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1 Com a vida nas mãos | | Juliana Garcia

Com a vida nas mãos | | Juliana Garcia · acertos, percebendo que tudo é experiência. Entender que em cada dia é que se constrói o sentido de nosso caminho. Cultivar uma relação

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1Com a vida nas mãos | | Juliana Garcia

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Boas vindasTomar a vida nas mãos é desafio, sempre. Não simplesmente passar pela vida, mas vivê-la de verdade em cada detalhe, em cada instante, cada passo, tropeço e novos caminhos.

Observar a importância de estar com as pessoas que ama, sem por isso esquecer de cuidar de si e se tratar com igual carinho e dedicação. Superar dependências e conquistar mais autonomia para ser, pensar e agir com inteireza.

Centrar-se no aqui e agora, vendo que esse tempo é realmente um presente que precisamos aproveitar. Aceitar-se integralmente e com amor, para viver a vida de maneira também integral. Reconhecer seu valor, independente de erros e acertos, percebendo que tudo é experiência.

Entender que em cada dia é que se constrói o sentido de nosso caminho. Cultivar uma relação de amor consigo no cotidiano, dedicando tempo para usufruir de sua companhia, nos pequenos gestos, em simples atitudes de autocuidado.

Aprender a abrir caminho para o sucesso e a realização, entender que essa é uma escolha a se retomar a todo instante. Porque assim podemos assumir o comando: tomando a vida nas mãos, como uma semente muito fértil, um presente muito valioso, uma flor muito rara!

Aproveite essa coletânea de artigos que escrevi para pessoas como você, que estão em busca de algo mais. Aqui os artigos estão reunidos para lhe apoiar a fazer um caminho de reflexões, que espero que se transformem em atitudes concretas para a sua transformação e realização na vida!

Grande abraço!Juliana Garcia

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Cuide do outro, sem se esquecer de você1

Em nossa sociedade, as mulheres são educadas para serem cuidadoras. Preste atenção e você verá todas as mensagens que nos são passadas nesse sentido, desde a infância e os seus brinquedos para meninas: bebezinhos para embalar, panelas para cozinhar para a família de bonecas e por aí vai. As mulheres são reconhecidas por sua sensibilidade e capacidade acolhedora, sendo sempre incentivadas a desenvolverem papeis dentro dessa perspectiva.

Você já notou que o público feminino costuma representar a maioria nas profissões de cuidado e zelo? São inúmeras as enfermeiras, babás, psicólogas, professoras, empregadas domésticas, terapeutas ocupacionais, manicures, nutricionistas... Todas responsáveis de alguma maneira em zelar pelo bem-estar, em gerar circunstâncias em que o outro é o centro dos seus cuidados.

Se nos aproximarmos mais dessas mesmas mulheres, provavelmente em muitas delas notaremos outra particularidade: uma usual dificuldade em cuidar de si mesmas. São exímias mestras em dividir o tempo com todos os afazeres que envolvem o seu compromisso com o outro, mas também mestras em encontrar as mais variadas desculpas para deixar de lado um compromisso consigo mesmas.

Essas cenas lhe parecem familiares? A mulher que aguenta firme uma dor por semanas, mas ao menor sinal de indisposição do filho o leva rapidamente ao médico. Aquela que desmarca uma sessão de massagem, que levou meses para ter coragem de se dar de presente, por pura sensação de culpa. A outra que dá milhões de conselhos para todas as amigas, mas deixa o seu caos pessoal para resolver depois.

É agora a hora de tomar sua vida nas mãos, assumir a responsabilidade de ser feliz e utilizar o talento do cuidado ao seu favor.

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Não se trata de egoísmo, mas de autoamor e autoestima. E não limite autoestima só a cuidar da aparência - ato que muitas vezes é mais uma faceta de querer agradar ao outro. Claro, cuidar da sua imagem faz parte do capacidade de autocuidado, mas não sempre vai mais além.

Aí vai uma breve lista de algumas maneiras para você começar se cuidar melhor:

•Levar em consideração os seus sentimentos, seu mundo interno e investir em seu desenvolvimento pessoal, através de terapias, cursos, tratamentos, garantir espaços de expressão para você.

•Ter mais momentos de lazer, com atividades que lhe façam realmente bem, que recarreguem as suas energias.

• Investir em saúde: marcar consultas regularmente (o que inclui fazer os exames prescritos e retornar ao médico, combinado?), cuidar do cotidiano com uma boa alimentação e exercícios que deixem seu corpo em equilíbrio.

•Cerque-se do positivo: tenha pensamentos positivos, busque a companhia de pessoas que se sintonizem nessa frequência, volte-se para o ângulo construtivo da vida e veja sua energia crescer!

•Reservar momentos de silêncio: toda mulher que escuta o próprio corpo, sabe como são bem-vindos alguns de instantes de recolhimento e meditação!

Por qual item dessa lista você vai começar hoje mesmo? Cuide-se muito bem, mulher! Você merece!

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Superando a dependência1

Conhecemos a dependência nos primeiros estágios da vida, onde éramos totalmente dependentes do outro, desde o atendimento às nossas necessidades mais básicas e até às emocionais. Dependíamos do outro para cuidar de nós, para nos ajudar a entender o mundo e a lidar as reações de nosso corpo, para dar nome às nossas emoções. A dependência tem sua razão de ser nesses primeiros estágios da vida, onde ainda não desenvolvemos nossas capacidades, mas viver a dependência na fase adulta é reflexo de que não se está seguindo a diante em seu desenvolvimento, é permanecer emocionalmente na infância.

A cada passo da vida, vamos aprendendo a ser mais autônomos à medida que ganhamos maior consciência de nossas ações. Ao chegar à vida adulta alcançamos a tão almejada liberdade. Porém aprendemos que esta sempre vem atrelada à responsabilidade: somos livres para escolher e

responsáveis pelo que escolhemos. Aí se instala o problema: todo mundo quer a liberdade, mas a maioria sente pavor da responsabilidade. Algumas pessoas às vezes até abrem mão da liberdade, deixam que o outro decida por elas, para não terem de lidar com as consequências dos próprios atos. Porém, ainda assim, estão fazendo uma escolha: a de não tomar a vida nas mãos, e com certeza essa escolha tem sérias consequências.

O padrão da dependência pode carregar consigo os padrões de medo, baixa autoestima, comodismo, receio do novo, insegurança. Para superar tais padrões que foram aprendidos durante toda uma vida, a melhor alternativa é o autoconhecimento. Ele é que irá lhe ajudar a reconhecer as amarras, as dependências que se tem do outro, de situações e as crenças limitadoras que estão por trás de tudo.

Aliás, é necessário reconhecer que a dependência é sempre um padrão limitador: ela limita o crescimento pessoal, barra a noção de que se é um ser individual e responsável pela própria vida, pelas próprias escolhas e decisões.

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Mas é bom lembrar que o ideal para nossa inteireza também não é a independência total e irrestrita, pois esta muitas vezes esta é como uma alegação do tipo “eu me basto”, um centramento em si mesmo de maneira defensiva, um fechamento para não deixar que os outros sequer participem de sua vida.

Somos seres relacionais, isso é fato. O ideal é reconhecermos que os nossos laços e vínculos são importantes para o nosso desenvolvimento e nos fazem aprender muito, além de trazerem satisfação. Reconhecermos também a importância de nossa autonomia, da intrínseca relação entre liberdade e responsabilidade. Reconhecermos que apesar de as pessoas com quem nos relacionamos poderem nos trazer muitos aprendizados, muitas sensações agradáveis, não é responsabilidade delas nos prover de felicidade e prazer.

Melhor é conquistar um equilíbrio sadio através da interdependência: eu afeto o outro e o outro me afeta, temos uma ligação, mas somos seres inteiros acima de tudo. Esse padrão rompe com a ideia de “cara metade”, “carne e unha”: sou inteiro, não preciso de um outro que me complete. A presença do outro acrescenta, modifica, amplia, mas não significa que sem ele “eu não sou”, e nem que ele sem mim “não é”. A relação de dependência é de domínio e poder, há necessidade de posse, é uma relação vertical. A relação de interdependência é de paridade, de companheirismo que não anula, não possui, é uma relação horizontal.

Reflita sobre essas questões em sua vida e inicie um caminho para retomar a vida nas mãos, utilizando os recursos tão ricos da liberdade e da responsabilidade ao seu favor.

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Direcione suas forças para o agora1

Viver o agora é o convite que a vida lhe faz a cada amanhecer. O sol nasce e nos diz, assim todo amarelo e reluzente, que um novo dia está chegando e que o dia anterior já se foi. Ele diz com seu calor: Viva o agora! Viva o hoje que acaba de chegar! Toma esse presente, que é todo seu!

No entanto, nossa mente insiste em nos manter na ilusão, do ontem e do amanhã. Eles só existem em nossas construções mentais, o único tempo real e que está ao nosso alcance é esse minuto, esse instante. O futuro? Uma série de presentes vividos (bem ou mal vividos, essa é sua escolha). O passado? A lembrança registrada em nossa mente, de todos os hojes que vivemos e nos trouxe até aqui. Evitamos as grandes verdades para seguirmos anestesiados por nossas ilusões.

Vamos protelando com dezenas de “amanhã eu faço”, “depois eu vou”, mas... se não houver amanhã? E se hoje fosse seu único dia? Seguiria dessa maneira? Você continuaria dando as mesmas velhas desculpas? Permaneceria com esse mesmo estilo de vida? Cumpriria a mesma agenda? Quais seriam as suas prioridades? Com quem entraria em contato primeiro? Que projetos sairiam das gavetas? Quais seriam as cores, quais seriam os sabores e os aromas desse seu único dia?

Talvez você escolhesse vencer a preguiça, colocaria aquela roupa mais confortável e caminharia por aquele parque arborizado. Quem sabe pegaria a boa e velha agenda de papel, procuraria os contatos daquelas pessoas especiais e telefonaria para dizer “olá”. Procuraria aqueles perfumes, cremes, sabonetes, aquelas porcelanas, aquelas roupas, aquelas coisas bonitas que guarda para ocasiões especiais e usaria todos, agora mesmo! Escolheria não se importar tanto com o vizinho, com o carro ao lado, com o telefone tocando sem

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parar, com aquela obra na rua em frente. Olharia com novos olhos para as pessoas ao seu redor e se aproximaria com mais e mais carinho. Marcaria aquele café com os amigos e iria visitar a avó querida que vive dizendo que tem saudades. Faria uma pausa maior para respirar profundamente e ficaria alegre por sentir seu coração bater.

E se eu te disser: sim, hoje é seu único dia mesmo! O amanhã será outro hoje, quando amanhecer. Mas até lá... Só existe o hoje, o agora, esse instante.

Como você escolhe vive-lo? Como vai querer lembrar desse hoje quando o amanhã chegar? Gaste menos energia com o que foi ou o que virá e direcione sua força para o tempo que está aqui e agora. A escolha é toda sua, tome-a nas mãos.

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A riqueza de ser como se é1

Muito se diz que a mulher é um ser misterioso. Quantos não gostariam de entender o que as mulheres querem e desvendar os sentimentos femininos? Talvez essa tarefa tivesse de partir, primeiramente, das próprias mulheres: conhecer os seus sentimentos, ir fundo na compreensão de seus mistérios, reconhecer a sua multiplicidade.

Carregamos no corpo o mistério do ciclo vida-morte-vida. Todo ser vivo também carrega essa experiência, mas o corpo feminino traz essa vivência à luz, torna explícito. Quer um exemplo? Vivemos tal realidade a cada ciclo menstrual. Primeiro vem a possibilidade de vida, a semente que é lançada. Se não é fecundado, o óvulo e todo o aparato de preparo do organismo são descartados, mostrando que não houve o nascimento de uma vida. Depois nosso útero se prepara para novos ciclos. Com tal movimento variamos também em nossa experiência íntima, com períodos de abertura e

fechamento. Se compreendêssemos melhor esse ritmo em nosso corpo, talvez tivéssemos menos sintomas de tensões como a maioria das mulheres experimenta na atualidade. Aproveitando os momentos de fechamento para refletir, recarregar energias, planejar, se sintonizar. Aproveitando os momentos de abertura para agir, se expor, apresentar-se, ir à luta.

Compreender os ritmos internos e respeitá-los é um baita desafio para nós mulheres. Tão acostumadas fomos a calar nossos sentimentos e a seguir o ritmo do outro, que agora fica de fato difícil dedicar um tempo para ouvir a nós mesmas. Tanto tempo de silêncio imposto, que muitas vezes nossa alma só consegue nos mostrar como estamos nos trazendo sintomas. E mesmo assim, o que aprendemos? Uma mulher é incansável! Quantas de nós aturam dores crônicas protelando para amanhã o autocuidado?

De um ser pleno de riquezas, mistérios e belezas, quiseram moldar e construir um outro, mais domesticado, formatado, domado. A cultura

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patriarcal fez de tudo para conter a energia que assustava, para domar aquilo “que não tem medida, nem nunca terá” (tomando emprestadas as palavras de Chico Buarque). A energia feminina ia contra a ordem que se queria instituir: o controle, a luta por poder, o individualismo. Tentaram dobrar, amassar, rasgar a alma feminina, para fazê-la caber no baú de uma cultura inconsciente, para tornar o Feminino se não aceitável ao menos tolerável. Isso fez com que muitas e muitas mulheres brilhantes fossem tachadas como erros, aberrações e fossem punidas por simplesmente serem.O Feminino não se encaixa em padrões. Cada mulher é múltipla em suas faces e suas possibilidades. Temos luz e sombra, asas e raízes, sins e nãos, interno e externo, renovação constante, ondulações. E nossa riqueza está em sermos como somos.

Precisamos recuperar a autoestima, a alegria de sermos depositárias de tantas características naturais cheias de beleza. É urgente retomar o contato com nossos anseios e sentimentos, com nossa garra e nossa sensibilidade, com nossa intuição e nossa criatividade. Pense em maneiras de iniciar uma relação mais prazerosa com você mesma, mulher! Reconheça em si a união dos aspectos femininos e masculinos e potencialize o que lhe faz bem. Tome partido de suas múltiplas faces a seu favor! Não acredite em que lhe diga que você é o sexo frágil (nem se ouvir isso de você mesma!), retome a força interna que fez com que você chegasse até aqui! E dia da mulher não tem uma só data. Todo dia é seu dia, todo dia é especial, pois é o agora que se converte em possibilidades. Permita-se!

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Não é preciso ser nota 10 em tudo1

Quantas de nós aprenderam desde cedo a ser mulher pela via do cuidado com o outro? Muito cedo ganhamos brinquedos que são também símbolos do cuidado: as bonequinhas que imitam bebês e todos seus apetrechos são um importante exemplo! Sempre fomos incentivadas a nos comportar e a nos relacionar sob esse prisma: cuidar das bonecas, dos irmãos, das nossas coisas, da casa, fazer carinho, dar boas respostas, preocupar-se com as pessoas e por aí vai... Cada uma de nós também carrega em sua história modelos, nem sempre os mais saudáveis, vamos aprendendo e absorvendo informações sobre papéis, desempenhos, expectativas, cobranças, rótulos.

Nós, mulheres, nas últimas décadas, tivemos muitas conquistas. Ganhamos mais espaços além do âmbito doméstico, mas no pacote vieram junto mais responsabilidades! Mesmo com tantas

mudanças ainda permanecem modos antigos de definições de papéis, aí que muitas coisas costumam se embolar. Acumulamos funções de 50 anos atrás, porém num mundo acelerado com mais afazeres e preocupações para a mulher moderna. Precisamos ser a “super mulher”, “super administradora do tempo”, “super amante”, “super esposa”, “super bela”, “super profissional”, “super mãe” e depois de tanto gasto de energia para manter os “super poderes” sobra muito pouco para cuidar de si mesma, para se fazer um agrado, para se observar com atenção. Vamos muito além dos limites em prol dos outros e acabamos fazendo muito pouco ou nada por nós mesmas.

Fomos ensinadas a super proteger o outro e deixamos de encarar a humanidade do processo, ficamos cegas ao fato de que tanto nossos filhos são seres humanos quanto nós mesmas. Como seres humanos, todos temos fraquezas e também potencialidades. Apostando na incapacidade do outro também estamos nos tornando incapazes, na medida em que empreendemos uma caçada desenfreada ao que não está em nosso controle.

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Não precisamos tampar todos os buracos, não conseguiremos satisfazer todos os desejos, não seremos a solução para todas as questões e nem por isso nossos filhos deixarão de ser felizes!

Nesse afã de sermos “super”, ficamos sem força. Gastamos tudo nesses milhões de coisas a fazer e não escutamos o que há de mais profundo em nós. Carregar o mundo nas costas, abraçar o mundo com as pernas... Haja força e elasticidade! Será que sobra um pouquinho pra você mesma?

Se não ficamos atentas, entramos em outras canoas furadas como a síndrome de depender da dependência que o outro tem de nós ou a da culpa por não darmos conta de sermos tudo e um pouco mais.

A culpa nos faz enxergar que cuidar de si mesma implicaria em deixar de cuidar do outro e vira sinônimo de nosso temido inimigo: egoísmo. Quero aqui deixar alguns pontos bem claro: Em primeiro lugar, não precisa deixar de cuidar do outro. Essa é uma habilidade sua e provavelmente pode incluir um certo prazer (cuidar de quem você ama). A questão está em incluir outra qualidade em sua vida: cuidar também de você. Essa qualidade só se torna egoísmo quando a pessoa cuida SÓ de si mesma. Não é esse o convite! O convite é aliar a grande qualidade que você possui à outra, que tem sido um grande desafio para você.

Comece com pequenos passos: uma pausa quando estiver cansada, reservar algum dinheiro para comprar coisas para você, dedicar um tempo para marcar um checkup médico, marcar uma hora no salão de beleza, tirar uma ou duas horas para fazer um programa do qual você goste, realmente almoçar em seu horário de almoço ao invés de ficar só resolvendo problemas... Cada conquista lhe dará mais força na direção de um novo passo. Cuide dessa pessoa tão importante em sua vida!

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Abaixo à síndrome de segunda-feira1 Nem bem o domingo termina e muita gente já começa a sofrer pela segunda-feira que se aproxima. Você já sofreu ou sofre desse mal estar?

Por vezes aparecem até alguns sintomas físicos: dificuldade para acordar cedo, indigestão, dores de cabeça, aquele mau jeito nas costas. Em boa parte dos casos isso pode estar relacionado à quebra de hábitos no período do fim de semana ou do feriado: as pessoas comem e bebem mais do que devem, trocam a noite pelo dia, se envolvem naquelas famosas práticas dos “esportistas de final de semana”... Depois chega a famigerada segunda-feira e com ela os resultados dos excessos!

“Mas como curtir o final de semana, afinal?”, você se pergunta. O problema costuma estar no seguinte tipo de pensamento: “vou fazer no final de semana tudo aquilo que não faço durante a semana”. Aí você se torna escravo do futuro, sem viver o presente,

ficando também sempre refém dos reflexos das circunstâncias do passado. Por que não dividir a diversão em várias doses no cotidiano? Por que não unir a diversão ao autocuidado que nos ajuda a recarregar as energias? Cada vez mais nos privamos de aproveitar as pausas e nos enchemos de tarefas, compromissos, ruídos.

A vida moderna nos traz um excesso de informações que acaba por nos viciar ao ritmo acelerado. Vamos perdendo a possibilidade de curtir uma brisa fresca sem o compromisso de preencher o tempo com atividades.

Outra possível causa para a dificuldade de voltar à rotina após os períodos de final de semana e feriados: não vermos sentido na rotina que vivemos. Ir arrastando na vida, seguindo no automático, nos perdendo de nosso centro. Uma vida levada assim nos aliena de nós mesmos. É preciso retomar o significado de nossas ações vividas no presente. Se não me vejo vivendo a vida de segunda a sexta, tenho a impressão de que só nessas pausas é que me reencontro. Vamos ficando sedentos e famintos, por fim nos sentimos perdidos e frustrados.

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A vida precisa ter cobertura e recheio, precisa de substância, de cor, de cheiro. Precisamos de riso, conversa, silêncio, prazer, pernas pro ar, responsabilidade, olho no olho, corpo livre, respiração profunda, nutrição pro corpo e pra alma todo dia, sempre. A vida não pode ser destinada somente a alguns poucos dias com hora marcada.

Precisamos organizar nosso tempo para que sempre haja momento para recarregar e também para deixar fluir a nossa energia. Precisamos equilibrar nossos movimentos entre cuidar do outro, cuidar de si, cumprir os compromissos que julgamos importantes, usufruir dos prazeres. Resgatar o sentido da vida para ter uma vida repleta de sentido, de segunda a segunda.

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Dedique um tempo para si todos os dias1 Quantas horas de seu tempo são dedicadas ao trabalho, dentro e fora de casa? Quantas delas são dedicadas a cuidar do outro? Quantas são para cuidar das obrigações cotidianas? E para você, qual é a fração do tempo que resta? Se é que resta, depois de tanta correria, não é verdade?

Pois, então, aqui vai um convite para mudar essa situação: abra espaço para você em sua agenda! Se você não o fizer, esse espaço nunca estará disponível, acredite.

Chega da velha desculpa de que o dia é pequeno demais para tantas demandas, que você precisaria de um dia de 48 horas para dar conta de tudo... Se o dia fosse maior, provavelmente você iria enchê-lo de outras dezenas de compromissos e sempre faltaria tempo! Assim como quanto maior é sua bolsa, mais peso você vai colocando nela!

Então, vamos fazer umas continhas: o dia tem 24 horas, certo? Vamos pensar que idealmente você passe 8 horas dormindo, ou seja, repondo suas energias. Você terá ainda mais 16 horas de saldo positivo. Como você usa esses 2/3 do seu dia?

Realizar pequenas atividades prazerosas de maneira frequente é a melhor maneira de cultivar bem estar e prazer em nossas vidas. Incluir várias doses de sorriso, leveza, harmonia, e manter o ritmo parece ser o simples e profundo segredo.

Em primeiro lugar, bom humor e bem estar são estados que ao brotarem em nós, precisam ser cultivados, ou seja, exigem cuidados para se manterem vivos e acesos. Esse cultivo se dá através de atitudes, de posturas na vida, de decisões que tomamos a todo instante: Hoje decido ser feliz? Hoje decido buscar o prazer nas pequenas coisas que se apresentam? Eu me proponho também a buscar esse prazer na vida?

A riqueza do processo está em aproveitar o prazer na simplicidade e com frequência! A vida se alimenta no cotidiano.

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O desafio é: comece por dedicar, de maneira sagrada, constante e comprometida, pelo menos 15 minutos todos os dias para se dedicar a algo prazeroso e que lhe traga bem estar. Pode ser algo assim:

•Dedicarummomentoparaficartranquilacuidandodassuasplantinhas.•Nocaminhoparaotrabalho,ouvirmúsicasquelheelevamoânimoecurtir,

cantar, sentir o ritmo, enfim, de fato vivenciar a música.•Lercalmamenteaquelarevistaquevocêassina-quecostumaficarsójogada

num canto, esperando o próximo mês, até que a próxima chega e você não teve tempo de ler nenhuma das duas.

•Fazerumamassagemnosseuspésaofinaldodia,usandoseumelhorcremehidratante ou o seu mais cheiroso óleo.

• Preparar calmamente um lanche especial para você, cuidando de cadadetalhe que lhe agrada, mesmo que seja um só um sanduíche com um suco.

•Encontraraquelaamigaespecial,mesmono intervalocurtinhodocafédatarde, para colocarem o papo em dia e darem umas boas risadas.

Faça a sua própria lista, acrescente a cada dia algo especial e que lhe faça se sentir bem. Comece reservando pelo menos 15 minutos na sua agenda, todos os dias, de maneira consciente e ativa, para cultivar o prazer e o bem estar. Marque mesmo, defina a cada dia um horário, deixe visualmente escrito para que você se acostume com a ideia de que aquele momento é seu. Banque esse compromisso gostoso com você mesma. Aposto que em breve você já irá querer aumentar esse tempo!

Experimente e aproveite: você merece!

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Resgatando a vitalidade através de pequenas atitudes2

No cotidiano, criamos rotinas para facilitar a vida. Colocamos (ou ao menos tentamos colocar) as chaves no mesmo lugar para acharmos mais facilmente na hora de sairmos de casa, automaticamente olhamos para o braço onde fica o relógio mesmo que não o estejamos usando, criamos um roteiro do caminho que faremos para ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa...

Todos os dias fazemos muitas coisas sempre iguais. Sem criarmos tais padrões, teríamos muito mais trabalho, é verdade. Certos atos são assim mesmo: automáticos. E precisam ser. Não há necessidade de grandes reflexões para se colocar a pasta de dente na escova, para ensaboar o corpo, para ligar os cadarços do sapato em um laço. Olhando os resultados, nem pensamos que foi preciso aprender cada pequeno gesto até chegarmos a esse desempenho atual, que tanto nos facilita a vida.

Porém... Certos atos do cotidiano não precisam ser assim tão automáticos. Por que insistimos em

partir o cabelo sempre do mesmo lado, falar o bom dia sempre no mesmo tom, chegar e ligar a TV antes de conversar um pouco? Por que sempre pensar do mesmo jeito se existem tantas e inúmeras possibilidades? Sim, as possibilidades são incontáveis! Nós escolhemos a qual queremos nos sintonizar. Criamos a rotina, depois somos engolidos por ela. Mas pode ser diferente.

Que tal, hoje, experimentar fazer diferente? Tirar do armário aquela blusa que achou que a cor lhe caía bem, mas teve vergonha de experimentar. Provar um novo penteado, um novo corte de cabelo, uma nova cor. Ousar conhecer outro lugar para o happy hour, fazer outro tipo de programa. Se sempre sai para barzinhos para conversar, que tal experimentar sair para dançar? Ou vice-versa. Ou se nem sabe mais o significado de sair com os amigos, arrisque redescobrir o prazer de estar perto das pessoas especiais de sua vida. Experimentar dormir um pouco mais tarde ou um pouco mais cedo. Ver um novo tipo de filme, ler um outro tipo de livro. Sair um pouco do sério, ver um desenho animado. Procurar novos ares. Provocar reações diferentes fazendo o trivial de outra maneira. Quem sabe hoje tomar o mesmo banho à noite, mas com as luzes totalmente apagadas. Será que dá para fazer outro caminho além do habitual? Experimente. Pode ser que se surpreenda com uma outra praça, encontre um novo mercado, uma floricultura, um

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outro ângulo, um outro astral. Sabe aquela viagem tão sonhada? Talvez seja a hora de tirar os planos da gaveta e colocar na ação. Sabe aquele hobbie antigo? Talvez ainda haja espaço para ele em sua vida, só precisa reorganizar as prioridades. Sabe aquelas pessoas que estão sempre do seu lado e que você acha que já sabem tudo que precisam saber? Já disse com todas as letras o que sente por elas? Talvez seja hoje o dia para deixar claro o amor que sente. E se, hoje, você experimentasse um outro jeito de interagir? Quem sabe perceberia outro modo das pessoas também interagirem com você? Se você é sempre o falante, pode experimentar ouvir mais. Se é sempre o ouvinte, pode experimentar falar mais. Aquelas ideias preconcebidas de sempre, que tal colocá-las um pouco entre parênteses, e abrir outros canais de compreensão?

Pode parecer simples demais para despertar algo maior. Mas acredite, fazendo sempre as mesmas coisas, obtemos sempre os mesmos resultados. Um pequeno ato criativo nos dá energia para outros atos ainda mais criativos, num ciclo virtuoso. Aquele simples banho com as luzes apagadas pode promover tantas mudanças de padrões internos: nosso olfato se amplia, o tato fica mais sensível, a audição aguçada, nossa consciência corporal acorda. E se além de apagarmos as luzes acrescentarmos outros estímulos, o que pode acontecer? Se ao invés do mesmo sabonete, usarmos outro mais cheiroso? E se acrescentarmos um óleo de banho, como a pele reagirá a essa diferente textura? Além disso, se colocarmos um som agradável, que nos desperte boas sensações? Assim um ato simples pode trazer sensações que andavam adormecidas ou que nem conhecíamos ainda.

Uma dose extra de ânimo pode nos visitar quando nos abrimos para a vitalidade das coisas novas, das maneiras infinitas de agir, pensar e sentir. Se um dia aprendemos os padrões que nos governam agora, podemos escolher outras formas e sermos agentes na própria vida. Experimente algo diferente e preste atenção aos resultados! Abra-se à surpresa!

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Abra caminho para o sucesso1 Há espaço para o sucesso e para a realização em sua vida? Muitas pessoas responderiam imediatamente: “sim, claro!”. Mas reflita um pouco mais e responda a essas outras questões: você define com clareza seus objetivos e os leva a diante? Tem encontrado tempo e espaço para se cuidar como você merece? O que você ama e acredita está nos primeiros lugares de sua vida? Você está sempre em prontidão para investir em si, nos seus projetos, no seu crescimento e nos seus sonhos? Você se empenha em atingir suas metas, mesmo quando os resultados não são imediatos?

Se você refletiu profundamente e respondeu “não” a pelo menos uma dessas perguntas, então é muito provável que o sucesso e a realização não estejam encontrando tanto espaço assim para fazerem parte da sua vida. Há uma diferença entre dizer

que gostaria de ter sucesso e realização e, de fato, abrir espaço ativamente para que eles brilhem em seu cotidiano.

Em primeiro lugar, costumamos nos esconder por trás daquilo que chamamos de dificuldade. São as adversidades, os problemas, os imprevistos... Mas acontece que esses tais imprevistos, na imensa maioria das vezes, são situações que um dia foram deixadas de lado por nós e que de repente surgem como urgências a serem resolvidas. É aquele checkup que você vai deixando para depois e “de repente” sua saúde não vai tão bem - “bem que eu queria levar esses projetos adiante, mas agora não tenho tanta saúde e disposição”. É aquela conta a pagar que vai ganhando volume a cada vez que você paga só o mínimo - “adoraria aceitar essa nova proposta, mas não tenho dinheiro”. É aquele problema de relacionamento que você insiste em não olhar - “gostaria tanto que isso fosse diferente, mas não tenho motivação para ir em frente”. E por aí vai. Seria tudo isso tão imprevisto assim? Ou são coisas que vamos deixando para depois, e vão minando nossas energias pouco a pouco?

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Precisamos abrir mão da necessidade do escudo da dificuldade. Sim, ela funciona como um escudo, que nos faz não assumir os riscos, não se lançar para a vida, nos “protege” de caminhar. Abra mão dessa bengala e dê passos firmes rumo ao que você merece. Aí está um ponto crítico: muitas vezes precisamos começar trabalhando a nossa autoestima e acreditarmos que somos, sim, merecedores!

Segundo passo: a decisão nos dá uma força enorme, especialmente quando ela vem acompanhada de empenho. Quando deixamos de dizer que estamos “interessados”, que “seria bom se”, que “talvez um dia isso aconteça”. A decisão aliada ao empenho desperta todo o nosso potencial de irradiar energia para agir, nos faz dizer: “mesmo que eu não saiba o caminho, vou dar um jeito de encontrar”. Assim, vamos abrindo espaço para que um caminho novo seja desenhado a partir dos nossos próprios passos. Vamos abrindo espaço para que o sucesso e a realização caminhem lado a lado conosco.

Abra mão do escudo das dificuldades e ganhe real força para enfrentar os desafios acordando o potencial transformador da decisão empenhada. Assuma a responsabilidade sobre sua vida e sua felicidade. O sucesso e a realização serão as grandes consequências dessa escolha consciente!

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Créditos

Produção:

Textos:

http://podeeducar.com.br | [email protected]

http://julianaggarcia.com.br | [email protected]

1: Textos publicados em www.personare.com.br/revista 2: Texto publicado na Revista Vitta, da Editora Símbolo.