno demanteiga e 50g de cebola muitobem picada.
INGREDIENTES
MODO DE FAZER
Hidrate o funghi no saquê por umahora. Escorra e reserve o líquido. Emuma panela, derreta a manteiga edoure a cebola. Misture o funghi, osal e a pimenta e deixe refogar,mexendo sempre. Vá colocando ocreme de leite aos poucos e deixecozinhar, sempre mexendo.Acrescente um pouco do líquido dofunghi reservado de forma que amistura fique com consistênciacremosa, mas não líquida. Transfirapara outro recipiente e leve àgeladeira por 15 minutos ou até queresfrie. Ponha a massa folhada emuma superfície lisa e, com uma facaou cortador, faça quadrados de 5cmx 5cm. Ponha uma colher de chá derecheio sobre cada e feche a massa(em forma de trouxinha ou unindoduas pontas opostas e depois asoutras duas, formando o que chamode travesseirinho). Ponha osfolhados numa assadeira untadacom manteiga, pincele com asgemas e leve ao forno pré-aquecidoem temperatura média por 30minutos ou até dourar. Sirva quente.
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Cozinha é paixãoFabiana Poças Leitão, de 24 anos, é paulistana do
Bairro Vila Mariana. Formou-se em publicidade e pro-paganda, mas essa não era a sua primeira nem a se-gunda e nem a terceira opção. Também quis fazer di-reito, biologia, arquitetura e desenho industrial, ou se-ja, encontrava-se completamente perdida. Ao se for-mar, descobriu que não estava contente com o traba-lho que fazia com comunicação no terceiro setor e co-meçou a pensar na possibilidade de uma segunda fa-culdade, algo que a interessasse e a fizesse feliz. Pronto:gastronomia! Mas a faculdade levaria dois anos: e sede repente ela não gostasse do curso e desistisse? Re-solveu, então, procurar estágio em algum restaurante,para conhecer o ambiente da cozinha e saber com oque estava lidando.
Mandou diversos e-mails até que recebeu uma res-posta do Blú Bistrô, casa pequena e aconchegante emPerdizes, na capital paulista. Começou dois dias depois.Lembra-se bem de ter se maquiado e feito as unhas pa-ra o primeiro dia. Descobriu ter sido a pior bobagemque fez na vida, mas valeu para que tivesse históriaspara contar. Saiu de lá e entrou, pra valer, no curso degastronomia da Anhembi Morumbi, no qual ficouapenas dois meses. “Não aguentei a rotina de faculda-de de novo, sair do trabalho, estudar, chegar em casatarde, acordar cedo, fiz isso por longos quatro anos enão estava disposta a fazer de novo”, explica.
Decidiu ir direto atrás de mais estágios. Conse-guiu um espaço no setor de eventos do D.O.M. e doDalva e Dito, restaurantes do estrelado chef Alex Ata-la. “Foi perfeito”, diz a moça. Lá, conta que aprendeuhorrores, conheceu muitas pessoas, se divertiu e, dequebra, saiu com um emprego de chef de cozinha deum bufê. Comandou o lugar por seis meses. Mas oespírito inquieto a fez arrumar uma brecha na agen-da para fazer um estágio num ateliê de doces baca-na, Jean et Marie, também localizado em São Paulo.Acabou vendo que trabalhar dentro da cozinha nãoera o que gostaria de fazer para o resto da vida. Foiquando procurou outras opções dentro da área ebingo! Tornou-se uma espécie de jornalista gastro-nômica freelancer, com textos publicados em diver-
sas revistas nacionais e sites especializados – e nun-ca esteve tão feliz.
Como boa amante da gastronomia, Fabiana estásempre em busca de novas experiências – para provare escrever. Para ela, comida boa é como um presente,um carinho em meio à correria e ao estresse do dia adia. “A sensação que tenho quando minha avó Ilze re-solve preparar um pastel é até hoje única”, observa. Fa-biana diz que é capaz de se ver pequena, sentadinha aolado dela, esperando ganhar um bem quentinho – ouvários. “Além do pastel, ela faz com que a gente engor-de com bife à milanesa, viradinho de feijão, ambrosia,batata-doce frita e por aí vai. Uma loucura!”, brinca.
A jovem acredita que esse amor pela boa comida epela boa bebida veio de seus pais, que sempre gosta-ram de comer fora, apesar de não se arriscarem muitonos pedidos. Mais tarde, o irmão também entrou paraa área de alimentos e bebidas, o que, na sua opinião,deu o empurrão de que precisava para investir nisso.Hoje em dia, são seus amigos que costumam acompa-nhá-la nas aventuras gastronômicas. “Acho bacanaeles confiarem na minha escolha e compartilhar essesmomentos comigo”, comenta.
Certa de que a gastronomia brasileira está vivendoum ótimo momento, Fabiana ressalta diversos chefs, re-nomados ou não, que estão realizando trabalhos super-bacanas nas cozinhas do país, usando ingredientes na-cionais e encantando o mundo. “Acho que o brasileiroestá finalmente começando a ter orgulho do que é e doque nossa terra tem a oferecer e isso está sendo refleti-do mundo afora, com os gringos se interessando pelanossa gastronomia como nunca se interessaram antes”,analisa. Também diz que o brasileiro, não importa a clas-se social, está se voltando cada dia mais para a gastrono-mia – prova disso é o sucesso de eventos como o Comi-da di buteco, Restaurant week, O Mercado e Chefs narua. “As pessoas querem conhecer, participar e tudo omais, o que está fazendo com que a alta gastronomia semobilize para atingir todas as camadas. E a gente apro-veita para pagar um precinho melhor”, comemora.
Para os leitores do Degusta, Fabiana sugere uma re-ceita perfeita para um lanche mais caprichado.
MÍRIAN PINHEIRO
Estava num sábado dirigindo por umaavenida larga muito arborizada e detrânsito livre, sob um sol tímido deoutono, quando me deparei com umapraça gostosa e movimentada porcrianças, artistas e boa música, comalgumas fontes de águas que dançavamcom a leve brisa que soprava. Estacioneio carro e desci para passear com minhamulher e três amigos por entre ospalhaços e malabaristas que faziam aalegria da criançada. Balões coloridos ecercadinhos com monitores brincandode desenhos e recortes com outrascrianças felizes, enquanto mães e avós se
aqueciam ao sol e se embalavam namúsica clássica daquele país.
Havia uma estátua de bronze tão real,que logo imaginei aqueles artistas queficam imóveis e nos dão sustos ao semexer ou piscar pra nós. Mais à frente,pintores expunham quadros coloridosem diferentes estilos, como se fossemflores de um grande jardim por onde aspessoas circulavam, contemplando suabeleza. Fazia tempo que não visitavaaquela região, e para minha tristesurpresa já não havia mais naquele lugarum delicioso café e livraria ondedesfrutei por várias vezes de mesas
alegres e sempre repletas . Tristeza logoatenuada pela beleza da exposição deflores e orquídeas na banca logo abaixo.
Caminhando um pouco mais,cruzamos por outra larga avenida, ondeeducados motoristas pacientemente nosaguardavam fazer a travessia. Do outrolado, um palco com músicos felizes quetocavam seus instrumentos, embalandoas centenas de pessoas que ocupavamcomportadas mesas ao sol ou à sombrade enormes árvores, ainda frondosasnesta época. Cafés, cervejas, coquetéiscoloridos e o vaivém de garçonsapressados nos instigaram a procurarum lugar onde desfrutar dessesmomentos que somente na Europa, noverão ou no outono, podemos usufruir.
Escolhemos um bar mais ao fundo,uma mesa ao sol, de onde podíamosapreciar o movimento e ouvir a músicamais suavemente. Serviço impecável elogo estávamos nos deliciando combolinhos de bacalhau sequinhos esaborosos e com espetinhos de carne deporco bem temperadinhos, devidamenteacompanhados por chope escuro ecoquetéis coloridos. Depois de nosfartarmos daquele privilégio europeu,
andamos um pouco mais e passamosnuma casa de chá para arrematar o diacom deliciosos folhadinhos de maçãsantes de partir.
Que passeio mais agradável! E todaaquela limpeza e organização, comsegurança e banheiros públicos, mefizeram sonhar com as cidades do Brasilnos proporcionando momentos de lazercom qualidade, bons serviços, boacomida e educação.
Pois é amigo da cozinha, desta vez nãoprecisei na realidade ir à França ou aoutro país para curtir isso tudo. Estavadirigindo num sábado de manhã pelaAvenida Getúlio Vargas quando meconvidaram para conhecer a nova Praçada Savassi, recém-inaugurada. E qual nãofoi a nossa agradável surpresa aodescobrir esse espaço de entretenimentotão europeu – e bem aqui em BH.
Que tal fazer neste domingo umpasseio por lá, conhecer os sabores dosbares e cafés e ainda curtir as flores, osquadros dos artistas, ouvir os clássicoschorinhos ou simplesmente sentar nosgostosos banquinhos para sonharao ritmo das águas das fontes efazer fotos?
EuropaOutono na
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