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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.br Alagoas, 6 de julho | Ano 3 | Nº 562 | 2021 Governo lança projeto de R$ 1 bi para segurança alimentar no NE O governo informou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econô- mico e Social (BNDES), o Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Ministério da Economia concluíram as negociações para captação de recursos ao projeto Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste (PCRP). O proposta é transformar os sistemas produtivos dos agricultores familiares no semiárido do Nordeste para aumentar a produtivi- dade e, ao mesmo tempo, melhorar a capacidade para enfrentar os desafios contínuos das mudanças climáticas. Página 7 ALAGOAS COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM E EXPECTATIVA É DE FLEXIBILIZAÇÃO A 26ª Semana Epidemiológica da pandemia do coronavírus em Alagoas ainda traz números que inspiram cuidados, mas esses dados revelam que o avanço da vacinação, com as doses que estão sendo enviadas pelo Ministério da Saúde, é uma realidade e já alcança boa parte dos adultos. A expectativa é de que, como frisou o ministro Marcelo Queiroga, que toda a população com mais de 18 anos já tenha sido vacinada até setembro, com pelo menos uma dose. Diante do atual cenário, os números da pandemia já come- çam a mudar positivamente em Alagoas, com recuos tanto nos contágios quanto nos óbitos. Caso esse cenário de fato se conso- lide, como esperam alguns especialistas, os próximos decretos governamentais já podem trazer mais flexibilizações. Página 5 Nos últimos dias, Estado recebeu mais 2 milhões de doses e já se aproxima de vacinar, com pelo menos uma dose, toda a população adulta Confiante, Galo enfrenta o Botafogo hoje no Rei Pelé Paulo Guedes garante diálogo pela Reforma do IR Santa Casa é referência em cirurgias de endometriose Página 9 Página 6 Página 12 Deputado quer que ALE convoque secretário do Consórcio NE para falar de respiradores O tema da compra dos respiradores feitas pelo Consórcio Nordeste em uma loja especializada em produtos produzidos a partir de maconha, que acabou lesando os cofres públicos de vários estados, incluindo Alagoas, deve voltar a ser debatido na Assembleia Legislativa de Alago- as, pelo menos no que depender do deputado estadual oposicionista Davi Maia (Democratas). Ele quer que o parlamento estadual convoque o secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Eduardo Gabas, para dar explicações so- bre a participação do Executivo comandado pelo governador Renan Filho (MDB) nesse processo. De acordo com Maia, a compra causou prejuízos ao Estado em aproximadamente R$ 5 milhões. Página 8 VISITE NOSSO SITE: WWW.JORNALDASALAGOAS.COM.BR

COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

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Page 1: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.brAlagoas, 6 de julho | Ano 3 | Nº 562 | 2021

Governo lança projeto de R$ 1 bi para segurança alimentar no NE

O governo informou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES), o Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Ministério da Economia concluíram as negociações para captação de recursos ao projeto Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste (PCRP). O proposta é transformar os sistemas produtivos dos agricultores familiares no semiárido do Nordeste para aumentar a produtivi-dade e, ao mesmo tempo, melhorar a capacidade para enfrentar os desafios contínuos das mudanças climáticas. Página 7

ALAGOAS

COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM E EXPECTATIVA É DE FLEXIBILIZAÇÃO

A 26ª Semana Epidemiológica da pandemia do coronavírus em Alagoas ainda traz números que inspiram cuidados, mas esses dados revelam que o avanço da vacinação, com as doses que estão sendo enviadas pelo Ministério da Saúde, é uma realidade e já alcança boa parte dos adultos. A expectativa é de que, como frisou o ministro Marcelo Queiroga, que toda a população com mais de

18 anos já tenha sido vacinada até setembro, com pelo menos uma dose. Diante do atual cenário, os números da pandemia já come-çam a mudar positivamente em Alagoas, com recuos tanto nos contágios quanto nos óbitos. Caso esse cenário de fato se conso-lide, como esperam alguns especialistas, os próximos decretos governamentais já podem trazer mais flexibilizações. Página 5

Nos últimos dias, Estado recebeu mais 2 milhões de doses e já se aproxima de vacinar, com pelo menos uma dose, toda a população adulta

Confiante, Galo enfrenta o Botafogo hoje no Rei Pelé

Paulo Guedes garante diálogo pela Reforma do IR

Santa Casa é referência em cirurgias de endometriose

Página 9

Página 6

Página 12

Deputado quer que ALE convoque secretário do Consórcio NE para falar de respiradores

O tema da compra dos respiradores feitas pelo Consórcio Nordeste em uma loja especializada em produtos produzidos a partir de maconha, que acabou lesando os cofres públicos de vários estados, incluindo Alagoas, deve voltar a ser debatido na Assembleia Legislativa de Alago-as, pelo menos no que depender do deputado estadual oposicionista Davi Maia (Democratas).

Ele quer que o parlamento estadual convoque o secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Eduardo Gabas, para dar explicações so-bre a participação do Executivo comandado pelo governador Renan Filho (MDB) nesse processo. De acordo com Maia, a compra causou prejuízos ao Estado em aproximadamente R$ 5 milhões. Página 8

V I S I T E N O S S O S I T E : W W W . J O R N A L D A S A LA G O A S . C O M . B R

Page 2: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

economia pode esquadrinhar e mensu-rar essa transmutação? Como mapear e explicar a “liga”, mágica e ilógica, de valor afetivo, que modifica preços, des-caracteriza produtos de sua funciona-lidade e estabelece laços, conectando e integrando pessoas? A questão do valor é complexa, interpretativa e simbólica.

O SIGNIFICADO DE VALORVale aqui um alerta: os preços podem

ser resultantes de composições matemá-ticas, mas os julgamentos de valor são ilusões efêmeras voláteis e volúveis. Não fomos nós que os inventamos, mas se transformaram em convenções às quais sucumbimos: há uma longa história sobre como a economia trabalha os sistemas de troca monetária, e este pro-cesso se transformou ao longo da linha do tempo interferindo na percepção que se tem sobre as negociações que são efe-tivadas com base em crenças e valores. Isso mesmo: dependendo daquilo em que se acredita, muda a forma de se ver e valorizar o mundo em cada época, cul-tura, circunstância, tribo, conglomerado. Por exemplo e de forma resumida:

Na teoria grega antiga, a ordem perfeita é o próprio universo e tudo já existia; as coisas não foram criadas ou inventadas, foram apenas descobertas. O valor está em conhecer.

No direito romano clássico, a nature-za é justa e boa e o valor está na partilha em que cada um recebe o que lhe é devido, o que lhe pertence, o que é seu por direito. O valor está na justiça.

Na revolução científica moderna, as evidências e as comprovações de todas coisas da natureza modificam os achis-mos e impõem as “certezas”. O valor está na ciência.

No humanismo do pós-guerra, questionam-se as consequências morais e políticas da ciência (bombas, arsenal de guerra, etc.), especialmente nos cam-pos da ecologia e bioética (meados do século XX). O valor está na “ética”.

No progresso globalizado atual, a espiral incessante do sucesso estimula o aumento do consumo, da produtividade, da logística… sem considerar o impacto disso tudo na natureza. O valor está na consciência social.

Sim, hoje, em plena pandemia, con-vencionou-se que o valor das coisas está

na consciência social. Que as empresas precisam atuar com RSE (Responsa-bilidade Social Empresarial) e que os novos fundos e investimentos precisam ser sustentáveis respeitando o Meio--Ambiente, o Social e Governança (ESG: (Environment, Social & Governance).

Porém vivemos em uma sociedade que ainda se move e comove prioritaria-mente pela bolsa de valores monetários, desconsiderando valores humanitários. E em um mercado que valoriza e esti-mula a competição e não a colaboração. Produzir e anunciar produtos e serviços sem se preocupar com danos ambien-tais (processos de produção e descarte, incluindo poluição, entre outros), saúde pública (qualidade e consequência do consumo dos ingredientes, entre outros) e respeito aos stakeholders (de abuso de poder a uso indevido de dados, entre outros) soa um tanto ultrapas-sado, muito egoísta e, mais que isso, irresponsável.

CADA INDIVÍDUO IMPORTAClaro, vivemos em um livre mer-

cado em que todas as pessoas têm liberdade para empreender e ganhar, e para valorizar as coisas da forma como bem quiserem, porém fazer isso com a isenção total das consequências e da interdependência de cada atitude não faz mais sentido; não pode mais ser aceitável e muito menos valorizado. Qual a relevância do que é feito? Quais os riscos e danos para a sociedade e o planeta? Para onde estamos indo e o que queremos?

Eis a questão: ativar o mercado ou sobreviver com mais qualidade de vida? Será que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa? Ou será que pode-mos repensar processos e conseguir uma coisa e outra?

Você é o que você consome ou deixa de consumir, de acordo com o seu re-pertório e os seus interesses e, por mais inofensiva que pareça, a sua jornada mercadológica interfere não apenas na sua vida, mas na sua comunidade e em todo o planeta.

Tudo tem seu preço, mas quem dota as coisas e os relacionamentos de valo-res somos nós. Por isso, a consciência social começa com o conhecimento da nossa própria consciência.

Aprecio muito pesquisas e estudos sobre o sistema das relações de troca. E o quanto tenho questionado os valores de todas as coisas em minha jornada profissional, especialmente os valores mercadológicos e principalmente nestes nossos dias pandêmicos, a partir da máxima: “o valor das coisas não está nas coisas, e sim em nós”.

Traduzindo: apesar de todas as convencionalidades, as coisas não são aquilo que são; são o que significam para aqueles que as produzem, comer-cializam, consomem e descartam. Pelos relacionamentos sociais e pela mídia, as pessoas se relacionam com o que está disponível e passam a desejar, a que-rer possuir, a exibir essas coisas como forma de discurso, pertencimento e distinção. De modo oportuno, o mundo dos negócios traduz essas sensações e desejos em produtos e serviços, siste-matizados em uma estrutura monetária e empacotados para entrega, efetivando o moto-contínuo do mercado em que cada um ressignifica tudo conforme lhe convém, desde que se pague o preço estipulado.

Selecionei dois pensadores, entre tantos que estudam “quanto valem os valores”, para você refletir:

Nietzsche, para quem “valores são interpretações e não mais passíveis de uma apreciação em termos de verdade ou falsidade que qualquer outro gênero de interpretação”, dependendo de cultu-ra (que, para ele, não tem como objetivo a formação intelectual ou o saber, mas abarca as atividades humanas e suas produções: moral, religião, arte, filo-sofia, estrutura política, entre outras), doutrina ou sistema de pensamento moral, religioso, filosófico, educacio-nal — o que confirma a não existência de uma verdade única, e sim de con-venções sobre o verdadeiro e o falso, o certo e o errado, dependendo do código de crenças comumente aceito; e

Pierre Bourdieu, que propõe a existência de uma alquimia social que transmuta valores, objetivando a con-servação da energia social. Quando se estabelece uma troca, trocam-se valores — materiais, monetários, simbólicos —, mesmo que subjetivos, incutidos nos objetos trocados. Como calibrar o que vale o que e quanto para quem? Como a

ARTIGO | Marina Pechlivanis*

OPINIÃO

20216 de julho2

Jorge LuizDiretor-Executivo

Luis VilarEditor-Geral

Para anunciar(82) 98812-4111

CNPJ33.009.776/0001-21

EndereçoRua Engenheiro Mario de

Gusmão, número 988, sala

136, Edif. Record Offices,

Bairro Ponta Verde - Maceió/

Alagoas – CEP: 57.035-000

[email protected]

Sitewww.jornaldasalagoas.com.br

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

EXPEDIENTE

Valores, preços e consciência social

* É especialista em gift economy e gestão do encantamento

Page 3: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

6 de julho 32021

OPINIÃO

Preparem seus corações para as coisas que eu vou contar sobre um almoço em fa-mília que reuniu três gerações. Primeiro eu tenho que dizer que meu talento culinário hoje é inegável, não sou nenhum master-chef mas tenho melhorado meu tempero a cada dia. Estávamos comendo e assistindo o documentários sobre a Juliette, vencedo-ra do BBB 21. Em determinado momento ela canta ‘Disparada’ e todos começaram a cantar com ela, exceto meu afilhado. Per-guntamos se ele não gostava da música e ele disse que nunca tinha ouvido antes. Nesse momento parei para refletir sobre o quanto a nova geração está desconectada com suas raízes nordestinas.

A canção ‘Disparada’ foi cantada pela pri-meira vez por Jair Rodrigues no Festival de Música Popular Brasileira do ano de 1966 e dividiu o primeiro lugar com ‘A Banda’, de Chico Buarque de Holanda, que também é uma canção icônica. Composta por Théo de Barros, conhecido por Menino das Laranjas, gravada por Elis Regina e Geraldo Vandré, compositor de ‘Pra Não Dizer Que Não Fa-

lei das Flores’. O Trio Maraiá e o Trio Novo foram os músicos que acompanharam Jair Rodrigues naquela ocasião histórica.

Na canção, um retirante sertanejo narra a história de sua vida para uma pessoa em tom de desabafo. Era a vida de tantos outros vaqueiros que foram para o Sudeste brasileiro buscar uma vida melhor para si e sua família. Chegando, ele se depara com um Brasil de concreto e frio, muito dife-rente da terra seca e quente ao qual estava acostumado a levar a vida. Assim a história do Brasil foi escrita: por homens com a fibra e coragem nordestina que morriam de saudades do sertão que deixaram para trás.

Meu afilhado conhece bandas coreanas, norte-americanas e sei lá de onde mais, mas não conhece essa canção emblemática. Eu também tive minha fase “roqueira”, não é disso que falo. Penso na urgência de trans-mitir nossa cultura de folguedos, quadrilha, côco de roda, fogueiras e as demais coisas que nos fazem nordestinos. Para que a lem-brança de nosso povo e costumes permane-ça viva o maior tempo possível.

Cultura Sertaneja

ARTIGO | Luís Antônio Santos*

* É constelador sistêmico, terapeuta PNL e educador

EM ALTA

EM BAIXA

O deputado estadual Cabo Bebeto (PTC)

merece destaque pela viabilização de re-

cursos, na ordem de R$ 2,1 milhões, para

um importante projeto realizado pela Uni-versidade Federal de Alagoas (Ufal): o mo-

nitoramento do complexo lagunar Mundaú--Manguaba. O assunto – infelizmente – não ganhou muito destaque em grande parte da

mídia. Afinal, trata-se de um parlamentar de linha ideológica diferente daquela que agra-da a um determinado time. Bebeto teve uma

iniciativa louvável ao destinar recursos – que é um direito de todo o parlamentar – para um

projeto de pesquisa tão significativo. Eviden-temente, não é a única emenda parlamentar que merece destaque. No entanto, como par-

cela da mídia silencia em relação aos feitos daqueles que são taxados de “bolsonaristas”, aqui se faz a Justiça a uma ação do deputado

estadual que visa beneficiar a cidade e en-grandece a ciência.

Cai por terra a narra-tiva hiperbólica do go-vernador Renan Filho

(MDB) que vive falan-do de “atraso de vaci-

nação” e adora culpar o governo do presidente Jair Bolsonaro por tudo. O avanço da vacinação

em Alagoas fez com que – com base nos dados científicos – regredisse o contágio e o número

de óbitos. Até aqui, todas as vacinas foram enviadas pelo governo federal, mesmo diante da escassez do recurso no âmbito mundial. O fato é que Alagoas já está próxima da marca

de vacinar toda a população adulta com, pelo menos, uma dose e os resultados já são visíveis.

Renan Filho, que prometeu comprar vacinas com recursos próprios para acelerar a imuniza-ção, mas nunca o fez de fato, poderia ao menos reconhecer que muitas das ações tomadas pelo seu governo no enfrentamento à pandemia só foram possíveis porque contou com o apoio do Executivo federal, não apenas de vacinas, mas

de programas de manutenção de emprego, auxílio emergencial, dentre outros.

CENA

URBANA

A faixa de pedes-tres é um espaço acessível e seguro para a travessia das ruas e aveni-das. Certo? Via de regra sim, mas neste cruzamento da Rua Dilermano Reis e Avenida João Davino, em Mangabeiras, o que não falta são obstáculos para o pedestre. Além do

Ira

ce

ma

Fe

rro

‘gelo-baiano’ impedindo o acesso, ainda há uma área mais baixa e um paralelepípedo bem no meio do passeio.

Page 4: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

Pela legislação, o programa terá duração de três meses, mas pode ser pror-

rogado por mais tempo. O paga-mento de R$ 100,00 será feito às crianças de até seis anos de idade, durante esses três meses. Os demais alunos, sejam crian-ças, jovens, adultos ou idosos, receberam o auxílio de R$ 70,00 pelo mesmo período.

Ainda de acordo com a lei, para se ter direito ao benefício é preciso que o aluno esteja matri-culado na rede municipal. As inscrições para o Bolsa Escola Municipal devem ser feitos na própria Secretaria Municipal de Educação, com base no cadastro dos pais dos estudantes, respon-sáveis ou estudantes maiores de idade já formalmente matricu-lados.

O valor do auxílio poderá ser sacado em até sete dias após a data da disponibilização do crédito. O calendário de paga-mento vai ser divulgado pela Secretaria.

É importante frisar que os que se beneficiarem do programa precisam cumprir o cronograma de vacinação das crianças e jovens, ficam obrigados a realizarem as ativi-

dades escolares, ainda que na modalidade remota ou híbrida. Os responsáveis precisarão, portanto, apresentar o cartão de vacinação e a declaração de regularidade escolar.

MACEIÓ

Prefeitura de Maceió vai pagar auxílio a estudantes por conta da pandemia

Os alunos da rede municipal de ensino

de Maceió vão contar com uma novidade em

razão da pandemia do coronavírus.

Apesar da medida chegar com atraso,

pois é um auxílio que surge mais de um ano depois do registro da

pandemia em Alagoas, o Executivo municipal

resolveu pagar o benefício do Bolsa

Escola Municipal para os estudantes. A lei

foi publicada, no dia de ontem, no Diário Oficial do Município

de Maceió e já passa a valer desde já.

20216 de julho4

EXECUTIVO | Serão pagas três parcelas no valor de R$ 100,00, mas projeto pode ser prorrogado

A Universidade Fede-ral de Alagoas está envolvida em mais um

projeto de pequisa e, desta vez, o foco é o monitoramento do complexo estuarino lagunar Mundaú-Manguaba, que vai abranger diversas áreas cien-tíficas. O desenvolvimento dos trabalhos acontecerá de 2022 a 2024, coordenados pelo professor Emerson Soares, do Campus de Engenharias e Ciên-cias Agrárias (Ceca).

O projeto também terá a participação de outros pesqui-sadores da Ufal, ligados ao Centro de Tecnologia (Ctec), ao Instituto de Química e Biotec-nologia (IQB) e ao Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF). Para as pesquisas, serão inves-tidos R$ 2,1 milhões, oriundos de uma emenda parlamentar do deputado estadual Cabo Bebeto.

Os estudos contemplarão a qualidade da água, as condições sanitárias dos organismos aquá-ticos da região e os impactos dos contaminantes na popula-ção ribeirinha, com análises teratogênicas e carcinogênicas. Além de aplicar a modelagem ecológica para avaliar as condi-ções do complexo lagunar. “Os trabalhos serão desenvolvidos na região estuarina das Lagoas Mundaú e Manguaba, em regi-ões de confluências dos rios Sumaúma, Paraíba do Meio e Mundaú. As análises serão coletadas bimensalmente, mas pretendemos ampliar como programa de grande duração”, frisou Emerson Soares, que adiantou já existir uma equipe realizando coleta de dados.

O projeto integra o Programa Há-Lagoas Limpas e além da Ufal, conta com a parti-cipação da Universidade de

Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campi Satuba e Marechal Deodoro. Conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal). Na abrangência dos estudos científicos, o coorde-nador destacou que o moni-toramento contemplará áreas como a de química ambiental, exotoxicologia aquática, enge-nharia de pesca, farmácia, saúde e modelagem ecológica.

Soares é o coordenador--geral do projeto de pesquisa, mas o programa é dotado de coordenadores de áreas com equipe formada por docentes e alunos das respectivas institui-ções envolvidas nas atividades. Pela Ufal, a área específica está sob a coordenação do pesqui-sador Carlos Ruberto Fragoso; pela Uncisal, Pollyana Almeida; e pelo Ifal, Phabyanno Lima.

Os estudos científicos serão desenvolvidos nos laboratórios de Aquicultura e Análise de Águas (Laqua); de Instrumen-tação e Desenvolvimento em Química Analítica (Linqua), de Diagnóstico de Doenças Complexas e Terapia Celu-lar (Laditec) e de Hidrologia (Labhidro). Os laboratórios de Química do Ifal também serão destinados às pesquisas do monitoramento.

Emerson adianta que cabe-rão à Ufal e à Uncisal os seguin-tes estudos científicos: análises microbiológicas, modelagem, análises de qualidade de água histopatológicas e enzimáticas, genotoxicidade e de metais pesados no pescado e de geno-toxicidade em humanos (Ufal e Uncisal). Já o Ifal realizará estu-dos sobre a análise da química da água do sedimento, de uso de biossensores desenvolvi-

dos para determinar o impacto ambiental no ecossistema aquá-tico.

A Ufal tem se destacado em pesquisas locais relacionadas à contaminação da água. Além do Programa Há-Lagoas Limpas e das edições da Expedição Científica no Baixo São Fran-cisco, está sob a coordenação do professor Emerson Soares o projeto de Biomonitoramento de três rios da APA dos Corais. O projeto de monitoramento do Rio São Francisco, em parceria com o Comitê de Bacias Hidro-gráficas do Rio São Francisco (CBHSF), com início previsto para 2022, também será coor-denado pelo pesquisador.

Ele também coordena o trabalho da força-tarefa do óleo no Estado que faz o monitora-mento na costa alagoana com participação de vários pesqui-sadores da Ufal.

Ufal coordena projeto de monitoramento do complexo lagunar

Edvan Ferreira

Redação

Prefeito JHC publicou no

Diário Oficial do Município a

nova lei, que terá duração de

três meses

Page 5: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

Nos últimos dias foram enviados pelo Minis-tério da Saúde mais de

2 milhões de doses de vacinas e a aplicação dos imunizantes já atingiu a aproximadamente 1,5 milhões de alagoanos, pelo menos em relação à primeira dose. Alagoas se aproxima da meta de vacinar todos os adul-tos. De passagem por Alagoas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destacou que a meta é vacinar todos os adultos – pelo menos com a primeira dose – até o final de setembro e concluir a vacinação antes do término desse ano.

Pela projeção, a meta deve ser atingida com facilidade em Alagoas. O principal efeito disso – conforme os especia-listas – é a queda do percen-tual de ocupação dos leitos exclusivos para pacientes com Covid-19, especialmente os da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo os dados oficiais do governo do Estado, a taxa de ocupação da UTI ficou – no último final de semana – em 67%. O número é bem distante da casa dos 90%, o que foi registrado no mês de junho.

O Observatório Alago-ano de Políticas Públicas de Enfrentamento à Covid-19 frisa que a pandemia está próxima do controle no Estado. Esses dados podem servir de base para uma maior flexibilização dos decretos estaduais vindouros.

Os números ainda estão em patamares elevados, mas apontam uma tendência de queda. Na última semana epidemiológica foram 4.890 casos e 139 óbitos. Isso repre-senta uma redução de 9% nos infectados e 5% nos casos de óbitos.

As ocorrências foram

predominantes no interior do estado, porém Maceió e a 5ª Região de Saúde tiveram aumentos simultâneos de casos e óbitos nos últimos quatorze dias, o que exige um monitoramento e a imple-mentação de medidas para controlar novos focos de transmissão.

INTERIORArapiraca é o local com a

maior incidência de infecções. São 341 casos por cem mil habitantes registrados nesses municípios. Em todo o estado, a média foi de 146 novos casos e 4,2 novas mortes para cada 100 mil habitantes.

O número de casos suspei-tos ao fim da semana epide-miológica também foi menor que o observado na semana anterior. No último sábado (03), foram 12.276 casos em investigação, um número ainda elevado, mas o menor observado nas últimas oito semanas no estado. O número de testes RT/PCR realizados semanalmente pelo Labo-ratório Central de Alagoas (Lacen/AL) caiu pela terceira semana consecutiva, com 4.332 testes.

Desse total, 33% apre-sentaram resultado positivo,

consolidando uma tendên-cia de queda na parcela de confirmação de suspeitas de infecção. Os pesquisadores do Observatório alertam, contudo, que esse número segue elevado, ainda mais em um contexto em que 12 mil casos estão em investigação pelas autoridades sanitárias.

LEITOSA ocupação dos leitos de

UTI do estado também entrou em movimento decrescente, voltando ao patamar abaixo de 70%, considerado uma margem de segurança pelo Comitê Científico do Consór-cio Nordeste. Dos 400 leitos ofertados neste domingo (04), 267 estavam ocupados, uma proporção de 67%. Apesar disso, a situação é desigual pelo estado, conforme apon-tado periodicamente pelo OAPPEC.

Dos dez municípios alago-anos com leitos de UTI exclu-sivos para o tratamento da Covid-19, cinco ainda estão com ocupação acima de 70%. Coruripe se encontra com 100% dos leitos ocupados, com taxas elevadas também em Arapiraca (95%), São Miguel dos Campos (80%), Palmeira dos Índios (80%) e

Santana do Ipanema (73%). Em Maceió, onde ficam mais da metade dos leitos do tipo do estado, a taxa de ocupação era de 60%.

VACINAÇÃOA 26ª Semana Epidemio-

lógica foi também a semana com o maior número de doses aplicadas no estado, com quase 133 mil doses, um aumento de 19% comparado à semana anterior. São 1,44 milhão de doses aplicadas em todo o estado, e 17 mil dessas são do imunizante fabricado pela Janssen, que necessita de uma única dose.

Assim, 1,05 milhão alago-anos já receberam a primeira dose, dos quais 369 mil também foram imunizados com a segunda. Esses núme-ros correspondem a cerca de 48% e 17%, respectivamente, da população adulta (18 anos ou mais) alagoana. Entre a população geral, que inclui crianças e outros grupos que não são o público-alvo da vacina, 31% foram vacinados com a primeira, e 11% com ambas. Estimativas apontam que, para a imunidade cole-tiva, 70% da população deve ser vacinada, uma realidade ainda distante.

Com avanço de vacinação, Alagoas começa a controlar a pandemia do coronavírus

6 de julho 52021

ALAGOAS IMUNIZAÇÃO | De acordo com dados do Observatório, números da Covid-19 começaram a cair no Estado

O constante envio de vacinas para

Alagoas – por meio do Ministério da Saúde do governo do presidente

Jair Bolsonaro (sem partido) – tem surtido

efeito, conforme os dados do Observatório

Alagoano de Políticas Públicas

de Enfrentamento à Covid-19 (OAPPEC),

da Universidade Federal de Alagoas

(UFAL). Os registros da 26ª semana epidemiológica

mostram uma redução dos números da

doença.

Redação(Com informações do Observatório)

Edvan Ferreira

Ônibus da vacina tem

colaborado com o avanço da

imunização contra a Covid-19

em bairros da capital

Page 6: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

Guedes negou que haja intenção de aumentar a carga tributária, como

vêm dizendo alguns tributaristas nos últimos dias.

Segundos os cálculos desses especialistas, a reforma do governo aumenta não só a tribu-tação dos rendimentos de capi-tal, mas também de empresas e assalariados.

“Nosso objetivo é a neutra-lidade, desonerar empresas e assalariados para estimular a economia e tributar rendimen-tos de capital. O Brasil, por exem-plo, não tributa distribuição de dividendos, enquanto o mundo todo tributa. Precisamos corrigir isso, abrindo espaço para dimi-nuir o Imposto de Renda das empresas”, afirmou.

Questionado sobre críticas de que o governo estaria “dando com uma mão e tirando com

a outra” no caso dos assalaria-dos, Paulo Guedes disse que o tema será analisado e, se houver necessidade, corrigido.

Na proposta enviada ao Congresso, o governo aumentou a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física, mas limi-tou o uso do desconto simplifi-

cado na declaração anual.Essa mudança, segundo

tributaristas, vai acabar aumen-tando, no ajuste anual, a tributa-ção sobre uma parcela expressiva de assalariados.

Ou seja, o governo faria um gesto na direção da classe média de um lado e acabaria prejudi-

cando esse grupo de outro. “Se realmente ocorreu, temos de consertar também”, diz Paulo Guedes.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse ao blog que a Câmara dos Deputados está “fazendo as contas para não errar” ao comentar as críticas de especialistas à proposta do governo.

Lira já disse que a Câmara pode reduzir, por exemplo, de 20% para 15% a tributação de IR sobre distribuição de dividen-dos, que hoje é isenta.

Arthur Lira disse ainda que os líderes vão decidir hoje se a proposta será votada antes ou depois do recesso, que começa na segunda quinzena de julho. “O que é importante é que vamos votar as reformas. Há grandes interesses que começam a tentar barrá-las”, afirmou.

BRASIL/MUNDO

20216 de julho6

Guedes diz que, se houver ‘erro na dose’, governo vai consertar a reforma do IR

TRIBUTAÇÃO | “Não temos compromisso com erros. Mas a reforma está na direção certa”, garante o ministro da Economia

O ministro da Economia,

Paulo Guedes, disse que

o governo está disposto

a consertar, durante a

tramitação no Congresso

Nacional, eventuais erros

na reforma do Imposto

de Renda para pessoas

físicas e jurídicas – um

dos pontos da reforma

tributária. “Se tiver

erro na dose, vamos

consertar, não temos

compromisso com erros.

Mas a reforma está na

direção certa, tributar

rendimentos de capital

e desonerar empresas e

assalariados”, declarou.

Criança na geladeira para enfrentar calor de 50ºC

Os iraquianos estão mais que acostumados a calor extremo, mas os

últimos foram tão quentes que superaram os limites da popu-lação do Iraque de suportar as tradicionais altas temperaturas típicas do verão. Grande parte do país do Oriente Médio teve máximas entre 45ºC e 50ºC com marcas acima de 50ºC à sombra em algumas cidades.

A temperatura máxima da tarde do domingo passado chegou a 49,8ºC em Basrah, no Sul do país. Os termôme-tros indicaram ontem também 49,0ºC em Amarah, 48,6ºC em Ali-Algharbi, 47,4ºC em Nasirya e 47,0ºC em Khana-gin. Mosul foi a 45ºC e Kirkuk 44,5ºC.

O calor extremo levou os

iraquianos ao limite. A agência AFP noticiou o caso de um pai que colocou o filho dentro da geladeira por alguns minutos para refrescar a criança em uma localidade logo ao Sul de Bagdá.

A temperatura no aero-porto internacional da capital iraquiana chegou a 46,5ºC no domingo, 47,6ºC no sábado, 48,3ºC na sexta, 49,6ºC na quinta, 49,2ºC na quarta-feira da semana passada, 48,0ºC na terça e 48ºC na segunda da semana passada.

A situação se agravou muito com um colapso total no sistema elétrico do país, que está em frangalhos.

Dependente do vizinho Irã para o fornecimento de ener-gia, Teerã resolveu cortar a luz que fornece ao Iraque por dívi-das bilionárias que Bagdá diz que não tem como pagar em razão de sanções internacionais

impostas ao regime iraniano.A falta de luz em meio ao

calor brutal acima de 50ºC provocou indignação na popu-lação iraquiana e um jogo de empurra-empurra de respon-sabilidade entre autoridades do governo em Bagdá.

A quinta-feira foi até agora o dia mais brutal de calor no Iraque. A temperatura máxima chegou a 51,6ºC na estação meteorológica do aeroporto de Basrah, mesma marca que foi observada em Semawa, 51,4ºC no aeroporto de Al-ashraf, 51ºC em Nasi-rya, 50,8ºC em Amarah, e 50,7ºC em Kerbela.

Com as máximas de 50ºC ou mais da última semana e que se aproximaram de 52ºC, o Iraque se tornou o oitavo país do mundo a atingir os 50ºC em 2021. Os demais são Estados Unidos, Irã, Kuwait,

Paquistão, Emirados Árabes Unidos, Omã e México.

A maioria destes extremos ocorreu em áreas de deserto ou clima muito árido, casos dos países do Oriente Médio.

O Noroeste dos Estados Unidos, entretanto, uma região que é caracterizada por clima mais úmido e ameno teve uma

onda de calor extraordinária na última semana com máxi-mas até 25ºC acima do normal com máximas sem precedentes próximas ou acima dos 50ºC.

O Canadá teve seu recorde nacional de calor em Lytton com 49,6ºC e dois dias depois do recorde a cidade queimou em um incêndio.

Metsul.com

Valdo Cruz

G1

Ahmad Al-Rubaye/AFP/MetSul Meteorologia

Iraquianos buscam alternativas para fugir do calor extremo

Ministro da Economia diz que a proposta é deso-

nerar empresas e assalariados

Page 7: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

O economista da Serasa Experian Luiz Rabi explica que a redução

do valor do auxílio emer-gencial e o alto número de desempregados são alguns dos fatores que contri-buem para essa tendência de alta, que deve continuar nos próximos meses. “Além desses pontos, os aumentos das taxas de juros e da infla-ção comprometeram a renda da população. As pessoas tiveram que priorizar os pagamentos, o que acabou deixando pendências pelo caminho”, comenta em nota.

Sob o argumento de democratizar o acesso ao crédito, o banco digital Nubank anunciou uma nova modalidade de cartão em fevereiro deste ano, com foco em pessoas com o nome sujo. A ferramenta permite que o cliente faça compras e assi-naturas on-line, ou em qual-quer tipo de estabelecimento físico, além da possibilidade de parcelar as transações. A

novidade já foi contratada por cinco milhões de pessoas.

Em levantamento com seus clientes, a empresa detectou que cerca de 20% nunca haviam tido cartão de crédito na vida. “Para muitos brasileiros, essa deve ser a primeira experiência com um produto nos moldes do cartão de crédito convencio-nal, que permite compras em qualquer tipo de estabeleci-mento presencial ou on-line”, afirma Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank.

De acordo com o econo-mista-chefe da Inifinit, Jason Vieira, a medida deve ser analisada com cautela.

“É interessante que as pessoas consigam ter acesso ao crédito de novo, mas a tendência é de que isso gere mais dívidas do que o contrário, devido a uma alta cobrança de juros na hora do pagamento desse emprés-timo”, explicou.

“Acredito que a solução seja existir um score (pontua-ção) de crédito. Desta forma, há um histórico para enten-der o que aconteceu com essa

pessoa que está negativada. Em grande parte das vezes o motivo é o desemprego, e aí não se pode penalizar esse cidadão no mesmo nível de alguém que é realmente displicente”, afirmou.

No caso do Nubank, não foi esclarecido o critério utili-zado pelo banco. De acordo com a empresa, a nova moda-lidade funciona nos moldes de um cartão normal.

“Conforme usam o cartão e pagam suas faturas em dia, os clientes criam um histó-rico e aumentam a chance de conseguir um limite pré--aprovado no futuro”, expli-cou a instituição.

A principal diferença é que no começo dessa jornada de crédito o cliente deve fazer um depósito de garan-tia ao banco para ter o limite liberado.

Aos aposentados, pensio-nistas e funcionários públi-cos há mais opções de acesso ao crédito por diversas insti-tuições financeiras, com cartões consignados – moda-lidade em que o pagamento das compras é descontado

diretamente em folha ou benefício do INSS.

INADIMPLÊNCIAConforme os econo-

mistas, o desemprego é o principal causador da inadimplência no Brasil. Segundo o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE), entre fevereiro e abril, o número de desempre-gados chegou a 14,8 milhões. Isso significa que 14,7% do país não tem um trabalho. Em igual período do ano passado, quando a pandemia já se alastrava, a taxa estava em 12,6%.

A situação impacta dire-tamente na intenção dos brasileiros de pedir crédito, uma vez que, sem renda fixa, as famílias têm mais dificul-dade para pagar suas contas.

De acordo com pesquisa d a f i ntech Fi n a n Z e ro , rea l izada pela agência Conversion, 44,4% dos brasi-leiros têm a intenção de pedir empréstimo nos próximos 90 dias. Destes, 62,61% infor-maram que vão recorrer aos empréstimos on-line.

6 de julho 72021

ECONOMIA

Pandemia fez mar de endividados e bancos tentam devolver crédito aos negativados

SERASA EXPERIAN | Desde janeiro, país acumulou mais 1,6 milhão de pessoas que deixaram de pagar dívidas

A pandemia da Covid-19 já ajudou a

colocar 63 milhões de brasileiros

no vermelho até maio deste ano, de

acordo com o Serasa Experian. Impedidos de contratar crédito

ou fazer compras parceladas, o

problema vem afetando não

somente a população, mas a economia

como um todo, avaliam especialistas.

No rastro disso, alguns bancos estão

lançando cartões específicos para

clientes negativados.Desde janeiro, o país

acumulou mais 1,6 milhão de pessoas

que deixaram de pagar dívidas.

Talita Laurino

Metrópoles.com

O governo informou que o Banco Nacio-nal de Desenvolvi-

mento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Inter-nacional para Desenvolvi-mento Agrícola (FIDA) e o Ministério da Economia concluíram as negociações para captação de recursos ao projeto Semeando Resi-liência Climática em Comu-nidades Rurais do Nordeste (PCRP).

O proposta é transfor-mar os sistemas produtivos dos agricultores familiares

no semiárido do Nordeste para aumentar a produtivi-dade e, ao mesmo tempo, melhorar a capacidade para enfrentar os desafios contínuos das mudanças climáticas, de acordo com o Executivo.

A previsão é apoiar 250 mil famílias com investi-mentos em práticas agríco-las e em segurança hídrica, alcançando uma área de cerca de 84 mil hectares e restaurando ecossistemas degradados com potencial para a prestação de serviços

ambientais.“O B r a s i l , c o m o o s

outros países da América Latina, enfrenta desigual-dades persistentes e gran-des bolsões de pobreza permanecem pelo país , especialmente no Nordeste, onde praticamente 60% dos brasileiros em situação de pobreza residem”, afirma Rossana Polastri, diretora da Divisão de América Latina e Caribe do FIDA.

Segundo o Ministério da Economia, o projeto será apoiado pelo Green Climate

Fund (GCF), uma inicia-tiva da ONU que destina recursos para projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento.

“Os recursos do GCF a serem aportados na inicia-tiva são da ordem de US$ 100 milhões, sendo US$ 34,5 milhões em doação e US$ 65 milhões em crédito e chega-rão ao BNDES por meio do FIDA. Este, que atuará como entidade credenciada junto ao GCF para captação de recursos, aportará US$ 30

milhões em crédito”, expli-cou o governo, em nota. De recursos nacionais, serão US$ 73 milhões, entre finan-ciamento do BNDES, como entidade executora junto ao GCF, e a contrapartida dos estados, que serão os imple-mentadores do projeto.

Os próximos passos são a conclusão dos arranjos de implementação do projeto e sua apreciação pela Dire-toria do BNDES, além da obtenção da garantia da União, a ser aprovada pelo Senado Federal. T. L.

Governo lança projeto de R$ 1 bi para segurança alimentar no Nordeste

Page 8: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

GERAL

20216 de julho8

Maia quer convocar secretário do Consórcio NE para explicar a compra de respiradores

INVESTIGAÇÃO | Da primeira vez que tentou apurar fatos, parlamentares governistas conseguiram barrar ação

Empresários do ramo de água mineral denunciam irregularidades no setor

O procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquer-

que, recebeu ontem proprietá-rios de empresas de água mineral em Alagoas que, acompanhados pelo presidente do Sindicato da Indústria de Engarrafamento de Água Mineral do Estado de Alagoas (Sindágua-AL), Davi Pontes, levaram denúncias sobre irregularidades, do tratamento à acomodação do produto, colocando em risco a saúde do consumidor.

Eles chamaram a atenção para dois tipos de água que estão sendo comercializados, um deles sem adição de sais e sem ser submetido a análise por um engenheiro químico ou de minas. Outro assunto discutido foi a confecção dos garrafões de forma reciclável, o que é proibido pela legisla-ção.

Ao chefe do MP, a comis-

são garantiu que a população alagoana tem sido enganada, comprando água sem que passe pelo processamento exigido pela vigilância sanitária.

“Há empresas coletando água e engarrafando direta-mente do solo sem os cuidados necessários para garantir a saúde da população. Vendem como mineral quando não têm os equi-pamentos necessários exigidos pela vigilância e não colocam os sais, o custo é menor, mas há o risco. É um barato que sai caro. A água para ser vendida como mineral deve passar por um processo grande, por profissio-nais competentes, e recebendo o que é obrigatório. A população está sendo enganada”, afirma o presidente do Sindágua.

O empresário José Inácio, da água mineral ‘é Leve’ foi quem tomou a iniciativa para o agendamento da reunião e se mostrou bastante receoso. “Há

uma preocupação permanente no tocante ao que temos cons-tatado e é preciso que sejam encontradas soluções. Nós, que trabalhamos corretamente, investimos na contratação de profissionais técnicos, especia-listas, compramos maquinário indispensável para garantir o fornecimento de uma água de fato mineral e estamos acompa-nhando no mercado águas sem o menor tratamento, garrafões sem sanitização, numa concor-rência injusta que não prejudica somente os empresários, mas diretamente a saúde dos consu-midores”, declara Inácio.

Já Normando Monteiro, da água mineral ‘Frascalli’, ressaltou que essa preocupação é antiga, já houve coleta e envio de algumas águas sem tratamento adequado à Vigilância Sanitária Esta-dual com laudo de reprovação. Segundo ele, houve a compro-vação de que os sais não eram

adicionados.Márcio Roberto enfatizou

que a instituição tem como prin-cipais obrigações as fiscaliza-ções, de modo geral, sempre em defesa da coletividade. “É nosso dever agir em qualquer área e combatendo ilícitos que afetem a comunidade. Ciente das denún-cias, convocarei os promotores de Justiça da Saúde Pública e da Defesa do Consumidor para que discutamos a demanda e, conse-quentemente, possamos acio-nar os órgãos competentes para uma reunião e tentemos chegar à solução do problema. Não pode-mos permitir que a população seja vítima de irresponsabilida-des, ainda mais correndo o risco de ter a saúde afetada”, afirma.

Além dos problemas em rela-ção ao tratamento inadequado da água, a comissão apresentou outro agravante, a acomodação em recipientes reciclados. Os empresários levaram à reunião

o fabricante dos garrafões que explicou os riscos aos quais o consumidor é submetido, podendo levar a problemas graves de saúde.

RECICLAGEMDe acordo com Marcos

Sampaio, fabricante de garra-fões para empresas de Alagoas e outros estados, é proibido, por lei, a reciclagem, mas muitas empresas têm adotado esse método.

“É preciso que a população saiba do risco que corre, muitas vezes os botijões vêm de outros estados, com ratos ou urina de ratos dentro e eles não limpam para moer e aproveitar o mate-rial para fazer outros e quando os novos garrafões são produzidos, feitos com os antigos, as bacté-rias são absorvidas no plástico e, evidentemente, misturam-se na água que neles é armazenada”, explicou.

Ma i a q u e r q u e o parlamento esta-d u a l c o nvo q u e

o secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Eduardo Gabas, para dar explicações sobre a participa-ção do Executivo comandado pelo governador Renan Filho (MDB) nesse processo. De acordo com Maia, a compra causou prejuízos ao Estado em aproximadamente R$ 5 milhões.

A compra feita pelo Consórcio foi alvo de uma investigação da Polícia Civil de Alagoas. Na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal, o senador Eduardo Girão tentou – junta-mente com outros senadores

– investigar o caso, mas foi barrado por uma articulação (conforme informações de bastidores) feita pelo senador Renan Calheiros (MDB), que é o pai do governador Renan Filho (MDB) e aliado do PT,

que tem forte influência no Consórcio Nordeste.

Maia tem cobrado investi-gações sobre o assunto desde o ano passado. Ele já apresen-tou um requerimento para a convocação de Gabas, mas

esse foi barrado pelos gover-nistas da Casa de Tavares Bastos. A justificativa dada era de que ALE não teria competência para interfe-rir na apuração. Agora, Maia entra com novo pedido que não tem data para ser apre-ciado em plenário.

O deputado estadual do Democratas destaca que o secretário do Consórcio Nordeste precisa explicar os fatos, uma vez que os equipamentos nunca foram entregues, mesmo com a Secretaria de Estado da Saúde tendo empenhado o valor mediante o contrato. Uma Comissão Parlamentar Inte-restadual, da qual o deputado alagoano faz parte, tem inves-tigado o assunto. O parlamen-tar frisa que há legalidade na convocação.

O tema da compra dos respiradores

feitas pelo Consórcio Nordeste em uma loja especializada

em produtos produzidos a partir de maconha, que acabou

lesando os cofres públicos de vários estados, incluindo

Alagoas, deve voltar a ser debatido na Assembleia Legislativa de

Alagoas, pelo menos no que depender do

deputado estadual oposicionista Davi

Maia (Democratas).

Redação

Maia destaca que a compra causou prejuízos de R$ 5 milhões em Alagoas

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As mudanças no CSA não ficaram apenas na comissão técnica.

Presidente do clube, Rafael Te n ó r i o c o n f i r m o u a contratação de um execu-tivo de futebol, mas preferiu não antecipar o nome.

“O executivo já está contratado, deve chegar aqui até quarta-feira [amanhã], e já estamos trabalhando em busca de um novo coman-dante técnico para sequên-cia da Série B”, afirmou.

Tenório adiantou que jogadores também serão desligados.

“ Já temos nomes de algumas peças do elenco que estaremos acertando as rescisões. Na medida em que formos desligando

alguns jogadores, com a chegada da nova comissão técnica, traremos outras opções para reforçar a equipe.

Na tarde de ontem, o elenco se reapresentou após

a derrota no clássico contra o CRB. Domingo, deixaram o clube o técnico Bruno Pivetti, o auxiliar Julian Tobar e o preparador físico Marcelo Lins.

Enquanto o CSA não

define a contratação do novo treinador, o auxi-l iar Adriano Rodrigues comanda as atividades no CT do Nelsão. Domingo, às 20h30, o Azulão encara o Brusque, fora de casa. ge

Hoje, o Galo recebe o Botafogo e vai tentar manter a

invencibilidade em Maceió na Série B.

No Rei Pelé, o CRB derro-tou o Brasil de Pelotas, o Confiança e o CSA. Empatou com o Remo e o Náutico. O aproveitamento é de 73,3%. Dos 14 pontos da equipe no Brasileiro, 11 foram

conquistados em Maceió.A equipe entra em campo

com a confiança elevada após a vitória no clássico do sábado passado. O CRB derrotou o CSA por 1 a 0.

“Temos que encarar cada jogo como uma decisão e passo a passo. A tua perfor-mance te coloca numa situ-ação que briga por algo maior. Cada jogo tem uma

importância muito grande para todos nós”, comentou o técnico Allan Aal após o clássico

Com a vitória contra o CSA, o CRB se aproximou do G-4 e terminou a rodada em quinto lugar.

O duelo com o Botafogo começa às 21h30 de hoje e faz parte da 10ª rodada do Campeonato Brasileiro.

FUTEBOL | Partida será hoje às 21h30, pela 10ª rodada da Série B, sem a presença dos torcedores

ESPORTES

6 de julho 92021

Denison Roma/GloboEsporte.com

Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas

O CRB atuou cinco vezes até agora no

Estádio Rei Pelé, pelo Brasileiro. A equipe

regatiana venceu três e empatou dois jogos.

No clássico contra o CSA, o time azulino foi

o mandante.

Brasileiro: CRB recebe Bofafogo e tenta manter a invencibilidade no Rei Pelé

ge

CRB entra em campo confiante

contra o Botafogo, não somente

pela vitória do sábado passado,

mas com o bom aproveitamento

Alterações anunciadas por

Rafael Tenório devem trazer

profundas mudanças para o

Azulão praiano

Tenório confirma a contratação de executivo para o CSA

Visando próximo confronto, equipe do ASA volta aos trabalhos hoje

O ASA terá mais um difícil confronto no próximo domin-

go, os alvinegros irão à cidade do Recife, capital pernambucana, onde enfrentarão a equipe do Retrô, partida válida pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série D.

A equipe comandada pelo técnico Ademir Fon-seca se reapresenta hoje pela manhã e terá mais uma semana de prepara-ção para este duelo.

Confira a programa-ção completa:

Terça-feira (6)8h15 – Treino físico/

técnico;15h15 – Treino tático;

Quarta-feira (7)15h15 – Treino tático;

Quinta-feira (8)8h15 – Treino especí-

fico;15h15 – Treino técnico/

tático;

Sexta-feira (9)15h15 – Treino tático;

Sábado (10)8h15 – Treino técnico/

tático;15h15 – Treino físico/

técnico;

Domingo (11)16h – Retrô x ASA.

Ascom ASA

Augusto Oliveira/Ascom CSA

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O curta-metragem é inspirado em uma nota de introdu-

ção que compõe o livro “A Hora da Estrela”, escrito por Clarice Lispector. A trama se passa em uma casa isolada de um escritor em crise, que tenta responder seus ques-tionamentos sobre a história que ele quer contar, relacio-nando com o momento atual e sua própria existência. Há no espaço apenas seu cão, chamado Hades, e algumas plantas.

“Nos primeiros momen-tos em seu fluxo de escrita o Rodrigo, personagem que é também a voz de autoria da obra, se pega naufragado em um mar de questiona-mentos sobre sua função naquela história que ele quer contar, refletindo sobre as consequências do seu trabalho na vida da mulher que ele quer docu-mentar e até mesmo sobre a sua própria vida. Um autor em crise e em fluxo. Durante todo o correr da novela de Clarice, o texto de dedicatória presente nas primeiras páginas sempre me fazia retornar ao começo da história, pois me sentia iden-tificado com a crise de identi-dade e de produtividade que eu percebia no personagem em suas entrelinhas”, contou o ator pernambucano Felipe Espíndola.

Ainda segundo Espíndola, o trabalho teve contribuição da fotógrafa Roberta Laleska que, junto a ele, investigou novos espaços e planos para que a sensação de solidão e inquietação também fossem expostas nas imagens.

“Foi muito prazeroso poder colaborar com o Grupo Claricena, que eu já acompa-nho há bastante tempo. Foi um reencontro com Ander-son, um amigo de longa data.

CULTURA

20216 de julho10

O grupo de teatro Claricena lança

mais um episódio da websérie “Sobreviver pois parece que viver

não existe”. A transmissão será

no próximo sábado, às 20h, no Instagram

@grupoclaricena e nas demais redes

sociais da companhia. O episódio intitulado

“Sobretudo, sobre nada” mostra a

complexidade da escrita, o fluxo de consciência de uma pessoa

enclausurada e a crise de identidade

como um dos efeitos psicológicos

impostos pelo isolamento social e

pela pandemia da Covid-19.

Assessoria

Em novo episódio, Claricena mostra a crise de identidade como efeito do isolamento

TRIBUTO A CLARICE LISPECTOR | Curta-metragem faz parte da websérie “Sobreviver pois parece que viver não existe”

SOBRE O GRUPO CLARICENAO grupo Claricena surgiu

Espero que o episódio seja bem recebido na sua verdade e que toque as pessoas de alguma forma”, concluiu o ator.

A websérie é produzida pelo Grupo Claricena, com direção geral de Anderson Vieira e direção de arte de Suane Padilha. O trabalho tem como objetivos fazer uma homenagem aos cem anos do aniversário de nascimento de Clarice Lispector, e investi-gar a solitude, a contempla-ção dos dias e o silêncio do espaço em isolamento. Nesta temporada, foram convida-dos atores de Pernambuco que estiveram em Alagoas antes da pandemia para estu-dar Artes Cênicas.

Clarice Lispector. Estudantes de Teatro da Ufal e já forma-dos pela mesma instituição participam do grupo. As cenas dos espetáculos eram sempre criadas a partir de fragmentos das obras da escritora, como também pela interpretação--criação dos atores.

No currículo, há cinco trabalhos realizados: “Expec-tro: A mulher queimada e os anjos harmoniosos”, que é a única peça de teatro que Clarice escreveu; “Granja dos corações amargurados”, “Adeus, Clarice!”, “Sobreviver é a salvação pois parece que viver não existe”, e “Temos Fome”, projeto feito no What-sApp com atores de São Paulo.

Um projeto futuro do grupo é formar um núcleo em São Paulo com atores do estado para produzir a terceira temporada da websé-rie SOBREVIVER.

em 2013 como um laboratório de experimentação nos palcos do teatro utilizando livros, declarações e pensamentos de

Page 11: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

Ele nasceu em 2019, do grupo de pessoas que participaram da Oficina

de Romance do professor Assis Brasil, promovido pela Biblioteca Mário de Andrade (BMA), em São Paulo. Essas pessoas decidiram manter o contato e continuar estudando os temas propostos na ocasião.

Para Renato Gontijo e Fernando Ferrone, que também é um dos organizado-res, a ideia do online, que surgiu por necessidade, acabou agre-gando valores ao grupo, que pode contar com pessoas de fora de São Paulo. Para eles, isso facilitou também a vinda dos convidados às reuniões, que no começo de 2021, contou com a presença de Assis Brasil na reunião inaugural da turma.

Aproveitando o confina-mento, a estudante Giovanna Ferraz, de Caxias do Sul (RS), voltou a consumir livros. Ela vinha de uma ‘ressaca literária’ (termo utilizado pelos leitores para quando uma pessoa não consegue terminar as leitu-ras, mesmo tentando diversas vezes e/ou diversos livros)e, na quarentena, conseguiu retomar o hábito da leitura, comprou e leu mais de 40 livros. Empolgada, Giovanna criou um Instagram literário, onde conheceu pessoas país afora. Após alguns pedidos, ela decidiu montar o ‘Clube da leitura da Gio’, criado em 2021 no formato online, e que reúne pessoas do Brasil inteiro.

Do outro lado do país, em Manaus (AM), o advogado Ayrton Hadad participa do clube de leitura da Gio. Ele já tinha participado de um clube em sua cidade, só que voltado aos clássicos da literatura. Agora, ele disse que se sente mais confortável participando do clube que une diferentes pessoas do Brasil.

Em Salvador (BA), Fernanda Victoria também

6 de julho 112021

LITERATURA

Clubes do livro online ajudam leitores de todo o Brasil a se unirem pela literatura

CONEXÕES | Ambientes virtuais ajudam na troca de experiência e no conhecimento de novas obras e autores

Há pouco mais de um ano, estávamos

passando pelo início da pandemia da Covid-19 e,

com o distanciamento social, tivemos que

nos adaptar a um novo mundo. Quase tudo passou a ser online:

aulas de escolas e faculdades, reuniões do

trabalho e até mesmo festas de aniversário.

Com os clubes do livro, não foi diferente:

a pandemia exigiu adaptação. Clubes

famosos, como o da Casa Mário de Andrade,

o da Biblioteca de São Paulo e o Leia

Mulheres, adaptaram-se ao novo formato.

Com o confinamento, o número de leitores

e de compras de livros aumentaram. A venda apresentou

crescimentos de 25% em volume e 22%

em valor dos livros vendidos, comparado

ao mesmo período de 2019, segundo uma pesquisa do

Sindicato Nacional dos Editores de Livros

(SNEL) e da Nielsen. Tendo que se adaptar ao novo momento, o

Clube de Ficcionistas, que era realizado

presencialmente em São Paulo, passou a ser

online.

Anna Sales

Labdicasjornalismo.com

participa do clube da Gio. Ela revela que conseguiu melhorar o hábito da leitura, já leu 15 livros esse ano e ainda quebrou uma antiga resistência: “Não tinha hábito de ler livros de terror, mas a primeira leitura do clube foi Misery, de Stephen King, e amei. Até comecei a ler It também. Amei o suspense que se instau-rava no grupo no decorrer da leitura”, relata.

Giovanna diz que essa quebra da resistência com algum gênero literário é algo intencio-nal: “Por meio do formulário de inscrição que os interessados enviam ao entrar no clube, eu escolho seis gêneros que a maio-ria diz não ter o costume de ler. Após uma votação no Telegram, escolho sete livros dentro do gênero de diversos autores e ocorre outra votação, definindo assim o livro do mês”, conta.

27 de março de 2021. Essa era a data em que aconteceria o primeiro encontro presencial do Clube Wildflower, em Maceió (AL). O clube, que tinha a temá-tica floral e o nome faz referên-cia à música da banda australiana Five Seconds of Summer, seria ‘inaugurado’ no Parque do Horto, um espaço cercado por muito verde. Segundo as orga-nizadoras, o intuito era ofere-cer uma experiência completa de leitura, com direito até de fotos dos encontros e lanches coletivos relacionados ao livro. Mas com o agravamento da

pandemia, o que antes seria híbrido, se tornou totalmente online. Porém, como o primeiro encontro já tinha sido realizado de forma online, as organiza-doras Yasmin Caldas e Thalyta Vasconcelos sabiam que essa modalidade, por mais limitada que seja, daria certo e que teriam um momento lindo de troca de experiências com o livro do mês.

O Wildflower foi criado por seis amigas e tem como objetivo ser um espaço leve de comparti-lhamento de leituras, não tendo nenhum estilo literário definido, buscando manter a esponta-neidade na escolha das obras. Segundo Yasmin e Thalyta, a intenção do Wildflower é justa-mente ter um espaço mais leve de leituras. “O Clube foi criado após inúmeras conversas entre nós duas, que nos sentíamos frustradas por não encontrar-mos um espaço mais flexível de compartilhamento de leitu-ras e opiniões, sem tanta pres-são e rigidez. Percebemos que poderíamos contar com amigas para nos ajudar na organização e também para participar dos encontros. Acredito que os livros debatidos no Clube são lidos com mais vontade! Quero pegar cada detalhe porque o debate será ainda mais legal. Ficamos mais conscientes do que esta-mos lendo, pois sentimos que podemos ter em mãos um verda-deiro achado e podemos sugeri-

-lo como o próximo livro do mês. O Clube foi uma ótima forma de nos distrairmos durante esses meses em que tudo parece estar tão difícil e pesado. É muito inte-ressante a experiência de sempre ter pessoas lendo o mesmo que você, todos interessados em conversar sobre literatura e trocar experiências literárias. Isso faz com que a gente tenha maior motivação para ler sempre mais”, contam Yasmin e Thalyta.

Dentre as pessoas que parti-cipam ativamente do Clube está Maria Luíza Ávila. Apesar de ser leitora assídua, ela nunca tinha participado de um clube do livro.

Assim como a maioria dos leitores, a literatura tem um papel fundamental na vida de Maria Luíza: “Esse é um assunto que me deixa maravi-lhada sempre que eu paro para pensar. A literatura abriu portas para absolutamente tudo que eu vivencio hoje. Foi através dos livros que conheci meus melho-res amigos, vivi experiências incríveis, escolhi meu curso, conheci as pessoas que me ajudaram a formar a pessoa que eu sou hoje. As histórias que eu li foram extremamente importan-tes para me tirar de certas situa-ções e entender melhor a pessoa que eu sou, e me orgulhar disso. A literatura é tudo que há de mais sagrado!”, finaliza.

Reunião do Clube Literário

Wildflower

Cortesia

Page 12: COM AVANÇO DA VACINAÇÃO, NÚMEROS DA COVID-19 RECUAM …

estigma a ser quebrado é o da temida “bolsinha” (colosto-mia). É importante esclarecer que isso não é a regra, alguns estudos relatam complica-ções maiores e menores, em um risco variando entre 5% a 38% dos casos, respectiva-mente”, destacou o ginecolo-gista Felipe Albuquerque.

Para o sucesso do proce-dimento, há a necessidade das pacientes estarem saudá-veis e bem nutridas. Na Santa Casa de Maceió é realizado um preparo nutricional pré--operatório para otimizar a cicatrização e o adequado funcionamento intestinal no pós-operatório.

SERVIÇOFormada pelos cirurgiões

Felipe Albuquerque, Claude-

Ho j e , A l a g o a s possui o Centro de Endometriose

de Maceió (CEMA), um grupo multidisciplinar e multiprofissional especia-lizado no tratamento da endometriose profunda, composto por ginecologis-tas, cirurgiões colorretais, urologistas e radiologistas especializados, aptos a discutir os casos comple-xos, realizando uma abor-dagem conjunta, visando a melhora da qualidade de vida das pacientes. “O CEMA nos deixa muito orgulhosos, pois ao conversarmos com colegas de outros estados do Nordeste e grandes centros do Sul e Sudeste, vemos o quanto esta-mos no mesmo patamar na assistência da endo-metriose”, destacou cirurgião oncológico Claudemiro Neto.

D e a c o rd o c o m a literatura médica, a via minimamente invasiva (vide-olaparoscopia e a robótica) é a melhor porta de entrada na abordagem da endometriose intestinal, há maior riqueza de detalhes, menos dor no pós-operatório, diminuição do risco de aderência intes-tinal no futuro, alta precoce, menor taxa de sangramento, retorno às atividades cotidia-nas mais rápido, com menor impacto em sua produção.

A recuperação da cirurgia dependerá da extensão da doença e o limiar de dor de cada paciente. No entanto, na maioria dos casos, em aproxi-madamente 15 dias, as pacien-tes estão aptas para retornar às suas atividades diárias. “Quando a paciente chega em nosso consultório, o primeiro

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Dor incapacitante é um dos indicativos cirúrgicos para a endometriose

SAÚDE | Santa Casa de Misericórdia de Maceió já realizou mais de 300 procedimentos de retirada de focos da doença

O tratamento cirúrgico da endometriose

profunda é indicado quando, mesmo com uso de medicação, a

paciente não apresenta melhora dos sintomas,

persistindo com dores incapacitantes

que dificultam suas atividades diárias,

como dor intensa durante o ato sexual,

localização das lesões que podem

comprometer outros órgãos,

como iminência de obstrução intestinal e

urinária, e, em casos de infertilidade, nos

quais não se pode usar anticoncepcionais.

Ascom

Santa Casa de Maceió

20216 de julho12

miro Neto, Camilo Câmara e Tiago Cajueiro, a equipe da Santa Casa de Maceió come-çou a realizar cirurgias de endometriose profunda no ano de 2018. Desde então, pouco mais de 300 casos foram executados, com o registro de somente cinco complicações, quatro dessas tratadas de forma clínica e um caso necessitou de interven-ção minimamente invasiva de drenagem.

“Isso demonstra que nossos índices de compli-cações maiores e meno-res estão dentro do que é preconizado pela literatura médica e variam entre apro-ximadamente 0,3% a 1,3%, respectivamente, o que nos motiva e nos faz acreditar que estamos no caminho

Há três anos,

equipe da Santa

Casa de Maceió

auxilia mulheres

em Alagoas

certo. Até o momento não tivemos nenhuma paciente que necessitou ser reope-rada para realizar colosto-mia devido a fístulas. Todos os resultados positivos que obtivemos até hoje somente foram possíveis porque traba-lhamos em grupo, dividindo responsabilidades sem vaida-des, pois o nosso maior obje-tivo é melhorar a qualidade de vida das nossas pacientes que já chegam bem sofridas. É com grande satisfação que recebemos nossas pacientes nos retornos, e escutamos os relatos de que a menstruação ocorreu sem dores ou que conseguiu engravidar. Essa é, sem dúvida, a nossa maior vitória”, finalizou Claudemiro Neto.