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Combate Libertário Espírito Santo - Julho de 2013 - [email protected] Edição Número 3 Voto obrigatório e a ditadura da maioria Edson Passetti Getúlio Vargas o déspota que se disse pai dos pobres, se travestiu de democrata e se matou pretendendo ser herói, permanece o principal fantasma a habitar a política brasileira. Mas com o fim da ditadura militar ele ganhou uma nova companhia, a do voto obrigatório. De disfarce à tirania o voto obrigatório passou a ser sinônimo de garantias democráticas e por isso defendido pela maioria dos parlamentares. Mas o voto obrigatório é mais do que parte do ritual eleitoral. Ele é uma forma de aprisionar a liberdade do sujeito dirigido cada vez mais pelo espetáculo midiático que a televisão proporciona diariamente em nossas casas através de uma lei que obriga

Combate libertário edição 03

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Jornal Libertário produzido onde antigamente eram terras indígenas e hoje leva o nome de ideologia genocida, Espirito Santo.

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Page 1: Combate libertário edição 03

Combate LibertárioEspírito Santo - Julho de 2013 - [email protected] Edição Número 3

Voto obrigatório e a ditadura da maioriaEdson Passetti

Getúlio Vargas o déspota que se disse pai dos pobres, se travestiu de democrata e se matou pretendendo ser herói, permanece o principal fantasma a habitar a política brasileira. Mas com o fim da ditadura militar ele ganhou uma nova companhia, a do voto obrigatório. De disfarce à tirania o voto obrigatório passou a ser sinônimo de garantias democráticas e por isso defendido pela maioria dos parlamentares. Mas o voto obrigatório é mais do que parte do ritual eleitoral. Ele é uma forma de aprisionar a liberdade do sujeito dirigido cada vez mais pelo espetáculo midiático que a televisão proporciona diariamente em nossas casas através de uma lei que obriga

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a transmissão de programas eleitorais. É outra medida obrigatória do nosso regime democrático em nome da educação política mas que funciona apenas para as TVs abertas poupando os assinantes de TV a cabo. Ela é destinada ao cidadão mediano, com escassos recursos materiais e prisioneiro preferencial das telerrealidades criadas diariamente para entretê-lo.A democracia, não só no Brasil, transformou-se em ritual eleitoral eletrônico que funciona associando educação política a eleição. Quando muito instrui as pessoas a formarem grupos que aceitem a participação dentro do esquema das reivindicações seletivas organizadas pelos governos.Hoje em dia elas são orientadas pelo princípio das sondagens eletrônicas que pretendem garantir a continuidade dos partidos ou das alianças políticas. As pessoas permanecem educadas para acreditar nos governos e a democracia se transformou num regime midiático, de respostas imediatas, que prioriza as pressões que possam ser transformadas em apoio político. Com a midiatização da política, daqui para frente, seja com a continuidade do voto obrigatório ou com o regresso do voto facultativo, os governantes esperam irrisórias alterações significativas, mantendo sua eficiente educação que faz jovens e adultos acreditarem que votam livremente, mesmo quando coagidos.Hoje em dia não se admite a sublevação contra a opinião pública. Isto seria considerado um crime!Estamos no tempo da ditadura da opinião pública organizada pelas mídias. Um tempo em que os tiranos se apresentam como democratas juramentados como sempre em nome do povo, dos miseráveis, dos pobres, dos carentes, oprimidos ou excluídos. Não há mais o perigo da ditadura da opinião pública, da ditadura da maioria; hoje ela é governo. E você aí, por quê vai votar?

O CapitalismoUm garoto chegou em casa e disse pro pai: - A professora mandou fazer uma frase sobre economia e eu não sei nada disso.- Não se preocupe meu filho, vou te explicar de uma maneira bem simples, olhe:- Eu, que trago o dinheiro pra dentro de casa, sou o CAPITALISMO;- Sua mãe, que administra tudo, é o GOVERNO;- Nossa empregada, que faz o trabalho pesado, é a CLASSE OPERÁRIA;- Seu irmãozinho, o bebê, é o FUTURO DA NAÇÃO;- Você é o POVO.Então, o garoto inteligentemente foi dormir pensando em tudo aquilo.Quando era mais ou menos umas três da madrugada, o irmãozinho começou a chorar.O garoto então acordou e viu que o bebê estava todo sujo de cocô.O menino foi ao quarto dos pais e lá estava a mãe dormindo.Apesar de chamá-la com insistência, a mãe não acordava, pois dormia profundamente.Então foi ele procurar o pai pela casa e viu que ele estava no quarto da empregada, 'afogando o ganso'.No outro dia tirou nota máxima em seu trabalho com esta frase:”O FUTURO DA NAÇÃO ESTÁ NA MERDA, PORQUE ENQUANTO O CAPITALISMO F*DE COM A CLASSE OPERÁRIA, O GOVERNO DORME, IGNORANDO OS APELOS INSISTENTES DO POVO.”

BLACK BLOCHá relatos de que a Black Bloc surgiu em 1999, em Seattle. Outros dizem Alemanhã em 1970. Mas grupos que se ocultam para realizar ações contra a propriedade de ricos e governantes existem desde o século XV. Quem nunca ouviu falar de piratas? Pois bem, os Black Blocs são os herdeiros modernos dos antigos piratas.Um Bloco Negro é caracteristico por reagir as ações do estado e da sua tropa de choque. A organização de um Bloco Negro se dá por grupos de afinidade, portanto, um bloco não depende do número de pessoas. Você e “xs” amigos são uma célula do Bloco Negro, que juntos a outras células dentro da mesma manifestação, fazem um grande Bloco Negro.O que garante a nossa segurança é que os membros das células são conhecidos por membros de outras células, que por sua vez são conhecidos por outros membros de outras celulas. Assim, células que tem esse linha de af in idade interrompida são faci lmente identificadas como agentes infiltrados, os P2. Esses, quando identificados, devem ser denunciados a outras celulas para que juntos reconhecemos e tomemos a melhor atitude para manter esses parasitas longe de nossa marcha. Mas tomando o cuidado para que não se injustice uma celula que é legítima.Tendo esses conhecimentos, organizem suas células e tomem de volta as ruas. Elas pertencem ao povo.

CONFRARIA DE CERVEJA ARTEZANALwww.plezuro.org.br

Confraria de Cerveja Plezuro“A especialização exagerada criou uma monopolização técnica que tem um sutil intuito de preservar o poder. Com efeito, isso limita e deforma o poder criador dos indivíduos. As “cervejas” industriais, imitações de cerveja, são um exemplo disso. Perderam o verdadeiro sabor, turbidez e naturalidade em nome do “paladar comercial” e do lucro. Propomos um ajuntamento para criar bebidas tendo como produto principal e inicial uma cerveja cremosa, muito mais nutriente e saborosa, personalizada, turva, para quem quer beber cerveja e não água mineral.”

Mais sobre a cervejaria Plezuro na próxima edição.