Com o pé na poesia - ALBalb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem02pdf/sm02... · de poesias e canções, tem de ser trabalhada desde cedo em nível basicamente oral

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  • Com o p na poesia Fabiana Fernandes Frana e Klytia Braga da Silva Domingos, EMEF Professor Joo Bandeira, Prefeitura

    de Vitria - ES.

    Procura-se um equilibrista que saiba

    caminhar na linha que divide a noite do

    dia que saiba carregar nas mos um

    fino pote cheio de fantasia que saiba

    escalar nuvens arredias que saiba

    construir ilhas de poesia na vida

    simples de todo dia.

    Classificados Poticos, Roseana Murray

    APRESENTAO

    O trabalho foi desenvolvido na EMEF Professor Joo Bandeira, com alunos da 3 srie C,

    da Prefeitura de Vitria-ES. Participam deste projeto os alunos, a professora e a

    bibliotecria. Alm de promover o uso do espao da biblioteca, priorizamos tambm a

    leitura e uma interao entre bibliotecria, professora e alunos. A construo do projeto

    no coube somente professora e bibliotecria, mas tambm aos alunos que, em

    alguns momentos, intervinham com suas idias e questionamentos, fazendo-nos mudar

    algumas propostas anteriormente previstas, em suma, o projeto uma construo de todo

    o grupo.

    INTRODUO

    Neste trabalho discorremos a respeito de aes/tentativas relacionadas ao uso da

    Biblioteca, tendo como foco as vrias possibilidades de uso desse ambiente. O que nos

    levou a realizar este projeto foi a participao dos alunos da 3 srie C, na semana da

    poesia e da literatura, que atuaram efetivamente durante as atividades propostas.

    Tomando como base o fato de o texto literrio ser veculo de sensaes gustativas,

    olfativas, tteis e visuais, pretende-se atingir e despertar em cada um de ns o prazer da

  • descoberta de sentimentos, emoes, gosto e cheiro. O trabalho estar pautado nas

    obras de Ruth Rocha, Ceclia Meireles, Vincius de Moraes e Toquinho. O objetivo levar

    o educando a perceber as relaes entre o mundo real e o imaginrio revelado nas obras

    literrias.

    METODOLOGIA Segundo Pausas (2004, p. 255) a modalidade da linguaguem potica, tanto se tratando

    de poesias e canes, tem de ser trabalhada desde cedo em nvel basicamente oral.

    Temos que tentar fazer com que as crianas sintam prazer ao ouvir um poema ou a

    cantar uma cano.... Sendo assim, preciso que as crianas percebam que os textos

    poticos so escritos por pessoas (autores e autoras) que expressam atravs da escrita

    sentimentos e que ao ouvirmos soam de forma prazerosa e agradvel. A poesia algo

    que consegue despertar todos os sentidos que possumos: a audio, a fala, o tato e o

    olfato. Sentidos que se misturam e nos fazem lembrar de algo que j presenciamos ou

    que desejamos, talvez algo inexplicvel, mas que nos pertence.

    As msicas/poemas trabalhadas visaram desenvolver e associar o lado ldico existente

    na poesia, pois segundo Abramovich (1999, p. 67),

    [...] h poetas que brincam com as palavras de um modo gostosssimo de a criana ouvir e ler. Lidam com toda a ludicidade verbal, sonora, s vezes musical, s vezes engraada no jeito como vo juntando as palavras, fazendo com que se movam pela pgina que quase como uma cantiga[...]

    Assim tambm so as rimas. Outro recurso potico que tambm possibilita a ludicidade e

    a descoberta de palavras, por meio do jogo.

    Sendo assim, o trabalho foi baseado em etapas e o espao da biblioteca foi utilizado no

    s como ambiente de leitura, mas numa interao entre leitura, msica e arte.

    O projeto teve inicio na segunda quinzena de fevereiro, com trmino previsto para o ms

    de agosto. Dividimos as atividades em momentos/etapas que eram acordados com a

    turma, a saber:

  • 1 Momento

    Poesia: A Bailarina Ceclia Meireles

    Leitura da poesia.

    Conhecer a autora (utilizando Internet e livros paradidticos).

    Dramatizao da poesia (duas crianas se vestiram de bailarinas e os outros

    alunos apresentaram a poesia em forma de jogral)

    Confeco de bonecos que representam bailarinas e bailarinos.

    2 Momento

    Poesia: As Borboletas Vincius de Moraes

    Leitura coletiva da poesia.

    Conhecer o autor (utilizando Internet e livros paradidticos).

    Tcnica com cola colorida para confeco das borboletas.

    Confeco do mural.

    3 Momento

    Poesia e Msica: Aquarela Toquinho e Vincius De Morais

    Leitura da letra da msica e poesia.

    Ouvir e cantar a msica.

    Apresentao do compositor Toquinho.

    Diviso dos grupos de acordo com o nmero de estrofes para a ilustrao.

    4 Momento

    Poesia e Msica: O Caderno Toquinho e Vincius De Moraes

    Ler, ouvir e cantar a msica.

    Interpretao.

    Conscientizao da conservao do material escolar (caderno, livros didticos,

    livros de literatura e paradidticos).

    Elaborao por parte dos alunos de uma mensagem para o seu caderno.

    Ilustrao da poesia.

    Apresentao da poesia.

    5 Momento

    Poesia: A Casa - Toquinho e Vincius De Moraes

    Dobradura de uma casa.

  • Ler, ouvir e cantar a msica.

    Interpretao da letra da msica.

    Anlise dos tipos de moradia na qual vivem e no qual est inserida a escola.

    Tour pelo bairro para que sejam observados: tipo de moradia, saneamento bsico

    e servio pblico.

    6 Momento

    Poesia: A Porta - Toquinho e Vincius De Moraes

    Ditado cantado.

    Ouvir a msica.

    Usando a imaginao: Se voc fosse uma porta ... (o que deixaria ou no entrar).

    7 Momento

    Confeco de livro com as poesias trabalhadas acima, sendo elaborada por cada aluno a

    ilustrao.

    8 Momento Quebra-cabea de poesias

    Dividir a turma em grupos cada grupo recebeu uma poesia cortada em tiras.

    Ordenao da poesia.

    Leitura da poesia.

    Confeco do cartaz do quebra-cabea.

    Em todos os momentos foram confeccionados cartazes para exposio e em vrios

    momentos do trabalho profissionais da escola recitaram poesias.

    CONCLUSO At o presente momento (pois o trmino est previsto para o ms agosto), pudemos

    confirmar que o ldico, o brincar, o ouvir, o falar e o cantar so significativas formas de

    produo conhecimentos que escapam ao ensino formal; se mostram como

    possibilidades que vo acontecendo e sendo construdas por cada um. E com isto

    desmistificando o fato que a poesia para a criana algo vazio ou sem sentido, porque,

    segundo Paes, citado por Abramovich (1999, p. 67), a poesia no mais do que uma

  • brincadeira com palavras. Nessa brincadeira cada palavra pode e deve significar mais de

    uma coisa ao mesmo tempo... Toda poesia tem que ter uma surpresa. Se no tiver no

    poesia.

    REFERNCIAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. So Paulo: Scipione, 2001. MEIRELES, Ceclia. Ou isto ou aquilo. 7. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. PAUSAS, Ascen Dez de Ulzurrun. A aprendizagem da leitura e da escrita a partir de uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2004.

    http://www.toquinho.com.br http://www.viniciusdemoraes.com.br